REGIME DOS TRABALHADORES INDEPENDENTES
Alterações no Código Contributivo -
ENQUADRAMENTO
QUEM ESTÁ ABRANGIDO
• O Decreto Lei n.º 2/2018, de 9 de janeiro, veio introduzir algumas alterações no Código Contributivo, no âmbito do Regime dos Trabalhadores Independentes, com o objetivo de combater a precariedade nas relações laborais, o qual irá introduzir alterações a partir de 1 de janeiro de 2019
• Este novo regime apenas abrange quem exerce atividade enquadrada no regime de IRS - Categoria B (rendimentos empresariais e profissionais), ou seja, os ENI – Empresários em Nome Individual
QUEM ESTÁ EXCLUÍDO
• Quem exercer a atividade de Alojamento Local, na modalidade de moradia ou apartamento, e estiver enquadrado no regime do IRS (regime simplificado ou contabilidade organizada), está excluído deste novo regime e das novas obrigatoriedades a partir de 1 de janeiro 2019
• Alojamento Local explorado na modalidade de Estabelecimento de Hospedagem, e atividade de Restauração e Bebidas, se enquadradas no regime de IRS, estão obrigados ao cumprimento das novas regras, a partir de 1 de janeiro de 2019
QUEM ESTÁ ISENTO
• Os trabalhadores independentes que acumulem atividade independente com atividade por conta de outrem, e não aufiram um rendimento relevante mensal médio, apurado trimestralmente, de valor igual ou superior a 4 vezes o IAS – Indexante de Apoios Sociais (total de 1.715,60€ em 2018) se:
• Se a atividade seja prestada a entidades empregadoras distintas e que não tenham entre si uma relação
• O exercício de atividade por conta de outrem determine o enquadramento obrigatório noutro regime de proteção social que cubra a totalidade das eventualidades abrangidas pelo regime dos trabalhadores independentes
• O valor da remuneração mensal média considerada para o outro regime de proteção social seja igual ou superior a 1 vez o valor do IAS (428,90€ em 2018)
TRABALHADORES INDEPENDENTES
Quais as Taxas Contributivas que os Trabalhadores Independentes passam a ter que pagar?
O que são Trabalhadores Independentes?
• Pessoa com atividade profissional (e respetivo cônjuge ou pessoa que com ela viva em união de facto*) de prestação de serviços (incluindo a atividade de caráter científico, literário, artístico ou técnico), comercial ou industrial
• Empresário em nome individual com rendimentos decorrentes de atividade comercial e industrial e titular de estabelecimento individual de responsabilidade limitada e respetivo cônjuge ou pessoa que com ele viva em união de facto*
(*Se com ele exercer efetiva atividade profissional com caráter de regularidade e de permanência) Não dispensa a consulta em http://www.seg-social.pt/trabalhador-independente
21,4% • Trabalhadores Independentes
25,2% • Empresários em Nome Individual (incluindo cônjuges)
• Titulares de Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (incluindo cônjuges)
RENDIMENTO RELEVANTE
Atividade de Prestação de
Serviços
O rendimento relevante para efeitos de tributação, ao abrigo do regime contributivo para a segurança social dos trabalhadores independentes, passa a ser determinado com base nos rendimentos obtidos nos três meses imediatamente anteriores ao mês da declaração trimestral, nos seguintes termos:
Como se determina o Rendimento Relevante?
70%
(do valor total dos últimos 3 meses)
Atividade de Produção e Venda
de Bens
20%
(do valor total dos últimos 3 meses)
Regime Simplificado
IRS
Contabilidade Organizada
IRS
• No caso de estar abrangido pelo regime de contabilidade organizada, previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, o rendimento relevante corresponde ao valor do lucro tributável apurado no ano civil imediatamente anterior
+
1
3
BASE DE INCIDÊNCIA CONTRIBUTIVA
Tributação sobre o Rendimento Relevante apurado trimestralmente
Base de Incidência de 1/3 do Rendimento
Relevante
Aquando de qualquer declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento relevante superior ou inferior até 25% àquele que resultar dos valores declarados
Base de Incidência de 5.055,84€
Inexistência de
rendimentos ou caso o valor das contribuições devidas seja inferior a 20€
Contribuição mínima de 20,00 €
2
Trabalhadores
Independentes que
estavam enquadrados no último escalão
REGIME SIMPLIFICADO IRS
1
BASE DE INCIDÊNCIA CONTRIBUTIVA
Regime do Apuramento Trimestral
Base de Incidência de 1/3 do Rendimento
Relevante
No anterior regime, era possível a escolha de um escalão, mas atualmente só é possível a escolha do valor do rendimento relevante inferior/superior se optarem pelo regime do apuramento trimestral
A escolha do apuramento trimestral, implica
• Sujeição a declaração trimestral
• Apuramento do rendimento relevante com base numa percentagem de faturação/vendas
Base de Incidência sobre o duodécimo do lucro tributável apurado no
ano civil anterior
2 Lucro Tributável apurado no ano civil anterior
CONTABILIDADE ORGANIZADA IRS
ACUMULAÇÃO TRABALHO DEPENDENTE E INDEPENDENTE – Isenção Contribuição
Os trabalhadores independentes que acumulem, trabalho
dependente e independente, podem ficar isentos de contribuição do trabalho independente na seguinte
situação
O Rendimento Relevante mensal médio, apurado trimestralmente, for inferior a
1.715,60 €
4 vezes o IAS (428,90€ em 2018)
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS E PAGAMENTOS
Quais as novas obrigações declarativas
Regime Simplificado IRS
• A determinação do rendimento relevante passa a ser trimestral, com base nos valores declarados pelo trabalhador e pela Autoridade Tributária
• Período do cumprimento trimestral:
• Janeiro (com base nos rendimentos de outubro a dezembro)
• Abril (com base nos rendimentos de janeiro a março)
• Julho (com base nos rendimentos de abril a junho)
• Outubro (com base nos rendimentos de julho a setembro)
Contabilidade
Organizada • Não há cumprimento trimestral, a não ser que o trabalhador independente opte por esta modalidade, ficando assim obrigado ao mesmo
Quais os novos prazos de pagamento
• O pagamento da contribuição passa a ser efetuado entre o dia 10 e o 20 do mês seguinte àquele a que respeitam
ENTIDADES CONTRATANTES
O que são Entidades Contratantes?
