• Nenhum resultado encontrado

MAGNO TEÓFILO MADEIRA DA SILVA EQUALIZAÇÃO AUTODIDATA BASEADA EM COMBINAÇÃO DE FILTROS ADAPTATIVOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MAGNO TEÓFILO MADEIRA DA SILVA EQUALIZAÇÃO AUTODIDATA BASEADA EM COMBINAÇÃO DE FILTROS ADAPTATIVOS"

Copied!
100
0
0

Texto

(1)

EQUALIZAC

¸ ˜

AO AUTODIDATA BASEADA EM

COMBINAC

¸ ˜

AO DE FILTROS ADAPTATIVOS

Tese apresentada `a Escola Polit´ecnica da Universidade de S˜ao Paulo para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Professor Livre-Docente junto ao Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrˆonicos.

S˜ao Paulo 2013

(2)

EQUALIZAC

¸ ˜

AO AUTODIDATA BASEADA EM

COMBINAC

¸ ˜

AO DE FILTROS ADAPTATIVOS

Tese apresentada `a Escola Polit´ecnica da Universidade de S˜ao Paulo para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Professor Livre-Docente junto ao Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrˆonicos.

´ Area:

Processamento de Sinais

S˜ao Paulo 2013

(3)

Equaliza¸c˜ao autodidata baseada em combina¸c˜ao de filtros adaptativos / M. T. M. Silva. −− S˜ao Paulo, 2013.

82 p.

Tese (Livre-Docˆencia) - Escola Polit´ecnica da Universidade de S˜ao Paulo. Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrˆonicos.

1. Filtros el´etricos adaptativos 2. Equaliza¸c˜ao 3. Algoritmos 4. Com-bina¸c˜ao de algoritmos. I. Universidade de S˜ao Paulo. Escola Polit´ecnica. Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrˆonicos II.t

(4)
(5)

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agrade¸co `a Profa. Maria D. Miranda por todas as discuss˜oes t´ecnicas relevantes, pela orienta¸c˜ao rigorosa da minha tese de doutorado, confian¸ca, apoio, amizade e por seguirmos trabalhando juntos em algoritmos adaptativos para equaliza¸c˜ao desde 1999. Ao Prof. Max Gerken, in memorian, pelos conselhos, confian¸ca, incentivo, exemplos a serem seguidos e pelas orienta¸c˜oes de inicia¸c˜ao cient´ıfica, mestrado e fase inicial do doutorado. Ao Prof. V´ıtor H. Nascimento, com quem tenho trabalhado em combina¸c˜oes de filtros adaptativos desde 2006, pelas in´umeras discuss˜oes t´ecnicas, confian¸ca, apoio e permanente incentivo.

Ao Prof. Jer´onimo Arenas Garc´ıa pelas ideias e discuss˜oes t´ecnicas que foram fundamen-tais para o desenvolvimento deste trabalho. Agrade¸co tamb´em por fazer com que eu me sentisse em casa durante minha estˆancia na Universidad Carlos III de Madrid no primeiro semestre de 2012. ¡Gracias amigo!

Aos meus alunos Jo˜ao Mendes Filho, Renato Candido e Ronaldo Abreu com os quais aprendi muito durante as orienta¸c˜oes de seus trabalhos. Esta tese ´e dedicada a vocˆes!

Ao Prof. Marcio Eisencraft pela amizade, discuss˜oes t´ecnicas e trabalhos em conjunto. `

A Profa. Denise Consonni, pelo apoio, confian¸ca e exemplo de profissionalismo a ser seguido.

Agrade¸co tamb´em aos professores e colegas do LPS Miguel A. Ram´ırez, Flavio A. M. Cip-parrone e M´ario Minami e tamb´em `a secret´aria Dilma Alves da Silva pelo companheirismo, apoio e incentivo durante todos esses anos que trabalhamos juntos.

Aos demais professores e funcion´arios do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrˆonicos da EPUSP, em especial aos Profs. Marco I. Alayo Chavez e Jo˜ao A. Martino e `a secret´aria Darlene Ricetti pelo apoio e incentivo.

`

A FAPESP e ao CNPq pelos aux´ılios concedidos.

Por ´ultimo, mas n˜ao menos importante, `a minha fam´ılia pelo carinho, compreens˜ao e por tudo que representa para mim.

(6)

Resumo

Equalizadores autodidatas s˜ao usados em sistemas de comunica¸c˜ao digital para remover a interferˆencia intersimb´olica introduzida por canais dispersivos. Eles evitam a transmiss˜ao de sequˆencias de treinamento, possibilitando um uso mais eficiente da banda do canal. Usu-almente, depois de uma equaliza¸c˜ao preliminar, esses equalizadores s˜ao chaveados para o modo de decis˜ao direta (DD) a fim de reduzir o erro quadr´atico m´edio (MSE - mean-square

error ) em regime para n´ıveis aceit´aveis. O bom desempenho desse esquema depende da

sele¸c˜ao de um limiar apropriado de MSE para o chaveamento entre os modos de treinamento cego e o modo de decis˜ao direta. No entanto, essa n˜ao ´e uma tarefa f´acil j´a que o n´ıvel de MSE adequado depende de v´arios fatores como constela¸c˜ao, canal de comunica¸c˜ao ou raz˜ao sinal-ru´ıdo. Neste trabalho, ´e proposto um esquema de equaliza¸c˜ao autodidata que combina de forma adaptativa um equalizador cego com um equalizador de decis˜ao direta funcionando em paralelo. A combina¸c˜ao ´e adaptada de forma autodidata e consequentemente, o esquema proposto possibilita um chaveamento autom´atico entre os filtros componentes, evitando a sele¸c˜ao a priori de um n´ıvel de MSE para a transi¸c˜ao. O desempenho do equalizador pro-posto ´e ilustrado de forma anal´ıtica e atrav´es de simula¸c˜oes num´ericas, que mostram suas vantagens com rela¸c˜ao a esquemas de chaveamento abrupto e suave existentes na literatura.

Palavras-chave: processamento adaptativo de sinais; filtragem adaptativa; equalizadores autodidatas; algoritmo do m´odulo constante; algoritmo multim´odulo; combina¸c˜ao convexa; decis˜ao direta; rastreio.

(7)

Abstract

Blind equalizers are used in digital communications systems to remove the intersymbol inter-ference introduced by dispersive channels. They avoid the transmission of training sequences, allowing a more efficient use of the channel bandwidth. Usually, after a first rough equaliza-tion is achieved, these equalizers are switched to a decision-directed (DD) mode to reduce the steady-state mean-square error (MSE) to acceptable levels. The good overall performance depends on the selection of an appropriate MSE threshold for switching between the blind and the DD modes. However, this is not an easy task, since the adequate MSE level depends on several factors such as the signal constellation, the communication channel, or the signal-to-noise ratio. In this work, we propose a blind equalization scheme that adaptively combines a blind and a DD equalizers running in parallel. The combination is itself adapted in a blind manner, and as a result the overall scheme can automatically switch between the component filters, avoiding the need to set the transition MSE level a priori. The performance of our proposal is illustrated both analytically and through a set of simulations, where we show its advantages with respect to existing hard- and soft-switching equalization schemes.

Keywords: adaptive signal processing; adaptive filtering; blind equalizers; constant-modulus algorithm; multimodulus algorithm; convex combination; decision-directed; tracking.

(8)

Sum´

ario

Lista de figuras . . . vi

Lista de tabelas . . . viii

Lista de abreviaturas . . . ix

Lista de s´ımbolos . . . xi

1 Introdu¸c˜ao e formula¸c˜ao do problema 1 1.1 A equaliza¸c˜ao adaptativa . . . 1

1.1.1 Sobreamostragem . . . 4

1.1.2 Algoritmos para adapta¸c˜ao dos coeficientes do equalizador . . . 6

1.1.3 Transi¸c˜ao para o modo de decis˜ao direta . . . 14

1.2 A combina¸c˜ao convexa de algoritmos adaptativos . . . 15

1.3 Objetivos e justificativa . . . 22

1.4 Contribui¸c˜oes . . . 23

1.5 Organiza¸c˜ao da tese . . . 24

2 Chaveamento autom´atico entre os modos cego e de decis˜ao direta 25 2.1 Combina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS . . . 25

2.1.1 Adapta¸c˜ao do parˆametro de mistrura . . . 27

2.2 Um exemplo ilustrativo . . . 29

2.3 Conclus˜oes . . . 32

3 An´alise estat´ıstica em regime 34 3.1 Hip´oteses simplificadoras e indicadores de desempenho . . . 34

3.2 EMSE em regime da combina¸c˜ao . . . 37

(9)

3.4 Precis˜ao da an´alise . . . 41

3.5 Conclus˜oes . . . 43

4 Resultados de simula¸c˜ao 45 4.1 Algoritmos de chaveamento entre o modo cego e de decis˜ao direta . . . 45

4.2 Cen´arios de simula¸c˜ao, parˆametros e medida de desempenho . . . 46

4.3 Cen´ario I: 256-QAM . . . 49

4.4 Cen´ario II: 64-QAM . . . 50

4.5 Cen´ario III: V.29 . . . 51

4.6 Conclus˜oes . . . 52

5 Conclus˜oes e perspectivas 53 5.1 Conclus˜oes . . . 54

5.2 Perspectivas . . . 55

Referˆencias Bibliogr´aficas 57

Apˆendices 67

A Vers˜oes do algoritmo de Shalvi-Weinstein 67

B Os algoritmos multim´odulo e de decis˜ao para sinais QAM 73

(10)

Lista de Figuras

1.1 Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador adaptativo no modo de treinamento. . . 3 1.2 Equalizador adaptativo no modo de decis˜ao direta. . . 3 1.3 Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador autodidata.. . . 4 1.4 Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador autodidata sobreamostrado. 5 1.5 Combina¸c˜ao convexa de dois filtros adaptativos transversais para filtragem

supervisionada. . . 16 1.6 (a) EMSE para µ1-LMS, µ2-LMS, e sua combina¸c˜ao convexa; (b) m´edia de conjunto

de η(n); µ1 = 0, 1, µ2 = 0, 01, µα = 100 (adapta¸c˜ao n˜ao-normalizada), α+ = 4,

b= 0, 8; m´edia de 500 realiza¸c˜oes. . . 18

2.1 Combina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS. O filtro LMS opera no modo de decis˜ao direta, sendo que seus coeficientes s˜ao atualizados utilizando a sa´ıda do decisor como sinal desejado. . . 26 2.2 MSE dos esquemas de combina¸c˜ao para o Cen´ario I da Tabela 4.1: (a) MSE do

MMA, LMS, e da combina¸c˜ao convexa proposta, estimado com uma m´edia de conjunto de 1000 realiza¸c˜oes; (b) MSE do MMA, LMS e de sua combina¸c˜ao convexa usando (2.12); (c) Parˆametros de mistura considerando uma realiza¸c˜ao dos algoritmos. 30 2.3 SER em regime em fun¸c˜ao da SNR para o MMA, o LMS e suas combina¸c˜oes

usando (2.10) e (2.12); primeiro canal do Cen´ario I da Tabela 4.1. . . 31 2.4 SER ao longo das itera¸c˜oes para o Cen´ario I (Tabela 4.1) com SNR = 30 dB.

