CITAÇÃO – Trata-se de ato processual cujo
objetivo é chamar o acusado ao processo,
para conhecer do mesmo e poder exercer sua defesa.
Art. 363. O processo terá completada a sua
formação quando realizada a citação do
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
1. POR MANDADO
É a regra geral quando a citação for ocorrer
na mesma comarca /local cuja jurisdição o juiz exercer.
Art. 351. A citação inicial far-se-á por
mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver
Trata-se de citação pessoal, em que o oficial
de justiça comunicará pessoalmente ao acusado do teor da ordem de citação e entregará a contrafé.
Quando o réu não residir na mesma
localidade, o juiz da causa (deprecante) pede ao juiz do local (deprecado) o cumprimento da citação via mandado.
Trata-se, da mesma forma, de citação
pessoal, que vai exigir:
A) Leitura do mandado B) Entrega da contrafé
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz
deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
§ 1o Verificado que o réu se encontra
em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
Art. 356. Se houver urgência, a precatória,
que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para
não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com
hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
“Citado por hora certa, o prazo para o
oferecimento da resposta inicia-se na data do ato citatório e não das providências posteriores do art. 229, CPC.” Pacelli
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será
citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
Atenção – Aqui, temos que o Estado falhou
em localizar o acusado. Difere da hora certa, ocasião em que o réu se oculta deliberadamente para não ser citado.
É necessário que o acusado tenha sido
procurado em todos os endereços constantes nos autos.
A CERTIDÃO do oficial de justiça é a prova de
É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU
PRESO NA MESMA UNIDADE DA FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA JURISDIÇÃO.
O juiz deve expedir ofício aos presídios para
ATENÇÃO –
Art. 360. Se o réu estiver preso, será
pessoalmente citado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Não será mais possível a citação por edital,
independentemente de onde se encontrar preso o réu. Pacelli
Art. 365. O edital de citação indicará:
I - o nome do juiz que a determinar;
II - o nome do réu, ou, se não for
conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
III - o fim para que é feita a citação;
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que
o réu deverá comparecer;
V - o prazo, que será contado do dia da
publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta
do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.
NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA
O DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA.
Se no local do juízo não houver imprensa, ou,
existindo, não houver verba orçamentária suficiente para a publicação, bastará a afixação do edital na sede do foro judiciário. Pacelli
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
SÚMULA 415 DO STJ - O período de
suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes
previstos nesta Lei:
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei,
não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 358. A citação do militar far-se-á por
intermédio do chefe do respectivo serviço.
Atenção – Em nome da ampla defesa, deve
haver prova inequívoca da ciência do acusado.
Art. 359. O dia designado para funcionário
público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Atenção – Apesar da redação, o funcionário
público deve ser citado pessoalmente.
Notifica-se o chefe apenas no mínimo de
informações necessárias ao bom andamento da repartição.
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro,
em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo
de prescrição até o seu
cumprimento. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de
ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Procedimento – O pedido de citação é
encaminhado ao Ministro da Justiça, para envio, por via diplomática, às autoridades estrangeiras competentes.
Trata-se da determinação de tribunal
superior para que órgão de jurisdição inferior realize determinado ato processual
Trata-se de ato processual que leva ao
conhecimento de alguém acerca da ocorrência de atos processuais passados ou futuros, bem como da necessidade/faculdade de participação ou manifestação.
Em relação à vítima, testemunha, perito, intérprete, assistente técnico e ao acusado, a intimação será pessoal.
Art. 370. ...
§ 1o A intimação do defensor constituído, do
advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos
atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo.
§ 4o A intimação do Ministério Público e do
defensor nomeado será pessoal
DEFENSOR PÚBLICO – Nos termos da Lei
complementar 80/94, a intimação pessoal deve ser realizada mediante entrega dos autos com vista.
MINISTÉRIO PÚBLICO – As leis 8625/93 e Lei
complementar 75/93 garantem que os autos sejam remetidos ao ministério público para a realização da intimação.
Visão de Nestor Távora:
Intimação – Pressupõe fato processual já
consumado, dando-se ciência ao interessado.
Notificação – É a ciência dada ao interessado
de seu dever ou de seu ônus de praticar um ato processual, ou adotar determinada conduta.
O mesmo autor reconhece que esses
conceitos não são uniformes no CPP e na doutrina.
1. Lei de drogas. 11343/2006 –
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
2. CPP. Rito do funcionário público
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a
denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Previsto na lei 11.419/06
Art. 1o O uso de meio eletrônico na
tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei.
§ 1o Aplica-se o disposto nesta Lei,
indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição.
1. A publicação eletrônica substitui qualquer
outro meio de publicação oficial;
2. É considerada como data de publicação o
primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização eletrônica;
3. Os prazos começarão no primeiro dia útil
SÚMULA 310 do STF
QUANDO A INTIMAÇÃO TIVER LUGAR NA SEXTA-FEIRA, OU A PUBLICAÇÃO COM EFEITO DE INTIMAÇÃO FOR FEITA NESSE DIA, O PRAZO JUDICIAL TERÁ INÍCIO NA SEGUNDA-FEIRA IMEDIATA, SALVO SE NÃO HOUVER EXPEDIENTE, CASO EM QUE COMEÇARÁ NO PRIMEIRO DIA ÚTIL QUE SE SEGUIR.