• São as pessoas coletivas e singulares com atividade empresarial, que no mesmo ano civil beneficiem de mais de 50% do valor total da atividade de determinado trabalhador independente
• Ou seja, uma empresa ou um ENI que pague serviços a um trabalhador independente, os quais representam mais de 50% do seu rendimento anual, são considerandos empresas contratantes para esse trabalhador
• A qualidade de entidade contratante é apurada apenas relativamente aos trabalhadores independentes que tenham um rendimento anual obtido, com prestações de serviços, igual ou superior a 6 vezes o valor do IAS (total de 2.573,40€ em 2018)
Quais as Taxas Contributivas que as Empresas Contratantes passam a ter que pagar?
7%
• Quando a dependência económica do trabalhador seja entre 50% e 80%, ou seja, quando do total do rendimento anual do trabalhador independente, entre 50% a 80% é da mesma entidade (e o valor anual de rendimentos do trabalhador, no total, seja igual ou superior a 6 vezes o IAS – 2.573,40€)
10% • Quando a dependência económica do trabalhador seja superior a 80%, ou seja, quando do total do rendimento anual do trabalhador independente, mais de 80% é da mesma entidade (e o valor anual de rendimentos do trabalhador, no total seja igual ou superior a 6 vezes o IAS – 2.573,40€)
INFORMAÇÕES E CONTACTOS
Esta informação não dispensa a consulta do Decreto Lei n.º 2/2018, de 9 de janeiro.
Os serviços da AHRESP (tel. 21.352.70.60) estão à disposição para os esclarecimentos necessários:
• Inês Santos (ines.santos@ahresp.com)
• Pedro Carvalho (pedro.carvalho@ahresp.com)
CONTABILIDADE ORGANIZADA
EXEMPLOS DE CASOS PRÁTICOS
- Trabalhador Independente -
EXEMPLO 1
Empresário/Trabalhador Independente que aufere proveniente da prestação de um serviço:
• 2.000€/mensais
• 24.000€/ anuais
Regime Antigo Novo Regime
*Aquando de qualquer declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento
EXEMPLO 2
Empresário/Trabalhador Independente que aufere proveniente da prestação de um serviço:
• 750€/mensais
• 9.000€/anuais
Regime Antigo
Novo Regime
*Aquando de qualquer declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento
EXEMPLO 3
Empresário/Trabalhador Independente que aufere proveniente da:
• Prestação de um serviço: 1.000€/ mensal 12.000€/anual
• Vendas (Produtores ou Comerciantes): 2.000€/ mensal 24.000€/anual
Regime Antigo Novo Regime
*Aquando de qualquer declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento
EXEMPLO 4
Empresário, com contabilidade organizada, cujo valor do lucro tributável apurado no ano anterior é de 25.000€
Regime Antigo Novo Regime
*Aquando de qualquer declaração trimestral, o trabalhador independente pode optar pela fixação de um rendimento
EXEMPLOS DE CASOS PRÁTICOS
- Empresa Contratante -
EXEMPLO 1
• Empresa ABC, Lda, paga a um trabalhador independente 2.200€/ano;
• Trabalhador não presta serviços a outras empresas
A Empresa ABC, Lda, não é entidade contratante, uma vez que o trabalhador independente não ultrapassa o valor de prestações de serviços a 6 vezes o valor do IAS (2018 = 428.90€)
EXEMPLO 2
• Empresa ABC, Lda, paga a um trabalhador independente 1.750€/ano;
• Trabalhador presta serviços a outras empresas no valor de 1.250€;
EXEMPLO 3
• Empresa ABC, Lda, paga a um trabalhador independente 4.500€/ano;
• Trabalhador presta serviços a outras empresas no valor de 500€;