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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E TRATAMENTO DE PACIENTES COM INTOLERÂNCIA A LACTOSE

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Academic year: 2021

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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E TRATAMENTO DE PACIENTES COM INTOLERÂNCIA A LACTOSE

PERIS, Elaine Alves

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MARVILA, Raissa Costa

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RODRIGUES, Raphael Cardoso

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INTRODUÇÃO

O leite é considerado um alimento completo contendo proteínas, minerais, vitaminas, gorduras e açúcares, que são primordiais para manutenção da saúde do organismo (PEREIRA, 2012). A lactose, o açúcar do leite, é um dissacarídeo composto por uma molécula de glicose e uma de galactose, que é hidrolisada pela enzima intestinal lactase, onde libera seus componentes para a absorção na corrente sanguínea (MATHIUS, 2016).

A intolerância à lactose (IL) é uma patologia comum em diversas populações nas mais variadas faixas etárias. A má-absorção da lactose ocorre por conta da inatividade ou ineficiência da enzima lactase, indivíduos intolerantes à lactose apresentam flatulência, dores abdominais e até diarreia (CUNHA et al, 2008). É classificada em três tipos: Congênita (extremamente rara), primária ou secundária. A mais comum é a IL primária, ocorre devido ao declínio da atividade de lactase na idade adulta. A secundária pode ser causada por doenças que causem lesão na mucosa do intestino delgado ou que aumentem significativamente o tempo de trânsito intestinal, como nas enterites infecciosas, giardíase, doenças celíacas, doenças inflamatórias intestinais (especialmente doença de Crohn), enterites induzidas por drogas ou radiação, doença diverticular do cólon.A deficiência congênita ocorre por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase (SANTOS, 2014).

Por se tratar de uma patologia onde o paciente deve fazer restrição de alguns alimentos, é importante o diagnóstico precoce, evitando assim o agravamento da doença. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo apresentar as características gerais a respeito intolerância à lactose bem como seu diagnóstico laboratorial e tratamento desta.

1

Graduando do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo-ES, periselaine@gmail.com;

2

Graduando do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo-ES, raissa.costa.marvila@gmail.com;

3

Professor orientador: DSc. Centro Universitário São Camilo-ES, raphaelrodrigues@saocamilo-es.br.

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METODOLOGIA

Trata-se de trabalho de revisão bibliográfica na qual se baseia em um levantamento qualitativo de dados na literatura referente à intolerância a lactose, essas que por sua vez foi realizada por meio de uma retrospectiva utilizando-se como base de dados os índices de literatura disponíveis além da consulta online na internet, dando preferência às fontes bibliográficas primárias, onde as informações foram vinculadas originalmente pelos autores. As fontes cientificas, utilizadas foram as plataformas Scielo, Pubmed, Bireme e obras literarias. O idioma utilizado pela pesquisa foi o português. No momento de seleção dos artigos foram lidos e preferidos os títulos que tinham relação com o objetivo do estudo para, em seguida, selecionados aqueles que estavam de acordo com a temática em estudo. O critério para utilização dos artigos selecionados foi baseado no tema em que se era discutido, descartando aqueles que não tinham como objetivo o tema referente à palavra chave utilizado na pesquisa (intolerância a lactose, lactose).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Gasparin et al. (2010) são descritas como intolerâncias alimentares qualquer resposta diferente a um aditivo ou alimento, sem que haja as intervenções imunológicas. A intolerância à lactose, comum entre adultos na maior parte das populações humanas, exceto aquelas originarias do norte da Europa e alguns países da África, é devida ao desaparecimento, após a infância, da maior parte ou de toda atividade lactasica das células epiteliais intestinais (NELSON et. al, 2002).

Na ausência de lactase intestinal, a lactose não pode ser completamente digerida e absorvida no intestino delgado, passando para o intestino grosso, onde bactérias a convertem em produtos tóxicos que causam cãibras abdominais e diarréia. O problema é ainda mais complicado porque a lactose não digerida e seus metabolitos aumentam a osmolaridade do conteúdo intestinal, favorecendo a retenção de água no intestino (NELSON et. al, 2002).

A manifestação de sintomas apresentados por indivíduos que possuem má

digestão de lactose devido a reduzidos níveis da enzima lactase, é observada com

maior frequência em adultos, visto que em lactentes e crianças na faixa etária de 3 a

7 anos a atividade da enzima é alta, salvo em casos de deficiência congênita

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(GRAND, 2010). O Quadro 1 ilustra os sintomas que relacionados a paciente que apresentam intolerância a lactose

Quadro 1 – Sintomas relacionados a intolerância a lactose Sintomas da Intolerância a lactose

Dor abdominal (localizada na região periumbilical) Sensação de inchaço no abdome

Flatulência

Borborigmos (audível no exame físico) Fezes volumosas, espumosas e aquosas Vômitos (particularmente em jovens)

Fonte: Mattar et. al (2010)

Existe uma grande variabilidade de sintomas entre os pacientes com intolerância à lactose. Os fatores responsáveis por esta variabilidade incluem a osmolalidade e conteúdo de gordura do alimento no qual o açúcar é ingerido, o esvaziamento gástrico, a sensibilidade à distensão abdominal produzida pela carga osmótica da lactose não hidrolizada no intestino delgado superior, o trânsito intestinal e a resposta do cólon à carga de carboidrato. De uma maneira geral, os alimentos com alta osmolalidade e conteúdo de gordura diminuem o esvaziamento gástrico e reduzem a gravidade dos sintomas induzidos pela lactose (MATTAR et. al, 2010).

Para ter certeza de que é realmente a intolerância à lactose que está causando esses sintomas, os métodos de diagnóstico mais comumente usados para avaliar a absorção da lactose são: teste de tolerância à lactose, teste respiratório do hidrogênio expirado, medidor de ácidos, biopsia e avaliação genético (PEREIRA et.

al, 2012). A Tabela 1 apresenta as características gerais dos testes que são utilizados para o diagnóstico da doença.

O tratamento em indivíduos intolerantes à lactose consiste basicamente na

exclusão de produtos lácteos em suas dietas, causando um problema, pois esses

alimentos são fontes primárias de cálcio e o corpo perde quantidades consideráveis

desse mineral diariamente. Com isso, torna-se então necessário um suprimento

constante de cálcio de outras fontes alimentares para garantir a densidade mineral

óssea (MATIÙS, 2016). Outro tipo de tratamento para que intolerantes à lactose

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continuem com o consumo de leite e cálcio é a realização de testes de provocação, ou seja, ingerir pequenas doses de leite e derivados, pois isso permite que qualquer lactase que esteja presente no intestino faça o seu trabalho de digerir a lactose, mantendo, desta forma, a integridade da microbiota intestinal, pois não são só os sintomas prejudiciais, mas podendo causar maiores carências nutricionais, além do cálcio. Deve sempre começar com uma quantidade menor e lentamente aumentar o tamanho da porção, e quando notar os sintomas suspender o consumo. (GASPARIN et. al, 2010)

Tabela 1 – Métodos de diagnósticos e características dos procedimentos utilizados para o diagnóstico da intolerância a lactose.

Métodos de Diagnóstico Comentários e Características

Teste de Tolerância à Lactose O paciente ingere um líquido rico em lactose para, depois, realizar um exame de sangue e verificar a quantidade de glucose na corrente sanguínea.

Teste Respiratório do Hidrogênio Expirado O paciente também ingere um líquido com altas quantidades de lactose para que o médico, depois, analise a quantidade de hidrogênio expelido pelo hálito do paciente.

Medidor de Ácidos A lactose não ingerida produz ácido láctico no organismo, que consegue ser identificado por meio de um medidor de ácidos.

Biópsia Terá como base medir a atividade enzimática

da lactase no intestino. É um método invasivo, sujeito a complicações sérias. Além disso, é importante ressaltar que a atividade enzimática da lactase varia ao longo do intestino

Avaliação Genética A análise isolada do gene MCM6 é mais indicada para adolescentes e adultos e a análise de mutações no gene LCT para recém-natos com quadro gastrointestinal grave. é indicada, também, para os lactentes, crianças e adultos com a finalidade de diagnóstico diferencial entre as causas de doenças gastrointestinais persistentes.

Fonte: Gasparin et al., (2010)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intolerância à lactose acomete pessoas em diferentes faixas etárias, é

importante o diagnostico precoce e o tratamento mais adequado para cada tipo de

paciente, evitando alimentos ricos em lactose e substituindo por alimentos isentos

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desse açúcar. Recomenda-se que após diagnostico confirmado, que o portador de intolerância à lactose procure orientação nutricional para conhecer as alternativas de produtos lácteos com teor reduzido de lactose, disponível no mercado e que atenda as suas necessidades, mantendo uma alimentação equilibrada, com nutrientes necessários, sem prejuízos à saúde.

REFERÊNCIA

CUNHA, Magda Elisa Turine; SUGUIMOTO, Hélio Hiroshi; OLIVEIRA, Adriana Nery;

SIVIERI, Kátia; COSTA, Marcela de Rezende. Intolerância à Lactose e Alternativas Tecnológicas. Londrina. UNOPAR Cient., 2008. 83-88 p.

GASPARIN FSR, TELES JM, ARAÚJO SC. Alergia à proteína do leite de vaca versus intolerância à lactose: as diferenças e semelhanças. Revista Saúde e Pesquisa. 2010.

GRAND, J. G. What is lactose intolerance and how to measure it. In: NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH. Lactose Intolerance and Health. Kensington: National Institutes of Health, 2010.

MATHIÚS, Laís Adrieli; MONTANHOLI, Cássia Helena dos Santos; OLIVEIRA, Luis Carlos Nobre; BERNARDES, Daniele Navarro D’ Almeida; HERNANDEZ, Fabiana Maciel de Oliveira. Aspectos Atuais da Intolerância á Lactose. Vol.37. Araçatuba.

Revista Odontológica, 2016. 46-52 p.

MATTAR, R.; MAZO, D. F.de C. Intolerância à Lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010.

NELSON, D. L. & COX, M. M. 2002. Lehninger: Princípios de Bioquímica. 3ª edição. Editora Sarvier, São Paulo, SP, Brasil. ISBN: 85-7378-125-4.

PEREIRA, Mônica Cecília Santana; BRUMANO, Larissa Pereira; KAMIYAMA, Carolina Martins; PEREIRA, João Pablo Fortes; RODARTE, Mirian Pereira; PINTO, Mirian Aparecida de Oliveira. Lácteos Com Baixo Teor de Lactose: Uma Necessidade para Portadores de Má digestão da Lactose e um Nicho de Mercado. Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”, 2012. 57-65 p.

SANTOS, Francisca Flaviane Pereira; OLIVEIRA, Gerson Leite; PIMENTEL, Hévelyn Gomes Pessoa; PINHO, Kaique Dantas; VERAS, Helenicy nogueira Holanda.

Intolerância à Lactose e as Consequências no Metabolismo do Cálcio. Vol.2.

Faculdade Leão Sampaio. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, 2014.

Referências

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