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Mais que Vencedores

Por Silvio Dutra

Jan/2020

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A474

Alves, Silvio Dutra

Mais que vencedores

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2020.

46p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça I. Título.

CDD 252

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“35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?

36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.

38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,

39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8.35-39)

Após ter discorrido nos capítulos anteriores sobre a justificação e santificação pela graça, por meio da fé em Jesus Cristo, o apóstolo Paulo afirma neste capítulo oitavo qual é a plena segurança e vitória que é concedida por Deus aos crentes em razão da reconciliação eterna que alcançaram através da união espiritual deles com Jesus.

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Apesar de a vitória apontada pelo apóstolo com estas últimas palavras do oitavo capítulo, ser relacionada basicamente aos poderes externos que poderiam tentar arrancar o crente da sua comunhão segura e eterna com Deus, que jamais poderiam concretizar o seu objetivo em razão da obra perfeita realizada por Jesus para a nossa salvação, não pode ser esquecido que o pior inimigo de todos que foi vencido pelo Senhor na cruz é o pecado, que foi abundantemente considerado pelo apóstolo nos capítulos anteriores.

Assim, nem mesmo o pecado poderá separar para sempre o crente da sua aceitação por Deus como seu filho amado, ainda que este possa trazer sérios e graves castigos da parte do Senhor sobre o faltoso, todavia não com o propósito de destruí-lo e condená-lo a um tormento eterno, conforme é reservado somente para aqueles que permanecem na condição de não justificados e não regenerados.

Já o crente, alcançou a ambos no momento mesmo da sua conversão inicial, quando teve um encontro pessoal e espiritual com Cristo, que o libertou e perdoou de todo pecado.

De nenhum crente autêntico, que tenha sido assim justificado e regenerado por meio da fé, pode ser dito que seja ainda escravo do pecado,

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pois tendo sido libertado da referida escravidão por Jesus, já não é mais o pecado que detém o governo sobre sua alma, mas a graça.

Então como se pode conciliar esta doutrina da segurança eterna da salvação, com a conduta irregular de crentes rebeldes e desviados? A isto respondemos anteriormente quando afirmamos segundo o ensino da própria Escritura, que estes ficam sujeitos à disciplina de Deus, que pode chegar até mesmo ao ponto extremo da morte física, mas os tais permanecem como vencedores diante do Senhor, não em razão do bom testemunho que deram, mas em razão da vitória que foi obtida por Jesus para eles, de modo que mesmo morrendo fisicamente, não morrem mais espiritual e eternamente, conforme a promessa do próprio Senhor Jesus.

A filiação com Deus, pela qual o crente galgou à condição de participação do amor de Deus, nunca mais será removida, ainda que o crente possa ser submetido a muitas provas, e até mesmo vir a não ser participante do futuro arrebatamento da igreja, pela falta de santificação de sua vida, não atendendo ao alerta e convocação de Jesus para a vigilância e arrependimento permanentes, pelos quais poderá guardar a sua consagração. Estes alertas

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e chamadas são vistos especialmente nas cartas dirigidas às sete igrejas do Apocalipse.

“4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Apo 2.4,5).

“14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.

15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.” (Apo 2.14-16).

“20 Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.

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21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.

22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.

23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.

24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;

25 tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha.” (Apo 2.20-25).

“1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.

2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.

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3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.” (Apo 3.1-3).

“11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Apo 3.11).

“15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!

16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;

17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Apo 3.15-19).

Estas advertências, ainda que aplicáveis às igrejas de todas as épocas, se destinam

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especialmente às que tiverem vivendo no tempo do fim, conforme é o nosso caso presente, em que há muitas tentações, nas mais variadas formas, quer literais, quer virtuais, que procuram desviar o crente da sua firmeza em Cristo.

Bem faremos em atentar com grande cuidado criterioso para todas as coisas que podem alcançar os nossos sentidos, de modo a fazer uma firme separação entre o que é vil e precioso, para que não sejamos conduzidos a sermos enganados pelo engano que há no pecado.

Esta geração presente justifica todas as coisas que Deus condena claramente na Sua Palavra como sendo abomináveis, e isto porque o pecado a ilude e engana, com títulos bonitos e aparentemente honrosos de não se fazer discriminação, de não ser intolerante, de ser acessível e moldável aos novos ditames, a não caminhar de modo diferente da maioria, a considerar tudo como sendo aprovado, desde o ponto de vista que seja adotado, e tantas outras sutilezas que o pecado, este grande inimigo de Deus e nosso, que nos apresenta com o intuito de nos desviar da Sua santa presença.

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Se pecarmos, ainda que seja por ignorância de qual seja de fato a vontade de Deus, isto não pesa para a nossa justificação, pois o pecado, seja consciente ou inconsciente, sempre possui esta característica de inimizade contra Deus.

Por isso é dito que somos mais que vencedores, não por nossa causa ou mérito, mas por causa de Jesus. De nós mesmos poderíamos ser considerados evidentemente como mais que derrotados, mas Ele venceu por nós, e responde diante do Pai, como nosso Fiador, para que sejamos coparticipantes da sua vitória, independentemente da nossa condição presente.

O diabo, a morte, o pecado foram vencidos para sempre por Jesus, na cruz, para todo aquele que nele crê. Daí ser dito que somos mais que vencedores e não apenas vencedores, pois de nós mesmos, jamais conseguiríamos obter esta vitória tão grande e permanente, para nunca mais podermos ser afastados da presença de Deus.

Ele nos terá aperfeiçoados completamente na glória, independentemente daquilo que sejamos, pois a promessa da aliança que o Pai fez com o Filho seria a de que jamais lançaria fora aos que fossem salvos pela fé nEle.

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Observe, que a par da realidade desta segurança eterna da salvação, em nenhuma passagem das Escrituras, é o crente incentivado a ser negligente e tolerante com o pecado, seja ele qual for, pequeno ou grande, pois foi por causa do pecado que Jesus morreu por nós, porque de outra forma, jamais poderíamos ser perdoados e justificados por Deus.

Ao contrário, o crente é chamado a ser diligente em buscar uma santificação total de todo o seu corpo, alma e espírito.

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 5.23).

Nunca devemos confundir portanto, o que seja a nossa segurança eterna da salvação quanto à filiação, com a aprovação do nosso testemunho por Deus nesta vida presente, da qual depende o nosso real empenho em busca da santificação.

Na própria chamada à santificação há também a glória da vitória da obra de Jesus, porque Ele é poderoso para nos firmar e aperfeiçoar em graus de santidade, à medida que caminharmos no Espírito, praticando a Palavra, mortificando

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os feitos da carne, ou obras da carne, conforme são nomeadas em Gálatas, para a implantação das virtudes de Cristo ou fruto do Espírito, conforme também nomeados na mesma epístola.

“16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.

17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.

18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.

19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são:

prostituição, impureza, lascívia,

20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

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22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,

23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.

25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5.16-25).

Assim, tanto inimigos espirituais externos ou internos podem ser vencidos pelo poder da cruz.

Vejamos nas linhas a seguir o que J. R. Miller escreveu sobre este assunto de sermos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.

É melhor que não devamos cantar a tristeza. Já há notas tristes no ar do mundo. Devemos cantar de alegria, de alegria, de esperança. Isto é o que Paulo fez quando disse: "Somos mais que vencedores através daquele que nos amou!" Nós não precisamos ser derrotados em nossas batalhas, para gemer sob nossas cargas, para ser esmagado debaixo das nossas tristezas. Nós podemos ser vitoriosos. Todos nós temos nossa lutas. A vida não é fácil para nenhum de nós; ou se é, não estamos fazendo muito disso. Uma vida

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útil nunca é fácil. Deve ser do começo ao fim, em face da oposição.

