• Nenhum resultado encontrado

Parasitologia Clínica. Unidade 2 Protozoários, esporozoários e flagelados

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Parasitologia Clínica. Unidade 2 Protozoários, esporozoários e flagelados"

Copied!
58
0
0

Texto

(1)

Unidade 2

Protozoários, esporozoários e flagelados

Parasitologia Clínica

(2)
(3)

DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA

Autoria

EDINÉIA BONIN

(4)

AUTORIA

Edinéia Bonin

Olá. Meu nome é Edinéia Bonin. Sou Analista de Alimentos, Mestre em Ciência de Alimentos e Doutorando em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com uma experiência técnico- profissional na área de Microbiologia de mais de 5 anos. Passei por empresas multinacional onde desenvolvi experiência em análises de laboratório físico-química e microbiológicas. Sou apaixonada pela leitura e pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora TeleSapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

(5)

ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

(6)

SUMÁRIO

Protozoários Parasitos do Homem ... 10

Principais grupos de protozoários e metazoários parasitos do homem e seus vetores ...16

Amebas parasitas do homem ... 20

Entamoeba histolytica e amebíase: parasita ...22

Entamoeba Histolytica e amebíase: a doença ...24

Os Esporozoários Toxoplasma Gondii ...28

Formas Infectivas ...29

Transmissão ...33

Toxoplasmose a doença ...34

Protozoários Parasitários do Gênero Plasmodium ...40

Plasmódios e a malária: os parasitas ... 41

Plasmódios e a malária: A doença ... 46

Plasmódios e a malária: ecologia e epidemiologia ...47

Controle da malária ... 48

Flagelados Parasitos do Sangue e dos Tecidos: Trypanosomatidae ...50

Tripanossomíase por Trypanosoma cruzi (doença de Chagas): O parasito e a doença ...51

Tripanossomíase por Trypanosoma cruzi: ecologia, epidemiologia e controle ...54

Tripanossomíase por Trypanosoma brucei e doença do sono ...56

(7)

UNIDADE

02

(8)

INTRODUÇÃO

Estímulo vem da vontade de apreender coisas novas, de buscar um material que auxilie e te ajude a compreender com mais facilidade os desafios do estudo. E o estudo do reino protozoa é bastante estimulante.

Compreende os protozoários e metazoários que parasitam o homem e seus vetores de contágio, a diferença em organelas de locomoção, ciclo biológico sexuado e assexuado, muitas vezes ocorre no hospedeiro o homem para potencializar a doença, quais os principais grupos que são responsáveis por epidemias no Brasil e no mundo. Entender o ciclo biológico da Entamoeba histolytica responsável pela Amebíase no homem, bem como o protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, que é o agente causador da toxoplasmose e têm o felino como hospedeiro definitivo. Apreender sobre a infecção número 1º em casos epidêmicos no Brasil e no mundo e qual sua forma de transmissão a doença malária ou doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pelo mosquito fêmea do gênero Anopheles e pôr fim a Doença de chagas, descoberta pela primeira vez no Brasil pelo cientista e médico Carlos Chagas, que é transmitida pelo Trypanosoma cruzi denominado barbeiro, protozoários que transmitem a infecção pelas fezes e urina e a doença do Sono que é transmitida pelo Trypanosoma brucei que sua forma de infectar é pela saliva. Aos futuros profissionais e estudantes, sejam bem-vindos a conhecer e entender os protozoários que infectam o homem, e seus graves riscos na saúde pública, sejam multiplicadores de boas ações o “conhecimento”.

(9)

OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender as características gerais do reino protista;

2. Identificar os principais grupos de protozoários e metazoários e sua organela como meio de locomoção;

3. Analisar o gênero de Plasmodium quanto ao parasita, doença e epidemiologia;

4. Conhecer os flagelados que infectam o sangue e tecidos.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

(10)

Protozoários Parasitos do Homem

INTRODUÇÃO:

A ciência que estuda os protozoários e seus grupos que podem causar doença ao homem, foi de grande importância para a saúde pública. Ao termino deste capítulo, você será capaz de diferenciar os grupos dentre do reino protozoa que compreende os protozoários e metazoários que parasitam o homem, quanto ao meio de locomoção, nutrição, morfológico, ciclo biológico, de bem como os vetores e principais grupos que são responsáveis por epidemias no Brasil e no mundo. Vamos aos estudos?

Dentro do grupo da parasitologia, que é a ciência que estuda os parasitas e associações com seu hospedeiro, temos o reino Protista (Protozoa), platelmintos e nematelmintos (Platyhelminthes) e artrópodes (Arthropoda).

O conceito de protozoário, foi abordado no século XIX, por pesquisadores, a partir deste século o número de espécies aumentaram e novas abordagem de classificação e organização, foram necessárias para entendimento dos organismos. Nos dias de hoje, existe mais de 60.000 espécies de protozoários, uma parte desta ainda são fosseis, o restante é encontrado em todos os tipos de ambientes aquáticos e nos solos, cerca de 10.000 espécies são parasitas de animais, e 100 espécies parasitam o homem. Cerca de 25.000 espécies têm vida livre, mas podem viver em associações harmônica ou desarmônica com outros seres, em alguns casos são encontrados aderido em rocha, algas, plantas aquáticas, rizosfera de plantas, biofilmes em locais com alimento disponível.

Esta única célula realiza todas as funções de locomoção, morfológica, fisiológica, excreção, respiração, nutrição e reprodutiva, com facilidade de adaptações em diferentes ambientes. Estes seres embora tão pequenos em tamanho (2 a 100µm), com ciclo biológico de curta duração, porém com alta reprodução assexuada e sexuada. Quando comparado com microrganismos que induz infecção bacteriana de curta

(11)

duração, os parasitas desenvolveram mecanismo de escape que permite longo período de parasitismo.

Os protozoários não possuem grande formação celular, são organismo unicelulares eucarioto, com importância biológica e parasitária considerada. Possuem uma única célula, porém alguns têm organelas de alta complexidade, podendo a complexidade ser comparada com órgãos de organismos multicelulares. Quando comparamos a complexidade fisiológica e funcional, estes seres são mais semelhantes com animais do que com células isoladas. As células podem ter morfológicas variadas em formatos ovais, alongados e esféricos, para identificação os estudiosos precisaram usar várias técnicas como o auxílio de microscópio eletrônico, estudos bioquímicos e fisiológicos.

A condição fisiológica, faz com que espécies de protozoários tenham etapas definidas: como a forma ativa de alimentação e reprodução denominada trofozoíto. A forma de resistência ou inativa, é uma parede cística que o parasito produz para envolver a célula e proteger quando está em meio externo. Os cistos podem ser encontrados em tecidos ou fezes do hospedeiro e os oocistos derivados da reprodução sexuada, podem ser encontrados nas fezes do hospedeiro. Formas de reprodução sexuada por gameta, de algumas espécies como por exemplo Plasmodium, denominado microgameta masculino e macrogameta feminino.

A estrutura dos protozoários é constituída basicamente de membrana, citoplasma e núcleo bem definidos. A membrana plasmática apresenta função e estrutura similar a célula dos animais, funciona como barreira seletiva entre o citoplasma e o meio externo, e importante associação com a nutrição por ingestão de partículas sólidas e líquidas (fagocitose e pinocitose), motilidade, excreção descarte de produtos produzidos pela célula e regulação osmótica. Giardia lamblia e tripanossomas são exemplos de protozoários, que apresentam membrana celular, chamadas de cutículas, possuem uma rigidez para manter a proteção do interior da célula (formato e integridade), porém esta rigidez não interfere no movimento em seu habitat. A membrana plasmática é composta por uma mistura delicada de lipídeos e proteínas, controla o que entra e sai da célula. Os lipídios são denominados de fosfolipídios, são formados

(12)

por uma dupla camada, com cabeça hidrofílica atraem a água e cauda hidrofóbica não a atração entre água. A bicamada lipídica é composta de pequenos poros, que selecionam as moléculas para passarem através da membrana. As proteínas tem funções diferentes, podem ser canais ou receptores de sinais ou apenas um conexo da membrana.

Nos protozoários temos o citoplasma, inclui organelas envoltas por membranas, com característica de uma massa gelatinosa denominada de citosol, (solução à base de água que contém íons, pequenas moléculas orgânicas, e macromoléculas), muitas vezes diferenciado em ectoplasma (camada externa e transparente) e endoplasma (camada interna contendo as organelas). A estrutura do citoplasma é mais facilmente vista em amebas, pelo prolongamento do externo do citoplasma denominado de pseudópodes, responsável pelo movimento. Observe essa estrutura na Figura 1.

Figura 1 – Prolongamento do citoplasma – Pseudópodes em ameba

Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons.

No citoplasma estão presentes as organelas como mitocôndria, vacúolos, lisossoma, corpúsculo basal, complexo de Golgi, microtúbulos e retículo endoplasmático, cada organela tem função específica. Algumas espécies de protozoários não possuem mitocôndrias e complexo de Golgi, possuem estruturas especiais. As organelas das diferentes espécies são praticamente semelhantes, o que difere é o tamanho algumas precisam ser observadas em microscópio eletrônico.

(13)

Agora vamos falar resumidamente sobre cada funcionalidade das diferentes organelas, o retículo endoplasmático tem duas finalidades lisossíntese de esteróides (liso) e síntese de proteínas (grosso), já o complexo de Golgi que fica junto com o retículo, tem a finalidade de condensar a secreção das proteínas e síntese dos carboidratos, os protozoários flagelados, ciliados e amebas (Giardia), tem essas organelas desenvolvida, reduzida e ausente.

As mitocôndrias são responsáveis pela respiração dos protozoários, possuem DNA, RNA e ribossomos com propriedades parecida com a dos procariotos, alguns parasitas como tripanossoma possuem mitocôndria única, com região rica em proteína, os Giardia lamblia, Trichomonas vaginalis e Entamoeba não contém mitocôndria.

O meio de nutrição dos protozoários ocorre por predação de microrganismos ou protozoários mesmo, ou por ingestão de partículas do meio. Os tipos de nutrição podem ser por autotróficos, heterotróficos, saprozóicos, mixotróficos e síntese de proteínas e transporte. Acompanhe pelo Quadro 1.

Quadro 1 - Tipos de nutrição que ocorre nos protozoários em geral

Fonte: Neves, 2003, p. 43.

(14)

Ao ingerir essa partícula forma um vacúolo digestivo, ocorrendo a digestão do alimento e os restos são eliminados para fora da célula.

O conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células produzem substâncias tóxicas, e estas precisam ser eliminadas por excreção ou pelo vacúolo contrátil.

Como os protozoários são seres de ambiente aquático, para regular o conteúdo de água no interior da célula e evitar que ocorra o rompimento desta, estes apresentam vacúolos contrátil, que são responsáveis pelo equilibro osmótico da célula. Essas vesículas são como bexigas, acumulam a água e liberam para fora do protozoário. Os alimentos são ingeridos pelos protozoários e enzimas são responsáveis pela quebra destes, essas são produzidas pelo vacúolo digestivo. O citoesqueleto formado por proteínas estruturais que se encontram no interior da célula dos protozoários, são responsáveis pela formação dos flagelos e cílios meios de locomoção.

Os meios de deslocamento dos protozoários são o flagelo, cílio, pseudópodes e microtúbulos. Os flagelos são estruturas finas e permanentes de locomoção dos flagelados, compostas por microtúbulos formados por proteína tubulina, as espécies possuem números variados de flagelos, por exemplo o gênero Trypanosoma tem um único flagelo e as Giardia lamblia quatro ou mais. Os protozoários ciliados possuem cílios para deslocamento, sua composição funcional e morfológica é parecida com a dos flagelos, a diferença é a membrana ondulante formada pelos cílios, são rápidos no meio aquático, pois possuem grande número de cílios na superfície celular. Os pseudópodes são como pés, gerados por alongamento do externo do citoplasma, o movimento é através de deslizamento, e com o movimento vai ingerindo partículas de alimentos, são organelas temporárias. Já as estruturas denominadas de microtúbulos, são meios específicos de Toxoplasma e Sarcocystis, não perceptíveis em microscópios comuns, possibilitam os deslizamento e ondulações, flexões, contrações e deslocamento.

(15)

Figura 2 - Protozoários e suas diferentes organelas de deslocamento

Fonte: Wikimedia Commons

Os núcleos das células dos protozoários geralmente são esféricos ou alongados, situado no endoplasma, separado pela membrana nuclear, constituído de inúmeros canais que transporta material entre o nucleoplasma e o citoplasma. O material genético, está no cromossomo que contém filamentos de DNA (um ou mais núcleos). A síntese proteica é produzida por diferentes tipos de RNA no núcleo, a quantidade de núcleo é diferente entre as espécies de protozoários. Os macronúcleos e micronúcleos são dois tipos de núcleos dos ciliados, são responsáveis pelo controle da atividade vegetativa e reprodução.

Esta organela está presente nos protozoários de água doce e também possui a função de regulação osmótica (controle hídrico) da célula. os protozoários de água doce são hipertônicos em relação ao meio em que se encontram e por isso ocorre, por osmose, uma entrada contínua de água por seu interior. Para evitar que o protozoário inche e estoure, o vacúolo contrátil bombeia continuamente o excesso de água para fora do protozoário.

A respiração dos protozoários é feita por meio aeróbico necessitam do oxigênio para sobrevivência este é absorvido pela membrana citoplasmática. E meio anaeróbicos não sobrevivem em contato com o oxigênio, não têm membrana.

(16)

Principais grupos de protozoários e metazoários parasitos do homem e seus vetores

Os protozoários podem causar doenças graves nos seres humanos, infectam tecidos e órgãos do corpo como: células do vermelhas do sangue, sistema nervoso central (SNC), as células de defesa do organismo que atuam no sistema imunológico (macrófagos), intestino, sistema reprodutor, cérebro, músculo e pele. Observe o Quadro 2.

Quadro 2 - Locais do corpo humano que os Protozoários infectam causando doença

Fonte: Fonseca, 2005, p. 47.

Estes protozoários desenvolverem estratégias para bloquear as repostas do organismo do hospedeiro, e utilizam de uma variedade de rotas para infectar os seres humanos.

Os principais grupos de protozoários ou reino protozoa são classificados conforme o meio de locomoção em Sarcomastigophora, os quais estudamos as amebas que movimentam-se por pseudópodes, e os flagelados por longos flagelos, apicomplexa é o estudo dos esporozoários, não possuem estrutura de locomoção e Ciliophora que estuda os organismos ciliados, movimento por cílios curtos.

Mastigophora ou flagelados, o deslocamento é por batimento dos flagelos semelhantes a chicotes, auxiliam na captura de alimentos e estímulos ambientais, a maioria são heterotróficos, forma oval, alongada ou esférica, reproduzem por bipartição, alguns grupos são de vida livre, nutrição de animais e plantas em decomposição, ou membrana ondulares

(17)

como os tripanossomos. Neste grupo incluem também os flagelados intestinais, que causam doenças graves como a doença do sono e de Chagas, infecções do trato urinário e giardíase (Giardia, Trichmonas, Trypanosoma), doenças causadas no sangue e tecido (Leishmania e Trypanosoma).

Sarcodina são grupos de protozoários ameboides, que causam doenças no ser humano, usam pseudópodes para locomoção e capturar alimentos, vida livre e habitat variado na natureza, como as Entamoeba, Endolimax, Iodamoeba, alguns grupos tem o trato digestivo do homem como habitat como: Entamoeba dispar, Entamoeba coli, Iodamoeba butschilii e Entamoeba nana, estas espécies não são patogênicas ao homem, como descrito na evolução do parasitismo no capitulo I, a única espécie patogênica é a Entamoeba histolytica.

Sporozoa ou esporozoários denominados de Apicomplexa, são parasitas de ciclo de vida complexo, podem ter dois tipos de reprodução sexuada ou assexuada rotativas, geralmente são dois tipos de hospedeiros definitivos: pode ser artrópode, vermes, inseto e vertebrados. Podem ser divididos em duas classes: Coccidio que parasitam o homem Toxoplasma, Isospora e Cryptospidium (causa diarreia no homem e animais). E a classe dos haematozoa que incluem os Plasmodium, e neste grupo encontra-se o parasito da malária.