(11)

3.1 EMSE te´orico (teo) e experimental (exp) em fun¸c˜ao do passo de adapta¸c˜ao do LMS (µ); ρ = 10−6

; 64-QAM, Canal H2(z) de [L ´AZARO et al., 2005, Eq. (29)],

ausˆencia de ru´ıdo, implementa¸c˜ao na taxa de s´ımbolos, M = 12, m´edia de conjunto de 1000 realiza¸c˜oes; (a) ambiente estacion´ario e (b) ambiente n˜ao-estacion´ario com Q= 8 × 10−9I. . . 42

4.1 MSE ao longo das itera¸c˜oes para o Cen´ario I e parˆametros dos algoritmos especifi-cados na Tabela 4.1. . . 49 4.2 MSE ao longo das itera¸c˜oes para o Cen´ario II e parˆametros dos algoritmos

especi-ficados na Tabela 4.1. . . 50 4.3 MSE ao longo das itera¸c˜oes para o Cen´ario III e parˆametros dos algoritmos

especi-ficados na Tabela 4.1. . . 51

B.1 Parte real do erro do RMA em fun¸c˜ao de yR(n) para 64-QAM. Os erros nas

coor-denadas dos s´ımbolos da constela¸c˜ao s˜ao indicados por ◦; fator de escala K = 245. 74 B.2 Parte real do erro do SBD para 64-QAM; fator de escala K = 7. Os erros nas

coordenadas dos s´ımbolos das constela¸c˜oes s˜ao indicados por ◦. . . 76 B.3 Regi˜oes da parte real de uma constela¸c˜ao 64-QAM; o centro da regi˜ao Ak ´e

(12)

Lista de Tabelas

1.1 Sum´ario do algoritmo LMS aplicado `a equaliza¸c˜ao. . . 8

1.2 Sum´ario do CMA. . . 10

1.3 Sum´ario do MMA. . . 12

1.4 Sum´ario da combina¸c˜ao convexa de dois filtros LMS. . . 20

2.1 Sum´ario da combina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS, considerando (2.10). . . . 28

3.1 Express˜oes anal´ıticas para o EMSE e EMSE cruzado em regime dos filtros MMA e LMS em um ambiente n˜ao-estacion´ario. . . 41

4.1 Cen´arios de simula¸c˜ao e parˆametros dos algoritmos. . . 48

A.1 Sum´ario do SWA. . . 69

A.2 Sum´ario do DM-SWA. . . 70

A.3 Sum´ario do DM-LSWA. . . 72

B.1 Sum´ario do RMA. . . 75

(13)

Lista de Abreviaturas

A seguir s˜ao listadas as principais abrevia¸c˜oes usadas na tese. No caso de siglas consagradas na literatura internacional, optou-se por manter as mesmas em inglˆes.

AWGN additive white Gaussian noise (ru´ıdo gaussiano branco e aditivo)

CMA constant-modulus algorithm (algoritmo do m´odulo constante)

DD decision-directed (decis˜ao direta)

DM-LSWA dual-mode lattice Shalvi-Weinstein algorithm (algoritmo de

Shalvi-Weinstein em treli¸ca com dois modos de opera¸c˜ao) DM-CMA dual-mode constant-modulus algorithm (algoritmo do m´odulo

constante com dois modos de opera¸c˜ao)

DM-SWA dual-mode Shalvi-Weinstein algorithm (algoritmo de Shalvi-Weinstein

com dois modos de opera¸c˜ao)

EMSE excess mean-square error (erro quadr´atico m´edio em excesso)

FIR finite Impulse Response (resposta ao impulso finita)

HOS high-order statistics (estat´ısticas de ordem superior)

iid independente e identicamente distribu´ıdo

ISI intersymbol interference (interferˆencia intersimb´olica)

LMS least mean squares

LTE linear transversal equalizer (equalizador linear transversal)

MMA multimodulus algorithm (algoritmo multim´odulo)

MSE mean-square error (erro quadr´atico m´edio)

NLMS normalized least mean squares

(14)

RDE radius-directed equalization (equaliza¸c˜ao guiada por raios)

RLS recursive least squares

RMA regional multimodulus algorithm (algoritmo multim´odulo regional)

SBD symbol-based decision (algoritmo de decis˜ao baseada nos s´ımbolos)

SER symbol error rate (taxa de erro de s´ımbolo)

SNR signal-to-noise ratio (raz˜ao sinal-ru´ıdo)

(15)

Lista de S´ımbolos

Nesta tese, matrizes s˜ao indicadas por letras mai´usculas em negrito, por exemplo, R. Vetores coluna s˜ao indicados usando-se letras min´usculas em negrito, por exemplo, w e u. Escalares s˜ao representados por letras min´usculas ou mai´usculas em it´alico, por exemplo, M , Nh, µ e

y. A seguir, s˜ao listados os principais s´ımbolos utilizados.

S´ımbolos gerais

n instante de tempo ( · )T

transposi¸c˜ao de vetores ou matrizes ( · )∗

complexo conjugado

( · )H hermitiano (transposi¸c˜ao do complexo conjugado) de vetores ou matrizes

E{ · } operador esperan¸ca matem´atica kxk norma euclidiana ou ℓ2 do vetor x

Tr( A ) tra¸co (soma dos elementos da diagonal principal) da matriz A (·)I parte imagin´aria

(·)R parte real

∇wJ vetor gradiente da fun¸c˜ao custo J

σ2

x variˆancia do sinal x

O(·) ordem do custo computacional de um algoritmo (opera¸c˜oes por itera¸c˜ao) a s´ımbolo transmitido

H(z) transformada z da sequˆencia {hk}Nh −1 k=0

fun¸c˜ao de transferˆencia do canal Nh n´umero de coeficientes do canal

(16)

u sinal de entrada do equalizador ∆ atraso em n´umero de amostras ν ru´ıdo branco gaussiano

u vetor de entrada do equalizador w vetor de coeficientes do equalizador

vetor de coeficientes combinados M n´umero de coeficientes do equalizador y sinal de sa´ıda do equalizador

sinal de sa´ıda global da combina¸c˜ao convexa e erro de estima¸c˜ao de algoritmos supervisionados

erro global da combina¸c˜ao convexa T per´ıodo de transmiss˜ao dos s´ımbolos

H0(z) e H1(z) fun¸c˜ao de transferˆencia dos sub-canais (sobreamostragem)

u0 e u1 vetores regressores de entrada dos sub-equalizadores (sobreamostragem)

β constante que distingue o caso complexo do real

Algoritmo LMS e solu¸

ao de Wiener

JMSE fun¸c˜ao custo do erro quadr´atico m´edio

wWIE solu¸c˜ao de Wiener

R matriz de autocorrela¸c˜ao do sinal de entrada p∆ vetor de correla¸c˜ao cruzada

µ passo de adapta¸c˜ao do LMS

λmax maior autovalor da matriz de autocorrela¸c˜ao R

˜

µ passo de adapta¸c˜ao do NLMS

δ constante positiva pequena usada para evitar divis˜ao por zero no NLMS

Algoritmo do m´

odulo constante

JCM fun¸c˜ao custo do m´odulo constante

(17)

̺ passo de adapta¸c˜ao ε erro de estima¸c˜ao

Algoritmo multim´

odulo

JMM fun¸c˜ao custo multim´odulo

r constante de dispers˜ao ρ passo de adapta¸c˜ao c erro de estima¸c˜ao

Combina¸

ao convexa

η parˆametro de mistura da combina¸c˜ao y1 e y2 sa´ıdas dos filtros da combina¸c˜ao

w1 e w2 vetores de coeficientes dos componentes da combina¸c˜ao

e1 e e2 erros de estima¸c˜ao de uma combina¸c˜ao de dois filtros LMS

c1 e e2 erros de estima¸c˜ao da combina¸c˜ao do MMA com o LMS

µ1 e µ2 passos de adapta¸c˜ao dos componentes de uma combina¸c˜ao de dois filtros LMS

ρ e µ passos de adapta¸c˜ao dos componentes MMA e LMS ϕ[·] fun¸c˜ao de ativa¸c˜ao n˜ao-linear da combina¸c˜ao convexa sgm[x] fun¸c˜ao sigmoidal

α vari´avel auxiliar da combina¸c˜ao convexa ϕ′

[·] derivada de ϕ[·]

α+ valor m´aximo permitido para |α|

µα passo de adapta¸c˜ao de α (MSE)

ρα passo de adapta¸c˜ao de α (MMA)

p estimativa da potˆencia de [y1− y2]

λp fator de esquecimento

sign[x] fun¸c˜ao sinal dec[x] fun¸c˜ao de decis˜ao

(18)

An´

alise em regime

ea1e ea2 erros a priori dos filtros componentes da combina¸c˜ao

ea erro a priori da combina¸c˜ao

e

w1 ewe2 vetores de erro dos coeficientes dos filtros componentes

wo solu¸c˜ao ´otima

v ru´ıdo complexo iid

ζ1 e ζ2 EMSE em regime dos filtros componentes

ζ12 EMSE cruzado entre os filtros componentes

ζ EMSE da combina¸c˜ao

Chaveamento abrupto

ξ estimativa do erro quadr´atico m´edio de decis˜ao λe fator de esquecimento

(19)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao e formula¸

ao do problema

Neste cap´ıtulo, aborda-se inicialmente o problema da equaliza¸c˜ao adaptativa e em seguida, descreve-se a combina¸c˜ao convexa de filtros adaptativos. Por fim, os objetivos, a justificativa, as contribui¸c˜oes e a estrutura do trabalho s˜ao apresentados.

1.1

A equaliza¸

ao adaptativa

Em sistemas de comunica¸c˜ao digital, os sinais portadores de informa¸c˜ao, transmitidos entre locais remotos, s˜ao afetados por interferˆencia intersimb´olica (ISI - intersymbol interference) e ru´ıdo introduzidos por canais dispersivos. Exemplos de canais dispersivos incluem cabo coaxial, fibra ´optica ou cabo de par tran¸cado em comunica¸c˜oes com fio e a atmosfera ou o oceano em comunica¸c˜oes sem fio [JOHNSON JR. et al., 1998]. Para remover os efeitos da distor¸c˜ao do canal, ´e comum usar equalizadores adaptativos, que procuram recuperar a sequˆencia de s´ımbolos transmitida, mitigando os efeitos da ISI [DING; LI, 2001; HAYKIN,

2002; JOHNSON JR. et al., 1998; QURESHI, 1985; TREICHLER; FIJALKOW; JR., 1996; SILVA, 2005].

Um sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador adaptativo ´e mostrado na Figura 1.1. A sequˆencia transmitida a(n) ´e em geral n˜ao-gaussiana, independente e identi-camente distribu´ıda (iid). O sistema H(z) representa n˜ao s´o o canal f´ısico de transmiss˜ao, mas tamb´em o sistema de transmiss˜ao/modula¸c˜ao e o sistema de recep¸c˜ao/demodula¸c˜ao, efetivamente presentes em qualquer sistema de comunica¸c˜ao pr´atico. Assim, denomina-se aqui como canal um modelo de tempo discreto para o sistema de transmiss˜ao, o canal f´ısico

(20)

e o sistema de recep¸c˜ao. Em geral, as distor¸c˜oes decorrentes do canal s˜ao bem modeladas por um filtro FIR (finite impulse response), cuja fun¸c˜ao de transferˆencia ´e dada por

H(z) = NXh−1 k=0 hkz −k , (1.1)

sendo Nh o n´umero de coeficientes hk, k = 0, 1, 2, . . . , Nh− 1 da resposta impulsiva do canal.

Devido `a mem´oria de H(z), o sinal u(n) no receptor cont´em contribui¸c˜oes n˜ao somente de a(n) mas tamb´em dos s´ımbolos anteriores a(n − 1), a(n − 2), . . . , a(n − Nh+ 1), ou seja,

u(n) = ∆−1 X k=0 hka(n − k) | {z } pr´e-ISI +h∆a(n − ∆) + NXh−1 k=∆+1 hka(n − k) | {z } p´os-ISI +ν(n). (1.2)

em que ∆ ´e o atraso da associa¸c˜ao em s´erie dos sistemas canal e equalizador e ν(n) ´e um ru´ıdo aditivo, assumido branco e gaussiano (AWGN - additive white Gaussian noise) com m´edia nula e variˆancia σ2

ν. O papel do equalizador ´e mitigar os dois somat´orios em (1.2),

mitigando dessa forma a ISI e encontrando uma aproxima¸c˜ao y(n) para a(n − ∆). Neste trabalho, vamos abordar apenas o equalizador linear transversal (LTE - linear transversal

equalizer ), cujos vetores de entrada e de coeficientes, ambos de dimens˜ao M , s˜ao dados

respectivamente por

u(n) = [ u(n) u(n − 1) · · · u(n − M + 1)]T

(1.3)

e

w(n − 1) = [ w0(n − 1) w1(n − 1) · · · wM −1(n − 1) ]T

, (1.4)

sendo que (·)T

indica transposi¸c˜ao. Usando esses vetores, a sa´ıda do equalizador ´e calculada como

y(n) = uT

(n)w(n − 1). (1.5)

O equalizador no esquema da Figura 1.1 funciona no chamado modo de treinamento, j´a que uma vers˜ao atrasada da sequˆencia transmitida a(n − ∆) (sequˆencia de treinamento) ´e conhecida previamente no receptor. Durante o modo de treinamento, o equalizador adapta seus coeficientes usando o erro de estima¸c˜ao e(n) = a(n − ∆) − y(n) e um algoritmo adapta-tivo. Quando a informa¸c˜ao ´e efetivamente transmitida, o receptor n˜ao ter´a acesso a a(n−∆).

(21)

equalizador adaptativo canal a(n − ∆) z− ν(n) e(n)

a(n) u(n) y(n)

H(z)

Figura 1.1: Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador adaptativo no modo de treinamento.

Nesse caso, como esquematizado na Figura 1.2, o sinal de treinamento a(n−∆) ´e substitu´ıdo por sua estimativa ˆa(n − ∆) obtida na sa´ıda do decisor, o que caracteriza o chamado modo

de decis˜ao direta (DD - decision-directed ). Cabe observar que o equalizador retorna ao

trei-namento sempre que houver inclus˜ao de um novo elemento na rede, quando ocorrer falta de energia, ou quando varia¸c˜oes do canal de comunica¸c˜ao impuserem um novo ajuste aos coeficientes do filtro utilizado. Esse mecanismo implica paradas previstas e n˜ao previstas e, principalmente, perda de banda dispon´ıvel, j´a que parte da banda deve ser alocada para a transmiss˜ao da sequˆencia de treinamento [MENDES FILHO, 2011].

equalizador adaptativo decisor ˆ a(n − ∆) e(n) u(n) y(n)

Figura 1.2: Equalizador adaptativo no modo de decis˜ao direta.

A fim de usar a banda do canal de comunica¸c˜ao de forma mais eficiente, em vez de transmitir uma sequˆencia previamente conhecida no receptor, estat´ısticas de ordem superior a dois (HOS - high-order statistics) do sinal transmitido podem ser utilizadas para se calcular o erro de estima¸c˜ao e(n) no modo de treinamento [DING; LI, 2001; JOHNSON JR. et al., 1998;

HAYKIN, 2002]. Em outras palavras, o equalizador “conhece” as estat´ısticas do sinal que se pretende transmitir e ent˜ao ajusta permanentemente os coeficientes com base em um algoritmo que avalia o qu˜ao distante est˜ao as estat´ısticas do sinal de sa´ıda do equalizador

(22)

das do sinal transmitido [BENVENISTE; GOURSAT; RUGET, 1980]. Essa solu¸c˜ao ´e conhecida

como equaliza¸c˜ao autodidata, cega ou n˜ao-supervisionada (blind equalization), cujo esquema est´a mostrado na Figura 1.3.

filtro adaptativo algoritmo autodidata HOS de a(n) canal ν(n) e(n)

a(n) u(n) y(n)

H(z)

Figura 1.3: Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador autodidata.

´

E comum realizar o processamento dos sinais no receptor com uma taxa maior que a de transmiss˜ao dos s´ımbolos, usando uma t´ecnica conhecida como sobreamostragem, descrita brevemente a seguir.

1.1.1

Sobreamostragem

O equalizador pode realizar o processamento dos sinais na taxa de s´ımbolos (1/T ) ou com sobreamostragem. Neste caso, o equalizador trabalha numa taxa maior que a dos s´ımbolos, sendo comum se considerar o dobro dessa taxa, i.e., 2/T . Os equalizadores fracion´arios ou sobreamostrados s˜ao amplamente considerados na literatura j´a que possibilitam a equaliza¸c˜ao perfeita sob certas condi¸c˜oes bem conhecidas, entre elas a ausˆencia de ru´ıdo [TREICHLER; FIJALKOW; JR., 1996;DING; LI, 2001; MAI; SAYED, 2000; SILVA, 2005].

Quando o receptor ´e implementado para funcionar com o dobro da taxa de s´ımbolos, as amostras do modelo de tempo discreto do canal correspondem `a uma amostragem do modelo de tempo cont´ınuo com essa taxa maior. Dessa forma, o modelo equivalente de tempo discreto do sistema de comunica¸c˜ao com um equalizador fracion´ario com taxa 2/T ´e composto por dois sub-canais e dois sub-equalizadores em paralelo, como mostrado na Figura 1.4, considerando a adapta¸c˜ao autodidata.

(23)

w0(n − 1) w1(n − 1) algoritmo autodidata HOS de a(n) ν0(n) ν1(n) e(n) a(n) u0(n) u1(n) y(n) H0(z) H1(z)

Figura 1.4: Sistema de comunica¸c˜ao simplificado com um equalizador autodidata sobreamostrado.

Se a resposta impulsiva do canal tiver 2Nh coeficientes, obtidos da amostragem com o

dobro da taxa de s´ımbolos, i.e,

H(z) = h0+ h1z −1 + h2z −2 + · · · + h2Nh−2z −(2Nh2) + h2Nh−1z −(2Nh1) , (1.6)

as respostas impulsivas dos sub-canais ser˜ao dadas por

H0(z) = h0+ h2z −1 + h4z −2 + · · · + h2Nh−4z −(Nh2) + h2Nh−2z −(Nh1) (1.7) e H1(z) = h1+ h3z −1 + h5z −2 + · · · + h2Nh−3z −(Nh2) + h2Nh−1z −(Nh1) . (1.8)

Considerando que cada sub-equalizador tenha M/2 coeficientes (com M par), os vetores regressores de entrada ser˜ao

u0(n) = [ u0(n) u0(n − 1) · · · u0(n − M/2 + 1)]T (1.9)

e

u1(n) = [ u1(n) u1(n − 1) · · · u1(n − M/2 + 1)]T. (1.10)

Por fim, concatenado esses dois vetores no vetor u(n), ou seja,

u(n) = [ uT 0(n) u T 1(n) ] T , (1.11)

(24)

a sa´ıda do equalizador pode ser calculada como y(n) = uT

(n)w(n − 1), sendo w o vetor correspondente `a concatena¸c˜ao dos coeficientes dos dois sub-equalizadores.

Dessa forma, a adapta¸c˜ao dos dois sub-equalizadores em paralelo pode ser realizada considerando um ´unico vetor de coeficientes w com dimens˜ao M . Assim, para adapta¸c˜ao de um equalizador fracion´ario, a ´unica coisa que deve ser alterada nos algoritmos de equaliza¸c˜ao descritos a seguir ´e o vetor de entrada do equalizador, que deve ser como (1.11) [SILVA, 2005].

1.1.2

Algoritmos para adapta¸

ao dos coeficientes do equalizador

Nesta se¸c˜ao, s˜ao descritos brevemente alguns algoritmos adaptativos de equaliza¸c˜ao supervi-sionada e autodidata para atualiza¸c˜ao do vetor w(n−1). Inicialmente, revisita-se o algoritmo LMS (least mean squares) usado em equaliza¸c˜ao supervisionada e em seguida s˜ao descritos o algoritmo do m´odulo constante (CMA - constant modulus algorithm) e o algoritmo mul-tim´odulo (MMA - multimodulus algorithm) usados em equaliza¸c˜ao autodidata.

O algoritmo LMS

Algoritmos do gradiente estoc´astico buscam minimizar o erro quadr´atico m´edio (MSE), definido como

JMSE(n), E{|e(n)|

2

},

em que E{·} representa o operador esperan¸ca matem´atica e e(n) = a(n − ∆) − y(n). O MSE ´e uma fun¸c˜ao custo convexa, cujo m´ınimo depende do atraso ∆ e ´e dado pela solu¸c˜ao de Wiener wWIE = R −1 p, em que R = E{u∗ (n)uT

(n)} ´e a matriz de autocorrela¸c˜ao do sinal de entrada, p∆ =

E{u∗

(n)a(n − ∆)} ´e o vetor de correla¸c˜ao cruzada entre o vetor regressor de entrada e o sinal transmitido e (·)∗

representa o complexo conjugado [FARHANG-BOROUJENY, 1998; HAYKIN, 2002; SAYED, 2008; NASCIMENTO; SILVA, 2013].

A solu¸c˜ao de Wiener pode ser encontrada pelo algoritmo do gradiente exato (steepest

(25)

oposta ao gradiente de JMSE(n), i.e.,

w(n) = w(n − 1) + µ [p∆− Rw(n − 1)] ,

em que µ ´e um passo de adapta¸c˜ao e w(−1) ´e um chute inicial para o m´ınimo de JMSE(n).

A menos que algum conhecimento pr´evio esteja dispon´ıvel, w(−1) ´e usualmente feito igual ao vetor nulo, i.e., w(−1) = 0. Com uma escolha adequada para µ, este algoritmo atinge exatamente a solu¸c˜ao de Wiener. No entanto, o gradiente exato requer um conhecimento pr´evio de R e p∆, o que n˜ao ´e fact´ıvel para equaliza¸c˜ao. ´E importante observar que em muitas

situa¸c˜oes pr´aticas, o canal varia no tempo, u(n) ´e n˜ao-estacion´ario e consequentemente, R e p∆ n˜ao podem ser estimados em cada instante de tempo.

Para solucionar esse problema, o algoritmo LMS foi proposto. Em vez de usar o gradiente exato, o LMS usa uma aproxima¸c˜ao instantˆanea, i.e.,

∇wJMSE(n) ≈ −2a(n − ∆)u

(n) + 2u∗

(n)uT

(n)w(n − 1) = −2e(n)u∗

(n), (1.12)

o que leva `a seguinte equa¸c˜ao de atualiza¸c˜ao:

w(n) = w(n − 1) + µe(n)u∗(n), (1.13)

com w(−1) = 0 e µ sendo o passo de adapta¸c˜ao. As opera¸c˜oes do algoritmo LMS est˜ao mostradas na Tabela 1.1. O LMS ´e o filtro adaptativo mais popular devido ao seu baixo custo computacional [O(M)], robustez, facilidade de implementa¸c˜ao e muitos resultados anal´ıticos. A partir de uma an´alise de segunda ordem, ´e poss´ıvel mostrar que ele converge na m´edia quadr´atica para a solu¸c˜ao de Wiener se [FARHANG-BOROUJENY, 1998;NASCIMENTO; SILVA,

2013] 0 < µ < 2 βλmax < 2 βM σ2 u , (1.14)

sendo β = 2 (resp., β = 3) para sinais complexos (resp., reais), λmax o maior autovalor de R

e σ2

u a variˆancia do sinal de entrada u(n).

Devido `a aproxima¸c˜ao (1.12), o algoritmo LMS varia em torno da solu¸c˜ao de Wiener, n˜ao a atingindo exatamente. A distˆancia entre o valor m´ınimo de JMSE(n) e a potˆencia de erro

obtida efetivamente com o LMS ´e chamada de erro quadr´atico m´edio em excesso (EMSE

-excess mean-square error ) e a raz˜ao entre o EMSE e o valor m´ınimo de JMSE(n) ´e conhecida

(26)

Tabela 1.1: Sum´ario do algoritmo LMS aplicado `a equaliza¸c˜ao. Inicializa¸c˜ao: w(−1) = 0 Para n = 0, 1, 2, . . . , calcule y(n) = uT (n)w(n − 1) e(n) = a(n − ∆) − y(n) w(n) = w(n − 1) + µe(n)u

(n) Fim

comporta aproximadamente igual ao algoritmo do gradiente exato. Entretanto, um passo de adapta¸c˜ao pequeno tamb´em significa convergˆencia lenta. Esse compromisso existe para todos os algoritmos adaptativos e tem sido assunto de intensa pesquisa nas ´ultimas d´ecadas: muitos algoritmos tem sido propostos para permitir uma convergˆencia mais r´apida sem aumentar o desajuste.

Diante disso, um problema do algoritmo LMS ´e a escolha do passo de adapta¸c˜ao. Qu˜ao grande deve ser o passo para possibilitar uma convergˆencia r´apida, proporcionar um desajuste aceit´avel e ainda assegurar a estabilidade? Uma poss´ıvel solu¸c˜ao para esse problema ´e obtida com o algoritmo LMS normalizado (NLMS - normalized least-mean squares), que usa um passo de adapta¸c˜ao variante no tempo, ou seja,

µ(n) = µ˜

δ + ku(n)k2, com 0 < ˜µ < 2, (1.15)

sendo que δ ´e uma constante positiva usada para evitar divis˜ao por zero e k · k representa a norma euclidiana. Assim, a equa¸c˜ao de atualiza¸c˜ao do NLMS ´e dada por

w(n) = w(n − 1) + µ˜

δ + ku(n)k2e(n)u ∗

(n). (1.16)

O passo de adapta¸c˜ao de (1.15) depende inversamente da potˆencia instantˆanea do vetor de entrada u(n), o que possibilita o NLMS acompanhar melhor varia¸c˜oes na estat´ıstica do sinal. Outros algoritmos que merecem destaque s˜ao os da fam´ılia RLS (recursive least-squares). Embora o algoritmo RLS convencional tenha um custo computacional elevado [O(M2)], ele

(27)

NLMS para um mesmo valor de desajuste. ´E bem conhecido na literatura que o compro-misso entre velocidade de convergˆencia e custo computacional tende a ser menos cr´ıtico para vers˜oes r´apidas do RLS, i.e., vers˜oes que apresentam um custo computacional que crescem linearmente com o comprimento do filtro [O(M)] [HAYKIN, 2002]. Entre os membros da

fam´ılia dos algoritmos RLS r´apidos, merece destaque o algoritmo EF-LSL (error feedback

least-squares lattice) modificado [MIRANDA; GERKEN; SILVA, 1999], que ´e numericamente bem comportado em precis˜ao finita, embora nenhuma prova de sua estabilidade num´erica seja conhecida.

A literatura de filtros adaptativos ´e vasta e esse assunto ainda desperta interesse na comunidade cient´ıfica, sendo uma ´area de intensa pesquisa. H´a v´arios livros sobre esse assunto, sendo [HAYKIN, 2002; SAYED, 2003, 2008; DINIZ, 2008; FARHANG-BOROUJENY, 1998;APOLIN ´ARIO JR. (Ed.), 2009] os de maior destaque. Cabe mencionar tamb´em o cap´ıtulo [NASCIMENTO; SILVA, 2013], que abrange os fundamentos de filtragem adaptativa e aborda

diversos t´opicos sobre a pesquisa atual na ´area.

O algoritmo do m´odulo constante

O CMA foi proposto independentemente em [GODARD, 1980] e [TREICHLER; AGEE, 1983] e busca minimizar a fun¸c˜ao custo do m´odulo constante definida como

JCM(n) = E

n

κ − |y(n)|22o, (1.17)

sendo κ = E{|a(n)|4}/E{|a(n)|2} uma constante de dispers˜ao, que cont´em informa¸c˜ao

so-bre as estat´ısticas de ordem superior do sinal transmitido a(n) e y(n) = uT

(n)w(n − 1) ´e a sa´ıda do equalizador. Essa fun¸c˜ao penaliza desvios no m´odulo do sinal equalizado que ficam distantes da constante de dispers˜ao κ. Diferente da fun¸c˜ao custo do erro quadr´atico m´edio usada em filtragem adaptativa supervisionada, JCM(n) n˜ao ´e convexa em rela¸c˜ao aos

coeficientes do equalizador. Em outras palavras, ela apresenta m´ınimos locais e algoritmos baseados no m´odulo constante podem ficar parados nessas solu¸c˜oes sub-´otimas.

O CMA ´e obtido a partir de uma aproxima¸c˜ao instantˆanea para o vetor gradiente de JCM(n) em rela¸c˜ao a w. Dessa forma, definindo o “erro” de estima¸c˜ao

(28)

a equa¸c˜ao de atualiza¸c˜ao do CMA pode ser escrita como

w(n) = w(n − 1) + ̺ε(n)u∗(n), (1.19) sendo ̺ um passo de adapta¸c˜ao. Diferente dos algoritmos de equaliza¸c˜ao supervisionada, o vetor de coeficientes do CMA n˜ao pode ser inicializado com o vetor nulo pois nesse caso w(n) = 0 para todo n. Por isso, ´e comum inicializ´a-lo com o vetor “pino” [DING; LI, 2001], ou seja,

w(−1) = [ 0 · · · 0 1 0 · · · 0 ]T

. (1.20)

As opera¸c˜oes do CMA est˜ao mostradas na Tabela 1.2.

Tabela 1.2: Sum´ario do CMA.

Inicializa¸c˜ao: w(−1) = [ 0 · · · 0 1 0 · · · 0 ]T κ = E{|a(n)|4}/E{|a(n)|2} Para n = 0, 1, 2, . . . , calcule y(n) = uT (n)w(n − 1) ε(n) = [κ − |y(n)|2]y(n) w(n) = w(n − 1) + ̺ε(n)u∗ (n) Fim

Como o CMA ´e um algoritmo do gradiente estoc´astico, a similaridade de (1.19) com a equa¸c˜ao de adapta¸c˜ao do LMS [Eq. (1.13)] n˜ao ´e surpreendente. Por isso, o CMA ´e interpre-tado como a vers˜ao autodidata do algoritmo LMS [PAPADIAS; SLOCK, 1997]. Dessa forma, como no caso do LMS, o custo computacional aumenta linearmente com o comprimento do filtro, i.e., O(M), e passos de adapta¸c˜ao pequenos levam a um desajuste pequeno e a uma convergˆencia lenta. Entretanto, a similaridade com o LMS para por a´ı. A multimodalidade de JCM(n) torna dif´ıcil a an´alise do comportamento do CMA. Por exemplo, a an´alise de

esta-bilidade que permite obter o intervalo do passo de adapta¸c˜ao do CMA depende de in´umeras hip´oteses simplificadoras n˜ao muito realistas, como a inicializa¸c˜ao pr´oxima da solu¸c˜ao ´otima [NASCIMENTO; SILVA, 2008].

´

E importante observar que o CMA apresenta algumas desvantagens como a impossibili-dade de resolver as ambiguiimpossibili-dades de fase introduzidas pelo canal de comunica¸c˜ao, a poss´ıvel

(29)

convergˆencia para m´ınimos locais indesej´aveis e problemas de instabilidade [JOHNSON JR. et al., 1998; SILVA, 2005; MIRANDA; SILVA; NASCIMENTO, 2008a]. Al´em disso, o melhor desempenho do CMA ocorre para sinais de m´odulo constante, j´a que o fato de√κ n˜ao coin-cidir com o m´odulo dos s´ımbolos da constela¸c˜ao gera um erro quadr´atico m´edio em regime n˜ao nulo. Na verdade, os algoritmos baseados no m´odulo constante s´o podem alcan¸car um erro quadr´atico m´edio em regime nulo para sinais de m´odulo constante em um ambiente estacion´ario, livre de ru´ıdo e se for adotada a sobreamostragem [MAI; SAYED, 2000; SILVA; MIRANDA, 2004;NASCIMENTO; SILVA, 2008]. Por isso, esses algoritmos apresentam um desa-juste relativamente grande, quando usados para recuperar sinais de m´odulo n˜ao-constante, como ´e o caso de sinais com modula¸c˜ao QAM (quadrature amplitude modulation) de ordem elevada (e.g., 1024-QAM) [MENDES FILHO, 2011].

A quest˜ao da instabilidade do CMA foi abordada em [MIRANDA; SILVA; NASCIMENTO, 2008a], onde foi proposto um mecanismo para evitar a divergˆencia em uma vers˜ao nor-malizada do algoritmo. O algoritmo proposto em [MIRANDA; SILVA; NASCIMENTO, 2008a], denominado dual-mode-CMA (DM-CMA), trabalha com dois modos de opera¸c˜ao. No pri-meiro modo, ele funciona como o CMA normalizado e no segundo, rejeita estimativas n˜ao-consistentes do sinal transmitido. Uma an´alise estat´ıstica desse algoritmo foi feita posteri-ormente em [CANDIDO et al., 2010].

O algoritmo multim´odulo

Para mitigar o problema da ambiguidade de fase do CMA, o MMA foi proposto em [ WE-SOLOWSKI, 1992; OH; CHIN, 1995] e depois analisado em [YANG; WERNER; DUMONT, 2002].

O MMA ´e obtido a partir da minimiza¸c˜ao estoc´astica da dispers˜ao das componentes real e imagin´aria da sa´ıda do equalizador de forma separada, ou seja,

JMM(n) = E n r − y2R(n) 2o + Enr − yI2(n) 2o , (1.21) sendo y(n) = uT

(n)w(n − 1) = yR(n) + jyI(n) e yR(n) e yI(n) as partes real e imagin´aria de

y(n), respectivamente. A constante de dispers˜ao tamb´em ´e calculada usando separadamente as partes real [aR(n)] e imagin´aria [aI(n)] do sinal transmitido a(n) = aR(n) + jaI(n), i.e.,

r = E{a 4 R(n)} E{a2 R(n)} = E{a 4 I(n)} E{a2 I(n)} (1.22)

(30)

para constela¸c˜oes sim´etricas com s´ımbolos iid. O “erro” de estima¸c˜ao do MMA ´e dado por

c(n) = cR(n) + jcI(n) = [r − y

2

R(n)]yR(n) + j[r − y

2

I(n)]yI(n). (1.23)

Usando essa defini¸c˜ao em (1.19) em vez de ε(n), temos a equa¸c˜ao de atualiza¸c˜ao do algoritmo, isto ´e,

w(n) = w(n − 1) + ρc(n)u∗(n), (1.24) sendo que ρ ´e o passo de adapta¸c˜ao e w(n) o vetor de coeficientes que deve ser inicializado como (1.20). Cabe observar que para sinais reais r = κ, c(n) = ε(n) e o MMA coincide com o CMA. As opera¸c˜oes do MMA est˜ao mostradas na Tabela 1.3.

Tabela 1.3: Sum´ario do MMA.

Inicializa¸c˜ao: w(−1) = [ 0 · · · 0 1 0 · · · 0 ]T r = E{a4 R(n)}/E{a 2 R(n)} Para n = 0, 1, 2, . . . , calcule y(n) = uT (n)w(n − 1) cR(n) = [r − yR2(n)]yR(n) cI(n) = [r − y2I(n)]yI(n) c(n) = cR(n) + jcI(n) w(n) = w(n − 1) + ρc(n)u∗ (n) Fim

Embora o MMA apresente uma melhor convergˆencia que o CMA para sinais de m´odulo n˜ao-constante, ele ainda pode ocasionar rota¸c˜oes de fase m´ultiplas de π/2 como comentado em [GARTH; YANG; WERNER, 2001]. Isso foi confirmado teoricamente em [YUAN; TSAI, 2005], que mostra que a fun¸c˜ao custo do MMA apresenta pontos estacion´arios adicionais relacio-nados a rota¸c˜oes de fase m´ultiplas de π/2 e pr´oximos a esses pontos, ele apresenta uma convergˆencia lenta antes de convergir para o m´ınimo desejado. Entretanto essa convergˆencia ruim ocorre muito raramente em situa¸c˜oes pr´aticas. Ocasionalmente, o MMA tamb´em pode convergir para algumas solu¸c˜oes indesejadas causadas por rota¸c˜oes m´ultiplas de π/4 [YANG;

(31)

WERNER; DUMONT, 2002]. Por´em, essas solu¸c˜oes podem ser evitadas atrav´es de diferentes

t´ecnicas, como mencionado em [YANG; WERNER; DUMONT, 2002, Se¸c˜ao VIII]. Outros algoritmos de equaliza¸c˜ao autodidata

Com o objetivo de melhorar o desempenho do CMA e MMA, diferentes algoritmos de equa-liza¸c˜ao autodidata tem sido propostos na literatura (veja, e.g., [DING; LI, 2001; SHALVI; WEINSTEIN, 1993; SILVA; GERKEN; MIRANDA, 2002, 2004; SILVA; MIRANDA; SOARES, 2005;

SILVA, 2005;MIRANDA; SILVA; NASCIMENTO, 2008b;MENDES FILHO; MIRANDA; SILVA, 2012c]

e suas referˆencias). Dentre esses algoritmos, destaca-se o algoritmo de Shavi-Weinstein (SWA) proposto em [SHALVI; WEINSTEIN, 1993]. Em geral, o SWA converge mais r´apido que o CMA e o MMA para um mesmo valor de EMSE em regime, `as custas de um custo computacional maior [O(M2)]. Por´em, um dos principais problemas do SWA convencional ´e

que uma escolha inadequada do fator de esquecimento, uma inicializa¸c˜ao distante da solu¸c˜ao ´otima e/ou uma raz˜ao sinal-ru´ıdo baixa podem lev´a-lo `a divergˆencia (i.e., a norma do vetor de coeficientes vai para infinito) ou `a convergˆencia para m´ınimos locais indesej´aveis. Como no RLS convencional, o SWA tamb´em pode divergir devido `a problemas num´ericos no c´alculo da estimativa da matriz de autocorrela¸c˜ao inversa.

A quest˜ao da divergˆencia do SWA foi abordada em [MIRANDA; SILVA; NASCIMENTO, 2008b], onde foi proposta uma vers˜ao do algoritmo com dois modos de opera¸c˜ao, denominada

dual-mode-SWA (DM-SWA). No primeiro modo, ele funciona como o SWA convencional e

no segundo, rejeita estimativas n˜ao-consistentes do sinal transmitido. Para evitar a causa de divergˆencia devido `a perda de positividade da estimativa da matriz de autocorrela¸c˜ao, foi proposto um SWA em treli¸ca com dois modos de opera¸c˜ao (DM-LSWA - dual-mode lattice

Shalvi-Weinstein algorithm), que ´e est´avel mesmo em aritm´etica de precis˜ao finita e tem

um custo computacional relativamente baixo [O(M)]. Detalhes sobre essas vers˜oes do SWA podem ser encontrados no Apˆendice A.

Tamb´em merece destaque o algoritmo multim´odulo regional (RMA - regional

multimodu-lus algorithm) proposto em [MENDES FILHO, 2011; MENDES FILHO; MIRANDA; SILVA, 2012c] para equaliza¸c˜ao de sinais QAM. Esse algoritmo foi obtido a partir de uma modifica¸c˜ao na fun¸c˜ao de erro do MMA, que faz com seu erro de estima¸c˜ao seja igual a zero nas coordenadas dos s´ımbolos da constela¸c˜ao. Dessa forma, o RMA pode ter um desempenho similar ao de

(32)

um algoritmo de equaliza¸c˜ao supervisionada como o NLMS, mesmo quando s˜ao transmiti-dos sinais QAM de ordem elevada. Um outro algoritmo com caracter´ısticas similares foi proposto em [MENDES FILHO, 2011; MENDES FILHO; MIRANDA; SILVA, 2012b] e denominado algoritmo de decis˜ao baseada nos s´ımbolos (SBD - symbol-based decision). Esses algoritmos s˜ao revisitados no Apˆendice B.

1.1.3

Transi¸

ao para o modo de decis˜

ao direta

Para finalizar esta se¸c˜ao, ´e importante salientar que a transi¸c˜ao entre os modos de treina-mento supervisionado ou cego e o modo de decis˜ao direta depende em geral de um limiar de erro quadr´atico m´edio (MSE - mean-square error ) atingido pelo algoritmo adaptativo. Um bom desempenho global do equalizador depende da sele¸c˜ao de um limiar de MSE adequado. No entanto, essa n˜ao ´e uma tarefa simples, j´a que depende fortemente de v´arios fatores como constela¸c˜ao do sinal transmitido, canal de comunica¸c˜ao, raz˜ao sinal-ru´ıdo (SNR -

signal-to-noise ratio), entre outros [JOHNSON JR. et al., 2000]. Uma sele¸c˜ao inadequada do n´ıvel de MSE para o chaveamento tem um impacto significativo no desempenho da equaliza¸c˜ao j´a que um valor de MSE muito elevado leva a uma convergˆencia ruim ou `a n˜ao-convergˆencia para o algoritmo de decis˜ao direta [MAZO, 1980;MACCHI; EWEDA, 1984]. Em contrapartida, um va-lor muito pequeno pode resultar em um atraso muito grande ou at´e em falha no chaveamento entre os modos. Para evitar a necessidade de se selecionar um limiar de MSE para o chave-amento abrupto (hard switching) entre os modos cego e de decis˜ao direta, v´arios esquemas de chaveamento suave foram propostos na literatura (veja e.g [PICCHI; PRATI, 1987; WEE-RACKODY; KASSAM, 1994; CASTRO; CASTRO; ARANTES, 2001; CHEN, 2003]). Al´em disso, algoritmos de equaliza¸c˜ao autodidata com bom desempenho no transit´orio e em regime tem sido propostos a fim de evitar o mecanismo de chaveamento para o modo DD (veja, e.g, [MENDES FILHO, 2011; MENDES FILHO; MIRANDA; SILVA, 2012b, 2012c] e suas referˆencias). Entretanto, esses esquemas s˜ao tipicamente dif´ıceis de ajustar e o desempenho alcan¸cado ainda ´e muito dependente do ambiente particular em que s˜ao aplicados.

A seguir, revisita-se a combina¸c˜ao convexa de algoritmos adaptativos, que ser´a utilizada nos cap´ıtulos seguintes para propor um esquema que permite um chaveamento autom´atico entre os modos cego e de decis˜ao direta.

(33)

1.2

A combina¸

ao convexa de algoritmos adaptativos

A combina¸c˜ao convexa de dois ou mais filtros operando em paralelo foi proposta para melho-rar o desempenho de filtros adaptativos [MART´INEZ-RAM ´ON et al., 2002; ARENAS-GARC´IA, 2004; ARENAS-GARC´IA; G ´OMEZ-VERDEJO; FIGUEIRAS-VIDAL, 2005; ARENAS-GARC´IA; FI-GUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006; ARENAS-GARC´IA et al., 2006; AZPICUETA-RUIZ; FIGUEIRAS-VIDAL; ARENAS-GARC´IA, 2008; SILVA; NASCIMENTO, 2008a; ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL, 2009; L ´AZARO-GREDILLA et al., 2010]. Esse m´etodo ´e relativamente simples e pro-porciona um desempenho global melhor ou igual ao de cada filtro individual operando in-dependentemente. Essa ideia tem gerado interesse, pois uma dificuldade no projeto de filtros adaptativos ´e escolher da melhor forma os parˆametros fixos do filtro, como o passo de adapta¸c˜ao para algoritmos do tipo LMS ou o fator de esquecimento para algoritmos do tipo RLS. Cabe destacar que h´a diversos artigos que prop˜oem o uso de algoritmos com passo vari´avel [KWONG; JOHNSTON, 1992; ABOULNASR; MAYYAS, 1997; BILCU; KUOSMANEN; EGI-AZARIAN, 2002; NELATURY; RAO, 2002], mas o desempenho deles ´e pior do que o de um algoritmo com parˆametro fixo escolhido de maneira ´otima, principalmente quando os sinais s˜ao estacion´arios. Como o desempenho de combina¸c˜oes de filtros nunca ´e pior do que o de cada filtro individual, essa solu¸c˜ao ´e mais interessante do que as que utilizam parˆametros vari´aveis em muitas situa¸c˜oes pr´aticas.

A ideia de se combinar as sa´ıdas de v´arios filtros adaptativos independentes para se obter um melhor desempenho do que o de cada filtro individual n˜ao ´e nova. Ela foi proposta inicialmente em [ANDERSSON, 1985] e posteriormente melhorada em [NIED´ZWIECKI, 1990, 1992]. Ideias similares tamb´em tˆem sido usadas na literatura de teoria da informa¸c˜ao (veja, e.g., [KOZAT; SINGER; ZEITLER, 2007]). No entanto, o m´etodo de [ARENAS-GARC´IA; FIGUEI-RAS-VIDAL; SAYED, 2006] tem recebido mais aten¸c˜ao devido `a sua relativa simplicidade e `a prova de que a combina¸c˜ao ´e universal, i.e., considerando entradas estacion´arias, a estimativa combinada ´e pelo menos t˜ao boa quanto `a do melhor filtro componente em regime.

A combina¸c˜ao convexa de dois filtros adaptativos est´a esquematizada na Figura 1.5, onde se considera a filtragem supervisionada que pode ser usada para diferentes aplica¸c˜oes, como identifica¸c˜ao de sistemas, equaliza¸c˜ao adaptativa, cancelamento de eco ou ru´ıdo etc. [HAYKIN, 2002; SAYED, 2003]. O sinal de sa´ıda global y(n) ´e obtido a partir da combina¸c˜ao

(34)

linear das sa´ıdas y1(n) e y2(n) dos filtros individuais, ou seja,

y(n) = η(n)y1(n) + [1 − η(n)]y2(n), (1.25)

sendo η(n) o parˆametro de mistura. Os vetores de coeficientes de cada filtro w1(n − 1) e

w2(n − 1) s˜ao adaptados com seus respectivos erros

e1(n) = d(n) − y1(n) (1.26)

e

e2(n) = d(n) − y2(n), (1.27)

sendo d(n) a resposta desejada, que no caso da equaliza¸c˜ao supervisionada corresponde ao s´ımbolo a(n − ∆). u(n) d(n) e(n) e1(n) e2(n) y1(n) y2(n) y(n) η(n) 1 − η(n) w1(n − 1) w2(n − 1) w(n − 1)

Figura 1.5: Combina¸c˜ao convexa de dois filtros adaptativos transversais para filtragem supervisionada.

Na mistura de dois algoritmos do tipo LMS com passos de adapta¸c˜ao µ1 e µ2, sendo

µ1 > µ2, a combina¸c˜ao convexa tem uma interpreta¸c˜ao intuitiva. No in´ıcio da convergˆencia,

η(n) → 1 e a combina¸c˜ao se aproxima do filtro µ1-LMS, que converge mais rapidamente.

Em regime, η(n) → 0 e a combina¸c˜ao se aproxima do filtro µ2-LMS, que por ser mais lento,

(35)

em que 0 < η(n) < 1 e nesses casos, a combina¸c˜ao pode apresentar um desempenho melhor do que o de cada um dos filtros quando considerados separadamente [ARENAS-GARC´IA; FI-GUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006]. Esse comportamento pode ser observado nos resultados de simula¸c˜ao mostrados na Figura 1.6, em que a combina¸c˜ao convexa de dois filtros LMS com diferentes passos de adapta¸c˜ao (µ1 = 0, 1 and µ2 = 0, 01) foi usada para identificar o sistema

h

0, 9003 −0,5377 0,2137 −0,0280 0,7826 0,5242 −0,0871 i

.

O regressor u(n) ´e obtido de um processo x(n), gerado com um modelo autoregressivo de primeira ordem, cuja fun¸c˜ao de transferˆencia ´e dada por √1 − b2/(1 − bz1

). Esse modelo ´e alimentado com um processo gaussiano iid, cuja variˆancia ´e escolhida para que o tra¸co da matriz de autocorrela¸c˜ao R seja igual a um. Al´em disso, um ru´ıdo aditivo iid v(n) com variˆancia σ2

v = 0, 01 ´e adicionado para se obter o sinal desejado. Na Figura 1.6-(a), s˜ao

mostradas curvas de EMSE, estimadas a partir de uma m´edia de conjunto de 500 realiza¸c˜oes e filtradas por um filtro de m´edia m´ovel com 128 coeficientes para facilitar a visualiza¸c˜ao. Na Figura 1.6-(b), ´e mostrada a m´edia do parˆametro de mistura ao longo do tempo. Pode-se observar que η(n) → 1 durante o in´ıcio da convergˆencia e em regime, η(n) → 0.

Na combina¸c˜ao convexa, o parˆametro de mistura η(n) fica restrito ao intervalo [ 0, 1 ] e por isso ´e modificado atrav´es de uma vari´avel auxiliar α(n) que est´a relacionada com η(n) atrav´es da seguinte fun¸c˜ao

η(n) = ϕ[α(n − 1)] = sgm[α(n − 1)] − sgm[−α +] sgm[α+] − sgm[−α+] , (1.28) sendo sgm[x] = 1 1 + e−x (1.29)

a fun¸c˜ao sigmoidal e α+ o m´aximo valor que |α(n)| pode assumir. A fun¸c˜ao de ativa¸c˜ao ϕ[·]

foi proposta em [L ´AZARO-GREDILLA et al., 2010] e ´e uma vers˜ao deslocada e escalonada da fun¸c˜ao sigmoidal. ´E importante notar que η(n) atinge os valores 1 e 0 para α(n − 1) = α+

e α(n − 1) = −α+, respectivamente.

Calculando a derivada do MSE global da combina¸c˜ao

JMSE(n) = E{|e(n)|

2

(36)

combina¸c˜ao µ2-LMS µ1-LMS E M S E (d B ) (a) 0 0 1 2 3 −10 −20 −30 −40 −50 E { η (n )} (b) 0 0 1 1 0, 5 ×104 2 3 Itera¸c˜oes

Figura 1.6: (a) EMSE para µ1-LMS, µ2-LMS, e sua combina¸c˜ao convexa; (b) m´edia de conjunto

de η(n); µ1 = 0, 1, µ2 = 0, 01, µα = 100 (adapta¸c˜ao n˜ao-normalizada), α+ = 4, b = 0, 8; m´edia de

500 realiza¸c˜oes.

com rela¸c˜ao `a α(n) e aproximando as esperan¸cas por seus valores instantˆaneos, obt´em-se a seguinte regra para adaptar α(n):

α(n) = α(n − 1) + ˜µα(n) Re{[d(n) − y(n)][y1(n) − y2(n)] ∗ }ϕ′[α(n − 1)], (1.30) sendo ϕ′ [α(n − 1)] = dη(n) dα(n − 1) = sgm[α(n − 1)]{1 − sgm[α(n − 1)]} sgm[α+] − sgm[−α+] (1.31)

e ˜µα(n) um passo de adapta¸c˜ao. Na pr´atica, α(n) fica restrita por satura¸c˜ao ao intervalo

sim´etrico [−α+, α+], j´a que o fator ϕ

[α(n − 1)] em (1.30) pararia a adapta¸c˜ao se |α(n)| crescesse muito. Uma escolha comum na literatura ´e α+ = 4 [ARENAS-GARC´IA;

FIGUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006; AZPICUETA-RUIZ; FIGUEIRAS-VIDAL; ARENAS-GARC´IA, 2008; L ´ AZARO-GREDILLA et al., 2010]. Quando se trata da combina¸c˜ao convexa de dois algoritmos com passos de adapta¸c˜ao diferentes, por exemplo, combina¸c˜ao do µ1-LMS com o µ2-LMS, em

(37)

um comportamento semelhante ao do filtro r´apido no in´ıcio da convergˆencia. Entretanto, o desempenho da combina¸c˜ao n˜ao ´e afetado significativamente se α(−1) for feito igual a um valor no intervalo [ −α+, α+], j´a que λ(n) converge rapidamente para pr´oximo de 1 quando

o filtro µ2-LMS ainda n˜ao convergiu. Isso tamb´em ocorre quando h´a mudan¸cas abruptas no

canal de comunica¸c˜ao, por exemplo.

Embora seja poss´ıvel usar um valor constante para ˜µα(n), um comportamento melhor

pode ser obtido com uma regra normalizada. Reinterpretando a combina¸c˜ao como um filtro adaptativo de “segunda camada” [AZPICUETA-RUIZ; FIGUEIRAS-VIDAL; ARENAS-GARC´IA, 2008] e notando que [y1(n) − y2(n)] faz o papel de sinal de entrada para essa segunda

camada, pode-se considerar

˜

µα(n) =

µα

p(n) (1.32)

sendo p(n) uma estimativa da potˆencia de [y1(n)−y2(n)], i.e,

p(n) = λpp(n − 1) + (1 − λp)|y1(n) − y2(n)|2 (1.33)

com p(−1) = 1. A regra normalizada ´e mais f´acil de ajustar do que a n˜ao-normalizada, como observado em [AZPICUETA-RUIZ; FIGUEIRAS-VIDAL; ARENAS-GARC´IA, 2008;CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010]. Al´em disso, a sele¸c˜ao do fator de esquecimento λp n˜ao ´e cr´ıtica

para um bom desempenho da combina¸c˜ao, sendo λp = 0, 9 uma escolha comum na literatura.

As opera¸c˜oes da combina¸c˜ao convexa de dois algoritmos LMS com passos de adapta¸c˜ao diferentes e adapta¸c˜ao normalizada est˜ao mostradas na Tabela 1.4, em que

sign[x] =    −1, x < 0 1, x ≥ 0.

Cabe observar que em uma implementa¸c˜ao pr´atica, a fun¸c˜ao ϕ[·] pode ser calculada com o aux´ılio de uma tabela (lookup table). Al´em disso, no caso de equaliza¸c˜ao, n˜ao ´e necess´ario calcular o vetor de coeficientes da combina¸c˜ao, ou seja,

w(n) = η(n + 1)w1(n) + [1 − η(n + 1)]w2(n), (1.34)

j´a que para essa aplica¸c˜ao, o interesse est´a na estimativa obtida com a sa´ıda global combi-nada, i.e., y(n).

Os benef´ıcios de se utilizar a fun¸c˜ao ϕ[·] para o c´alculo de η(n) s˜ao dois. Primeiramente, ela serve para manter o parˆametro de mistura η(n) no intervalo [ 0, 1 ]. Em segundo lugar,

(38)

Tabela 1.4: Sum´ario da combina¸c˜ao convexa de dois filtros LMS. Inicializa¸c˜ao: w1(−1) = 0, w2(−1) = 0, α(−1) = α+, p(−1) = 1 Para n = 0, 1, 2, . . . , calcule η(n) = ϕ[α(n − 1)] = sgm[α(n − 1)] − sgm[−α +] sgm[α+] − sgm[−α+] y1(n) = uT(n)w1(n − 1) y2(n) = uT(n)w2(n − 1)

y(n) = η(n)y1(n) + [1 − η(n)]y2(n)

e1(n) = d(n) − y1(n) e2(n) = d(n) − y2(n) e(n) = d(n) − y(n) ϕ′ [α(n − 1)] = sgm[α(n − 1)]{1 − sgm[α(n − 1)]}sgm[α+] − sgm[−α+] p(n) = λpp(n − 1) + (1 − λp)|y1(n) − y2(n)|2 α(n) = α(n − 1) + µα p(n)Re{e(n)[y1(n) − y2(n)] ∗ }ϕ′ [α(n − 1)] Se |α(n)| > α+ α(n) ← α+sign[α(n)] Fim w1(n) = w1(n − 1) + µ1e1(n)u ∗ (n) w2(n) = w2(n − 1) + µ2e2(n)u∗(n) Fim a derivada ϕ′

[α(n − 1)] que aparece em (1.30) assume um valor pequeno quando η(n) se aproxima dos limites inferior e superior, fazendo com que a velocidade de adapta¸c˜ao e o ru´ıdo do gradiente diminuam [ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006; L ´ AZARO-GREDILLA et al., 2010].

A combina¸c˜ao convexa tem sido utilizada para melhorar o desempenho de filtros adap-tativos e tamb´em como um esquema alternativo em diferentes aplica¸c˜oes, destacando-se:

1. melhoria do desempenho do algoritmo LMS com comprimento vari´avel [ZHANG; CHAM-BERS, 2006];

(39)

2. melhoria da capacidade de tracking de filtros adaptativos [SILVA; NASCIMENTO, 2008a];

3. cancelamento de eco ac´ustico, dereverbera¸c˜ao e separa¸c˜ao de fontes ac´usticas [ ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL, 2009;GONZALO-AYUSO et al., 2012;AZPICUETA-RUIZ et al., 2011; ZELLER et al., 2011;AZPICUETA-RUIZ, 2011];

4. equaliza¸c˜ao autodidata [ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL, 2006;SILVA; NASCIMENTO, 2008a;CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2009];

5. equaliza¸c˜ao espa¸co-temporal [CHAVES et al., 2011];

6. cria¸c˜ao de estimadores enviesados [L ´AZARO-GREDILLA et al., 2010];

7. processamento de sinais biol´ogicos [MANDIC et al., 2008; JELFS et al., 2010; XIA et al.,

2011; LI et al., 2012]; e

8. processamento adaptativo distribu´ıdo [CATTIVELLI; SAYED, 2011; TAKAHASHI; YA-MADA; SAYED, 2010; ABDOLEE; CHAMPAGNE, 2011;FERN ´ANDES-BES et al., 2012].

Usando a combina¸c˜ao convexa como fonte de inspira¸c˜ao, outras combina¸c˜oes de algorit-mos foram propostas na literatura. Dentre essas combina¸c˜oes, destacam-se a combina¸c˜ao afim [BERSHAD; BERMUDEZ; TOURNERET, 2008;CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010; BER-MUDEZ; BERSHAD; TOURNERET, 2011] e a combina¸c˜ao linear [KOZAT et al., 2010], descritas a seguir. A combina¸c˜ao afim de dois filtros LMS foi proposta em [BERSHAD; BERMUDEZ; TOURNERET, 2008]. Nesse artigo, o parˆametro de combina¸c˜ao ´e escolhido de forma ´otima a

fim de minimizar o MSE em regime, n˜ao ficando restrito ao intervalo [ 0, 1 ]. Dessa forma, a sa´ıda global ´e uma combina¸c˜ao linear das sa´ıdas dos filtros individuais e a combina¸c˜ao convexa ´e um caso particular. Por isso, a combina¸c˜ao afim de [BERSHAD; BERMUDEZ; TOURNERET, 2008] ´e uma generaliza¸c˜ao da combina¸c˜ao convexa de [ARENAS-GARC´IA; FI-GUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006]. O parˆametro de mistura pode assumir valores negativos, o que ocorre usualmente em regime. Os resultados de [BERSHAD; BERMUDEZ; TOURNERET,

2008] foram estendidos em [CANDIDO, 2009; CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010], conside-rando entrada branca ou colorida e outros algoritmos na combina¸c˜ao (n˜ao apenas o LMS). Al´em disso, foi apresentada uma an´alise do transit´orio da combina¸c˜ao, levando-se em conta

(40)

a adapta¸c˜ao dos filtros componentes e tamb´em a adapta¸c˜ao do parˆametro de mistura adap-tado com o algoritmo η-LMS, proposto em [BERSHAD; BERMUDEZ; TOURNERET, 2008]. Os resultados da an´alise do transit´orio facilitaram o ajuste dos parˆametros livres do esquema e a obten¸c˜ao de dois algoritmos normalizados para atualizar o parˆametro de mistura. Nas simula¸c˜oes mostradas em [CANDIDO, 2009; CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010], observa-se uma boa concordˆancia entre os resultados anal´ıticos e os de simula¸c˜ao. Dessa forma, os modelos te´oricos s˜ao capazes de prever situa¸c˜oes em que esses algoritmos podem alcan¸car um desempenho melhor, sendo ´util para o projetista.

Na combina¸c˜ao linear proposta em [KOZAT et al., 2010], n˜ao ´e imposta restri¸c˜ao alguma ao parˆametro de mistura, ou seja, a soma dos pesos das sa´ıdas dos filtros componentes n˜ao ´e necessariamente igual a um como nas combina¸c˜oes convexa e afim. Em [KOZAT et al., 2010], ainda s˜ao apresentados resultados de an´alises te´oricas que confirmam o desempenho melhor da combina¸c˜ao linear em rela¸c˜ao aos filtros componentes. Diante dessas diferentes combina¸c˜oes de algoritmos adaptativos, se faz necess´aria uma compara¸c˜ao sistem´atica e extensiva, levando-se em conta diferentes cen´arios de simula¸c˜ao e os resultados das an´alises te´oricas.

1.3

Objetivos e justificativa

Desde a publica¸c˜ao de [MART´INEZ-RAM ´ON et al., 2002], muitos resultados relacionados `a

combina¸c˜ao de algoritmos adaptativos foram publicados na literatura. No entanto, ainda h´a alguns problemas em aberto e esse assunto continua sendo uma linha de pesquisa ativa. Especificamente em equaliza¸c˜ao autodidata, esquemas combinados foram explorados em [ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL, 2006; SILVA; NASCIMENTO, 2008a; CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010; ABU-SALEM; LUO; GONG, 2009]. Para melhorar o compromisso en-tre a velocidade de convergˆencia e o MSE em regime, uma combina¸c˜ao convexa de dois equalizadores CMA com diferentes passos de adapta¸c˜ao foi proposta em [ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL, 2006]. Posteriormente, em [SILVA; NASCIMENTO, 2008a] foi proposta uma combina¸c˜ao convexa do CMA com o SWA para se obter um equalizador com melhor capaci-dade de rastreio (tracking). Combina¸c˜oes afins de equalizadores CMA com diferentes passos foram exploradas em [CANDIDO, 2009;CANDIDO; SILVA; NASCIMENTO, 2010]. Embora todos

(41)

esses esquemas encontram um MSE em regime mais baixo que o de um simples CMA, eles est˜ao baseados em componentes autodidatas, de forma que o chaveamento para o modo de decis˜ao direta ainda ´e necess´ario na maioria dos casos e o problema de selecionar um limiar apropriado de MSE para a transi¸c˜ao entre os modos persiste.

Neste trabalho, a combina¸c˜ao convexa ser´a abordada no contexto de equaliza¸c˜ao auto-didata para permitir um chaveamento autom´atico entre os modos de treinamento cego e de decis˜ao direta. O esquema consiste na combina¸c˜ao de um algoritmo de equaliza¸c˜ao auto-didata que rege o modo cego com um algoritmo de equaliza¸c˜ao supervisionada que rege o modo de decis˜ao direta. A combina¸c˜ao ´e tamb´em ´e adaptada de forma autodidata, o que permite um chaveamento autom´atico entre os filtros componentes, evitando-se a sele¸c˜ao de um limiar de MSE a priori. O desempenho do esquema proposto ´e ilustrado atrav´es de resultados anal´ıticos e de simula¸c˜oes, que mostram sua vantagem em rela¸c˜ao a esquemas de chaveamento abrupto e suave existentes na literatura.

Cabe observar que neste trabalho ser´a abordada apenas a combina¸c˜ao convexa de filtros adaptativos, j´a que os resultados aqui obtidos podem ser estendidos para outros tipos de combina¸c˜ao, como as combina¸c˜oes afim e linear.

1.4

Contribui¸

oes

O esquema proposto nesta tese estende os resultados em combina¸c˜ao de filtros adaptativos nos seguintes aspectos:

1. Combina¸c˜oes de filtros de diferentes fam´ılias foram previamente consideradas (veja, e.g., [SILVA; NASCIMENTO, 2008a; NASCIMENTO et al., 2010]). No entanto, o esquema

aqui proposto n˜ao somente considera a combina¸c˜ao de dois filtros de diferentes tipos, mas seus modos de opera¸c˜ao tamb´em s˜ao diferentes: um deles ´e baseado em um crit´erio autodidata, enquanto o outro minimiza um custo supervisionado. Isso implica algumas mudan¸cas na configura¸c˜ao da combina¸c˜ao como um todo, i.e., os dois filtros n˜ao s˜ao adaptados de forma independente, j´a que a decis˜ao global ´e realimentada para atualizar o componente supervisionado da combina¸c˜ao;

(42)

con-vergˆencia, capacidade de rastreio (tracking) e desempenho em regime, o objetivo aqui ´e proporcionar um mecanismo autom´atico para se obter uma transi¸c˜ao suave entre o modo de treinamento cego e o modo de decis˜ao direta;

3. Uma nova regra de adapta¸c˜ao ´e proposta. Tal regra ´e baseada na minimiza¸c˜ao da fun¸c˜ao custo do MMA e proporciona uma taxa de erro de s´ımbolo (SER - symbol error

rate) menor que a adapta¸c˜ao baseada no MSE;

4. Finalmente, embora o esquema proposto seja v´alido para combina¸c˜oes de diferentes tipos de filtros adaptativos, ser´a dada uma ˆenfase especial `a combina¸c˜ao do equalizador MMA com o filtro LMS. ´E apresentada uma an´alise te´orica do desempenho da mesma em um ambiente n˜ao-estacion´ario, usando o m´etodo de an´alise baseado na conserva¸c˜ao de energia [SAYED, 2008]. Essa an´alise requer o c´alculo do EMSE cruzado entre os filtros, que ´e um desafio diante dos diferentes modos de opera¸c˜ao.

Como resultado das contribui¸c˜oes desta tese, o seguinte trabalho foi aceito para pu-blica¸c˜ao:

SILVA, M. T. M.; ARENAS-Garc´ıa, J. A soft-switching blind equalization scheme via convex combination of adaptive filters. IEEE Transactions on Signal Processing, 2013.

1.5

Organiza¸

ao da tese

Esta tese foi organizada em cinco cap´ıtulos. A combina¸c˜ao convexa do equalizador MMA com o algoritmo LMS ´e apresentada no Cap´ıtulo 2, onde ´e introduzido um algoritmo baseado no MMA para atualiza¸c˜ao do parˆametro de mistura. O Cap´ıtulo 3 cont´em uma an´alise estat´ıstica em regime para a combina¸c˜ao, cuja precis˜ao ´e verificada atrav´es de simula¸c˜oes. No Cap´ıtulo 4, s˜ao apresentados resultados de simula¸c˜ao com o objetivo de avaliar o esquema proposto e compar´a-lo com m´etodos de chaveamento entre os modos de treinamento cego e o de decis˜ao direta existentes na literatura. Para finalizar, as conclus˜oes e perspectivas do trabalho s˜ao apresentadas no Cap´ıtulo 5.

(43)

Cap´ıtulo 2

Chaveamento autom´

atico entre os

modos cego e de decis˜

ao direta

Neste cap´ıtulo, ´e proposto um esquema baseado na combina¸c˜ao convexa de filtros adapta-tivos, que possibilita um chaveamento suave e autom´atico entre os modos de treinamento cego e o de decis˜ao direta. ´E proposto tamb´em um algoritmo autodidata para adapta¸c˜ao do parˆametro de mistura. Depois de um exemplo ilustrativo, s˜ao apresentadas algumas conclus˜oes do cap´ıtulo.

2.1

Combina¸

ao convexa do MMA com o LMS

O esquema proposto consiste na combina¸c˜ao convexa de um equalizador autodidata com um equalizador de decis˜ao direta, como mostrado na Figura 2.1. Como na combina¸c˜ao convexa da Se¸c˜ao 1.2 (p´agina 15), a sa´ıda global do esquema ´e dada por

y(n) = η(n)y1(n) + [1 − η(n)]y2(n), (2.1)

sendo η(n) ∈ [ 0, 1 ] o parˆametro de mistura e yi(n) = uT(n)wi(n − 1) as sa´ıdas dos

equali-zadores autodidata e DD, respectivamente para i = 1, 2. Embora a configura¸c˜ao proposta possa ser usada com outros tipos de equalizadores, considera-se neste trabalho que y1(n) e

y2(n) s˜ao as sa´ıdas dos equalizadores MMA e LMS. A sa´ıda global ´e decodificada por um

decisor e a sequˆencia decodificada, ˆa(n − ∆), ´e usada como sinal desejado na adapta¸c˜ao do algoritmo LMS, que faz o papel de um algoritmo de decis˜ao direta. Cabe observar que

(44)

a realimenta¸c˜ao da decis˜ao global para atualizar o componente LMS introduz um acopla-mento entre os filtros componentes. Especificamente para η(n) ≈ 1, a sa´ıda decodificada do componente MMA ser´a usada como sinal desejado na adapta¸c˜ao do filtro LMS.

u(n) w1(n − 1) w2(n − 1) y(n) y1(n) y2(n) η(n) 1−η(n) e2(n) ˆ a(n − ∆) MMA LMS decisor

Figura 2.1: Combina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS. O filtro LMS opera no modo de decis˜ao direta, sendo que seus coeficientes s˜ao atualizados utilizando a sa´ıda do decisor como sinal desejado.

Para que a combina¸c˜ao tenha um bom comportamento, ´e importante que os filtros com-ponentes sejam adaptados de acordo com suas pr´oprias regras. O parˆametro de mistura η(n), por sua vez, deve ser adaptado para se obter um bom desempenho global [ARENAS-GARC´IA; FIGUEIRAS-VIDAL; SAYED, 2006]. Dessa forma, a combina¸c˜ao pode unir os comportamentos

complementares dos filtros componentes, isto ´e, a capacidade de equaliza¸c˜ao autodidata do MMA e o erro menor em regime do LMS no modo de decis˜ao direta.

As equa¸c˜oes de atualiza¸c˜ao do MMA e do LMS foram apresentadas na Se¸c˜ao (1.1.2) (p´agina 6) e ser˜ao repetidas aqui por conveniˆencia. A opera¸c˜ao padr˜ao do equalizador MMA consiste na minimiza¸c˜ao estoc´astica de

JMM,1(n) = E n r − y1,2R(n) 2o + Enr − y1,2I(n) 2o , (2.2)

sendo y1,R(n) e y1,I(n) as partes real e imagin´aria de y1(n) e r a constante de dispers˜ao

definida em (1.22). Sua equa¸c˜ao de atualiza¸c˜ao ´e dada

w1(n) = w1(n − 1) + ρ c1(n)u ∗ (n), (2.3) sendo c1(n) = c1,R(n) + jc1,I(n) =  r − y1,2R(n)  y1,R(n) + j  r − y1,2I(n)  y1,I(n). (2.4)

(45)

O algoritmo LMS no modo de decis˜ao direta minimiza uma aproxima¸c˜ao instantˆanea do erro quadr´atico m´edio de decis˜ao, definido como

JMSE,2(n) = E



|ˆa(n − ∆) − y2(n)|2

. (2.5)

Sua equa¸c˜ao de adapta¸c˜ao ´e dada por

w2(n) = w2(n − 1) + µe2(n)u ∗

(n), (2.6)

em que

ei(n) = ˆa(n − ∆) − yi(n), (2.7)

i = 1, 2 s˜ao erros de decis˜ao. Embora somente e2(n) seja usado em (2.6), o c´alculo de e1(n)

com a sa´ıda do equalizador MMA ´e empregado na defini¸c˜ao do erro global, i.e.,

e(n) = η(n)e1(n) + [1 − η(n)] e2(n)

= ˆa(n − ∆) − y(n). (2.8)

2.1.1

Adapta¸

ao do parˆ

ametro de mistrura

A fim de obter um equalizador totalmente cego, o parˆametro de mistura deve ser adaptado para minimizar uma fun¸c˜ao custo tamb´em cega. Para isso, pode-se considerar a fun¸c˜ao custo multim´odulo para o sistema global, i.e.,

JMM(n) = E n r − y2R(n) 2o + Enr − yI2(n) 2o , (2.9)

e atualizar η(n) usando o m´etodo do gradiente estoc´astico. Dessa forma, considerando a vari´avel auxiliar α(n) e a fun¸c˜ao de ativa¸c˜ao de (1.28) (p´agina 17), basta calcular a deri-vada de (2.9) com rela¸c˜ao `a α(n) e aproximar as esperan¸cas por seus valores instantˆaneos. Seguindo esse procedimento, obt´em-se a seguinte regra para adapta¸c˜ao normalizada de α(n):

α(n) = α(n − 1) + ρα p(n)Re{c(n)[y1(n) − y2(n)] ∗ }ϕ′ [α(n − 1)], (2.10) sendo c(n) =r − yR2(n)  yR(n) + j  r − y2I(n)  yI(n), (2.11)

(46)

ρα um passo de adapta¸c˜ao, ϕ ′

[α(n − 1)] e p(n) definidos respectivamente em (1.31) e (1.33). Como anteriormente, a vari´avel α(n) ´e restrita por satura¸c˜ao ao intervalo sim´etrico [−α+, α+] para garantir um n´ıvel m´ınimo de adapta¸c˜ao em (2.10). As opera¸c˜oes da

com-bina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS est˜ao mostradas na Tabela 2.1, onde dec[·] representa a fun¸c˜ao do decisor.

Tabela 2.1: Sum´ario da combina¸c˜ao convexa do MMA com o LMS, considerando (2.10).

Inicializa¸c˜ao: w1(−1) = w2(−1) = [0 · · · 0 1 0 · · · 0]T, α(−1) = α+, p(−1) = 1, r = E{a4 R(n)}/E{a 2 R(n)} Para n = 0, 1, 2, . . . , calcule η(n) = ϕ[α(n − 1)] = sgm[α(n − 1)] − sgm[−α +] sgm[α+] − sgm[−α+] y1(n) = uT(n)w1(n − 1) y2(n) = uT(n)w2(n − 1)

y(n) = η(n)y1(n) + [1 − η(n)]y2(n)

ˆ a(n − ∆) = dec[y(n)] c1(n) =  r − y2 1,R(n)  y1,R(n) + j  r − y2 1,I(n)  y1,I(n) e2(n) = ˆa(n − ∆) − y2(n) c(n) = [r − y2 R(n)] yR(n) + j [r − yI2(n)] yI(n) ϕ′ [α(n − 1)] = sgm[α(n − 1)]{1 − sgm[α(n − 1)]}sgm[α+] − sgm[−α+] p(n) = λpp(n − 1) + (1 − λp)|y1(n) − y2(n)|2 α(n) = α(n − 1) + ρα p(n)Re{c(n)[y1(n) − y2(n)] ∗ }ϕ′ [α(n − 1)] Se |α(n)| > α+ α(n) ← α+sign[α(n)] Fim w1(n) = w1(n − 1) + ρc1(n)u ∗ (n) w2(n) = w2(n − 1) + µe2(n)u∗(n) Fim

Referências

Documentos relacionados

Será caracterizada como adivinha a pergunta que tiver sua resposta direcionada para o desafio lúdico através de uma das técnicas de manipulação de sentido (também propostas

Hoje o gasto com a saúde equivale a aproximada- mente 8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que, dessa porcentagem, o setor privado gasta mais que o setor público (Portal

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

São Bernardo do Campo

Essa revista é organizada pela Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE) e por isso foram selecionados trabalhos que tinham como objetivo tratar a

•Evitar movimentar a panela quando estiver em uso, pois caso ocorra o choque da panela com a mesa, a válvula de pressão pode liberar partículas de água em alta temperatura..