Moçambique
Revista de Imprensa
1. Dívida pública e dívida escondida podem deixar o país à beira do abismo, Jornal de Notícias, 28-04-2016 1
2. Portugueses apelam a Marcelo, Sábado, 28-04-2016 2
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Tiragem: 70287 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Informação Geral
Pág: 29 Cores: Cor Área: 9,95 x 8,13 cm² Corte: 1 de 1
ID: 64202430
28-04-2016
Moçambique Dívida pública e divida escondida
podem deixar o país à beira do abismo
• Investigadores moçambicanos alertaram ontem que o aumento ga-lopante da dívida pública pode levar Moçambique a uma situação de falência e gerar conflitos laborais e sociais, perante a impotência da justiça em responsabilizar os
autores de contas escondidas. "Com o atual nível de dívida pública, Moçambique está praticamente a entrar para uma situação de falência e se-ria uma falência fraudulenta, não como as situações de crise económica e financeira que ti-vemos no passado", acredita António Francisco, do Instituto
de Estudos Sociais e Económicos. Numa altura em que são convocadas manifestações nas redes sociais, o receio vai para o risco de saques e destruição. O Governo reconheceu uma divida fora das contas públicas de 125 mil milhões de euros, justificando com razões de segurança.
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Tiragem: 100000 País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Interesse Geral
Pág: 62 Cores: Cor Área: 18,00 x 24,98 cm² Corte: 1 de 1
ID: 64202159
28-04-2016
PORTUGUESES
APELAM A MARCELO
Terreno de 24 hectares em Moçambique foi ocupado por "veteranos"
de guerra. Proprietários pediram ajuda ao Presidente.
Por Ntmo Tiago Pinto PRESIDÊNCIA. VISITA ENTRE 3 E 7 DE MAIOReforço de relações
Exportações para Moçambique
valeram 300 milhões em 2014
H
á mais de 90 anos que a fa-mília Xavier possui um terre-no de 24 hectares terre-no muni-cípio da Matola, em Moçambique. Convencidos de que a situação polí-tica no país se encontrava estabiliza-da, os proprietários decidiram avan-çar com um projecto imobiliário de construção de cerca de 1.600 apar Lamentos e 200 lojas. Avaliado em várias dezenas de milhões de euros, o projecto de investimento portu-guês parecia bem encaminhado até que o inesperado aconteceu: depois de ultimarem os contactos com o município local, o terreno foi invadi-do por várias dezenas de indivíduos que dizem pertencer à Associação dos Deficientes Militares e Paramili-tares de Moçambique e ocupado sob gritos de "o colonialismo acabou".Os ocupantes estabeleceram en-tão uma comissão de venda dos terrenos e. apesar das tentativas das autoridades, não voltaram a abandonar o local. Mais: quando tentaram convencê-los a abando-nar a propriedade, duas das her-deiras do terreno. ambas cidadãs portuguesas (também com nacio-nalidade moçambicana) acabaram por ser violentamente agredidas, arrastadas e ameaçadas de morte e linchamento no local.
Com o aproximar da visita de Es-tado que o Presidente da República realiza a Moçambique entre os pró-ximos dias 3 e 7 de Maio, a família Xavier decidiu apelar aos bons ofí
-cios de Marcelo Rebelo de Sousa. Numa carta enviada no inicio de Abril, a que a SÁBADO leve acesso,
o
O Presidente mo-çambicano. Filipe Nyusi, esteve na tomada de posse de Marcelo Rebelo de SousaO INVESTI-
MENTO
PORTUGUÊS
DE VÁRIAS
DEZENAS
DE MILHÕES
DE EUROS
FICOU EM
RISCO
A visita
a Moçambique é a terceira viagem de Estado do Presidente da República, depois de ir ao Vaticano e a Espanha A viagem enquadra-se na apos-ta de Marcelo Rebelo de Sousa no reforço das relações com os países da CPLP stará a serconcerta-da com o Go-verno.
uma das herdeiras que vive em Lis-boa pediu ao Presidente da Repúbli-ca que "dê conhecimento" do que se passou ao Governo moçambicano para que seja "reposta a legalidade" que permitirá avançar com "um projecto de Interesse comum para os dois países". Contactada pela SÁ-BADO, a Presidência da República garantiu que está a "analisar o caso". Problema de reconhedmento Apesar da queixa crime apresenta-da junto do Ministério Público mo-çambicano. a polícia local terá recu-sado intervir devido ao elevado nú-mero de ocupantes e o município da Matola também não tomou qual-quer iniciativa para desocupar a área ou proteger os proprietários -que continuam a receber ameaças.
