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FORMAÇÃO DOCENTE E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

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FORMAÇÃO DOCENTE E O PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

DEOLINDO, Karina Luciane Silva (UEM) CAETANO, Luciana Maria (Orientadora/UEM)

Formação do Educador

Para Aranha, (2006 apud Libâneo,1985) “educar (em latim, educare) é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação”, este ato de educar implica atividade de interação entre os seres sociais, tanto no nível intrapessoal como no nível da influência do meio.

“Interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se, ai a interligação de três componentes: um agente (alguém, um grupo, um meio social etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, automatismos, habilidades etc.) e um educando (aluno, grupo de alunos, uma geração etc.)” (LIBÂNEO,1985 apud ARANHA, 2006, p.32).

Esse agente, o ambiente acadêmico inclui mensagens transmitidas, as atividades curriculares (grade de disciplinas), semi-curriculares (como monitorias, atividades de pesquisa e projetos de iniciação cientifica) e extra-curriculares (grupos realizados na universidade com caráter artístico, político, estudo de temas sociais etc.), e qualquer outra atividade educacional que se pretenda eficaz, tem claros pressupostos teóricos que orientação a ação.

Neste sentido, espera-se que o ambiente acadêmico deva proporcionar ao graduando oportunidades de assunção de responsabilidades, ser um sujeito crítico e reflexivo, capaz de compreender o contexto em que vive, sujeito capaz de ter uma visão ampla do todo, além de estar comprometido com a ética e a política, e atento à intencionalidade de sua ação, e questionando sobre seu saber e agir ou saber/fazer.

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O profissional docente também é um agente, para Bataglia (2007), tem como fundamento de sua ação a relação com o outro como base do processo de construção de ensino-aprendizagem, é fundamental a reflexão a respeito da esfera ética.

Os estudantes necessitam também de reflexão dirigida, definida aqui como oportunidades de receber o adequado suporte e ajuda oferecida por professores e/ou alunos mais experientes, para que se possam discutir os novos papéis, as novas experiências de aprendizagem. Desta forma, se poderia dizer que o desafio deve ser seguido ou acompanhado por um suporte, apoio em forma de oportunidades de reflexão, aconselhamento competente ou feedback sobre problemas relacionados com o processo de aprendizagem.

O termo ambiente de aprendizagem “favorável” será utilizado para se referir à combinação de oportunidades de assunção de responsabilidade e reflexão dirigida, ou seja, de ação e reflexão. O modelo proposto de oportunidades de assunção de responsabilidade e reflexão dirigida implica em uma abordagem não-tradicional de educação. As características comuns do ambiente de aprendizagem tradicional, enfatizando o professor como aquele que transmite o conhecimento e o aluno como aquele que o recebe, o uso de aulas expositivas sem possibilidades de discussão, assim como ênfase em memorização de conteúdos se mostram ineficazes em promover o desenvolvimento cognitivo em geral, e o moral em particular (Schillinger, 2006; Sprinthall & Scott, 1989; Rest, 1986).

Sabemos que o direito a educação é um dos direitos da criança e do adolescente previstos em Lei. Mas é indispensável que haja condições para que o cidadão se desenvolva plenamente de modo que o individuo possa se inserir na sociedade de forma completa, como um sujeito ativo em suas decisões como cidadão.

Ao colocar a educação como direito, incluindo os aspectos intelectual e moral, observamos também que não podemos entender a educação ou confundir educação apenas como transmissão de informações apenas transmitindo informações aos educandos, mas sim instigar os alunos a procurar respostas às questões de suas vidas, não os limitando a seguir regras já elaboradas. Temos que colocar o saber como condição formadora do ser humano, e não apenas uma simples transmissão de conhecimentos. Piaget (1975, p.39) nos mostra que “a educação é, por conseguinte, não

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apenas uma formação, mas uma condição formadora necessária ao próprio desenvolvimento natural”. Dessa forma ao educar, não devemos enxergar a educação como um simples direito de desenvolvimento, mas sim como a porta necessária para esse desenvolvimento.