Jacó viu a visão da vida como uma escada, com o pé apoiado na terra, e o topo alcançando o céu, na própria glória de Deus. Isso significava que o homem poderia elevar-se de seu mundanismo, de sua pecaminosidade, para sua nobreza e santidade de caráter, ganhando afinal semelhança com Deus e um lar com Deus. Mas significava também que a subida nunca poderia ser fácil. Uma escada nos ordena a subir, e subir é sempre difícil. É lento também, passo a passo.

Nunca se torna fácil, pois o céu está sempre acima de nós e a escalada não pode cessar até entrarmos nos portões de pérola.

Paulo constantemente imaginou a vida como um batalha - uma guerra. Nós somos soldados com inimigos para lutar. Os inimigos são fortes, não carne e sangue - mas anjos maus, inimigos espirituais, espíritos malignos. Eles são invisíveis. Eles se escondem na escuridão. Eles se escondem em emboscada. Demasiadas vezes eles aninham em nossos próprios corações! Eles tomam formas de anjos bons, para nos enganar.

A batalha é grande - e nunca termina até vencermos o último inimigo e passarmos pelas portas da bem-aventurança.

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Toda vida tem sua lida e deveres, as suas responsabilidades, tem doenças e tristezas e dores e perdas - e mil coisas, o que torna difícil viver vitoriosamente. É possível para nós, se somos cristãos, vencer em todas essas lutas e provações.

"Em todas estas coisas somos mais que vencedores". Ser mais do que vencedores é a ser triunfantes conquistadores, não apenas atravessando a batalha ou o problema - mas saindo dele com regozijo, com canto e alegria.

Algumas pessoas sofrem provações e não são superados por elas, mas suportam-no sem qualquer sentimento de vitória. Outras vencem sua tristeza, e todos através dele que você ouve por assim dizer, as notas de triunfo. O próprio Paulo era esse tipo de conquistador. Sua vida foi uma série ininterrupta de lutas. Nunca se tornou fácil para ele viver nobremente. Ele nos dá vislumbres às vezes de suas experiências.

Ele foi espancado com varas. Ele naufragou. Ele estava em perigo de assaltantes, em perigos no deserto, no mar, entre os falsos irmãos, em vigílias, em jejuns, em frio e nudez. Ele passou anos na prisão. Então ele teve inimigos em seu próprio coração - leia o sétimo capítulo de Romanos para descobrir o que lhe custou viver corretamente. Mas em todas essas coisas ele era

"mais do que vencedor".

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Alguém compara a vida de Paulo a alguém que atravessa a rua em uma noite escura e tempestuosa, cantando canções doces; ou a toda uma banda de música se movendo através da chuva e da escuridão, tocando marchas de vitória. É assim que devemos todos tentar viver como cristãos, não apenas suportando nossas provações e passando por nossas lutas - mas fazendo isso entusiasticamente - "mais do que vencedores". Não somente podemos ser vencedores - mas se somos cristãos, devemos ser conquistadores. Não nos atrevemos a ceder.

Nós acreditamos que devemos ser vencedores na tentação, que não devemos pecar. Sabemos que o mal em nós e o mal ao nosso redor não devem nos vencer. Sabemos que os apetites e paixões vis e os maus temperamentos não devem ser autorizados a nos governar. Mas esta não é a única fase da vida, na qual encontramos resistência e oposição, e devemos ser conquistadores, se quisermos viver nobremente.

Isso é verdade na vida física. Saúde é simplesmente a vitória sobre as doenças e fraquezas. É verdade em vida mental. Nunca é fácil ter uma mente treinada. Só pode ser obtido através de um longo e paciente estudo e severa disciplina. É assim em todas as experiências da vida. Nunca devemos nos render ao desânimo

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ou à depressão, pois não há razão para que o façamos. Na descrição do homem piedoso, no primeiro Salmo, onde ele é comparado a uma árvore plantada junto a correntes de água, lemos: "E tudo o que ele faz prosperará". Não há real fracasso possível em uma verdadeira vida cristã. Pode ser falha aparente; de fato muitas vezes existe. A vida de Cristo falhou, pois assim pareceu a homens. A vida de Paulo falhou. A vida de Henry Martyn falhou. Mas você sabe que sucessos gloriosos todas essas vidas foram no final.

Se somos verdadeiramente cristãos, em Jesus Cristo, é impossível falharmos. Por isso, em toda a adversidade, em toda perda, em toda a fragilidade da saúde, em toda perseguição, injustiça, temos apenas que permanecer fiéis a Cristo e não podemos falhar. "Tudo o que ele fizer prosperará." Por isso, nunca devemos nos render ao desânimo. Nós devemos ser mais do que vencedores.

O mesmo é verdade em relação à tristeza. A tristeza entra em todas as vidas. Nós não podemos nos calar. Mas nós podemos ser conquistadores. Quando a neve derrete na primavera, eu tenho visto muitas vezes flores doces florindo. As próprias vagas eram como cobertores quentinhos para mantê-las a salvo.

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Então assim deve ser na tristeza. Debaixo de neves frias de tristeza - as flores das graças cristãs crescem ilesas. Nós podemos superar a tristeza; nós devemos superar. Isso não significa que não devemos derramar lágrimas em nossas tristezas. O amor de Cristo não endurece o coração - isso realmente o torna mais sensível. A graça de Cristo não nos salva de sofrimento em luto. Ainda assim, devemos ser conquistadores.

Nossa tristeza não deve prevalecer. A paixão súbita deve ser atravessada vitoriosamente, com submissão doce e confiança alegre.

Do mesmo modo devemos enfrentar as perdas e adversidades mundanas, as falhas em nossos planos e esperanças humanos, o desvanecimento de nossas alegrias humanas.

"Mais do que vencedores" é o lema escrito em nossa coroa!

Mas não se esqueça das palavras finais da declaração de Paulo: "Em todas estas coisas somos mais que vencedores - por meio daquele que nos amou!" O texto não seria verdadeiro se essas últimas seis palavras fossem omitidas. Nós não podemos deixar Cristo fora da vida - e em qualquer coisa ser verdadeiros vencedores. O imperador romano viu o símbolo da cruz resplandecente no céu e sobre ele a lenda: "Por este sinal tu vais vencer!" Diante de todo jovem

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soldado da cruz, quando sai para começar as batalhas da vida, brilha o mesmo símbolo, com a mesma lenda. "Por isso você deve conquistar! "

"Somos mais que vencedores - através daquele que nos amou". É somente através de Cristo que qualquer um de nós pode vencer o pecado, a tristeza ou a provação.

Alguns de vocês podem estar perguntando, com profunda ansiedade - de que maneira Cristo nos ajuda em nossas batalhas e lutas. Como podemos vencer através dele? Uma parte da resposta é que ele mesmo superou todas as coisas. Ele veio em carne e osso por nós. Ele era o capitão da nossa salvação. Ele entrou na vida por nós. Ele conheceu todos os inimigos que já conhecemos. E ele foi mais do que vencedor em todas as lutas. Ele era tentado em todos os pontos, como nós somos, mas sem pecado. Isto é, ele venceu todo pecado.

Então ele conheceu a pobreza, e foi vitorioso nisso, vivendo docemente, pacientemente, com confiança, nela, sem descontentamento, sem inveja. Ele trabalhava como carpinteiro - mas nunca se irritou com a dureza do trabalho ou com a pequenez do pagamento. Mais tarde, ele não tinha onde reclinar a cabeça, nem mesmo como as raposas e os pássaros mais bem acomodados do que ele - mas ele nunca

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reclamou. Quando as pessoas se espalharam para suas casas nas sombras, deixando-o sozinho, ele subiu a montanha em silêncio e passou a noite sob as estrelas em paz. Assim, ele era mais do que vencedor na pobreza.

Então ele foi vitorioso em todo o erro que ele teve que suportar. De inimigos e de amigos, ele sofreu erros. Seus inimigos o perseguiram com ódio e perseguição, e finalmente o pregaram na cruz. Seus próprios amigos escolhidos fizeram muitas coisas para causar dor e perturbá-lo - um deles enfim traindo-o por dinheiro, outro negando-o em sua hora mais escura. A inimizade, o ódio e os erros não podem nos ferir - a menos que nos despertem para o ressentimento, para a raiva, para sentimentos amargos, para atos de vingança. Mas Jesus foi vitorioso em toda a sua resistência ao prejuízo.