Figura 3 - Anatomia dos esporozoários denominados de Apicomplexa

Fonte: Wikimedia Commons

(18)

Ciliophora são grupos de protozoários constituídos pelos ciliados, possuem dois tipos de núcleos em cada organismo, são heterotróficos, com diferentes formas corpóreas, de vida solitária, por ter cílios distribuídos na superfície de todo corpo são muito rápidos, acredita-se que os cílios auxiliam no movimento da água impulsionando para frente, o que ajuda a fugir dos predadores. O Balantidium coli é o único parasita deste que infecta o intestino do homem e diferentes animais.

SAIBA MAIS:

Para melhorar o entendimento sobre o B. coli, sugiro a leitura deste, artigo de Barbosa et al., (2016). Avaliação da frequência de Balantidium coli em suínos, tratadores de suínos e primatas não humanos no estado do Rio de Janeiro. Clique aqui.

Os metazoários parasitas do homem, são compreendidos por dois grupos de vermes helmintos que se dividem em Platelmintos e Nematelmintos, são seres que desenvolveram ao longo do tempo passando de protozoários para metazoários.

Os Platelmintos são vermes de corpo achatado, subdivide em duas classes Cestoda e Trematoda. Os cestodas tem o corpo semelhante a uma fita, estes infectam tecidos e intestino dos seres humanos como exemplo as Taenia, Spirometra, Echinoccus, Hymenolepis e Dipylidium, já os trematódeos apresentam em forma de folha, e os esquistossomos são alongados e estreitos, isso facilita seu habitat nos pequenos vasos sanguíneos, os gêneros que infectam os homens incluem Schistosoma, Paragonimus, Clonorchis, Metagonimus, Fasciolopsis e Fasciola.

Nematelmintos são nomeados como parasitas intestinais, pela forma de infectação que ocorre por falta de saneamento básico, falta de higiene e índice socioeconômico. Possuem um corpo cilíndrico arredondado, várias cavidades naturais, sistema nervoso complexo e sexo separado.

O procedimento usual para diagnóstico nos seres humanos é análise de fezes, urina, sangue e tecidos, para verificar a presença de ovos ou larvas. Os gêneros dos nematelmintos que infectam o homem: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Enterobius Vermicularis. Observe o Quadro 3.

(19)

Quadro 3 - Metazoários – helmintos- espécies e importância para o homem

Fonte:Doughty,1996, p. 88.

Vamos fazer um breve relato sobre alguns vetores, que podem transmitir essas doenças de protozoários para o homem ou animais, na classe dos flagelados temos a leishmania brasiliensis, mexicana e donovani, são transmitidos por vetores como Flebotomíneos, subfamília de insetos que tem como habitat as florestas, nas áreas ruas é considerado como endemias, tendo com reservatórios roedores, cães. Os mosquitos Aedes são considerados vetores das doenças como a dengue, Chikungunya, febre amarela e zika, pernilongo Anopheles da malária e mosquito culex:

Encefalite janonesa, febre do Nilo e ocidental, Filaríase linfática (Elefantíase).

Os triatomíneos são insetos hematófagos obrigatórios conhecidos como barbeiros Triatoma reduviid que causa a doença de chagas (tripanossomíase africana), mosca Tsé-Tsé vetor da doença do sono e caracóis de água doce que causam esquistossomose ou barriga d´ água. E os considerados vermes helmintos: mosca Simulium, causa a doença humana denominada de Oncocercose, mosca Chrysops: doença Loaiasis.

VOCÊ SABIA?

A Filariose linfática doença parasitária crônica, causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti e replicada pela picada do mosquito Culex, está sendo erradicada no Brasil, a área endêmica está concentrada na região do Recife/Pernambuco.

(20)

Amebas parasitas do homem

Neste tópico vamos falar sobre o grupo de protozoários que possui espécies patogênicas para o ser humano, espécies facultativas de vida livre e aquelas que vivem harmonicamente simbióticas. As amebas que tem como habitat o ser humano, são da família Entamoebidae e do gênero Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax.

VOCÊ SABIA?

A primeira Entamoeba, descrita foi encontrada em barata (Blatta oientalis), por Butschli em 1878, até então era desconhecido que a espécie vivia em contato com hospedeiro, eram denominadas de Amoeba por ter vida livre. O significado da palavra Amoeba se refere aquilo que não tem forma.

As Entamoeba, usam o homem como habitat, pode ser classificadas em: aquelas que tem vida livre mas podem ter patogenicidade (facultativa) Acanthamoeba sp, Balamuthia sp., Naegleria sp. Vivem no homem mas não causam nenhum dano aparente a saúde (simbiótica): Entameba dispar, E. coli, E. gingivalis, Endolimax nana, Iodamoeba butschilii. E a espécie considerada patogênica Entamoeba Histolytica.

Todas as espécies do gênero Entamoeba tem o intestino do homem e dos animais como habitat, menos a E. moshkovskii por viver livremente, são classificadas conforme número de núcleos de cisto.

As E. coli, E. muri e. gallinarum possuem oito núcleos em seu cistos, E. histolytica, E. dispar, E. hartmani, E. moskovskii apresentam quatro núcleo, contendo um núcleo no cisto são denominadas de E. polectki, E.

suis e a que não possui cisto E. gingivalis.

(21)

Figura 4 - Ilustração dos cistos contendo os núcleos de diferentes gêneros de Entamoeba histolytica, E. hartmenni, E. coli, E. nana, E. butschlli e. fragillis.

Fonte: Wikimedia Commons

O ciclo biológico do protozoário, apresenta dois estágios básicos e bem definidos: trofozoítos e cistos. As amebas descritas diferenciam uma das outras pelo tamanho do cisto e trofozoíto, pela estrutura e número de núcleos nos cistos, porém a diferenciação entre as espécies é bastante complexa, em cada faze do ciclo da vida o parasita apresenta uma característica celular, com morfologia e bioquímica diferentes, essa diferenciação só é possível observando várias estruturas como trofozoíto nas fezes, intestino, cistos maduros e imaturos em fezes normais, observando a morfologia dos cistos e trofozoítos.

(22)

Os trofozoíto é a forma ativa do protozoário, capaz de alimentar, movimentar e reproduzir, geralmente invadem a luz do intestino grosso, podendo invadir mucosas quando patogênicos. Os cistos são formas resistentes multinucleadas ou sem núcleo que são eliminados junto com as fezes.

VOCÊ SABIA?

Os indivíduos assintomáticos que eliminam cistos, são a principal fonte de contaminação, ocasionando epidemia em regiões que não possuem saneamento básico, contaminando água utilizada.

Entamoeba histolytica e amebíase:

parasita

A E. histolytica é o agente etiológico da doença infecciosa do ser humano Amebíase, considerado um importante problema de saúde pública, gerando número elevado de óbitos todos os anos. São parasitas do intestino grosso dos seres humanos, primatas e alguns outros animais, em alguns casos são assintomáticos, desenvolvendo em momento de estresse ou sistema imunológico comprometido.

E. histolytica encontra-se distribuída amplamente em todo o mundo.

Sua prevalência é maior nos países das zonas tropicais e subtropicais, com populações carentes e sem saneamento básico. Com o aumento da migração de pessoas de países em desenvolvimento para países desenvolvidos favorece o contágio. Áreas com alta incidência de infecção amebiana incluem Índia, África, México e partes da América Central e do Sul.

Há grande quantidade de pessoas infectadas em regiões frias, como o Canadá, norte dos Estados Unidos e Europa. Segundo dados Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a cada ano, esta doença se desenvolve em todo o mundo em 40-50 milhões de pessoas e causa 40.000 mortes, o que a torna a segunda principal causa morte por infecção provocada por protozoário parasito.

(23)

No ano de 1990, através de vários estudos foi possível separar, amebas idênticas em duas espécies, E. dispar (não patogênica) e E.

histolytica (patogênica). E. dispar não causa nenhuma forma de doença, mesmo em pacientes imunocomprometidos. Porém quando relatar a E. histolytica, esta é responsável pela colite amebiana, infecta todos os gêneros em ser humano.

SAIBA MAIS:

Busque entender mais a diferença entre as Entamoeba lendo o artigo de Tomé & Tavares (2007). Diferenciação entre Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar por meio de ensaio imunoenzimático para pesquisa de antígenos em amostras fecais. Clique aqui.

Quanto a identificação, podemos encontrar a ameba ativa, o cisto inativo, e o trofozoíto que pode ser encontrado nos tecidos, fezes aquosas causadas pela amebíase, o tamanho é entre 15 a 30 µm, os trofozoídes podem ser encontrados por meio de diagnóstico do material fresco, possuem movimentos rápidos.

Os cistos de amebas patogênicas medem de 10 a 20µm, podem ser encontrados em fezes pastosas. Atualmente, as espécies patogênicas são diferentes da não patogênica, os cistos são maiores em tamanho decorrente da diferença de nutrição ou da presença da espécie não patogênica que é menor.

Entamoeba Histolytica e amebíase: a doença

A amebíase é a infecção do homem pela Entamoeba Histolytica com ou sem manifestação clínica. O homem se infecta ingerindo os cistos maduros, juntamente com alimentos, água ou contato fecal-oral, falta de higiene domiciliar disseminando o mesmo entre a família toda.

Ocorre a ingestão dos cistos, passando pelo estômago, resistem ao suco gástrico, chegando ao intestino grosso, ocorre o desencistamento no intestino delgado, formando o metacisto, o qual se divide em quatro,

(24)

oito trofozoítos, aderem na mucosa do intestino e a nutrição é detritos de alimento e bactérias. Depreende da parede do intestino no cólon, transformam em pré-cisto e posteriormente em cisto, saindo com as fezes, o ciclo patogênico pode instalar no fígado, cérebro, pulmão, pele e cérebro. Os cistos podem sobreviver até semanas no ambiente, pela proteção da parede, ocasionando novo contágio.

Figura 5 -Infecção por Entamoeba histolytica

Fonte:Wikimedia Commons

O fator virulência da E. histolytica é um evento multifatorial influenciado por diferentes fatores, pouco compreendido pela variabilidade e potencial patogênico e diferença de virulência, estes protozoário tem a capacidade de mudar de um tipo harmônico para virulento, agressivo e invasor, este pode ser explicado com um rompimento do equilíbrio parasita-hospedeiro, favorecendo o parasita é claro. Dentre o meio que amebas vivem podemos relatar a presença de bactérias, e estas principalmente anaeróbicas, são capazes de potencializar a virulência da E. histolytica, está virulência pode ser deduzida, porque as bactérias que vivem no trato intestinal são bactérias patogênicas como Escherichia coli, Salmonella sp. Shigela entre outras, e estas transferem gene de virulência para outras espécies.

(25)

A E. histolytica instala na célula com uma forte adesão, estando mediada pela proteína lectina e por fagocitose faz a destruição de da parede epitelial, liberando enzimas proteolíticas, as quais favorece o aumento da destruição dos tecidos. Posteriormente, penetrando na mucosa intestinal, formando úlceras, estas podem ter diferentes tamanhos e formas, induzindo a inflamações que espalham facilmente, formando abscessos e necrose.

Os pacientes como amebíase desenvolvem diarreia sanguinolenta e dor abdominal, febre seguida de anorexia e perda de peso. Mulheres grávidas, indivíduos imunocomprometidos, desenvolve diarreia sanguinolenta, e perfuração do intestino, denominado de amebiana fulminante, outro diagnostico é considera mais grave e menos comum, é a forma invasiva que causa maior número de morte a amebíase hepática, não é identificado cistos ou trofozoítos nas fezes, porém os sintomas são agudos e agressivos com menos de 10 dias de duração, os homens e crianças, são pacientes mais comuns. A infecção do cérebro causando abscesso encefálico é rara, seus sintomas são imprevistos, acompanhado de vômito, tontura e confusão menta, os pacientes raramente sobrevivem.

Em casos muito raros, a amebíase pode infectar órgãos como o sistema urinário, genital, osso e pele.

Figura 6 - Água pode ser um veículo de contaminação da amebíase

Fonte: Pixabay

(26)

Diagnóstico da amebíase é feito por analises por microscópio das fezes e mucosa do cólon de pacientes com diarreia, este método tem sido utilizado a muitos anos, este pode gerar resultado falso positivos, dependendo da experiência do analista.

RESUMINDO:

Aprendemos que sobre o protozoário, cerca de 25.000 espécies têm vida livre, mas podem viver em associações harmônica ou desarmônica com outros seres. Esta única célula realiza todas as funções de locomoção, morfológica, fisiológica, excreção, respiração, nutrição e reprodutiva, com facilidade de adaptações em diferentes ambientes.

Os protozoários não possuem grande formação celular, são organismo unicelulares eucarioto, com importância biológica e parasitária considerada. Possuem uma única célula, porém alguns têm organelas de alta complexidade, podendo a complexidade ser comparada com órgãos de organismos multicelulares. No citoplasma estão presentes as organelas como mitocôndria, vacúolos, lisossoma, corpúsculo basal, complexo de Golgi, microtúbulos e retículo endoplasmático, cada organela tem função específica. o retículo endoplasmático tem duas finalidades lisossíntese de esteróides (liso) e síntese de proteínas (grosso). As mitocôndrias são responsáveis pela respiração dos protozoários. O meio de nutrição dos protozoários ocorre por predação de microrganismos ou protozoários mesmo, ou por ingestão de partículas do meio. Os meios de deslocamento dos protozoários são o flagelo, cílio, pseudópodes e microtúbulos. Os principais grupos de protozoários ou reino protozoa são classificados conforme o meio de locomoção em: Sarcomastigophora os quais estudamos as amebas movimenta-se por pseudópodes, e os flagelados por longos flagelos, apicomplexa é o estudo dos esporozoários, não possuem estrutura de locomoção e Ciliophora que estuda os organismos ciliados, movimento por cílios curtos.

(27)

RESUMINDO:

Os Platelmintos são vermes de corpo achatado, subdivide em duas classes Cestoda e Trematoda. Nematelmintos são nomeados como parasitas intestinais, pela forma de infectação que ocorre por falta de saneamento básico, falta de higiene e índice socioeconômico. Na classe dos flagelados temos a leishmania brasiliensis, mexicana e donovani. Os mosquitos Aedes são considerados vetores das doenças como a dengue, Chikungunya, febre amarela e zika. Os são insetos hematófagos obrigatórios conhecidos como barbeiros, doença de Chagas, mosca Tsé-Tsé vetor da doença do sono e caracóis de água doce que causam esquistossomose ou barriga d´ água. E os considerados vermes helmintos: mosca Simulium, causa a doença humana denominada de Oncocercose, mosca Chrysops: doença Loaiasis. As amebas que tem como habitat o ser humano, são da família Entamoebidae e do gênero Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax E. histolytica é o agente etiológico da doença infecciosa do ser humano Amebíase.

(28)

Os Esporozoários Toxoplasma Gondii

INTRODUÇÃO:

O protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, é o agente causador da toxoplasmose e têm o felino como hospedeiro definitivo. Você estudante com o termino deste capítulo, vai compreender as formas infectivas e o meio de transmissão, quais os grupos de risco e quais os casos clínicos mais graves, quais as consequências da toxoplasmose congênita e pós-nascimento.

Toxoplasma gondii é um protozoário do subfilo Apicomplexa da subclasse Coccidia. É composto por duas famílias: a família Eimeridae, com os gêneros Eimeria eisospora, e a família Sarcocystidae, com os gêneros Toxoplasma e Sarcocystis. O T. gondii provavelmente deriva do coccidio intestinal monoxênico de um gato, que durante sua evolução produziu formas de tecido neste animal e, posteriormente, em outros animais. O gato e outros gatos selvagens são os únicos animais nos quais o parasita se multiplica, tanto no intestino quanto nos tecidos. Portanto, o gato se distingue como hospedeiro completo ou definitivo. Além disso, outros mamíferos, incluindo o homem e as aves, são considerados hospedeiros incompletos (eles apenas observam o ciclo de multiplicação de tecidos) ou intermediários (o parasita é multiplicado apenas por fechamentos assexuais ou esquizogônicos).

O protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, de distribuição mundial, é o agente causador da toxoplasmose, doença importante na área médica e veterinária, pode causar aborto nos hospedeiros intermediários mamíferos e hospedeiro definitivo no qual ocorre o ciclo sexuado produtor do oocisto do parasita, animais da família Felidae. O parasito é capaz de infectar e se replicar em qualquer célula nucleada de aves e mamíferos, incluindo o homem. Estima-se que a sua soroprevalência em humanos pode ser de 30 a 70%, dependendo da região mundial.

(29)

Formas Infectivas

Durante o desenvolvimento o T. gondii passa por diferentes fases infecciosas, responsáveis pela transmissão: taquizoíto ou forma livre.

Refere-se ao estágio de rápida multiplicação em células nucleadas dos hospedeiros intermediários e em células não epiteliais intestinais dos hospedeiros definitivos. Tem formato de arco, com uma extremidade afinada e a outra arredondada (2 a 4 µm largura e 4 a 8 µm de comprimento), possui diversas organelas e revestimento de película com triplas membranas, não possuem meio de locomoção, movimentam-se por deslizamento, ondulações e rotações. Invade as células saudáveis por penetração, não resistem a ação do suco gástrico.

Figura 7 - Ilustração do taquizoíto forma infectiva

Fonte: Wikimedia Commons

Bradizoíto ou cisto tem a forma de pequeno taquizoíto, encontra- se em diversos tecidos durante a fase de latência, replicação lenta. É resistente a medicamentos e ao suco gástrico por possuir uma parede resistente, podem desenvolver a forma de reprodução sexuada nos felinos.

(30)

Esporozoítos são as formas infectivas de T. gondii presentes no interior de oocistos. Os hospedeiros definitivos felinos, podendo disseminar oocistos depois de qualquer um dos três estágios infecciosos, a reprodução do sexuada ocorre no intestino dos felinos. Estes oocistos, infectando vários tipos de tecido, inclusive o tecido nervoso. Durante a fase aguda da infecção milhões de oocistos são eliminados nas fezes dos felídeos por 7-21 dias. No ambiente, sob diferentes condições de umidade, aeração e temperatura quente, os oocistos eliminados esporulam tornando-se infecciosos, estes são resistência a diferentes temperaturas frio ou calor, apresenta-se viáveis durante um ano ou mais, sua ingestão é devida pela água ou alimento contaminado.

Figura 8- Oocisto forma infectante do T. gondii

Fonte: Wikimedia Commons

Sobre o ciclo intestinal, se o gato for infectado pelo carnívoro com cistos de T. gondii, os parasitas penetram no epitélio das vilosidades da porção inferior do intestino delgado e um ovo dentro das células crescem adquirindo um aspecto ameboide, o trofozoíto, que logo divide seu núcleo e cada porção nuclear é cercada por uma parte citoplasmática. Assim, constitui-se o esquizonte imaturo, que amadurece para formar numerosos merozoítos, sendo provável que essa fase esquizogônica seja precedida por outros mecanismos de reprodução assexuada, como endodiogênese e endopoligenia. A célula hospedeira explode e libera os merozoítos, que dependem da magnitude do inóculo.

(31)

Após três, cinco ou mais dias, alguns números evoluem para formas sexuadas ou gametas. O microgametócito masculino amadurece para produzir entre 12 e 32 microgametas. A fertilização do macrogameto ocorre dentro da célula hospedeira e o zigoto resultante sai para o testículo coberto por um envelope translúcido, o oocisto, que é expelido para fora com as fezes do gato. O gato começa a eliminar oocistos três a cinco dias após a infecção. Se a infecção pelo gato ocorre com taquizoítos (ingestão de animais com infecção aguda) ou com esporozoítos (ingestão de oocistos), ocorre primeiro uma infecção tecidual por taquizoítos, seguida pela produção de bradizoítas capazes de iniciar o ciclo intestinal, com um período preponderante de vinte e um a quarenta dias.

Os oocistos de T. gondii são eliminados em estado imaturo e, em condições adequadas, continuam seu desenvolvimento no ambiente externo, formando-se dentro de dois esporocistos com quatro esporozoítos cada.

Sobre o ciclo do tecido, nos tecidos de mamíferos e aves, T. gondii pode ser observado como zoito livre ou na multiplicação endocelular (endozoítos) e formas císticas (quistozoitos).

Os zoitos livres têm o aspecto semilunar ou arco típico (daí o nome de toxoplasma: toxinas = arco), com um pólo anterior mais nítido, uma face convexa e o outro geralmente côncavo. Medindo 4 a 6 µm de comprimento e 2 a 4 de largura, isto é, eles são aproximadamente do tamanho de um eritrócito. Tingidos com Giemsa podem ser distinguidos o núcleo rosa, localização no centro e o citoplasma de cor azul. Quando você os assiste ao microscópio eletrônico, apresentam uma ultraestrutura complexa. No citoplasma, observa-se um anel polar e uma formação cônica oca em seu polo anterior, cuja base é direcionada para o interior do parasita. Nesse caso, representam uma organela apropriada para perfurar a membrana da célula hospedeira. Além disso, mitocôndrias, granulações, fibras finas e o aparelho de Golgi são diferenciados no citoplasma. O núcleo, redondo ou oval, e semi central e é um pouco deslocado em direção ao pólo posterior, possui membrana dupla e nucléolo.

Os toxoplasmas, para se multiplicarem, devem entrar na célula obrigatoriamente. Eles são capazes de parasitar qualquer célula nucleada,

(32)

mas são preferencialmente encontrados nas células do sistema retículo endotelial, naquelas do sistema nervoso central e nas células musculares.

A penetração celular pode ocorrer devido a movimentos do parasita ou por fagocitose. A multiplicação intracelular é complexa. É um processo assexuado no qual as crianças são formadas dentro da célula materna antes de se tornarem livres.

Essa multiplicação ocorre em fóruns parasitados por vacúolos da célula hospedeira e é iniciada por um processo de surto interno ou endogenia, que termina com a formação de dois indivíduos filhos (endodiogênese), que continuam sua proliferação sucessivamente, por esse mesmo mecanismo.

A multiplicação intracelular acelerada de toxoplasmas (taquizoíto) termina com a formação de pseudoquistes, isto é, células hospedeiras cheias de parasitas. O processo culmina com a destruição dessas células parasitadas e com a liberação de novos taquizoíto, que localizam no mesmo tecido, ou remotamente, por via sanguínea ou linfática, se espalham por todo o corpo, invadindo novas células.

Se o ritmo de reprodução for mais acentuado, o processo terminará com a formação de cistos. Multiplicando lentamente parasitas, pseudoquistes e os merozoítos secretam precipitados granulares que estão ligados à membrana vacuolar circundante. Essa membrana se expande lentamente, à medida que os quistozoítos se multiplicam por dentro. Finalmente, quando as granulações são fundidas, forma-se uma membrana sólida, a membrana cística. Nesse caso, são cistos verdadeiros cuja membrana do envelope é derivada de componentes do parasita e da célula hospedeira. Os cistos são de tamanho variável, de alguns µm e contêm dezenas, centenas ou milhares de quistozoítos. O quistozoíto é morfologicamente semelhante ao endozoíto.

Para enfatizar a velocidade de reprodução de T. gondii nos tecidos, Frenkel propôs chamar parasitas de reprodução rápida nos taquizoítos do pseudocisto e bradizoites de reprodução lenta nos cistos. Assim, taquizoita é sinônimo de endozoito e bradizoita é sinônimo de chistozoita. Em resumo, em mamíferos e aves, pode-se observar toxoplasma cornozoitolibra, endozoito ou taquizoito, e como cistozoíto ou bradizoíto (cistos).