Quando colocamos o aluno no centro da aprendizagem, se impõe a reflexão a respeito de quais os meios que utilizamos para nos aproximarmos do aluno e provocar nele seu desejo de saber. Por outro lado se os vemos como pessoas passivas, carentes de informações, enchemos a lousa e a boca para transmitir informações descontextualizadas, e sem fundamento nenhum, transformando-os em meros expectadores de aulas maçantes e reprodutivistas, nas quais, o aluno só pode reproduzir e não produzir, somente aceitar e não questionar. Demo (2004, p.16) cita que: “conhecimento reproduzido é apenas informação, por mais importante que seja informação”.

Para Visentini (1985.p.37)

(...) se o professor não raciocinar em termos de ‘ensinar algo’ e sim de ‘contribuir para desenvolver potencialidade’ do aluno, ele verá que o conhecimento também é poder, serve para dominar ou combater a dominação, e que o educando pode tornar-se co-autor do saber.

Para Demo (2004), o professor tem que cuidar da aprendizagem do seu aluno, e não de dar aula. Pois ao cuidar dessa aprendizagem o professor se dedica, busca coisas novas e envolventes, faz acontecer a construção da autonomia no educando. O professor ao cuidar da aprendizagem, possibilita ao aluno, crescimento pessoal e não apenas instrucional. Por outro lado, quando somente dá a sua aula, reproduz teorias e coloca o conhecimento como algo a parte do ser humano não está ensinando, mas sim desvalorizando o conhecimento.

Segundo Demo (2004, p.16), o “conhecimento, entretanto, é dinâmica reconstrutiva complexa não linear que exige a constituição do sujeito capaz de autonomia”, ou seja, o aluno deve ser ativo em sala de aula, participativo, crítico e não apenas passivo e reprodutor, pois dessa forma o educando junto com o seu professor, será coautor, do conhecimento. Conhecimento este que foi construído, e não apenas

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transmitido em uma aula, mas sim pesquisado e questionado.

A respeito da relação educador-educando, segundo Garcia (1981, p.34) “na relação pedagógica o que se aprende não é tanto o que se ensina (o conteúdo), mas o tipo de vínculo educador-educando que se dá na relação”. Essa relação pode ser de autoritarismo, dependência, competição, cooperação, e essas relações afetam diretamente na aprendizagem do aluno. O conteúdo significativo também se faz necessário, de modo que, estes devem ser significativos, devem partir da realidade prática, favorecendo a participação do aluno em suas esferas mais globais e não apenas superficiais.

Como diz Freire (1997 p.17) “educar é exercer influência sobre o aluno de tal modo que ele não se deixe influenciar”. Está influência que Paulo Freire se remete é uma influencia libertadora, que leva o aluno a crescer, a construir, questionar, refletir e não apenas reproduzir e aceitar os conteúdos prontos e acabados em sala de aula.

A pesquisa, por exemplo, é muito proveitosa quando se trata do aprender a aprender, pois quando o aluno se dedica à pesquisa, cultiva a sua autonomia, e sua capacidade de questionar, interpretar, escrever e discutir. Coloca-se no centro da aprendizagem, pois discute, argumenta, cria, de forma a fazer conhecimento e não de reproduzi-lo. O aluno elabora textos com argumentos próprios sem se preocupar em reproduzir autores, se submete a escrever todos os dias afim de a cada dia escrever melhor e com mais capacidade de argumentação.

Nessa mesma perspectiva, quando pensamos em avaliação temos que colocá-la como algo constante, para que assim possamos ver se o aluno está aprendendo, não colocá-la como algo que possa medir a capacidade do aluno de reproduzir algo que passado em sala de aula. Cabe ao professor o trabalho de criar dúvidas, e não de tirá-las. Ao mesmo tempo a ele instigar o questionamento diário em sala de aula e fora dela, e não de instruir os alunos nos conteúdos já mastigados e apenas lhes responder perguntas. Mas sim de colocá-los como criadores do conhecimento, descobridores de novas formas, de mudar o rumo da historia que eles estão inseridos.

