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Alguns mármores do Timor Português

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Academic year: 2022

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Alguns mármores do Timor Português Autor(es): Neiva, J. M. Cotelo

Publicado por: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de Estudos Geológicos

URL

persistente: http://hdl.handle.net/10316.2/38033 Accessed : 20-Oct-2022 06:00:25

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

(2)

E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOLÓGICOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA N.º 38

Memórias

e Notícias

S U M Á R I O

J. Custódio de Morais — Temperatura do terreno. G. Soares de Carvalho — Sur l'âge de quelques remplissages sableux des fentes de dissolution des calcaires du Portugal. G. Soares de Carvalho — Sur la sédimentologie des dépôts crétacés de la region entre Vouga et Mondego et le grès du Buçaco (Portugal). J. M.

Cotelo Neiva — Alguns mármores do Timor Português. J. M. Cotelo Neiva —

■ Sienito de Lagares-do-Estanho (Queiriga. Viseu). J. M. Cotelo Neiva — Phono- lites de Vile du Prince.

1 9 5 5

(3)

Alguns mármores do Timor Português (

1

)

por

J. M. COTELO Neiva Professor da Universidade de Coimbra

Os mármores que estudámos têm estrutura maciça, cristalina, de granulado muitíssimo fino a médio, de cor dominantemente branca, mais raramente de tom ligeiramente acinzentado, azulado ou creme.

Têm textura granoblástica os mármores de Hato Rate (Miri Huhum), Hato Conan (Hato Conan), Subão (Ilimano) e Hato Sabule (Sabule), textura microgranoblástica os de Hato Huli Garem (Ilimano), Laco-Laur (Tahagamo) e também os de Subão (Ilimano), e pórfiro-microgranoblástica os de Bê-Edan (Obrato), Ué Hauc Matam (Tahagamo), Curi (Ilimano), Hato Conan (Hato Conan) e Hato Rate (Miri Huhum).

Por vezes, no mesmo mármore, encontra-se mais de um tipo de textura, com passagem lateral, como na rocha de Hato Conan (Hato Conan).

Frequentemente encontram-se aspectos que revelam alguns mármores terem sofrido acção dinâmica, como estruturas cataclás- ticas e torção de cristais de calcite, que se nota em especial pelo arqueamento das clivagens, como nos mármores de Hato Rate (Miri Huhum) e Subão (Ilimano).

Verificámos que há casos em que o metamorfismo sofrido pelo calcário na sua evolução para mármore não foi muito intenso, pois a recristalização, nesses casos, não obliterou totalmente a primitiva estrutura oolítica de alguns calcários, como por exemplo nos de Hato Huli Garem (Ilimano) e Curi (Ilimano).

(1) Resumo de um trabalho subsidiado pela Junta das Missões Geo­

gráficas e de Investigações do Ultramar e a publicar por esta Junta.

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Neste último vêem-se também alguns grãos de calcite conr bordo de crescimento zonado, e este com muito ligeira diferença de orientação óptica.

O constituinte essencial é a calcite, alotriomorfa, raramente hipidiomorfa, frequentemente com macias polissintéticas segundo faces de {1012}. Quando forma vénulas, que atravessam a rocha, não se mostra no geral maclada.

Encontram-se acessoriamente, em muito pequena quantidade,, os seguintes minerais: Quartzo, no geral alotriomorfo, de extin­

ção ondulante, com finas inclusões indetermináveis e algumas inclusões prismáticas, aciculares, de apatite, ocorrendo também em vénulas microscópicas, provàvelmente hidrotermais, em que os cristais têm aspecto alongado e inclusões de calcite; albite, rarar só encontrada com garantia no mármore de Ué Hauc Matam (Tahagamo), alotriomorfa, com macias pouco nítidas devido à pressão sofrida pela rocha; moscovite, de que só observámos uma ou outra lamela no mármore de Hato Conan (Hato Conan); flogo- pite, que só encontrámos no mármore de Subão (Ilimano), com arranjo esferolítico ou semi-esferolítico, pleocróica entre castanho- -amarelado ou verde-claro e amarelo-palha, penetrando a rocha em estreitíssimas vénulas; diopside, de que vimos alguns cristais no mármore de Hato Rate (Miri Huhum), idiomorfo, com faces de {110}, {100} e {010} e com C/\y — 39°; esfena, alotriomorfa, mais facilmente observável no mármore de Subão (Ilimano);

