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Sistema de recarga elétrica de pequenos dispositivos com base em geradores inerciais

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Academic year: 2021

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Sistema de recarga el´

etrica de pequenos

dispositivos com base em geradores inerciais

Andr´e Filipe Teixeira Gon¸calves

Orienta¸c˜ao cient´ıfica :

Doutor Raul Manuel Pereira Morais dos Santos Doutora Maria Lu´ısa Ribeiro dos Santos Morgado

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO

para obten¸c˜ao do grau de MESTRE

em Engenharia de Energias Renov´aveis, de acordo com o disposto no Regulamento Geral dos Ciclos de Estudo Conducentes ao Grau de Mestre na UTAD. DR, 2.a

s´erie – N.o

133 – Regulamento n.o

(2)
(3)

Orienta¸c˜ao Cient´ıfica :

Doutor Raul Manuel Pereira Morais dos Santos

Professor Associado c/Agrega¸c˜ao do

Departamento de Engenharias da Escola de Ciˆencias e Tecnologia Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

Doutora Maria Lu´ısa Ribeiro dos Santos Morgado

Auxiliar do

Departamento de Matem´atica da Escola de Ciˆencias e Tecnologia

Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

(4)
(5)

”O teu trabalho vai preencher uma grande parte da tua vida, e a ´unica maneira de ficares realmente satisfeito ´e fazeres o que tu acreditas ser um grande trabalho. E a ´unica maneira de fazeres um excelente trabalho ´e amares o que fazes. Se ainda n˜ao encontraste, continua `a procura. N˜ao te acomodes. Tal como acontece com todos os assuntos do cora¸c˜ao, saber´as quando o encontrares.” (Steve Jobs)

”S´o h´a duas maneiras de viver a vida: a primeira ´e vivˆe-la como se os milagres n˜ao existissem. A segunda ´e vivˆe-la como se tudo fosse milagre.” (Albert Einstein)

Aos meus pais, irm˜ao e namorada

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(7)

Sistema de recarga el´etrica de pequenos dispositivos com base

em geradores inerciais

Andr´e Filipe Teixeira Gon¸calves

Submetido na Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro para o preenchimento dos requisitos parciais para obten¸c˜ao do grau de

Mestre em Engenharia de Energias Renov´aveis

Resumo — Olhando para o atual panorama da sociedade, ´e de grande importˆancia a obten¸c˜ao de energia de forma quase constante com o objetivo de alimentar neces-sidades dos nossos dispositivos eletr´onicos. Esta disserta¸c˜ao analisa a utiliza¸c˜ao de um gerador inercial como fonte de alimenta¸c˜ao desse tipo de dispositivos.

Utilizando um gerador inercial, constitu´ıdo por dois ´ımanes nos polos e uma massa em levita¸c˜ao magn´etica, numa posi¸c˜ao central relativa aos ´ımanes, ´e poss´ıvel aprovei-tar as vibra¸c˜oes decorrentes do caminhar e converte-las em energia el´etrica atrav´es de duas bobines circundantes. O objectivo deste procedimento ´e facilitar o carrega-mento, tornando os dispositivos mais aut´onomos.

Ao longo desta disserta¸c˜ao s˜ao apresentados diversos tipos de sistemas de energia aut´onomos, sendo dado destaque aos que se baseiam na produ¸c˜ao de energia apro-veitando o movimento do corpo humano. Foi desenvolvido um modelo matem´atico com o objectivo de simular o funcionamento de um gerador inercial, consoante as diferentes configura¸c˜oes que podem ser realizadas. Com o aux´ılio de diversas si-mula¸c˜oes matem´aticas ´e tamb´em poss´ıvel otimizar o dispositivo e perceber qual a sua melhor configura¸c˜ao. De forma a validar os resultados obtidos nas simula¸c˜oes matem´aticas, foi desenvolvido um prot´otipo, sujeitando-o a condi¸c˜oes de ensaio de-finidas de forma a comparar os dados reais com os simulados. Ap´os as simula¸c˜oes e valida¸c˜ao ser´a efetuada uma otimiza¸c˜ao de forma a compreender como melhorar a eficacia do gerador inercial.

Palavras-Chave: Sistema energia aut´onomo; levita¸c˜ao magn´etica; for¸ca magn´etica; for¸ca eletromagn´etica; modela¸c˜ao matem´atica; simula¸c˜ao num´erica.

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(9)

Small electrical device recharge system based on inertial

generators

Andr´e Filipe Teixeira Gon¸calves

Submitted to the University of Tr´as-os-Montes and Alto Douro in partial fulfillment of the requirements for the degree of

Master of Science in Renewable Energys Engineering

Abstract — Looking at the current panorama of society, it is of great importance to obtain energy almost constantly with the purpose of feeding our electronic devices needs. This dissertation analyzes the use of an inertial generator as a power supply for this type of device.

From an inertial generator, consisting of two magnets at the poles and a magnetic levitation mass at the center, it is possible to use the vibrations resulting from the walk and convert them into electric energy through two surrounding coils. The pur-pose of this procedure is to facilitate loading, making the devices more autonomous. Throughout this dissertation several types of autonomous energy systems are pre-sented, being emphasized those that are based on the production of energy taking advantage of the movement of the human body. A mathematical model was develo-ped with the aim of simulating the operation of an inertial generator, depending on the different configurations that can be performed. With the aid of several mathe-matical simulations, it is also possible to optimize the device and to understand its best configuration. In order to validate the results obtained with the mathematical simulations, a prototype was developed, subjecting it to defined test conditions in order to compare the actual data with the simulated one. After the validation seve-ral simulations were undertaken in order to understand how to improve the efficiency of the inertial generator.

Keywords: autonomous energy system; magnetic levitation; magnetic force, elec-tromagnetic force; mathematical modeling; numerical simulation.

(10)
(11)

Agradecimentos

Ao meu orientador, Doutor Raul Morais dos Santos, do Departamento de Engenha-rias da Escola de Ciˆencias e Tecnologia da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, pelo empenho, pelo tempo disponibilizado, pelo conhecimento transmitido e pela sua capacidade de me indicar pessoas capazes de me ajudar muito na realiza¸c˜ao desta disserta¸c˜ao.

`

A minha coorientadora, Doutora Maria Lu´ısa Ribeiro dos Santos Morgado, do De-partamento de Matem´atica da Escola de Ciˆencias e Tecnologia da Universidade de Tr´as os Montes e Alto Douro, pela disponibilidade e pela motiva¸c˜ao que me deu em certos momentos, propondo desafios e estabelecendo metas.

Ao professor Lu´ıs Filipe Ferreira Morgado, que teve bastante paciˆencia e disponibi-lidade para me ajudar tanto no processo matem´atico como de desenvolvimento do prot´otipo.

Ao professor Ramiro que me ajudou na constru¸c˜ao do prot´otipo final e ao Nuno, que teve muita paciˆencia comigo e me ajudou na recolha de dados.

Aos meus amigos, aos Lobos do Mar˜ao, em especial ao M´ario e ao Z´e que foram amigos, companheiros de casa e de mesa de caf´e. Ajudaram-me nesta fase em

(12)

que muita vezes existe desˆanimo, foram um apoio em momento de preocupa¸c˜ao e fant´asticos nos momentos de comemora¸c˜ao.

`

A minha namorada, que conheci durante este per´ıodo de disserta¸c˜ao e que sempre me animou e motivou a fazer o melhor trabalho poss´ıvel, ela que sempre esteve ao meu lado nos bons momentos e nos mais dif´ıceis tamb´em, sem ela nada teria sido igual.

Agrade¸co tamb´em `a minha fam´ılia, em especial aos meus pais que, com muito sa-crif´ıcio, permitiram que eu atingisse este patamar.

A todos, o meu muito obrigado. Andr´e Filipe Teixeira Gon¸calves

(13)

´Indice geral

Resumo vii

Abstract ix

Agradecimentos xi

´Indice de tabelas xv

´Indice de figuras xvii

Lista de s´ımbolos xxiii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Recolha de energia no ambiente para uso pessoal . . . 1

1.1.1 Energia fotovoltaica. . . 2

1.1.2 Energia e´olica . . . 3

1.1.3 Energia h´ıdrica . . . 5

1.1.4 Energia do corpo humano . . . 6

1.2 Gerador inercial . . . 10

1.3 Motiva¸c˜ao e objetivos . . . 11

1.4 Organiza¸c˜ao da disserta¸c˜ao. . . 11

2 Revis˜ao bibliogr´afica 13 2.1 Sistemas de energia aut´onomos . . . 13

2.1.1 Recolha de energia . . . 14

(14)

2.2 Gerador inercial . . . 16

2.3 Tipos de transdu¸c˜ao . . . 21

2.3.1 Transdutores piezoel´etricos . . . 22

2.3.2 Transdutores eletroest´aticos . . . 23

2.3.3 Transdutores eletromagn´eticos . . . 25

2.3.4 Compara¸c˜ao entre t´ecnicas de transdu¸c˜ao. . . 28

2.4 Convers˜ao de energia mecˆanica em energia el´etrica . . . 29

3 Modela¸c˜ao e simula¸c˜ao 31 3.1 Recolha de dados . . . 31

3.2 Modelo matem´atico . . . 34

3.3 Simula¸c˜ao num´erica . . . 40

3.3.1 Simula¸c˜ao num´erica com o gerador na posi¸c˜ao vertical . . . . 40

3.3.2 Simula¸c˜ao num´erica com o gerador na posi¸c˜ao horizontal . . . 43

3.4 Discuss˜ao . . . 45

4 Valida¸c˜ao e otimiza¸c˜ao de resultados 47 4.1 Valida¸c˜ao do modelo matem´atico . . . 47

4.1.1 Valida¸c˜ao da simula¸c˜ao matem´atica com o gerador na posi¸c˜ao vertical. . . 49

4.1.2 Valida¸c˜ao da simula¸c˜ao matem´atica com o gerador na posi¸c˜ao horizontal . . . 50

4.1.3 Discuss˜ao . . . 51

4.2 Otimiza¸c˜ao . . . 51

4.2.1 Otimiza¸c˜ao com o gerador na posi¸c˜ao vertical . . . 51

4.2.2 Otimiza¸c˜ao com o gerador na posi¸c˜ao horizontal . . . 61

4.3 Discuss˜ao . . . 70

5 Conclus˜ao e trabalho futuro 71

Referˆencias bibliogr´aficas 73

(15)

