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Ano Vieirino: o Padre António Vieira no púlpito, em Coimbra Autor(es): Urbano, Carlota Miranda

Publicado por: Associação Portuguesa de Estudos Clássicos; Instituto de Estudos Clássicos

URL

persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/30484 Accessed : 23-Oct-2022 12:27:23

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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Boletim de Estudos Clássicos — 49

147 voltar a cobrir de terra os achados, depois de estudados. O turismo não é, contudo, o único responsável pela degradação dos monumentos. As alterações climáticas, as chuvadas que se abatem por vezes sobre a cidade e as infiltrações que daí resultam, contribuem também para a erosão do solo, já de si muito fragilizado pelas sucessivas construções erigidas ao longo dos séculos. O Palatino é um exemplo perfeito desta situação. A instabilidade do local levou a que grande parte tenha permanecido vedado aos visitantes.

Estas questões não parecem por enquanto muito pertinentes para os responsáveis pela cultura e pelo património ou para os turistas ávidos de novas descobertas. Em Novembro de 2007, arqueólogos italianos deixaram o mundo estupefacto, uma vez mais. Durante os trabalhos de restauro do palácio de Augusto, numa zona até aí inexplorada, descobriram a mítica gruta onde alegadamente Rómulo e Remo teriam sido amamentados pela loba. A estrutura circular, com oito metros de altura e sete metros e meio de diâmetro, encontrava-se a dezasseis metros de profundidade. O receio de que a gruta abatesse e danificasse os edifícios circundantes levou os arqueólogos a utilizarem endoscópios e scanners de laser para a estudarem. Uma sonda com câmara incorporada revelou que o tecto estava coberto de conchas, mosaicos e mármores, havendo uma águia branca ao centro. Está também já agendada para o próximo ano a reabertura ao público do mausoléu de Augusto, inspirado no de Alexandre o Grande.

NÍDIA SANTOS

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Por ocasião do quarto centenário do nascimento do célebre jesuíta, multiplicam-se as celebrações comemorativas. Um pouco por todo o país organizam-se colóquios, exposições, teatro, concertos e congressos evocativos desta personalidade singular e verdadeiramente genial.

Missionário incansável, orador excepcional, diplomata experiente, o Padre António Vieira não deixa de nos surpreender pela sua acção plurifacetada. Do sertão agreste às refinadas cortes da Europa, na defesa dos índios, no ataque à escravatura, na apologia da Restauração da Coroa

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portuguesa e do seu reconhecimento internacional, o P. António Vieira deixou uma obra assinalável a que não faltou a faceta polémica.

Para assinalar a efeméride em Coimbra, o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e o Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, da Universidade de Coimbra, promoveram na Capela da Universidade, no dia 6 de Fevereiro, data em que se completou o quarto centenário do nascimento do jesuíta, a representação de um sermão e um recital de órgão. Por coincidir com Quarta –feira de Cinzas, foi pregado o “Primeiro Sermão de Quarta-feira de Cinzas” (Roma, Igreja de Santo António dos Portugueses, 1672), também conhecido como ‘do pó’, pelo actor Paulo Mira Coelho. Ao órgão esteve o organista titular da Capela da Universidade, Paulo Bernardino, que interpretou António de Cabezón e J. S. Bach.

No dia 4 de Abril último, voltou a estar em cena o P. António Vieira, desta vez numa organização da Câmara Municipal de Coimbra e da Escola Superior de Educação. O actor convidado, António Fonseca, representou magistralmente o célebre “Sermão da Sexagésima” no Mosteiro de Celas.

Para mais informações sobre as actividades em programação ou a decorrer neste ano vieirino podemos sempre visitar os sítios http://www.anovieirino.com/ e http://www.ua.pt/vieira2008/.

CARLOTA MIRANDA URBANO

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Depois da sua ‘inauguração’ no dia 9 de Março, foi aberta ao público em geral a ‘Casa de Augusto’, após longos anos de minucioso trabalho de restauro e conservação. Trata-se de um dos mais importantes monumentos da área do Palatino e, sem dúvida, os trabalhos que agora o trouxeram a público têm relevância ao nível da arqueologia mundial.

O espaço que hoje conhecemos como ‘Casa de Augusto’ foi descoberto nas escavações dirigidas por Gianfilippo Carretoni durante a década de 70 do séc. XX, quando estas se depararam com parte da construção demolida por Domiciano para a edificação do seu palácio. Seguiram-se longos anos de trabalho, nem sempre regulares, para cuidar da estrutura e dos muros que