Seu amor nunca falhou em nenhuma de suas provas dolorosas.

Ele também foi conquistador em sua luta contra a morte - o último inimigo. Não parecia assim a princípio. A morte o dominou na cruz e o deixou cativo em sua prisão escura. Mas não conseguiu segurá-lo. Ele rompeu as barras da morte e triunfou sobre a sepultura. Ele saiu como um conquistador glorioso, fora para sempre do poder da morte, com toda a radiância da vida.

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Assim, Cristo é universal conquistador. Não há inimigo que nós jamais teremos com quem nos encontrar - que ele não tivesse encontrado e vencido. Se estivermos em seu exército, ele nos levará também à vitória. Não podemos nós mesmos vencermos, mas ele lutará as batalhas por nós. Somos mais que vencedores, mas somente através daquele que nos amou.

Mas ainda - ele não apenas luta nossas batalhas por nós; ele nos ajuda a nos tornarmos vitoriosos. "Somos mais que vencedores, através daquele que nos amou". Não devemos ter a impressão de que Cristo simplesmente nos envolve nos laços de seu poderoso amor e nos transporta sobre os lugares difíceis da vida.

Quando estamos na presença da tentação, ele não apenas, com sua mão divina, ferirá e derrubará o adversário na luta e na batalha - ele vai nos fortalecer. Há um versículo que diz: "O Senhor ferirá a Satanás em breve", mas isso não é tudo. "O Senhor ferirá a Satanás - sob seus pés em breve." Você deve trilhar o inimigo sob seus pés, mas o Senhor irá feri-lo. Devemos nos tornar conquistadores através dele. Ele quer nos fortalecer e, portanto, ele não faz todas as coisas por nós e combate todas as nossas batalhas. Ele nos envia para encontrar os inimigos, as provações, as oposições - e então ele vai conosco para nos ajudar. Ele não tira o

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peso de nós - mas ele nos sustenta para suportá- lo.

Qual é então a nossa parte? É uma obediência implícita e inquestionável. Você se lembra daqueles casos nos evangelhos quando as pessoas foram curadas, conforme elas obedeciam? O homem com o braço ressequido foi convidado a esticá-lo - uma coisa impossível, em um sentido humano; mas como ele procurava obedecer, ele estava habilitado a fazê- lo. Saúde entrou em seu braço enrugado. Os dez leprosos foram convidados a ir embora e mostrar-se ao sacerdote. "E quando eles foram, eles foram limpos." A obediência fez deles vencedores.

Por isso, é sempre no recebimento da ajuda divina. Estamos na presença de alguma oposição, algum obstáculo, alguma provação.

Nós dizemos que não podemos passar por isso.

Mas ouvimos a voz de Deus ordenando: "Ide e eis que estou sempre convosco!" Se seguirmos em silêncio e com confiança, as dificuldades se derreterão diante de nós; o mar vai se abrir e fazer um caminho para os nossos pés; a montanha será removida e será lançada ao mar;

o inimigo fugirá enquanto avançamos. Cristo nunca dá um dever em que ele não nos dê

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também a força que nós precisamos para obedecer.

Existe um segredo abençoado neste ensinamento muito simples. Se fizermos a vontade de Deus, somos invencíveis e sempre seremos mais que vencedores. Você fica cara a cara com tristeza, desânimo ou alguma adversidade. O problema agora é vencer nessa experiência - não conseguir livrar-se da experiência - mas para enfrentá-la e passá-la vitoriosamente, para que não lhe machuque - mas que você será abençoado com isso. Agora, como você pode fazer isso? Nunca por resistir e rebelar-se. Você não pode fazer isso, repelir a provação ou evitá-la. Você também pode tentar lutar contra um ciclone, e resistindo, voltar atrás. Sua resistência só pode machucar e machucar sua própria vida! Mas se você docemente e silenciosamente ceder à provação ou à tristeza e curvar-se diante dEle - isso passará por você e você se levantará novamente ileso.