magnetite, geralmente pigmentar e, excepcionalmente, um ou outro pequeno cristal; pirite, rara, de aspecto cúbico, visível nos már­

mores de Hato Sabule (Sabule) e Hato Conan (Hato Conan);

hematite, um ou outro cristal lamelar no mármore de Laco Laur (Tahagamo); e limonite, em ligeiras impregnações de tendência vénular, em especial nas paredes das vénulas de calcite que atra­

vessam alguns mármores.

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Como o quantitativo de Ca O varia entre 52,00 — 54,27% e o de Mg O entre 1,98 — 0,75 % e a relação Mg O/Ca O de 0,04 a 0,01, quanto ao quimismo podem considerar-se como calcários cristalinos não magnesianos.

Fizeram-se sete análises químicas dos mármores de Timor

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Fizemos o cálculo das normas respectivas

e pràticamente chegamos à mesma conclusão, pois a percentagem de Ca C03 é muitíssimo superior à de Mg C03.

Como não reconhecemos a ocorrência de dolomite nos már­

mores estudados, concluímos que iões Mg + +, revelados pelas aná­

lises, substituíram isomòrficamente igual número de iões Ca + +

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na estrutura da calcite, tratando-se de calcite magnesiana. Mas como a substituição se verificou em pequenas quantidades, daí o quimismo pràticamente não magnesiano dos mármores de Timor.

Como vimos há nos mármores de Hato Huli Garem (Ilimano) e Curi (Ilimano) aspectos que denotam que a recristalização do calcário não foi intensa e se daria, portanto, em condições prova­

velmente epizonais.

Mas, outros mármores, como os de Hato Rate (Miri Huhum), em que ocorre diopside, e os de Subão (Ilimano), em que se encon­

tra flogopite, levam a admitir um grau de metamorfismo mais intenso, provavelmente mesozonal.

Os mármores de Timor são, pelas suas qualidades, óptimas rochas para revestimentos, decorações e estatuária, e poder-se-ão também utilizar no fabrico de cal de boa qualidade, na metalur­

gia, nas indústrias químicas e no correctivo de solos.

Agradecemos reconhecidos ao Engenheiro-Geógrafo Alfredo Monteiro Leite a oferta das amostras que colheu em Timor, e à Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar a possibilidade, que nos concedeu, de realização deste trabalho.

R E S U M E

Quelques marbres du Timor portugais

Les marbres que nos avons étudié sont des roches massives à texture granoblastique, microgranoblastique et porphyro-microgranoblastique, par­

fois avec un faciès qui montre qu’ils ont subi des actions tectoniques.

Ils sont essentiellement formés par de la calcite magnésienne et acces­

soirement par de la magnétite, de la limonite et quelque pyrite. Ils présen­

tent, parfois, de l’albite, de la muscovite, de la phlogopite, du diopside, de la sphène et de l’hématite.

Quant au chimisme, les marbres que nous venons d’étudier, peuvent être classés comme des calcaires cristallines non magnésiens.

Il est probabe que quelques marbres soient de l’épizone et d’autres de a mésozone.

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S U M M A R Y

Some Marbles of Portuguese Timor

The marbles we studied are massive crystalline rocks of granoblastic, microgranoblastic, porphyro-microgranoblastic textures, occasionally presen­

ting aspects which show them to have suffered tectonic action.

They are essentially constituted of magnesian calcite, and accessorily of magnetite, limonite and rare pyrite; they present at times albite, musco­

vite, phlogopite, diopside, sphene and hematite.

As to chemism, the marbles studied can be considered as non-magne- sian crystalline limestones.

It is possible that some of the marbles belong to the epizone and others to the mesozone.

Referências

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