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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE. LETÍCIA MARIA PIRES ACCACIO. A PRESENÇA DE DEPRESSÃO EM PACIENTES DURANTE O PERÍODO DE REABILITAÇÃO FÍSICA E O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DOS MESMOS. São Bernardo do Campo 2004.

(2) LETÍCIA MARIA PIRES ACCACIO. A PRESENÇA DE DEPRESSÃO EM PACIENTES DURANTE O PERÍODO DE REABILITAÇÃO FÍSICA E O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DOS MESMOS. Dissertação de Mestrado do curso de Psicologia da Saúde da Universidade de São Paulo – UMESP. Orientador: Prof. Dr. Renato Teodoro Ramos. São Bernardo do Campo 2004.

(3) DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu marido Ricardo , pelo companheirismo, paciência e carinho e, aos meus pais Adilson e Marlene por sempre iluminarem meu caminho com dedicação e carinho e por me ensinarem a batalhar pelos meus sonhos com dignidade e perseverança..

(4) AGRADECIMENTOS Meu agradecimento e respeito ao meu orientador Prof. Renato Teodoro Ramos Aos meus queridos irmãos Júnior e Cíntia, por sempre me incentivarem e acreditarem em mim. As minhas amigas Patrícia Driusso e Ada Guazzelli, por toda dedicação e interesse em me ajudar. A minha Tia Cleusa, a Nalú e Thaís por terem dedicado seu tempo me ajudando em algumas fases deste trabalho..

(5) RESUMO A depressão é um termo que descreve uma série de comportamentos complexos e tem sido empregada para designar tanto um estado afetivo normal, quanto um sintoma, uma síndrome e uma ou várias doenças. É caracterizada por um conjunto de sintomas relacionados a uma dada situação, ou ainda pelo aparecimento destes, de forma repetida e/ou sem nenhuma causa aparente. Os principais sintomas para o diagnóstico da depressão são alteração do apetite, agitação ou retardo psicomotor, diminuição da energia ou cansaço excessivo, sensação de culpa, dificuldade de concentração e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. A qualidade de vida está relacionada ao completo bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo. Este estudo tem como objetivo investigar a presença de depressão em pacientes portadores de doenças reumatológicas e neurológicas, que estão em tratamento fisioterapêutico na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo e analisar o impacto da depressão sobre a qualidade de vida dos mesmos. Foram selecionados indivíduos nos setores de neurologia e reumatologia, em atendimento no período de junho a agosto de 2003, os quais responderam a dois questionários, Inventário de Beck para investigar a presença de depressão e, o SF-36 para avaliar a qualidade de vida. Os resultados obtidos foram analisados pelo teste T-Student, de correlação de Pearson, análise de Cluster, e Lambda de Wilks. Os dados foram analisados no programa STATISTICA, foi adotado um nível de significância de 5% (p≤ 0,05). Concluiu-se que durante o período de reabilitação física dos indivíduos participantes deste estudo, um número significativo de pacientes apresentou depressão em diferentes níveis, com provável incidência no grupo reumatológico e este mesmo grupo, apresentou qualidade de vida inferior a dos indivíduos do grupo neurológico avaliados neste estudo.. Palavras-chave – depressão, qualidade de vida , fisioterapia.

(6) ABSTRACT Depression is a term which describes a series of complex behaviour and it has been used to designate not only a normal affective state but also a sympton, a syndrome and one or several diseases. It is characterized by a group of symptons related to a given situation or yet by their appearing in a repeated way and/or without any apparent reason. The principal symptoms for depression diagnosis are: appetite alteration, psychomotor agitation or lethargy, energy decreasing or excessive tiredness, guilt sensation, difficulties to concentrate and recurrent thoughts of death or suicide. The quality of life is related to a complete physical, mental and social welfare of the individual. This study aims at investigating the presence of depression in patients suffering from rheumatical and neurological diseases who are under a physiotherapeutics treatment at the Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo and analyse the impact of depression on their quality of life. Some individuals from the neurology and rheumatology departments under treatment from June to August of 2003 were chosen. They have answered two questionnaires, Beck Depression Inventory to investigate about the presence of depression and the Medical Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36) to evaluate the quality of life. The results obtained were analysed by the T-student test, Pearson correlation, Cluster analysis, and Wilks Lambda. The data were analysed in the Statistica program. It was adopted a significance level of 5% (p≤ 0,05).The conclusion was the following: during the physical rehabilitation of the individuals participating in this study, a significant number of patients showed depression in different levels, with probable incidence in the rheumatical group and this same very group showed na inferior quality of life from those individuals of the neurological group evaluated in this study.. Key Words- depression, quality of life, physiotherapy.. SUMÁRIO.

(7) 1- INTRODUÇÃO 1.1 Depressão 1.1.1 Conceito 1.1.2.Epidemiologia 1.1.3. Quadro Clínico 1.1.4. Diagnóstico 1.1.5. Aspectos Genéticos e Biológicos 1.1.6. Tratamento 1.2 Qualidade de vida 1.3. Aspectos psicossociais dos portadores de incapacidade 1.3.1.A importância da atividade física no tratamento de incapacidades. 01 01 01 03 04 05 06 08 09 10 11. 2- OBJETIVO 2.1. Objetivo específico. 15 15. 3- MÉTODO 3.1. Indivíduos 3.1.1. Critérios de inclusão 3.1.2. Critérios de exclusão 3.2. Material/Instrumento 3.3. Procedimentos 3.4. Análise dos dados. 16 16 16 16 16 16 16. 4- RESULTADOS. 18. 5- DISCUSSÃO. 34. 6-CONCLUSÃO. 41. 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 42. ANEXOS. 50.

(8) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Comparação das idades entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 2 - Comparação do tempo de lesão entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 3 - Comparação da escla de Beck entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 4 - Comparação da capacidade funcional entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 5 - Comparação dos aspectos físicos entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 6 - Comparação da dor entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 7 - Comparação do estado geral entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 8 - Comparação da vitalidade entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 9 - Comparação dos aspectos sociais entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 10 - Comparação dos aspectos emocionais entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 11 - Comparação da saúde mental entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 12 - Comparação da média geral entre grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Figura 13 – Correlação entre escala de Beck e capacidade funcional Figura 14 – Correlação entre escala de Beck e aspectos físicos Figura 15 – Correlação entre escala de Beck e dor Figura 16 – Correlação entre escala de Beck e estado geral Figura 17 – Correlação entre escala de Beck e vitalidade Figura 18 – Correlação entre escala de Beck e aspecto social Figura 19 – Correlação entre escala de Beck e aspecto emocional Figura 20 – Correlação entre escala de Beck e saúde mental Figura 21 – Correlação entre escala de Beck e SF-36 Figura 22 – Correlação entre escala de Beck e idade Figura 23 – Correlação entre escala de Beck e tempo de lesão Figura 24 – Diagrama de Árvore – Análise de Cluster.

(9) LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Comparação entre os grupos de pacientes de reumatologia e neurologia Tabela 2 – Correlações (Pearson) entre as diferentes variáveis para todos os indivíduos estudados Tabela 4 – Distribuição da amostra por doença Tabela 5 – Distribuição da amostra por sexo.

(10) 1. INTRODUÇÃO Viver é um processo constante e progressivo de ajustamentos e adaptações entre os diversos aspectos fisiológico, psicológico e social de um organismo e o ambiente. Embora haja diferenças significativas quando falamos a respeito de cada um destes aspectos é importante considerar que cada um deles é apenas parte de uma entidade única, na qual eles estão integrados e interdependentes. Neste contexto, a função psicológica geral, e sua interação com cada componente constitutivo da natureza humana deve ser considerado dentro de um referencial dinâmico, interativo e progressivo da adaptação de um indivíduo aos processos fisiológicos internos e à realidade exterior (O´SULLIVAN, 1993). O indivíduo portador de incapacidade adquirida, independente de sua gravidade, pode desafiar muitos dos princípios fundamentais à vida, necessitando de vários ajustamentos para poder lidar com essa situação. A resposta promovida em função da incapacidade pode englobar a maioria, se não todos os aspectos determinantes do funcionamento humano. Isso envolve processos vegetativos e autonômicos, respostas corticais, respostas hormonais e respostas intra e interpessoais. Acima de tudo, a resposta à incapacidade e ao processo de reabilitação depende do que a condição incapacitante significa para o indivíduo, sofrimento este não limitado à dor física mas decorrente da violação da integridade da própria pessoa (O´SULLIVAN, 1993; OLIVEIRA, 2001). A reação de um indivíduo à situações de crise pode assumir diferentes formas. Ansiedade, irritabilidade ou prejuízos na capacidade de relacionar-se com outros são alguns do fenômenos observados em diferentes situações. Entre os possíveis padrões de reação ao estresse destaca-se a possível ocorrência de sintomas depressivos que, embora possam chegar a ser intensos e incapacitantes, não implicam, necessariamente, no diagnóstico de uma doença ou um transtorno depressivo orgânico ou endógeno. Como esta tese irá focalizar especificamente a ocorrência de sintomas depressivos, faremos uma breve revisão do assunto. 1.1 Depressão 1.1.1 Conceito:.

(11) O termo depressão descreve uma série de comportamentos complexos e tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (tristeza e isolamento social), quanto um sintoma, uma síndrome e uma ou várias doenças, (PORTO, 1999; COHEN et al. 2002). A tristeza é uma forma de emoção constituída como uma resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. As reações de luto, por exemplo, que se estabelecem em resposta à perda de entes queridos, caracteriza-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação simpática e inquietude, por um período limitado geralmente de quatro meses a um ano, devendo ser diferenciado dos quadros depressivos, propriamente ditos (PORTO, 1999; GIANFALDONI et al. 2001). O que caracteriza a depressão, no entanto, não é a tristeza, a idéia de suicídio, ou qualquer outro sintoma isolado, mas o conjunto de sintomas relacionados desmesuradamente a uma dada situação. Ou ainda, o aparecimento destes sintomas de forma repetida e/ou sem nenhuma causa aparente (OLIVEIRA, 2000). É importante diferenciar sentimento de tristeza, sintomas da depressão, síndrome depressiva e a doença depressão. A tristeza é um sentimento normal, em resposta a qualquer acontecimento negativo como perda, derrota ou frustração. Sintomas depressivos podem surgir em vários quadros clínicos como infecções, acidentes vasculares encefálicos, alcoolismo e outros. Como síndrome inclui não apenas alterações de humor, mas também aspectos como alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite e relacionamento sexual) (PORTO, 1999; GIANFALDONI et al. 2001). Finalmente, como doença, a depressão pode ser classificada de diversas formas segundo a Associação Psiquiátrica Americana (1995): −. Transtorno depressivo maior: período mínimo de 2 semanas em que se apresenta humor. depressivo, diminuição da capacidade de sentir prazer, além de alterações fisiológicas (sono e apetite) e comportamentais (retardo psicomotor e ideação suicida). Compreende a depressão melancólica, a atípica e a catatônica; −. Transtorno depressivo menor: não preenche o critério de depressão maior, porém. apresenta humor deprimido e diminuição de prazer por pelo menos 2 semanas; −. Transtorno bipolar: apresenta como característica essencial episódios maníacos e. depressivos de uma forma alternada; −. Distimia: pelo menos dois anos de humor deprimido na maior parte do tempo. acompanhado de sintomas depressivos adicionais, mas que no entanto, não se encaixam na.

(12) depressão maior; −. Depressão Secundária: estado depressivo acompanhado de doenças endócrinas,. infecciosas, reumatológicas, nutricionais, neurológicas e neoplásicas. Trabalhos que tentaram relacionar a presença de sintomas depressivos com o desenvolvimento da depressão como doença sugerem que quanto maior a freqüência, a severidade e a duração dos estados depressivos, maior é a vulnerabilidade para o desenvolvimento da depressão clínica (PARKER et al. 1998). Acredita-se que as diversas formas clínicas da depressão não são categorias separadas e sim uma continuidade, assim CUIJPERS et al. (2002) relataram que existiria o risco de um transtorno de depressão menor torna-se depressão maior, principalmente pelo fato de que pacientes de depressão menor não costumam procurar tratamento. 1.1.2. Epidemiologia: O transtorno depressivo é a quarta causa mais importante de incapacitação completa e uma condição psiquiátrica bastante comum entre idosos. A depressão causa mudanças no humor, nos comportamentos e nas atividades da vida diária, é muitas vezes associada a comorbidades médicas e com freqüência é caracterizada como um problema crônico e recorrente. Além da incapacitação pessoal, a depressão é associada a um aumento da mortalidade e suicídio, maior incapacidade e maiores gastos com serviços de saúde. Pesquisas recentes confirmam que episódios agudos de depressão podem ser eficazmente tratados por até 12 meses (MATSUDA, 2002; SPEAR, 2002). Na infância, os sintomas da depressão variam de acordo com a idade. Até os 7 anos, as crianças não apresentam habilidades verbais para expressão de seus sentimentos, dificultando o diagnóstico de sintomas depressivos, sendo necessário levar em conta a comunicação não verbal, expressões faciais, projeções gráficas e a postura corporal. Além disso, é a partir dessa idade que elas iniciam as atividades escolares e tornam-se mais capazes de descrever seus sentimentos. Observou-se em um estudo realizado com 135 indivíduos em idade escolar que a maior prevalência de depressão infantil está em crianças de 7 e 14 anos (BAPTISTA e GOLFETO, 1997). Na menopausa os distúrbios depressivos são freqüentes em 10% das mulheres, principalmente nos anos que a antecede. Estudos realizados na Harvard Medical School com.

(13) 4.161 mulheres, entre 30 e 40 anos de idade, revelaram maior índice no desenvolvimento da depressão em mulheres viúvas, separadas ou divorciadas e fumantes. Mulheres que tiveram menstruação muito jovens, que nunca engravidaram e que sofrem de tensão pré-menstrual também apresentam maior chance de desenvolverem depressão. Porém apenas 40% das mulheres procuram tratamento (AZEVEDO, 2000). Ao inverso, nos homens, a depressão tem bem menos fatores de risco e se acentua durante a vida, sendo mais nítida após os 60 anos (AZEVEDO, 2000). ANGST et al. (2002), verificaram que em geral as mulheres sentem os efeitos da depressão na qualidade do sono enquanto os homens sentem no desempenho no trabalho. Ainda, a prevalência nas mulheres parece ser maior do que nos homens, porém após a menopausa (55 anos) estas diferenças diminuem (CAIRNEY e WADE, 2002). Em pacientes mais velhos com doenças físicas é comum observar os sintomas da depressão (BLAZER, 1980). Na maioria das vezes estes sintomas persistem por um longo período e acabam interferindo no funcionamento social e nos cuidados básicos. Acredita-se que quando não tratada, a depressão pode interferir na recuperação e na reabilitação do paciente e conseqüentemente aumentar o período de internação no hospital e o índice de mortalidade. Estima-se que apenas 10 % dos idosos deprimidos com necessidade de tratamento psiquiátrico são realmente tratados. A prevalência de depressão varia de acordo com o ambiente em que o idoso vive; em uma comunidade 15 % apresentaram sintomas depressivos e apenas 3 % depressão maior, porém em idosos institucionalizados, os índices de depressão maior variam de 13 a 45 % e de depressão menor em cerca de 30 % (ROCHA, 1993; TERESI et al., 2001). 1.1.3. Quadro Clínico Em geral, a característica mais típica dos estados depressivos é a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, porém nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Freqüentemente associa-se à sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns autores enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular referindo-se a lentificação ou retardo psicomotor (PORTO, 1999). A principal característica da doença é a sua exteriorização precária: somente o deprimido.

(14) sabe o quanto está sofrendo, pois aqueles que o cercam em geral não percebem. Pessoas próximas à pessoa deprimida muitas vezes não a compreendem (AZEVEDO, 2000). Segundo ALVES (2000), para o diagnóstico da depressão, o paciente deve apresentar pelo menos quatro dos seguintes sintomas: alteração de apetite, mudança no padrão de sono, agitação ou retardo psicomotor, diminuição da energia e cansaço excessivo, sensação de culpa, dificuldade de concentração e de tomar decisões e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. De acordo com PORTO (1999), que se refere ao aspecto comportamental, sinais freqüentes são o retraimento social, crises de choro e comportamentos suicidas. Em cerca de 15% dos quadros depressivos, ocorrem características psicóticas classificadas como alucinações e delírios. Em idosos, o reconhecimento da depressão pode ser mais difícil, pois geralmente as alterações de humor são atribuídas ao processo do envelhecimento ou a presença de outras doenças. Nesta faixa etária, a tristeza não é o sintoma principal, ansiedade e irritabilidade são muito mais comuns (ROCHA, 1993). 1.1.4. Diagnóstico Para o diagnóstico da depressão primeiramente o médico deve detectar no paciente as queixas clínicas e a duração dos sintomas. Em seguida faz-se necessário verificar a gravidade dos sintomas de um paciente que foi diagnosticado com depressão. Para isso são empregadas escalas de avaliação que proporcionam um diagnóstico mais preciso, que será necessário para a determinação do tratamento a ser utilizado (CALIL e PIRES, 1998). As escalas de avaliação podem ser uma auto-avaliação, uma avaliação realizada por um observador ou uma avaliação global ou mista. Como estas avaliações são geralmente realizadas pelo próprio paciente, por alguém que o conheça ou pelo médico ou psicólogo, é necessário que estas escalas sejam padronizadas a fim de permitir análise e validação estatística dos dados. As escalas de auto-avaliação são práticas e baratas, pois não consomem muito tempo da equipe médica, porém a confiabilidade é discutível, muitos pacientes acham difícil avaliar a gravidade dos sintomas e dependendo do tipo de depressão, o paciente pode encontrar-se incapacitado de se concentrar e raciocinar (CALIL e PIRES, 1998). Uma das escalas mais utilizadas é o Inventário de Depressão de Beck (BDI), foi traduzida e validada para a língua portuguesa por GORESTEIN e ANDRADE (1998). Consiste em 21 itens.

(15) relacionados com sintomas e atitudes que são avaliados em intensidades de 0 a 3, sendo a graduação da intensidade caracterizada de neutra (0) a máxima (3). Os itens se referem a tristeza, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação, sensação de culpa, sensação de punição, auto-depreciação, auto-acusações, idéias suicidas, crises de choro, irritabilidade, retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho, distúrbios do sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática e diminuição da libido (CALIL e PIRES, 1998). Há diferentes propostas de pontos de corte para distinguir os níveis de depressão. Segundo BECK et al. (1998), a escolha do ponto de corte adequado depende da natureza da amostra e dos objetivos do estudo. Recomenda-se, na presença de transtorno afetivo, os seguintes pontos de corte: menor que 10 = sem depressão ou depressão mínima; de 10 a 18 = depressão, de leva a moderada; de 19 a 29 = depressão, de moderada a grave; de 30 a 63 = depressão grave. No entanto, para amostras não diagnosticadas, CALIL e PIRES (1998) recomendam escores acima de 20 para detectar depressão, preferencialmente acompanhado de um diagnóstico clínico. Dentre as escalas aplicadas por um observador a mais antiga e que deu origem a varias outras existentes é a Escala de Hamilton para Depressão. Esta escala baseia-se na avaliação de 17 itens com escalas de 3 a 5 pontos (CALIL e PIRES, 1998). A escala de Hamilton “HAMD-6” itens é muito eficaz para avaliar as mudanças induzidas pelo tratamento com drogas antidepressivas (MÜLLER, 2001). 1.1.5. Aspectos Genéticos e Biológicos A prevalência da depressão em famílias já era estudada por psiquiatras europeus desde o século XIX. A partir da constatação de que a prevalência era maior em certas famílias passou-se a investigar a presença de um componente genético responsável pela depressão. Na década de 60, os primeiros estudos genético-epidemiológicos constataram que o risco de desenvolver depressão em parentes de primeiro grau de pacientes depressivos era três vezes maior do que em parentes de primeiro grau de pessoas sem depressão (CORDEIRO 2000). Em seguida vieram estudos com gêmeos monozigóticos e dizigóticos que mostraram que a taxa de concordância para depressão é cerca de três vezes maior nos monozigóticos, reforçando a hipótese de existência de um componente genético (LAFER e VALLADA, 1999). Assim, desde 1990, com o avanço da biologia molecular, vários genes têm sido caracterizados a fim de.

(16) identificar os genes de susceptibilidade a depressão. Estes fatores genéticos são observados principalmente nos pacientes portadores de Transtorno Bipolar e nos Transtornos Depressivos Maiores, com maior risco de desenvolvimento da depressão em pacientes com parentesco de primeiro grau. Outros estudos sobre a genética e a fisiopatologia da depressão, afirmam que um dos principais desafios continua sendo a caracterização do fenótipo, que são aquelas características observáveis no indivíduo que pretende se relacionar a uma determinada constituição genética. Mesmo com tais variações no conceito de depressão, estima-se que o componente genético represente cerca de 40% da susceptibilidade para desenvolver depressão unipolar e 70% para o transtorno bipolar, não sendo definido o modo de transmissão genética (LAFER e VALLADA, 1999; OLIVEIRA, 2000). Dentre. os. fatores. biológicos,. sabe-se. que. o. humor. sofre. influência. dos. neurotransmissores, foram constatadas, em pacientes depressivos, alterações no metabolismo de alguns destes neurotransmissores, principalmente a noradrenalina, a serotonina e a dopamina (OLIVEIRA, 2000). Freqüentemente o quadro depressivo está associado à utilização de remédios, principalmente, o uso prolongado de tranqüilizantes e soníferos. Não é raro encontrarmos pessoas medicadas há vários anos com substância psicotrópica ou tranqüilizante e que passam a sentir sintomas depressivos, perda de memória, desânimo, etc. Nestes casos a suspensão da medicação provoca o desaparecimento da depressão, porém deve ser retirada com acompanhamento médico, pois pode ocorrer o fenômeno da abstinência (AZEVEDO, 2000). Além de tranqüilizantes vários remédios cardiológicos, anti-reumáticos, antialérgicos, e antiinflamatórios também podem provocar depressão. Dentre estas medicações destacam-se corticóides, beta-bloqueadores e vasodilatadores cerebrais (AZEVEDO, 2000). Lesões cerebrais, tumores e infartos também provocam alterações psiquiátricas, assim estudos atuais tentam relacionar estas anormalidades cerebrais a distúrbios como a depressão. A neuroquímica e a neuroimagem têm sido empregadas nestes estudos a fim de identificar alterações funcionais e morfológicas associadas à depressão (CORDEIRO, 2000). A neuroquímica analisa as alterações nas vias cerebrais dos sistemas monoaminergicos, cujos neurônios contém noradrenalina, serotonina e dopamina. Atividades corticais e subcorticais como as atividades psicomotoras, o apetite, o sono e humor são modulados por estes neurônios juntamente com os neurônios colinérgicos (LACKS et al. 1999)..

(17) A neuroimagem permite o estudo “in vivo” da anatomia e do metabolismo cerebral. Os exames disponíveis são a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM), a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia por emissão de fóton único (SPECT). O TC e a RM avaliam as alterações estruturais enquanto a PET e SPECT geram imagens do estado funcional e metabólico do cérebro (LACKS et al. 1999). A identificação de genes de vulnerabilidade a depressão juntamente com os estudos de neuroquímica e neuroimagem, além da compreensão da relação entre o cérebro e o meio ambiente, são a melhor estratégia para o entendimento da neurobiologia deste transtorno do humor (LAFER e VALLADA, 1999). 1.1.6. Tratamento Segundo AZEVEDO (2000), a medicação antidepressiva deve ser usada somente sob rigoroso critério médico. Algumas substâncias antidepressivas (tricíclicos, tetracíclicos e inibidores de monoamina oxidase) podem provocar efeitos secundários como alterações da pressão arterial e problemas cardíacos. Recentemente foram desenvolvidas substâncias que atuam no metabolismo da serotonina e da noradarenalina, que são hormônios que existem dentro das células nervosas e participam ativamente do processo emocional. São medicamentos que inibem seletivamente a recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina e citalopran) ou da serotonina e da noradrenalina (venlafaxina), fenilpiperazínicos (trazodone e nefazodone), noradrenérgicos e serotoninérgicos específicos (mirtazapina). Estas substâncias formam os antidepressivos de última geração, que produzem poucos efeitos colaterais e podem ser administrados em dose única diária. Um produto denominado "Erva de São João" (Hypericum perfuratum) de origem vegetal apresenta discreta ação antidepressiva e tem sido usado em larga escala. A fenialalanina e a Ltirosina, substâncias que produzem hormônios cerebrais, também têm sido usados (AZEVEDO, 2000). Segundo ROST (2000), dentre os indivíduos deprimidos não tratados, cada doença somática crônica reduz a probabilidade do problema ser diagnosticado pelo médico em 34 %. Para os doentes que fazem terapêuticas antidepressivas, o aparecimento recente de outro problema de saúde reduz as hipóteses dessa intervenção ser aferida e ajustada em 61%. Além destes elementos, verificou-se que a atitude e as variáveis sócio-demográficas também.

(18) influenciam a atenção dispensada à depressão. Por exemplo, a probabilidade do problema ser discutido triplica quando o doente refere que a medicação antidepressiva é aceitável. Pelo contrário, para os indivíduos que acham que a farmacoterapia não é a melhor opção para depressão essa probabilidade decresce em 67%. A medicação antidepressiva é importante, mas a abordagem psicológica é fundamental. Terapia psicológica denominada breve traz resultados muito satisfatórios, principalmente nas depressões leves e suaves, que muitas vezes dispensam tratamento medicamentoso. As depressões mais severas em geral sempre necessitam de medicamento (AZEVEDO, 2000). Há sempre que se avaliar a pessoa no tempo e de uma maneira mais abrangente possível. Não é raro a depressão fazer parte de uma situação antiga e estrutural, que apresenta eventuais episódios de piora. Nestas situações é fundamental a avaliação psiquiátrica (AZEVEDO, 2000). De forma geral, o tratamento visa aliviar os sintomas, melhorar o estado mental, reduzir o risco de recaídas e recorrência, melhorar a qualidade de vida e diminuir a mortalidade (ROCHA, 1999). Embora seja um dos focos desta tese, a simples avaliação da ocorrência ou não de sintomas depressivos não é suficiente para uma avaliação mais abrangente do impacto da incapacidade física adquirida no indivíduo. A preocupação com avaliações mais globais de indivíduos com ou mesmo sem outras doenças físicas tem levado ao desenvolvimento do conceito de qualidade de vida, que abordaremos a seguir. 1.2. Qualidade de vida Embora ainda não encontremos uma definição única e consensual sobre o que deveria ser chamado de qualidade de vida, alguns pontos centrais tem surgido nos diversos trabalhos que abordam o assunto nos ajudam a entender, ao menos parcialmente, este conceito Para qualificar a vida deve-se levar em consideração aspectos como as emoções e sensações, as atividades desenvolvidas, as realizações e as circunstâncias em que vive cada indivíduo (NORDENFELT, 1994). FARQUHAR (1995), defende que a “qualidade de vida relacionada à saúde”, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1947), está relacionada ao completo bem-estar físico, psíquico e social e não meramente ausência de doença ou enfermidade. A definição de qualidade de vida tem sido ampliada nas últimas décadas. Inicialmente.

(19) estava relacionada apenas ao poder e ao desenvolvimento econômico de uma sociedade, nesse aspecto eram considerados os indicadores econômicos como o PIB, a renda per capita e a taxa de desemprego. Em seguida passou-se a considerar também os aspectos sociais como educação, saúde, moradia, saneamento básico (FARQUHAR, 1995). No entanto os aspectos analisados até então estavam relacionados com a denominada “qualidade de vida objetiva”, referente ao Estado. Era necessário verificar a “qualidade de vida subjetiva”, referente ao nível de satisfação do indivíduo em relação às suas vidas e para isso o indivíduo deveria ser questionado (FAQUHAR, 1995). As escalas de avaliação da qualidade de vida modificaram-se ao longo do tempo e atualmente estão mais curtas e confiáveis. Para o presente trabalho, optou-se pelo uso das escalas desenvolvidas pelo Medical Outcome Study: o Short Form-36 (SF-36) (WARE e SHERBOURNE, 1992). O SF-36 é constituído de 36 questões relacionadas à capacidade funcional, capacidade de cuidar de si, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Os dados brutos obtidos nas respostas são convertidos em dados ponderados, que são transformados em valores de 0 a 100 (0 = pior 100 = melhor) pela fórmula de cálculo:valor ponderado - limite inferior x 100 variação (score range). O questionário foi traduzido e validado para a língua portuguesa por CICONELLI et al. (1999), sofrendo adaptações culturais neste processo. Este questionário é o mais utilizado na atualidade e muitos clínicos têm adaptado-o para um questionário doença-específico, acrescentando itens a respeito dos sintomas de cada doença (WOOD-DAUPHINEE, 1999). Após esta breve revisão sobre os conceitos de depressão e de qualidade de vida, estamos prontos para abordar com mais propriedade as possíveis conseqüências sociais e psicológicas da incapacidade física. Como uma avaliação psicológica mais profunda baseada em casos individuais esta fora do escopo deste trabalho, abordaremos alguns aspectos clínicos mais relevantes para a atuação dos profissionais de reabilitação. 1.3 Aspectos psicossociais dos portadores de incapacidade O tratamento de pacientes portadores de incapacidade física deve levar em consideração tanto as seqüelas motoras quanto as emocionais e sociais, já que estes indivíduos apresentam.

(20) geralmente sintomas depressivos, elevados níveis de ansiedade, extrema dependência de outras pessoas, impaciência, irritabilidade e comportamentos agressivos entre outras reações psicológicas. Estas alterações ocorrem como uma reação do indivíduo face à morte, com a dificuldade de compreender o que realmente aconteceu e a incerteza de uma recidiva, com a mudança do seu papel na família, na sociedade e profissional (OLIVEIRA, 2001). Há diferenças comportamentais significativas entre os indivíduos na fase aguda e crônica de uma lesão. Na fase aguda, o paciente depara-se com a perda, necessitando adaptar-se a nova situação. Segundo LANGER (1994), a pessoa que se depara com um problema desta natureza na fase crônica, descreve algumas questões que devem ser relevantes à expectativa do tratamento, como: a evolução da condição da doença (estável, progressiva, episódica ou estática); ser ou não ser acompanhada de dor física e/ou desconforto; personalidade pré-morbida; recursos pessoais disponíveis; significado social e cultural da deficiência e da incapacidade onde o sujeito se insere; incapacidade de tolerar a frustração; repercussão da doença em aspectos financeiros, qualidade de vida, contatos sociais e acessibilidade ambiental, entre outros (OLIVEIRA, 2001). A depressão na idade avançada geralmente esta acompanhada de doenças clínicas e incapacidades como o câncer, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas, distúrbios metabólicos e outros, destacando-se o hipotireoidismo, o acidente vascular encefálico (AVE) e a doença de Parkinson e acarretam dificuldades psicossociais e complicações no diagnóstico e tratamento da depressão (ROCHA, 1999). No entanto, deve-se distinguir bem a relação entre a doença e a depressão, pois a doença pode estimular uma depressão já existente, a doença pode ser acompanhada de depressão, que seria a depressão secundária, ou ainda a depressão pode ser uma conseqüência da doença clínica. Diferenciar esta relação. é importante para a escolha do. tratamento. 1.3.1. A importância da atividade física no tratamento de incapacidades A terapia ocupacional produz bons resultados em grande número de situações principalmente na terceira idade, quando se observa uma certa rejeição à terapia psicológica. Utiliza a estimulação cognitiva o que traz sensação de bem estar com bons resultados. A realização de atividade física regular é muito eficiente no tratamento da depressão sendo aconselhada em todas as situações possíveis. A psicoterapia corporal demonstra resultados ótimos no controle da doença (AZEVEDO, 2000)..

(21) Muitos estudos sugerem que também a atividade física pode ser tão efetiva quanto as outras intervenções. Comparações realizadas entre o uso de intervenções psicoterapêuticas com atividade física e somente a prática da atividade física no tratamento de depressão apresentaram efeitos similares. No entanto, a atividade física não é considerada melhor do que os outros tratamentos, assim deve ser utilizada como tratamento coadjuvante (MESQUITA, 2002). Atualmente a fisioterapia tem colaborado com outros métodos terapêuticos que visam a melhora da qualidade de vida e de bem-estar (PAPALÉO NETTO, 1996). Entre as situações clínicas que demandam uma atenção multidisciplinar talvez a dor, aguda ou crônica, seja uma das mais incapacitantes. A dor compromete as atividades habituais e é limitante para as atividades recreativas, relações sociais e família. Devido à dor, 60% dos indivíduos tornam-se total ou parcialmente incapacitados, de maneira transitória ou permanentemente (JAMES et al. 1991). A dor não é um fenômeno puramente físico e seu componente emocional ou cognitivo costuma ser tão ou mais importante do que a lesão física inicial. Não é de se estranhar, portanto, que pacientes com os mais variados problemas físicos venham a sofrer de problemas psiquiátricos e psicológicos. Dentro deste contexto, o grande desafio para o fisioterapeuta consiste em aprender métodos especiais de comunicação a fim de conseguir que estes pacientes participem dos programas de reabilitação. É muito importante que o fisioterapeuta respeite as bases culturais, as crenças e as normas de comportamento do paciente, independente de qual for a natureza do problema. (PICKLES et al. 1998). A fisioterapia também atua de forma preventiva, incentivando novos hábitos de vida, desenvolvendo uma nova cultura, mais saudável, de consciência corporal e postural capaz de gerar bem-estar físico e emocional. Através da avaliação fisioterapêutica pode-se aumentar a efetividade das terapias propostas por meio das informações sobre a capacidade funcional de cada paciente e assim suprir as deficiências e prevenir complicações (PAPALÉO NETTO, 1996). A perda da capacidade funcional pode ocorrer como conseqüência de uma deficiência provocada por uma doença física ou mental. Em alguns casos, estas deficiências levam a limitações funcionais que geram incapacidade e, consequentemente, a necessidade da ajuda de equipamentos ou auxiliares para a realização de tarefas essenciais do dia-a-dia (OLCESE, 2001). A incapacidade e a fraqueza muscular geralmente impedem a realização de tarefas simples como cozinhar, vestir-se ou sair para fazer compras e dessa forma faz com que o individuo perca o interesse em si mesmo. Observa-se com freqüência nestes pacientes sintomas.

(22) como constipação intestinal, perda de apetite e de peso, fraqueza e depressão, sintomas estes freqüentemente piorados pela idade do indivíduo (THOMSON et al. 1994). Já foi demonstrado que a inatividade física aumenta o risco para desenvolvimento dos sintomas depressivos (MESQUITA, 2002). Atualmente aconselha-se exercícios físicos como forma de prevenção ao desenvolvimento de doenças crônicas durante o processo do envelhecimento, pois nesta fase é comum a diminuição da atividade e da capacidade física. Assim, um programa de exercício visando a melhora da capacidade física do indivíduo, a fim de maximizar o contato social e reduzir os problemas psicológicos como a ansiedade e a depressão (MATSUDO, 1998). Segundo PAPALÉO NETTO (1996), o bem-estar psíquico é um determinante fundamental de uma vida saudável. Os benefícios do exercício físico regular incluem melhora da saúde óssea e da estabilidade postural e aumento da flexibilidade e amplitude de movimento. Ainda, reforça a auto-estima e dá a sensação de uma vida mais saudável e independente (GHORAYEB e BARROS, 1999). Evidências sugerem que a atividade física regular também fornece benefícios psicológicos relacionados a preservação da função cognitiva, alívio dos sintomas de depressão e comportamento e melhora no conceito de controle pessoal e auto-eficácia (MAZZEO, 1998). A fisioterapia utiliza a cinesioterapia como forma de tratamento e prevenção para inúmeras doenças. O objeto de estudo da cinesiologia é o movimento humano, mais especificamente, a relação entre o ser humano e estes movimentos ou atividades físicas. Segundo OKUMA (1998), uma das alterações afetivas mais estudadas na relação com atividade física é a depressão. Analisando a relação entre atividade física e depressão em indivíduos com mais de 60 anos com diagnóstico de depressão BLUMENTHAL (1999), encontrou uma relação inversa entre atividade física e sintomas depressivos. Embora isto não permita fazer uma relação causa-efeito, uma implicação é que a atividade física pode ser um método efetivo para a manutenção da habilidade funcional e a promoção de uma melhor sensação de bem-estar em idosos. (MATSUDO, 1998). MARCHAND (2001), encontrou melhora do quadro depressivo de indivíduos com depressão leve ou moderada pela prática de atividade física regular. Segundo OKUMA (1998), o principal efeito psicológico é a diminuição da tensão emocional. Muitos trabalhos já relacionaram a depressão com a falta de serotonina e noradrenalina na fenda sináptica. RIBEIRO (1998), evidenciou que pacientes com depressão apresentavam índices.

(23) reduzidos dos metabólitos urinários da serotonina, dopamina e norepinefrina. Já foi demonstrada a relação entre a atividade física e o condicionamento físico com a produção de serotonina e endorfina pelo sistema nervoso (ALVES, 2001). No entanto, os mecanismos relacionados com estas alterações ocorridas com os neurotransmissores ainda não são conhecidos (MESQUITA, 2002). Síndromes de depressão e demência estão entre as principais causas de incapacidade por levarem à perda da independência e da autonomia. Vários estudos sugerem que alguns sintomas somáticos e enfermidades médicas como menor disponibilidade de energia, distúrbios do sono e preocupações com a saúde poderiam ser considerados como sintomas confiáveis de depressão (NORRIS, 2001). As doenças que estão associadas a dificuldades ou incapacidades físicas estão classificadas neste estudo em dois grandes grupos: neurológicas e reumatológicas. Esta escolha foi baseada em algumas diferenças clínicas freqüentemente encontradas. A dor crônica é geralmente mais freqüente e intensa nos pacientes reumatológicos enquanto diferentes graus de incapacidade motora, sensorial e cognitiva são mais comuns nas doenças neurológicas..

(24) 2- OBJETIVO O objetivo geral deste estudo é investigar a presença de depressão em pacientes portadores de doenças neurológicas e reumatológicas da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo e analisar o impacto da depressão sobre a qualidade de vida dos mesmos. Objetivos específicos Avaliar a presença de sintomas depressivos nos pacientes freqüentadores da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo por meio da escala de depressão de Beck. Avaliar variáveis de qualidade de vida através da Escala de Qualidade de Vida SF-36. Estabelecer correlações entre variáveis demográficas e os escores destas escalas.

(25) 3- MÉTODOS 3.1. Indivíduos Foram avaliados os indivíduos que estavam sob tratamento de fisioterapia na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo, no período de junho a agosto de 2003 cujo diagnóstico de base se inclui na área neurológica ou reumatológica . 3.1.1. Critérios de inclusão Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos com idade superior a 18 anos e diagnóstico clínico neurológico ou reumatológico. 3.1.2. Critérios de exclusão Indivíduos que não apresentassem função cognitiva suficiente para compreensão e interpretação das perguntas. 3.2. Material/Instrumento Após assinarem termo de consentimento, autorizando sua participação neste estudo (ANEXO I), todos os indivíduos foram avaliados através do inventário de depressão de Beck (1998) (ANEXO 2) e da Medical Outcomes Short-Form Health Survey ( SF-36 ) (ANEXO 3). 3.3. Procedimentos Os indivíduos foram selecionados por um levantamento de todos os prontuários dos pacientes dos setores de neurologia e reumatologia, em atendimento no período de junho a agosto de 2003. Os dados obtidos nestes prontuários foram a idade do paciente, sexo, diagnóstico de base, tempo de lesão e aspecto cognitivo geral dos pacientes neurológicos. Em seguida, os indivíduos responderam aos dois questionários, Inventário de Beck para investigar a presença de depressão e, o SF-36 para avaliar a qualidade de vida. 3.4. Análise dos Dados A comparação entre os dois grupos foi realizada pelo teste T-Student e a correlação entre as variáveis foi feita pelo teste de correlação de Pearson. Para a análise de Cluster utilizouse o método de distâncias euclideanas, e para a análise discriminante, o teste Lambda de Wilks..

(26) Os dados foram analisados no programa STATISTICA, foi adotado um nível de significância de 5% (p≤ 0,05)..

(27) 4. RESULTADOS Os resultados obtidos estão apresentados a seguir em forma de tabelas e figuras. Os resultados nas tabelas estão expressos em média ± desvio padrão e nas figuras estão expressos em média, erro padrão da média (EPM) e intervalo de confiança (± 1,96*EPM). 4.1. Comparação entre os grupos Foram avaliados 61 pacientes, sendo 43 do sexo feminino (70,5%) com idades variando de 19 a 82 anos (52,13 ± 16,14 anos). Os indivíduos foram divididos segundo seu diagnóstico num grupo com doenças neurológicas (n = 29) e outro doenças reumatológicas (n = 32). A comparação entre os grupos em relação as diferentes variáveis é apresentada na tabela 1 e nas figuras 1 a 12. Tabela 1. comparação entre os grupos de pacientes atendidos na clínica Reumatologia. Neurologia. Idade. 54,65 ± 14,62. 49,34 ± 17,50. t = 1,290; df = 59; p = 0,202. Tempo de. 43,23 ± 31,88. 41,79 ± 39,29. t = 0,155; df = 59; p = 0,877. Escala de Beck. 14,59 ± 6,12. 13,03 ± 11,05. t = 0,690; df = 59; p = 0,493. Capacidade funcional. 43,43 ± 25,82. 34,48 ± 25,47. t = 1,361; df = 59; p = 0,179. Aspectos físicos. 26,56 ± 30,41. 36,20 ± 36,34. t = - 1,128; df = 59; p = 0,202. Dor. 40,15 ± 15,84. 64,58 ± 23,84. t = - 4,755; df = 59; p < 0,001 *. Estado geral. 57,50 ± 21,11. 63,69 ± 28,13. t = - 0,978; df = 59; p = 0,332. Vitalidade. 46,09 ± 21,05. 65,52 ± 19,19. t = - 3,752; df = 59; p < 0,001 *. Aspectos sociais. 59,37 ± 26,56. 66,81 ± 32,61. t = - 0,980; df = 59; p = 0,331. Aspectos emocionais. 37,49 ± 41,26. 47,12 ± 43,20. t = - 0,890; df = 59; p = 0,377. Saúde mental. 60,12 ± 19,76. 70,07 ± 25,84. t = - 1,697; df = 59; p = 0,095. Média geral. 46,41 ± 15,73. 56,13 ± 18,66. t= - 2,207; df = 59; p = 0,031 *. lesão(meses).

(28) Na figura 1 está representada a comparação em relação à idade entre o grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, pode-se observar que não houve diferença significativa da idade entre os grupos. IDADE 64 62 60 58 56. IDADE. 54 52 50 48 46 44. Média+2*EP Média-2*EP. 42 40. Reumatologia. Neurologia. Média+EP Média-EP Média. FIGURA 1. Comparação das idades entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na Figura 2 está representada a comparação em relação ao tempo de lesão entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, pode-se observar que não houve diferença significativa no tempo de lesão entre os grupos. TEMPO DE LESÃO 60. 55. 50. Tempo de Lesão. 45. 40. 35. 30. Média+2*EP Média-2*EP. 25. 20. Reumatologia. Neurologia. Média+EP Média-EP Média. FIGURA 2 comparação do tempo de lesão entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos.

(29) Na Figura 3 está representada a comparação em relação a Escala de Beck entre o grupo de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa. BECK 20. 18. BECK. 16. 14. 12. 10. 8. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Reumatologia. Neurologia. Média. FIGURA 3 . Comparação da Escala de Beck entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na figura 4 está representada a comparação em relação à capacidade funcional entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa. CAPACIDADE FUNCIONAL 56. 50. Capacidade Funcional. 44. 38. 32. 26. 20. Média+2*EP Média-2*EP. Reumatologia. Neurologia. Média+EP Média-EP Média. FIGURA 4. Comparação da capacidade funcional entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos.

(30) Na Figura 5 está representada a comparação em relação ao aspecto físico entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa entre os grupos. ASPECTO FÍSICO 55. 50. 45. Aspecto Físico. 40. 35. 30. 25. 20 Média+2*EP Média-2*EP. 15. 10. Reumatologia. Neurologia. Média+EP Média-EP Média. FIGURA 5. Comparação dos aspectos físicos entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na Figura 6 está representada a comparação em relação à dor entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que os pacientes reumatológicos apresentam dor maior que os pacientes neurológicos. DOR 75. *. 70. 65. 60. Dor. 55. 50. 45. 40. 35. 30. Reumatologia. Neurologia. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Média. FIGURA 6. Comparação da dor entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos (* p≤ 0,05).

(31) Na figura 7 está representada a comparação em relação ao estado geral entre os grupos de pacientes reumatológios e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa no estado geral entre os grupos. ESTADO GERAL 78. 74. 70. Estado Geral. 66. 62. 58. 54. Média+2*EP Média-2*EP. 50. 46. Média+EP Média-EP Reumatologia. Neurologia. Média. FIGURA 7. Comparação do estado geral entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na Figura 8 está representada a comparação em relação à vitalidade entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que os pacientes reumatológicos possuem vitalidade menor que os pacientes neurológicos. VITALIDADE 80. *. 75. 70. Vitalidade. 65. 60. 55. 50. 45. 40. 35. Reumatologia. Neurologia. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Média. FIGURA 8. Comparação da vitalidade entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos (* p≤ 0,05).

(32) Na Figura 9 está representada a comparação em relação aos aspectos sociais entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa dos aspectos sociais entre os grupos. ASPECTO SOCIAL 85. 80. 75. Aspecto Social. 70. 65. 60. 55. Média+2*EP Média-2*EP. 50. 45. Média+EP Média-EP Reumatologia. Neurologia. Média. FIGURA 9. Comparação dos aspectos sociais entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na figura 10 está representada a comparação em relação aos aspectos emocionais entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa dos aspectos emocionais entre os grupos. ASPECTO EMCIONAL 75. 65. Aspecto Emocional. 55. 45. 35. 25. 15. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Reumatologia. Neurologia. Média. FIGURA 10. Comparação dos aspectos emocionais entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos.

(33) Na Figura 11 está representada a comparação em relação à saúde mental entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que não houve diferença significativa da saúde mental entre os grupos. SAÚDE MENTAL 86. 80. Saúde Mental. 74. 68. 62. 56. 50. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Reumatologia. Neurologia. Média. FIGURA 11. Comparação da saúde mental entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos Na Figura 12 está representada a comparação em relação à média geral do SF-36 entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos, podendo-se observar que a qualidade de vida nos pacientes reumatológicos é pior em comparação com os pacientes neurológicos. SF 36 66. * 62. 58. SF36. 54. 50. 46. 42. 38. Reumatologia. Neurologia. Média+2*EP Média-2*EP Média+EP Média-EP Média. FIGURA 12. Comparação da média geral entre os grupos de pacientes reumatológicos e neurológicos (* p≤ 0,05).

(34) 4.2. Correlação entre Escala de Beck x SF36 A correlação entre a Escala de Beck em relação aos. componentes do SF36 é. apresentada na tabela 2 e nas figuras 13 a 23. Tabela 2. Correlações (Pearson) entre as diferentes variáveis para todos os indivíduos estudados Beck r. p. Capacidade funcional. - 0,125. 0,279. Aspectos físicos. - 0,271. 0,057. Dor. - 0,261. 0,027 *. Estado Geral. - 0,688. 0,001 *. Vitalidade. - 0,522. 0,001 *. Aspectos Sociais. - 0,455. 0,001 *. Aspectos Emocionais. - 0,374. 0,006 *. Saúde mental. - 0,683. 0,001 *. Média. - 0,616. 0,001 *. Idade. 0,278. 0,086. Tempo de lesão. 0,060. 0,703. Na Figura 13 está representada a correlação entre a Escala de Beck e a capacidade funcional.(p= 0,279; r= -0,125) Correlação BECK x CAPACIDADE FUNCIONAL BECK = 15,651 - ,0429 * CAP_FUN Correlação = -,1249 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -10. 10. 30. 50. 70. 90. 110. Regressão 95% confid.. CAPACIDADE FUNCIONAL. FIGURA 13. Correlação Escala de Beck e a capacidade funcional.

(35) Na Figura 14 está representada a correlação entre a Escala de Beck e os aspectos físicos (p= 0,057 ; r= -0,271) Correlação BECK x ASPECTO FÍSICO BECK = 16,211 - ,0719 * ASP_FIS Correlação = -,2709 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -20. 0. 20. 40. 60. 80. 100. 120. Regressão 95% confid.. ASPECTO FÍSICO. FIGURA 14. Correlação entre a Escala de Beck e aspecto físico Na Figura 15 está representada a correlação entre a Escala de Beck e a dor ( p= 0,027 ; r= -0,261) Correlação BECK x DOR BECK = 19,146 - ,1003 * DOR Correlação = -,2607 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -20. 0. 20. 40. 60. 80. 100. DOR. FIGURA 15. Correlação da Escala de Beck e dor. 120. Regressão 95% confid..

(36) Na Figura 16 está representada a correlação entre a Escala de Beck e o estado geral. (p<0,001 ; r= -0,688) Correlação BECK x ESTADO GERAL BECK = 28,671 - ,2417 * EST_GERA Correlação = -,6877 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5. 0. 20. 40. 60. 80. 100. 120. Regressão 95% confid.. ESTADO GERAL. FIGURA 16. Correlação entre Escala de Beck e estado geral Na Figura 17 está representada a correlação entre a Escala de Beck e a vitalidade (p<0,001 ; r= -0,522) Correlação BECK x VITALIDADE BECK = 25,221 - ,2031 * VITAL Correlação = -,5219 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -10. 10. 30. 50. 70. 90. 110. VITALIDADE. FIGURA 17. Correlação entre Escala de Beck e vitalidade. Regressão 95% confid..

(37) Na Figura 18 está representada a correlação da Escala de Beck e o aspecto social (p<0,001; r= -0,455) Correlação BECK x ASPECTO SOCIAL BECK = 22,395 - ,1352 * ASP_SOC Correlação = -,4555 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -20. 0. 20. 40. 60. 80. 100. 120. Regressão 95% confid.. ASPECTO SOCIAL. FIGURA 18. Correlação entre Escala de Beck e aspecto social Na Figura 19 está representada a correlação entre a Escala de Beck e o aspecto emocional (p=0,006 ; r= -0,374) Correlação BECK x ASPECTO EMOCIONAL BECK = 17,381 - ,0806 * ASP_EMOC Correlação = -,3738 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -20. 0. 20. 40. 60. 80. 100. 120. Regressão 95% confid.. ASPECTO EMOCIONAL. FIGURA 19. Correlação entre Escala de Beck e aspecto emocional.

(38) Na Figura 20 está representada a correlação entre a escala de Beck e a saúde mental (p<0,001 ; r= -0,683) Correlação BECK x SAÚDE MENTAL BECK = 30,647 - ,2548 * SAU_MENT Correlação = -,6831 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5 -20. 0. 20. 40. 60. 80. 100. 120. Regressão 95% confid.. SAÚDE MENTAL. FIGURA 20 Correlação entre escala de Beck e saúde mental Na Figura 21 está representada a correlação entre a escala de Beck e a média geral do SF36 (p<0,001 ; r= -0,616) Correlação BECK x SF36 BECK = 29,342 - ,3031 * SF36 Correlação = -,6164 55. 45. BECK. 35. 25. 15. 5. -5. 0. 20. 40. 60. 80. SF36. FIGURA 21. Correlação entre escala de Beck e SF-36. 100. Regressão 95% confid..

(39) Na Figura 22 está represento a correlação da escala de Beck e a idade (p=0,086 ; r= 0,278). FIGURA 22. Correlação entre a escala de Beck e idade Na Figura 23 está representado a correlação entre a escala de Beck e o tempo de lesão (p= 0,703 ; r= -0,060). FIGURA 23. Correlação da escala de Beck e tempo de lesão.

(40) 4.3. Análise de Cluster. Diagram a de Árvore M é todo da Dis tância Euclide ana. SEXO GRUPO BECK IDADE DOR VITAL SF36 EST_GERA SAU_M ENT ASP_SOC CAP_FUN ASP_FIS ASP_EM OC T_LESAO 0. 25. 50. 75. 100. 125. 150. 175. 200. Dis tância. FIGURA 24. Diagrama de Árvore – Análise de Cluster. 225. 250. 275. 300. 325.

(41) 4.4. Análise discriminante Tabela 3. Análise de discriminante Reumatologia Neurologia p=,50877. p=,49123. IDADE. 0,29. 0,26. TEMPO LESÃO. 0,10. 0,09. BECK. 1,10. 1,17. CAPACIDADE FUNCIONAL. 0,07. 0,03. ASPECTO FÍSICO. 0,07. 0,05. DOR. 0,08. 0,12. ESTADO GERAL. 0,30. 0,24. VITALIDADE. (0,06). (0,01). ASPECTO SOCIAL. 0,01. (0,03). ASPECTO EMOCIONAL. 0,06. 0,06. SAÚDE MENTAL. 0,34. 0,35. SF36. (0,23). (0,10). (36,01). (39,09). Constant Explicação. 82,76. 89,29.

(42) 4.5. Caracterização da amostra Tabela 4. Distribuição da amostra por doença Neurologia. Reumatologia. Parkinson. 03. Fibromialgia. 16. Acidente vascular encefálico. 11. Osteoartrose. 14. Lesão Medular. 05. Artrite reumatóide. 02. Paralisia Facial. 01. Cerebelopatia. 02. Polirradiculoneurite. 01. Neurotoxoplasmose. 01. Traumatismo crânio-encefálico. 01. Doenças Neuromusculares. 04. Tabela 5. Distribuição da amostra por sexo Neurologia. Reumatologia. Homem. 15. 03. Mulher. 14. 29.

(43) 5. DISCUSSÃO De maneira geral, os resultados obtidos neste estudo sugerem uma diferença importante entre os grupos. Os pacientes reumatológicos apresentaram escores mais baixos que os pacientes neurológicos nas variáveis dor e vitalidade e na média geral. Tais resultados sugerem um nível geral de sofrimento maior, e conseqüente pior qualidade de vida, entre os pacientes reumatológicos, considerando-se que o conceito de vitalidade refere-se a sensação de desânimo, falta de energia e cansaço e a dor é quantificada quanto a sua intensidade e o quanto interfere nas atividades de vida diária do indivíduo (WOOD-DAUPHINEE, 1999), No componente saúde mental, o qual refere-se à ansiedade, depressão, descontrole emocional e bem estar psicológico (WOOD-DAUPHINEE, 1999), apesar de não ter apresentado valor significativo, os pacientes reumatológicos também demonstraram tendência a piora em relação ao grupo de pacientes neurológicos. Os outros cinco componentes analisados, apesar de não apresentarem valor significativo, os pacientes reumatológicos apresentaram score inferior ao dos pacientes neurológicos, e o único com resultado melhor para o grupo reumatológico foi o componente de capacidade funcional. As análises apresentadas na tabela 2 demonstram uma correlação importante entre o Inventário de Beck (BDI) e o SF-36 (média), sugerindo que o impacto da doença física sobre o padrão de vida do paciente possa ser mediado pela ocorrência conjunta de sintomas depressivos. Devido ao pouco embasamento científico, a discussão sobre a correlação descrita acima, sugere algumas hipóteses que podem justificar os resultados encontrados. Avaliou-se pelo questionário SF-36 o quanto a dor interferiu nas atividades de vida dos indivíduos, se a mesma o levou a diminuir suas atividades sociais. No estado geral, componente do SF-36, segundo WOOD-DAUPHINEE (1999), o próprio indivíduo avalia sua saúde, como esta é em relação a saúde dos outros, e sua expectativa em relação ao futuro comparando-a com sua situação atual. Pode-se sugerir uma correlação neste aspecto, pois GORESTEIN (1998), cita que BDI avalia no aspecto cognitivo sensação de culpa, pessimismo, desesperança ou perda de interesse. No componente vitalidade, avalia-se o quanto o indivíduo tem de energia e fadiga (WOOD-DAUPHINEE,1999) enquanto que o BDI avalia alteração do sono, fadiga e perda do libido (GORESTEIN,1998). No aspecto social, avalia-se freqüência e participação do indivíduo em diferentes atividades, e o quanto sua participação foi afetada devido aos seus problemas de.

(44) saúde (WOOD-DAUPHINEE,1999). No BDI observa-se isolamento, retração social, diminuição do desempenho em tarefas (GORESTEIN,1998). Segundo WOOD-DAUPHINEE (1999), no aspecto emocional, o SF-36 avalia se o indivíduo diminuiu suas atividades cotidianas por conseqüência de algum problema emocional. Enquanto que o BDI, avalia perda de interesse e isolamento. No componente saúde mental, avalia-se como o indivíduo se sente (nervoso, deprimido, calmo, tranqüilo, desanimado, feliz) nas últimas quatro semanas (WOOD-DAUPHINEE,1999), e o BDI avalia o quanto o indivíduo se sente triste, freqüêcia de choro, sua irritabilidade, alteração de humor, idéias suicidas e sensação de culpa (GORESTEIN,1998). A figura 21 demonstra uma correlação negativa entre o BDI e a média geral do SF-36, ou seja, entre a qualidade de vida dos indivíduos analisados e os sintomas depressivos, a qual significa que quanto maior o score de Beck, pior o grau de depressão no indivíduo e quanto menor o score do SF-36, pior a qualidade de vida. Neste estudo, dentre os 32 pacientes reumatológicos avaliados cujas doenças foram fibromialgia, osteoartrose e artrite reumatóide, 24 apresentaram depressão em diferentes níveis. Houve uma incidência grande de depressão no grupo de fibromialgia. Apenas um dos 16 indivíduos com fibromialgia, não apresentaram sintomas de depressão, dez apresentaram depressão leve a moderada e cinco de moderada a grave. O único indivíduo que não apresentou depressão, é do sexo masculino, portanto, todas as mulheres fibromiálgicas participantes deste estudo, apresentam depressão em diferentes graus. Segundo POLLAK, 1999; HAUN et al., 2001, a fibromialgia é uma síndrome dolorosa de etiologia desconhecida caracterizada por dores musculares difusas, fadiga crônica e sono não restaurador. Estas dores geralmente estão associadas a outros sintomas como rigidez, síndrome do intestino irritado, dores de cabeça, edema, angústia psicológica, inquietude, doenças gastrointestinais, mialgia, artralgia, distúrbios cognitivos e parestesias). Como a causa ainda é desconhecida, torna-se complicado diferenciar os sintomas do fator desencadeador do quadro clínico. Fadiga, estresse e distúrbios do sono são comuns, porém, é ainda acompanhada de ansiedade, depressão e intolerância a atividades físicas. A sintomatologia da doença envolve os sistemas músculo-esquelético, neuroendócrino e psicológico, pois o estímulo doloroso ativa o sistema nervoso simpático e o eixo hipotálamo-hipófise-suprarenal, que é responsável pelo estresse, o qual está intimamente relacionado a dimensão afetivo-emocional da.

Referências

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