SÚMULA 710 do STF
NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E NÃO DA JUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU DE ORDEM.
Súmula 155 STF – É relativa a nulidade do
processo criminal por falta de intimação de expedição de precatória para inquirição de testemunha.
Súmula 366 do STF – Não é nula a citação por
edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou a queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula 273 do STJ – Intimada a defesa da
expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.
Em processo penal, revel é o acusado
rebelde, que, devidamente intimado, deixou de comparecer, injustificadamente, aos atos processuais.
Hipóteses:
1. Júri - Art. 457. O julgamento não será
adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
2. Art. 367. O processo seguirá sem a
presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não
comunicar o novo endereço ao
juízo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
O processo prosseguirá sem a presença do
réu, que não mais será intimado para os atos subsequentes, exceto da sentença.
Seu comparecimento posterior faz cessar os
efeitos da revelia, recebendo o processo no estado em que se encontre.
1. A citação por edital somente deve ser efetuada quando esgotados todos os meios disponíveis para se encontrar pessoalmente o réu.
2. Na hipótese, comprovou-se que havia nos autos
outros dois endereços nos quais o paciente poderia ser encontrado, embora tenha o magistrado singular optado por proceder à citação editalícia.
3. Evidenciado que o chamamento ficto foi ordenado em decorrência de deficiência no cumprimento dos atos processuais, restando efetivo prejuízo ao acusado - diante da decretação da suspensão do prazo prescricional nos termos do art. 366 do Código de Processo Penal -, deve ser declarada a nulidade do feito (art. 564, III, e, do CPP).
3. Ordem concedida, para anular o processo a
partir da decisão que determinou a citação do paciente por edital, inclusive.
(HC 209.466/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI,
QUINTA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 29/03/2012)
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. SUSPENSÃO DO PROCESSO. ART. 366 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. PEDIDO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA TESTEMUNHAL. DEFERIMENTO. CARÁTER DE URGÊNCIA NÃO DEMONSTRADO. SÚMULA 455/STJ. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
1. A produção antecipada de provas está adstrita àquelas consideradas de natureza urgente pelo Juízo processante, consoante sua prudente avaliação, no caso concreto.
2. A produção antecipada de provas está adstrita àquelas consideradas de natureza urgente pelo Juízo processante, consoante sua prudente avaliação, no caso concreto. Precedentes.
3. A afirmação de que a passagem do tempo propicia um inevitável esquecimento dos fatos, como se deu na espécie, não é suficiente, por si só, para a produção antecipada da prova testemunhal.
Ressalte-se que, se considerada como verdade
absoluta tal argumentação, implicaria a obrigatoriedade da produção antecipada da prova testemunhal em todos os casos de suspensão do processo, na medida em que seria reputada de antemão e inexoravelmente de caráter urgente, retirando do Juiz a possibilidade de avaliá-la no caso concreto.
4. Recurso provido para determinar a anulação
das provas produzidas antecipadamente, por falta de motivação concreta de sua necessidade.
(RHC 24.964/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ,
QUINTA TURMA, julgado em 23/11/2010, DJe 13/12/2010)
PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. REGULAR INTIMAÇÃO DO ADVOGADO DO PACIENTE PARA A SESSÃO DE JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO. ...
Sendo o advogado do paciente devidamente
intimado, pela Imprensa Oficial, para a sessão de julgamento do recurso de apelação, na hipótese de adiamento, não ocorre a nulidade por falta de intimação ante a nova data da sessão.
...
(REsp 941.367/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
(Cespe. Delegado. Al. 2012) Verificando que
o réu, maliciosamente, está se ocultando para se escusar da citação, poderá o oficial de justiça proceder à citação por hora certa, observando as mesmas regras estabelecidas no Código de Processo Civil.
(Delegado. GO. UEG. 2013) Adaptada. O
decurso do tempo pode ser o único fundamento para, validamente, alicerçar decisão que determina a produção antecipada de provas em face da suspensão do processo pela não localização do acusado.
(Delegado. GO. UEG. 2013) Adaptada.
Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.
Segundo o Código de Processo Penal, a
citação do réu preso será feita
A) Por hora certa
B) Por edital, independentemente de onde o
réu se encontrar preso
C) Mediante requisição à autoridade prisional,
dispensando-se o mandado
D) Pessoalmente Obs: Art. 360 CPP
CF, art. 129, VII
VII - exercer o controle externo da atividade
policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
A) Papel fiscalizador
B) Preservação dos direitos e garantias dos
presos e investigados;
C) Fiscalização do cumprimento de decisões
Decorre do sistema de freios e contrapesos; Não pressupõe hierarquia ou ingerência, mas
a efetiva fiscalização e busca por responsabilização em caso de infrações;
1. Lei complementar 75/93 MPU
Do Controle Externo da Atividade Policial
Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o
controle externo da atividade policial por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo:
I - ter livre ingresso em estabelecimentos
policiais ou prisionais;
II - ter acesso a quaisquer documentos relativos
à atividade-fim policial;
III - representar à autoridade competente pela
adoção de providências para sanar a omissão indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
IV - requisitar à autoridade competente para
instauração de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no exercício da atividade policial;
V - promover a ação penal por abuso de
poder.