(33)

Transmissão

Em os humanos as formas de transmissão mais frequente são:

ingestão de carne crua ou mal passada, de ovino, suíno e bovinos contendo cisto, ou tropozoíto pelo leite cru de cabra ou vaca. Ingestão de oocisto presentes em caixa de areia, parque e jardins, ou veiculados por mosca, minhoca e ar. Através da placenta para o feto, em casos de gestantes que estão no estágio crônico da doença.

Durante a fase proliferativa o T. godii, causa mudanças na imunidade do paciente alterando humoral e celular. Na imunidade humoral ocorre o aumento IgG (imunoglobina), a qual pode ser medida durante a infecção nos testes sorológicos. Imunidade celular é ativado pelo fator necrose- tumoral que protege os macrófagos, mantendo a fase de latência, é um conjunto de series que mantem o paciente na fase crônica da doença.

Figura 9 - Ciclo de transmissão da toxoplasmose

Fonte: Wikimedia Commons

(34)

Toxoplasmose a doença

Toxoplasmose é a doença causada pelo Toxoplasma gondii. Os casos clínicos mais graves são os de criança recém-nascida, caracteriza por endema muscular, miocardite, encefalite, pneumonia, urticaria, hidrocefalia, micro ou macrocefalia, coriorretinite, retardo mental, calcificação cerebrais (as quatros ultimas forma chamadas de tétrade de Sabin), com altas taxas de morbidade e mortalidade. Também os casos mais graves são de indivíduos com o sistema imunológico comprometido, causando renite, encefalite ou doença difundidas em vários estados.

Entre as doenças consideradas congênita a toxoplasmose é considerada um dos casos mais graves, pelas sequelas irreversíveis ocasionada no feto. Só ocorre a transmissão para o feto, se mãe estiver na fase crônica da doença ou ocorrer de voltar ao estágio inicial da doença.

As consequências da doença toxoplasmose para o feto depende da exposição, virulência da cepa, sistema de proteção da mãe e período da gestação, em fases agudas da doença pode ocorrer aborto, partos antes de completar 9 meses ou apresentar anomalias graves, 40 a 50% das infecção pré-natal pode ocasionar aborto ou morte.

Figura 10 - Ciclo da Toxoplasmose

Fonte: Wikimedia Commons

(35)

Toxoplasmose pós-nascimento, a forma de contagio é após o nascimento ou na fase adulta. São casos subclínicos, principalmente em pacientes com a saúde comprometida, podendo a infecção confundida com gripe, pelos sintomas de febre. Porém a toxoplasmose tem casos clínicos: a forma febril é considera a fase aguda, acompanhada de muita febre (41°C para mais), mal-estar, fadiga e aumento do volume dos gânglios linfáticos.

Quanto à forma ocular, 30 a 40 % dos diagnósticos oftalmológicos indicam infecção toxoplasmática. Esta forma pode desenvolve na fase aguda da doença, os sintomas iniciais, podem ser identificados como perda parcial ou total da visão, dor ocular, conjuntivite e fotofobia. Forma meningoencefálica, pode apresentar uma inflamação aguda no cérebro, mielite inflamação da espinha dorsal, e casos mais agravados levar a morte. Forma cutânea: lesões generalizadas na pele.

EXPLICANDO MELHOR:

Pode ser considera a doença mais difundida no mundo, em qualquer clima, variedade de solo e condições sociais.

Infecta mamíferos e aves, estes sendo doméstico ou não, 75% dos felinos hospedeiro-definitivo pode apresentar de toxoplasmose. As principais formas de transmissão consumo de carne crua ou mal passada, leite de cabra (adulto), congênita (feto) e caixa de areia (crianças).

A toxoplasmose é a zoonose parasitária mais difundida na natureza.

Foi demonstrado em todas as latitudes, tanto em populações humanas em torno de mais de trezentas espécies de mamíferos domésticos e selvagens quanto em cerca de trinta espécies de aves e selvagens. Pesquisas sorológicas realizadas em diferentes países indicam uma infecção de 40 a 50% dos adultos saudáveis entre 30 e 40 anos. Esses números variam de um local para outro, o que é atribuído a fatores geográficos e climáticos, hábitos alimentares, tipo de trabalho, higiene ambiental e presença de gatos infectados. A taxa de prevalência é relativamente baixa em crianças pequenas e aumenta gradualmente com a idade.

(36)

O gato e outros felinos são eliminadores de oocistos, formas infecciosas para outras espécies de animais e até para o mesmo gato. Além disso, esses felinos são infectados por cistos através do carnivorismo e, ocasionalmente, por taquizoítos devorando pequenos animais com infecção aguda. Um gato infectado remove oocistos por uma a duas semanas e uma única injeção pode conter milhões deles.

Se esses elementos atenderem às condições favoráveis no ambiente externo (água, terreno úmido, temperaturas em torno de 25 °C e oxigênio suficiente), atingem seu estado desinfetante em um a três dias. Oocistos esporulados são extremamente resistentes a desinfetantes comuns e podem permanecer viáveis por períodos muito longos em um ambiente favorável a eles. A sobrevivência de até dois anos em água e mais de seis meses em solo úmido foi demonstrada.

O oocisto é o elo mais importante na cadeia epidemiológica de T.

gondii. No entanto, o risco de infecção humana por contato direto com o gato não deve ser superestimado, pois esses animais eliminam oocistos imaturos por um período limitado e sua reinfecção seria excepcional.

O risco seria atribuído pela contaminação do ambiente por oocistos, fatores climáticos que permitem a sobrevivência prolongada de formas infecciosas e condições de vida que favorecem infecções fecais.

Isso explica por que a transmissão do T. gondii ocorre preferencialmente em populações de baixo nível socioeconômico, onde as crianças são infectadas desde tenra idade, como foi demonstrado nos países em desenvolvimento. A infecção humana por oocistos seria mediada pelo solo, água potável, alimentos higienizados, e o risco de disseminação pode aumentar por artrópodes coprofílicos. Por outro lado, foi demonstrado que alguns roedores que ingerem oocistos, além de infectados, poderiam eliminar alguns deles intactos com suas fezes, o que aumentaria a fonte de infecção. Recentemente, uma vacina anti- toxoplasma para gatos foi desenvolvida, o que impediria a produção de oocistos, o que diminuiria a fonte de infecção para o homem e outros animais.

Hospedeiros intermediários, aqueles nos quais a toxoplasma realiza apenas o ciclo tecidual, podem adquirir infecção por oocistos

(37)

disseminados em pradarias, estábulos, adegas e celeiros; através dos cistos contidos nas carnes e miudezas; e ocasionalmente, por taquizoíto, na ingestão de animais doentes e por transmissão congênita.

Os cistos contidos no garne e nas vísceras são uma importante fonte de infecção carnívora para um grande número de animais. Essas formas do parasita mantêm sua ineficácia na geladeira (+ 4ºC) por três a quatro semanas, mas são destruídas por congelamento e cozimento prolongados. O homem também pode ser infectado pela ingestão de carne crua ou sernicocida, e esse risco está relacionado à taxa de infecção de animais na região, principalmente porcos e ovelhas, e aos hábitos culinários da população humana. A carne é escassa importância a esse respeito. A transmissão de T. gondii por carnivorismo é muito frequente em países desenvolvidos, onde a primeira infecção ocorre preferencialmente em adolescentes e adultos jovens. Em Paris, onde é costume comer carne semi-crua, 80 e até 90% da população está infectada com toxoplasma. A alta porcentagem de infecção observada em operadores que trabalham em fábricas de carne seca e a maior prevalência de infecção em mulheres são atribuídas ao hábito de provar carnes cruas.

A infecção por formas livres ou taquizoítos é acidental e pouco frequente, mas geralmente é a mais grave. Esses estágios do parasita são muito sensíveis às influências do ambiente externo, para desinfetantes comuns e ação do suco gástrico. A infecção pode ocorrer através do sangue, via transplacentária ou por transfusões repetidas, principalmente de leucócitos, em indivíduos imunocomprometidos. Além disso, a infecção pode ser contraída pelo contato direto com animais intensamente infectados na fase aguda.

