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Mic ro propaga ç ã o: Sabe o que é?

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Academic year: 2021

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w w w. g a ze t

a r u r a l . c o m

Director: José Luís Araújo | N.º 383 | Periodicidade Quinzenal | 30 de abril de 2021 | Preço 4,00 Euros

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Ficha técnica ano XVi | n.º 383 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís araújo (cP n.º 4803 a) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: classe Média c. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba Júlio Sá Rego | Gabriel costa Departamento comercial: Luís cruz Sede de Redacção: Lourosa de cima 3500-891 Viseu | telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com icS: inscrição nº 124546 Propriedade: classe Média - comunicação e Serviços, Unip. Lda administrador: José Luís araújo Sede: Lourosa de cima - 3500-891 Viseu capital Social: 5000 Euros cRc Viseu Registo nº 5471 | niF 507 021 339 Detentor de 100% do capital Social: José Luís araújo Dep. Legal n.º 215914/04 Execução Gráfica: Beatriz Pereira Impresão: Novelgráfica, Lda R. cap. Salomão, 121 - Viseu | tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ tiragem Média Mensal: 2000 exemplares * Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

* É expressamente proibida a reprodução total ou parcial de textos publicados nesta edição.

04

Município de Penamacor estreia Festival Primavera na Serra da Malcata

06

Projeto vai estudar a cadeia alimentar do campo ao prato

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Ourém aposta na natureza como elemento de atração turística

10

Setúbal promove evento gastronómico dedicado à ostra

12

Marvão promove XI Quinzena Gastronómica do Bacalhau

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câmara de Vila Franca de Xira renova site e lança aplicação para telemóvel

14

Município de Sever do Vouga aposta em qualificar e valorizar o turismo

17

Concurso Beira Interior Gourmet alargado a restaurantes de todo o país

18

Quinta dos Monteirinhos vai lançar quatro novos vinhos

20

concurso Vinhos de Portugal conta com um leque de especialistas de renome

22

Micropropagação “é uma ferramenta biotecnológica que permite obter plantas geneticamente iguais”

28

Equipa da Universidade de Coimbra cria embalagens comestíveis a partir de resíduos da indústria agroalimentar

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João Santos é um dos investigadores mais influentes do mundo em altera-ções climáticas

30

Universidade de Évora reforça investigação para prevenção e extinção de incêndios florestais

33

Agricultura intensiva tem influenciado declínio de sobreiros e azinheiras no país

34

ACOS diz que Ovibeja 2021 excedeu expectativas

35

Portugal tem 61 raças autóctones

36

Ponte de Lima tem loja online do comércio e serviços do concelho

37

comunidade intermunicipal Viseu Dão Lafões recebe um centro Europe Direct

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4 www.gazetarural.com www.gazetarural.com 5

O

Festival Primavera na Serra da Malcata, que vai decorrer de 7 a 9

de Maio, além da divulgação da Serra, que é também uma reserva natural e área protegida, pretende promover a defesa do meio ambiente e, na situação pandémica atual, ser um grito de liberdade a vários níveis.

a Serra da Malcata é um património natural, com potencial endógeno associado. Para o presidente da autarquia, antónio Luís Soares, “a Serra tem várias mais-valias que potenciam a visita de turistas como a flora, as espécies florestais, a observação das aves e o percurso associado ao Rio Bazágueda”. A Câmara de Penamacor tem como objetivo voltar a devolver o lince- ibérico e o coelho-bravo à reserva natural da Serra da Malcata.

O evento decorre em formato online, na página de Facebook do Município de Penamacor, mas inclui atividades em regime presencial, garantindo-se a saúde e segurança de todos os participantes e visi-tantes, seguindo as normas da Direção Geral de Saúde.

O Festival Primavera na Serra da Malcata arranca no dia 7 de Maio, com a inauguração a decorrer às 18 horas, no Jardim da Re-pública. na mesma altura, será inaugurada a exposição “Grito de Liberdade”, da autoria de Gabriel AV e Pedro Leitão, que contará com mais de uma dezena de esculturas.

Esta mostra, que estará patente no Jardim da República, entre 7 de Maio e 13 de Junho, tem como objetivo alertar para o impacto positivo da reciclagem no meio ambiente, sendo que as peças, de grandes dimensões, foram concebidas com materiais recolhidos

no lixo.

ainda no mesmo dia, tem lugar um tributo a carlos do Carmo com o tema “Os Putos”, interpretado pelo Coro Misto da Beira Interior, dirigido pelo maestro Luís Cipria-no. também no dia 7, decorre o concerto “a Liberdade, a Primavera e a Natureza”, por Marta Ramos e João T.O dia fecha com a primeira parte do concerto “O Fado da Primavera”, interpretado pelo Coro Misto da Beira Interior no Valdedra, na Serra da Malcata. Este concerto é dividido em três partes, sendo que a segunda parte decorre pelas 19 horas, do dia 8 de Maio, na Barragem da Ribeira da Meimoa, na Serra da Malcata, e a terceira no dia 9 de Maio, pelas 19 horas, na Zona Balnear do Meimão. Estes concertos são transmitidos online na página de Facebook do Município de Penamacor.

ainda no dia 8, decorre uma ação de pintura na Serra da Malcata, com início às 9 horas, na qual 12 pintores irão colocar na tela a magnífica paisagem que observam em vários locais distintos da Serra. Desta ação, resultará uma exposição online, com todas as obras, que poderá ser visitada no website do Mu-nicípio. Por fim, pelas 9 horas, do dia 9 de Maio, tem lugar uma “Visita Guiada e Encenada ao Museu Municipal de Penamacor” e que será transmitida online na página de Facebook do Município. De referir que este evento tem em conta todas as medidas de

Evento decorre entre 7 e 9 de Maio

Município de Penamacor estreia

Festival Primavera na Serra da Malcata

A Câmara de Penamacor vai lançar um festival que pretende divulgar a Serra da Malcata e o seu património natural através de mú-sica, arte e exposições, anunciou aquele município do distrito de Castelo Branco.

segurança propostas pela Direção Geral de Saúde, relativamente ao CO-VID-19, garantindo-se a saúde e segurança de todos os participantes, artis-tas, staff e visitantes.

O Município de Penamacor continuará empenhado em colaborar com as entidades competentes para, dentro das suas capacidades e competên-cias, poder contribuir para a mitigação dos efeitos do surto de Coronaví-rus junto das populações.

Programa:

Dia 7 de Maio (Sexta-feira) 18h00: Abertura do Festival

- Inauguração da exposição de escultura “Grito de Liberdade” - Ga-briel aV e Pedro Leitão

Esta exposição tem como objetivo alertar a população para o im-pacto positivo da reciclagem na preservação do meio ambiente.

- Tributo a Carlos do Carmo com o tema: “Os Putos” - Coro Misto da Beira Interior, dirigido pelo Maestro Luís Cipriano

18h30: Concerto “A Liberdade, a Primavera e a Natureza” - Mar-ta Ramos e João t.

19h00: Concerto “O Fado da Primavera”, com o Coro Misto da Beira Interior, dirigido pelo Maestro Luís Cipriano - Parte I: Valdedra − Serra da Malcata

Dia 7 de Maio (Sábado)

09h00: ação de pintura na Serra da Malcata

12 pintores irão colocar na tela a magnífica paisagem que observam em vários locais distintos da Serra. Desta ação, resultará uma exposição online, com todas as obras, que poderá ser visitada no website do Município.

19h00: Concerto “O Fado da Primavera”, com o Coro Mis-to da Beira Interior, dirigido pelo Maestro Luís Cipriano - Par-te II: Barragem da Ribeira da Meimoa − Serra da Malcata

Dia 9 de Maio (Domingo)

09h30: Visita Guiada e Encenada ao Museu Municipal de Pe-namacor

19h00: Concerto “O Fado da Primavera”, com o Coro Misto da Beira Interior, dirigido pelo Maestro Luís Cipriano - Parte III: Zona Balnear do Meimão

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E

ste projeto, liderado pela Universidade de trás--os-Montes e alto Douro (UtaD), visa o estudo da cadeia alimentar assente no conceito ‘Farm to Fork’ (do campo ao prato), e tem como base a correta alimentação dos animais, com vista uma melhor saúde e bem-estar destes refletida numa alimentação saudá-vel e de qualidade do consumidor de carne.

“a indústria da alimentação animal europeia é for-temente dependente de recursos alimentares ricos em proteínas, fortemente dependente de mercados exter-nos e de difícil sustentabilidade a longo prazo”, explica Emídio Gomes, responsável pelo projeto.

