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Inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas aulas de Educação Física, no ponto de vista dos alunos: estudo de caso

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MÁRCIA ALEXANDRA FERREIRA LOPES

Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas

Especiais nas aulas de Educação Fisica, no ponto de

vista dos Alunos: Estudo de caso

Documento Provisório

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

Vila Real, Junho 2014

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

MÁRCIA ALEXANDRA FERREIRA LOPES

Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas

Especiais nas aulas de Educação Física, no ponto de vista

dos Alunos: Estudo de caso

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Inclusão de Alunos com Necessidades

Educativas Especiais nas aulas de Educação

Física, no ponto de vista dos Alunos: Estudo

de caso

MÁRCIA ALEXANDRA FERREIRA LOPES

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

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MÁRCIA ALEXANDRA FERREIRA LOPES

Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas

Especiais nas aulas de Educação Fisica, no ponto

de vista dos Alunos: Estudo de caso

Relatório de estágio apresentado à UTAD, no DEP –ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Nuno Garrido e da Dra. Paula Liberal.

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Documento rovisório

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Orientadores:

Nuno Garrido

Paula A. S. Machado Guerra Liberal

Pedagogia

“ Brinca enquanto souberes ! Tudo o que é bom e belo

Se desaprende… A perdição. Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz !

Brinca instintivamente Como um bicho ! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás-de ser !”

[Miguel Torga]

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Agradecimentos

Ao finalizar este trabalho quero agradecer profundamente a todos aqueles que contribuíram para a sua realização, por todo o apoio, carinho, colaboração e auxílio.

Em primeiro lugar, a minha eterna gratidão aos meus pais e irmãos, que estão sempre ao meu lado em todos os momentos e jamais me deixarão de apoiar e dar coragem para alcançar os meus objetivos.

Ao meu namorado, por todo o apoio, colaboração e compreensão que me deu para que atingisse a meta a que me propus.

À Professora Paula Liberal, orientadora de Escola, por toda a sua disponibilidade e apoio pelos ensinamentos, sugestões, cooperação e disponibilidade durante todo o ano letivo de orientação do estágio, que em muito contribuiu para a profissional em que me tornei. Ao professor Doutor Nuno Garrido pela ajuda que nos disponibilizou.

Aos meus colegas de estágio, Márcio e Diana pela partilha de ideias e conhecimentos, pelo incentivo e companhia neste ano letivo.

Aos meus amigos, que me apoiaram e incentivaram durante esta etapa da minha vida.

E a todos os que de algum modo me apoiaram na realização deste relatório. A todos o meu Sincero OBRIGADO.

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Índice

Índice de Gráficos ... vii

Índice de Tabelas ... viii

Índice de Abreviaturas ... ix

INTRODUÇÃO ... 10

Capítulo 1 ... 13

1. Relatório de estágio ... 14

1.1. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem ... 15

Unidades didáticas ... 15

1.1.1. Planos de Aula ... 17

1.1.2. Pratica Pedagógica – Aulas ... 19

1.1.3. Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) ... 23

1.1.4. Prática de ensino supervisionada ... 25

1.1.5. Balanço Critico-Refletivo ... 26

1.1.6. 1.2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio ... 27

Estudo de Turma ... 27

1.2.1. Atividades na Escola ... 30

1.2.2. 1.3. Tarefas de Estágio de extensão à Comunidade ... 31

1.4. Reflexão ... 34

Capítulo 2 ... 36

2. Estudo Desenvolvido ... 37

2.1. Enquadramento teórico ... 37

Necessidades Educativas especiais (NEE) ... 38

2.1.1. Inclusão ... 42

2.1.2. Caracterização do meio escolar ... 47

2.1.3. Importância da EF para os alunos com NEE ... 50

2.1.4. Relação Aluno com Aluno com NEE ... 52

2.1.5. 2.2. Metodologia ... 54 Amostra ... 54 2.2.1. Instrumentos ... 54 2.2.2. Procedimentos ... 54 2.2.3. Tratamento de dados ... 54 2.2.4. 2.3. Apresentação e discussão dos resultados ... 55

3. Considerações finais ... 68

4. Limitações e Propostas Futuras ... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 71

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vii

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Dados referentes à questão sobre se os alunos conversam com os alunos com NEE. ... 56 Gráfico 2- Dados referentes à questão sobre se os alunos costumam brincar com os alunos

com NEE no recreio. ... 56 Gráfico 3- Dados referentes à questão sobre os alunos gostas da companhia dos alunos com

NEE. ... 57 Gráfico 4- Dados referentes à questão sobre os alunos com NEE são colocados de parte na escola. ... 57 Gráfico 5- Dados referentes à questão sobre se numa situaçao de conflito é importante

defender os colegas com NEE. ... 58 Gráfico 6- Dados referentes à questão sobre a participação dos alunos com NEE nas

atividades desenvolvidad na escola. ... 59 Gráfico 7- Dados referentes à questão sobre se os alunos aceitariam os alunos com NEE

inseridos nos grupos de competição. ... 59 Gráfico 8- Dados referentes à questão sobre os alunos com NEE acompanham com

facilidade os exercícios nas aulas de EF. ... 60 Gráfico 9- Dados referentes à questão sobre se os alunos com NEE deveriam ter aulas EF

só para eles e adaptadas às suas necessidades. ... 61 Gráfico 10- Dados referentes à afirmação sobre se na escola, os alunos com NEE são bem tratados pelos outros colegas. ... 62 Gráfico 11- Dados referentes à afirmação sobre os alunos com NEE não devem frequentar

uma escola com outros alunos como eu. ... 62 Gráfico 12- Dados referentes à afirmação sobre os alunos gostam de ajudar os colegas

com NEE, nas tarefas da aula. ... 63 Gráfico 13- Dados referentes à afirmação sobre se na turma, os alunos com NEE não se

sentem bem na aula. ... 63 Gráfico 14- Dados referentes à afirmação sobre os alunos com NEE gostam de brincar com

os outros colegas como eu. ... 64 Gráfico 15- Dados referentes à Afirmação sobre se os alunos com NEE não são bem

aceites no recreio escolar. ... 64 Gráfico 16- Dados referentes à Afirmação sobre se as atividades que os professores

realizam nas aulas de Educação Física são apropriadas para os alunos com NEE. ... 65 Gráfico 17- Dados referentes à afirmação sobre se os alunos com NEE têm

comportamentos negativos que perturbam as aulas. ... 66 Gráfico 18- Dados referentes à afirmação sobre se quando o aluno brinca ou trabalha com colegas com NEE e eles não me compreendem, fico triste. ... 66 Gráfico 19- Dados referentes à afirmação sobre se o sentimento desenvolvido pelos

alunos quando, nas aulas de educação física, um aluno com NEE fica no meu grupo e nem sempre ele executa bem o exercício. ... 67

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Média de idades da amostra. ... 55 Tabela 2- Caraterização da amostra referente ao género. ... 55

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ix

ÍNDICE DE ABREVIATURAS

EF Educação Física

NEE Necessidades Educativas Especiais PA Plano de Aula

PES Prática de Ensino Supervisionada UD Unidade Didática

TEIP Territórios Educativos de intervenção Prioritário DA Dificuldades de Aprendizagem

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INTRODUÇÃO

O presente Relatório de Estágio é o culminar de um Estágio Pedagógico realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no ano letivo de 2013/2014.

Este estágio realizou-se na Escola EB 2,3 Diogo Cão – Vila Real, sob total responsabilidade de duas turmas de 3.º ciclo, uma de 7.º ano e a outra de 9.º ano. Iniciou-se após o começo do ano letivo e o seu término registou-se a 12 de junho, data da última aula oficial.

O referido estágio decorreu, sob a orientação da Professora Paula Liberal. O núcleo de estágio pertencente a esta escola era constituído por mais dois elementos: Diana Oliveira e Márcio Ribeiro, contando com a supervisão do Professor Doutor Nuno Garrido, da UTAD.

O Estágio Pedagógico surge como um momento fundamental em todo o processo de formação, proporcionando o contacto direto com uma nova realidade de ensino, procurando desenvolver competências práticas de forma otimizada, nunca perdendo de vista todo o conhecimento e formação académica obtidos em anos anteriores.

Assim o relatório encontra-se estruturado em dois grandes capítulos, ao longo dos quais, no primeiro, se encontra um documento narrativo com uma descrição cuidada sobre os métodos e as técnicas de trabalho utilizados na realização de todas as tarefas inerentes ao Estágio e, a partir delas, refletir-se sobre os resultados obtidos. Procura-se descrever, analisar e divulgar as informações, as formas de planeamento, realização e avaliação das atividades letivas, curriculares e as relacionadas com a comunidade, bem como os problemas e processos de resolução dos mesmos surgidos no decorrer do Estágio.

No segundo capítulo, apresenta-se o estudo realizado na escola para a realização da ação de informação na escola, fruto de uma investigação aos alunos da escola com o intuito de conhecer e apresentar a realidade do meio escolar bem como sensibilizar e propor algumas medidas.

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11 Espectativas ao Estágio

Dos relatos e histórias narradas por colegas estagiários de anos anteriores, iniciei o ano letivo de 2013/2014 com a ideia de que o Estágio Pedagógico se caracterizava por um ano de trabalho árduo, ao mesmo tempo, com consciência de que seria uma das etapas mais marcantes da minha formação, quer a nível académico, quer a nível pessoal.

Aquela sensação do desconhecido, do não saber o que iria encontrar verdadeiramente, provocou-me alguns nervos e ansiedade. O medo que muitos dos professores estagiários sentem ao iniciar o estágio advém da ideia das turmas dos bons e dos maus alunos, que iria certamente influenciar o lecionar das aulas devido ao seu comportamento ou à inexperiência de saber controlar a turma. Em relação a este aspeto não senti medo, encarei-o sim como um desafio, pois já tinha alguma experiencia em lidar com jovens de várias idades em campos de férias de verão.

Portanto, as expectativas que possuía em relação ao estágio pedagógico foram aumentando à medida que se aproximava o início.

Relativamente à Escola, e pelos comentários positivos que sempre ouvi, esperava ser recebida de forma simpática e hospitaleira.

Finalmente, dos orientadores da Escola e da Universidade esperava, não só exigência e disponibilidade, mas também a transmissão de toda a sua experiência e conhecimentos, de forma a poder adotar sempre as estratégias mais corretas, indo de encontro aos objetivos do Estágio Pedagógico.

Em relação à minha postura e desempenho, esperava estar à altura de corresponder às expectativas que criei: ser um estagiário responsável e competente, transmitindo aos alunos, de forma coerente e segura, não só os conteúdos importantes para a sua formação escolar, mas também um conjunto de valores que possibilitassem a formação de cidadãos responsáveis.

“Ser professor” requer ter conhecimentos académicos e pedagógicos, mas também é importante ter competências pessoais e sociais. Desta forma, a responsabilidade de “ser professor” intimidava-me mas, em simultâneo, aliciava-me o facto de poder contribuir para a formação dos jovens, de poder em certa parte conviver com eles e transmitir-lhes algo diferente.

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Assim com o estágio, espero vir a crescer! Crescer a nível profissional e pessoal e, com a certeza de que, este será um dos anos mais marcantes da minha vida, onde poderei colocar em prática todo o conhecimento adquirido durante a minha formação académica e poderei aperfeiçoar as minhas competências como professora, desejando num futuro próximo poder lecionar.

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CAPÍTULO

1

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1. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O Relatório final de Estágio tem como objetivo descrever e refletir a atividade enquanto professora estagiária, durante todo este ano letivo.

Este Estágio Pedagógico torna-se determinante no processo de evolução e formação de qualquer aluno finalista, marcando a passagem do estatuto de aluno ao de professor mas, mais do que isso, confere a possibilidade de nos tornarmos verdadeiramente profissionais na nossa área de atuação, de uma forma progressiva e acompanhada.

O Estágio Pedagógico contempla um conjunto de tarefas, que proporcionam a organização e estruturação do processo de ensino – aprendizagem, possibilitando aos estagiários a tomada de consciência da necessária adequação dos processos de adaptação dos alunos, para que se possa atuar de forma individualizada com os mesmos. Este capítulo 1, possui uma descrição cuidada sobre os métodos e as técnicas de trabalho utilizados na realização de todas as tarefas inerentes ao Estágio e, a partir delas, refletir-se sobre os resultados obtidos. Procura-se descrever, analisar e divulgar as informações, as formas de planeamento, realização e avaliação das atividades letivas, curriculares e as relacionadas com a comunidade, bem como os problemas e processos de resolução dos mesmos surgidos no decorrer do Estágio.

Este documento foi encarado, tal como o Estágio Pedagógico, como ponto de partida para uma futura integração no mercado de trabalho na área de docência da Educação Física (EF), constando no mesmo todos os conhecimentos e aprendizagens que possam ser úteis num futuro próximo.

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1.1. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

Unidades didáticas

1.1.1.

No ensino, deve-se traçar um plano global, integral e realista da intervenção educativa para um amplo intervalo de tempo. Assim, todo este processo é realizado a partir da realização de vários tipos de documentação que servirá de apoio a todo o decurso pedagógico ao longo da efetivação da atividade letiva.

“Ao planificar, o professor prepara a sua prática e toma decisões, atribuindo um sentido ao processo, na sua organização, objetivos e metas a atingir”, Vaz (2011).

Assim, surge a necessidade de realizar o planeamento de todo o ano letivo, isto é, das unidades didáticas a lecionar.

O planeamento é um dos trabalhos mais exigentes do Estágio, na medida em que a essência do ensino não permite que as ações pedagógicas sejam planeadas isoladamente, de aula para aula, partindo de fragmentos de processos de formação de capacidades e habilidades, processos de aquisição de conhecimentos, processos de educação e de desenvolvimento da personalidade dos alunos.

No planeamento é necessário considerar vários aspetos: os recursos materiais disponíveis, os objetivos a cumprir (nível psicomotor, cognitivo, psicossociais e condição física), as estratégias de ensino, as tarefas a realizar, os conteúdos que, por vezes, têm de ser ajustados às necessidades e diversidade dos alunos.

“As unidades temáticas ou didáticas, ou ainda de matéria, são partes essenciais do programa de uma disciplina. Constituem unidades fundamentais e integrais do processo pedagógico e apresentam aos professores e alunos etapas claras e bem distintas de ensino e aprendizagem.”, Bento (2003).

Apesar de no início do ano letivo não ter sido fácil planear tendo em conta tantos e variados aspetos, com a ajuda da professora orientadora da escola o processo foi-se tornando mais fácil, uma vez que as nossas próprias respostas aos problemas começaram a surgir de uma forma mais natural e rápida, com as reuniões de grupo com a orientadora.

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As Unidades Didáticas (UD) foram todas planeadas segundo uma estrutura lógica e contínua, sendo realizadas antes da lecionação de cada unidade de ensino, conhecidas previamente no início do ano letivo. Para que fosse possível repartir as aulas

pelas diferentes UD, foi necessário proceder-se à calendarização do ano letivo. Assim, houve uma atenção especial à carga horária anual para, posteriormente, se proceder à distribuição das UD a lecionar pelos diferentes períodos letivos.

A estruturação dos conteúdos foi elaborada segundo uma perspetiva de aquisição, evolução e dos conhecimentos graduais dos alunos, procurando o aperfeiçoamento e consolidação dos conteúdos dados anteriormente (Aranha, 2005).

Segundo o cumprimento do documento “uniformização dos critérios”, as unidades eram entregues assim como a estruturação dos conteúdos referentes a cada modalidade, bem como no final de cada UD, esta era entregue à professora orientadora.

Um fator importante que tive em conta em todo este processo foi o “roulement” das instalações. No sistema de rotação das instalações, as turmas desta escola circulam pelos 4 espaços disponíveis, sendo estes os espaços do pavilhão, que na maioria das vezes era dividido, o ginásio e os dois campos exteriores, onde a planificação anual em algumas circunstâncias teve de sofrer algumas alterações, muitas das vezes devido às condições meteorológicas.

A Escola possui boas instalações físicas e materiais para a prática destas modalidades: campos de basquetebol, futebol, andebol, voleibol, equipamento para a ginástica de solo e de aparelhos e campo exterior (que permite abordar as modalidades de futebol, andebol e basquetebol).

No início de cada UD, na 1.ª aula foi realizada a avaliação diagnóstica referente à modalidade a lecionar, com o intuito de ter uma noção do nível em que as turmas se encontravam e, desta forma, se necessário reajustar a estruturação dos conteúdos realizada.

Cada UD criada, continha as fichas de registo dos domínios Psicomotor, Cognitivo e Sócio afetivo, para deste modo se poder obter as informações necessárias à avaliação dos níveis de capacidades e comportamentos dos alunos. Portanto, no final de cada aula, realizava o preenchimento deliberado de cada um dos domínios acima

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descritos para cada aluno. No fim de cada UD, com todos os registos efetuados, tornou-se mais fácil e, de uma forma mais organizada, atribuir uma nota a cada aluno. Este registo foi realizado no Microsoft Office Excel, com fórmulas referentes às percentagens atribuídas a cada domínio.

Com o decorrer do estágio pedagógico, fui alterando algumas rotinas, nomeadamente o registo das presenças que passou a ser realizado no fim da aula, de forma a aumentar o tempo útil da mesma. O registo dos restantes domínios era efetuado, igualmente, no final da aula, fazendo um balanço da aula alusivo às atitudes, comportamentos e empenho dos alunos, referentes aos objetivos específicos preconizados para a aula.

Na primeira UD, senti algumas dificuldades na sua realização mas, com a orientação do orientador da escola, o processo tornou-se mais coerente. A realização das UD seguintes, tornou-se mais fácil, apenas estrategicamente realizava as alterações de acordo com a modalidade.

Planos de Aula

1.1.2.

Os planos de aula (PA) são os documentos a que o professor investe mais tempo e atenção, sendo na minha opinião, o instrumento que mais pode contribuir para o sucesso do processo de ensino aprendizagem.

A realização dos planos de aula, foi adotada de acordo com o modelo que sempre segui no meu percurso académico, tornando-se esta tarefa mais fácil, não ocorrendo qualquer tipo de dificuldades.

Seguindo, assim, todos os meus planos de aula pelo modelo, cada um era previamente realizado antes de cada aula, contendo de forma específica os objetivos e processos a adotar na aula, recorrendo sempre aos definidos na UD. A sua construção continha objetivos gerais para a aula, objetivos específicos comportamentais dos alunos, conteúdos a trabalhar, organização didático-metodológica, tempo de cada exercício, esquema/imagens da organização da aula e os seus critérios de êxito.

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No entanto, como referido várias vezes pelo professor orientador, um plano de aula é um conjunto de intenções que pode ser alterado de acordo com as circunstâncias encontradas, tendo em conta o caráter imprevisível de cada aula.

Uma das qualidades que um professor de EF deve possuir é a capacidade de análise e reflexão das situações de aula e, se necessário, uma rápida adaptação da organização/tarefa a essas mesmas situações imprevisíveis do momento. Convém que essas mesmas modificações do plano de aula não se desviem do objetivo proposto inicialmente.

O plano de aula serviu em bastantes ocasiões como auxilio na minha atuação, permitindo-me, assim, retificar alguns tempos e critérios de êxito, no sentido da aula seguir uma certa concordância com o que foi previamente planeado no PA.

Como a primeira UD a lecionar foi a de futsal, de um modo geral, não foi difícil para mim selecionar e estruturar os exercícios, pois dominava perfeitamente a modalidade, por a ter praticado vários anos. Senti mais dificuldades, por vezes, em adaptar e pensar não só na turma em geral, mas em alguns casos específicos como se os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) conseguiriam atingir o pretendido.

A avaliação diagnóstica foi uma peça fundamental para a preparação dos PA, pois só assim tive a real noção das dificuldades dos alunos e qual o nível que deveria exigir à turma. Como as duas turmas que fiquei responsável eram de anos diferentes (7.º ano e 9.ºano) as dificuldades sentidas nas várias UD, foram devido à grande heterogeneidade dos alunos de cada turma, onde tive que, em alguns casos específicos, realizar exercícios com bastantes progressões de forma a sucumbir as dificuldades e limitações de todos os alunos em geral.

Inicialmente com a preparação das aulas, outra das dificuldades sentidas, foi a atribuição dos tempos para os exercícios, assim como para as transições, organizações e instruções da aula. Mas, com o passar do tempo e com o domínio do controlo da turma, fui atribuindo de forma clara e mais ajustada o tempo de cada tarefa. No seguimento desta ideia, a concordância das aulas com o plano previamente planeado foi sendo cada vez melhor e real.

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Pratica Pedagógica – Aulas

1.1.3.

Depois de toda uma preparação e planeamento da primeira UD por mim a lecionar, chegou a hora de aplicar todo o trabalho. A adaptação às turmas que fiquei responsável foi feita de uma forma natural.

Como a primeira UD foi lecionada pela Professora Orientadora, foi muito benéfico para mim, pois tive o contacto suficiente para conhecer os alunos, começando por criar ligações, permitindo decorar os nomes e ir criando uma ideia da turma em geral, do comportamento e das suas competências, ajudando-me, assim, a ir pensando em estratégias a adotar.

Ainda me lembro como se fosse hoje! A minha primeira aula a lecionar foi ao 9.ºC e, como estava preocupada com o que poderia daí surgir, adotei uma postura de respeito mútuo de forma a que houvesse uma adaptação com a mudança de professor, dando continuidade às regras estabelecidas pela professora orientadora e estabelecendo logo desde início novas regras por mim preconizadas e adaptadas à modalidade a lecionar, garantindo, assim, o bom funcionamento da aula e a segurança dos alunos, proporcionando um clima saudável no qual os alunos gostassem de permanecer.

Desde o início fui criando rotinas nas turmas, como por exemplo em cada transição e instrução de um exercício, ao som do apito, os alunos reuniam no centro do campo.

A postura que adotei perante as duas turmas foi sempre justa e exigente, adequando sempre cada situação às características da turma e, em particular, a cada aluno. As minhas intervenções foram sempre no sentido de uma melhoria constante, tanto a nível motor com a nível de comportamentos e de aquisição de valores, utilizando um vocabulário acessível e de fácil entendimento, fazendo com que os alunos se sentissem motivados, confiantes e, desta forma, promover a autonomia e a responsabilidade de cada um.

Nas instruções de cada aula, a minha maior preocupação constante foi a de transmitir aos alunos a informação de forma sucinta e objetiva. No início com a preocupação de cumprir com os tempos estabelecidos e de a turma ainda não estar totalmente dominada, nem sempre foi fácil mas, com o decorrer do estágio pedagógico,

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consegui realizar boas instruções, focando os aspetos mais importantes preconizados para cada aula. Um dos dados que me indicava se a aula tinha corrido bem e se os alunos tinham assimilado os conteúdos era através do questionário realizado à turma no final da aula.

Utilizar diferentes estratégias de intervenção, continuamente foi outra das minhas prioridades, explicando oralmente o exercício ou mesmo o gesto técnico e, posteriormente, exemplificar com a ajuda dos alunos, levando a uma melhor compreensão. Com o tempo, as instruções tornaram-se mais objetivas levando, gradualmente, a um maior tempo de atividade motora efetiva. Como estratégia para motivar os alunos optei sempre no decorrer de cada UD desenvolver aquecimentos diversificados. Isto é, selecionava jogos lúdicos muita das vezes ligados à modalidade, aquecimentos mais específicos e, em alguns casos, mais de condição física. A realização desta diversidade de exercícios permitiu, consequentemente, um aumento motivacional para a prática das aulas, favorecendo o processo de ensino aprendizagem dos alunos.

Durante toda esta prática pedagógica, fui em cada situação da aula desenvolvendo os vários tipos de feedbacks, evoluindo, assim, tanto na frequência como na pertinência.

Em relação à organização dos grupos, inicialmente com a turma do 7.º ano, senti algumas dificuldades, pois não conhecia os alunos ao nível das suas aptidões no domínio dos jogos desportivos coletivos, visto que a UD a lecionar pela orientadora da escola foi de atletismo. Como estratégia de resolver esta minha dificuldade, na aula de avaliação diagnóstica, optei por realizar grupos homogéneos e heterogéneos, chegando mesmo a pedir aos alunos para se organizarem, visto que não os conhecia ainda bem, para perceber qual a melhor forma de adotar na turma.

Portanto, como refere Costa (1995), a formação de grupos de alunos pode tornar-se um processo complexo que influenciará, positiva ou negativamente, não só a aula de EF, como também a relação entre os alunos. Para que tal não aconteça negativamente, o professor deve conhecer os seus alunos ao nível físico, psicológico e social e adotar diferentes estratégias na formação de grupos de trabalho, consoante as características dos alunos e os objetivos das atividades a realizar em grupo.

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Posto isto, concluí que o nível da turma era muito dispare, optando na maioria das situações por separar as raparigas dos rapazes, devido ao diferente nível de aptidão física, não deixando de lado a conjugação de ambos os grupos em alguns exercícios.

Em relação ao controlo geral da turma, tentei sempre que possível e em função do espaço em que a aula estava a decorrer, posicionar, estrategicamente, os alunos em forma de meia-lua, de costas para eventuais situações de distração e de frente para mim, sempre que possível nos espaços exteriores de costas para o sol, permitindo, assim, um maior controlo da turma, minimizar comportamentos desviantes e desconcentração.

Como estratégia de aumentar o tempo de atividade motora, sempre que possível, a montagem do material para a aula era executada enquanto os alunos se equipavam. Consequentemente, a recolha do material, na mudança de exercício ficava a cargo dos alunos que não realizavam aula prática, sempre com o meu auxílio e supervisão. Ainda nesta linha de pensamento, por exemplo na UD de basquetebol, sempre que possível, distribuí os alunos pelas várias tabelas de basquetebol, de forma a aumentar o tempo de atividade motora, diminuindo, consequentemente, o tempo de espera.

A modalidade de ginástica, foi das UD onde verifiquei um aumento gradual dos alunos utilizando exercícios em estações, de forma a maximizar o tempo de empenho motor dos alunos e tornando a minha presença e intervenção facilitada.

Para motivar ainda mais os alunos para a prática das várias modalidades, recorri à utilização de vídeos didáticos realizados pelo grupo de estágio, com objetivo de apresentar/expor e transmitir aos alunos, de forma mais apelativa, com temas referentes à modalidade a lecionar, como por exemplo a sua história, principais regras, arbitragem e exemplificação de alguns gestos técnicos mais complexos através de imagens. Por outro lado, os documentos de apoio, que desenvolvi e facultei aos alunos, sendo elaborados com o objetivo de servir de apoio ao estudo e preparação para os testes de avaliação relativos à avaliação do domínio cognitivo da disciplina, realizados numa das últimas aulas do 2.º período. Esta estratégia foi aplicada nos 1.º e 2.º períodos, em todas as UD lecionadas durante o Estágio Pedagógico nas duas turmas em que lecionei EF.

Como estratégia de uma melhor aprendizagem dos alunos, planeei exercícios analíticos com mais incisão no 7.º ano, onde é importante eles adquirirem da melhor

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forma a execução correta dos gestos técnicos e, posteriormente, aplicá-los em situações reduzidas de jogo. Já no 9.º ano, abordei situações analíticas de forma a consolidarem melhor os conteúdos mas, neste caso, dei mais ênfase a situações de jogo reduzido e condicionado.

Com a aquisição e assimilação dos conteúdos, nas duas turmas, fui inserindo exercícios de jogo reduzido e condicionado, sendo permitido apenas a execução de alguns gestos técnicos, dependendo do objetivo da aula a atingir. O principal objetivo deste tipo de exercícios adotados, foi enfatizar os princípios táticos e técnicos de jogo, exercendo os gestos técnicos, melhorando a aprendizagem dos alunos. Com as situações de jogos reduzidos, consegui ter os alunos em maior atividade motora, dando mais oportunidades aos alunos com mais dificuldades a terem um papel mais ativo no jogo. Sempre que possível e tendo o espaço disponível, optei por realizar jogo formal, como fator motivador dos alunos para a prática e com o objetivo de consolidação e aplicação de todos os conteúdos. Através do jogo formal pude observar a evolução real dos alunos e se as estratégias de ensino e aprendizagem foram eficazes.

Inicialmente, foi difícil controlar todos os comportamentos desviantes que, por vezes, os alunos da turma do 7.º ano adotavam. Tive aulas em que perdi bastante tempo nas transições dos exercícios, pois a turma não se mantinha concentrada e qualquer coisa era motivo de brincadeira ou discussão entre eles. Como estratégia de resolução destes pequenos problemas relembrava aos alunos de que estavam a ser avaliados em todos os aspetos e no final da aula iria fazer questões sobre o objetivo específico da aula.

O nível de competição da turma inicialmente não era saudável, provocando algumas confusões e desmotivação dos alunos com mais dificuldades. Como refere Júnior (2009), a competição exagerada pode seguir uma ordem natural de afastamento e rejeição de alunos que têm maiores dificuldades para realizar as atividades. Desta forma, como estratégia, optei por fazer eu as equipas, independentemente se eles concordavam ou não. Com o tempo e com a melhoria dos alunos fui deixando que estes fizessem as equipas.

A minha relação com os alunos foi sempre baseada numa comunicação aberta, onde existiu confiança mútua, sempre com o maior respeito. Houve um clima de aula

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agradável, em que estes não tinham receios em expor as suas dúvidas, opiniões ou outros assuntos em que eu pudesse ser útil.

A confiança, na minha opinião é a base para um bom ambiente na aula e para o sucesso, porém na relação professor/aluno deve existir sempre uma “barreira” que provoque um certo distanciamento para que não haja excesso de confiança e, com isso, surjam comportamentos indesejados relacionados com a falta de respeito ou falta de aplicação nas aulas. No meu caso, apesar de eu ser jovem, nunca houve quem transpusesse essa barreira de confiança.

Durante o ano letivo, de uma forma geral, todos se empenharam na realização das aulas e não só no momento da avaliação sumativa, como acontece em alguns casos. Foi notória a evolução por parte de todos os alunos em todas as modalidades.

Para nós professores é recompensante verificar essa mesma evolução, principalmente em alunos que inicialmente tinham muita dificuldade na realização dos conteúdos e no final da UD já eram capazes de executar de forma, razoavelmente, correta determinados exercícios com algum grau de dificuldade. Como é natural, as classificações obtidas pelos alunos à disciplina foram bastante satisfatórias.

Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)

1.1.4.

Em relação a esta temática, nas duas turmas a meu cargo, tinham alunos com NEE, dos quais os casos que dou mais destaque são, uma aluna com Síndrome de Down e um aluno com Paralisia Cerebral. Ao saber que iria ter de dar aulas a estes alunos, senti um grande desafio para arranjar estratégias de forma a integrar e motivar os alunos nas aulas de EF.

Além destes alunos terem este tipo de NEE, é de valorizar a autonomia que estes têm, comparando com casos idênticos existentes na escola. Ambos os alunos demonstraram-se a cada aula empenhados nas tarefas que lhes era solicitado, tendo sempre o apoio e o carinho de todos os colegas da turma.

Na minha formação académica, tive a preparação e conhecimento necessária para trabalhar com alunos com este perfil, mas não em conjunto com outros alunos

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numa turma regular, o que por si só influência em muito o apoio efetivo que o professor tem disponível para dar aos alunos.

Como a escola está inserida no programa TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), em que consoante as necessidades territoriais da cidade a nível da população estudantil, assim a escola adota as várias medidas a implementar, em relação à inclusão de todos os alunos, independentemente das suas necessidades e dificuldades, garantindo assim o direito à escolarização.

O núcleo de estágio teve bastantes conversas sobre este desafio, trocando ideias e estratégias de manter sempre o máximo possível os alunos com NEE inseridos nas atividades das aulas. Assim, e como vai ser desenvolvido no capítulo seguinte, achamos importante desenvolver um estudo para averiguar a opinião dos pais, alunos e professores de EF sobre a inclusão dos alunos com NEE nas aulas de EF. Pois o que acontece, a meu ver, na realidade é que na maior parte dos casos os alunos são inseridos nas turmas, mas na realidade não há uma efetiva inclusão.

Como os alunos com NEE permanentes, só frequentam as aulas de EF em conjunto com os restantes alunos da turma, o apoio que o professor consegue dar aos alunos, não é o desejado e necessário. A disciplina de EF tem, efetivamente, um contexto diferente do que as outras disciplinas em salas de aulas. Quer isto dizer que, nas aulas de EF, o professor tem de ter a capacidade de conseguir controlar a turma, o que a rodeia, garantindo sempre um bom funcionamento das aulas com o cumprimento adequado de regras e acrescentando a isto o apoio à aprendizagem dos alunos.

Assim, perante esta realidade por mim sentida, em todas as aulas, tentei sempre ao máximo apoiar os alunos com NEE, destacando a motivação que o aluno com paralisia cerebral sempre teve em todas as aulas, o que já não aconteceu com o aluno com Síndrome de Down que, por vezes, só realizava as atividades se tivesse a minha presença efetiva. Em todas as aulas falava com os alunos com o objetivo de criar uma certa efetividade entre nós, motivando-os e dando sempre reforços positivos, aumentando nitidamente a confiança dos alunos, na realização dos exercícios.

A UD em que os alunos demonstraram mais dificuldades foi, especificamente, a modalidade de voleibol, em que neste caso optei por realizar exercícios com um grau de

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25

dificuldade diminuído, garantindo apenas que estes conseguissem manter entre os dois a bola no ar.

Por vezes, tornou-se muito difícil dirigir as aulas controlando 15 alunos e dando o apoio aos alunos com NEE que necessitavam realmente. Para solucionar este problema e, a meu ver, é importante que estes alunos estejam incluídos nas turmas, pois como refere Mendes (2002) “o princípio básico da educação inclusiva implica na

possibilidade de que todas as crianças aprendam juntas, independentemente de suas dificuldades ou diferenças. As escolas devem reconhecer e responder às diversas necessidades dos alunos, acomodando tanto estilos como ritmos de aprendizagem, assim assegurando um ensino de qualidade a todos” mas, por outro lado, para que o

processo de ensino aprendizagem fosse realmente efetivo com estes alunos o professor de EF deveria ter o apoio de outro profissional.

Prática de ensino supervisionada

1.1.5.

Como já tinha referido anteriormente, através do leccionamento da primeira unidade didática pela Professora Orientadora, foi assim possível realizar os vinte relatórios das observações à Orientadora, apenas efetuando o registo da gestão do tempo de aula e das estratégias utilizadas, sem aplicar classificação ou mesmo juízo de valor.

Para mim, a prática de ensino supervisionada (PES) foi imprescindível para o Estágio Pedagógico, não só, por nos ter ajudado a conhecer melhor os alunos, mas também para podermos refletir qual o processo ensino-aprendizagem a adotar nas turmas, como o tipo de organização, as estratégias de ensino, os exercícios aplicados, as formas de demonstração, etc.

Com o início da segunda UD referente à modalidade de futsal, lecionada por mim, comecei a realizar as observações aos meus colegas, opção por nós deliberada em conjunto com a professora orientadora da escola. A PES foi realizada em todas as aulas, onde continha o registo anedótico em ordem ao tempo, com o registo do tempo de aula onde atribuíamos a percentagem de atividade motora da respetiva aula. Apenas não realizei observações, nas aulas de avaliação diagnóstica, sumativa e testes teóricos.

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26

As observações que os meus colegas realizaram nas minhas aulas, serviram para ter como referência da concordância com o plano de aula e do tempo efetivo de atividade motora da respetiva aula. Através do feedback que sempre tive por parte dos meus colegas e da professora orientadora em relação às minhas aulas, o processo foi-se tornando mais eficaz, pois inicialmente a constante identificação e correção dos problemas e dificuldades permitiu-nos atuar atempadamente, potenciando, assim, uma melhoria do processo pedagógico.

Balanço Critico-Refletivo

1.1.6.

Após cada aula lecionada, foi bastante importante refletir sobre esta. Das coisas mais relevantes que observei foram as estratégias diversificadas que a professora orientadora adotou, o que conduziu a uma evolução significativa de cada aula.

Com a experiência do estágio pedagógico, tive a possibilidade de cometer erros e aprender com eles, experimentar e adotar várias estratégias, de forma a melhorar o ensino aprendizagem da turma em geral.

Graças ao diálogo que sempre houve entre o grupo de estágio e a professora orientadora da escola, no fim de cada aula, conduziu-nos à troca de experiências e saberes, fazendo com que cada um de nós, em função das nossas turmas, evoluísse tornando-se mais capaz.

Os balanços de cada aula, executados por mim, eram realizados no dia da aula com base nos aspetos mais importantes, indicados pela professora orientadora e sentidos por mim com a realização da reflexão da aula.

Portanto, cada balanço de aula, continha as principais dificuldades sentidas e as estratégias a adotar em aulas futuras, descrevendo também os principais pontos positivos e negativos de cada objetivo operacional, bem como em função do comportamento da turma e da posição que adotei. Em suma, foi importante refletir sobre cada aula, por forma, a não voltar a cometer os mesmos erros e a pensar sistematicamente em estratégias novas a adotar, não tendo medo de focar as falhas cometidas e também o sucesso com a implementação das estratégias.

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Os balanços de cada UD, foram realizados com o intuito de resumir as várias estratégias adotadas com o decorrer das aulas, bem como expor as dificuldades sentidas e os ajustamentos realizados no planeamento, preparação e realização das aulas. Desta forma, também foram indicadas algumas medidas de superação, de forma a garantir a evolução e melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Para concluir a tarefa de execução de balanços, não posso deixar de lado, o facto de com a realização de todas as atividades desenvolvidas na escola, efetuámos também alguns balanços com o intuito de refletirmos sobre os aspetos menos bons das atividades, para futuramente melhorar.

Desta forma, a tarefa refletiva é deveras importante, pois como refere Cunha (2008) ”A diversidade e sofisticação que caracteriza o ato de ensinar implica

necessariamente um conceito de professor diferente, alguém que é capaz de se questionar, de analisar, de encontrar soluções para as dificuldades que surgiram, mas sobretudo de intervir perante os mesmos. A esse se chama de professor reflexivo.”.

Assim, com base nesta citação, durante este ano de estágio optei esta postura reflexiva refletindo sempre a minha prática. Foi um ano de muita aprendizagem em que dei os primeiros passos como professora, sendo, por isso, propício à análise, ao

questionamento e à reflexão. Penso que esta postura reflexiva é a forma mais correta a adotar, não só durante este ano de estágio mas em toda a vida profissional, para tornar o ensino aprendizagem mais efetivo.

1.2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio

Estudo de Turma

1.2.1.

O processo de ensino aprendizagem não pode ser assumido como algo que se encontra limitado às paredes da escola, onde o seu sucesso dependerá não só de si mesmo, mas também, do contexto onde os seus intervenientes se insiram. Este contexto refere-se à interação de agentes educativos como a família, os meios de comunicação social, toda a comunidade local, associações e organizações presentes no meio onde o aluno se inclui.

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Sendo o presente trabalho com claro enfoque na área de EF e Desporto, teve particular atenção que, para além do simples aspeto muscular, da habilidade mais ou menos desenvolvida em correr, saltar e lançar, está a necessidade do desenvolvimento de todas as capacidades inerentes ao processo de formação da personalidade.

Desta forma, para que se possa dar o seu efetivo contributo ao grupo-turma, foi necessário recolher a maior quantidade de informação, que permita em primeira instância, conhecer cada um dos alunos em particular e enquadrá-los num dado micro-contexto familiar, socioeconómico e cultural e, consequentemente, conhecer o grupo-turma. Para dar resposta a este imperativo, foi elaborado um modelo de questionário aplicado aos alunos (questionário individual).

Para um melhor conhecimento do aluno, o estudo da turma foi realizado através da aplicação de um inquérito à turma do 7.º ano. Assim, foi possível recolher o maior número de informações, que me pudessem ajudar a melhorar a minha intervenção pedagógica, otimizando, desta forma, o processo de ensino aprendizagem.

Como professora, devo conhecer não só o nome e a idade do aluno, como também ser detentora de informações suficientes acerca do seu ambiente familiar, socioeconómico e cultural.

É fundamental conhecer os principais problemas de saúde, que podem ter implicações no planeamento das aulas, bem como saber os seus hábitos alimentares e o número de horas de sono, que podem influenciar o seu desempenho escolar. A caracterização da vida escolar também é um aspeto a ter em consideração de modo a conhecer as disciplinas com melhores e piores resultados. É importante analisar as várias componentes inerentes à disciplina de EF, quais as expetativas em relação à disciplina e ao professor, quais as suas modalidades preferidas e aquelas em que apresentam maiores dificuldades, assim como os seus hábitos de prática desportiva. Para além disso, devemos conhecer de que forma os alunos preferencialmente ocupam os seus tempos livres.

Por último, é fundamental determinar as relações interpessoais estabelecidas entre os elementos da turma, de forma a identificar quais os principais casos de rejeição

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e preferência dos alunos. Só assim as práticas educativas poderão ir ao encontro da individualidade de cada um e responder às suas necessidades e expectativas.

O inquérito foi realizado no início de uma das aulas e, após o preenchimento dos inquéritos, procedeu-se ao tratamento dos dados. Para esse efeito recorreu-se ao programa Microsoft Office E xcel 2010, onde foi possível realizar cálculos estatísticos (estatística descritiva), através dos gráficos que constituem o documento.

Através do tratamento dos dados, pude constatar algumas situações delicadas, como quatro alunos em que os pais são separados e ausentes. Nestes casos como professora tive de ter especial atenção no comportamento destes alunos e na forma que adotei em falar com eles, pois, por vezes, estes alunos mostravam-se tristes nas aulas, outras vezes com comportamentos impróprios à aula, para chamarem a atenção. Com estes alunos, tentei sempre que possível, motivá-los e fazer-lhes ver as coisas, não adotando uma posição recriminatória.

Outro dos casos que tive de ter em atenção não só no planeamento da aula, mas também na aula em si, foi que a turma tinha dois alunos com NEE. Desta forma, com estes alunos tive que reforçar o apoio, explicando e exemplificando de forma mais simples o pretendido nas aulas práticas. O teste teórico foi adaptado e teve o meu acompanhamento, ajudando consoante as capacidades do aluno.

De uma forma geral a turma, tem hábitos desportivos diversificados, verificando-se efetivamente as suas habilidades nas aulas. Têm bons hábitos alimentares e de estudo, verificando-se este aspeto no rendimento escolar.

Em relação a eventuais doenças, apenas dois alunos apresentaram problemas, um a nível visual e outro com alergias ao pó. Em ambos os casos, onde tive mais especial atenção foi na UD de ginástica devido ao contacto com os colchões e o chão.

Assim, como professora tive o papel de observar os alunos e auxiliá-los no processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadoras e dinâmicas, não rotulando nenhum aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir a seu tempo as suas potencialidades.

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30

Atividades na Escola

1.2.2.

Durante este ano letivo, estive envolvida em várias atividades desenvolvidas na escola, desde reuniões, desporto escolar e, organizando em conjunto com os meus colegas, vários torneios de final de período, assim como apoiando os outros professores na organização de outras atividades. O facto de o núcleo de estágio participar nas reuniões da turma e do grupo de EF, possibilitou a aquisição de novos conhecimentos e a adequação de estratégias em situações de organização de torneios e eventos desenvolvidos na escola.

Assim, no âmbito do plano anual de atividades, o nosso núcleo de estágio ficou responsável pela organização dos torneios inter-turmas de futsal, voleibol e basquetebol, direcionados para os alunos do 3.º ciclo, bem como o recreio em movimento.

A preparação dos torneios começava com cerca de duas semanas de antecedência, onde eram afixados cartazes com a informação essencial disponível. A inscrição dos alunos era feita junto de cada professor de EF, tendo por base uma ficha de inscrição, estando abertas as inscrições até dois dias antes do seu início. Depois da recolha de todas as inscrições, o núcleo de estágio procedia ao sorteio e à realização dos quadros competitivos. No dia dos torneios, toda a logística era realizada por nós e havia um ambiente de pura alegria com a ajuda de música, que tanto os alunos gostam.

A adesão aos torneios foi bastante satisfatória, salientando-se o torneio de futsal, talvez por ser a modalidade preferida dos alunos e por ter sido o primeiro torneio. A adesão foi fantástica. O balanço deste torneio foi francamente positivo, tendo a sua realização sido um sucesso na escola, não só pela boa organização, mas também pela massa humana que envolveu entre participantes e adeptos.

A realização destes eventos deixou todo o núcleo de estágio orgulhoso, uma vez que conseguimos fazer com que toda a comunidade escolar se envolvesse em torno de uma atividade desportiva.

O Desporto Escolar - Ténis de Mesa, foi uma tarefa que decorreu durante todo o ano letivo com os treinos em horários estabelecidos e os encontros com as outras escolas. Foi interessante perceber como se organiza, como funciona e quais os seus objetivos. Numa fase inicial, por ser uma modalidade que confesso não ter muita

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31

ligação, apenas de forma lúdica enquanto aluna, tive que fazer “o trabalho de casa”, revendo todo o regulamento estabelecido no desporto escolar e mesmo o planeamento de exercícios. Durante os treinos, todos os elementos do núcleo de estágio tinham de estar presentes, muitas vezes jogávamos com os alunos, preparávamos exercícios e montávamos/desmontávamos material.

A nível de competição, fomos responsáveis por um dos encontros entre escolas, onde para mim foi bastante gratificante organizar e acolher outras escolas, garantindo que tudo corresse da melhor forma.

A atividade do Recreio em Movimento, decorreu durante uma semana no intervalo maior da parte da manhã e teve como principal objetivo dinamizar várias modalidades, motivando, assim, os alunos à prática desportiva. Este ano foram desenvolvidas atividades como voleibol, dinamizado pelo núcleo de estágio, basquetebol, impulsionado pelo Clube de Basquetebol Diogo Cão e aulas de grupo dinamizadas por dois ginásios de Vila Real. A adesão a esta atividade superou as nossas expectativas, pois de uma forma geral os alunos participaram nas atividades, mesmo no caso das aulas de grupo em que demonstraram bastante vergonha.

Como proposta futura, acho importante que se desenvolvam cada vez mais atividades deste género, pois os alunos revelam muita descoordenação motora e pouca prática desportiva, aliando-se cada vez mais às novas tecnologias. Assim acho que era importante criar grupos com aulas de grupo (aeróbica e hiphop) e ginástica, que é tão pouco desenvolvida na escola, proporcionando um maior leque de atividades para os alunos participarem.

1.3. Tarefas de Estágio de extensão à Comunidade

A tarefa de estágio de extensão à Comunidade que o núcleo de estágio desenvolveu, foi uma ação de informação com o tema “A inclusão de alunos com NEE nas aulas de EF na Escola Diogo Cão, do ponto de vista dos pais, alunos e professores”, realizada no dia 3 de junho de 2014, pelas 10 horas, no auditório do IPDJ.

Atualmente pretende-se uma escola aberta, em que se desenvolva uma cultura de participação, em que se saiba partilhar a educação com a família, com os

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trabalhadores não docentes, com a comunidade envolvente e, assim, para que todos possam contribuir para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos alunos, tornando-os cidadãos mais responsáveis e livres na sociedade.

Por isso, segundo Saraiva (2002), atualmente a escola exige novas posturas e responsabilidades de todos os grupos sociais que nela intervêm e colaboram, para um desenvolvimento harmonioso e gradual e acresce que “o papel do professor, como

principal impulsionador e dinamizador será determinante para o sucesso”.

Ainda segundo o mesmo autor, o docente adota um papel fundamental na dinamização, participação e mobilização de todos os outros grupos sociais envolventes.

Por detrás da Ação de informação, houve um trabalho de pesquisa e aplicação de inquéritos, com o intuito de percebermos a opinião dos intervenientes inquiridos sobre o tema. Assim depois de aplicado o inquérito às três amostras, procedeu-se ao tratamento de dados e a apresentação dos resultados. Seguidamente o núcleo de estágio começou a preparar a Ação de informação, divulgando o evento e preparando a apresentação, propriamente dita.

Estratégias de apresentação

Para o desenvolvimento da ação de informação o núcleo de estágio optou por utilizar um programa mais interativo e dinâmico, o Prezi complementado com vídeos didáticos e algumas curiosidades em relação a personalidades famosas com NEE, com o intuito de sensibilizar e cativar a atenção dos alunos para o tema em questão.

Balanço da Ação de informação

Na Ação de informação foi realizada pelo Núcleo de Estágio, verificou-se que a adesão ao evento foi boa, tendo presentes alunos de várias turmas do 2º e do 3º ciclo e professores da disciplina de educação física. Partindo dos feedbacks que recebemos, verificámos que ao nível da organização, divulgação, tema, preleção foi de encontro com as nossas expectativas, onde o evento decorreu bastante bem.

Na nossa perspetiva, a organização, bem como toda a operacionalização e logística desta ação de informação decorreu bastante bom, visto que não se verificaram quaisquer falhas e o resultado obtido esteve ao nível do previsto e objetivado. Apenas

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esperávamos mais a presença de alguns encarregados de educação, mas especulamos que a falta de comparência deveu-se ao horário não ser pós laboral.

De uma forma global, penso que a ação de informação correu muito bem, talvez pelo facto da nossa antecipação para a realização da mesma. Na minha opinião todos os objetivos foram cumpridos pelo núcleo, que deram lugar ao êxito do tema abordado.

Esta ação deu a conhecer à população participante os resultados do estudo aplicado na escola, como também sensibilizar e sugerir algumas medidas de melhoria sobre o tema.

O desenvolvimento de uma ação de informação, tornou-se assim mais uma ferramenta a acrescentar na “bagagem” de todas as aprendizagens adquiridas com o estágio pedagógico.

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1.4. Reflexão

O estágio pedagógico representa o culminar de cinco anos de estudo, apresentando-se no fundo como a nossa primeira experiência no mundo do trabalho.

Após estes 5 anos de estudo e esforço, sinto que a minha inexperiência e insegurança sentidas no início, foram substituídas por confiança e vontade de desempenhar, cada vez melhor, a função de professor e educador, para a qual trabalhei todos estes anos. Embora tenha sido recompensada com a minha sabedoria e com a minha vontade de lutar, tenho consciência que ainda há muito para fazer e para aprender comigo mesma e com todos aqueles que estarão envolvidos na minha vida.

Hoje sinto-me capaz de pôr em prática tudo aquilo em que me formei, com empenho, humildade, confiança, honestidade e sempre aberto a novas experiências e aprendizagens.

Fazendo uma retrospetiva de todo este ano de estágio, sinto que de uma forma consciente cumpri com tudo a que me propus realizar. Foi sem dúvida um ciclo de bastante trabalho, e principalmente de grande aprendizagem. Todo o trabalho que realizei ao longo do estágio, foi assim elaborado com o máximo de empenho e cuidado, tendo em vista, não só a minha formação como também a formação dos alunos, que tive o prazer de ensinar e educar. Com eles também aprendi imenso, o que é bastante gratificante para mim.

Sempre considerei que o fim de um ciclo significa o início de outro, e é deste modo que encaro a vinda de uma nova fase, ainda mais exigente e com maior responsabilidade.

O presente ano letivo só veio reforçar a minha vontade de exercer esta profissão e lutar contra todas as dificuldades que, com toda a certeza, surgirão.

Sentimentos extremos de uma nostalgia tremenda face a tudo o que, de bom ou de mau, aconteceu neste último ano, podendo afirmar que será sempre um ano de referência a nível profissional, não só por determinar o seu início, mas por tudo o que aprendi e que tornou apto a ingressar no ambiente escolar como docente.

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Concluindo, este ano foi muito positivo para mim e para a minha formação, e julgo ser importante referir que todo o meu trabalho não seria possível sem a amizade e entreajuda dos meus colegas de estágio e da orientadora da escola.

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2. ESTUDO DESENVOLVIDO

O estudo que o núcleo de estágio desenvolveu teve como tema “A inclusão dos alunos com NEE nas aulas de EF na Escola Diogo Cão - Vila Real, do ponto de vista dos pais, alunos e professores”, realizando uma Ação de Informação para a comunidade escolar, no dia 3 de junho de 2014, pelas 10 horas no auditório do IPDJ.

Cada um dos professores estagiários realizou um estudo na Escola Diogo Cão - Vila Real, aplicando um inquérito com amostras diferentes. O presente estudo tem por objetivo geral, tendo em consideração a junção dos estudos realizados por cada elemento do núcleo de estágio, ficar a conhecer a realidade da escola sobre este tema.

O tema geral foi subdividido em três subtemas: eu optei por trabalhar o subtema referente aos alunos, o meu colega Márcio o subtema alusivo aos pais e a Diana o subtema relativo aos professores de EF da escola.

2.1. Enquadramento teórico

Nos últimos anos, têm-se realizado alguns estudos em prol da inclusão de alunos com NEE no meio escolar, quer nas aulas de EF, como nas restantes áreas curriculares. Nestes estudos estão associados variadíssimos problemas, daí a razão pela qual se desenvolvem estudos de cariz científico para analisar estas situações. É também importante realçar o facto da maioria dos estudos científicos sobre a inclusão das crianças com NEE na escola, não procurarem saber a opinião das outras crianças ditas “normais” e de que modo elas aceitam e se relacionam com os seus colegas ditos “diferentes”.

Todavia, a escola EB 2,3 Diogo Cão é uma instituição onde agrega muitos alunos com NEE, o que me motivou a realizar este estudo de caso.

Desta forma, o tema torna-se ainda mais desafiante, pois estou a lecionar e a acompanhar duas turmas, em que constam vários alunos com diferentes tipos de NEE e, assim, poder adquirir conhecimento ao nível das várias formas de intervir e apoiar no ensino destas crianças.

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Assim, como professor estagiário, ao desenvolver este estudo gostaria de saber qual a opinião dos alunos relativamente a este tema e averiguar os possíveis problemas, bem como propor algumas medidas de intervenção. Com o desenvolvimento deste estudo considero que este possa servir de instrumento relevante para identificar problemas e mesmo agir perante as atitudes menos positivas dos alunos, possibilitando retirar ilações importantes acerca das atitudes dos alunos ditos “normais” em relação à inclusão.

Necessidades Educativas especiais (NEE)

2.1.1.

Uma das definições de NEE, que geralmente usamos no nosso país, traduz-se no seguinte: “Os alunos com necessidades educativas especiais são aqueles que, por

exibirem determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e sócio emocional”, segundo Correia (1997).

Ainda do ponto de vista do mesmo autor, por condições específicas entende-se: “O conjunto de problemáticas relacionadas com autismo, surdo - cegueira, deficiência

auditiva, deficiência visual, deficiência mental, deficiência motora, perturbações emocionais graves, problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, problemas de comunicação, traumatismo craniano, multideficiência e outros problemas de saúde. As condições específicas são identificadas através de uma avaliação compreensiva, feita por uma equipa multidisciplinar, também por nós designada por equipa de programação educativa individualizada (EPEI)”.

A expressão NEE, tornou-se bastante conhecida, no meio académico, no meio escolar, nos discursos oficiais e mesmo no senso comum. Surgiu da intenção de atenuar ou neutralizar os efeitos negativos de terminologias adotadas anteriormente para distinguir os indivíduos nas suas singularidades, por estes apresentarem limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, linguísticas, síndromes variados, sobredotados, condutas desviantes, como refere Frias & Menezes (2008).

Correia (1999), ainda afirma que “o conceito de necessidades educativas

especiais, abrange crianças e adolescentes que têm dificuldade em acompanhar o currículo normal independentemente dos seus problemas se manifestarem a nível físico,

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sensorial, intelectual ou emocional. A resposta educativa deve ser a mais apropriada possível para a sua problemática, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem de cada aluno”.

A expressão NEE refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educativas originam em deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças possuem dificuldades de aprendizagem e, portanto, têm necessidades educativas especiais em algum aspeto durante a sua escolarização. As escolas devem procurar formas de educar estas crianças de forma bem sucedida, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas, como é referido na Declaração de Salamanca segundo UNESCO (1994).

Segundo Correia (2008), podemos distribuir os alunos com necessidades especiais em 3 grupos:

• Risco educacional • Sobredotação

• Necessidades Educativas Especiais (NEE)

Alunos com Necessidades Educativas Especiais

Tipos de NEE

Cada tipo de deficiência/dificuldade/necessidade educativa especial, acarreta diferentes comportamentos e poderá suscitar diferentes formas de reagir, preconceitos e inquietações. As deficiências/incapacidades físicas, tais como paralisias, ausência de visão ou de membros, causam instantaneamente uma apreensão mais intensa, por terem maior visibilidade. Já a deficiência/incapacidade mental e a auditiva, por sua vez, são pouco percebidas inicialmente pelas pessoas, mas causam mais stress, à medida que se toma consciência da realidade das mesmas.

As necessidades educativas podem ser de dois tipos: permanentes ou temporárias.

As permanentes exigem uma modificação generalizada do currículo, que se mantém durante todo ou grande parte do percurso escolar do aluno. Neste grupo

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40

inserem-se as crianças e adolescentes cujas alterações significativas no seu desenvolvimento foram provocadas por problemas morfológicos, funcionais ou por défices socioculturais e económicos graves. Uma NEE temporária exige uma modificação parcial do currículo, de acordo com as características do aluno, que se mantém durante uma determinada fase do seu percurso escolar. Podem traduzir-se em problemas de leitura, escrita ou cálculo ou em dificuldades ao nível do desenvolvimento motor, percetivo, linguístico ou sócio emocional (Serra et al, 2006).

De acordo com Dias, Coutinho & Chaves, (1993), as crianças com NEE são aquelas que apresentam algumas das seguintes características:

 Diferenças sensoriais, motoras e físicas (incluindo problemas auditivos e de linguagem, visuais e de ordem física);

 Diferenças cognitivas (incluindo deficiência mental e dificuldades de aprendizagem);

 Dificuldades de relação, problemas emocionais e de comportamento;

 Crianças cognitiva e artisticamente superdotadas, que também requerem uma intervenção educativa especial, para que seja conseguido um efetivo e total desenvolvimento do seu riquíssimo potencial.

Tipos de NEE Temporárias

Problemas ligeiros ao nível do desenvolvimento das funções superiores: desenvolvimento motor, linguístico, percetivo e sócio emocional. Problemas ligeiros relacionados com a aprendizagem da leitura, escrita e cálculo.

Tipos NEE Permanentes

Aqui estão apresentados alguns exemplos de vários tipos de NEE permanentes, existindo muitos mais, como por exemplo alunos com cancro, diabetes, com epilepsia, asma.

Deficiência Mental – funcionamento intelectual muito abaixo da média, que ocorreu durante o período de desenvolvimento. As crianças com esta deficiência apresentam problemas cognitivos que se manifestam em problemas na aprendizagem, aptidões sociais e comportamento adaptativo (comunicação, autonomia pessoal,

Imagem

Tabela 2- Caraterização da amostra referente ao género.
Gráfico  2-  Dados  referentes  à  questão  sobre  se  os  alunos  costumam  brincar  com  os  alunos  com  NEE  no  recreio
Gráfico 4- Dados referentes à questão sobre os alunos com NEE são colocados de parte na escola
Gráfico 5- Dados referentes à questão sobre se numa situaçao de conflito é importante defender os colegas com  NEE
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Referências

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