Tal reunião do julgamento muda a maldição na taça amarga - para bênção. Aquele que vencer na tentação, recebe nova força de sua conquista.

Aquele que é paciente e submisso no quarto de doença recebe uma bênção da dor. Aquele que supera a adversidade e mantém a fé e o amor

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brilhantes, transformou sua perda em ganho.

Então é em todas as coisas. Ser vencedor nas batalhas e lutas da vida é subir sempre para a glória e a bem-aventurança.

Deus molda todos os eventos e experiências da nossa vida, para que em todos eles haja uma bênção para nós. Sentimos falta disso se resistirmos e nos rebelarmos e, assim, falhamos na vitória. Mas se deixarmos a vontade de Deus ser feita em nós, alguma boa vontade sairá de cada cálice que ele puser em nossas mãos.

Então, vamos continuar, conquistando e conquistando, vencendo todas as tristezas da vida e obtendo bênçãos delas. Assim, continuaremos vitoriosos sobre os pecados e nos tornaremos santos, como lírios brotam dos pântanos negros; colocando a velha natureza sob nossos pés cada vez mais à medida que a nova natureza cresce em nós em força e beleza.

Assim continuaremos, triunfando sobre todos os males da vida, sobre todas as adversidades, até que, finalmente, ressurgindo da morte, estaremos diante de Deus, sem mancha ou mácula, tendo a imagem de Cristo!

Até aqui as palavras de J. R. Miller.

Nunca é demais lembrarmos que a Deus nos salvou por meio da fé em Jesus para que

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fôssemos inteiramente santificados pelo Espírito Santo, mediante a aplicação da verdade da Palavra às nossas vidas.

“1 Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (II Cor 7.1).

“3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;

4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,” (I Tes 4.3,4).

“2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” (I Pedro 1.2).

“14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,” (Hebreus 12.14).

Vemos portanto, por estas passagens das Escrituras, dentre muitas outras, que esta noção atual de se transigir com o pecado, e ainda assim pensar que isto é aceitável por Deus, é um grande erro, e o motivo principal de se ver tanto mau testemunho da parte de cristãos em todo o mundo.

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O crente deve fazer valer a vitória da cruz obtida por Jesus, principalmente por um viver que se oponha veementemente a todo tipo de pecado.

As obras da carne devem ser mortificadas pelo Espírito Santo, e é nosso dever nos despojarmos delas, andando conforme os mandamentos de Cristo e o exemplo que Ele e os apóstolos nos deixaram, e não segundo a inclinação carnal do nosso ego, o qual, a propósito deve também ser crucificado, se pretendemos experimentar este viver que é mais do que vitorioso sobre o pecado, o diabo e o mundo.

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Apêndice:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Há também uma grande ignorância relativa ao que seja a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser adequadamente entendida.

Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais

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do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.

Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.

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Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.

Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.

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Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

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nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

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transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos

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físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.

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Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

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Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

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Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

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da nossa salvação, pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano,

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pudessem alcançar algum favor da parte de Deus.

Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina, no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido

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este nosso novo ser que se inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.

Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a glória, onde tudo será perfeito.

Temos este penhor da perfeição futura da salvação dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador

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de toda a criação, inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e assim sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

Os humildes de espírito que reconhecem que nada possuem em si mesmos para agradarem a Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se dispõem a cumprir os Seus mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo o pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem perdoados.

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Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho, porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da Palavra de Jesus Cristo.

Vemos assim que ser salvo pela graça não significa: de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos um

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conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em santo e recebido como filho adotivo por Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento) que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião, totalmente perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da promessa da aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por graça e mediante a fé.

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Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia, isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e

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aproximação eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.

Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por um viver e andar em santificação, no Espírito.

É pelo desconhecimento desta verdade que muitos crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já se encontram salvos das consequências mortais do pecado.

Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma das faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a mortificação diária do pecado, e

Referências

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