De acordo com o que foi observado experimentalmente e em infecções acidentais de laboratório, a penetração do parasita pode ocorrer através das membranas mucosas, vias digestivas, respiratórias e conjuntivas e lesões ou mordidas na pele. Toxoplasmose endêmica com morbimortalidade aparentemente baixo, não representaria um problema de saúde pública, se não fosse a transmissão transplacentária, o fenômeno em larga escala e as infecções oportunistas em pacientes com câncer de ovário normal.

(38)

RESUMINDO:

Aprendemos que o protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, de distribuição mundial, é o agente causador da toxoplasmose, doença importante na área médica e veterinária, pode causar aborto nos hospedeiros intermediários mamíferos e hospedeiro definitivo no qual ocorre o ciclo sexuado produtor do oocisto do parasita, animais da família Felidae. T. gondii passa por diferentes fases infecciosas, responsáveis pela transmissão: taquizoíto ou forma livre. Em os humanos as formas de transmissão mais frequente são: ingestão de carne crua ou mal passada, de ovino, suíno e bovinos contendo cisto, ou tropozoíto pelo leite cru de cabra ou vaca. Ingestão de oocisto presentes em caixa de areia, parque e jardins, ou veiculados por mosca, minhoca e ar. Através da placenta para o feto, em casos de gestantes que estão no estágio crônico da doença. Os casos clínicos mais graves são os de criança recém-nascida, caracteriza por endema muscular, miocardite, encefalite, pneumonia, urticaria, hidrocefalia, micro ou macrocefalia, coriorretinite, retardo mental, calcificação cerebrais. Entre as doenças consideradas congênita a toxoplasmose é considerada um dos casos mais graves, pelas sequelas irreversíveis ocasionada no feto. Toxoplasmose pós-nascimento, a forma de contagio é após o nascimento ou na fase adulta.

(39)

Protozoários Parasitários do Gênero Plasmodium

INTRODUÇÃO:

A malária é a Doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pelo mosquito do gênero Anopheles. O aluno e profissional de saúde vai ser capaz de entender as diferentes espécies do gênero Plasmodium, entender o ciclo biológico, bem como seu meio de contágio, e entender que está é a doença de origem parasitária que têm mais casos endêmicos e que levam a óbito, no Brasil e no mundo.

Definição de doença de ocorrência primária parasitária por esporozoários do gênero Plasmodium transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles. Clinicamente caracterizada de denominação malária (calafrios, febre e sudorese).

A malária é uma doença antiga popularmente conhecida, que ainda representa problema de saúde pública a nível mundial, o termo malária tem origem italiana, a qual era indicado que o contágio pela respiração do mau ar, ou ar contaminado. O parasita que causa essa infecção no homem é do gênero Plasmodium, o qual possui quatro espécies P. vivax (Graci e Feletti, 1890), P. falciparum (Welch, 1897), P. malariae (Laveran, 1891), estas espécies são registrado casos em todo mundo e P. ovale (Stephens, 1992), tem registro de casos somente na África central. Está infecção é transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles, mas também o homem ser infectado durante a transfusão de sangue com materiais contaminado e contágio durante o parto.

No século XX, foram registrados mais de 270 milhões de casos e milhões de óbito em todo mundo, posteriormente a Organização Mundial de Saúde (OMS), iniciou um programa de combate da malária em tomo mundo, isso contribuiu para a diminuição dos casos, mas não a erradicação. No final da década de 60 ocorre o surgimento da malária, com milhões de casos novamente. Atualmente mais de 300 milhões de

(40)

casos são registrado todo o ano, e na África os registros são ainda mais graves, a cada 30 segundo morre uma criança, vítima da infecção.

O Brasil é o país que concentra o maior número de casos da américa, estimando-se a ocorrência de mais de 300.000 casos anuais. A predominância é na região da Amazônia (99% dos casos) e nos estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso). É uma doença de notificação obrigatória, sendo também conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna) febre quartã, tremedeira, batedeira ou, simplesmente, febre. Esta infecção pode ser frente em turistas ao visitar locais de transmissão, por não ter imunidade suficiente, e não sendo diagnosticada ao retorna para casa, pode levar aos estados mais grave e até o óbito, dentre as doenças infecciosas oriundas de parasitas, a malária é a número 1° infecção entre viajantes ou denominada de febre pós viagem.

Figura 11 – Mapa dos países com risco de Malária em vermelho em todo o mundo

Fonte: Wikimedia Commons

Plasmódios e a malária: os parasitas

O complexo ciclo biológico do Plasmodium, ocorre no hospedeiro definitivo o mosquito (ciclo sexuado) e o homem como hospedeiro intermediário, onde o mosquito desenvolve o ciclo assexuado.

(41)

Reprodução sexuada ou ciclo esporogônico, o ciclo ocorre no mosquito e dura aproximadamente de sete a quatorze dias. Entenda os estádios de gametócitos, gametas, zigoto, oocineto, oocisto e esporozoíto. Essa reprodução é esporogônica, porque o mosquito origina os esporozoítos, inicia-se com a ingestão de sangue de uma pessoa infectada que contém as formas sexuais do parasita, os gametócitos.

Os gametócitos masculinos e gametas- são macrogametócito que possui um núcleo compacto de cromatina e o citoplasma, estendido por todo os glóbulos vermelho, contendo em seu interior o pigmento malárico de cor marrom escura. O microgametócito (gametócitos masculino), possui um núcleo relaxado, citoplasma semelhante ao macrogametócito.

Ambos os gametócitos amadurecem os gametas.

O microgametócito sofre um processo de exflagelação, três mitoses, dividida em oito células que contém parte da cromatina na qual o núcleo foi dividido. Cada flagelo constitui um microgameto (masculino), que vai em busca do elemento macrogameto (feminino) que se tornou o macrogametócito (elemento sexuado feminino), quando maduro dentro do estômago do mosquito. O microgameta, no momento da fecundação, penetra no macrogameto e funde suas cromatinas nucleares, dando origem ao zigoto, célula com cerca de 20 µm de comprimento.

O zigoto adquire movimento e instala na parede do estômago do mosquito, penetrando em sua membrana externa, dando origem ao oocisto, elemento arredondado que aumenta de tamanho, podendo atingir cerca de 50 µm, envolto por uma membrana cística e contém dentro dele oocineto, cujo citoplasma e núcleo são divididos em 71 elementos alongados de 10 a 12 µm, denominado de esporozoítos.

Quando a quantidade de esporozoítos for grande ocorre o rompimento do oocisto e estes são liberados, ao sair do estômago que está todo tomado pelo mosquito, passa pela hemolinfa, é distribuído pelo sistema circulatório por todo o corpo do mosquito para as glândulas salivares, acumulando-se e passando para o homem quando ocorrer a picada. Este é o termino da fase sexuada, passando para a reprodução assexuada que ocorre no homem.

(42)

A reprodução assexuada tem dois ciclos ou fases: exoeritrócito (hepático) e eritrócito (sangue). A fase hepática ou exoeritrócita compreende o esquizonte do tecido e o criptozoíto. A fase eritrócito inclui o trofozoíto, o esquizônio, merozoítos e gametócitos. Reprodução assexuada é denominada de esquizogônico porque leva à produção de esquizontes.

Começa com a penetração do esporozoíto no homem, no momento que o mosquito picar e termina com a produção de estrabismo e gametócitos maduros. O esporozoítos inoculados são distribuídos pela corrente sanguínea para o organismo, no entanto, eles penetram nas células hepáticas, onde levam à formação de tecido esquizonte, em uma etapa a fase se chama pré-eritrocítico. Acompanhe:

1. Fase pré-eritrocítica – esquizonte de tecidos: o esporozoíto penetra no hepatócito, para reprodução por fissão binária, dando lugar a formas globulares ou irregulares, os esquizontes de tecidos, que contêm um grande número de merozoítos, elementos mais redondo que os esporozoítos, que após alguns dias, entre 6 e 14 dias, rompe o hepatócito e na forma de criptozoicos de 2 a 4 µm parasitaram os glóbulos vermelhos circulantes. No entanto, no caso de P. vivax e P. malariae, alguns elementos parasitas eles permanecem no hepatócito e continuam o ciclo esquizogônico do tecido muito lentamente, chamado de hipnozoítos, que serão responsáveis pelas recaídas. No caso do Plasmodium falcipanim, existem apenas um ciclo esquizogônico de tecido no início da infecção, desaparecendo, no curso da infecção.

2. Fase eritrocitária - o trofozoíto: é o primeiro estágio eritrocitário do parasita, é uma célula que ao apresentar um vacúolo grande, dá a aparência de um conjunto de anel frisado, com núcleo vermelho- violeta com colorações derivadas de Romanowsky, e citoplasma de cor azul. Os trofozoários jovens e adultos são geralmente diferenciados. No primeiro caso, a forma anular é característica e, no segundo, há uma invasão do parasita em todo o parênquima do glóbulo vermelho, adotando uma forma ameboide. Observa-

(43)

se geralmente na superfície dos glóbulos vermelhos parasitados, granulações das espécies de plasmódio em questão.

O Plasmodium vivax modifica a morfologia dos glóbulos vermelhos, que é aumentada e em sua superfície aparecem as granulações chamadas Schuffner. O P. malariae não altera o tamanho do glóbulo, o parasita pega uma banda na superfície e as granulações de Ziemann geralmente são observadas na superfície. O Plasmodium falciparum não altera o tamanho dos glóbulos vermelhos, e geralmente mais de um anel é visto para cada glóbulo vermelho e estes adotam uma posição muito superficial para os glóbulos vermelhos; os grânulos de Maurer, são geralmente vistos na superfície dos glóbulos vermelhos.

O merozoíto, quando cada esquizonte maduro é rompido, libera os merozoítos. Estes são muito pequenos 2 a 4 µm e abandonam os esquizontes maduros para parasitar novos eritrócitos, onde dão origem aos trofozoítos que seguiram o ciclo esquizogônico ou eritrocitário.

O período da fase eritrocítica e rompimento dos esquizontes com a liberação de merozoítos é diferente para cada espécie de Plasmodium, no caso de P. vivax 48 horas, P. malariae 72 horas e P. falciparum 48 horas. A ruptura dos esquizontes maduro significa a quebra de glóbulos vermelhos parasitados, liberação de proteínas heteróloga, pigmento da malária e detritos da membrana dos eritrócitos. Aparentemente, todos eles, ou alguns componentes, atuam como alérgenos capazes de desencadear o choque anafilático que constitui acesso à malária e, além disso, a periodicidade desses ataques indica as espécies envolvidas de perto, o que é útil para o diagnóstico clínico.

Os gametócitos, após vários ciclos eritrocitários, alguns merozoítos tornam-se sexados, elementos masculinos (microgametócitos) e femininos (macrogametócitos), diferenciados pelas características da cromatina nuclear, densos no feminino e relaxado no masculino. Os gametócitos devem ser ingeridos pelos mosquitos no momento da sucção do sangue, para continuar o ciclo evolutivo. Eles não produzem danos e sobrevivem nos glóbulos vermelhos durante todo o período de sua vida, ou seja, 120 dias. Os gametócitos de P. vivax e P. malariae são arredondados e ocupam todo os glóbulos vermelhos, em contraste, os

(44)

gametócitos de P. falcipanim têm uma forma crescente, o que os torna inconfundíveis.

Isso conclui o ciclo de formação esquizogônico e gametócito, para dar origem ao ciclo sexuado ou esporogônico no Anopheles para continuar com o ciclo de vida do parasita.

A transmissão da doença para seres humanos ocorre com a picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles e o ciclo do Plasmodium inicia com a inoculação dos esporozoítos (forma infecciosa móvel), na corrente sanguínea, este percorre até as células hepática e inicia a reprodução assexuada, produzindo milhares de merozoítos, estes infectam os globos vermelhos e se multiplicam assexuadamente, este ciclo dura em média 16 dias, dependendo da espécie do Plasmodium. Cada merozoítos infecta cada uma hemácia e se transforma em trofozoíto jovem, maduro, esquizonte, rosácea, em seguida rompe a hemácia e libera os merozoítos que reiniciam um novo ciclo infecioso.

Alguns merozoítos tornam-se gametócitos imaturos, formando gametas femininos e masculinos, o mosquito ao picar um ser infectado, transposta os gametócitos e instalam-se no sistema digestório do mosquito tornando maduros. Posteriormente é formado um zigoto móvel, pela reprodução entre macho e fêmea denominado de oocineto, estes formam novos esporozoítos e através da glândula salivar do inseto, quando infectam novos seres, inserem na pele os esporozoítos.

Os ciclos ocorrem em intervalos regulados para cada espécie:

P. vivax agente da febre (48 horas) terçã benigna, porém tem ampla contribuição nas regiões epidêmicas, não é encontrado no continente africano. P. falciparum febre de 36 a 48 horas terçã maligna, causa a morte quando não diagnosticado a tempo, o ciclo do P. ovale, 72 horas de febre benigna, mas somente é encontrado na África e o P. malariae causa o ciclo da febre quartã de 72 horas, distribuição no mundo todo, o ciclo ocorre durante vários meses. Na espécie do mosquito Anopheles os machos alimentam-se de néctar de flores e as fêmeas consideradas o vetor da doença, alimentam-se de sangue, está gosta de picar no crepúsculo da noite até ao amanhecer.

(45)

Figura 12 - Mosquito do gênero Anopheles fêmea alimenta de sangue

Fonte:Pixabay

Plasmódios e a malária: A doença

Somente para reforçar o que é a Doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pelo mosquito do gênero Anopheles.

Os sintomas infecção da malária são parecidas aos sintomas da gripe, e a de outras doenças virais como septicemia e gastroenterite, em todas as espécies do mosquito. Entre os sinais incluem-se dores de cabeça, febre, calafrios, dores nas articulações, vômitos, anemia hemolítica, icterícia, hemoglobina na urina, lesões na retina e convulsões.

Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (início contínuo e depois a cada três), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e confusões mentais. No caso mais grave produzido pelo P.

falciparum, 80 % dos casos levam a morte, por desenvolver malária cerebral.

Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.

(46)

Figura 13 – Sintomas da malária

Fonte: Wikimedia Commons

Plasmódios e a malária: ecologia e epidemiologia

A malária constitui grave problema de saúde pública no mundo.

Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou a ocorrência de 219.000.000 novos casos e 435.000 mortes em todo o mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos e grávidas.

No Brasil, há dois cenários epidemiológicos o de alta endemicidade na região da Amazônia e hipoendemicidade na região extra-amazônica, forma notificados 129.246 novos casos de malária e 35 óbitos. Sendo estes na região da Amazônia 128.747 notificações, 1.568 internações e 20 óbitos, já na região extra-amazônica que compreende os outros estados forma registrados 499 casos, sendo as espécies P. falciparum e P. vivax, responsáveis pela infecção. Uma das principais causa de morte por malária fora a região endêmica da Amazônia é falta de profissionais qualificados para realizar um diagnóstico preciso.

Referências

Documentos relacionados

A engenharia civil convive com problemas tecnológicos e de gestão, motivo pelo qual projetos apresentam má qualidade. São elaborados rapidamente, sem planejamento,

Considerando esses pressupostos, este artigo intenta analisar o modo de circulação e apropriação do Movimento da Matemática Moderna (MMM) no âmbito do ensino

Acompanhar o desenvolvimento infantil está entre as atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem, sendo o enfermeiro o responsável por executar, gerir e

- O Objetivo geral do trabalho foi analisar a ocorrência de genótipos e fenótipos do sistema de grupo sangüíneo Duffy em indivíduos de uma população exposta

Logo, o presente trabalho tem como objetivo geral propor metáforas de interação com o usuário para ferramentas CASE baseadas na tecnologia touch-screen.. Assim, com o

Conclusão: a mor- dida aberta anterior (MAA) foi a alteração oclusal mais prevalente nas crianças, havendo associação estatisticamente signifi cante entre hábitos orais

Este seguro prevê e regula a inclusão, automática dos cônjuges dos Segurados Principais que estejam em perfeitas condições de saúde, na qualidade de Segurados

submetidos a procedimentos obstétricos na clínica cirúrgica de cães e gatos do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, no período de 11 de maio a 11 de novembro de