Por outro lado, a alimentação animal, assim como a saú-de e o bem-estar dos animais “têm impacto na qualidasaú-de de carne e dos produtos cárneos e, consequentemente, na saúde do consumidor”, acrescenta.

Este projeto pretende assim dar resposta a estas questões através do desenvolvimento de novos métodos e estratégias desde a produção de alimentos para animais, passando pela avaliação da saúde e bem-estar destes e pelo comércio de carnes e produtos cárneos, até ao estudo das preferências e ou tendências e ainda da perceção dos consumidores, englo-bando assim trabalhos inovadores ao longo de toda a cadeia de valor alimentar.

Pretende ainda aplicar os princípios da economia circular tendo prevista a valorização de subprodutos, com vista à obtenção de novos produtos

inova-dores, numa lógica de sustentabilidade da cadeia de valor alimentar. “Espera-se com este projeto fortalecer o conhecimento sobre as tendên-cias do consumo de produtos de origem animal, com o objetivo de ajudar o setor a preparar-se e adaptar-se às mudanças esperadas e fomentar o conhecimento e a inovação ao nível da cadeia alimentar”, conclui Emídio

Gomes.

O UTAD FOOD ALLIANZ insere-se dentro dos objetivos da ‘Rede Inter-nacional de FoodChainAlliance’ - composta pela UTAD e pelo Instituto

Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) que constitui a participação portuguesa da rede europeia ‘FoodChain Management Alliance’, liderada pela FraunhoferGesellschaftuer. Esta Rede pretende contribuir para a discussão e elaboração de importantes documentos para o futuro do setor da carne, em estreita ligação com a FEFac -

Eu-ropeanFeedManufacturersFederation.

Liderado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Projeto vai estudar a cadeia

alimentar do campo ao prato

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E

ste percurso pretende potenciar a visitação, contemplando a valorização do património paisagístico, natural e cultural, através da aproxima-ção de elementos como as antigas azenhas, levadas, linhas de água e vegetação natural associada, assim como uma inevitável componente pedagógica e de envolvimento do utilizados nos contextos rurais, hí-dricos e patrimoniais.

Ourém, para além de Fátima,

“tem outros atrativos turísticos”

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da câma-ra de Ourém destaca o potencial turístico do concelho. Luís Miguel albuquerque diz que a pandemia trouxe “uma lição”. É que Ourém “tem outros atrativos”.

Gazeta Rural(GR): O que pretende a Câmara com o projeto Rota das Azenhas?

Luís Miguel Albuquerque (LMA): Ourém é um

con-celho que, entre outras características, tem uma que o torna rico, que é a água. a zona mais a norte do concelho tem muita água, mas também muitas ribeiras. com base nessa área, e tendo em consideração aquilo que hoje as pessoas procuram, - como as caminhadas, as rotas e os ca-minhos, - estamos a desenvolver um percurso pedonal que se inicia junto a um parque de merendas, que existe na vila do Olival e que se prolonga ao longo de uma ribeira, por cerca de nove quilómetros, até chegarmos a outra vila. Esta

é a primeira fase desta rota, pequena, porque são cerca de 500 metros que liga o parque de merendas a uma estrada e que depois irá ser prolongado ao longo dessa ribeira, que é uma zona lindíssima, e que achamos que poderá ter muito sucesso e afirmação junto da nossa população.

GR: Esta Rota mostra que Ourém, para além de Fátima, tem outros atrativos turísticos?

LMA: Sim. Sabemos que o principal foco turístico do nosso concelho é Fátima,

por tudo aquilo que representa e a que devemos dar a devida atenção. Esta pan-demia veio trazer-nos uma lição, entre outras, - e agora nós também devemos

aprender com ela, - de que Ourém tem outros atrativos.

Fátima tem um atividade muito sazonal, pelo que precisamos de ter um com-plemento ao turismo religioso que existe no nosso concelho. E o turismo da natureza, por força das diversas características que o nosso território tem, é um desses focos. temos a Praia Fluvial do agroal, por onde, no ano passado, passaram cerca de 100 mil pessoas, onde estamos a construir um passadiço e onde constantemente estamos a investir e a valorizar, para a tornar ainda

mais atrativa.

temos também as ribeiras que atravessam todo o concelho, que são riquís-simas em água, que merecem ser tratadas e terem a devida atenção. temos o castelo de Ourém, que é um local lindíssimo com um património cultural, histórico e monumental que precisa e merece ser apoiado, onde estamos a investir mais de dois milhões de euros na sua recuperação. Isto é um pouco da estratégia que estamos a desenvolver no concelho, para termos também alternativas ao turismo religioso e outras formas de atrair outro tipo de

pes-soas, que, obviamente, procuram este tipo de estruturas.

GR: Para além da natureza, Ourém quer atrai os turistas pela gastro-nomia?

LMA: Estamos a trabalhar nisso. Já aprovamos em reunião de

câma-Para além do turismo sazonal de Fátima

Ourém aposta na natureza

como elemento de atração turística

A Câmara de Ourém quer aproveitar o potencial da água, em grande abundância no norte do concelho, como elemento diferencia-dor e de atração de visitantes. Para o efeito, a autarquia aprovou o projeto da Rota das Azenhas, que contempla um percurso pedestre a desenvolver ao longo da Ribeira da Aldeia Nova e a Ribeira do Olival, ligando o Parque de Merendas do Olival à fonte da Conceição, numa primeira fase.

ra a realização de um festival gastronómico para meados de Setembro, que tem um pouco a ver com as tradições e sabores que temos. nós não temos um prato característico do concelho de Ourém, mas temos uma gastronomia rica e variada. temos um vinho medieval muito bom e que queremos divulgar. as pessoas quando vêm a Ourém também procuram a parte gastronómica, que é uma forma de turismo. temos restaurantes e muitos locais onde se come bem. todas as pessoas que vêm a Ourém ficam satisfeitas como a nossa gastronomia.

GR: Para quem não conhece a gastronomia de Ourém, o que acon-selha?

LMA: Temos diversos pratos, mas nenhum característico. O nosso

concelho tem duas realidades muito diferentes. na parte mais a Sul, onde está situada Fátima e mais ligada ao turismo, existem algumas iguarias, como o cabrito e as “sopas de verde”, um prato que não se vê em muitos sitios, mas que aqui se usa muito. Depois, mais a norte, temos o borrego, que é confecionado de maneira diferente e muito apreciado naquela zona. temos uma panóplia de pratos, que não sendo exclusivos do concelho são característicos e as pessoas apreciam-nos muito.

GR: Referiu que pretende recuperar a tradição do vinho me-dieval. Essa estratégia faz parte da diversidade que pretende

oferecer aos turistas que visitam o concelho?

LMA: Obviamente que sim. Um turista quando visita

um sítio, ou uma região, para além do turismo religioso, de natureza, patrimonial e cultural, procura também gastrono-mia, onde o vinho se inclui. Sou o primeiro a reconhecer que talvez não temos sabido trabalhar da melhor forma o vinho medieval. é reconhecido como um vinho de qualidade, feito de uma maneira muito específica, onde se misturam as uvas brancas com as tintas, que o torna muito especial. Não temos tido tempo para o divulgar da melhor forma e, por isso, temos de apostar neste festival, que pretendemos levar a cabo em Setembro, onde queremos divulgar a nossa gastronomia e o vinho medieval produzido no concelho.

GR: O que oferece o setor primário de Ourém?

LMA: na zona norte do concelho predomina a vinha e o olival.

temas bastantes adegas e há produtores a trabalhar o vinho com muita qualidade. Por exemplo a Quinta do Montalto tem ganho imensos prémios a nível internacional, o que demonstra a quali-dade do vinho e das vinhas que temos no nosso concelho. Ourém também tem uma grande tradição na produção de azeite, um setor que tem também alguma importância para a nossa economia.

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De 7 e 16 de maio, em cerca de trinta restaurantes

Setúbal promove evento

gastronómico dedicado à ostra

A ostra é rainha nas ementas de perto de 30 restaurantes de Setúbal, de 7 e 16 de Maio, num evento gastronómico integrado na estratégia turística municipal, que, nesta edição, contou com uma promoção prévia em Cascais.

D

urante dez dias, os 28 restaurantes do concelho que participam na Semana da Ostra dão destaque a receitas, umas tradicionais, outras inovadoras, produzidas com este molusco do Sado.

O certame, organizado pela autarquia, com os apoios de Docapesca, turismo de Portugal, Quinta de Alcube e NeptunPearl, inclui, algumas novidades relativamente a edições anteriores, e começa por um evento prévio de promoção fora do concelho, que decorrerá de 30 de abril a 2 de Maio, no Mercado da Vila, em cascais. a 30 de abril realiza-se um showcooking de ostras conduzido pelo chef Mauro Loureiro, da Escola de hotelaria e turismo de Setúbal, e uma con-versa Sobre Ostras e Vinhos, com célia Rodrigues, da neptunPearl, e carolina Santos, da Quinta de alcube.

A iniciativa Promoção das Ostras e Vinhos de Setúbal em Cascais conta com as participações da foodtruck Ostras Sobre Rodas, da neptunPearl e da Quinta de alcube, que, durante os três dias, dá a provar estes produtos setubalenses aos visitantes do mercado.

Em Setúbal, outra novidade da Semana da Ostra é a realização de um passeio pedestre com prova de ostras, no dia 9 de Maio, às 9h30 horas.

A atividade ‘Ostras e Aves do Estuário do Sado’, organizada pela Câmara de Setúbal em parceria com a Biotrails, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e a NeptunPearl, tem inscrições a decorrer, com o custo de 22 euros por pessoa.

No último dia, 16 de Maio, às 18 horas, na Casa da Baía, há uma degustação comentada de ostras e vinhos, conduzida pela chef Mariana Fernandes, da Escola de hotelaria e turis-mo de Setúbal, e por Carolina Santos, da Quinta de Alcube. A atividade é de participação gratuita, mediante inscrição, até 13 de Maio, a qual deve ser feita pelo endereço eletrónico gape@mun-setubal.pt.

a Semana da Ostra integra um calendário de eventos gastronómicos dinamizado pela autarquia no âmbito da marca Setúbal Terra de Peixe, com o objetivo de divulgar sabores e tradições da cozinha setubalense e, em simultâneo, estimular a restauração local e promover o concelho enquanto destino turístico de excelência.

A lista dos espaços de restauração aderentes inclui 490 Taberna STB, A Casa do Peixe, A Vela Branca, Adega dos Garrafões, Antóniu’s, Calha Bem, Carvão Ryori, Copa d’Ouro, Flórida, Martroia, O Batareo, O Tavira e Oficina do Peixe.

Ostradomus, Ostras sobre Rodas, Peixe no Largo, Pérola da Mourisca, Restaurante Petisqueira o Manuel, Pinga Amor, Sab’Amar, Sem Horas, Solar do Marquês, Taberna de Azeitão, Taberna do Largo, Tasca da Avenida, Tasca da Fatinha, Tasca do Xico da Cana e Tasca Kefish completam a lista de restaurantes participantes.

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Nos dias 8 e 9 de maio, em Pinhal Novo, no concelho de Palmela

Mercado Caramelo

quer preservar e divulgar

as tradições locais

O Mercado Caramelo de 2021 vai-se realizar nos dias 8 e 9 de Maio, em Pinhal Novo, Palmela.

a

iniciativa, promovida pela Junta de Freguesia de Pinhal Novo e pela confraria da Sopa caramela, tem o apoio da autarquia. a câmara de Palmela aprovou um apoio financeiro à Confraria da Sopa Caramela, no valor 1.500 euros, como comparticipação para a realização do Mer-cado caramelo 2021.

“com a recriação deste Mercado, pretende-se aliar a animação e a história, com o envolvimento de instituições e Movimento Associativo da freguesia, contribuindo para a preservação e divulgação das tradi-ções e identidade local. A divulgação da Sopa Caramela, a dinamização do comércio tradicional e a promoção turística do concelho, através da gastronomia e identidade, são os objetivos centrais do Mercado Caramelo” explica a autarquia em comunicado.

De 1 a 16 de Maio,

em treze restaurantes aderentes

Marvão promove

XI Quinzena

Gastronómica

do Bacalhau

O Município de Marvão promove, de 1 a 16 de Maio, a XI Quinzena Gastronómica do Bacalhau.

a

o longo de duas semanas, marvanenses e turis-tas vão poder degustar, nos treze restaurantes aderentes, os melhores pratos e iguarias confecionadas à base de bacalhau.

O objetivo desta iniciativa é promover a gastronomia local com a utilização de produtos endógenos, apoiar a economia local e contribuir para que Marvão se man-tenha como um destino gastronómico, numa altura em que o País entra na derradeira fase de desconfinamento, a fronteira com Espanha vai reabrir e os restaurantes já se encontram abertos e a servir refeições.

“Estamos a viver um momento importante a nível na-cional, com a chegada da última fase do desconfinamento. acreditamos, por isso, que esta Quinzena Gastronómica vai trazer uma lufada de ar fresco aos restaurantes do nosso concelho, tão fustigados ao longo dos últimos meses. Espe-ramos poder receber novos visitantes e estamos confiantes de que os nossos vizinhos espanhóis, que tanto apreciam esta iniciativa anual, já possam vir degustar os nossos pratos e re-visitar Marvão”, adianta Luís Vitorino, presidente do Município de Marvão.”

Esta iniciativa faz parte de uma ação estratégica que a autar-quia tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, como forma de promoção e divulgação da riqueza gastronómica da região, através da realização de cinco Quinzenas Gastronómicas anuais, dedicadas ao azeite, ao cabrito e ao borrego, à caça, à castanha e ao bacalhau.

c

om um novo layout, uma reorganização da informação e novas ferramentas mais responsivas e intuitivas, a nova plataforma digi-tal tem como objetivo aproximar o município da população, mas tam-bém atrair visitantes ao concelho.

Para o presidente da autarquia, alberto Mesquita, a maneira como a plataforma permite o lançamento de novas funcionalidades na loja do munícipe e no urbanismo ‘no paper’, “representam uma mudança de paradigma na forma como a Câmara Municipal interage” com os seus cidadãos”.

Já a aplicação disponível para telemóveis inclui todas as áreas de atividade do Município e os visitantes de Vila Franca de Xira podem fazer reservas a partir da app e chegar às informações necessárias, valorizando e destacando a oferta de cariz turístico do concelho.

O vereador antónio Félix assumiu que a promoção do enoturismo e da gastronomia faz parte das funcionalidades das novas platafor-mas da autarquia. “Uma das possibilidades, tanto do site como da aplicação, é permitir que as pessoas encomendem os nossos vinhos, sem sequer vir ao concelho”, explicou o vereador.

Festas do Colete Encarnado é candidato ao

Inven-tário Nacional do Património Imaterial

a câmara de Vila Fra nca de Xira submeteu à Direção Geral do Património cultural (DGPc) a candidatura visando a inscrição das Festas do colete Encarnado no inventário nacional do Património cultural imaterial.

Estas festas tiveram a sua primeira edição em 1932 e realizam--se sempre no primeiro fim de semana de Julho, com o objetivo prestar homenagem à figura ímpar do Campino. É uma festa de

três dias, caracterizada pela largada dos touros em algu-mas ruas da cidade, por convívios nas tertúlias e concertos, incluindo ainda uma missa.

a recolha e seleção da documentação, fotos, cartazes, programas, recortes de jornais, reportagens portuguesas e estrangeiras, filmes, documentários e até algumas obras de arte que ilustram a riqueza cultural associada a esta festivi-dade por parte da câmara Municipal, que se iniciou em 2018 e contou com a colaboração da Junta de Vila Franca de Xira e da Empresa Quaternaire Portugal.

aos elementos documentais que integram a candidatura foram também acrescentados testemunhos vivos dos princi-pais intervenientes da Festa, que, para além de terem como objetivo a ilustração desta candidatura, constituem-se como documentos históricos para a posteridade, para que a sua arte e sabedoria sejam transmitidas às gerações vindouras.

Depois da submissão da candidatura cabe ao painel de peri-tos da Direção Geral do Património cultural avaliar a candida-tura e a documentação que a suporta. a câmara de Vila Franca de Xira espera para breve a decisão final.

Se a candidatura for aprovada, o colete Encarnado passará a estar inscrito no inventário nacional de Património cultural ima-terial, condição fundamental para uma eventual candidatura a Património imaterial da UnEScO.

a autarquia explica que devido à situação pandémica não tem sido possível viver a Festa na sua plenitude, em conjunto com a consagração no ano passado do colete Encarnado como uma das 7 Maravilhas da cultura Popular Portuguesa, realçando que esta é a festa maior do concelho e da região.

Novo site da Câmara promove a aproximação à população do concelho

Câmara de Vila Franca de Xira

renova site e lança aplicação

para telemóvel para atrair turistas

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P

ara atingir tal desiderato, o município aposta no projeto Nature Storytelling, que se destina a qualificar e valorizar o turismo, inter-pretando a natureza e a cultura de Sever do Vouga, na tipologia de “va-lorização do património natural”, através da oferta de atividades turísti-cas que concorram para a fruição sustentável desse património e para o posicionamento de Portugal como destino competitivo para a prática dessas atividades.

Este projeto consta da requalificação do antigo troço da ex-linha de vagonetes do complexo das ruínas das Minas do Braçal para percurso pedonal/ciclável, como troço complementar de ligação à Ecopista do Vouga, assim como a valorização e interpretação turística do patrimó-nio industrial e natural da Ecopista do Vouga. tem como pressuposto a dinamização turística, no sentido de aumentar a atratividade con-celhia e supramunicipal, potenciando a prática desportiva ao ar livre, em complementaridade com o contacto estreito com o património industrial, histórico e cultural. Este projeto tem uma comparticipa-ção do turismo de Portugal de 70%, no valor de 336.632,85 euros, num investimento total de 351.392,85 euros.

Para o presidente da câmara de Sever do Vouga, “este é mais um dos projetos em execução no concelho, entre muitos, que preten-de atingir, acima preten-de tudo, a valorização do nosso território, pro-curando dinamizar o que de melhor o concelho tem, investindo em estruturas e circuitos que potenciem o concelho e o tornem atrativo para quem nos visita e sobretudo para quem aqui reside”. António Coutinho lembra que o turismo tem sido uma das

priori-dades do seu executivo ao longo dos anos e faz menção ao “Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico” que está na sua fase de conclusão.

Plano estratégico de desenvolvimento turístico será apresentado em breve

O Município de Sever do Vouga vai dar a conhecer em breve o “Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico” do concelho. iniciado em Janeiro deste ano, em colabora-ção com o iPDt – turismo e consultoria, o plano tem como objetivo delinear uma estratégia estruturada para este sec-tor de atividade, alinhada com a oferta de todo o território e alicerçada nos seus elementos diferenciadores.

no passado mês de Fevereiro foi realizada a primeira sessão online de apresentação do diagnóstico preliminar do território face ao setor do turismo. Nesta sessão, bastante participativa, foi possível recolher propostas de alguns intervenientes locais, por forma a contribuir para a construção deste plano que se deseja transversal na perspetiva do desenvolvimento territorial. Paralelamente, foram realizadas entrevistas a entidades locais e regionais ligadas ao setor, bem como inquéritos online aos agen-tes e operadores turísticos locais para recolher contributos sobre a situação atual e futura do turismo no concelho.

O plano de desenvolvimento terá que prever os investimentos

Um investimento superior a 350 mil euros

Município de Sever do Vouga

aposta em qualificar e valorizar o turismo

A Câmara de Sever do Vouga está apostada em criar atrativos para chamar turistas em concelho.

necessários a fazer no concelho nos próximos anos para alavancar as atividades turís-ticas, com vista a aumentar a circulação de visitantes no concelho, construindo uma

nova oferta para públicos diferenciados, aproveitando a beleza natural do concelho ou investindo em novas atrações que posicionem o concelho como destino principal das rotas turísticas, oferecendo também ao nível da restauração e do alojamento um serviço de qualidade, enaltecendo a excelente gastronomia e a arte de bem receber

do povo severense.

O presidente da câmara de Sever do Vouga refere que este plano estratégico “já é complementar a outros que o município tem sabido dar prioridade nos últimos anos, bem como a programas em curso neste momento e que representam inves-timentos de largas centenas de milhares de euros no concelho, tais como “A Rota

do Megalitismo” ou mesmo o programa “Nature Storytelling At Sever do Vouga”, que vem dar um grande impulso a um tipo de turismo que o concelho não tinha muito e em que é urgente apostar-se, por forma a atrair a Sever do Vouga mais

rotas turísticas e um novo tipo de turista.

Para António Coutinho, este plano pretende, acima de tudo, “fazer uma ra-diografia do nível turístico atual do concelho e projetar o futuro de uma forma

sustentada e em que se possa assegurar que Sever do Vouga possa crescer nesta área tão sensível e importante para a economia local”.

(9)

n

um espaço amplo e ambiente descontraído, das 14,30 às 21 horas no sábado e das 15 às 21 horas no domingo, 40 produtores, de variadas regiões do país, irão mostrar mais de 350 referências. Desde os fantásticos vinhos do Douro e do Porto, continuando para os Vinhos Ver-des, com reinterpretações do Alvarinho e Loureiro, abordagens distintas dos vinhos da Bairrada, ótimos e premiados vinhos do Tejo e de Óbidos, passando pela excelência da Beira Interior até ao fantástico Alentejo. haverá muitas surpresas e lançamentos de novos vinhos!

a Quinta da Lameira irá lançar a sua marca no Wine Market, com vinhos, espumantes e azeite, a que se junta a Quinta de Serzeda, que também irá lançar os seus vinhos, com combinações de castas irreve-rentes no Douro. A By Élio Lara vai também lançar os seus vinhos, com as suas três reinterpretações do alvarinho.

Juntam-se a casa de cello; Quinta do Roncão; Sapateiro Wines; The Portuguese Winery; Pedro Milanos; Reguengos de Melgaço; companhia agrícola Sanguinhal e as suas três Quintas; Vinhos d’avó; ceira Wines; Vinisicó com seis produtores de terras de Sicó: casa d´alfafar, Encosta da criveira, aperto, Fundação aDFP, tapada de Sabogos, Vale da Brenha; Vinhos Quinta do Paúl; Douro Prime; Quinta de Folgorosa; Vale de cortém; Quinta Vale do armo; Mon-tel Wine e os seus vinhos biológicos; Quinta da Vinha; e Vinhas Velhas Garrafeira, que levará 15 excelentes produtores: Quinta Vale D. Maria, Maçanita, Fitapreta, tiago cabaço, casa Ferreiri-nha, Quinta Vale D’aldeia, churchills, conceito, Quinta do Paral,

Reynolds, Herdade do Peso, Quinta do Encontro, Quinta da Biaia, Ribafreixo e Adega Mayor.

Os visitantes têm a possibilidade de falar com os pro-dutores, conhecer novos vinhos, e adquirir vinhos a pre-ços especiais. Estarão presentes pequenos produtores, produtores independentes, novos vinhos, de facto Vinhos a Descobrir!

Para uma melhor experiência de harmonização com o vi-nho, haverá ótimos produtos regionais e gourmet da Risso-laria Tradicional, Queijo Bornes de Trás os Montes e gelados artesanais da Wine on ice. tudo num só local, animado por DJ, para um ambiente cool e descontraído.

No domingo o Get Together Profissional abre mais cedo as portas aos profissionais do sector, para uma partilha e desco-berta dos muitos vinhos a conhecer.

Será assegurado o cumprimento das regras de segurança e saúde exigidas pela DGS, assegurando que o Mercado de Vi-nhos cumpre os requisitos exigidos. torres de desinfeção à en-trada e saída, desinfeção das mãos à enen-trada, medição de tem-peratura corporal antes de entrar, uso de máscara obrigatório exceto durante o consumo de vinho e produtos regionais, entre outras. O pé direito bastante elevado do edifício permite uma circulação de ar excelente, assegurando assim um maior conforto para todos.

A primeira de 2021, nos dias 8 e 9 de maio, na cidade do Porto

Mercado Ferreira Borges

recebe uma Feira de Vinhos Portugueses

A cidade do Porto vai receber uma Feira de Vinhos Portugueses, produzida pela INSPIRE, dedicada aos apreciadores e a quem gosta de comprar vinho. O Wine Market será realizado no Mercado Ferreira Borges, um ex-libris da cidade, em pleno centro histórico do Porto. Dentro do espaço Hard Club, este evento vínico privilegia o contacto entre visitantes e produtores, junta apreciadores de vinhos e partilha novidades.

O

primeiro Beira Interior Gourmet - Concurso de Gastronomia e Vinhos da Beira Interior decorreu entre 10 de Julho e 10 de Agosto de 2020 em mais de três dezenas de restaurantes da região e, este ano, a organiza-ção decidiu alargá-lo “a todo o país”. “Vamos ter na mesma o concurso na região, mas vamos alargá-lo a todo o país, porque também pretendemos colocar os vinhos da Beira Interior nos grandes centros urbanos”, disse o presidente da CVRBI.

Segundo Rodolfo Queirós, o objetivo será “manter e reforçar a [parti-cipação] da restauração de âmbito regional” e alargar o concurso “aos grandes centros, onde há mais pessoas e um maior consumo”. Aquele responsável disse que o concurso, para além de valorizar e dar a co-nhecer a qualidade e a criatividade dos restaurantes e dos vinhos da Beira Interior, também pretende “dar um bocadinho de foco” aos res-taurantes que têm sido afetados no seu funcionamento pela pandemia de covid-19. O presidente do júri, Fernando Melo, crítico de vinhos e de gastronomia, que participou na conferência de imprensa por vi-deoconferência, lembrou que o primeiro concurso teve um resultado “absolutamente extraordinário”.

Este ano, com o alargamento a restaurantes de todo o país, as ex-pectativas aumentam, por considerar que os vinhos produzidos na Beira Interior podem associar-se a um grande número de pratos. “Nós temos naturais da Beira Interior espalhados pelo país intei-ro. ao abrirmos o leque para o país inteiro, vamos ter inscrições surpreendentes e vamos ter uma adesão muito grande. Eu conto com isso”, admitiu.

O concurso abrange as categorias de restauran-te ‘Cozinha Tradicional/Regional’, ‘Cozinha Criativa/ Evolutiva’ e ‘Cozinha Europeia e do Mundo’. O menu a concurso, composto por entrada, prato principal e sobremesa, deverá ser acompanhado por vinhos da Beira Interior certificados inseridos na carta de vinhos de cada restaurante.

O Beira Interior Gourmet atribui, dentro da região, os prémios (diplomas) ‘Espaço’, ‘Melhor carta de Vinhos’, ‘Melhor Cozinha Criativa/Evolutiva’, ‘Melhor Cozinha Europeia e do Mundo’, ‘Melhor cozinha tradicional/Re-gional’, ‘Melhor Entrada’, ‘Melhor harmonização Vinho e Comida’, ‘Melhor Integração de Produtos da Beira Interior’, ‘Melhor Prato Principal’, ‘Melhor Promoção’, ‘Melhor Servi-ço de Vinhos’, ‘Melhor Sobremesa’, ‘O Melhor Restaurante’ e ‘Revelação’. Aos restaurantes de fora da área da CVRBI serão atribuídos os diplomas de ‘Melhor Restaurante’, ‘Melhor En-trada’, ‘Melhor Prato Principal’ e ‘Melhor Sobremesa’.

O período das inscrições decorre até 16 de Maio e cada res-taurante definirá um menu a preço controlado, que irá estar disponível ao público durante o concurso.

A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pi-nhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Bran-co, que correspondem a uma área de 20 municípios.

Vai decorrer de 28 de maio a 25 de julho

Concurso Beira Interior Gourmet

alargado a restaurantes de todo o país

O segundo Concurso Beira Interior Gourmet vai decorrer de 28 de Maio a 25 de Julho e abrangerá, pela primeira vez, restaurantes de todo o território nacional, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). O concurso, que é organizado pelo segundo ano consecutivo, tem como objetivo dar a conhecer as criações gastronómicas dos restaurantes harmonizadas com vinhos da Beira Interior.

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“Têm sido tempos muito difíceis e exigentes”

O último ano, devido à pandemia, foi complicado para a economia em

geral, mas particularmente difícil para os produtores de vinhos, que viram

o mercado cair, com o canal Horeca praticamente fechado. À Gazeta

Ru-ral, Miguel Ginestal diz que, face ao cenário criado, “tivemos de encontrar

soluções para manter a ligação aos nossos clientes”.

Gazeta Rural (GR): Como têm sido os últimos tempos para a Quinta dos Mon-teirinhos?

Miguel Ginestal (MG): Têm sido tempos muito difíceis, exigentes, e um desafio

diário para estabelecer parcerias com todos os operadores do canal horeca, que têm sofrido bastante desde Março do ano passado e cujas atividades têm estado muito condicionadas ou, na maioria dos casos, encerradas. Por opção não

ven-demos em supermercados. É nas horas difíceis que se vê a solidez das parcerias. Procurámos estar junto aos nossos clientes. Se foram para casa, nós fomos

bater--lhes à porta.

GR: Este é um tempo novo que apela à criatividade?

MG: claro. Os clientes não desapareceram, simplesmente deixaram de estar

nos restaurantes e de consumir vinhos nos locais habituais. naturalmente, que sendo Portugal um país turístico, deixou de ter milhões de visitantes que

con-sumiam muitos dos nossos produtos, designadamente o vinho. naturalmente, que o facto de as fronteiras estarem fechadas, ou muito condicionadas, no último ano, isso afectou as exportações. O que não invalida que não tivésse-mos encontrado forma de chegar aos nossos clientes habituais, o que conse-guimos fazer, de braço dado com os restaurantes e os nossos distribuidores. Foi um ano de aprendizagem e estamos preparados para novos desafios. Estamos convencidos que o Dão vai conseguir dar a resposta necessária para

a retoma económica no pós-covid.

Os quatro ‘Reserva’ estarão no mercado no início de Maio

Quinta dos Monteirinhos

lança novos vinhos para

um desconfinamento

seguro

A Quinta dos Monteirinhos vai lançar, no início de Maio, quatro novos vinhos com a designação ‘Reserva’, “para um desconfinamen-to seguro”. Os dois tindesconfinamen-tos (‘Manel Chaves’ e ‘Menino Afonso’) são da vindima de 2018 e os dois brancos (‘Avô António’ e ‘Avó Fernanda’ da vindima de 2019. Miguel Ginestal, à Gazeta Rural, diz que são vinhos que “vão ajudar a posicionar um degrau acima a oferta da Quinta dos Monteirinhos”.

O

‘Manel chaves’ é um vinho 100% touriga nacional, da vindima de 2018, feito com uvas provenientes exclusivamente da parcela da vinha do topo da Quinta da Barroca, junto à adega, em Moimenta de Maceira Dão, no concelho de Mangualde. Este vinho tem a particu-laridade de ser uma homenagem que hugo chaves Sousa, enólogo da quinta, faz ao seu pai, que faleceu muito novo e que era grande amigo de Miguel José Monteiro albuquerque, pai dos atuais proprietários da quinta.

Este touriga nacional tem aromas de fruta preta, eucalipto, cacau e tabaco. Com uma textura sedosa, fina e elegante, estagiou 15 me-ses em barrica de carvalho francês e é excelente para acompanhar pratos de carne e peixe no forno. Deve ser consumido a uma tem-peratura de 16 a 18ºC. O ‘Manel Chaves’ “é um vinho elegantíssi-mo, que acreditamos vai marcar a qualidade dos vinhos do Dão da colheita 2018”, diz Miguel Ginestal.

O outro tinto é um vinho de lote da vindima de 2018, com as castas touriga nacional (60%), tinta Roriz (20%) e Jaen (20%), com a referência ‘Menino afonso’, que pela pri-meira vez ostenta a designação ‘Reserva’. O primeiro ‘Mon-teirinhos’ da sétima geração é um tinto macio e complexo, com aromas de frutos vermelhos e estagiou 15 meses em barrica de carvalho francês. Deve acompanhar pratos de car-ne ou peixe no forno e ser consumido a uma temperatura de 16 a 18ºc.

a Quinta dos Monteirinhos vai lançar também dois vinhos brancos da vindima de 2019 e são duas referências habituais. O ‘avô antónio’ é um 100% Encruzado, que estagiou nove meses em barrica de carvalho francês. tem aromas cítricos e minerais, é equilibrado na acidez, volume e estrutura. O ‘avó Fernanda’ é um blend tradicional, feito com as castas Encruzado (45%), Mal-vasia Fina (35%), Cerceal-Branco (10%) e Bical (10%). É um vinho com toques de baunilha e fruta acabada de colher.

Estes dois brancos são excelentes para acompanhar peixes, ma-riscos, queijos e saladas. Devem ser consumidos a uma temperatu-ra de 4 a 10°c.

Família Monteiro Albuquerque produz vinhos

no Dão há sete gerações

A Quinta dos Monteirinhos está na mão da família Monteiro Albuquer-que há mais de 100 anos e vai na sétima geração. Os membros mais no-vos da família eram chamados, de forma carinhosa, de “Monteirinhos” pelos conterrâneos da aldeia.

Na origem da Quinta dos Monteirinhos está António Monteiro Albu-querque, um homem que esteve na fundação, em Mangualde, da Adega Cooperativa, Grémio da Lavoura, Cooperativa da Maçã e Lagar de Azeite. Miguel José Monteiro Albuquerque, pai dos atuais proprietários, foi um homem que durante cerca de 30 anos se dedicou a ‘fazer’ vinhos em várias adegas da região do Dão.

Em 2006, a quinta geração da família tomou a decisão de alterar o mo-delo de negócio agrícola tradicional. A Quinta dos Monteirinhos decidiu criar uma marca própria, reestruturou as vinhas da família e construiu uma nova Adega para produzir vinhos de referência no Dão, com a assina-tura de Hugo Chaves de Sousa, um dos enólogos em destaque na região.

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n

atural do Reino Unido, adrian Gardoph é um profundo conhecedor do sector a nível global. Para além da direcção do iMW, Gardoph conta no seu currículo com a criação de uma agência global de negócios especia-lizada em vinhos da África do Sul, uma empresa de consultoria do sector (BlackrockWines), a primeira escola da Wine&SpiritEducation Trust locali-zada na Rússia e a única empresa importadora de vinhos de excelência na Jamaica.

Eric Boschman é outro dos jurados estreantes no Concurso. Sommelier belga, é fundador de La Food and Wine Academy, autor de livros sobre vinho e presença regular em meios de comunicação social onde partilha o seu conhecimento sobre a área dos vinhos.

À semelhança das edições anteriores do concurso Vinhos de Portugal, o Grande Júri volta a contar com a participação de Dirceu Vianna Junior, o primeiro Master of Wine brasileiro e o único de língua portuguesa, Bento Amaral, Diretor de Serviços Técnicos e de Certificação do Institu-to dos Vinhos do Douro e do PorInstitu-to, e Miguel Pessanha, Chief Operating Officer da Sogrape Vinhos. O Grande Júri é presidido por Luís Lopes, fundador e diretor da revista Vinhos Grandes Escolhas.

São também conhecidos os nomes de mais especialistas interna-cionais que vão integrar o painel de avaliação do Júri Regular, res-ponsável por avaliar os vinhos na primeira fase do concurso, que decorrerá no CNEMA, em Santarém. Destaque para profissionais da Estónia (Rain Veskimae, sommelier e gestor do restaurante Mantel &Korsten, onde o foco é a gastronomia mediterrânea e vinhos, e VernerLepp, distinguido o prémio de Segundo Melhor Sommelier do seu país) e Reino Unido (Emily Rowe, premiada com o Wines of Portugal Prize pela sua prestação no curso da Wine & Spirit Edu-cation Trust).

O continente americano está fortemente representado no Júri Regular do concurso Vinhos de Portugal 2021, através de

espe-cialistas do Canadá (Élyse Lambert MS, sommelier consultora, vencedora do título de Best Sommelier of Americas 2009, Best Sommelier of Canada 2015, e com a quinta posição do Best Sommelier of the World, Argentina 2016); dos Estados Unidos da América (Pe-ter Granoff MS, co-proprietário de várias empresas de restauração na área dos vinhos em São Francisco e cali-fórnia), e do México (claudia treviño, com 12 anos de ex-periência enquanto sommelier e consultora na indústria vinícola e Embaixadora de Vinhos de Portugal em 2017).

a primeira fase do concurso decorrerá de 17 a 19 de Maio, no cnEMa, em Santarém, na qual os vinhos ins-critos serão avaliados pelo Júri Regular. O Grande Júri irá reunir-se nos dias 20 e 21 de Maio para a selecção dos Grandes Ouros e os Melhores no ano. Os vencedores serão divulgados na cerimónia de Entrega de Prémios, no dia 21 de Maio, em Setúbal.

O Concurso Vinhos de Portugal é uma iniciativa da

Vi-niPortugal que pretende ser um ponto de encontro e de

troca de experiências entre produtores e especialistas

de todo o mundo, reafirmando a aposta na produção

na-cional de vinho de qualidade com o intuito de se

afirma-rem enquanto produtos de excelência nos mercados de

exportação.

Primeira fase do Concurso decorrerá de 17 a 19 de maio, em Santarém

Concurso Vinhos de Portugal conta

com um leque de especialistas de renome

Os melhores vinhos portugueses vão ser colocados à prova junto de reputados especialistas nacionais e internacionais. A edição de 2021 do Concurso Vinhos de Portugal volta a contar com um leque de especialistas de renome no Grande Júri da iniciativa, com destaque para a estreia de Adrian Gardoph, director executivo do Institute of Masters of Wine (IMW), e Eric Boschman, sommelier da Bélgica.

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JC: Penso que sim, mas a ciência nem

sem-pre é aquela coisa que as pessoas pensam que é, que de repente faz-se uma descoberta e isso altera a ciência toda. algo assim acontece apenas algumas vezes. Estou a lembrar-me, por exemplo, da reação do PCR (a amplificação do DNA) e mais recentemente da edição genética.

GR: E no seu caso, que conquistas destaca? JC: Digamos que fizemos pequenos avanços na

ciência que nos deixam satisfeitos. No trabalho já desenvolvido com o tamarilho, obtivemos plantas poliplóides, que têm o dobro do número de cro-mossomas. Geram frutos diferentess e por essa razão podem ser mais interessantes.

Numa investigação conjunta com o ITQB NOVA em Oeiras e o centro de neurociências em coim-bra, uma investigadora que trabalha comigo aqui no Laboratório de Biotecnologia [do Centro de Ecologia Funcional do Departamento de ciências da Vida da UC], a Sandra Correia, conseguiu identificar uma pro-teína que parece ter um papel importante na regula-ção do desenvolvimento embrionário. Relativamente ao medronheiro, fomos pioneiros na clonagem desta espécie, o que é também uma conquista muito inte-ressante do ponto de vista científico.

GR: A micropropagação consiste exatamente em quê? Como funciona?

JC: O termo micropropagação é utilizado por

oposi-ção a macropropagaoposi-ção. Penso que qualquer pessoa já deve ter tido uma experiência de macropropagação, a de enraizar um pequeno ramo de uma planta para obter uma nova planta ou a de colocar um ramo num porta--enxertos.

Mas a macropropagação apresenta algumas limita-ções importantes e depende muito da estação do ano e da compatibilidade das enxertias. Já a micropropagação, além de poder ser feita em qualquer altura do ano, tem a vantagem de produzir plantas com uma qualidade fi-tossanitária mais interessante do que as plantas obtidas por estacaria - isto deve-se essencialmente à manutenção das condições asséticas no ambiente em que as plantas se desenvolvem; no método por estacaria, por serem muito grandes, as plantas são mais suscetíveis a vírus, fungos ou bactérias.

Para além disso, a micropropagação permite uma propa-gação em larga escala, conseguindo-se aumentar a quantida-de quantida-de plantas produzidas num espaço quantida-de tempo relativamen-te curto, o que para os produtores de plantas é um aspeto importante.

“além de poder ser feita em qualquer altura do ano, a mi-cropropagação permite a clonagem e produz plantas com uma qualidade fitossanitária superior”

GR: Micropropagação é o mesmo que cultura in vitro de tecidos?

JC: Sim, também se designa de cultura in vitro por causa dos recipientes

em vidro que são usados. No entanto, “cultura in vitro” é uma designação mais ampla, que pode ter um significado diferente de micropropagação; por exemplo, quando se fazem culturas de células para produção de compostos químicos de interesse.

GR: Como esse tubo de ensaio que tem na mão, com uma planta den-tro?

JC: trouxe-o comigo para lhe explicar como funciona a

micropropaga-ção. aqui dentro temos um rebento caulinar (sem raiz, apenas tem a parte aérea da planta). numa fase posterior, antes de passar a planta para o solo para enraizá-la, temos que lhe aplicar um tratamento com uma hormona. Está a ver o sítio onde as folhas se inserem no caule? Se cortarmos cada uma destas secções e voltarmos a colocá-las num meio de cultura como este, ao fim de algum tempo obteremos um rebento igual a este. E podemos cortar outra vez e voltar a produzir. as plantas que vamos obter desta forma vão ser todas iguais.

GR: Vão ser geneticamente iguais?

JC: Exatamente. E se esta for uma planta muito interessante, todas

elas vão ter essas mesmas características. Uma das grandes vantagens da micropropagação é essa. Já as plantas que se propagam por semen-te, pelo contrário, são todas diferentes, não têm uma uniformidade

genética.

GR: O rebento dessa planta está mergulhado numa solução que parece gelatina. Contém o quê?

JC: é um meio de cultura que tem incorporado elementos minerais

de que a planta precisa, como cálcio, potássio e outros, além de água e das tais hormonas com compostos químicos que vão permitir que a planta responda em função daquilo que pretendemos. Se queremos que a planta cresça mais aplicamos um tipo de hormonas, se quere-mos que ela forme raízes aplicaquere-mos outro tipo de hormonas. Além

disso, o meio tem agar, o que permite formar este gel.

GR: “A clonagem de plantas in vitro através de embriogénese somática” foi tema de um estudo que coordenou durante vários anos e que permitiu identificar um dos imensos caminhos do processo de clonagem de plantas. Esta identificação é tão im-portante porquê?

Gazeta Rural (GR): Que trabalho desenvolve aqui no Laboratório de Biotecnologia?

Jorge Canhoto (JC): Basicamente, fazemos

investiga-ção em biotecnologia vegetal, desde cultura in vitro de plantas a análises de biologia molecular e de proteómi-ca, para tentar perceber os mecanismos que sustentam a propagação das plantas in vitro.

Fazemos também transformação genética, não para aplicação prática (porque na UE a produção de plantas geneticamente transformadas não é viável do ponto de vista económico), mas fundamentalmente para descobrir como é que as plantas funcionam. Estudamos muito em-briogénese somática, um método de clonagem de plantas que permite obter plantas geneticamente iguais umas às outras. é um método muito interessante dado que permite uma produção mais uniforme. Em colaboração com a Facul-dade de Farmácia, estamos também a caracterizar alguns compostos químicos das plantas com eventual interesse para as indústrias farmacêutica e da cosmética. Também desenvolvemos muito trabalho na área da conservação, no sentido de preservar plantas que estão em perigo ou amea-çadas de extinção.

GR: Com que plantas trabalha?

JC: com o medronheiro, o tamarilho (um fruto originário da

américa do Sul, mas cada vez mais popular nos nossos merca-dos), feijoa, kiwi, lavandulas...

GR: Com que objetivo?

JC: no caso da lavandula, que é uma espécie produtora de

Um trabalho da equipa de Jorge Canhoto, professor da Universidade de Coimbra

Micropropagação “é uma ferramenta

biotecnológica que permite obter

plantas geneticamente iguais”

Com a micropropagação de plantas é possível fazer clonagem e obter variedades uniformes, de qualidade fitossanitária superior e que podem ser utilizadas em larga escala. É com esta ferramenta que a equipa do professor da Universidade de Coimbra, Jorge Canho-to, desenvolve estudos com o tamarilho e outras espécies arbóreas, com resultados “muito interessantes” do ponto de vista da produ-ção. Para este investigador, que lidera o Laboratório de Biotecnologia Vegetal do Centro de Ecologia Funcional da UC, – o primeiro a clonar o medronheiro -, esta ferramenta pode ajudar a aumentar a produtividade do setor hortofrutícola nacional.

Texto: Margarida Paredes (CiB) Fotografia e vídeo: Joaquim Miranda

óleos essenciais, estamos agora a tentar descobrir como é que a modifi-cação do número de cromossomas das plantas se reflete nas estruturas que produzem os próprios óleos. com o tamarilho fazemos essencialmente clonagem para perceber como é que as plantas funcionam in vitro,

procu-rando identificar proteínas ou genes que sejam reguladores dos processos de clonagem.

O trabalho com o medronheiro é desenvolvido em colaboração com o FitoLab - Laboratório de fitossanidade do Instituto Pedro Nunes, em coimbra, e consiste na análise de microbiomas associados às plantas, porque queremos entender qual é o papel de alguns compostos quími-cos do medronheiro nas defesas da planta contra fungos e bactérias.

GR: Por que escolheu a micropropagação como foco principal de investigação?

JC: Não foi planeado. Durante o curso de Biologia [na Universidade

de coimbra], que na altura era da responsabilidade do Departamento de Botânica e do Departamento de Zoologia, gostei sempre mais de Botânica. Penso que o professor Gil Cruz, que foi um excelente

pro-fessor de Fisiologia Vegetal, terá tido alguma influência na minha es-colha.

Depois de concluir o curso, pedi para fazer o estágio com ele em micropropagação e cultura in vitro do quiwi (actualmente estamos a estudar este fruto num projeto sobre o pólen do quiwi). Um ano depois de terminar o estágio, em 1986, tornei-me assistente

estagiá-rio aqui na Universidade de coimbra, onde segui sempre a área da Biotecnologia muito ligada à cultura in vitro como uma ferramen-ta para perceber o funcionamento das planferramen-tas. Penso que o meu

interesse por esta área foi aumentando à medida que fui tendo contacto com outras pessoas e outras técnicas.

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JC: Esse estudo é o que referi há pouco, que foi realizado, em grande

parte, pela investigadora Sandra Correia. Do ponto de vista prático, sabe-mos quais são as condições que levam as plantas a responderem de uma determinada maneira - por isso é que utilizamos as hormonas -, mas a ní-vel celular e molecular quisemos perceber quais são os mecanismos que regulam esses processos de regeneração. aqui no laboratório estudamos muito a embriogénese somática nessa perspectiva, quer com o tamarilho, quer com o medronheiro, quer com outras plantas.

Esse estudo foi muito importante porque permitiu identificar uma proteína do grupo das RNA metiltransfrases, que pensamos ser um re-gulador negativo do desenvolvimento embrionário. O desenvolvimento embrionário é fundamental, porque a nossa alimentação é muito à base de sementes (uma semente não é mais do que um revestimento para o embrião que está no interior). Se compreendermos melhor os proces-sos que levam à formação dos embriões somáticos, podemos transpor-tar esse conhecimento para o desenvolvimento dos embriões zigóticos e, desse modo, aumentar a produtividade.

“Se compreendermos melhor os processos que

levam à formação dos embriões somáticos,

po-demos transportar esse conhecimento para o

desenvolvimento dos embriões zigóticos e, desse

modo, conseguir uma produção mais

interessan-te de semeninteressan-tes”

GR: E agora? Identificada essa proteína, o que falta descobrir? JC: Uma proteína é um elemento de uma rede muito complexa

de sinais. Identificada a proteína, o que estamos a tentar perceber é como ela interatua com outros componentes do sistema, nomea-damente as hormonas vegetais e os hidratos de carbono, vulgar-mente designados de açúcares.

Como as plantas aqui dentro [aponta para no tubo de ensaio que tem na mão] não são muito eficientes a realizar a fotossín-tese, temos de adicionar um açúcar ao meio de cultura para que elas tenham possam crescer de de maneira mais eficaz. As inte-rações entre esse suposto iregulador [a proteína RNA

metiltrans-ferase], as hormonas e os hidratos de carbono são interacções importantes para percebermos ainda melhor os processos de desenvolvimento in vitro.

GR: A clonagem de plantas vai ter alguma ex-pressão prática? A exploração comercial é uma possibilidade?

JC: Mais do que uma possibilidade, é já uma

realidade. atualmente há muitas empresas por esse mundo fora que estão a fazer propagação de plantas, não pelos métodos tradicionais de enxer-tia, de estacaria ou de semente, mas por micropro-pagação/cultura in vitro. Faz-se no Brasil, Estados Unidos, itália, Espanha e inclusive em Portugal, em-bora em muito menor escala.

Muitos dos protocolos que são desenvolvidos nos laboratórios de investigação são depois usados por algumas empresas em Braga e Coimbra. Como não temos patentes, qualquer pessoa pode ir à bibliogra-fia e fazer propagação de plantas com base nesses métodos.

GR: Comparada com outras ferramentas disponí-veis, qual é a grande vantagem da clonagem?

JC: a propagação de plantas pode ser feita

basica-mente de três maneiras. Uma é por sebasica-mente (muitas pessoas recolhem as sementes e voltam a semear). é um método muito eficaz, porque a semente é essen-cialmente o órgão natural de propagação das plantas, mas tem um problema: quando produzimos sementes, elas são todas geneticamente diferentes umas das outras e, portanto, um produtor que compra as sementes vai ter no campo plantas um pouco diferentes nas suas ca-racterísticas (imaginando que produzem frutos, os frutos não vão ser produzidos na mesma altura, o que impede que a colheita seja feita de uma vez só). Relativamente ao método por semente, a principal desvantagem é não haver uniformidade genética.

Existem também as técnicas de que falamos há pouco: a macropropagação, a estacaria e a enxertia, muito utilizadas em árvores, mas apresentam alguns problemas. na estaca-ria as taxas de sucesso são, muitas vezes, reduzidas, por-que é condicionada pelas condições ambientais (no inverno as plantas estão dormentes), a qualidade fitossanitária das plantas não é muito elevada por serem mais fáceis de con-taminar e o enraizamento é difícil, como na oliveira ou no eucalipto. A enxertia é uma técnica muito morosa e requer pessoal especializado. como referi há pouco, a micropropaga-ção permite taxas de multiplicamicropropaga-ção mais elevadas e uma quali-dade fitossanitária superior. Para além disso, permite eliminar, como acontece no caso da videira.

GR: Que outros projetos de investigação tem em curso? JC: Iniciámos há pouco tempo alguns grandes projetos

finan-ciados pela comissão de coordenação da Região centro. Um é o projeto ‘Cultivar’, que envolve várias instituições e tem como

foco os recursos endógenos da região centro, em particular da zona do Fundão (Castelo Branco), como cerejeiras, marmeleiros, nogueiras e amen-doeiras. O nosso trabalho consiste em identificar alguns recursos para os viveiristas, que estão a comprar muitos materiais do estrangeiro que não são propriamente adaptados às nossas condições climáticas e de solo. Portanto, o que pretendemos é identificar materiais de cultura que sejam endóge-nos do endóge-nosso país e que possam ter valor comercial, propagá-los in vitro e fornecê-los aos produtores.

O outro grande projeto chama-se ‘F4F - Forest For the Future’, mais direcionado para espécies florestais de interesse para a zona centro, quer do ponto de vista da produção de frutos (medronheiro), quer do ponto de vista da produção de madeira (carvalhos).

Estamos também a desenvolver juntamente com o Departamento de Engenharia civil da Universidade de coimbra e o SerQ - centro de inovação e competências da Floresta, na Sertã, um projeto para a valorização da biomassa vegetal designado ‘Value2Prevent’. neste caso, o nosso envolvimento consiste na utilização de alguns fungos do apodrecimento da madeira para ca-racterizar compostos químicos de interesse resultantes da digestão da parede celular.

no caso do medronheiro, estamos a determinar o papel de compostos químicos, como a arbutina, nos mecanismos de defesa da planta enquanto no tamari-lho e na feijoa continuamos a estudar os processos de clonagem e a tentar obter genótipos pais interessantes para os produtores.

a amendoeira e o marmeleiro, no âmbito do projecto Cultivar, são outras espécies com que estamos a traba-lhar. Do ponto de vista mais de ciência aplicada conti-nuamos os estudos de caracterização, a nível molecular, dos processos de embriogénese somática em plantas ar-bóreas, utilizando o pinheiro-do-Alepo (Pinus halepensis),

em colaboração com a Neiker (um instituto de investigação do País Basco, em Vitória), o medronheiro e o já referido tamarilho.

Muitos destes estudos são realizados no âmbito de cooperações nacionais, como com o CNC (Centro de Neurociências de Coimbra), o CEBAL ou o ITQB e

in-ternacionais, como a rede de Biotecnologia de países ibero-americanos (BIOA-LI) ou a IUFRO (International Union of Research Organizations) ou acções Cost. “Para fazer face às alterações climáticas, estamos a utilizar as ferramentas da cultura in vitro de plantas para selecionar as mais tolerantes ao stress hídrico e ao stress de temperatura”

GR: As alterações climáticas tornaram-se uma preocupação comum a muitos laboratórios de investigação. Desenvolve algum trabalho nesse

sen-tido?

JC: Não é propriamente o nosso foco, mas temos algumas linhas de

investi-gação mais direcionadas para os efeitos das alterações climáticas, até porque vivemos num país que provavelmente vai ser muito afetado - espera-se para Portugal um aumento da temperatura média e uma diminuição da

disponibi-lidade de água em algumas zonas.

Para fazer face a este cenário, estamos a utilizar as ferramentas da cultura in vitro de plantas para tentar selecionar as plantas mais tolerantes ao stress hídrico e ao stress de temperatura. Vamos iniciar em breve um projeto com lavandulas para perceber até que ponto o aumento de temperatura e

con-dições de stress hídrico influenciam a composição dos óleos essenciais. O mesmo faremos com o Quiwi e com o medronheiro. no caso do medronhei-ro, temos verificado que os compostos químicos que produz, em particular

a arbutina (que a indústria farmacêutica usa muito para clareamento da pele), parecem estar envolvidos nos mecanismos de tolerância ao stresse hídrico.

GR: Não trabalha com edição do genoma?

JC: ainda não. temos um projeto com o tamarilho e com arabidopsis

onde eventualmente iremos utilizar a edição genética, para estudar as-petos particulares da clonagem. Fazemos alguma modificação genética,

não para produzir plantas geneticamente transformadas, mas como uma ferramenta, para perceber como é que as plantas se comportam quando determinados genes são modificados ou silenciados. Esta é um aspecto importante da utilização das ferramentas moleculares, do qual

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normal-mente não se fala muito, mas que tem sido essencial para obter plantas cada vez mais produtivas.

GR: A edição genética permitir-lhe-ia chegar a resultados com maior rapidez e eficiência do que a clonagem?

JC: São técnicas diferentes, mas a transformação

genética e a edição genética têm muito a ver com a clonagem. Para obtermos plantas geneticamente transformadas ou plantas genticamente editadas te-mos também de ter bons protocolos de regeneração de plantas em condições laboratoriais, porque de contrário não funciona. A edição genética é uma ferramenta muito importante.

Enquanto na transformação genética aquilo que fa-zemos é inserir ou inativar um ou mais genes, a edição genética permite-nos ser tão precisos que podemos modificar uma única base (letra), fazendo uma mutação pontual (às vezes basta isso para alterar ou silenciar uma característica da planta). É muito mais precisa, sabemos exatamente que isto vai fazer aquilo num determinado lo-cal do genoma.

O resultado final não é muito diferente do que se faz por mutagénese com radiações ou compostos químicos, e que serve de base para a obtenção de novas variedades, principalmente nos cereais, mas é muto mais preciso, pois sabe-se exatamente onde ocorreu a alteração do Dna. Já no caso das mutações químicas ou físicas, existe uma grande aleatoriedade.

GR: Num cenário de alterações climáticas e de crescimen-to global da populacão, como é que a edição genética de plantas pode ajudar a minimizar os efeitos previstos na pro-dução de alimentos?

JC: é mais uma ferramenta. na Europa, a agricultura é vista

numa perspetiva mais ambiental, o que tem coisas boas e más. O lado bom é que pode levar a uma agricultura mais sustentá-vel e mais limpa, o problema é que não sabemos muito bem se uma legislação já anunciada em que se reduz drasticamente a aplicação de agroquímicos não vai ter impactos negativos na produção.

a União Europeia não pode, por um lado, querer eliminar osa

agroquímicos, que permitem produções mais elevadas, e, por outro, continuar a não permitir ferramentas que poderiam compensar essa diminuição da pro-dução. Estas técnicas - primeiro a transformação genética e agora a edição do

genoma - permitem de facto obter plantas mais tolerantes à falta de água e que crescem melhor em solos mais marginais. além disso, são ferramentas essenciais para que possamos lidar com as doenças e pragas que diminuem a

produção em cerca de um terço.

Se a Europa mantiver a política atual, daqui a pouco teremos uma agricultu-ra como no tempo dos nossos avós, muito artesanal e muito pouco produtiva.

Noutros países, estas tecnologias estão a ser utilizadas de uma maneira mui-to eficaz. Estamos a ficar para trás na utilização destas tecnologias e isso tem

vários problemas: as companhias vão investir noutros locais, os melhores es-tudantes destas áreas vão para outros países por falta de condições, vamos

perder competitividade e capacidade produtiva... Se queremos manter uma Europa produtiva e mais ou menos autónoma do ponto de vista da seguran-ça alimentar, não podemos abdicar de todas as tecnologias que permitem

ganhos de produtividade. Se alguma coisa positiva a actual crise pandémica mostrou foi que a ciência, muitas vezes desacreditada, pode ajudar a

resol-ver problemas societais complexos. Quando se abdica da ciência corremos o risco de ficar nas mãos de terceiros e, no caso concreto da agricultura, de vermos a nossa segurança alimentar, depender de países e de grandes

empresas fora do espaço europeu. Parece óbvio que isto não é bom. O Concurso Vinhos de Portugal é uma iniciativa da ViniPortugal que pretende ser um ponto de encontro e de troca de experiências entre produtores e especialistas de todo o mundo, reafirmando a aposta na produção nacional de vinho de qualidade com o intuito de se afirmarem

enquanto produtos de excelência nos mercados de exportação. Veja a entrevista em vídeo em: https://youtu.be/wgCmHOzliWE

Jorge Canhoto é Professor no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de

Coim-bra, é responsável pelo Laboratório de Biotecnologia Vegetal do Centro de Ecologia Funcional. É licenciado em Biologia, doutorado

em Biologia (Fisiologia) e com agregação em Botânica (Biotecno-logia). Possui experiência na propagação in vitro e em técnicas de

microscopia e biologia molecular. Tem artigos publicados sobre micropropagação e apresentações em inúmeros congressos

nacio-nais e internacionacio-nais. Publicou o livro Biotecnologia Vegetal. Tem como áreas de investigação a biotecnologia vegetal, melhoramento

Referências

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