´Indice de tabelas

1.1 Energia produzida pelo movimento humano. . . 7

2.1 Compara¸c˜ao entre os tipos de transdu¸c˜ao apresentados. . . 28

3.1 Dados experimentais recolhidos. . . 33

(16)
(17)

´Indice de figuras

1.1 Equipamentos de aproveitamento fotovoltaico . . . 2

1.2 Equipamento de aproveitamento e´olico, Trinity . . . 4

1.3 Equipamento de aproveitamento e´olico, Micro Wind Turbine . . . 4

1.4 Equipamentos de aproveitamento h´ıdrico . . . 5

1.5 Equipamentos de aproveitamento cin´etico. . . 9

1.6 Gerador inercial convencional . . . 10

2.1 Zonas de poss´ıvel aproveitamento energ´etico . . . 15

2.2 Aproveitamento energ´etico das diferentes zonas do corpo analisadas . 15 2.3 Gerador inercial convencional . . . 17

2.4 Gerador inercial em estudo . . . 20

2.5 Tipos de transdu¸c˜ao consoante a aplica¸c˜ao . . . 21

2.6 Tipos de materiais piezoeletricos. . . 23

2.7 Exemplo de um gerador piezoleletrico . . . 23

2.8 Gerador eletroest´atico . . . 24

2.9 Placas eletroest´aticas . . . 24

2.10 Gerador eletromagn´etico . . . 26

2.11 Processo de transdu¸c˜ao eletromagn´etico. . . 27

(18)

2.12 Ilustra¸c˜ao do processo de convers˜ao de energia mecˆanica em energia

el´etrical . . . 29

3.1 Medi¸c˜ao experimental da for¸ca magn´etica entre dois imanes . . . 32

3.2 Dados experimentais da for¸ca entre dois `ımans . . . 34

3.3 Fun¸c˜ao de ajuste aos dados obtidos . . . 36

3.4 Simula¸c˜ao a 1 Hz na posi¸c˜ao vertical . . . 41

3.5 Simula¸c˜ao a 2 Hz na posi¸c˜ao vertical . . . 41

3.6 Simula¸c˜ao a 3 Hz na posi¸c˜ao vertical . . . 42

3.7 Simula¸c˜ao a 4 Hz na posi¸c˜ao vertical . . . 42

3.8 Simula¸c˜ao a 1 Hz na posi¸c˜ao horizontal . . . 43

3.9 Simula¸c˜ao a 2 Hz na posi¸c˜ao horizontal . . . 43

3.10 Simula¸c˜ao a 3 Hz na posi¸c˜ao horizontal . . . 44

3.11 Simula¸c˜ao a 4 Hz na posi¸c˜ao horizontal . . . 44

4.1 Prototipo desenvolvido (vista superior) . . . 48

4.2 Prototipo desenvolvido (vista lateral) . . . 48

4.3 Prototipo desenvolvido (vista inferior) . . . 49

4.4 Valida¸c˜ao com o gerador na posi¸c˜ao vertical a 3.52 Hz . . . 49

4.5 Valida¸c˜ao com o gerador na posi¸c˜ao horizontal a 1.923 Hz. . . 50

4.6 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=9,5 g; f=5 Hz) . . . 52

4.7 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=9,5 g; f=10 Hz) . . . 52

4.8 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=9,5 g; f=15 Hz) . . . 53

4.9 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=19 g; f=5 Hz) . . . 53

4.10 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=19 g; f=10 Hz) . . . 53

4.11 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=8 cm; m=19 g; f=15 Hz) . . . 54

(19)

4.12 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 8 cm na posi¸c˜ao vertical . . . 54 4.13 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=9,5 g;

f=5 Hz) . . . 55 4.14 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=9,5 g;

f=10 Hz) . . . 55 4.15 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=9,5 g;

f=15 Hz) . . . 55 4.16 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=19 g;

f=5 Hz) . . . 56 4.17 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=19 g;

f=10 Hz) . . . 56 4.18 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=10 cm; m=19 g;

f=15 Hz) . . . 56 4.19 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 10 cm na posi¸c˜ao

vertical . . . 57 4.20 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=9,5 g;

f=5 Hz) . . . 58 4.21 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=9,5 g;

f=10 Hz) . . . 58 4.22 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=9,5 g;

f=15 Hz) . . . 58 4.23 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=19 g;

f=5 Hz) . . . 59 4.24 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=19 g;

f=10 Hz) . . . 59 4.25 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao vertical (d=12 cm; m=19 g;

f=15 Hz) . . . 59 4.26 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 12 cm na posi¸c˜ao

vertical . . . 60

(20)

4.27 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=9,5 g; f=5 Hz) . . . 61 4.28 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=9,5 g;

f=10 Hz) . . . 61 4.29 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=9,5 g;

f=15 Hz) . . . 62 4.30 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=19 g;

f=5 Hz) . . . 62 4.31 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=19 g;

f=10 Hz) . . . 62 4.32 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=8 cm; m=19 g;

f=15 Hz) . . . 63 4.33 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 8 cm na posi¸c˜ao

horizontal . . . 63 4.34 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=10 cm; m=9,5 g;

f=5 Hz) . . . 64 4.35 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=10 cm; m=9,5 g;

f=10 Hz) . . . 64 4.36 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=10 cm; m=9,5 g;

f=15 Hz) . . . 65 4.37 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=10 cm; m=19 g;

f=5 Hz) . . . 65 4.38 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=10 cm; m=19 g;

f=10 Hz) . . . 65 4.39 Otimiza¸c˜ao do dispositivo horizontal (d=10 cm; m=19 g; f=15 Hz) . 66 4.40 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 10 cm na posi¸c˜ao

horizontal . . . 66 4.41 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=9,5 g;

f=5 Hz) . . . 67 4.42 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=9,5 g;

f=10 Hz) . . . 67

(21)

4.43 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=9,5 g; f=15 Hz) . . . 68 4.44 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=19 g;

f=5 Hz) . . . 68 4.45 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=19 g;

f=10 Hz) . . . 68 4.46 Otimiza¸c˜ao do dispositivo na posi¸c˜ao horizontal (d=12 cm; m=19 g;

f=15 Hz) . . . 69 4.47 Gr´afico da varia¸c˜ao da tens˜ao num dispositivo de 12 cm na posi¸c˜ao

horizontal . . . 69

(22)
(23)

Lista de s´ımbolos

S´ımbolo Significado(s) Unidade(s)

~

A Potencial vetor

~

B Campo magn´etico T (Tesla)

c Coeficiente de amortecimento N.m.s./rad

ce Coeficiente de amortecimento el´etrico J N.m.s./rad

cm Coeficiente de amortecimento mec˜anicoo J N.m.s./rad

d distˆancia m (metro)

ǫ Energia eletromotriz V (Volt)

FM For¸ca magn´etica N (Newton)

fM Frequˆencia Hz (Hertz)

g For¸ca grav´ıtica m/s2

(continua na p´agina seguinte) xxiii

(24)

(continua¸c˜ao)

S´ımbolo Significado(s) Unidade(s)

I Corrente A (Ampere)

P Potˆencia W (Watt)

Prms Potˆencia eficaz W (Watt)

R Resistˆencia Ω (Ohm)

t Tempo s (Segundo)

T Per´ıodo s (Segundo)

V Tens˜ao V (Volt)

Vrms Tens˜ao eficaz V (Volt)

w Frequˆencia Hz (Hertz)

φ Fluxo magn´etico Weber ou Tm2

(25)

1

Introdu¸c˜

ao

O ˆambito desta disserta¸c˜ao consiste na an´alise e estudo de carregamento de pequenos dispositivos usando geradores inerciais. Dado que os empreendimentos de “futuro” se prendem essencialmente com a produ¸c˜ao de energia e a reutiliza¸c˜ao de recursos, o carregamento de baterias usando energia que seria dissipada no meio ambiente ´e um tema bastante aliciante e com grande potencialidade. Ser˜ao exploradas as principais caracter´ısticas de um gerador inercial, de forma a potencializar o resultado final utilizando simula¸c˜oes num´ericas de um modelo matem´atico. Tamb´em ser´a realizada uma avalia¸c˜ao relativamente `a zona de aplica¸c˜ao do gerador e `a sua orienta¸c˜ao.

1.1

Recolha de energia no ambiente para uso

pes-soal

A capta¸c˜ao de energia do ambiente que nos rodeia utilizando processos renov´aveis apresenta uma alternativa limpa e promissora de produ¸c˜ao de energia el´etrica. Para se proceder a esta recolha de energia existem v´arias op¸c˜oes dispon´ıveis que permitem produzir energia capaz de alimentar pequenas baterias e sensores.

(26)

2 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

1.1.1

Energia fotovoltaica

Uma das formas de aproveitarmos energia no meio ambiente para alimentar dis-positivos de baixas potˆencias para consumo pessoal ´e o aproveitamento solar. O aproveitamento de energia fotovoltaica ´e usualmente aplicado em v´arios disposi-tivos comerciais que requerem baixa potˆencia, como calculadoras, candeeiros de jardim, sensores, entre outros, sendo tamb´em poss´ıvel desenvolver coletores capazes de alimentar dispositivos mais complexos como ´e apresentado na figura 1.1. A sua aplica¸c˜ao em qualquer tipo de sistema que requeira altas potˆencias ´e menos prov´avel, dado que a energia produzida ´e de baixa escala. O principal requisito deste tipo de tecnologia ´e que o seu utilizador coloque o equipamento num local com boa capta¸c˜ao de radia¸c˜ao solar, o que limita a utiliza¸c˜ao deste tipo de sistema, embora a maior restri¸c˜ao seja a ´area de superf´ıcie do m´odulo fotovoltaico de forma a atingir uma potˆencia desejada. Como ´e espect´avel, o rendimento das aplica¸c˜oes fotovoltaicas indoor ´e menor quando comparado com o das outdoor. O rendimento outdoor ´e aproximadamente 15 % enquanto que o rendimento indoor ronda os 6 %, segundo Beeby and White (2010).

(27)

1.1. RECOLHA DE ENERGIA NO AMBIENTE PARA USO PESSOAL 3

Dos exemplos apresentados na figura 1.1, embora diferentes o principio de funcio-namento mantem-se constante, variando essencialmente o material da c´elula foto-voltaica e o tamanho da mesma. A radia¸c˜ao solar ´e absorvida pelos m´odulos, sendo posteriormente convertida em energia el´etrica e armazenada. ´E, no entanto, tamb´em poss´ıvel uma alimenta¸c˜ao direta de dispositivos.

1.1.2

Energia e´

olica

A energia e´olica ´e uma fonte de energia renov´avel que pode ser utilizada para ali-mentar sistemas e baterias de baixa potˆencia de forma cont´ınua. Esta constitui uma boa op¸c˜ao para alimentar energeticamente sistemas de energia isolados desde que se encontrem num local que contenha boas condi¸c˜oes para receber a sua implanta¸c˜ao e boa velocidade do vento. Este tipo de solu¸c˜ao ´e de grande utilidade principalmente em situa¸c˜oes em que n˜ao seja poss´ıvel o aproveitamento solar, ou h´ıdrico, que s˜ao recursos menos presentes no meio ambiente que o vento.

A gera¸c˜ao de energia envolve o uso de uma turbina e´olica com um mecanismo de armazenamento para criar um sistema aut´onomo. Deste modo podem ser desen-volvidos prot´otipos capazes de produzir pequenas quantidades de energia, mas que s˜ao capazes de alimentar diversos equipamentos de baixas potˆencias, estando con-dicionado pela velocidade do vento no local de aplica¸c˜ao do sistema. (Aissou et al., 2016)

S˜ao apresentados nas figuras 1.2 e 1.3 dois mecanismos de aproveitamento e´olico, ambas turbinas de eixo vertical, de enorme utilidade e versatilidade, visto que s˜ao port´ateis e adapt´aveis.

(28)

4 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

Figura 1.2 – Equipamento de aproveitamento e´olico, Trinity.

Na figura1.2´e apresentada a Trinity, uma turbina e´olica, feita de pl´astico e alum´ınio, pesa aproximadamente 2 Kg, tem 23 polegadas de altura e 12 polegadas de com-primento. Este dispositivo foi desenvolvido pela Skajaquoda tendo um gerador de 15 W e ´e capaz de carregar uma bateria de 15 Ah.

Figura 1.3 – Equipamento de aproveitamento e´olico, Micro Wind Turbine.

Na figura 1.3 ´e apresentada outra turbina e´olica, Micro Wind Turbine, tem um princ´ıpio de funcionamento em que o rotor da turbina est´a diretamente conectado ao eixo do gerador na parte inferior do mastro, o que gera a eletricidade para uma porta USB integrada para carregar outros dispositivos. Desenvolvido pela Ferber, o seu produtor afirma que o seu prot´otipo de micro turbina de vento ´e totalmente

(29)

1.1. RECOLHA DE ENERGIA NO AMBIENTE PARA USO PESSOAL 5

funcional e capaz de produzir uma sa´ıda constante de 5 W a uma velocidade de 18 km/h e pode carregar dispositivos diretamente ou ser usado para carregar a bateria de 24 Wh do dispositivo.

1.1.3

Energia h´ıdrica

Para al´em das fontes energ´eticas anteriormente apresentadas, tamb´em ´e poss´ıvel aproveitar a energia produzida pelo movimento das ´aguas para produzir energia com o intuito de carregar um pequeno dispositivo. Embora ainda menos explorada que as anteriores mas j´a apresentando algumas alternativas e desenvolvimentos in-teressantes, a tecnologia em causa consiste numa turbina de pequenas dimens˜oes que ser´a colocada nas ´aguas em movimento, fazendo com que as suas p´as girem car-regando uma bateria de l´ıtio. Essa energia ´e ent˜ao armazenada e permite carregar a bateria de pequenos dispositivos. Na figura 1.4 s˜ao aprestados alguns exemplos desta tecnologia.

(a) (b) (c)

Figura 1.4 – Equipamentos de aproveitamento h´ıdrico.

Na subfigura1.4 (a), podemos observar um exemplo deste tipo de tecnologia, deno-minado por ”Eastream”e foi desenvolvido por Hyerin Park, que ´e o diretor executivo de uma pequena empresa em Los Angeles. Segundo Park ´e poss´ıvel carregar com-pletamente a bateria de 4,6 Ah deste prot´otipo entre 4 e 5 horas sendo que esta ser´a capaz de carregar 3 smartphones. Existem ainda testes para construir uma vers˜ao capaz de aproveitar tanto energia h´ıdrica como energia e´olica, como podemos ver

(30)

6 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

nas subfiguras (c) e (d) da figura 1.4.

1.1.4

Energia do corpo humano

Uma fonte de energia com grande potencial que tem vindo a ser cada vez mais explorada ´e a energia produzida pelo corpo humano.

O corpo humano ´e uma fonte constante de calor e vibra¸c˜oes, o que permite que exista um aproveitamento t´ermico e cin´etico. Existem v´arias formas de aproveitar esta energia enquanto s˜ao realizadas tarefas di´arias como caminhar, correr, entre outras.

Energia t´ermica

Devido principalmente a avan¸cos na produ¸c˜ao de dispositivos de monitoriza¸c˜ao, existem estudos que mostram a energia que o movimento do corpo humano consegue produzir enquanto executa tarefas normais. Na tabela 1.1 adaptada de Rastegar and Dhadwal (2017) podem ver-se alguns exemplos da energia produzida por essas atividades e a aplica¸c˜ao que essa energia poderia ter.

Leonov (2013), realizou um estudo para avaliar a influˆencia da taxa metab´olica de uma pessoa na recolha de energia termoel´etrica, chegando `a conclus˜ao que esta n˜ao tem interferˆencia, sendo a produ¸c˜ao de energia afetada por outros fatores, como temperatura ambiente, velocidade do vento, isolamento t´ermico da roupa e, princi-palmente, a atividade realizada.

No estudo pr´atico realizado por Leonov (2013) foi desenvolvida uma camisa de escrit´orio termoel´etrica, com coletor de energia, capaz de produzir mais energia durante nove meses de uso (usado 10 horas por dia), que a energia armazenada em pilhas alcalinas com a mesma espessura e peso. Neste caso foi gerada energia entre os 0,5 e os 5 mW a temperaturas ambiente entre os 15 e os 27 o

C.

(31)

1.1. RECOLHA DE ENERGIA NO AMBIENTE PARA USO PESSOAL 7

Tabela 1.1 – Energia produzida pelo movimento humano.

Atividade Humana Potˆencia (W) Aplica¸c˜ao Potˆencia (W)

Apertar um bot˜ao 0.3 Comando TV 0.1

Tremer 0.4 Radio port´atil 0.72

Aperto de m˜ao 3.6 Mp3 0.16

Torcer 12.6 Telem´ovel 2

Dobrar 20 Laptop 2

Empurrar 20 Lanterna 4

Trabalhos manuais 21 M´aquina fotogr´afica 6

Puxar 23 Notebook 10

Oscilar 25 Televis˜ao 75

observar que quanto maior a diferen¸ca de temperatura maior ser´a a energia produ-zida, podendo obter um fluxo de calor 100 mW/cm2 para uma diferen¸ca de 20 oC.

Energia cin´etica

Utilizar o corpo humano como fonte de energia cin´etica ´e uma op¸c˜ao muito v´alida para a produ¸c˜ao de energia el´etrica. Sendo o corpo humano uma estrutura vi-brat´oria, este tem uma frequˆencia de excita¸c˜ao, que segundo Kazmierski and Beeby (2014), ´e inferior a 10 Hz. Caso a frequˆencia de ressonˆancia do dispositivo coletor n˜ao corresponda `a frequˆencia de vibra¸c˜ao ambiente, que neste caso ser´a o corpo humano, ent˜ao a potˆencia de sa´ıda do gerador diminui significativamente. Segundo Kazmi-erski and Beeby (2014), uma alta frequˆencia de ressonˆancia, significa uma grande limita¸c˜ao para a recolha de energia.

A energia cin´etica deve ser recolhida de forma adaptativa, empregando mecanismos que a possam ajustar, ou sintonizar, `a frequˆencia de ressonˆancia de um gerador, de modo que a frequˆencia de ressonˆancia coincida com a frequˆencia de vibra¸c˜ao

(32)

8 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

ambiente em todos os momentos, ou se alargue a largura de banda do gerador. Segundo Zhu et al. (2009), o ajuste da frequˆencia de ressonˆancia pode ser obtido alterando as caracter´ısticas mecˆanicas da estrutura ou da carga el´etrica alimentada pelo gerador. Al´em disso, o aumento da largura de banda do gerador pode ser conseguido, por exemplo, utilizando uma s´erie de estruturas mecˆanicas, cada uma com uma frequˆencia de ressonˆancia diferente, um limitador de amplitude, osciladores acoplados ou ent˜ao molas n˜ao lineares.

Assim sendo, o desenvolvimento deste g´enero de dispositivo ´e bastante complexo, sendo necess´ario ter diversos factores em considera¸c˜ao.

Na escolha do tipo de dispositivo a desenvolver, tem obrigatoriamente de se ter em considera¸c˜ao as dimens˜oes limitantes, a energia a produzir e a sua finalidade. A zona onde ser´a aplicado o dispositivo, o potencial energ´etico das diferentes zonas do corpo humano e se ´e adequado, s˜ao outros aspetos a ter em conta.

Depois de definidas as caracter´ısticas do gerador e a zona de aplica¸c˜ao, tem de ser projetado o coletor. Nesta fase existem muitas vari´aveis a ter em considera¸c˜ao, como peso, altura, materiais e tipo de utilizador, pois como ser´a poss´ıvel ver mais `a frente o tipo de utilizador e as atividades que este pratica enquanto usa o coletor influenciam a produ¸c˜ao de energia.

A base de todo este projeto ´e o gerador inercial, pois ´e atrav´es dele que ser´a pro-duzida a energia, a partir do movimento do corpo humano e das vibra¸c˜oes por ele originadas. O gerador inercial ir´a converter a energia cin´etica desse movimento em energia el´etrica.

Para converter a energia cin´etica do corpo em energia el´etrica s˜ao utilizados ge-radores de ressonˆancia de velocidade amortecida. Mais especificamente, utilizando um gerador cuja massa se encontra em levita¸c˜ao magn´etica, que consiste num tubo com uma massa inercial em suspens˜ao, devido `a coloca¸c˜ao de um ´ıman em cada extremidade do dispositivo, tendo em conta que esta massa oscilar´a verticalmente ou horizontalmente com o movimento da parte do corpo em que esteja colocada,

(33)

1.1. RECOLHA DE ENERGIA NO AMBIENTE PARA USO PESSOAL 9

sendo produzida energia mecˆanica que ser´a convertida em energia el´etrica.

Nos ´ultimos anos existiram diversas pesquisas nesta ´area que demostram que esta ´e uma forma de produzir energia de grande utilidade e de forma sustent´avel, pois ape-sar deste processo produzir quantidades de energia relativamente reduzidas, permite-nos obter energia em lugares isolados ou em locais onde n˜ao ter´ıamos acesso a mais nenhuma fonte energ´etica.

Na figura 1.5 podemos observar um dispositivo, que atualmente ´e comercializado, que aproveita o movimento do corpo humano para produzir energia.

Figura 1.5 – NPowerPeg.

Segundo as carater´ısticas apresentadas na ficha do produto, ´e possivel observar que este tem uma bateria de 2 Ah que para al´em de carregar atrav´es da convers˜ao de energia cin´etica em energia el´etrica, este dispositivo pode tamb´em ser carregado usando um computador, funcionando assim como uma power bank. Depois de com-pletamente carregado, o NpowerPeg mant´em a carga durante 100 dias, sendo poss´ıvel obter energia para fazer uma chamada de um telem´ovel completamente descarregado agitando o dispositivo vigorosamente durante aproximadamente 10 minutos.

(34)

10 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

1.2

Gerador inercial

Como j´a referido, o objetivo deste trabalho ´e o estudo do aproveitamento da ener-gia cin´etica do corpo humano, utilizando um gerador inercial. O movimento e as vibra¸c˜oes s˜ao fontes energ´eticas muito atrativas para a produ¸c˜ao de energia, e os geradores inerciais s˜ao a forma de utilizar estas fontes para a produ¸c˜ao de energia el´etrica.

Geradores inerciais s˜ao dispositivos que geram energia el´etrica a partir do movi-mento. Os geradores inerciais mais comuns s˜ao desenvolvidos para gerar energia el´etrica a partir de vibra¸c˜oes, sendo fontes de energia adequadas para sistemas que operem em ambientes com excita¸c˜ao inercial.

Os geradores inerciais convencionais, consistem numa massa suspensa, dentro de uma estrutura. A massa suspensa encontra-se magnetizada e envolta por uma bo-bine, o que com o constante movimento da massa leva `a produ¸c˜ao de energia por indu¸c˜ao eletromagn´etica. Um exemplo de um gerador inercial convencional ´e o da figura 1.6.

Figura 1.6 – Gerador inercial convencional.

Como ´e poss´ıvel observar na figura, a massa magnetizada encontra-se suspensa por uma mola, k, e est´a envolta numa estrutura fixa que cont´em uma bobine. O movi-mento oscilat´orio da massa ir´a levar `a produ¸c˜ao de energia, que posteriormente ser´a armazenada ou utilizada como alimenta¸c˜ao de um dispositivo eletr´onico.

(35)

1.3. MOTIVAC¸ ˜AO E OBJETIVOS 11

1.3

Motiva¸c˜

ao e objetivos

A motiva¸c˜ao para a escolha deste tema deveu-se ao crescente interesse por produ¸c˜ao de energia utilizando m´etodos renov´aveis, aliado ao desenvolvimento tecnol´ogico. Desse modo surgiu o estudo do carregamento de baterias usando geradores inerciais. Existe atualmente uma enorme dependˆencia de energia el´etrica para carregar bate-rias ou ent˜ao para alimentar sistemas de forma a que estes sejam aut´onomos, sendo os geradores inerciais uma ´otima fonte de produ¸c˜ao de energia a partir do ambiente que nos rodeia, pois estes geradores s˜ao utilizados para converter energia cin´etica em energia el´etrica. Apesar da utiliza¸c˜ao de geradores inerciais nestas situa¸c˜oes apenas permitir alimentar sistemas de baixa potencia, continuam a ser de extrema utili-dade, dado que desenvolvendo a tecnologia de forma adequada ´e poss´ıvel carregar uma bateria ou ent˜ao alimentar dispositivos eletr´onicos.

Nesta disserta¸c˜ao ser´a feita uma an´alise te´orica destes sistemas, tendo em conta os diversos tipos de aplica¸c˜ao e vari´aveis que influenciam o seu desempenho, acompa-nhando essa an´alise de simula¸c˜oes num´ericas de um modelo matem´atico, de forma a validar as informa¸c˜oes obtidas. As simula¸c˜oes tamb´em serviram de base para o desenvolvimento de um prot´otipo experimental com o objetivo de otimizar o seu desempenho. A modela¸c˜ao matem´atica desenvolvida neste trabalho ser´a n˜ao linear, visto que grande parte dos trabalhos j´a existentes usam modelos lineares que, embora mais simples de implementar, nem sempre s˜ao fi´eis `a realidade.

Com esta disserta¸c˜ao pretende-se contribuir para o conhecimento sobre a produ¸c˜ao de energia com base em geradores inerciais.

1.4

Organiza¸c˜

ao da disserta¸c˜

ao

Esta disserta¸c˜ao ´e constitu´ıda por cinco cap´ıtulos, sendo este o primeiro deles, onde ´e enquadrado o tema, os objetivos do trabalho e a motiva¸c˜ao para o mesmo.

(36)

12 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO

No segundo cap´ıtulo ´e analisado o funcionamento de sistemas de energia aut´onomos e a recolha de energia do ambiente circundante. ´E abordado o funcionamento de um gerador inercial e os tipos de transdu¸c˜ao que podem ser utilizados neste processo.

´

E tamb´em abordada a convers˜ao de energia cin´etica em energia el´etrica.

No terceiro cap´ıtulo ´e proposto um modelo matem´atico com o intuito de otimizar um gerador inercial, sendo levadas a cabo v´arias simula¸c˜oes num´ericas para an´alise de resultados.

No quarto cap´ıtulo ´e feita a valida¸c˜ao dos resultados obtidos, recorrendo a um dispositivo adaptado para o efeito, e uma otimiza¸c˜ao do gerador atrav´es de diversas simula¸c˜oes.

Por fim, no cap´ıtulo cinco, s˜ao tiradas as conclus˜oes resultantes deste trabalho, bem como um resumo de poss´ıveis melhorias que possam a vir a ser realizadas no ˆambito da produ¸c˜ao de energia utilizando geradores inerciais.

(37)

2

Revis˜

ao bibliogr´

afica

Como visto anteriormente, existem muitas formas de aproveitar energia do ambiente que nos rodeia e tamb´em a necessidade de maximizar a energia que ´e extra´ıda. Essa energia pode transformar um dispositivo, ou sistema, num sistema aut´onomo, ou ent˜ao facilitar o seu carregamento em situa¸c˜oes em que n˜ao exista energia el´etrica dispon´ıvel.

No desenvolvimento deste tipo de sistema tˆem de ser considerados diversos factores e existir um estudo consistente de forma que os resultados obtidos sejam objectiva-mente gratificantes.

2.1

Sistemas de energia aut´

onomos

Sistemas de energia aut´onomos, s˜ao sistemas el´etricos capazes de funcionar em di-versos tipos de situa¸c˜oes e ambientes, sem estarem ligados `a rede el´etrica.

Para obter um sistema de energia aut´onomo ´e necess´ario recolher energia a partir do meio envolvente, converter essa energia em energia el´etrica e posteriormente armazenar e alimentar o sistema consoante as suas necessidades.

(38)

14 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

2.1.1

Recolha de energia

A recolha de energia do ambiente pode ser feita recorrendo a v´arias fontes, sendo as principais fontes de energia a luz ambiente (ilumina¸c˜ao artificial e natural), sinais de radiofrequˆencia, fontes t´ermicas e fontes mecˆanicas.

A necessidade constante de energia e a procura de uma forma de produ¸c˜ao utilizando mecanismos de menores dimens˜oes abriram novos horizontes quanto ao carregamento de baterias utilizando as fontes de energia dispon´ıveis. Os coletores de energia podem ser aplicados com o objetivo final de carregar baterias em v´arios ambientes, como ind´ustrias, casas, uso militar e dispositivos port´ateis para uso pessoal.