Ao que a SÁBADO apurou. o prin-cipal obstáculo a uma intervenção do Presidente da República - ou mesmo da embaixada portuguesa -prende-se com a lei moçambicana que não reconhece o estatuto de dupla nacionalidade. Ou seja. para as autoridades locais. apesar de só há relativamente pouco tempo te-rem adquirido a nacionalidade. os proprietários do terreno são mo-çambicanos. Além disso, o consula-do português não terá ticonsula-do conheci-mento desta ocupação.
A3
Moçambique arrisca falência por causa da dívida pública
Tipo Meio: Internet Data Publicação: 27-04-2016
Meio: Económico Online
URL:http://www.pt.cision.com/s/?l=6cc3dd3f
19:01Económico com Lusa Investigadores deixam alerta face ao aumento do valor. Investigadores moçambicanos alertaram hoje que o aumento galopante da dívida pública pode levar Moçambique a uma situação de falência e gerar conflitos laborais e sociais, perante a impotência da justiça em responsabilizar os autores de contas escondidas. "Com o actual nível de dívida pública, Moçambique está praticamente a entrar para uma situação de falência e seria uma falência fraudulenta, não como as situações de crise económica e financeira que tivemos no passado", afirmou o economista e investigador do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) António Francisco, durante uma mesa-redonda sobre o endividamento moçambicano. Enfatizando que o incremento do volume da dívida de Moçambique resultou de "falcatruas e mentiras", António Francisco acusou o Fundo Monetário Internacional (FMI) de cumplicidade por ter assumido sempre que o país tinha uma economia robusta. "Um crescimento económico assente na poupança externa, expansão do endividamento e doações levar-nos-ia, mais cedo ou mais tarde, a este ponto", assinalou o académico, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane, no encontro promovido pelo Centro de Integridade Pública (CIP), IESE e Observatório do Meio Rural (OMR). Por seu turno, João Mosca, economista e investigador do OMR, organização não-governamental que se dedica à pesquisa sobre economia rural, considerou inevitável um período de forte austeridade para o controlo da dívida pública, alertando para a emergência da conflitualidade laboral e social. "Serão necessárias medidas de reestruturação económica, maior e melhor regulação e transparência nos actos do Estado, alargamento da base tributária e fim das isenções fiscais", defendeu Mosca. Com a actual situação, prosseguiu o académico, Moçambique terá de contar novamente com um FMI em força, a impor condições que vão agravar a pobreza e que dificilmente serão aceites pela população mais carenciada. Por seu turno, Baltazar Faela, jurista e investigador do CIP, acusou a Procuradoria-Geral da República de omissão no poder e dever de iniciativa penal em caso de indícios de violação da lei, como parece ter acontecido no caso das chamadas dívidas escondidas. "Há em Moçambique o princípio da presunção de inocência, mas o que verificamos nestes casos da dívida é que o Governo violou as leis e princípios orçamentais e a Constituição da República ao não pedir autorização à Assembleia da República para a contratação de avultadas dívidas", afirmou Faela. Baltazar Faela acusou a PGR de actuar com dois pesos e duas medidas, uma vez que já exerceu a acção penal mesmo sem queixa no passado, mas mantém-se em silêncio em relação às dívidas secretamente contraídas pelo executivo moçambicano. O Governo moçambicano reconheceu na terça-feira a existência de uma dívida fora das contas públicas de 1,4 mil milhões de dólares (1,25 mil milhões de euros), justificando razões de segurança de infraestruturas estratégicas do país. Após as revelações na imprensa financeira internacional de dívidas ocultadas nas contas públicas, o FMI cancelou a missão que tinha prevista para a semana passada em Moçambique e, a seguir, suspendeu o desembolso da segunda parcela de um empréstimo ao Governo. De acordo com um prospecto confidencial preparado pelo Ministério das Finanças de Moçambique e entregue no mês passado aos investidores em títulos da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), o volume de dívida pública de Moçambique aumentou de 42% do PIB em 2012 para 73,4% em 2015.
19:01
Económico com Lusa