Em nossas escolas e universidades, a lide comum está muito distante desses desafios, já que os alunos não pesquisam, não elaboram não se envolvem profundamente, não encontram professores que sabem

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avaliar e orientar. Tudo tende a reduzir-se a práticas instrucionistas deslavadas, no fundo, imbecilizantes, porque evitam a formação do sujeito que sabe pensar e aprender. (Demo, 2004, p. 21)

O mercado de trabalho, a sociedade capitalista, molda o ser humano, a ficar alienado no trabalho maçante de cada dia, para que o mesmo só pense a cada dia trabalhar mais e conhecer menos do que pode. Enquanto as classes dominantes possuírem todo o conhecimento, e os pobres de conhecimento continuarem apenas a reproduzir informações descontextualizadas, como é ensinado nas escolas, o que mais terá valor, é o que se pode reproduzir, e não o que se pode produzir.

O saber pensar é saber questionar, duvidar, criticar, é estar em constante mudança, transformando o que se sabe a todo o momento, e não acreditando que esta verdade é única e imutável. O conhecimento está em constante mutação e deve ser colocado a prova a todo o momento, e não aceito como verdade única.

O professor tem que plantar essa semente de questionamento no seu aluno, fazê-lo pensar de forma critica, influenciá-fazê-lo de forma positiva, para que dessa forma o aluno, também possa criar. É preciso destruir o mal da reprodução em sala de aula, e construir a autocrítica do ser humano, mostrando a ele, que é capaz de mudar o que se vê.

Ao dar aula, o professor assume a ideia que tudo que o aluno irá aprender já está presente naquela aula dada dia após dia, e que a exposição feita em sala de aula, tanto no ensino fundamental ao ensino superior basta para que o aluno aprenda. Dessa forma, a instrução serve de aprendizagem para a vida do aluno, e que o mesmo não precisa fazer mais nada além de escutar, tomar nota e fazer provas, para então atestar se realmente decorou tudo o que o professor disse em sala de aula. A aprendizagem não ocorre somente em sala de aula, mas na troca de conhecimentos, nas pesquisas realizadas, nos livros lidos, em todo o material disponível.

Quando o aluno fica preso a esse tipo de conhecimento instrumentalizado, o mesmo só aprende a ser manipulado e moldado, aos tipos de concepções de quem lhes transmite esse tipo de informações. Pois quando o aluno aprende por si próprio, realizando pesquisas, lendo livros, participando de encontros, grupos de pesquisa, o mesmo aprende por si só, reconstrói a cada dia o seu conhecimento, não fica preso a

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verdades absolutas, mas sim parte a descobrir novas verdades que irão mudar a cada dia. Como diz Demo: “fazer conhecimento próprio é muito mais relevante e decisivo, porque é isto que conta para a autonomia do aluno, não as aulas”. (2004, p. 33)

Essas considerações são importantes para pensarmos na formação do professor, pois se esse vem de uma formação precária, em que só foi instruído em sala de aula, e nada pode produzir, questionar, e criticar durante a sua formação superior, o que ele poderá ensinar aos seus alunos em sala de aula? Será que este professor poderá influenciar seus alunos, de uma maneira com que eles possam se tornar autônomos?

O questionamento, a critica, a construção de conhecimento particular a partir de pesquisas, troca de conhecimentos, grupos de pesquisas, deve ser intrínseca no professor, pois só assim o mesmo poderá desenvolver em seus alunos as habilidades de conhecer por si só, e não somente esperar receber do outro todo o conhecimento. O professor tanto em sala de aula, quanto fora dela tem que refletir sobre a sua pratica diária, avaliando assim os seus erros e acertos, modificando constantemente suas praticas e metodologias, e instigar nos alunos à vontade e as potencialidades que cada um tem de aprender a cada dia.

Como cita Malaguzzi:

(...) os professores devem ter o hábito de questionar suas certezas, devem possuir uma sensibilidade imensa, devem ser conscientes e estar disponíveis: devem assumir um estilo crítico em relação às pesquisas e um conhecimento continuamente atualizado sobre as crianças, devem manter uma avaliação enriquecida do papel dos pais, e devem possuir habilidades para falar, ouvir e aprender com eles. (1999, p.80)

Ou seja, os professores devem estar disponíveis a todo o momento, para aprender, questionar, se atualizar, e jamais se acomodar em sala de aula. É preciso que o professor aprenda diariamente em sala de aula com seus alunos, com seus colegas de trabalho, com os pais que devem estar presentes em todos os momentos na escola, não apenas para reprimir seus filhos, e questionar o trabalho dos professores, mas para auxiliar o ensino e aprendizagem do aluno, e também aprender com ele na escola.

É necessário que todos estejam dispostos a trocar informações, a refletir sobre as suas práticas e metodologias. Que haja um momento de reflexão junto com a direção,

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coordenação, professores, alunos e pais. Para que possa acontecer sempre a auto avaliação, e que a partir dela se possa buscar novos conhecimentos, para proporcionar a si próprio, um novo ensino e proporcionar a todos em sua volta um novo modo de ensinar e aprender, de forma significativa, e não reprodutivista buscando apenas preencher lacunas, que não se fecham. “Professor precisa ser formulador de proposta própria, ou seja, precisa saber elaborar com autonomia”. (Demo, 2004, p. 41) grifos do autor.

Essa elaboração custa esforço, determinação, força de vontade e ainda muita vontade de aprender e reaprender. Com isso nota-se que a formação do professor deve lhe garantir tais recursos, de modo que este possa refletir criar e argumentar sobre suas teorias e propostas, possa assim criar estratégias e buscar novas soluções. O Projeto Político Pedagógico entra nessa etapa de discussão e elaboração como auxiliar e componente essencial para um bom diálogo entre professor-aluno-escola.

Projeto Político Pedagógico

O planejamento é algo primordial em qualquer situação, dessa forma na área da educação não poderia ser diferente, o planejar é algo fundamental para um bom desenvolvimento e resultado educacional. Por isso decorre importância da elaboração de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) consistente amplo e democrático pelas instituições educacionais. Pois nele há um valor inestimável, pois reflete a identidade da escola e tem a capacidade de resgatar em cada um dos educadores participantes da elaboração do PPP os anseios, desejos e esperanças em relação à escola e aos alunos. O PPP transcende um simples documento que concentra planos de ensino e atividades. Ele deve ser construído e vivenciado em todos os momentos por todos os membros envolvidos neste processo.

Para Veiga (1995, p. 13), o PPP:

(...) busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no

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sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade [...] Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.

Dessa forma podemos verificar que a ação em conjunto de todos, docentes, discentes, funcionários, para a construção do PPP, é essencial para que o mesmo cumpra com todas as suas exigências e deveres, e possa dessa forma, formar discentes da melhor maneira possível. Quanto à finalidade do PPP, Marin (1995) afirma que tem por objetivo reorganizar as ideias e fatos relativos ao trabalho educativo. Sugere modificações substanciais no que se refere ao planejamento, execução e avaliação das atividades docentes e discentes. É um instrumento que garante que um determinado conjunto de temas e questões levantados pela instituição escolar como importantes na formação de seus alunos sejam abordados, tendo-os como eixos orientadores, mesmo que se depare com as diversidades inerentes a diferentes profissionais.

Cação (2010) analisa a Proposta Curricular do Estado de São Paulo para a educação básica, mas faz importantes considerações que são pertinentes para a educação superior. Coloca que o PPP é a consubstanciação do currículo que por sua vez não é um conceito, mas,

(...) construção social, itinerário formativo, organização e articulação interna de um curso de estudos no seu conjunto, no âmbito do qual

devem colocar‐se organicamente os currículos específicos, tendo em

vista o projeto político pedagógico construído pela escola, o orientador e organizador de todas as práticas educativas que se desenvolvem no interior da instituição escolar. É ele que confere organicidade, sentido e o horizonte a ser atingido pela totalidade dos agentes educacionais, considerando as finalidades da educação, a filosofia e objetivos da escola (p. 382).

No âmbito universitário, espera-se que o PPP, seja emancipador, democrático, e que de toda forma transforme socialmente os discentes e docentes ao qual o mesmo é

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ligado. Para tanto, a coletividade deve ser contemplada na hora do planejamento. A participação da coletividade é fundamental na construção de qualquer PPP, mas poderíamos dizer que na universidade isso é ainda mais premente, uma vez que o objetivo maior dessa área é uma formação emancipatória, cidadã, tanto profissional como de forma pessoal, na transformação social do mesmo; e se não houver participação na construção do curso, não há como formar cidadãos capacitados a também construir.

Almeida (1995, p. 16) afirma ainda que é necessário que para construção do PPP que ocorram discussões entre todos os presentes no curso, que seja uma decisão coletiva, com a ajuda dos docentes e discentes do curso.

Para ele:

O projeto pedagógico é a identidade do curso. Nele se estabelece o que todos os cursos têm em comum e se explicitam as peculiaridades que os distinguem dos outros os tornando únicos. Ele deveria servir de base para o estabelecimento das prioridades no âmbito da pesquisa e nortear os critérios para admissão dos docentes, mas como, em grande parte dos cursos, o projeto pedagógico não está explícito, as prioridades de pesquisa se sobrepõem ao ensino e os critérios para a admissão de docentes são fixados pelos departamentos e não pelos cursos. (ALMEIDA, 1995, p. 18-19, grifo do autor).

Além da participação docente, deve-se ressaltar a importância da consideração pela participação ativa do corpo discente em sua própria formação, ou seja, a formação do cidadão participativo pressupõe um ambiente democrático e não totalmente pré-determinado. Dentre as atividades acadêmicas, o ensino tradicional tende a valorizar apenas as tarefas pré-determinadas pela grade curricular, mas é importante lembrar que para além dessas atividades, a formação acadêmica deve contar com as atividades semi-curriculares (como optativas, monitorias, atividades de pesquisa e projetos de iniciação científica) e extracurriculares (grupos realizados na universidade com caráter artístico, político, estudo de temas sociais etc.) (SCHILLINGER, 2006).

É no conjunto de todas as atividades propostas que se pode atingir o objetivo de formação do cidadão participativo e democrático, que atue como educador e não apenas reprodutor. Dessa forma é evidente que uma formação de qualidade e um PPP bem

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estruturado auxilia o professor dentro e fora da sala de aula, o ajudando em suas praticas diárias como educador e planejador, que está em constante mudança buscando novas formas de educar seus alunos.

Dessa forma temos como hipótese que o Projeto Político Pedagógico da instituição tem por objetivo expor uma visão de mundo e traçar as diretrizes e métodos que se pretende desenvolver na proposta de formação do alunado. Segundo Libâneo (2004, p. 152) na sua elaboração deve-se considerar o que já está instituído (legislação, currículos, métodos, conteúdos, clima organizacional, etc); e, ao mesmo tempo, instituir, estabelecer e criar objetivos, procedimentos, instrumentos, modos de agir, estruturas, hábitos e valores, ressignificando a própria cultura escolar. Desse modo, é possível concluir que as práticas que envolvem oportunidades de assunção de responsabilidades e reflexão dirigida estejam explicitadas nesse documento, para que sejam colocadas em prática dentro da universidade, afim de formação docentes competentes para sua função que não apenas profissional mas social.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA de, J.L.V. Projeto Pedagógico: uma tarefa coletiva. In: Circuito Prograd: o projeto pedagógico de seu curso está sendo construído por você? 3. 1995, São Paulo. Anais...”, 17 de maio de 1995. São Paulo: Pró-Reitoria de Graduação, UNESP, 1995, p. 11- 19.

BRASIL. Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 1, de 15 de maio de 2006. Institui diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em pedagogia, licenciatura. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 mai. 2006b.

CAÇÃO, M. I. Proposta curricular do estado de São Paulo: retorno do discurso regulativo da tylerização na educação pública. Espaço do Currículo, v.3, n.1, pp.380-394, Março de 2010 a Setembro de 2010.

FREIRE, P (1997). Pedagogia da Autonomia- Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

GARCIA, G. “A Relação Pedagógica como vinculo libertador”, in Patto, M.H (org), Introdução a Psicologia Escolar, São Paulo, T.A. Queiroz Editor, 1981.

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In: Circuito Prograd: o projeto pedagógico de seu curso está sendo construído por você? 3. 1995, São Paulo. Anais... 17 de maio de 1995. São Paulo: Pró-Reitoria de Graduação, UNESP, 1995, p. 76-83.

PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? 3ª ed. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1975

SCHILLINGER, M.. Learning environment and moral development: How university education fosters moral judgment competence in Brazil and two German-speaking countries. Aachen: Shaker Verlag, 2006.

VEIGA, I. P. A (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. In: Universidade Estadual Paulista. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995.(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

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