A possibilidade de evitar a substitui¸c˜ao de baterias esgotadas ´e altamente atraente para todo o tipo de equipamento, em particular para redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Networks), em que os custos de manuten¸c˜ao devido `a verifica¸c˜ao e substitui¸c˜ao da bateria s˜ao relevantes. Outro campo de aplica¸c˜ao emergente ´e em sistemas biom´edicos, onde a energia pode ser colhida e utilizada para implementar sistemas de administra¸c˜ao de f´armacos, sensores t´ateis ou mesmo texteis inteligentes. Olhando para o corpo humano como uma fonte de movimento, ´e poss´ıvel ver que as quantidades de movimento produzidas variam consoante a zona do corpo em estudo. Na figura 2.1, (adaptada de von B¨uren and Tr¨oster (2007)), s˜ao apresentadas as diferentes zonas do corpo humano onde seria poss´ıvel implementar um dispositivo coletor de energia.

(39)

2.1. SISTEMAS DE ENERGIA AUT ´ONOMOS 15

Figura 2.1 – Zonas de poss´ıvel aproveitamento energ´etico analisadas.

Neste trabalho, foi feito um estudo para calcular a energia que potencialmente ´e produzida consoante a sec¸c˜ao do corpo humano utilizada para a implanta¸c˜ao dos coletores, obtendo-se os dados apresentados na figura 2.2, (adaptada de von B¨uren and Tr¨oster (2007)).

Figura 2.2 – Aproveitamento energ´etico das diferentes zonas do corpo analisadas. Gr´afico A -maior acelera¸c˜ao, gr´afico B-menor acelera¸c˜ao.

(40)

16 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

Analisando os resultados obtidos porvon B¨uren and Tr¨oster(2007), onde s˜ao compa-rados quatro tipos de gerador, e s˜ao recolhidos os valores de tens˜ao por eles gecompa-rados consoante a acelera¸c˜ao, verifica-se que ´e poss´ıvel alcan¸car valores de potˆencia mais elevados quando a acelera¸c˜ao ´e menor.

Considerando o gerador com acelera¸c˜ao m´ınima, a potˆencia de sa´ıda est´a compre-endida entre 2 µW e 25 µW (gr´afico B), variando a produ¸c˜ao de energia com a localiza¸c˜ao do gerador no corpo humano, sendo que estes valores s˜ao suficientes para algumas aplica¸c˜oes de baixa potˆencia, como por exemplo um medidor de frequˆencia card´ıaca.

Outra considera¸c˜ao a retirar da observa¸c˜ao dos gr´aficos ´e a diferen¸ca das zonas com maior potencial energ´etico, sendo as zonas 2, 7, 8 e 9, as que apresentam melhores resultados.

2.2

Gerador inercial

Geradores inerciais s˜ao dispositivos que tˆem a capacidade de produzir energia el´etrica a partir do movimento. Este tipo de dispositivos possui uma estrutura fixa, que fica sujeita `as vibra¸c˜oes envolventes. A estrutura inercial transmite as vibra¸c˜oes para uma massa inercial suspensa, produzindo desse modo um deslocamento relativo en-tre esses dois componentes. Esse sistema ter´a uma frequˆencia de ressonˆancia fixa, que pode ser projetada para corresponder a frequˆencia caracter´ıstica da vibra¸c˜ao aplicada. Esta abordagem efetivamente ”amplifica”a amplitude de vibra¸c˜ao ambi-ental pelo fator de qualidade do sistema ressonante.

SegundoBeeby and White(2010), os geradores inerciais s˜ao frequentemente modela-dos como sistemas massa-mola de segunda ordem. A figura 2.3 mostra um exemplo geral de um sistema baseado numa massa s´ısmica, m, e uma mola de rigidez, k.

(41)

2.2. GERADOR INERCIAL 17

Figura 2.3 – Gerador inercial convencional.

As perdas de energia no sistema s˜ao representadas pelo coeficiente de amortecimento Ct(sendo as perdas parasitarias Cp e a energia el´etrica extra´ıda pelo mecanismo de transdu¸c˜ao Ce). Estes componentes est˜ao associados `a estrutura inercial, excitada por uma vibra¸c˜ao sinusoidal externa, de acordo com a express˜ao (2.1).

y(t) = Y sin(wt) (2.1)

Esta vibra¸c˜ao externa resulta num deslocamento relativo, z(t), entre a massa e a estrutura. Assumindo que a massa da fonte de vibra¸c˜ao ´e significativamente maior que a do elemento s´ısmico e tamb´em que a excita¸c˜ao externa ´e harm´onica, ent˜ao a equa¸c˜ao diferencial do movimento ´e descrita pela equa¸c˜ao (2.2).

m¨z(t) + c ˙z + kz(t) = −m¨y(t) (2.2) Como a energia ´e extra´ıda do movimento relativo entre a massa e a estrutura inercial, aplica-se a equa¸c˜ao (2.3), solu¸c˜ao padr˜ao de estado estacion´ario para o deslocamento da massa. z(t) = w 2 k m − w 22 + Ctw m 2 · Y sin(wt − φ), (2.3)

(42)

18 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

Onde φ ´e o ˆangulo de fase, obtido atrav´es da equa¸c˜ao (2.4).

φ = tan−1  CTw k − w2m  (2.4) A energia extra´ıda ´e m´axima quando a frequˆencia de excita¸c˜ao ´e igual `a frequˆencia natural do sistema, wn, obtendo-se atrav´es da express˜ao (2.5):

wn= r k

m (2.5)

Foi demonstrado por Williams e Yates que a potˆencia dissipada dentro do amorte-cedor (ou seja, extra´ıdo pelo mecanismo de transdu¸c˜ao e mecanismos de amorteci-mento parasit´ario) pode ser obtida usando a express˜ao (2.6).

Pd = mζTY2   w wn   3 w3  1 −   w wn   2  2 +  2ζT   w wn     2 , (2.6)

onde ζT ´e a raz˜ao de amortecimento total (ζT = cT/2mwn). Portanto, a energia m´axima gerada, ocorre quando o dispositivo ´e conduzido na sua frequˆencia natural, wn, sendo, a potˆencia de sa´ıda obtida usando as equa¸c˜oes (2.7) e (2.8).

Pd= mY2 w3 n 4ζt (2.7) ou, Pd= mA2 2wnζT (2.8) A equa¸c˜ao (2.8) considera a acelera¸c˜ao de excita¸c˜ao como sendo A, e esse valor ´e obtido usando A = w2

(43)

2.2. GERADOR INERCIAL 19

A potˆencia m´axima que pode ser extra´ıda pelo mecanismo de transdu¸c˜ao pode ser prevista por contabiliza¸c˜ao das rela¸c˜oes de amortecimento parasit´arias e transdutor, conforme mostra a equa¸c˜ao (2.9).

Pe =

mζeA2 awn(ζp+ ζe)2

(2.9)

Obtendo-se uma potˆencia m´axima,Pe, quando ζp = ζe, sendo que o amortecimento parasit´ario ´e inevit´avel em implementa¸c˜oes pr´aticas. Em alguns casos, pode ser ´util ter a capacidade de variar o n´ıvel de amortecimento, por exemplo, o que permitiria que o deslocamento da massa, z(t), fosse mantido dentro de um limite fixo. As con-clus˜oes n˜ao devem ser tidas em conta sem considerar primeiro o efeito da frequˆencia aplicada, a magnitude das vibra¸c˜oes de excita¸c˜ao e o deslocamento m´aximo da massa. Se a acelera¸c˜ao de entrada for suficientemente alta, o aumento de amor-tecimento resultar´a numa resposta de largura de banda mais ampla e, portanto, resultar´a num gerador menos sens´ıvel `as varia¸c˜oes na frequˆencia de excita¸c˜ao, o que pode ser causado por mudan¸cas de temperatura ou outros parˆametros ambientais. A amplitude excessiva do dispositivo tamb´em pode levar ao comportamento n˜ao-linear e introduzir dificuldades em manter o gerador a funcionar em ressonˆancia. ´E claro que tanto a frequˆencia do gerador quanto o n´ıvel de amortecimento devem ser projetados para corresponder aos requisitos espec´ıficos da aplica¸c˜ao para maximizar a potˆencia. Tamb´em vale a pena notar que a potˆencia de sa´ıda ´e proporcional `a massa, que deve ser maximizada embora sujeita a restri¸c˜oes de tamanho. Tamb´em ´e importante notar que quando um gerador ´e acoplado a um circuito el´etrico, perdas como por exemplo as perdas resistivas na bobina de um sistema eletromagn´etico, limitar˜ao a quantidade de energia dispon´ıvel no dom´ınio el´etrico.

Os espectros de vibra¸c˜ao devem ser cuidadosamente estudados antes de projetar o gerador para identificar a frequˆencia de opera¸c˜ao mais adequada dentro das restri¸c˜oes de projeto, do tamanho do gerador e do deslocamento m´aximo permitido. (Beeby and White, 2010)

(44)

20 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

O modelo do gerador em an´alise nesta disserta¸c˜ao est´a apresentado na figura2.4. (Mor-gado et al., 2015)

Figura 2.4 – Gerador inercial em estudo.

Como ´e poss´ıvel observar, a massa flutuante ´e composta por um ´ıman, que tˆem polos opostos aos dos ´ımanes que se encontram fixados em ambas as extremidades do dispositivo, fazendo com que a massa magnetizada oscile dentro da estrutura consoante as vibra¸c˜oes e movimentos que lhe s˜ao imputados. A massa magneti-zada oscilar´a preferencialmente na zona onde foi colocada a bobina, ou as bobinas, consoante o dimensionamento do dispositivo, gerando da mesma forma energia ele-tromagn´etica. Sendo de real¸car que a posi¸c˜ao das bobines ´e definida consoante a posi¸c˜ao de equil´ıbrio da massa flutuante.

(45)

2.3. TIPOS DE TRANSDUC¸ ˜AO 21

2.3

Tipos de transdu¸c˜

ao

Uma grande quantidade de energia pode ser produzida por movimento ou vibra¸c˜oes no dom´ınio mecˆanico. No entanto, n˜ao ´e poss´ıvel usar essa energia diretamente no dom´ınio el´etrico, sendo necess´ario um mecanismo ou um dispositivo para converter um tipo de energia em outro. Para isso, ´e utilizado um transdutor que realiza a con-vers˜ao da energia cin´etica em energia el´etrica. Existem diversos tipos de transdu¸c˜ao que podem ser utilizados num gerador inercial, mas cada um deles tem carater´ısticas especificas que faz com que se adequem, ou n˜ao, a cada situa¸c˜ao.

Na figura 2.5 ´e poss´ıvel observar os tipos de transdu¸c˜ao adequados a cada tipo de recolha de energia (Cali`o et al., 2014).

Figura 2.5 – Tipos de transdu¸c˜ao consoante a aplica¸c˜ao.

Analisando a recolha de energia produzida resultante do movimento ´e poss´ıvel cons-tatar, com base na hierarquia precedente, que esta recolha pode ser feita em trˆes tipos diferentes de transdu¸c˜ao: eletromagn´etica, electroest´atica e piezoel´etrica.

(46)

22 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

Com base na lei da indu¸c˜ao de Faraday, os dispositivos de recolha de energia eletro-magn´etica podem gerar energia el´etrica quando um conjunto de espiras for sujeito a um campo magn´etico. O efeito piezoel´etrico ´e utilizado para recolher energia quando os materiais piezoel´etricos s˜ao submetidos a uma tens˜ao mecˆanica. Os dispositivos eletrost´aticos geralmente usam uma estrutura de condensador vari´avel, cuja capaci-dade muda quando a ´area de sobreposi¸c˜ao varia em resposta a uma fonte de vibra¸c˜ao externa.

2.3.1

Transdutores piezoel´

etricos

A transdu¸c˜ao piezoel´etrica ´e um m´etodo de convers˜ao de energia mecˆanica em ener-gia el´etrica bastante utilizado ao longo dos ´ultimos anos. Este tipo de transdu¸c˜ao usa materiais “inteligentes”, capazes de produzir o efeito piezoel´etrico, descoberto por Pierre e Jacques Curie em 1880, que consiste na produ¸c˜ao de eletricidade quando o material ´e comprimido.

S˜ao usados materiais cujos dipolos, quando submetidos a uma for¸ca mecˆanica, se redistribuem fazendo com que o material fique polarizado eletricamente, sendo o grau de polariza¸c˜ao proporcional `a tens˜ao mecˆanica aplicada, segundo Beeby and White (2010).

Consequentemente `a aplica¸c˜ao de um campo el´etrico, os dipolos rodam, deformando o material, existindo um comportamento piezoel´etrico anisotr´opico, ou seja, as pro-priedades do material variam consoante a deforma¸c˜ao e a orienta¸c˜ao da polariza¸c˜ao que este sofreu.

O efeito piezoel´etrico pode ser encontrado em materiais monocristalinos (figura2.6 -imagem (a)), como o quartzo, materiais cerˆamicos, materiais de pel´ıcula fina como o ´oxido de zinco ou ent˜ao em materiais policristalinos (figura2.6 - imagem (b)), como o fluoreto de polivinilideno, sendo poss´ıvel a sua aplica¸c˜ao em diversos dispositivos.

(47)

2.3. TIPOS DE TRANSDUC¸ ˜AO 23

(a) (b)

Figura 2.6 – (a) Material monocristalino (b) Material policristalino.

Os geradores piezoel´etricos tˆem um funcionamento semelhante ao apresentado na figura 2.7, adaptada de Kazmierski and Beeby (2014).

Figura 2.7 – Exemplo de um gerador piezoel´ectrico.

Na imagem a), uma for¸ca ´e aplicada na mesma dire¸c˜ao do campo el´etrico, existindo compress˜ao de um bloco piezoel´etrico que possui el´etrodos nas suas superf´ıcies supe-rior e infesupe-rior. Na imagem b), uma for¸ca lateral ´e aplicada na dire¸c˜ao perpendicular ao sentido do campo el´etrico aplicado. A tipologia mais comum ´e a apresentada na imagem b), embora, segundo Kazmierski and Beeby(2014), tenha um coeficiente de acoplamento menor do que o apresentado na imagem a).

2.3.2

Transdutores eletroest´

aticos

A transdu¸c˜ao eletroest´atica ´e um m´etodo de convers˜ao bastante utilizado e reconhe-cido. Na figura 2.8, adaptada de Basset et al. (2016), ´e apresentado um esquema

(48)

24 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

de recolha de energia cin´etica eletrost´atica, sendo usado um condensador vari´avel como transdutor eletromecˆanico.

Figura 2.8 – Gerador eletroest´atico.

Na figura2.9, tamb´em adaptada deBasset et al. (2016), ´e apresentado um conden-sador de placas paralelas, com uma placa fixa e a outra m´ovel.

Figura 2.9 – Placas eletroest´aticas aplicadas num gerador inercial.

A distˆancia d entre as placas pode variar, devido `as movimenta¸c˜oes a que esteja sujeito. SegundoBasset et al. (2016), a capacidade Ct depende da distˆancia d, dada pela equa¸c˜ao (2.10).

Ct= ε0εrA

d (2.10)

(49)

2.3. TIPOS DE TRANSDUC¸ ˜AO 25

as placas. Portanto, quanto maior a distˆancia entre as placas menor a capacidade do condensador assim formado.

Sendo Q2

t a carga el´etrica do condensador, a energia armazenada referente ao campo el´etrico ´e dada pela equa¸c˜ao (2.11).

Wt= Q2

t 2Ct

(2.11)

Assim, se a distˆancia entre placas aumentar a capacidade diminui, e se a carga se mantiver, obtem-se maior energia armazenada (Wt).

Pode-se concluir que se anexarmos esta estrutura a um elemento vibrat´orio que fa¸ca com que as placas se movimentem, isso afetar´a a capacidade e a energia el´etrica armazenada. Uma forma de obtermos um dispositivo ´e colocar as duas placas dentro de uma estrutura, estando uma fixa e outra suspensa por uma mola, aproveitando as vibra¸c˜oes do meio em que esteja inserida para se movimentar (Wang and Hansen, 2014).

2.3.3

Transdutores eletromagn´

eticos

O processo de transdu¸c˜ao eletromagn´etico ´e outra das formas de aproveitamento de energia cin´etica, para produ¸c˜ao de energia el´etrica. Segundo Beeby and White (2010), este tipo de transdu¸c˜ao ´e o mais utilizado dos apresentados para a produ¸c˜ao de geradores rotativos, existindo diversas aplica¸c˜oes.

Na figura2.10, adaptada deBernal and Garc´ıa(2012), s˜ao apresentados os parˆametros que configuram a geometria de um dispositivo de recolha de energia com transdu¸c˜ao eletromagn´etica.

(50)

26 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

Figura 2.10 – Geometria de um gerador eletromagn´etico.

A figura2.10, mostra um cilindro r´ıgido que cont´em trˆes ´ımanes, dois dos quais s˜ao fixos e um dos quais ´e livre para se mover. O movimento do ´ıman livre ´e direcionado ao longo do eixo z e ´e detetado por uma bobina enrolada em volta do cilindro. As for¸cas magn´eticas repulsivas dos ´ımanes fixos da estrutura mantˆem o ´ıman livre numa posi¸c˜ao de equil´ıbrio. Esta posi¸c˜ao de equil´ıbrio muda em resposta a um sinal externo, que pode ser gerado por movimentos vibrat´orios, naturais do movimento do corpo humano (isto ´e, andar, correr). Os fen´omenos f´ısicos que desempenham um papel relevante na dinˆamica deste dispositivo de recolha de energia s˜ao mostrados na figura 2.11, adaptada de Bernal and Garc´ıa (2012).

(51)

2.3. TIPOS DE TRANSDUC¸ ˜AO 27

Figura 2.11 – Processo de transdu¸c˜ao eletromagn´etico.

Analisando a figura 2.11, podemos ver que a partir de um impulso vibrat´orio ex-terno aplicado na massa magnetizada, ´e gerado um campo magn´etico, sendo induzida uma for¸ca eletromotriz nas bobines fixas do dispositivo. Essa a¸c˜ao gera uma cor-rente induzida que pode ent˜ao ser utilizada, mas em contrapartida, gera um campo magn´etico que se op˜oe ao que deu origem `a for¸ca eletromotriz, que tamb´em encontra resistˆencia `a sua desloca¸c˜ao no atrito do dispositivo e no campo magn´etico imposto pelos ´ımanes que est˜ao colocados nas extremidades.

Os geradores eletromagn´eticos s˜ao baseados na lei de Faraday de indu¸c˜ao eletro-magn´etica. Quando um condutor el´etrico ´e movido no seio de um campo magn´etico, uma diferen¸ca de potencial, ou for¸ca eletromotriz, ´e induzida nas extremidades do condutor.

Na maioria das implementa¸c˜oes pr´aticas do gerador, o condutor ´e enrolado sob a forma de uma bobina, sendo o campo magn´etico criado pelos ´ımanes aplicados. Para uma bobina com N espiras, a tens˜ao gerada, V , ´e obtida pela equa¸c˜ao (2.12), onde φ ´e o valor m´edio do fluxo magn´etico por espira.

(52)

28 CAP´ITULO 2. REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

V = −Ndφ

dt (2.12)

Como se pode observar ser˜ao obtidos maiores valores de tens˜ao quanto maior for a taxa de varia¸c˜ao do fluxo magn´etico entre os ´ımanes e quanto maior o n´umero de espiras.