Art. 10. A prisão de qualquer pessoa, por
parte de autoridade federal ou do Distrito Federal e Territórios, deverá ser comunicada imediatamente ao Ministério Público competente, com indicação do lugar onde se encontra o preso e cópia dos documentos comprobatórios da legalidade da prisão.
1º Controle difuso – é o exercido por todos
os membros do MP com atribuição criminal, quando examinam os procedimentos de sua atribuição.
A) controle de ocorrências, tendo acesso à
registros manuais e informatizados
C) Qualidade do inquérito policial ; D) Bens apreendidos
2º Controle concentrado - através de
membros com atribuições específicas para o controle externo da atividade policial, conforme disciplinado no âmbito de cada Ministério Público.
A) Ações de improbidade B) PIC
C) Requisições, recomendações e TAC D) Visitas à delegacias e prisões
MP não tem direito de acesso a relatórios da
PF não vinculados a investigações criminais
A Primeira Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) definiu que o Ministério Público (MP), no exercício do controle externo da atividade policial, não tem o direito de ter acesso a relatórios da inteligência da Polícia Federal. No caso, estão compreendidos aqueles relatórios não destinados a compor acervo probatório de investigações criminais formalizadas. A decisão foi unânime.
O MP, “sob a perspectiva da análise e
eventual discussão em juízo quanto à regularidade e eficiência do serviço público de inteligência de segurança pública afeto à Superintendência de Polícia Federal no Rio de Janeiro”, instaurou inquérito civil e solicitou àquele órgão que enviasse “cópia de todos os relatórios de inteligência policial produzidos no âmbito da SR/DPF”, em determinado período.
A Polícia Federal (PF) se recusou a remeter os
documentos sob o argumento de que o MP estava a extrapolar suas atribuições constitucionais, uma vez que “a produção dos relatórios de inteligência não estaria sujeita ao controle externo do MPF”.
Mandado de segurança
O MP impetrou, então, mandado de segurança. A
sentença proferida determinou que o superintendente regional da PF no RJ “atenda imediatamente à requisição formulada pelo MPF, devendo para tanto informar-lhe o número total de relatórios avulsos de inteligência (assim compreendidos os não destinados a compor acervo probatório de investigações criminais formalizadas) produzidos desde janeiro de 2008 até 4 de fevereiro de 2011, remetendo as respectivas cópias”.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região
(TRF2) manteve a sentença. “Os relatórios de inteligência produzidos pela PF decorrem do exercício de sua atividade, delineada no artigo 144 da CF, razão pela qual estão sujeitos ao controle externo da atividade policial e devem ser encaminhados ao MPF por força de requisição”.
Em seu voto, o relator, ministro Gurgel de
Faria, afirmou que, se o controle externo da atividade policial exercido pelo MP deve restringir-se à atividade judiciária, conforme a Lei Complementar 75/93, em seu artigo 9º, somente cabe ao órgão ministerial acesso aos relatórios de inteligência emitidos pela PF que guardem relação com a atividade de investigação criminal.
Assim, para o ministro, o pedido do
Ministério Público voltado para ter acesso a todos os relatórios de inteligência produzidos pela PF no RJ, de modo irrestrito e incluindo aqueles não destinados a aparelhar procedimentos investigatórios criminais formalizados, escapa do poder fiscalizador atribuído ao órgão ministerial.
“Solução diversa poderia ocorrer se, com base
em algum elemento indiciário, o MP postulasse informações acerca de relatórios de casos concretos e específicos para apurar a sua regularidade, o que, renove-se, não é a hipótese em exame”, destacou Gurgel de Faria.
DO JUIZ
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à
regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
Art. 252. O juiz não poderá exercer
jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou
parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado
qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra
instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou
parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e,
se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo
capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou
descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente,
consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das
partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou
curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador
Art. 256. A suspeição não poderá ser
declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - promover, privativamente, a ação penal
pública, na forma estabelecida neste Código;
e (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não
funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que
ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando
realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for
pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o
processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por
motivo justificado, o defensor não puder comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o Incumbe ao defensor provar o
impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 266. A constituição de defensor
independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 268. Em todos os termos da ação
pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido
enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo
não poderá intervir como assistente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido
propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público,
decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou
não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos
juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no
que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos
(DPF. Cespe. 2013)Considere que, no curso
de inquérito policial em que se apure crime de ação pública incondicionada, quando da primeira remessa dos autos ao Poder Judiciário com solicitação de retorno para novas diligências, a vítima do delito requeira a sua habilitação nos autos como assistente de acusação.
Nessa situação, o pedido deve ser negado,
visto que a figura do assistente é admitida no processo somente após o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença.