TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO: IMPLEMENTAÇÃO DE UM MANUAL DE PROCEDIMENTOS LOGÍSTICOS EM UMA EMPRESA FORNECEDORA DE PAINÉIS ELÉTRICOS

TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO:

IMPLEMENTAÇÃO DE UM MANUAL DE

PROCEDIMENTOS LOGÍSTICOS EM UMA EMPRESA FORNECEDORA DE PAINÉIS ELÉTRICOS

ALBERTH SILVA SERRA (FATEC-SEBRAE) alberth.serra@fatec.sp.gov.br CARLOS FERNANDO SCHIPER DE ARAUJO

(FATEC-SEBRAE) carlos.araujo18@fatec.sp.gov.br DANIELA MENDES COGNOLATO

(FATEC-SEBRAE) daniela.cognolato@fatec.sp.gov.br SIDIONEY ONEZIO SILVEIRA

(FATEC-SEBRAE) sidioney.silveira@fatec.sp.gov.br

RESUMO

O artigo tem como objetivo analisar o sistema atual de transporte e armazenagem de painéis elétricos, mostrando uma alternativa de transporte para orientar amplamente algumas das opções da operação logística dos painéis elétricos para não trazer danos ao meio ambiente, aos trabalhadores e garantir que o produto esteja nas mesmas condições de fabricação mesmo decorridos alguns meses de armazenagem. Com isso descreve-se as etapas para embalagem de modo a proteger o produto ou subproduto durante armazenagem, remoção e transporte, garantindo a qualidade dos mesmos e das tarefas realizadas.

PALAVRAS-CHAVE: Transporte e armazenagem 1. Painéis elétricos 2. Logística 3.

ABSTRACT

The article aims to analyze the current system for transporting and storing electrical panels, showing a transport alternative to broadly guide some of the options of the logistical operation of electrical panels to not harm the environment, workers and ensure that the product is in the same manufacturing conditions even after a few months of storage. This describes the steps for packaging in order to protect the product or by-product during storage, removal and transport, as well as the unpacking and installation procedures, ensuring the quality of the same and the tasks performed.

Keywords: Transport and storage 1. Electrical panels 2. Logistics 3.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por finalidade analisar as possíveis vantagens da implantação de um sistema de armazenamento e transporte, para uma empresa fornecedora de painéis elétricos de uso industrial, de forma a garantir sua integridade desde do armazenamento inicial dentro da

empresa desenvolvedora e produtora dos painéis, passando pela embalagem, transporte, desembalagem e por fim a instalação no cliente ou local final projetado.

Para tanto utilizou-se de uma metodologia logística, desenvolvida especificamente para uma empresa do ramo de fornecimento de soluções industriais ligadas à eletricidade e de setores correlatos de fornecimento, distribuição e manutenção da energia elétrica interna de empresas.

Para que os produtos produzidos possam atender da melhor maneira possível o consumidor final, deve-se ter em mente que de nada adianta um controle rigoroso da produção e qualidade do produto final, se de fato, não existir uma preocupação com a correta embalagem e armazenamento de um produto, valendo-se das mais variáveis técnicas, para garantir que ele não esteja avariado antes mesmo de sair da fábrica.

A importância impar da embalagem se deve ao fato de que para um determinado produto possa ser armazenado, transportado e comercializado adequadamente e com segurança, a embalagem tem que ter a finalidade primeira de proteger o que está dentro dela. Para que isso ocorra, o departamento de desenvolvimento em conjunto como de logistica, dentro da organização, devem compreender, que para que ocorra uma menor quantidade de danos ao produto durante qualquer tipo de movimentação, é primordial que ambos conheçam as características do que será transportado, para que as embalagens e processos se adequem da melhor forma possível, utilizando os materiais e técnicas para melhor atender suas necessidades.

Refletindo estes conceitos logísticos de embalagem para o produto estudado, que no caso é painel elétrico, pode-se ver que o mesmo se aplica identicamente, sendo que para os painéis possam chegar em perfeitas condições ao cliente, a empresa tem que unir parâmetros inter relacionados para chegara a melhor solução, evitando perdas e transtornos no armazenamento e transporte.

A qualidade dos serviços oferecidos, produtos, embalagens e todo o processo logístico até chegar ao consumidor, é levantado com grande impeto pelas empresa atualmente, para que com os devidos fins se faça com que a logística de transporte interna e externa seja o mais perfeita possível. O transporte e toda a logística por de trás de uma mercadoria se tornou o maior desafio das empresas, fazendo com que se buscassem formas melhores de se transportar sem prejudicar a mercadoria, com as movimentações antes e durante o seu percurso que podem danificar tanto a embalagem quanto o produto.

Os dados deste artigo tem um maior teor explicativo, visando demonstrar o melhor e mais condizentes métodos da logística envolvendo paineis elétricos e suas embalagens e como isso é crucial para uma boa cadeia logística de uma empresa no setor elétrico.

Este artigo começa pela definição de logística e seu envolvimento com embalagens e transporte. Na sequência, explora-se o conceito de embalagem e é demonstrado a sua relação com transporte. Posteriormente é abordada a solução técnica, apresentada com base nos assuntos relacionados a armazenamento, embalamento e desembalamento, transporte instalação. Os dados para o desenvolvimento deste artigo foram coletados por meio de pesquisa teórica, levantamento bibliográfico realizados anteriormente e por dados fornecidos pela empresa do presente estudo.

2. EMBASAMENTO TEÓRICO

A literatura enfatiza a importância da interação entre os meios logísticos de transporte e embalagem, conseguindo o melhor tipo de embalagem para o meio que será exposto, evitando gerar custos extras para toda a cadeia logístcia da empresa. Segundo Faria (2013) os fatores econômicos de distância, volume, facilidade de manuseio, densidade, facilidade de

acondicionamento,responsabilidade e mercado exercem influencia nos custos de transporte. No campo da logística, conforme analisado por Carvalho (2008), para que se consiga o desenvolvimento adequado de uma embalagem, deve-se seguir uma sequência lógica, que começa pela definição, estratégia, criação, levantamento das soluções, escolha da melhor solução, implementação e realimentação do processo.

As embalagens são comumente desenvolvidas sem a devida consideração dos impactos que podem ser causados em uma cadeia de produção e de distribuição de mercadorias. No ramo de produção de materiais e soluções de elétricidade a maioria das empresas definem a responsabilidade de desenvolvimento das embalagem para a própria linha de produtiva. Apesar desta área ter muito conhecimento no sistema de produção, o mesmo não ocorre com tem a cadeia de distribuição dos produtos, o que leva ao desenvolvimento de embalagens privilegiando o processo produtivo e não propiciam segurança e eficiência em termos logísticos.

Segundo o Centro de Tecnologia de Embalagem (2005) é muito importante destacar a importância de uma abordagem de cunho científico para o melhor desenvolvimento de uma embalagem com o intuito de reduzir o tempo para a realizar mudanças, por conta de uma alta velocidade de informações de mercado em menor tempo, seguida pelo tipo de complexidade do projeto para o desenvolvimento do sistema de embalagem, atendendo todos os requisitos e tipos de anseios dos clientes da empresa, e pela implementação de novos tipos de materiais e técnicas de embalagem de produtos.

2.1 Logística

Quando se faz necessária a movimentação de algum tipo de carga é preciso realizar um estudo logístico para conhecer todo o processo de fluxo associado a produtos, serviços e também de informações entre fornecedores e clientes, para que estes consigam chegar ou serem realizados nas melhores condições, sendo estendido desde o ambiente empresarial até o cotidiano das pessoas. A logística está intimamente ligada ao custo e ao planejamento ou melhoria de processos de produção, sendo a sua gestão considerada um dos itens mais importantes para qualquer tipo de empresa que trabalhe com produtos que necessitam de transporte.

Conforme a Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP, 2020), a logística faz parte da cadeia de suprimentos responsável por planejar, implantar e controlar com eficiência e efetividade o todo o fluxo de escoamento e de estoque, além do fluxo reverso de bens, serviços e informações desde o ponto de origem ao ponto de consumo com o intuito de atender às restrições de serviço e satisfação do cliente.

Para Pozo (2010), a logística é basicamente todo o processo que visa gerenciar a aquisição, movimentação e armazenagem dos materiais e controlar os seus fluxos por meio dos canais existentes visando o lucro máximo e satisfação do cliente.

Ballou (2006), define Logística como a integração das atividades do fluxo de produtos e serviços, abrangendo os fluxos de informações, transporte, armazenagem e estoques, para realizar o controle e planejamento da cadeia logística com o objetivo de agregar valor e adicionar a maior contribuição à empresa. Ainda Ballou (2006) acrescenta que a missão da logística é conseguir disponibilizar todos os produtos ou serviços corretos de uma empresa, no lugar, tempo e com as devidas condições necessárias combinadas anteriormente,agregando ao termo logística por meio de um elo, o conceito de ter como missão diminuir a lacuna entre a os meios de produção e de consumo.

Portanto, conforme visto a logística tem por fundamentalidade estabelecer uma cadeia ideal entre fornecedores e clientes, quebrando barreiras e promovendo a integração de

processos, o que é conhecido pela maioria dos autores como a Gestão de Supply Chain ou como Suply Chain Management.

2.2 Transporte Logístico

O transporte consiste no deslocamento de bens ou pessoas de um ponto para outro, sendo de importância fundamental para que os mesmos cheguem ao destino, com o melhor desempenho e integridade possível, considerando os custo e despesas ao longo de todo o processo de transporte, além de respeitar os prazos definidos. Este processo é diferente da conhecida movimentação de materiais que ocorre dentro das organizações, por estar intimamente ligado com o deslocamento no exterior do ambiente empresarial.

Segundo Ballou (2006), o conceito de transporte no meio empresarial é simplesmente o ato deslocar matérias-primas ou produtos entre um ou mais pontos geográficos distintos.

O setor de transportes interiorizou a logística aos seus processos, sendo que esta, segundo Paoleschi (2011)

,

Para Chopra e Meindl (2003), o transporte logístico é o deslocamento do produto de um ponto a outro, desde o início da cadeia de suprimentos até chegar ao cliente, sendo importante para toda a cadeia produtiva, pois normalmente os produtos fabricados não são comumente consumidos no mesmo local de origem.

Com isso o transporte logístico é organizado de modo a utilizar o menor custo possível, dentro dos parâmetros de precisão, confiabilidade e rapidez com o melhor aproveitamento de distribuição da carga, sendo essencial fazer um planejamento e uma programação de todo o processo de entregas cumprindo prazos estabelecidos, e com maior controle de custos.

De todas as alternativas de transportes, deve-se sempre optar pelos tipos de modais que se adequam com o produto a ser transportado, levando em consideração os custos do modal, o tempo médio de entrega da mercadoria ao destino, o tempo de trânsito e as perdas e possíveis danos ao que está sendo transportado, além disso, deve estar disponível e fornecido com frequência. Portanto as escolhas devem ser as melhores possíveis, pois estas serão influentes na qualidade do oferecimento dos produtos junto ao cliente.

2.3 Embalagem

A embalagem tem como definição ser um sistema que integração de materiais e equipamentos com o objetivo de portar bens e produtos para o consumidor final, por meio de canais de distribuição, sendo também definida como um elemento, com características de poder envolver, conter e proteger qualquer tipo de produto enquanto é realizada a sua movimentação, transporte, armazenagem, comercialização e consumo.

Segundo Moura e Banzato (1997), embalagem pode ser definida como um conjunto de técnicas científicas ou artísticas utilizadas para preparar as mercadorias, com o propósito de criar possíveis e melhores condições para se poder transportar, armazenar, distribuir, vender e consumir, sendo um meio onde é possível assegurar a entrega de um determinado produto na condição razoável ao menor custo.

Para o Centro de Tecnologia de Embalagem (2005) a embalagem é um conjunto de operações, materiais e acessórios utilizados para o objetivo de conter, proteger e conservar os produtos no momento de seu transporte até o destino, ponto de utilização ou venda a um custo condizente, e com respeito a ética e ao meio ambiente.

Para Gurgel (2000) a embalagem é fundamental na cadeia entre o fornecedor e o cliente, interagindo com a logística empresarial, desde a o processo de movimentação até a sua distribuição ao consumidor.

Com isso, vê-se que a principal função da embalagem em logística é proporcionar e facilitar a movimentação, transporte e armazenagem dos bens e produtos de uma organização.

Para Negrão e Camargo (2008) as embalagens possuem funções especficas para cada tipo de produto, sendo em sua maioria um recipiente que possui a função de armazenar temporariamente um produto para o proteger visando sua distribuição, identificação e consumo e também estender o seu prazo de validade. Ballou (1993) destaca ainda que a embalagem possui os propósitos secundários de realizar a promoção a venda de um produto, melhorar a utilização dos meios de transporte e facilitar a utilização da mercadoria.

Toda a embalagem deve ser considerada como um investimento, quando bem planejada, para que com isso se obtenha menores custos com fretes, estoques e problemas de qualidade no produto causados pelo transporte e movimentação da mercadoria. Para Ballou (1993), o desenvolvimento da embalagem deve ser feito em conjunto com as áreas de Logística, Engenharia e Vendas atendendo todos os objetivos propostos por ela.

Segundo Carvalho (2008) e Moura e Banzato (1997) as embalagens, também são classificadas segundo suas funções em:

▪ Embalagem Primária ou embalagem de venda: é a embalagem que contém e protege o produto, estando em contato com ele, sendo normalmente a unidade de venda no meio varejista. Exemplo: Barra de cereal envolvida por uma embalagem plástica;

▪ Embalagem Secundária ou Embalagem Coletiva: é a embalagem que carrega uma ou mais embalagens primárias com o propósito de protegê-las, sendo normalmente vistas em varejos e atacadistas. Exemplo: Caixas de papelão promocional com várias barras de cereal;

▪ Embalagem Terciária ou Embalagem de Transporte: é a embalagem que combina a embalagem primária e secundária, sendo utilizada para transportar o produto até o revendedor ou distribuidor. Exemplo: Caixa de papelão com várias embalagens coletivas de cereal;

▪ Embalagem Quaternária ou Embalagem Unificada: é a embalagem que é utilizada para facilitar toda a movimentação e a armazenagem, de forma econômica, diversas embalagens terciárias. Sendo muitas vezes paletizada ou envolvidas por um contenedor. Exemplo:

Embalagem paletizada com várias caixas de papelão (terciárias);

▪ Embalagem de quinto nível: é a embalagem conteinerização, aplicada normalmente a envios internacionais, por meio de contêineres ou embalagens desenvolvidas especialmente para o envio a longas distâncias. Exemplo: Container com diversas embalagens paletizadas.

Portanto temos que as funções das embalagens são servir como forma de proteção do produto ou mercadoria, nas realizações de atividades logísticas, como também em muitos casos auxiliar na exposição do produto ao cliente.

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA

Com a necessidade de adequações de embalagens para o aumento da eficiência da cadeia logística de um fornecedor nacional de painéis elétricos de uso industrial, devido a um pedido específico por uma multinacional, identificou-se a oportunidade de aprimorar o transporte e

armazenamento dos painéis que utilizavam da embalagem movimentação, com o propósito de atender às necessidades da demanda da empresa contratante e do setor de manufatura da fornecedora, para propiciar maior eficiência nas operações da cadeia logística. A partir desta necessidade, objetivou criar um manual de técnicas de transporte e armazenamento de painéis de forma a não trazer danos para o meio ambiente e aos trabalhadores, e de forma a garantir que o produto estivesse nas mesmas condições de fabricação mesmo após passados meses de armazenagem. Este estudo demonstrará o que foi implementado como solução para garantir a integridade dos painéis elétricos na cadeia logísticas desta empresa, desde do armazenamento inicial dentro da própria empresa desenvolvedora e produtora dos painéis, passando pelo processo de embalagem, transporte, reembalagem e pôr fim a instalação no cliente ou local final projetado, conforme as especificações da empresa contratante.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir será apresentado o manual desenvolvido descrevendo a solução de aprimoramento para o problema logístico na indústria fabricante de painéis elétricos.

4.1 Armazenamento

Quando necessário o armazenamento dos painéis que não serão instalados nos locais para os quais foram projetados devem ser alocados em locais protegidos de luz solar e chuva, com baixa umidade e longe de pontos com riscos de impactos.

Quando os painéis precisarem de armazenamento superior a cinco dias, em local marítimo e se não estiverem em embalagem especial, é imprescindível conectar o sistema de aquecimento interno dos painéis para evitar problemas de umidade devido a energização do circuito interno de resistências de aquecimento obedecendo os níveis de tensão pré definidos no mesmo.

As tensões podem variar de acordo com as localidades, no caso em que a tensão do painel seja diferente do local de armazenagem deve se considerar um transformador de tensão com a respectiva potência das resistências internas ao painel. Um exemplo seria um painel com resistência de 100 Watts e tensão de alimentação em 220 VCA (tensão em corrente alternada sendo “V” a unidade de tensão elétrica “Volt” e “AC” a indicação de “Corrente Alternada”) e com local de armazenagem com tensão disponível somente em 127 VCA, neste caso deve-se providenciar um transformador de tensão com potência maior que 100 Watts e com relação de transformação de 127 VCA para 220 VCA. Se as tensões forem compatíveis não se faz necessário o uso de transformador de tensão, consulte um eletricista para aplicação das soluções descritas acima.

A alimentação destes circuitos deve ser feita por cabos inseridos por baixo dos painéis para garantir o devido fechamento das portas, para que não ocorra perdas térmicas.

Nunca se deve alimentar o circuito passando os cabos pela porta, isso ocasiona esmagamento dos fios que podem causar curto circuito e levar a um princípio ou incêndio.

4.2 Embalar e Desembalar

O procedimento deve ser realizado preferencialmente o mais próximo do local de instalação, assim evita riscos e danos estruturais durante a movimentação do ponto de armazenamento ao ponto de instalação. Existem 3 tipos de embalagem:

Embalagem Simples: Consiste em embalagem que é utilizada quando os painéis serão transportados em pequenas distâncias (próximo ao local de instalação/ planta de instalação).

Utiliza-se papelão ondulado para embrulhar o respectivo painel, protege de pequenos riscos e acidentes de terceiros, deve-se utilizar uma proteção adicional, o plástico bolha para evitar o contato com a umidade e pequenas colisões, evitando danos.

Para retirar esta embalagem, deve-se utilizar de tesoura, não utilizar estiletes assim evita acidentes para o trabalhador e equipamento. Para cortar os locais selados com fita adesiva, deve- se ter cuidado para não haver contato da ferramenta cortante com a estrutura do painel, para não causar danos à pintura.

Embalagem de Madeira com Cravo: Consiste na proteção do painel com embalagem simples, agregando uma proteção extra, sendo utilizado em suas adjacências placas de madeira onde são fixadas com prego ou grampos industriais. São embalagens utilizadas para transporte de longo alcance (longe do local de instalação / planta).

Para remover o painel desta embalagem, deve se utilizar a ferramenta martelo modelo unha “tipo orelhas” e um formão chanfrado 3/4 para remover as placas de madeira pregadas.

Deve-se ter muito cuidado para que os impactos não sejam absorvidos pela estrutura, causando danos.

Embalagem Especial: Este foi desenvolvido para proteger o produto do ambiente externo, oferecendo uma barreira eficaz contra os efeitos atmosféricos adversos e suas adversidades. É utilizado no transporte marítimo para proteger a carga contra a umidade e salinidade.

4.3 Transporte

Para o transporte do painel, deve-se observar se as instalações e as estradas estão desobstruídas e limpas para as máquinas e colaboradores.

Quando o local de instalação tiver diferença de nível com o piso da base, uma plataforma (rampa) deve ser construída temporariamente para que não tenha nenhum risco de queda do painel durante o transporte. Este deve ser realizado com o máximo cuidado, verificando suas posições vertical e horizontal, e suas partes frágeis.

No caso de locomoção por empilhadeira, observar a velocidade máxima de 15 km/h, recomendada pelas normas de segurança internas da empresa, sempre mantendo o painel a uma altura não superior a 30 cm. Os procedimentos para deslocamentos para a posição de instalação do painel devem seguir as seguintes orientações:

Máquina de Empilhar (Empilhadeira): Na utilização de empilhadeira, esta deve ser posicionada até o local de instalação, limitando-se ao ponto de instalação. A empilhadeira pode ser utilizada de forma a auxiliar na fixação dos quadros ou painéis na estrutura ou paredes, obedecendo às instruções de instalação. A seguir, conforme a Figura 1, ilustração da locomoção do quadro ou painel por empilhadeira.

Figura 1 – Locomoção de painel por máquina de empilhar Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da empresa

Ponte Rolante/Grua: Na utilização da ponte rolante /grua, este deve ser posicionado até o local de instalação, limitando-se próximo ao local de instalação. Esta própria máquina pode ser utilizada de forma a auxiliar a fixação do painel, obedecendo às instruções de fixação descritas nos próximos itens. Conforme a Figura 2, ilustração da locomoção do painel por ponte rolante ou grua.

Figura 2 – Locomoção de painel por ponte rolante ou grua Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da empresa 4.4 Instalação

O sistema de instalação recomendado para fixação do painel necessita ser através de chumbadores do tipo “Parabolt”, observando os cuidados abaixo para sua instalação e os planos dos painéis.

Marque na base do painel os pontos onde devem ser instalados os chumbadores de fixação, retirando as tampas externa e interna localizada na base do painel. Certifique-se de que todos esses pontos estão alinhados e as medidas acordadas com o layout.

As superfícies de fixação da base do painel devem estar perfeitamente niveladas e bem acabadas, evitando-se o desalinhamento da estrutura do painel. Com uma furadeira industrial de impacto efetue as furações nos pontos onde os chumbadores serão instalados.

Para o posicionamento do painel, pode ser utilizado a empilhadeira, ponte rolante ou grua, conforme as Figuras 3 e 4.

Figura 3 – Locomoção do painel por empilhadeira Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da empresa

Figura 4 – Locomoção do painel por ponte rolante ou grua Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da empresa

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise das informações dentro da empresa e a realização dos procedimentos necessários, chegou-se ao resultado esperado, de um manual para orientar a melhor forma possível de criar, implantar uma metodologia de transporte e armazenamento de painéis elétricos, trazendo segurança para os empregados e para o meio ambiente, garantindo que a qualidade o produto esteja nas mesmas condições de fabricação mesmo após alguns meses de armazenagem e também após ter sido transportado. Com isso, será possível reduzir os custos logísticos nos processos de transportes com devoluções e consequentemente retrabalho devido a avarias causadas pela movimentação e transporte errôneo do painel. Com isso, percebe-se que algumas mudanças, mesmo mínimas no processo, contribuíram para a operação da empresa, ajudando o setor logístico a concluir com qualidade e segurança às suas demandas.

Com os fatos apresentados, concluímos que uma organização empresarial, quando diante de uma oportunidade de mudança, deve investir tempo e recursos necessários para a escolha e desenvolvimento de uma embalagem adequada, que proteja o produto a ser transportado da melhor forma possível, em conjunto com um modelo de instruções que oriente o transporte e armazenamento correto de seus produtos, servindo de base para futuras estruturações necessárias, independentemente de demandas solicitadas por seus clientes, que possam trazer uma economia de recursos que pode ser investida em outras áreas da empresa.

REFERÊNCIAS

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5ª ed. Porto Alegre/SC: Bookman, 2006.

BALLOU, R.H. Logística empresarial: transportes, administração de matérias e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

CARVALHO, M.A. Engenharia de Embalagens: Uma abordagem técnica do desenvolvimento de projetos de embalagem. São Paulo: Novatec Editora, 2008.

CENTRO DE TECNOLOGIA DE EMBALAGEM. Brasil Pack Trends 2005: Embalagem, Distribuição e Consumo. Campinas, SP: CETEA/ITAL, 2005.

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003

CSCMP - Council of Supply Chain Management Professionals. 2020. Disponível em https://cscmp.org/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms.aspx. Acesso em: 20 ago. de 2020

FARIA, A.C. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2013 GURGEL, F.A. Logística industrial. São Paulo: Atlas, 2000.

MOURA, R.A.; BANZATO, J.M. Embalagem, Unitização & Conteinerização. 2ed. São Paulo:

IMAM, 1997.

NEGRÃO, C.; CAMARGO, E.P. Design de Embalagens. São Paulo. Novatec Editora, 2008.

PAOLESCHI, Bruno. Logística Industrial Integrada – Do Planejamento, Produção, Custo e Qualidade à Satisfação do Cliente. São Paulo: Érica, 2011.

POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 6. Ed. 2010.

"O conteúdo expresso no trabalho é de inteira responsabilidade do(s) autor(es)."