2.3.4

Compara¸c˜

ao entre t´

ecnicas de transdu¸c˜

ao

Existem algumas diferen¸cas entre os tipos de transdu¸c˜ao relativos `a produ¸c˜ao de energia utilizando a vibra¸c˜ao do corpo humano. A tabela 2.1, adaptada deCottone (2011) resume as vantagens e desvantagens de cada um destes.

Tabela 2.1 – Compara¸c˜ao entre os tipos de transdu¸c˜ao apresentados.

Tipo Vantagens Desvantagens

Piezoel´etrico

• N˜ao necessita de uma

fonte de tens˜ao externa

• Tens˜oes de 2 a 10V

• Configura¸c˜ao compacta

• Bom funcionamento

usando cristais mono-cristalinos

• Depolariza¸c˜ao

• Fragilidade

• Baixo acoplamento com filme piezoel´etrico • Perda de carga • Alta impedˆancia de sa´ıda Eletroest´atico • N˜ao necessita de mate-riais inteligentes

• Tens˜oes entre 2 e 10V

• N˜ao necessita de tens˜ao

externa

• Existem muitas

res-tri¸c˜oes mecˆanicas

• Baixa capacidade

Eletromagn´etico

• N˜ao necessita de uma

fonte de tens˜ao externa

• N˜ao necessita de

mate-riais inteligentes

• Baixa tens˜ao m´axima (0.1V)

• Tamanho volumoso do ´ıman e da bobina

(53)

2.4. CONVERS ˜AO DE ENERGIA MEC ˆANICA EM ENERGIA EL´ETRICA 29

2.4

Convers˜

ao de energia mecˆ

anica em energia

el´

etrica

O processo de convers˜ao de energia mecˆanica em energia el´etrica pode ser descrito em trˆes fases distintas, como mostrado na figura 2.12. Numa primeira fase, um mecanismo de interface transfere adequadamente a energia mecˆanica para o trans-dutor. Na segunda fase, o transdutor gera energia el´etrica. Na terceira fase, a energia el´etrica gerada ´e recolhida e acondicionada para ser armazenada num dispo-sitivo de armazenamento de energia, podendo ser uma bateria recarreg´avel ou um condensador. Outra op¸c˜ao ´e a energia ser entregue diretamente a um dispositivo consumidor de energia (Rastegar and Dhadwal, 2017).

Figura 2.12 – Ilustra¸c˜ao do processo de convers˜ao de energia mecˆanica em energia el´etrica.

Se o consumo m´edio de energia na carga for maior que a potˆencia m´edia gerada pelo coletor, n˜ao ´e poss´ıvel fornecer energia continuamente `a carga. No entanto, se a potˆencia m´edia gerada for igual ou superior ao consumo m´edio da carga, ´e poss´ıvel alimentar a carga continuamente. No entanto, para conseguir isso, pode ser necess´aria a adi¸c˜ao de um dispositivo de armazenamento, muito provavelmente armazenamento el´etrico na forma de uma bateria ou condensador (Mitcheson and Toh, 2010).

(54)
(55)

3

Modela¸c˜

ao e simula¸c˜

ao

Neste cap´ıtulo ´e proposto um modelo matem´atico para descrever o funcionamento electromagn´etico de um gerador inercial. Deste modo ´e poss´ıvel desenvolver um conjunto de simula¸c˜oes, tendo em vista o dispositivo a construir, para que este corresponda aos objetivos a que est´a destinado. Previamente foram escolhidos os ´ımanes a utilizar no dispositivo e realizadas medi¸c˜oes para estimar a for¸ca magn´etica entre eles. Posteriormente foram analisadas e definidas as restantes carater´ısticas do dispositivo.

O modelo aqui apresentado segue o formato do trabalho de Morgado et al. (2015), com a diferen¸ca de que nesta disserta¸c˜ao a for¸ca magn´etica do sistema ´e ajustada ao tipo de ´ımanes usados no dispositivo e n˜ao ´e usada uma express˜ao geral para qualquer tipo de ´ıman, o que alivia de forma significativa o esfor¸co computacional necess´ario para as v´arias simula¸c˜oes.

3.1

Recolha de dados

Inicialmente foram escolhidos dois ´ımanes (posteriormente usados no dispositivo a construir) e com base em medi¸c˜oes experimentais da for¸ca magn´etica exercida

(56)

32 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO

entre eles, foi feito um ajuste `a for¸ca magn´etica resultante entre os trˆes ´ımanes do dispositivo. Os ´ımanes escolhidos tinham um diˆametro de 8 mm, 24 mm de altura como ´e poss´ıvel observar a figura 2.4 e foram sujeitos a um experiˆencia para medir a for¸ca magn´etica exercida entre eles, `a semelhan¸ca do que foi feito no trabalho desenvolvido por Gonz´alez (2016), vis´ıvel na figura3.1.

Figura 3.1 – Medi¸c˜ao experimental da for¸ca magn´etica entre dois imanes.

A experiˆencia consistiu em fixar dois ´ımanes numa estrutura met´alica e fazer a medi¸c˜ao do peso resultante da sua magnetiza¸c˜ao, o que provocava o afastamento entre eles. Os dados obtidos inicialmente em gramas e mil´ımetros, foram posterior-mente convertidos para Newton, podem ser observados na tabela 3.1.

(57)

3.1. RECOLHA DE DADOS 33

Tabela 3.1 – Dados experimentais recolhidos.

Distˆancia (mm) Peso (g) Peso(Kg) For¸ca(N) 3 192.22 0.19222 1.8856782 3.5 178.81 0.17881 1.7541261 4.5 130.98 0.13098 1.2849138 5.2 119.58 0.11958 1.1730798 5.5 107.39 0.10739 1.0534959 6.5 90.86 0.09086 0.8913366 7.5 72.56 0.07256 0.7118136 8.5 59.45 0.05945 0.5832045 9 49.6 0.049.6 0.486576 11 39.76 0.03976 0.3900456 12.5 30.71 0.03071 0.3012651 15 20.31 0.02031 0.1992411 18 15.06 0.01506 0.1477386 20 11.09 0.01109 0.1087929 23 7.96 0.00796 0.0780876 26.5 5.42 0.00542 0.0531702 31 3.72 0.003.72 0.0364932 36 2.53 0.00253 0.0248193 39 1.7 0.0017 0.016677 48 1.34 0.00134 0.01311454 58 0.99 0.00099 0.0097119

Na figura 3.2 pode ser observado o gr´afico resultante com os dados recolhidos. Fa-cilmente constatamos, como era de prever, que com o aumento da distˆancia entre os

(58)

34 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO

´ımanes, a for¸ca entre eles cada vez ´e menor, existindo um decr´escimo muito r´apido dessa mesma for¸ca. Assim sendo, para uma maior for¸ca entre os ´ımanes, estes devem estar a pequenas distˆancias.

Figura 3.2 – Dados experimentais da for¸ca entre dois ´ımanes.

Na figura3.2vemos ent˜ao que com o aumento da distancia diminui a for¸ca magn´etica entre os ´ımanes, estando representado no gr´afico a distancia no eixo horizontal e a for¸ca no eixo vertical.

3.2

Modelo matem´

atico

A modela¸c˜ao matem´atica tem como objectivo maximizar o desempenho do gerador, sendo para tal usado um modelo para simular o seu funcionamento.

Neste capitulo da disserta¸c˜ao ´e seguido o modelo desenvolvido por Morgado et al. (2015), mas alterando a forma como ´e calculada a for¸ca eletromagn´etica. Nesse trabalho a for¸ca eletromagn´etica ´e obtida atrav´es de express˜oes gerais para ´ımanes, enquanto que nesta tese ´e utilizada uma fun¸c˜ao de ajuste aos dados experimentais, equa¸c˜ao (3.1), obtidos com os ´ımanes que ser˜ao utilizados no enquadramento do dispositivo ilustrado na figura 2.4. Tendo em conta o tipo de curva produzido pelos

(59)

3.2. MODELO MATEM ´ATICO 35

resultados experimentais, figura 3.2, ´e natural supor-se que a for¸ca magn´etica entre os dois ´ımanes pode ser representada por uma fun¸c˜ao G, que depende da distˆancia entre eles (x), atrav´es da express˜ao (3.1).

1

a + b ∗ x + c ∗ x2 (3.1)

Com base nos dados obtidos para a for¸ca magn´etica entre os dois ´ımanes, tabela3.1, foi aplicado o m´etodo dos m´ınimos quadrados, tendo sido obtida a fun¸c˜ao de ajuste apresentada na equa¸c˜ao (3.2) para estimar a for¸ca magn´etica medida entre os dois ´ımanes escolhidos.

G(x) = 1,75876 − 335,564x + 20317,3x2−1

(3.2)

Como ´e usual, a qualidade do ajuste pode ser obtida atrav´es da equa¸c˜ao (3.3), que corresponde `a raiz quadrada do somat´orio dos quadrados dos res´ıduos (estes correspondem `a diferen¸ca entre o valor observado ou medido e o valor fornecido pela fun¸c˜ao de ajuste). Erro = v u u t n X i=1 (yi− G(xi)) 2 (3.3)

Neste caso, foi obtido um valor para o erro de 0,113733. Al´em disso, a qualidade do ajuste pode tamb´em ser observado na figura 3.3.

(60)

36 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO

Figura 3.3 – For¸ca magn´etica entre dois ´ımanes: fun¸c˜ao de ajuste - for¸ca magn´etica com d= 0,075m.

Usando a aproxima¸c˜ao apresentada para a for¸ca magn´etica entre os ´ımanes, a for¸ca magn´etica resultante, que ´e a for¸ca gerada devido `a intera¸c˜ao dos ´ımanes fixos, superior e inferior, com o central, foi calculada atrav´es da express˜ao (3.4), onde d ´e a distˆancia que separa os ´ımanes colocados nos topos do dispositivo.

FM(x) = G(x) − G(d − x) (3.4)

A equa¸c˜ao de movimento ´e obtida de acordo com a segunda lei de Newton, apresen-tada na equa¸c˜ao (3.5).

m¨y (t) = −c ( ˙y (t) − ˙z (t)) + FM(y (t) − z (t)) − mg, (3.5)

onde c = cm+ ce, em que cm corresponde ao coeficiente de amortecimento mecˆanico, Morgado et al. (2015), ce´e o coeficiente de amortecimento el´etrico, Mann and Sims (2009), m ´e referente `a massa inercial, g ´e a acelera¸c˜ao da for¸ca da gravidade, FM ´e a for¸ca magn´etica resultante que atua sobre o sistema inercial (massa magnetizada

(61)

3.2. MODELO MATEM ´ATICO 37

colocada ao centro) e ˙y e ¨y correspondem `a primeira e segunda derivadas respetiva-mente de y, em rela¸c˜ao a t. A excita¸c˜ao externa ´e assumida como sendo harm´onica e ´e obtida segundo a equa¸c˜ao (3.6).

z (t) = Zmcos (ωt) , (3.6)

z(t) ´e obtida em fun¸c˜ao de uma amplitude espec´ıfica, Zm, e uma frequˆencia, ω.

Realizando a substitui¸c˜ao da vari´avel x (t) = y (t) − z (t) e tendo em conta o gerador em estudo, as equa¸c˜oes (3.5) e (3.6), podem ser reescritas na seguinte forma:

¨ x + c m˙x − FM(x) m + g = Zmω 2 cos (ωt) , (3.7)

De acordo com a lei de Faraday a for¸ca eletromotriz, pode ser calculada atrav´es da express˜ao (3.8).

ǫ(t) = −dΦ

dt, (3.8)

onde φ representa o fluxo magn´etico atrav´es das bobinas, sendo obtido a partir da express˜ao (3.9). Φ = Z S ~ B · ~ds, (3.9)

onde S ´e a superf´ıcie delimitada pelas bobinas e ~B ´e o campo magn´etico produzido pelo ´ıman central. Atendendo `a geometria do transdutor aqui analisado, ´e sufi-ciente considerar a componente axial do campo magn´etico, Bz, desde que S seja perpendicular aos eixos de simetria dos ´ımanes, e assim sendo:

Φ = Z

S

(62)

38 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO

Em alternativa, segundoJackson (1998) o potencial vetor ´e apresentado conforme a express˜ao (3.11).

~

A = ~Aϕ+ ~Aρ+ ~Az (3.11)

Tamb´em pode ser considerado que:

~

B = ∇ × ~A (3.12)

De acordo com a simetria do dispositivo, apenas a componente azimutal ´e necess´aria o que, em coordenadas cil´ındricas, ´e dado pela express˜ao (3.13), segundo Callaghan and Maslen (1960). Aϕ(z, ρ) = JM 2 r rM ρ  ζk k 2 + h2 − h2 k2 h2k2 K(k 2 ) − 1 k2E(k 2 ) + h 2 − 1 h2 Π(h 2 |k2 ) ζ+ ζ− (3.13) Onde K, E e Π s˜ao os integrais el´ıpticos completos de primeira, segunda e terceira esp´ecie (Morgado et al., 2015),

K(s) = Z π2 0 1 p 1 − s sin2 θdθ, (3.14) E(s) = Z π2 0 p 1 − s sin2 θdθ, (3.15) Π(s|t) = Z π2 0 1 1 − s sin2θ p1 − t sin2 θdθ, (3.16) h2 , k2 , ζ± e [F (ζ)] ζ+

(63)

3.2. MODELO MATEM ´ATICO 39 h2 = 4rMρ (rM + ρ)2 (3.17) k2 = 4rMρ (rM + ρ)2+ ζ2 (3.18) ζ± = z ∓ hM 2 (3.19) [F (ζ)]ζ+ ζ− = F (ζ+) − F (ζ −) (3.20)

O teorema de Stoke’s permite reescrever a equa¸c˜ao (3.9), obtendo a express˜ao (3.21).

Φ = Z Γ ~ A · ~dl = Z Γ ρAϕ dϕ, (3.21)

sendo Γ a fronteira de S, que neste caso ´e uma circunferˆencia. Portanto, o fluxo de uma espira da bobina (a partir do topo) pode ser obtido a partir da express˜ao (3.22).

Φ = 2πρtcAϕ(ztc, ρtc), (3.22)

onde ρtc ´e o raio da espira superior, e ztc ´e a sua posi¸c˜ao em rela¸c˜ao `a massa magnetizada central, isto ´e, ztc = ztc(t) = xtc− x(t), e x(t) ´e a solu¸c˜ao de (3.7) e (3.8). Como cada conjunto de espiras pode ser visto como um anel cil´ındrico com uma certa altura e espessura, o fluxo total pode ser aproximadamente obtido pela equa¸c˜ao (3.23). Φ = 2π nt lttt Z ρt2 ρt1 Z zt2 zt1 ρAϕ(z, ρ)dzdρ − nb lbtb Z ρt2 ρt1 Z zb2 zb1 ρAϕ(z, ρ)dzdρ ! , (3.23)

onde nt, lt e tt (nb, lb e tb) s˜ao o n´umero total de espiras, o comprimento e a espes-sura, respectivamente, da bobina superior (inferior), ρt1 e ρt2 (ρb1 e ρb2) s˜ao os raios

(64)

40 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO

interno e externo, respetivamente, da bobina superior (inferior), de tal forma que ρt2 − ρt1 = tt(ρb2− ρb1 = tb). zt1 e zt2 (zb1 e zb2) s˜ao os limites inferior e superior do

iman superior (inferior), respetivamente, assim sendo zt2 − zt1 = lt (zb2 − zb1 = lb).

Aqui, o n´umero de voltas, o comprimento, a espessura, os raios interno e externo s˜ao considerados iguais em ambas as bobinas.

Finalmente o valor da tens˜ao eficaz (Vrms), equa¸c˜ao (3.24), e da potˆencia (Prms), equa¸c˜ao (3.25), podem ser obtidos em fun¸c˜ao da for¸ca eletromotriz:

Vrms = s 1 T Z T 0 ǫ2(t) dt (3.24) Prms = V2 rms R (3.25)

Sendo T o per´ıodo do sinal produzido e R a resistˆencia el´etrica da carga do gerador.

3.3

Simula¸c˜

ao num´

erica

Com base no modelo anteriormente descrito, realizaram-se varias simula¸c˜oes num´ericas, de forma a analisar o funcionamento previsto de um gerador inercial.

De real¸car as caracter´ısticas dos ´ımanes escolhidos, sendo do tipo Neod´ımio (N42) com 8 mm de altura, 8 mm de diˆametro e campo magn´etico de 5600 Gauss (valor te´orico apontado pelo fabricante). A posi¸c˜ao das bobinas ´e mesma do caso de estudo apresentado emMorgado et al. (2015) como pode ser vis´ıvel na figura 2.4.

3.3.1

Simula¸c˜

ao num´

erica com o gerador na posi¸c˜

ao vertical

Nesta sec¸c˜ao ser˜ao simulados os valores de tens˜ao eficaz e potˆencia eficaz, para um dispositivo com uma distˆancia entre os ´ımanes de topo de 12 cm e frequˆencias de

(65)

3.3. SIMULAC¸ ˜AO NUM´ERICA 41

1 Hz, 2 Hz, 3 Hz e 4 Hz apresentadas nas figuras3.4,3.5,3.6 e3.7, respetivamente.

5 6 7 8 9 10 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 ts V V 2 4 6 8 0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030 (a) (b)

Figura 3.4 – (a) Tens˜ao do gerador, (b) Tens˜ao eficaz linha azul (V) — Potˆencia eficaz -linha rosa (mW). Valores recolhidos para uma frequˆencia de 1 Hz.

2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 ts V V 2 4 6 8 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 (a) (b)

Figura 3.5 – (a) Tens˜ao do gerador, (b) Tens˜ao eficaz linha azul (V) — Potˆencia eficaz -linha rosa (mW). Valores recolhidos para uma frequˆencia de 2 Hz.

(66)

42 CAP´ITULO 3. MODELAC¸ ˜AO E SIMULAC¸ ˜AO 2.0 2.5 3.0 -1 0 1 2 ts V V 2 4 6 8 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 (a) (b)

Figura 3.6 – (a) Tens˜ao do gerador, (b) Tens˜ao eficaz linha azul (V) — Potˆencia eficaz -linha rosa (mW). Valores recolhidos para uma frequˆencia de 3 Hz.

1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 -5 0 5 ts V V 2 4 6 8 3.6 3.8 4.0 4.2 (a) (b)

Figura 3.7 – (a) Tens˜ao do gerador, (b) Tens˜ao eficaz linha azul (V) — Potˆencia eficaz -linha rosa (mW). Valores recolhidos para uma frequˆencia de 4 Hz.

Analisando os dados obtidos, ´e poss´ıvel observar um aumento da tens˜ao e potˆencia eficaz com o aumento da frequˆencia, sendo que para uma frequˆencia de 2 Hz que ser´a das frequˆencias apresentadas aquela que mais se aproxima do caminhar/correr humano, s˜ao obtidos valores bastante baixos.

Imagem

Figura 1.1 – Equipamentos de aproveitamento fotovoltaico.
Figura 1.3 – Equipamento de aproveitamento e´ olico, Micro Wind Turbine.
Figura 1.4 – Equipamentos de aproveitamento h´ıdrico.
Figura 2.2 – Aproveitamento energ´etico das diferentes zonas do corpo analisadas. Gr´ afico A - -maior acelera¸c˜ ao, gr´ afico B-menor acelera¸c˜ ao.
+7

Referências

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