TCC UFSC BNP 0294 N.C|'Iam Au T' u 61183 -›-.z ._. .,_, Ma nsk
A
__, ._. OI' ‹.›REINTEGRAÇAO
ENFERMAGEM
Ao
'ENFERMAGEM
CURso
DE
GRADUAÇAO
EM
”Ao
CoNvíVIo FAMILIAR
AssIsTENcIAL
DE
A
UM
PRoJETo
CLIENTE
Do
INsTITUTo
DE
PsIQU1ATRI_
-›-z
Í/ÍT
RR
'R
R
ÍZÊÚÍ
De1/izíízm
L
RRR
,R
R
+.› Í!!!/¡Z! -‹ ÍIIIÍZÍIÍ/séR
-R
‹_› CCSM TCC UFSC ENF 0294 Ex. v- UFSC BSCCSM CCSM ExIENCA BEATRIZ MALINSKI
ATALIN E
TEIXEIRA
FARIA
AL
FRANCINE
N
LUCIANA
SILVEIRA
Florianópolis,março
de 2001
FRANCINE NATALDIE
TEIXEIRA
LUCIANA
SILVEIRA
FARIA
REINTEGRAÇÃO
AO
CONVÍVIO
FAMILIAR:
UM
PROJETO
ASSISTENCIAL
DE
ENFERMAGEM
AO
CLIENTE
DO
INSTITUTO
DE
PSIQUIATRIA.
Trabalho de Conclusão de Curso
da
Disciplinade
Enfermagem
Assistencial Aplicada, apresentadaao
Curso de
Graduação
em
Enfermagem,
para
obtenção
do
títulode
enfermeiro.
OR1ENTADORAz
PROF*
ROSANGELA
M.
FENIL1
co-
ORn5NTADORAz TANIA
MARA
x.
Sc,Óz
SUPERvISORAzENR=
ROSEMARI
R
DA
SILVA
BANcAzPRO1=°.
ROSANGELA
M.
FENIL1
Ema.
ROSEMARI
R
DA
SILVA
PROP.
TÂNIA
M.
X.
ScÓz
Dizem
que sou
louca
Por
pensar
assim
Se sou
muito louca
Por
eu
ser felizMas
louco
é
quem
me
dizE
não é
feliz,não é
felizSe
elessão
bonitos uEu
sou Sharon
Stone
Se
elessão
famosos
I
'm
RollingStone
Mas
loucoé
quem
me
dizE
não é
feliz,não é
felizEu
juro
que
é melhor
Não
serum
normal
Se eu
posso
pensar
Que
Deus
sou eu
Se
elestêm trà
carrosEu
posso voar
Se
elesrezam
muito,eu
sou
santaE
já
estouno
céu
Mas
loucoé
quem
me
dizE
não é
feliz,não
éƒeliz.Sim,
sou muito louca
Não
vou
me
curar
Já não
sou
a
única
Que
encontrou
a paz
Mas
loucoé
quem
me
dizE
não é
felizEu
sou
feliz!_
À
Deus, por nos dar a vida e a oportunidade de ingressarmos na academia, não só para a nossarealização profissional, como também para crescermos enquanto seres humanos. Por termos vencido todas as dificuldades e os espinhos encontrados
em
nosso caminho até o momento._
Aos pais, Eloi e Etelvina, Adelson e Sônia, Alamir e Valdete, por terem nos colocado acima de todos os seus sonhos e objetivos, dedicando horas e horas de suas vidas para o nosso desenvolvimento ecrescimento pessoal, nos proporcionando estarmos aqui neste momento.
Amamos
vocês!_
Ao
marido Marcelo e ao filho Lorenzo, pela abdicação de alguns de seus sonhos, por terme
colocado sempre
em
primeiro plano,me
dando a oportunidade deum
crescimento e deuma
realização profissional.E
ao Lorenzo pelas horas ausentes, que o privaram da minha companhia.Amo
vocês!(Luciana)
_
Aos irmãos Marcelo, Alan e Hellen, pelo companheirismo, por dividir conosco as angústias e as conquistas durante a nossa caminhada._
À
orientadora Rosangela, por aceitar nos acompanhar neste momento da nossa vida acadêmica._
À
Tânia, pelas críticas, puxões de orelha e palavras de incentivo queem
muitos momentos nos estimularam a continuar. Obrigada por ser simplesmente mais do queuma
amiga._
À
supervisora Rosemari, por compartilhar conosco da responsabilidade de desenvolver estetrabalho acadêmico, estando presente, nos auxiliando
em
todos os momentos, como supervisora e amiga.Por ter nos recebido com tanto carinho, dedicando a nós atenção especial.
_
Aos pacientes e seus familiares, por compartilharem conosco alguns momentos de sua vida e desua história, permitindo a realização do nosso trabalho e a construção do nosso conhecimento.
_
À
equipe da I'U]1VI, pelo acolhimento e aceitação, e por terem nos proporcionado a experiência de aprendermos o que significa trabalharem
equipe._
À
prol' Rosane Nitschke (aquela que chamamos carinhosamente de cuitelinho), mesmo não nosorientando neste trabalho acadêmico, esteve sempre presente, pois nossa admiração e o nosso carinho transcendem barreiras.
_
Ao
clube da luluünha, Hevelyn, Shayrlene, Luciana, Francine e Alienca, pela amizadeconstruída durante os quatro anos de graduação, dividindo tristezas e alegrias. Compartilhando
conhecimentos e experiências, tanto de natureza acadêmica como de vida.
_
Às amigas Luciana, Francine e Alienca, pelos momentos compartilhados , pela união eRESUMO
1INTRODUÇÃO
... .. 12
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... _. 2.1 Revisão Bibliográfica. ... .. 2.1.1 Aspectos Históri/cos ... .. 2.1.2 TranstornosMentais
... .. 122.1.3
Áreas
Críticasna
Relação Enfermeiro- Paciente, Enfenneiro- Pessoal, Enfermeiro- Trabalhador ... _.24
2.1.4 Família ... ..37
2.2Marco
referencial ... ..40
2.2.1 Relação pessoa-pessoa ... _.42
2.2.2 Conceitos norteadores ... ._44
2.2.3 Processode
Enfermagem
... ..46
Uãbãlà)2
OBJETIVOS
... ..50
3.1 Objetivo geral ... _.50
3.2 Objetivos específicos ... ..50
4
CONTEXTUALIZAÇÃO
DO
LOCAL DE
ESTÁGIO
... ..52
4.1 Descrição
do
localde
estágio ... ..52
4.2
População
alvo ... .. 53 5METODOLOGIA
... _.54
6
CRONOGRAMA
... _.114
7
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... .. 115 sREFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..117
9ANEXOS
... ._119
Trata
do
relatodo
Trabalhode Conclusão de Curso
(TCC)
realizadopor
trêsacadêmicas
de
Enfermagem da
8” fase curricularda
Universidade Federalde
SantaCatarina
(UFSC), no
períodode
26/03/2001à
03/06/2001,no
Institutode
Psiquiatria de Santa Catarina (IPQ),no
municípiode
São
José.Com
o
objetivode
prestar assistênciade
Enfermagem
aos clientes usuáriosda
PrimeiraUnidade de
InternaçãoMasculina
(I°UIM),buscando
estabeleceruma
ponte entre a instituição,a
família eo
Centrode
Apoio
Psicossocial
(CAPS). Descreve a
dinâmicada
unidade,no que
diz respeito aos pacientes,funcionários e equipe técnica,
bem
como
a
integraçãodo grupo
neste contexto funcional.Aponta
a
esquizofreniacomo
o
principal transtomo psiquiátricoda
unidade,o
que
suscitouum
aprofiindamento
teóricoda
temáticanos
seus aspectos etiológico, conceitual,sintomatológico, entre outros pontos. Apresenta
a
relação pessoa- pessoa(RPP)
como
marco
referencialdo
cuidadode enfermagem,
das acadêmicas, realizada juntocom
os cinqüenta pacientesintemados
e osnove
pacientesem
seu ambienteA
extensãoda
RPP
aos fimcionários é destacada atravésda
descriçãode
algunsmomentos
relacionais,especificamente, criados
no
decorrerdo
estágio.O
conhecimento de
outras realidades,envolvidas
com
a
temática, écontemplado
atravésdo
relato das visitas realizadasem
algumas
instituições públicas e privadasda
grande Florianópolis. Este trabalhovem
mostrar a importância
da
assistência domiciliar,buscando
envolvera
famíliano
tratamentoCom
o
intuitode
desenvolver0
trabalhode
conclusãodo
Curso de
Graduação
deEnfermagem
da
Universidade Federalde
Santa Catarina(UFSC),
realizamoso
estágioda
8° fase curricular
no
Instituto Psiquiátricode
Santa Catarina (IPQ), localizadono
município
de
São
José.Devido à amizade
construída desdeo
primeiro diade
aula ea
crescente empatiaexistente entre nós, resolvemos
nos
unir nessa última etapade
nossacaminhada no
cursode
graduação. Salientamosque
esta escolha deu-se pelo fatode
termosnos deparado
com
uma
realidade “chocante” (noque
se refereà
realidadedo
doente psiquiátrico, até entãodesconhecida para nós) existente
no
IPQ,quando da
realizaçãodo
estágio curricularda
7ë fase.Nos
vimos
fientea
situaçõesque
exigiamde nós muito mais
do
que
um
mero
conhecimento
técnico.Exigiam que
víssemoso
outro,como
um
ser único, singular dentrode
um
emaranhado
de
pessoasque pareciam
alheias aomundo
que
asrodeavam.
Isso fez
com
que nos
sensibilizássemos enos
sentíssemos estimuladas,a
pelomenos,
contribuir
de alguma forma
paraa
mudança
desse estado.Cabe
ressaltarque a
escolhada
PrimeiraUnidade de
InternaçãoMasculina
(I“UIl\/I),deu-se pelo fato
de
encontrarmos profissionais receptivos e atenciososcom
a nossapresença.
Além
da
simpatia,a
empatiademonstrada
proporcionavaum
clima agradávelna
unidade, permitindo
um
ambiente prazerosode
traballio.Escolhemos
para subsidiar este trabalhoa
teoriade
TRAVELBEE,
que
enfocaa
relação pessoa-pessoa
como
um
processo interpessoal,que
seocupa de
pessoas eque
tem
Conforme FENILI
(1999),a
históriada
psiquiatriatem
demonstrado
que
mudanças
substanciais
começaram
a
serimplementadas
atravésdos
anos:e Na
antiguidade,a
loucura era vistacomo
alguma
divindadeou
potênciademoníaca.
e No
período medieval acreditava-seque
era devidoa
magos
e feiticeiros.e
Ao
século XVIII, juntocom
Phillipe Pinel, é atribuídaa
humanização no
tratamento
dos
doentescom
transtorno mental.<~1›
Em
04 de dezembro de
1852, tem-seo
Decreto ng1077 que aprova
emanda
executar os Estatutos
do
HospícioPedro Segundo.
‹t>
Surge
em
1946,o
movimento
denominado
Comunidade
Terapêuticana
Inglaterra.
ft
Em
1961, teve iníciona
Italia,o
processode
desinstitucionalização,com
Franco
Basaglia,que
introduziuum
projetode
Comunidade
Terapêutica.¢
Surge
no
plano jurídicoo
Projetode
Leida
CâmaraN°
8/91,N°
3.657/89,de
autoria
do
Deputado
Paulo Delgado, visandoa
extinção progressivados manicômios
esua substituição
por
outros recursos assistenciais ea
regulamentaçãoda
internaçãocompulsória.
e
Em
1997
o
Projetode
Lei sobreSaúde Mental
dispõe sobrea
proteção e osdireitos das pessoas portadoras
de
transtornos mentais e redirecionao
modelo
assistencial
em
Saúde
Mental.e
Em
Santa Catarina,o
Projetode
Lei ng 148/93 dispõe sobrea
reformapsiquiátrica, determinando
a
substituição progressivade
leitosnos
hospitais psiquiátricospor
redede
atenção integralem
saúde mental.Consonante
com
o
apontado por
FENILI
(1999)em
06/04/2001, éaprovada
no
Congresso
Nacional a Lei n° 10.216que
dispõe sobrea
proteção e os direitos das pessoas portadorasde
transtornos mentais e redireciona
o
modelo
assistencialem
saúde mental.Frente
a
isso, éque
resolvemos traçarcomo
objetivo geral, prestar assistênciade
enfermagem
ao
cliente usuárioda
P
Unidade
de
InternaçãoMasculina
do
Institutode
Psiquiatria,buscando
reintegrá-lo ao convívio familiar.2.1
Revisão
Bibliográfica
2. 1 .I
Aspectos
Históricos
Sempre
houve
em
nossa sociedade, doentes mentaisque
eram
temidos, rejeitados,torturados, ridicularizados,
mas
poucas
vezes curados.Advém
daí,a
necessidadede
criaruma
ciência capazde
investigaro
universoda mente humana,
para explicar estas doenças,tornando-se importante fazer
uma
breve retrospectiva histórica acercada doença
mental,reproduzindo-se as diferentes
fonnas
de pensamentos
existentes.Segundo FENILI
(1999, p. 1 8) "as tendências básicasdo pensamento
psiquiátrico,de
acordo
com
ALEXANDER
eSELESNIK
(1980), referem-sea
tentativas para explicarque
asdoenças
da
mente,ocorrem
em
decorrênciade
aspectos fisicos(método
orgânico), aspectos psicológicos(método
psicológico)ou
da
própriamagia (método
mágico).‹t>
Método
Mag' ico:o
homem
primitivo curava seusmales
menores, mediantevárias técnicas empíricas.
A
doença
ocorreem
decorrênciade
espíritosque
seapoderavam do
corpodo
indivíduo eestavam
presentesem
substâncias estranhas enocivas que,
eram
introduzidas pelamaldade de
feiticeirosou
espíritos.4>
Método
Orgânico:a doença
éem
decorrênciade
uma
disfunção orgânica,ou, ruptura
do
equilíbrio intemo.A
crença éde que a
doença
mental tinhacomo
causa, aspectos fisicos, utilizando-se para issode
explicações atravésda
filosqfia, bioquímica,avanços, hoje nas técnicas
de
diagnóstico,vêm
a
possibilidadede finalmente
serencontrado
o
substrato orgânicoda doença
mental,com
isto, resultandoo
encontroda
psiquiatria
como
seu ideal, qual seja, paracada
sintomaou
grupo de
sintomas,uma
correspondente lesãoou
disfimção
orgânica localizada, possibilitandotambém, a
previsão
de
sua evolução.e
Método
Psicológico: partedo
pressupostode
que a doença
mental éuma
doença
diferente das demais, pois a “lesão”não
está localizadanuma
partedo
corpo
do
indivíduo,
mas
decorredos
seus conflitos,que normalmente
se originamna
infância.É
a
incapacidadeda
pessoade
enfrentar-se consigo própria, reconhecer sentimentos,impulsos e desejos inaceitáveis".
‹/
Perspectiva Histórica
¢
Na
pré-história as pessoascom
doenças mentaisrecebiam
tratamentode
acordocom
ritos tribais.Se
fracassassem, os indivíduosmorriam de
inaniçãoou eram
atacadospor
feras.¢~
Para a
psiquiatria greco-romana,a
crença erade
que a
loucura poderia ser causadapor alguma
divindadeou
potência demoníaca,que
seapoderava
do
thymos
(memória,
emoções)
do
indivíduo, fazendocom
que
este ficassesem
controlede
seus atos e ações.Às
vezeseram
tratadoscom
delicadeza,em
outros,o
tratamento era severo e bárbaro.Os
registros dasdoenças
mentais,surgem
cercade
200
a.C.em
papiros egípciosde
Kahun-Hipócrates, sugere ser a loucurauma
doença,uma
rupturado
equihbrio intemo.e
A
psiquiatria medieval, foi consideradaa
“Idade das Trevas”, pois acreditava-seque a
loucura era exercidapor
magos
e feiticeiros.São
Tomás
de Aquino,
defendiaa
origem
naturaldos
transtornos mentais,mas
a
demonologia
ea
Inquisição,impusemm
resistências quanto às idéias
de que
“feiticeiras” e “possuídos”sofiiam
de
uma
doença
natural.
O
atendimento foi deixado a cargodos
padres; tratamentos tantohumanos,
quantobrutais
eram
aplicados para afastaro
“espírito maligno”.¢
SéculoXVI: o
tratamentodos
doentes mentaisno
séculoXVI
tevemenos
ou
asilos para loucos,onde
os curiosospodiam
pagar para vera
“representação”dos
intemos.
¢
Século XVII:A
superstiçãoda doença
mental, sofreuuma
mudança
terrível nesseséculo.
A
busca
ea execução
das bruxas,tomou-se
um
dever religioso sagrado. Pelomenos, 20.000
pessoasforam queimadas
apenasna
Escócia durante este século.e
A
Psiquiatria Francesa ea
I”Revolução
Psiquiátrica,foram
vistascomo
um
novo
momento.
No
séculoXVII
ocorreu a fundaçãode
locais específicos para os cuidadosdos
doentes mentais, e assim
pode
ser reconhecidoo
carátermédico
das perturbaçõesdos
mesmos.
¢
Século XVIII: Philippe Pinel foiquem
recebeu permissão para deixar livres,prisioneiros
de
doisdos
maiores hospitais, algunsvivendo
há
mais de
20
anosacorrentados. Ele
provou o
erroem
tratar os doentes mentaisde forma desumana.
Esquiroldeu
continuidade ao seu tratamentohumano
e setomou
o
primeiro professorde
psiquiatria.Benjamim
Franklin, inaugurouem
1756,o
Pensylvania Hospital,na América
do
Norte.Benjamin
Rush, foi consideradoo
paida
psiquiatria norte-americana. Ele acreditavaque
asfases
da
luatinham
influência sobreo comportamento,
criandoo
tranqüilizantecomo
método
de
contenção.¢
Surge
no
séculoXIX
a PsiquiatriaAlemã
ea
2”Revolução
Psiquiátrica,onde
várias correntes psiquiátricas enfatizam as particularidades individuaisem
conflitocom
aspulsões inacionais. Substâncias
com
açãono
SNC,
passaram a
ser sintetizadas,como
o
hidrato
de
cloral, paraldeído e sulfona.‹t>
Tem-se
no
séculoXX,
em
1908,o
iníciode
uma
mudança
significativano
sistemahospitalar público,
com
ênfase sobrea
prevenção e intervenção precoceda doença
mental.Simultaneamente
vieram
as contribuiçõesde
Sigmund
Freud.Propunha novas
técnicas de exploraçãoda mente
echamava
atenção parao comportamento humano.
e No
iníciodo
séculoXX
é desenvolvidaa
insulinoterapia, seguidada
malariaterapia e
da
eletroconvulsoterapia.Há
a
utilizaçãodo
lítio,a
clorpromazina,o
haloperidol e
a
imipramina,além
do
primeiro benzodiazepínico.¢
A
partirda
Segunda Guerra
Mundial,Maxwell
Jones,começa
um
novo
tipo deNo
iníciodos
anos 50,houve o
desenvolvimentode
novos
métodos de
tratamento,como
acomunidade
terapêutica eo
hospital aberto.¢‹
Franco
Basaglia faz questionamentos radicais quanto às instituições psiquiátricasna
Itália, tendo inícioem
1961
o
processode
desinstitucionalizaçãoda
assistência aodoente mental e
a
reforma psiquiátrica.4›
A
década
de
90, consideradaa “década
do
cérebro”, échamada
de
psiquiatriabiológica
O
transtorno mental é referenciadocomo
efeitode
um
processo orgânico, suaorigem
é endógena, isto é,no
interiordo
organismo
éque
se encontraa
causade
seu estadodoentio.
Com
asnovas
descobertas, acredita-seque o
aprofimdamento
dos
estudosdo
sistema nervoso leve
à compreensão
da
fisiologia e etiologiados
transtornos mentais,sendo
possivelum
melhor
diagnóstico e tratamento.Não
esquecendo
dos
aspectos psicológicos e sociaisdo
doente.1
História
da
Assistência
Psiquiátrica
no
Brasil
De
acordocom
FENILI
(1999, p.26), "o inícioda
assistência deve-se ao surgimento das internaçõesdos
doentes mentais.Em
1830,médicos
do
Rio de
Janeiro reivindicavam a construçãode
asilo,defendendo
tratamento moral, esendo
contráriosa
manipulaçãoda
loucuranos
porõesda
SantaCasa de
Misericórdia, nas cadeias eno abandono
da
rua.Através
do
Decretonúmero
82 de
18de
julhode
1841,do
imperador D. Pedro
IJ,deu-se
a
fimdação
de
um
hospital parao
tratamentode
alienados. Foi inauguradono
dia05
de
dezembro
de
1852,o
HospícioD. Pedro
II,no
Rio de
Janeiro, sendo consideradopor
muitos
o
marco
institucionalda
assistência psiquiátrica brasileira. Este fato contribuiu paraa
construçãode
outros hospícios.No
finaldo
século XVl]1, foifundada
aCasa de
CaridadeSão João Del
Rey
que
em
1817
passaa
sechamar
SantaCasa de
Misericórdia.Um
fato importante foia
criaçãode
urna enfermaria para doentes mentais, sendo
a
primeira unidade psiquiátricaem
hospital geral conhecida.Em
1881, foi criadaa
primeira cadeira clínica psiquiátricana
faculdadede
medicinaBrandão(
primeiro professorde
psiquiatriano
Brasil),Nina
Rodrigues, Juliano Moreira,Franco
da Rocha,
UlyssesPemambuco
eAdauto
Botelho.As
primeiras hospitalizaçõesde
doentes mentais,que
eram
em
Santa Casas,passaram a
ser substituídaspor
internaçõesem
hospíciosque
surgiramna Segunda metade
do
séculoXIX, marcando
assirn,o
nascimentoda
psiquiatriano
Brasil.Estes hospícios
foram
construídosem
locais afastadosdos
centrosurbanos
etinham
como
finalidade protegero
louco dentrode
um
espaçoque
lhe seria próprio eque
assumiria aos
poucos
as especificidadesda
tecnologiamanicomial
e,da
mesma
forma,proteger
a
sociedade desses loucos,que
ameaçavam
a
segurança pública.Em
1923, foi criadaa Liga
Brasileirade
Higiene Mental;em
1941, surgeo
ServiçoNacional
de Doenças
Mentais(SNDM)
eem
1953
com
a
lei 1.920de
25.07.1953 é criadoo
Ministérioda
Saúde que
absorveo
SNDM.
Na
década de 50
as drogas antipsicóticas,começaram
a
ser utilizadas eforam
responsáveis,
de
alguma
fomia,por
modificações
no
ambientedos
hospitais psiquiátricos.A
partirda década de
70, os hospitais ea
assistência,passaram a sofier
processosde
transformações".
Ainda,
segundo a
autora (p.30),"em
Santa Catarinaa
assistência psiquiátrica teveinício
em
llde
janeirode
1909,quando
foi concedida pelo bispoDiocesano
Dom
João
Becker,
ao Padre
Lux, curado
santuário,a
permissão paraa
construçãode
um
hospitalde
alienados
em
Azambuja,
no
municípiode
Brusque.Tinha
como
objetivo, prestar assistênciaa
pacientesque viviam
acorrentadosem
porões, isoladosna
comunidade, confinados
em
quartos e casebres,ou
ainda jogados pelarua,
sem
a
possibilidadede serem intemados
em
instituições psiquiátricasmais
próximas,na
época
o
hospitalSão
Pedro,em
Porto Alegre, eo
hospitalFranco
da Rocha,
em
São
Paulo.
O
hospital atendeude 1910
até 1942, sendo os cuidados prestados pelas Irmãsda
Divina Providência.
Os
tratamentoseram
baseadosem
cardiazol, malarioterapia,morfina,
A
assistência psiquiátrica oficialem
Santa Catarina, tevena
verdadeo
seu início,quando
foi lançadaa pedra
fundamentaldo
Hospital Colônia Santana,na
localidadede
Salto
do
Mamim,
no
municípiode
São
José. Foi inauguradoem
10de
novembro
de
1941, seu funcionamento efetivocomeçou
em
1942,quando foram
transferidos os internos e religiosasdo
HospitalAzambuja;
tinha capacidade para300
leitos.No
inícioda década de
40, só haviaum
ambulatóriode doença
mental, eraa Unidade
Sanitária
do
Departamento
Autônomo
de Saúde
Públicade
Florianópolis,chegando
a 165pacientes atendidos
por
mês.Na
década de
60, foi implantadoo
Manicômio
Judiciárioem
Florianópolis e trêsnovos
hospitais psiquiátricosde
iniciativa privada;Casa de Saúde Rio
Maina
Ltda,em
Criciúma,
com
178 leitos;o
InstitutoSão
José Ltda,em
São
José,com
177
leitos, e a,extinta, clínica
Nossa
Senhora
da
Saúde
em
Joinville.Em
1973 32
ambulatóriosprestavam
algum
serviço psiquiátrico.Aos
poucos,foram
abolidas técnicas agressivasde
terapia e intensificadaa
terapiacom
neurolépticos e os trabalhos alternativos.Na
década de
80,o
estado incluía,nos
seusplanos
de
ação,a
obtençãode
leitos psiquiátricosem
hospitais gerais ea
implantação e/oureativação
de
ambulatórios desativados". Atingindo Santa Catarinao
totalde 45
ambulatórios.
Em
1987, estenúmero
caiu para 35.A
partirde
1983,a
reduçãode
leitospsiquiátricos
em
hospitais geraisdo
estado,o
fechamentodo
pronto socorro psiquiátricodo
Instituto
São
José ea
situação dificilque o
país atravessava, acarretouuma
demanda
excessivamente alta
de
pessoascom
transtorno mental. Isso, trouxecomo
conseqüênciauma
queda na
assistência eo aumento
para1200
intemos.Segundo dados
da
Secretariade
Estado
da
Saúde/ Serviçode Saúde
Mental,em
1997
Santa Catarina possuía 3 hospitaispsiquiátricos e
40
serviços extra-hospitalaresem
regime ambulatorial, sendo alguns jáem
regime
de
Centrode Atenção
Psicossocial(CAPS) ou
Núcleo de Atenção
Psicossocial(NAPS),
isto é,adequadas
e-cadastradasem
consonânciacom
asnormas que o
Ministério preconizouna década de
90, (FENILI, 1999).FENILI
(1999, p.32) dizque
"em
Florianópolis,o
Hospitalde
Caridade éum
deles,com uma
alaem
condições aprovadasde
credenciamento, eque
hoje já se encontraem
Clínica Belvedere,
que
adotao
referencial técnicode comunidade
terapêutica.É
uma
clínica privadade
tratamentode
dependência ao álcool.O
CAPS em
Florianópolis éum
ambulatório especializado
em
saúde mental, referência para 21 municípiosda
Grande
Florianópolis. Foi criadoem
novembro
de 1989
como
o
primeiro recursonão manicomial
da
rede públicado
estado.Desenvolve
os seguintes programas:programa de
dependênciado
álcool e outras drogas,programa de
pacientes psicóticos,programa de
pacientes ansiosos.Temos
aindaem
Florianópoliso
NAPS,
que
surgiua
partirda
discussão ocorridaem uma
Conferência Municipalde Saúde Mental
da
Prefeitura Municipalde
Florianópolise priorizou
um
trabalhoem
nívelde
prevenção,onde o
hospitalnão
aparececomo
o
únicorecurso
de
atenção nessa área,como
preconizaa
atual políticado
Ministérioda Saúde
eo
relatórioda
1” Conferência Municipalde
Saúde.Tem
por
objetivo, prestar assistênciapsicológica e social
em
nível intermediário, entreo
atendimento ambulatorial e hospitalar,a
crianças, adolescentes e adultoscom
sofrimento psíquico".~/
Desinstitucionalização
Segimdo
AMARANTE
(1998,p.79)" processode
desinstitucionalização trouxemudanças
substanciaisno
modo
de
cuidardos
pacientescom
transtomos mentais,buscando
uma
nova
visão paraa
psiquiatria.A
trajetóriada
desinstitucionalimçãotem
inícionasegunda metade dos
anos80
e se inserenum
contexto políticode
grandeimportância para
a
sociedade brasileira.É
um
períodomarcado por
muitos eventos e acontecimentos importantes,em
que
destacam-se
a
realizaçãoda
8” Conferência Nacionalde Saúde
eda
1° ConferênciaNacional
de Saúde
Mental,o
2°Congresso
Nacionalde
Trabalhadoresde Saúde
Mental,a
criação
do
primeiro Centrode Atenção
Psicossocial (São Paulo), edo
primeiroNúcleo de
Atenção
Psicossocial (Santos),a
AssociaçãoLoucos
pelaVida
(Juqueri),a
apresentaçãodo
Projetode
Lei365
7/89,de
autoriado
deputado
Paulo Delgado,ou
`Projeto Paulo Delgado,como
ficou
conhecido, ea
realizaçãoda
2° Conferência Nacionalde Saúde Mental”
.Esta trajetória
pode
ser determinadapor
uma
rupturano
processoda
reformapsiquiátrica brasileira, das transformações
no campo
técnico assistencial, para alcançaruma
dirnensãomais
global,tomando-se
um
processoque
ocorre,a
um
sótempo
nos
No
auge
deste contexto reformista, ocorreem
março de
1986,a
8” ConferênciaNacional
de
Saúde, surgindouma
nova
concepção de
saúde;sendo a
mesma
um
direitodo
cidadão eum
deverdo
Estado, permitindoa
definiçãode
alguns princípios básicos,que
implicaramna
nova
visãodo
Estado,como
promotor de
bem-estar social euma
nova
visãode
saúde,como
sinônimode
qualidadede
vida.Em
um
dos
encontros, ocorridos durantea
luta pela desinstitucionalização,Franco
Rotelli (1986, p. 79), então secretario geralda Rede
Internacionalde
Alternativasà
Psiquiatria, atentou para
o
fatode que o problema da
exclusão nas sociedades, eramuito
mais
uma
questão cultural,de que meramente
econômica.Em
suas palavras:“De
qualquer modo, o
problema da
exclusão éuma
das
principaisquestões
que
não
resolvemos eque
nem
as sociedadesavançadas
resolveram. Existem sociedades
que alcançaram
uma
aceitável situação econômica,um
nível aceitávelde
democracia,um
aceitável nívelde
relativa igualdade entre as pessoas,no
que
se refere às condiçõesde
vida,
mas
onde o
problema
de
exclusãonão
sónão
foi resolvido,mas
foisendo
agravado. Istonão
apenas
em
relagxtoà
questãodo
louco,mas
inclui,
ainda
a
questãodos
idosos,das
crianças...Creioque
quando,sem
nenhuma
questãode
onipotência,afirmamos
que
é necessário enfrentar prioritariamentea
questãodo
hospital psiquiátrico,que colocamos o
problema do
manicômío
em
primeiro lugar, éporque
é aí onde,paradigmaticamente,
tem
lugar0
processode
exclusão;a
existênciado
manicômío
éa
confirmação,
na
fantasiadas
pessoas,da
inevitabilidade deste estadode
coisas,que
é impossível lutar contra esta situação,que
as coisas
são
assim e serãosempre
iguais. Existirásempre
a
necessidadede
um
lugarpara
se depositaras
coisasque são
rejeitadas,jogadas fora
e
que servem
para
que nos reconheçamos pela
diferença? Estepapel
pedagógico,
num
sentido negativo,do
hospital psiquiátrico éo que nós
técnicosdevemos
pôr
em
discussão senão
quisermos avalizarcom
nossas
ações
uma
perversãoque
é política, cientifica,mas
sobretudocultural ".
A
ruptura denunciavaa
psiquiatrização,a
institucionalização, e partia parauma
nova
etapa,
em
que a
questãoda
loucura e das instituições psiquiátricas, deveria ser levada à sociedade.“No
entanto,em
que
pesea
importânciados
acontecimentos e inovações surgidas nesta trajetória, muitosnovos
problemas, se apresentam desde então.Um
deles refere-se aosnovos
serviços que,embora
tenham
apontado parauma
nova
tendênciano que
dizmesmos.
Percebeu-seque o
fatode
serum
serviço externo,não
garante sua natureza não- manicomial, poispode
reproduzir osmesmos
mecanismos
ou
característicasda
psiquiatria tradicional,a exemplo do que
ocorreucom
os ambulatóriosquando
esteseram
vistoscomo
alternativa aomanicômio. Deve-se
atentar parao
caráterde
rupturacom
o
modelo
psiquiátrico tradicional”,AMARANTE
(1998, p. 79).O
movimento
de
desinstitucionalização procura preservara
subjetividadedo
cliente, sua históriade
vida, suas relações interpessoais estabelecendo fonnasde
tratamentoem
serviços abertos, criativos e maleáveisque atendam
individualmente às suas necessidadeseque o
sustenteno
seumeio
social,MORENO
(1995).1
História
do
Instituto
de
Psiquiatria/
Hospital
Colônia
Santana
A
inauguraçãodo
Hospital Colônia Santana(HCS)
em
São
José,no
ano de
1941, sedeu
devido a necessidadeem
construir-seum
hospital psiquiátricoà
pacientesque
viviam isolados nascomunidades
e/ou acorrentadosem
porões e presosem
quartosou
casebres.Sua
instalação ocorreu concomitantementecom
a
criaçãodo
ambulatóriode
saúde mentalque
marcou
o
inícioda
terapêutica psiquiátricaem
Santa Catarina.A
ocupação
inicialdo
HCS
foide
300
pacientes,chegando a
2500
em
1972,época
esta,
em
que
Santa Catarina contava apenascom
o
HCS
como
instituição psiquiátrica estatal.Durante
o
mesmo
período,houve
uma
modificação na
políticade
saúde mentale aos poucos,foram
suprimidas técnicas agressivasde
tratamentocomo
eletroconvulsoterapia, adquirindo ênfase
a
terapia medicamentosa, principalmente as neurolépticas e os trabalhos alternativos.Por
voltade
1980, chegou-se aonúmero
de850
pacientes, internadosem
condiçõesmínimas de
higiene, medicação, segurança e proteção atravésde
uma
equipemultidisciplinar.
O
HCS,
um
macro
hospital pertencenteà
Secretariada
Saúde, prestava atendimentopsiquiátrico
em
regimede
intemaçãoa
pacientesde
ambos
os sexos,com
asmais
variadas categorias diagnósticas, oriundosde
zonas urbanas e rurais,de
todas as regiões geo-econômicas de
Santa Catarina ede
outros estados.O
perfilda
clientelaem
geral, era de pessoasde
baixo nível sócio-econômico e cultural, carentes sob diversos aspectos.Devido
a
uma
elevaçãoda demanda
de
pacientes (deaproximadamente
1200) recorrenteda
redução
de
leitos psiquiátricosem
hospitais geraisdo
estado efechamento do
pronto-socorro
do
InstitutoSão
José (ISJ), ocorreuum
decliveno
atendimento prestadono
HCS.
Frente
a
esta situação,o
HCS
foi divididoem
sete unidadescom
objetivos terapêuticosdefinidos
e assim constituídas:Unidade
de Admissão, onde
é realizadaa
coletade dados
em
relação ao paciente e familiares;Unidade de
Clínica Médica,que
presta atendimento aos intemoscom
algtuna intercorrência clínica;Unidade de
Curta Permanência,com
prognóstico
de
alta hospitalarnum
períodomáximo
de
90
dias;Unidade de
Longa
Permanência, atende crônicos e/ou asilares;
Unidade de
Emergência, destinadaa
transtomo mentalcom
risco eminente;Unidade de
Alcoolismo, visandoa
ressocialização e areabilitação
do
paciente eUnidade
Infantil, para criançasde
até 18 anosde
idadecom
intercorrência psiquiátrica.
Segundo
informaçõesda
enfermeira responsável pela realizaçãodos
estágiosno
IPQ, devido
a adequação
àsnormas
do
Ministérioda
Saúde
em
1994,que não
permitia pacientesmoradores
no
hospital,o
HCS
passa a denominar-se IPQ, divididoem
Centrode
Convivência Santana e
Unidade de
Intemação.Em
âmbito geral continua sendo consideradoum
macro
hospital, possuindo610
leitos,sendo
410
leitos destinados ao Centrode
Convivência,onde
encontram-se pacientescom
pouco ou sem
nenhum
vínculo familiar e200
leitos para as unidadesde
internação, as quaisatendem
pacientesem
permanência
temporária.Atualmente
no
que
se refereà
unidadede
internação,o
IPQ
não
é consideradoum
macro
hospital, pois para sê-lodeve
contarcom
um
número
acima de
300
leitos.O
IPQ
não
conta apenascom
terapia rnedicamentosa,mas
também
com uma
equipemultiprofissional,
formada por
profissionaisda
áreade enfermagem,
médica, serviçosocial, fisioterapia, pedagogia,
educação
flsica, nutrição, terapia ocupacional eodontologia,
buscando
forneceruma
melhor
qualidadena
assistência.Segundo
Faria,Sanceverino e
Costa
(1992)2.1.2
Transtornos
Mentais
Dentre todos os transtornos mentais existentes
na
psiquiatria,achamos
de
abordar, seguindo
como
referênciaa
apostila elaborada pelas professorasTânia
M.
Scóz
eRosangela
Maria
utilizadana
7” fase curriculardo
cursode enfermagem,
artigoda
intemet e bibliografias.
1
Distúrbio
Bipolar
do
Humor
O
transtorno bipolar (TB),também
conhecidocomo
Transtomo
Afetivo Bipolar, anteriormentedenominado de
Psicose-maníaco-depressiva, caracteriza-se pela alternânciade
episódiosde
euforia,também
chamada
de
mania, e episódiosde
depressão,com
períodos
de
normalidadenos
intervalos,podendo
comprometer-se
em
diversos níveiso
funcionamento
interpessoal, social e ocupacionaldo
indivíduo.Os
episódios depressivos caracterizarn-sepor
humor
deprimido,onde há
sentimentode perda de
interesse, prazer e apetite, dificuldade para concentrar-se, energia reduzida,insônia e despertar precoce, culpa e
pensamentos de morte
e suicídio, sintomas estes,que
devem
estar presentespor
pelomenos
duas
semanas.Os
episódiosmaníacos
apresentamhumor
eufóricoou
irritável,com
expansividade,aceleração
do
pensamento, necessidadede sono
diminuída e auto-estima elevadacom
idéias grandiosas. Estes sintomas
devem
estar presentespor
pelomenos
uma
semana
de
forma
ininterrupta. VManifesta-se gerahnente
em
tomo
dos 30 anos de
idade,no
entanto,o
primeiroepisódio
pode
ocorrer ao redordos
5-6 anos até os50
anosde
idade.1. Etiopatogenia.
(a)Fatores biológicos: desequilíbrio
nos
neurouansmissores, noradrenalina, serotonina,dopamina
e acetiloolina.(b)Fatores psicossociais: os acontecimentos vitais estressantes,
costumam
precederos primeiros episódios
do
Transtorno Bipolar,mais
do
que
os episódiossubsequentes.
O
cursodo
Transtorno Bipolar éde
longa duração recorrente,podendo
ocorrer episódio únicode mania
(10-20%
dos
casos) eum
segundo
episódioapós 2
anos(40-50%
2. Prognóstico.
O
pior prognóstico está associadoao
fraco estado ocupacional pré-mórbido, dependênciade
álcool, sintomas psicóticos, características depressivas entre os episódiosem
pacientesdo
sexo masculino.Um
melhor
prognóstico estáassociado
à
curta duraçãodos
episódios,pensamentos
suicidas diminuídos, associaçãocom
intercorrêneias clínicas.3.
Tramto.
Os
melhores resultados são obtidoscom
associaçãode
Psicoterapia e Farmacoterapia.
É
de
absoluta necessidadeo conhecimento
pelopaciente
de
seu transtomo paraque a
intervenção farmacoterapêutica sejadevidamente
cumprida, tratando-se
de
um
acompanhamento
de
longa duração.f Depressão
A
depressãotem
sido registrada desde ostempos
imemoriais e descriçõesdo
que
hoje
denomina-se
transtornodo
humor
podem
ser encontradasem
muitosdocumentos
antigos.
0
1. Incidência.
A
expectativade
desenvolvimentode
depressão éde
20%
nas mulheres e10%
nos homens,
sendo apenas20
a
25%
diagnosticados e tratados corretamente.É
mais fieqüente
no
sexo feminino,podendo
estar associadoa
estressores variados
como
parto,desamparo
e efeitos hormonais.2. Idade.
Pode
iniciarda
infânciaà
velhice,sendo
que
50%
dos
pacientestem
seu primeiro surto entre
20
e50
anos.3. Tipos
de
Depresgo. Existem
vários tiposde
depressão,nos mais
variados graus, sendoque
os tiposmais
comuns
são os seguintes: '(a)
Depressão
maior: trata-seda
manifestaçãomais
graveda
depressão.‹1> Diagnóstico: pelo
menos
5dos
seguintes sintomasdevem
estar presentesao
longode duas
semanas.São
eles:-
Humor
deprimidoa maior
partedo
dia, quase todos os dias, indicadopor
relatosubjetivo;
- Interesse
ou
prazer acentuadamente diminuídosem
todosou
quase todas as atividadesna
maior
partedo
dia, quase todos os dias;- Insônia
ou
hipersônia quase todos os dias;- Agitação
ou
retardo psicomotor quase todos os dias;- Fadiga
ou
perda de
energia quase todos os dias;- Sentimento de inutilidade
ou
culpa excessivos quase todos os dias;-
Diminuição da
capacidadede
pensarou
se concentrar.Os
sintomasnão
sedevem
a efeitos psicológicos diretos,de
uma
substânciaou
deuma
outradoença
(b)Dístimz'a: trata-se
de
um
humor
cronicamente deprimidoque
ocorrena maior
partedo
dia,na
maioriados
dias,por
um
períodode
dois anos.Os
indivíduosque
apresentam transtorno distímico,
demonstram queda da
auto-estima e baixo interesse .<i> Diagnósticos:
humor
deprimido,na maior
partedo
dia, a maioriados
dias,por
pelo
menos
dois anos. Presença, enquanto deprimido,de duas
ou
mais
dasseguintes características:
- Apetite diminuído
ou
hiperfagia;- Insônia
ou
hipersônia; -Baixa
energiaou
fadiga;- Baixa auto-estima;
_ Fraca concentração
ou
dificuldade detomar
decisões.Durante
dois anosa
pessoaficou sem
os sintomas descritospor mais de
dois meses.Não
há
evidência inequívocade
episódios de depressão maior.Nunca
houve
episódiomaníaco
ou
hipomaníaco.Não
há
superposiçãode
episódio psicótico crônicocomo
esquizofreniaou
transtorno delirante.Os
sintomasnão
podem
ser creditadosa
fatoresorgânicos,
como
hipertireoidismoou
a
prolongada ministraçãode
medicamentos.e
Causas da
Distimia: -- Relações familiares complicadas. - Pais agressivos, abusivos, distímicos.
-
Doenças
incapacitantes._
AVC.
As
causasda
depressão ainda são desconhecidas,mas
elementos dedutivosforçam a
creditar
que
se tratade
urna etiologia multifatorial,com
elementos biológicos e psico-sociais.
I
Esquizofrenia
Antigamente a
esquizofrenia era tratada,a
longo prazo,com
internaçãoem
hospitaismentais.
O
inícioda
utilizaçãode
drogas antipsicóticasnos
meados
dos
anos1950
e1960
ea
pressão política eeconômica de
reduçãode
custos, coincidiramcom
a
esperançade que
estas drogas seriam
mais
eficientes.Anos
mais
tarde , milharesde
pacientesforam
libertosdas instituições para
a comunidade.
A
maioria das famílias foi orientada para receber seusdoentes e
a
incidênciade
esquizofrênicosem
seus laresaumentou. Apesar
da
tentativa dereduzir os gastos
com
estes pacientes mentaisnos
hospitais,40%
dos
pacientes aindarequerem
tratamentocom
hospitalizaçãoa
longo prazo emais
da metade dos
pacientesnecessitam
de
auxilio público pelomenos
um
ano
antesde
reingressarna comunidade.
O
termo
esquizofrenia é derivadoda
palavra gregaque
significamente
partidaou
personalidade dividida.
É
uma
doença
mental grave, caracterizadapor
sintomas psicóticos e alteraçõesdo
desempenho
social e profissionaldo
paciente.O
esquizofiênico apresentaretrairnento
emocional
da
sociedade presente.Conforme
o Código
Internacionalda
Doença
(1993) (CID-10): “esquizofrenia édefinida
como
um
distúrbioque
apresenta distorção, característicasdo
pensamento
eda
percepção e
por
afetividade inapropriada e embotada.A
capacidade intelectual estápreservada,
embora possam
ocorrer certos déficits cognitivoscom
o
cursoda
doença.Ocorrem
alucinações, especialmente auditivas”.1. Incidência.
Esta
doença
afetahomens
e mulherescom
igual freqüência.Os
primeiros sintomaspsicóticos
da
esquizofrenia, geralmente,aparecem na
adolescênciaou
durantea década dos
20
anosnos
homens
e durantea década dos 20
ou
iníciodos
30
anos
nas mulheres.Sintomas
como
isolamentoou
retraimento social , distúrbiodo
pensamento,do
discursoe2. Etiologia.
Não
seconhece
nenhum
fator específicoque
causaa
esquizofienia. Pareceque há
fatores genéticos
que
produzem
uma
predisposiçãoà
esquizofrenia, aliadosa
fatoresambientais
que
contribuem parao
desenvolvimentode
diferentes grausda
doença
em
diferentes indivíduos.
Sabe-se
que a
esquizofrenia se repeteem
familias eque
parentes consangüíneosde
pacientes esquizofrênicos
têm
maior
probabilidadede
desenvolvera
esquizofieniado que
consangüíneos
de
pessoassem
a
doença
Estudosdemonstram
que
gêmeos
idênticostêm
um
índicemais
elevadode
"concordância"de
esquizofieniado que
gêmeos
fiatemos.
Embora
os estudoscom
gêmeos
fomeçam
esta evidênciade
que, existeum
fator hereditário,o
fatoda
esquizofrenia estarem
concordânciaem
gêmeos
idênticos serde
somente
40%
a
60%,
sugereque
vários fatores ambientaistambém podem
intervirna
manifestação
da
doença.Em
estudoscom
filhos adotivos, ocorreumaior
prevalênciaem
filhos adotadosde
pais esquizofiênicos.
Há
especialistasde
opiniãode que
sepode
herdaruma
vulnerabilidade
ou
uma
predisposiçãoa
este distúrbio. Esta predisposiçãopode
dever-seaum
defeito enzimáticoou
outra anormalidade bioquímica,a
um
pequeno
déficitneurológico
ou algum
outro fatorou
combinação de
fatores.O
inícioda
esquizofieniapode
ser repentinoou
gradual, sendoque no
primeiroo
prognóstico é levemente
menor,
regredindoem
um
terçodos
pacientes.Nos
outros pacientesa doença
segue seu cursonuma
flutuação
entre altos surtos psicóticos, seguidosde
remissão.Em
pacientescom
históriasde
outras doençaspode
ser dificilo
diagnósticopara os sintomas
da
esquizofrenia, sendo estes sintomasmascarados
pêlos outros,não
recebendo portanto
a
atençãomédica
e a devida medicação.O
comportamento
do
esquizofrênicodemonstra
ser assustador,porém
não
sãomais
violentos
do
que
as pessoas normais; pelo contrário, sãomais
capazesde não
produziraviolência. Calcula-se
porém
que
cercade
15%
dos
portadoresdos
sintomasda
esquizofrenia
podem
cometer
suicídio,o
riscoaumenta
em
pacientesmuito
jovens e desiludidos.3. Sintomas.
Segundo
Bleuler, citadopor
SCÓZ
eFENILI
(1999)"a esquizofienia é descrita, e atribuídaà
presençados
4
“A”
: Apatia, (desagregaçãodo
pensamento);Afiouxamento
dos nexos
associativos;Autismo
e Arnbivalência afetiva. Acrescentandoa
alucinaçãoauditiva.
Mas
o
transtornodo
pensamento,ou
desagregação associativa, é considerada0
mais
importante entre estes. -(a)Apatia: suas
emoções
mostram
um
certo graude
inadequação,podendo
serestranhamente intenso
ou
aparentemente ausente.O
embotamento
afetivo, é a faltade
resposta emocionaldos
esquizofrênicos.(b)Afrowcamento
dos
nexos associativas: torna-se impossivelacompanhar
asexpressões verbais
do
paciente,a
idéiaou
correntede pensamento
do
indivíduosai
de
uma
seqüência, indo para outrasem
qualquer relaçãocom
a
anterior.(c)Aut1'smo:
o
observadortem
dificuldadeem
compreender
esse tipode
linguagem, eos processos
de pensamento não
podem
ser facilmenteacompanhados
peloobservador.
Os
pensamentos
e as expressões verbaisdo
paciente,possuem
um
significado para ele.
Não
estãoa
serviçoda
comunicação,mas
sim a
serviçoda
auto expressão,
da
liberação das tensões internas.(d)Ambz'valência afetiva: exibe
um
comportamento de
abordagem
- evitamento,resultando
o
fatode
sentir duasemoções
mutuamente
exclusivas taiscomo
amor
e ódio, exatamente aomesmo
tempo.(e)Alucinações auditivas: é
um
distúrbio considerávelno
juízoda
realidade.Qualquer
um
dos
5 sentidos,pode
estar representado nas alucinações esquizofrênicas.O
indivíduoque
sofie
de
esquizofrenia habitualmente exibecomportamento
psicomotor anormal,
sendo
manifestadopor
agitaçãoou
inatividade mental".Os
sintomasde
esquizofreniapodem
surgirde
vários processos fisicos erespondem
diferentemente aos tratamentos diante disso,
Crow,
citadopor
SCÓZ
eFENILI
(1999), classificou os sintomasem:
(a)Positivos
ou
produtivos: (alucinações e enganos)ou
dano
cognitivo (pensamento desordenado).Os acontecimentos psicóticos particularmente enganos e alucinações são os sinaismais
reconhecidosde
esquizofrenia.As
alucinaçõespodem
serde
ver e ouvir coisasque não
existem, sendoque
as alucinaçõesauditivas,
que
são os falsos sentidosde
sons, são os sintomasmais comuns.
Os
enganos
sãoa
crençamais
falsa, sendoque
podem
ser estranhas (estrangeirosinvisíveis entraram
num
lugar porum
suporte elétrico),ou
bizarros (ciúmeinfimdado,
ou
crença paranóicade
perseguiçãoou
de
ser observado).No
dano
cognitivo ocorre
a
faltade
atenção,desordem de
pensamento, processamentode
V informações e aberrante associação
entre palavras e fiases. Ocasionalmente os
pacientes ligam as palavras
mais por
semelhançasde
sonsdo
que por
significados.(b)Negativos
ou
deficítários (de socíalidade baixa): ausênciado
comportamento
esperado,
com
distorçõesdo
afeto, relações interpessoais,embotamento
afetivo epobreza de
discursocom
afastamentodos
contatos sociais.Para ser considerado esquizo,
o
pacientedeve
apresentar durante pelomenos
6
meses
os seguintes sintomas:
(a)Realídade
não
comum:
a
visãodo
mundo
é diferenteda
realidadeque
é percebidae compartilhada pelas pessoas
que cercam o
esquizofiênico.Ocorre
uma
percepção distorcida
da
realidade, contribuindo para os processos depensamentos
perturbados.
(b)Alucínações:
mais
comum
é a auditiva.(c)Delírios: caracterizados
por
crenças pessoais falsas,não
sujeitasà
razãoou
evidência contrária.Às
vezesde
natureza paranóide,o
individuo se senteperseguido
ou
em
perigo.(d)Distúrbíos
do
pensamento: a
pessoatem
dificuldadede
“pensar estruturadamente” durante muitas horas.Pode
distrair-se facilmenteou
não
conseguir concentrar-sepor muito
tempo. Falta lógicade
pensamento.(e)Expressão
das
emoções: afeto inadequado (demonstraçãoque não
tem
relação(Í) Atividade
psicomotora anormal: o
indivíduofica
balançando,dando
passossem
sair
do
lugarou
permanece
imóvel.4.
Tipos de Esguizofienia
O
indivíduo esquizofrênicosegundo
os psiquiatrastem
seucomportamento
categorizado
em
tiposde
doença que
são:(a)Catatônico:
melhor
prognóstico,com
início mais cedo, sendoo quadro
dominado
por
distúrbiosda
psicomotricidadeque
sãomais
proeminentes.O
paciente externaperíodos
de
excitação a agitaçãocom
períodosde
estupor, negativismo.Podem
ocorrer:‹> Estupor catatônico:
cessam
todas asformas
voluntáriasde
atividade motora.‹á> Agitação catatônica:
comportamento
agressivo e imprevisível, atividademotora
excessiva.
Pode
apresentar “flexibilidade cérea”(mantém
duranteum
tempo
considerável,sem
fadiga,uma
posiçãoem
que
seucorpo
foi colocado).(b)Paranóíde: é
a forma mais
comum.
O
início é gradual eo
prognósticonão
é favorável.A
principal caracteristica éa extrema desconfiança que
se manifestana
relação dos pacientescomo também
nas idéias delirantes.A
pessoa acreditaque
éobjeto
de
conspiração eque
estásendo
prejudicadapor
inimigosou
grupos hostis.(c)Símples (crônica):
menos
evidente.Há uma
desagregaçãodo
pensamento.As
relaçõesmais
íntimas estão ausentes.Seu
padrãode
vida é indicativoda
gravidadedos
seus distúrbios emocionaisda
natureza ineficaz eda
tentativade
ajustamento.(d)Hebefiênico
(pior prognóstico): altera a afetividade, delírios e alucinações,tem
comportamento
bizarro e pueril. Risos imotivados,pensamento
desorganizado e discurso fragmentado.Ocorre
a
desintegração quase totalda
personalidadehumana.
(e)Esquizoafetívo: