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Contributo da Endoscopia de contato na caracterização da mucosa oral

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Academic year: 2021

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Contributo da endoscopia de contacto na

caracterização da mucosa oral

Maria Leonor Dias Lourenço Balsinha

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Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha

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Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha

III “Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral”

Área científica: Medicina Oral

Autora: Maria Leonor Dias Lourenço Balsinha Aluna do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Contacto: up201602934@fmd.up.pt

Orientadora: Professora Doutora Otília Adelina Pereira Lopes, Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Coorientador: Professor Doutor Ricardo Manuel Casaleiro Lobo de Faria e Almeida, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

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Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha

V

Agradecimentos

A presente monografia é o resultado de muito esforço e dedicação e gostava de exprimir os meus agradecimentos a algumas pessoas que me ajudaram ao longo deste percurso.

À minha orientadora, Professora Doutora Otília Lopes, por ter aceite com entusiasmo este desafio e por todo o apoio e dedicação que sempre demonstrou. Acima de tudo, por me acompanhar neste percurso e por estimular o meu interesse pela vida académica e pelo conhecimento.

Ao meu coorientador, Professor Doutor Ricardo Faria e Almeida pelo apoio e disponibilidade na realização desta monografia.

Aos meus pais, por todos os ensinamentos, pelos valores transmitidos, por todo o apoio e pelo incentivo à procura constante do conhecimento.

À minha irmã, pela total disponibilidade, pelo companheirismo e por ser um exemplo para mim.

Ao meu namorado Luís, pelo apoio incondicional, por querer sempre o melhor para mim, pela enorme compreensão e ajuda prestada durante a elaboração da presente dissertação.

A todos os meus amigos, em particular à minha binómia Mariana, pela amizade e por me ter acompanhado ao longo deste percurso.

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VII “On ne voit bien qu’avec le cœur. L’essentiel est invisible pour les yeux.”

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Resumo

Introdução: A mucosa oral reveste a cavidade oral. É importante estabelecer padrões de

normalidade das diferentes estruturas anatómicas para posteriormente se realizarem diagnósticos adequados. A biópsia cirúrgica é, atualmente, o gold standard do diagnóstico, embora nas últimas décadas tenha decorrido uma procura por técnicas menos invasivas, como a endoscopia de contacto. Esta permite, entre outras funções, observar e rastrear as mucosas, porém, a sua aplicação clínica ainda é limitada.

Objetivos: Pretende-se expor o estado da arte, no que diz respeito ao contributo da endoscopia de

contacto na caracterização da mucosa oral, assim como, apresentar uma proposta de estudo relacionada com a caracterização dos tecidos gengivais com o auxílio deste dispositivo médico.

Metodologia: A pesquisa bibliográfica foi feita na Medline (Pubmed) e foram utilizadas as

palavras-chave: “contact endoscopy”, “oral cavity”, “mucosa” e “epithelium”. Para complementar a pesquisa bibliográfica e a realização da proposta de estudo, recorreu-se também a mais 7 artigos e 2 livros de texto.

Resultados: Foram analisados 80 artigos do quais 18 foram selecionados.

Discussão: A técnica da endoscopia de contacto tem evoluído, sendo útil em diversas áreas.

Através desta, podem-se avaliar características celulares e vasculares, contribuindo para o rastreio e auxílio no diagnóstico de patologias. Como muitas das técnicas, apresenta as suas vantagens e limitações. A mucosa oral pode ser caracterizada, sendo que não é um processo traumático, o que se torna numa vantagem quando comparada com a biopsia cirúrgica.

Conclusão: A endoscopia de contacto é útil para rastrear a mucosa oral, fornece informação

imediata e importante e apresenta condições para complementar o diagnóstico fornecido pela biópsia. Não é recomendada a substituição da biópsia por este dispositivo médico, dado que a primeira é essencial para o estabelecimento de um diagnóstico definitivo.

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XI

Abstract

Introduction: The oral mucosa lines the oral cavity. It is important to establish normality patterns

for the different anatomical structures in order to make appropriate diagnoses. Surgical biopsy is currently the gold standard of diagnosis, although in recent decades there has been a search for less invasive techniques, such as contact endoscopy. This technique allows, among other functions, to observe and track the mucous membranes, however, its clinical application is still limited.

Objectives: It is intended to expose the state of the art, with regard to the contribution of contact

endoscopy in the characterization of the oral mucosa, as well as to present a study proposal related to the characterization of gingival tissues with the help of this medical device.

Search Strategy: The literature review was done in Medline (Pubmed) and the keywords used

were: “contact endoscopy”, “oral cavity”, “mucosa” and “epithelium”. In order to complement the bibliographic research and the realization of the study proposal, another 7 articles and 2 textbooks were used.

Results: A total of 80 articles were analyzed, of which 18 were selected.

Discussion: The technique of contact endoscopy has evolved, being useful in several areas.

Through it, one can evaluate cellular and vascular characteristics, contributing to the screening and aid in the diagnosis of pathologies. Like many techniques, it has its advantages and limitations. The oral mucosa can be characterized and it isn´t a traumatic process, which becomes an advantage when compared with surgical biopsy.

Conclusion: Contact endoscopy is useful for screening the oral mucosa, provides immediate and

important information and presents conditions to complement the diagnosis provided by the biopsy. It is not recommended to replace the biopsy with this medical device, as the first is essential to establish a definitive diagnosis.

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Siglas e acrónimos

EC- endoscopia de contacto. EGM- eletrogustometria. LP- lâmina própria. TC- tecido conjuntivo.

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Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha XV

Índice

1. Introdução ... 1 2. Materiais e métodos ... 5 3. Discussão ... 9

3.1 Técnica da endoscopia de contacto ... 9

3.2 Descrição da técnica da endoscopia de contacto ... 10

3.3 Características celulares e vasculares ... 12

3.4 Vantagens da endoscopia de contacto ... 13

3.5 Limitações da endoscopia de contacto ... 14

3.6 Caracterização da mucosa oral através da endoscopia de contacto ... 15

3.6.1 Mucosa oral normal ... 15

3.6.1.1 Mucosa Mastigatória ... 16

3.6.1.2 Mucosa de Revestimento ... 19

3.6.1.3 Mucosa Especializada... 27

3.7 Biópsia cirúrgica: O gold-standard do diagnóstico ... 29

4. Conclusões ... 33

5. Perspetivas de trabalhos futuros ... 35

6. Bibliografia ... 39

7. Anexos ... 43

7.1 Anexo 1 - Tabela 2: Características dos artigos selecionados ... 43

7.2 Anexo 2 - Proposta de estudo ... 45

7.3 Anexo 3 - Declaração da autoria do trabalho apresentado ... 51

7.4 Anexo 4 - Parecer do Orientador para a entrega definitiva do trabalho apresentado ... 52

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XVI

Índice de figuras

Figura 1: Diagrama de seleção dos artigos incluídos. ... 6 Figura 2: Endoscópio de contacto Karl Storz. Imagem obtida sem autorização do autor... 10 Figura 3: Endoscópio de contacto. Botão de focagem (F) e ocular (O). Imagem obtida sem autorização do autor... 10 Figura 4: EC, 60X. Observação do padrão vascular normal no palato mole, sem coloração. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 11 Figura 5: EC, 60X, azul de metileno. Padrão celular normal da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor... 12 Figura 6: EC, 60X, ponto de focagem intermédio. Padrão normal da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 12 Figura 7: EC, 60X. Azul de metileno. Palato duro. Células sem núcleo visível. Observam-se alguns vasos sub-epiteliais em ansa (setas). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 17 Figura 8: EC, 150X. Azul de metileno. Palato duro e início de transição palato mole. Por vezes são visíveis células nucleadas com núcleos picnóticos (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 17 Figura 9: EC, 60X. Azul de metileno. Palato duro. Ostium de glândula (seta). Imagem obtida sem autorização do autor... 18 Figura 10: EC, 150X. Palato duro. Ostium de glândula e células nucleadas do canal excretor. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 18 Figura 11: HE, 250X. Epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado. Imagem obtida sem autorização do autor... 18 Figura 12: EC, 60X. Azul de metileno. Mucosa da gengiva próxima da estrutura dentária. Observam-se células sem núcleo visível e células inflamatórias a infiltrar a mucosa (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 19 Figura 13: EC, 60X. Mucosa da gengiva, área afastada do dente. Vasos em ansa curta. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 19 Figura 14: EC, 60X. Região mucosa do lábio. Microvascularização sub-epitelial. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 20 Figura 15: EC, 60X. Azul de metileno. Região mucosa do lábio, micro-pregas abundantes. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 20 Figura 16: EC, 60X. Azul de metileno. Área de transição pele/mucosa. À esquerda, região da pele; à direita, área da mucosa. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 21 Figura 17: HE, 250 X. Epitélio da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor... 22 Figura 18: EC, 60X. Azul de metileno. Mucosa jugal, ponto de focagem intermédio. Células com núcleos picnóticos e vasos com ansas longas. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 22 Figura 19: EC, 60X. Mucosa jugal. Vasos sanguíneos em ansa. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 22 Figura 20: EC, 60X. Palato mole. Células com relação núcleo-citoplasma grande. São visíveis os espaços vazios resultantes da descamação de células (setas). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 23

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XVII Figura 21: EC, 60X. Azul de metileno. Palato mole. Micro-pregas do epitélio (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 24 Figura 22: EC, 60X. Palato mole. Vasos em ansas longas. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 24 Figura 23: EC, 60X. Epitélio do pavimento da boca, ponto de focagem intermédio. Observam-se células bem delimitadas e vasos ramificados sem ansas. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 25 Figura 24: EC, 60X. Azul de metileno. Epitélio do pavimento da boca. Micro-pregas epitelias (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 25 Figura 25: EC, 60X. Microcirculação da mucosa do trígono retromolar. Vasos em ansa (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. ... 26 Figura 26: EC, 60X. Face ventral da língua, ponto de focagem intermédio. Observam-se células epiteliais e a microcirculação sub-epitelial. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 26 Figura 27: EC, 60X. Azul de metileno. Papilas filiformes (seta) da face dorsal da língua. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 27 Figura 28: EC, 60X. Azul de metileno. Observa-se o epitélio das papilas filiformes. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 27 Figura 29: EC, 60X. Azul de metileno. Face dorsal da língua. Papila fungiforme rodeada de papilas filiformes. Observam-se vasos sub-epiteliais (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. .. 28 Figura 30: EC, 60X. Padrão vascular das papilas fungiformes, com vasos paralelos entre si. Imagem obtida sem autorização do autor. ... 28

Índice de tabelas

Tabela 1: Resultados e artigos utilizados na pesquisa bibliográfica ... 5 Tabela 2: Características dos artigos selecionados ...43

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1. INTRODUÇÃO

A mucosa oral está integrada na mucosa aerodigestiva e reveste a cavidade oral. Esta possui várias funções como a proteção mecânica, impermeabilização e defesa contra microrganismos patogénicos. Dentro das várias regiões da mucosa oral podemos distinguir três tipos: a mucosa mastigatória, a mucosa de revestimento e a mucosa especializada. (1-3)

O exame clínico direto da cavidade oral permite ao médico dentista detetar patologias, tanto nos dentes como na mucosa oral. Com efeito, para realizar um diagnóstico e tratamento adequados, é fundamental estabelecer previamente os padrões de normalidade dos tecidos. (1, 3) Nas últimas décadas, assistiu-se ao desenvolvimento de várias técnicas com o propósito de rastrear, identificar e avaliar alterações da mucosa oral. A biópsia cirúrgica e respetiva análise histopatológica é a técnica mais utilizada atualmente para a obtenção de um diagnóstico definitivo de lesões encontradas na cavidade oral. Porém, por se tratar de um procedimento invasivo, apresenta algumas desvantagens. Este facto levou à procura de uma técnica não invasiva que permitisse a análise dos tecidos sem qualquer intervenção cirúrgica. Uma das técnicas que irrompeu nos últimos anos e que tem sido estudada pelas suas diversas aplicações é a endoscopia de contacto (EC). (1, 4-10)

Inspirada na colposcopia, a EC foi primeiramente relatada pelo ginecologista Hamou em 1979, para o estudo da doença cervical e uterina. (1, 4-7, 9-13) É uma técnica relativamente simples de executar, na qual um endoscópio rígido é colocado em contacto com a mucosa, produzindo imagens com diversas ampliações. Para além de permitir a observação das células das camadas superficiais do epitélio, esta ferramenta possibilita a visualização dinâmica direta da microcirculação sub-epitelial. Deste modo, permite observar as células epiteliais e os vasos in vivo e in situ. (1, 4-7, 11-14) Consequentemente, a evolução permitida por este meio auxiliar de diagnóstico apoia-se no facto de admitir uma avaliação microscópica de células e vasos, que podem oferecer informações complementares à observação macroscópica. Para além de permitir avaliar a integridade do epitélio, é possível ainda analisar aspetos morfológicos dos núcleos, como a forma, o tamanho e a coloração. (1, 4-7, 10-14)

A EC permite então o rastreio das mucosas e avaliar patologias nas diferentes áreas. Lábio, palato duro e mole, mucosa jugal, mucosa do trígono retromolar, mucosa do pavimento da boca, mucosa da língua e gengiva são os locais da mucosa oral já estudados com o auxílio deste dispositivo médico. (4-6, 11)

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O endoscópio evita artefactos das técnicas histológicas, não lesa os tecidos nem provoca qualquer desconforto ao paciente. No entanto, apesar do seu potencial, a evidência científica demonstra que, atualmente em medicina dentária, a aplicação clínica deste dispositivo na cavidade oral é limitada. (1, 6)

O objetivo da presente revisão bibliográfica é estudar com base na literatura, o contributo da EC na caracterização das diferentes áreas da mucosa oral. Por fim será apresentada uma proposta de estudo relacionada com a caracterização dos tecidos gengivais por meio da EC.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração da presente dissertação, o objetivo da pesquisa bibliográfica foi de recolher informação científica atual e relevante sobre o contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral. Deste modo, realizou-se uma pesquisa na base de dados da Medline (Pubmed) com as palavras-chave: “contact endoscopy”, “oral cavity”, “mucosa” e “epithelium”.

Os resultados da pesquisa e artigos utilizados encontram-se na tabela 1.

Tabela 1: Resultados e artigos utilizados na pesquisa bibliográfica

Palavras-chave Resultados Artigos

utilizados

Contact endoscopy AND oral cavity 47 15

Contact endoscopy AND mucosa AND epithelium 33 3

A revisão bibliográfica e obtenção dos artigos foram realizados de acordo com o diagrama da figura 1. Os critérios de inclusão compreenderam publicações relativas a seres humanos que demonstrassem o contributo passado e atual da endoscopia de contacto, em língua portuguesa, francesa, inglesa e espanhola, tal como publicações que englobassem a endoscopia de contacto.

Ainda, foram aplicados critérios de exclusão com o objetivo de limitar os resultados da pesquisa. Foram excluídas publicações cujo texto completo não fosse disponibilizado pela Universidade do Porto, artigos duplicados ou que o título e o resumo não estivessem relacionados com o tema em causa e artigos em língua estrangeira não selecionada.

Após a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão, dos 80 artigos encontrados inicialmente, 18 foram considerados adequados para a elaboração da presente revisão bibliográfica.

No sentido de complementar os resultados das pesquisas anteriormente mencionados e para a realização da proposta de estudo, foram, além do mais, consultados 2 livros de texto e 7 outros artigos considerados relevantes para o tema.

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3. DISCUSSÃO

3.1 Técnica da endoscopia de contacto

Contextualização histórica

Com a primeira descrição na literatura fornecida pelo ginecologista Hamou em 1979 ao rastrear e diagnosticar a mucosa vaginal e uterina, o uso da EC como método de avaliação citológico in vivo está em uso clínico há mais de 30 anos. (1, 4-6, 9, 10, 12, 13) Primeiramente, foi utilizado um endoscópio ginecológico e, mais tarde, novos endoscópios foram desenvolvidos e adaptados para facilitarem a execução da técnica nas diversas áreas, o que permitiu melhorar a qualidade das imagens obtidas. (1)

Em 1989, L'Estrange aplicou a EC pela primeira vez na mucosa oral. Publicou um ensaio preliminar sobre a utilização de um colposcópio para observação de lesões inflamatórias da cavidade oral, mostrando a capacidade do dispositivo médico de identificar características celulares e com a vantagem de não apresentar efeitos adversos relacionados com a técnica ou coloração. (1, 7, 9) Em 1990, uma equipa chefiada pelo Professor Mário Andrea introduziu a utilidade desta técnica na área de otorrinolaringologia e adaptou-a como uma ferramenta de diagnóstico na avaliação de tumores epiteliais da cabeça e pescoço. (1, 4-6, 11) Os estudos demonstraram os benefícios desta técnica em situações normais e patológicas, particularmente tumorais e inflamatórias, sendo a denominação de EC empregue nesta época. (1) Em 1994, os mesmos autores testaram este dispositivo médico durante uma microlaringoscopia para avaliar lesões nas cordas vocais e em 1997 fizeram-no na mucosa nasal, com o objetivo de avaliar doenças inflamatórias e neoplásicas. (7, 10, 13, 14)

Em 2000, Carriero et al, estudou o epitélio da laringe sendo que a técnica foi útil no estudo e diagnóstico de doenças inflamatórias das cordas vocais. Negoro et al, combinou a EC com vídeo-microscopia para observar as papilas da língua. Desde então a EC tem sido útil para o diagnóstico de lesões da cabeça e pescoço, bem como noutras regiões. (6-8) Os locais onde a EC foi utilizada estão descritos na tabela 2 (Anexo1).

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3.2 Descrição da técnica da endoscopia de contacto

Qualquer que seja a região a observar, a EC requer pouco material para a sua prática. O equipamento indispensável para a aquisição das imagens é constituído por uma fonte de luz fria, sendo que esta não apresenta nenhuma especificidade, um endoscópio de contacto e azul de metileno a 1%. Este último, é um corante vital que possui a capacidade de garantir o contraste, permitindo diferenciar o núcleo do citoplasma das células do epitélio e pode ser facilmente aplicável com uma bola de algodão.(1, 9, 15, 16)

O sistema de imagem, como a câmara de vídeo, o monitor e o gravador de imagem é dispensável, dado que a observação pode ser ocular, embora seja necessário caso se pretenda armazenar as imagens obtidas. (1, 16)

Atualmente, para observar a cavidade oral existem quatro endoscópios de contacto comercializados. Um par apresenta 23cm de comprimento, 5,5mm de diâmetro e angulação da lente de 0º e 30º. O outro par tem 18cm de comprimento, 4mm de diâmetro e angulação de 0º e 30º. (1)

Neste sentido pode ser utilizado, a título de exemplo, um endoscópio de contacto da marca Karl Storz (Fig. 2). Este possui uma ocular e um botão de focagem, que permitem observar a mucosa macroscópica ou microscopicamente. (Fig. 3). (1)

Figura 2: Endoscópio de contacto Karl Storz. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 3: Endoscópio de contacto. Botão de focagem (F) e ocular (O). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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11 A execução da técnica deve começar pela aspiração cuidada, com uma cânula de aspiração, na área de interesse. (1, 7, 9, 10, 12)

Quando o endoscópio se encontra sobre a área da mucosa a analisar, a intensidade da fonte de luz deve ser diminuída para valores mínimos, com o intuito de evitar lesões térmicas da mucosa. A ponta do endoscópio deve ser encostada à superfície do tecido com uma pressão ligeira e o botão de focagem regulado para 60 aumentos de ampliação.(1, 5, 10, 12)

Inicialmente, para a visualização dos vasos e caracterização do padrão vascular a técnica de EC deve ser realizada sem nenhum corante. (Fig. 4) Isto porque o azul de metileno a 1% não permite que a luz chegue ao plano submucoso, local onde se encontram os vasos sanguíneos. (1, 5, 15, 17, 18) A forma destes é analisada pela observação dos glóbulos vermelhos que os preenchem e não pela visualização das suas paredes. A hemoglobina das hemácias funciona então como um corante natural para a observação dos vasos. (1, 5) Nesta primeira fase não é possível observar as células, uma vez que estas não são detetadas pelo endoscópio de contacto sem coloração prévia. (1)

Segue-se novamente a remoção do excesso de saliva sobre a área, sem esfregar. (1, 7, 9, 10, 12) Para a visualização do padrão celular, a mucosa deve ser corada durante aproximadamente 5 minutos, com uma bola de algodão embebida em azul de metileno a 1%. A ponta do endoscópio é de novo encostada ao tecido e foca-se o plano celular, sendo este mais superficial que o plano vascular. A arquitetura celular é então visualizada, sendo que núcleos coram de azul escuro e o citoplasma de azul claro (Fig.5).(1, 5, 7, 12)

Figura 4: EC, 60X. Observação do padrão vascular normal no palato mole, sem

coloração. Imagem obtida sem

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Existe um ponto de focagem intermédio que permite observar, em simultâneo, células e vasos sub-epiteliais com um grau de definição aceitável (Fig. 6). Neste contexto, os vasos são corados naturalmente pela hemoglobina dos glóbulos vermelhos e as células epiteliais coradas com o azul de metileno, aumentando o contraste e a resolução da imagem dos vasos. (1)

Para observar a mucosa, o endoscópio de contacto pode estar estático ou em movimento. Esta técnica é geralmente dinâmica, o que permite cobrir uma grande área de visualização. Quando se observa uma zona merecida de ser caracterizada, a ampliação é alterada para 150 aumentos e o zoom da câmara aumentado. Esta observação carece de mais luminosidade. (1)

3.3 Características celulares e vasculares

Há inúmeras características celulares e vasculares que podem ser avaliadas com a EC. (5, 7, 11, 19)

A superfície e o grau de queratinização do epitélio podem ser rapidamente observados. Após aplicar o corante vital, características como o número de células por campo, a homogeneidade da sua distribuição, os seus limites, a presença, contorno, forma, tamanho,

Figura 5: EC, 60X, azul de metileno. Padrão celular normal da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 6: EC, 60X. Ponto de focagem intermédio. Padrão normal da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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13 cromatismo e uniformidade dos núcleos e o rácio núcleo/citoplasma, podem ser observados. Ainda, os pleomorfismos ou atipias celulares, a presença de mitoses e se existem infiltrados inflamatórios como neutrófilos, linfócitos e eosinófilos.(1, 5, 7, 10, 11, 13, 14, 19, 20) Com a EC é relativamente fácil de documentar as diferentes fases da queratinização do epitélio, dado que esta ocorre nas camadas superficiais. Numa fase inicial, observam-se células isoladas sem núcleos. Posteriormente, aparecem grupos de células sem núcleos, mas ainda com uma definição dos contornos celulares.(12, 21)

Relativamente às características dos vasos, pode-se estudar o seu tamanho, a forma, a distribuição, as deformações das paredes vasculares, a existência de glóbulos vermelhos fora dos vasos e a taxa de fluxo de hemácias no interior dos vasos sanguíneos.(1, 5, 7, 9, 11, 12, 14, 19, 22)

Além das células epiteliais e da microcirculação sub-epitelial, pode-se observar, ainda, a abertura e fecho de ostia de glândulas salivares, movimento que é estimulado pelas variações de pressão da ponta do endoscópio. (1, 10)

3.4 Vantagens da endoscopia de contacto

A EC apresenta algumas vantagens. (1, 5, 10, 11) A utilização deste dispositivo médico implica uma curta curva de aprendizagem. Não apresenta efeitos secundários para a grande maioria dos pacientes no que diz respeito ao procedimento ou ao uso do corante azul de metileno a 1% e a observação dos tecidos pode ser repetida sempre que for necessária, sem que isso implique uma agressão adicional para o paciente. (1, 5, 10)

Esta técnica permite rastrear a mucosa eficazmente e evita danos e artefactos que podem ocorrer nos tecidos aquando da biópsia cirúrgica ou aquando da preparação do tecido para exame histopatológico. (1, 5-7, 10)

O facto de o endoscópio de contacto poder ser movimentado ao longo dos tecidos, permite uma visão global da superfície dos mesmos e adiciona informação complementar ao seu estudo. Portanto, o tempo de examinação é reduzido, dado que através do varrimento da superfície com a ponta do endoscópio, podem-se avaliar grandes áreas tecido em apenas poucos minutos. (1, 4, 5, 11, 21, 23, 24)

Outra vantagem é que, ao aplicar uma pressão correta nos tecidos, a velocidade das hemácias da rede microvascular reduz, permitindo determinar a direção do fluxo sanguíneo e distinguir os vasos sanguíneos. (1, 25) Esta técnica requer pouco material para a sua execução e a

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anestesia não é necessária para avaliar a maior parte da cavidade oral. Do ponto de vista dos pacientes, evita o reflexo de vómito. (23) Apresenta valores elevados para a sensibilidade, especificidade e exatidão no diagnóstico, sendo que pode auxiliar na tomada de decisão da correta área a biopsar. (1, 8, 10, 17, 23, 24) As imagens podem ser gravadas e incluídas no processo do paciente, o que possibilita dar seguimento à evolução de uma patologia e rever os dados conforme pretendido. (1, 5, 10) Além disto, o paciente pode acompanhar a realização do exame através da observação das imagens, o que pode ajudar na motivação para abandonar certos hábitos nocivos que possam incitar o aparecimento de certas doenças. (1)

3.5 Limitações da endoscopia de contacto

A observação através da EC ainda possui algumas limitações. (1, 11)

Primeiro, torna-se difícil manter uma posição estática do endoscópio durante a observação dos tecidos dado que os pacientes têm de estar imóveis durante todo o processo. (5, 6, 8, 11) Certos pacientes podem sentir uma dor repentina, sobretudo em lesões dolorosas, quando o endoscópio entra em contacto com as mesmas e pode, por vezes, ocorrer sangramento ao tocar em tecidos muito friáveis. O excesso ou a escassez de saliva, pode ser considerada uma dificuldade, pois a primeira pode diluir o corante previamente ao procedimento estar finalizado e a segunda pode obrigar a uma hidratação prévia da mucosa. (1, 5-7, 10, 11) No geral, uma recolha eficaz de imagens requer duas pessoas, tanto para auxiliar no posicionamento correto do endoscópio, como para posicionar o paciente. (1, 6, 10) No caso de pacientes com alergia ao azul de metileno ou com anemia hemolítica por deficiência hereditária da glucose-6-fosfato desidrogenase, não se pode realizar a EC com coloração, mas sim apenas uma observação dos vasos. (1)

Segundo, a limitação mais referida é que a profundidade de observação dos tecidos é limitada. A EC permite apenas a avaliação das células das camadas superficiais, não providenciando informação acerca das células localizadas na camada basal do epitélio. Isto deve-se ao facto de o corante azul de metileno não penetrar nas camadas mais profundas e à luz que, por sua vez, fica reduzida. Posto isto, a EC não é considerada a ferramenta mais apropriada para avaliar lesões localizadas na submucosa. Pode também tornar-se difícil de identificar a displasia leve ou até a moderada, dado que as anomalias celulares estão limitadas à camada basal do epitélio. Ainda, não é viável classificar os tumores quanto ao seu carácter invasivo, ou seja, não é possível diferenciar um carcinoma in situ de um carcinoma invasivo. (1, 4, 5, 7, 10-14, 19, 21) Por conseguinte, é plausível que ocorra um atraso no diagnóstico até que as células anormais migrem

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15 em direção às camadas superficiais. (5, 10) No entanto, como sempre que há suspeita de malignidade se deve realizar uma biópsia e posterior análise anatomopatológica, esta limitação da EC não reduz a sua capacidade de detetar patologias malignas. (1, 19)

Terceiro, o facto de o endoscópio poder ser movido ao longo da superfície dos tecidos pode causar alguns artefactos, como o enrolamento das células epiteliais superficiais. O excesso de corante azul de metileno pode também provocar artefactos devido à precipitação do corante nos tecidos e induzir diagnósticos falsos positivos, resultantes da alteração da cor dos núcleos e de aspetos gerais de heterogeneidade dos tecidos, que podem insinuar malignidade. Deve-se então evitar o uso excessivo de corante, sendo mais prudente repetir a aplicação do mesmo caso seja necessário. (1, 5-7)

A hiperqueratose da superfície da mucosa também é considerada uma limitação dado que não permite o acesso às células nucleadas das camadas subjacentes. Neste caso, devem-se procurar grupos de células nucleadas e avaliar o padrão vascular. (1)

3.6 Caracterização da mucosa oral através da endoscopia de contacto

A boca é limitada anteriormente pelos lábios, posteriormente pelo istmo das fauces, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e pavimento da boca e lateralmente pela mucosa jugal. (3)

A cavidade oral é revestida pela mucosa oral e esta última possui várias funções como defesa física e imunológica contra microorganismos patogénicos, função secretora e sensorial e impermeabilização. (1, 3)

O exame clínico da cavidade oral permite ao médico dentista detetar lesões tanto nos dentes como na mucosa oral. Com efeito, para realizar um diagnóstico e tratamento corretos é fundamental estabelecer os padrões de normalidade dos tecidos. (3)

3.6.1 Mucosa oral normal

O epitélio da mucosa oral é do tipo estratificado pavimentoso e pode ser queratinizado ou não, consoante a região. (1-3) Seguidamente ao epitélio, encontra-se a lâmina própria (LP) onde existem maioritariamente fibroblastos. Esta, está apoiada numa submucosa de tecido conjuntivo (TC), onde existem habitualmente glândulas salivares minor e tecido adiposo. (1-3)

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Os queratinócitos constituem 90% das células sendo que os outros 9% são melanócitos, células de Merkel e células de Langerhans. As restantes são células transitórias, como linfócitos, neutrófilos e macrófagos que chegam ao epitélio através da LP. À medida que se diferenciam, as células migram em direção à superfície, havendo uma renovação constante das mesmas. (1, 3)

Dentro das camadas celulares, enumeram-se cinco. A camada basal é onde se encontram as células mais indiferenciadas, de forma cúbica, com grandes núcleos e um citoplasma escasso. Aqui encontram-se as células de Merkel e melanócitos. De seguida, na camada espinhosa, as células apresentam formas mais irregulares e é onde se encontram os melanócitos, as células de Langerhans e os queratinócitos. Logo após, está a camada granulosa que é proeminente nos epitélios queratinizados. Aqui, a relação núcleo-citoplasma diminui e as células possuem grânulos de querato-hialina. Por fim, a camada córnea é formada por células com pequenos núcleos e o citoplasma é formado por citoqueratina, o que significa que a relação núcleo-citoplasma é baixa. (1, 3)

As diversas regiões da mucosa oral podem ser organizadas em três tipos: a mucosa mastigatória, a mucosa de revestimento e a mucosa especializada. (1, 3) Estas, apresentam algumas variações, sendo relevante definir um padrão de normalidade que servirá como referência para detetar situações patológicas. (1)

3.6.1.1 Mucosa Mastigatória

Palato duro

Nesta região é importante que a mucosa esteja bem aderida, de tal modo que resista à fricção e que não se desloque. Histologicamente, a mucosa do palato duro apresenta um epitélio estratificado pavimentoso com queratinização regular, denominada de ortoqueratinização. A LP tem reduzidas dimensões e a microvascularização é formada por vasos associados às papilas conjuntivas. Estas estão distribuídas de uma forma densa e regular. A submucosa encontra-se apenas na região lateral. No terço posterior do palato duro é mais comum encontrar glândulas salivares minor e tecido adiposo. (1, 3)

Aquando da observação do palato duro com um endoscópio de contacto e uma ampliação de 60X, observam-se células poliédricas sem núcleo visível e com um padrão homogéneo. Pontualmente e apesar da queratinização, a microvascularização é observada através de vasos

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sub-Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha

17 epiteliais em ansa, o que pode indicar as papilas epiteliais ou conjuntivas e os seus vasos de nutrição (Fig. 7). Estes apresentam dimensões regulares, porém são difíceis de focar. (1)

Os limites celulares, devido ao acúmulo de queratina em certas áreas, são de difícil definição. Em contrapartida, com uma maior ampliação (150X) observam-se mais pormenorizadamente os queratinócitos (Fig. 8). (1)

Ocasionalmente, a disposição regular das células é interrompida pelo aparecimento de ostia glandulares, principalmente na zona posterior do palato duro (Figs. 9 e 10). (1)

A base óssea subjacente à mucosa do palato duro nem sempre é plana e certas áreas implicam que a ponta do endoscópio de contacto tenha uma orientação específica, para que a lente fique em íntimo contacto com a mucosa. (1)

Figura 7: EC, 60X. Azul de metileno. Palato duro. Células sem núcleo visível. Observam-se alguns vasos sub-epiteliais em ansa (setas). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 8: EC, 150X. Azul de metileno. Palato duro e início de transição palato mole. Por vezes são visíveis células nucleadas com núcleos picnóticos (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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Gengiva

O epitélio da gengiva é paraqueratinizado em 70% da sua área (Fig. 11), sendo que, nos restantes 30% o epitélio é ortoqueratinizado. No epitélio existem muitas células inflamatórias, notadamente, mastócitos, linfócitos e macrófagos. A LP apresenta papilas conjuntivas estreitas e compridas. (1)

Com a EC, na gengiva junto aos dentes e em mais de dois terços dos casos, os núcleos não são observados porque as células são queratinizadas. Em contrapartida, na mucosa da gengiva

Figura 9: EC, 60X. Azul de metileno. Palato duro. Ostium de glândula (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 10: EC, 150X. Palato duro. Ostium de glândula e células nucleadas do canal excretor. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 11: HE, 250X. Epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado. Imagem obtida sem autorização do autor. (3)

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19 afastada das peças dentárias, como esta apresenta menor quantidade de queratina, aparecem células com núcleos visíveis. No epitélio é também comum observar células inflamatórias (Fig. 12). (1)

Na área não queratinizada da mucosa da gengiva, a microvascularização é facilmente observada. Esta é do tipo papilar, com vasos em ansa curta e de pequeno diâmetro (Fig. 13). No entanto, devido à queratose e à espessura do epitélio, em certos locais, os vasos podem não ser visíveis. (1)

3.6.1.2 Mucosa de Revestimento

Lábio

A superfície do lábio pode ser dividida em diferentes regiões, em particular, a mucosa do lábio, a zona de transição e a pele do lábio. (1, 3)

Figura 12: EC, 60X. Azul de metileno. Mucosa da gengiva próxima da estrutura dentária. Observam-se células sem núcleo visível e células inflamatórias a infiltrar a mucosa (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 13: EC, 60X. Mucosa da gengiva, área afastada do dente. Vasos em ansa curta. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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Mucosa do lábio

A mucosa do lábio apresenta um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado e pouco espesso. As células das camadas superficiais possuem núcleos picnóticos. A LP é composta por TC laxo. A camada basal é constituída por células colunares. A submucosa exibe glândulas salivares minor mistas com os ácinos muito próximos da superfície. Nesta camada, as células inflamatórias como os linfócitos, monócitos e macrófagos são abundantes. (1, 3)

Na EC a mucosa do lábio apresenta células com núcleos grandes e, como tal, há uma grande relação núcleo-citoplasma. Os limites celulares são muitas vezes impercetíveis, embora relativamente definidos. O número de células e a sua forma pode ser dada pelo número e forma dos núcleos. A microvascularização é constituída por vasos em ansa com densidade elevada e com forma semelhante aos da zona de transição, embora mais longos e de menor diâmetro (Fig. 14) Por vezes, observam-se micro-pregas epiteliais orientadas paralelamente ao maior eixo do lábio (Fig. 15). (1)

Figura 14: EC, 60X. Região mucosa do lábio. Microvascularização sub-epitelial. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 15: EC, 60X. Azul de metileno. Região mucosa do lábio, micro-pregas

abundantes. Imagem obtida sem

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Zona de transição e pele do lábio

Histologicamente, na zona de transição do lábio, o epitélio é paraqueratinizado ou não queratinizado e tem papilas de grandes dimensões. (1) Na zona da pele do lábio, esta é recoberta por uma pele fina e existem folículos pilosos e glândulas sebáceas ou sudoríparas. (3)

Na EC, nesta região, duas zonas diferentes são observadas. Uma mais próxima da pele com um epitélio do tipo queratinizado, onde se encontram células poliédricas sem núcleos visíveis com formas semelhantes e outra, na região próxima da mucosa, onde as células possuem núcleos picnóticos alternados com células com grandes núcleos (Fig. 16). (1)

Dado que as papilas epiteliais ou conjuntivas são abundantes e necessárias para nutrir o epitélio espesso, no que concerne à microvascularização, os vasos em ansa são numerosos e apresentam um grande diâmetro, comparado com os do palato ou a mucosa jugal. Os mesmos têm uma distribuição homogénea e a circulação das hemácias pode ser interrompida com uma pressão leve da ponta do endoscópio de contacto que após alívio da mesma, nota-se uma circulação regular normal. (1)

Mucosa jugal

Histologicamente, na mucosa jugal, o epitélio é espesso e do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado (Fig. 17). Este assenta sobre uma LP vascularizada que contém um tecido fibroelástico denso e que penetra no epitélio, formando cristas epiteliais elevadas. A submucosa contém grandes vasos sanguíneos, glândulas salivares minor e tecido adiposo. (1, 3)

Figura 16: EC, 60X. Azul de metileno. Área de transição pele/mucosa. À esquerda, região da pele; à direita, área da mucosa. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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A mucosa desta região é facilmente observada com a EC. Devido à sua localização, a ponta do endoscópio fica bem apoiada e observam-se rapidamente grandes áreas. (1)

Nas imagens obtidas com a EC, é visível um padrão uniforme de células e dos seus núcleos. Estas apresentam forma poligonal e limites bem definidos. Os núcleos são ovóides e picnóticos (Fig. 18). A relação núcleo-citoplasma é uniforme e baixa, devido às reduzidas dimensões dos núcleos. (1, 5) Relativamente à microvascularização e em concordância com a existência de muitas papilas conjuntivas nesta região, a EC permite observar vasos longos em ansa, sem ectasias e com padrão homogéneo (Fig. 19). Dentro das características mais relevantes dos critérios de normalidade, é de salientar a elevada densidade dos vasos por área e a sua disposição paralela. (1)

Figura 17: HE, 250 X. Epitélio da mucosa jugal. Imagem obtida sem autorização do autor. (3)

Figura 18: EC, 60X. Azul de metileno.

Mucosa jugal, ponto de focagem

intermédio. Células com núcleos picnóticos e vasos com ansas longas. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 19: EC, 60X. Mucosa jugal. Vasos sanguíneos em ansa. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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23 Tal como no palato mole, encontram-se micro-pregas no epitélio da mucosa jugal e, esporadicamente, podem-se observar ostia de glândulas salivares. Esta mucosa tem muitas semelhanças com a do trígono retromolar na observação por EC. (1)

Palato mole e úvula

Histologicamente, o epitélio é pouco espesso e do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. Observam-se habitualmente células inflamatórias entre os queratinócitos das várias camadas. A LP é espessa e possui muitas papilas conjuntivas vascularizadas e de elevadas dimensões. A submucosa apresenta um TC laxo com tecido adiposo e uma grande densidade de glândulas mucosas. (1, 3)

No palato mole, ao contrário do palato duro, a ponta do EC é simples de encostar à mucosa e as imagens são facilmente obtidas. Porém, em indivíduos com reflexo do vómito exacerbado esta tarefa pode tornar-se difícil. (1)

Na análise por EC, os núcleos das células são visíveis, ligeiramente ovóides e apresentam dimensões e formas semelhantes (Fig.20). Na maioria das vezes, é possível observar a membrana citoplasmática, sendo os limites das células bem definidos comparado com outras regiões da cavidade oral. (1)

Devido à descamação das células, podem-se detetar áreas não coradas que correspondem a este fenómeno (Fig.20). Ao observar estas regiões ou linhas coradas de azul, é necessário realizar o diagnóstico diferencial com hifas fúngicas. (1)

Com a EC observam-se micro-pregas epiteliais, relacionadas com a elasticidade da mucosa, sendo possível descrever a sua distribuição, orientação e dimensões (Fig. 21). (1)

Figura 20: EC, 60X. Palato mole. Células com relação núcleo-citoplasma grande. São visíveis os espaços vazios resultantes da descamação de células (setas). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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Relativamente à vascularização, podem-se observar vasos de pequeno diâmetro em ansas longas (Fig. 22). A circulação possui uma cinética regular e pode ser interrompida com pressões da ponta do endoscópio. (1)

Existem muitas ostia das glândulas salivares nesta região, sendo comum visualizar-se estas estruturas a abrir e a excretar. (1)

Pavimento da boca

O pavimento da boca, histologicamente, possui um epitélio não queratinizado de reduzida espessura, o que justifica as curtas papilas da LP. O TC laxo da LP é rico em fibras elásticas e muito vascularizado. A submucosa contém bastante tecido adiposo e possui glândulas salivares minor e as glândulas sublinguais. (1, 3)

Na observação por EC, a forma das células é poligonal, os limites destas são nítidos e os núcleos são picnóticos, embora maiores que os núcleos das células da mucosa jugal. Os vasos sub-epiteliais são abundantes e facilmente focados com a EC, no entanto, não estão em forma de ansa

Figura 21: EC, 60X. Azul de metileno. Palato mole. Micro-pregas do epitélio (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 22: EC, 60X. Palato mole. Vasos em ansas longas. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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25 dado que a pouca espessura do epitélio não precisa de papilas conjuntivas para manter a nutrição das células (Fig. 23). (1)

A mucosa possui bastantes micro-pregas com orientação paralela ao sulco gengival (Fig. 24). (1)

Trígono retromolar

Histologicamente, o epitélio é estratificado pavimentoso e semelhante ao da mucosa jugal embora com menor espessura. A LP possui uma microvascularização abundante. (1)

Na observação por EC, as células possuem núcleos picnóticos, limites bem definidos e uma baixa relação núcleo-citoplasma devido às reduzidas dimensões dos núcleos. Dado que o epitélio é não queratinizado e fino, é possível observar bem a microcirculação, que tem um aspeto arboriforme. Os vasos têm forma de ansa e também se observam ostia de glândulas salivares (Fig. 25). (1)

Figura 23: EC, 60X. Epitélio do pavimento da boca, ponto de focagem intermédio. Observam-se células bem delimitadas e vasos ramificados sem ansas. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 24: EC, 60X. Azul de metileno. Epitélio do pavimento da boca. Micro-pregas epitelias (seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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Língua

Face ventral da língua

Histologicamente, o epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado e de reduzida espessura, o que permite a observação à transparência dos vasos do tecido conjuntivo subjacente. A LP possui inúmeras papilas curtas, fibras elásticas, vasos sanguíneos, adipócitos e glândulas salivares minor. A submucosa é inexistente. (1, 3)

Nesta localização, no estudo por EC, as células são bem delimitadas, os núcleos têm grandes dimensões e são ovóides, a relação núcleo-citoplasma é baixa e regular (Fig. 26). Observam-se múltiplas micro-pregas da mucosa, paralelas ao longo eixo da língua. Como o epitélio é fino, observa-se o TC e a microcirculação (Fig. 26). Existe uma grande densidade vascular, com vasos de grande diâmetro que terminam em forma de ansa. (1)

Figura 25: EC, 60X. Microcirculação da mucosa do trígono retromolar. Vasos em

ansa (seta). Imagem obtida sem

autorização do autor. (1)

Figura 26: EC, 60X. Face ventral da língua, ponto de focagem intermédio. Observam-se células epiteliais e a microcirculação sub-epitelial. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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3.6.1.3 Mucosa Especializada

Face dorsal da língua

Histologicamente, a face dorsal da língua é revestida por mucosa mastigatória e especializada. A primeira apresenta ortoqueratose ou paraqueratose e a segunda é constituída pelos quatro tipos de papilas gustativas. (1-3)

A morfologia ou possíveis alterações das papilas podem ser analisadas com a EC. É possível observar o seu epitélio e entre as mesmas, a microvascularização e avaliar o grau de despapilação parcial ou completa. (1)

Papilas filiformes

Localizadas na superfície dorsal da língua, histologicamente, são revestidas por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. As células de Langerhanse os melanócitos destacam-se por serem abundantes. (1-3)

Na EC, consegue-se observar as papilas filiformes (Fig. 27) e entre estas é possível analisar o epitélio pavimentoso não queratinizado (Fig. 28). (1)

Figura 27: EC, 60X. Azul de metileno. Papilas filiformes (seta) da face dorsal da língua. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 28: EC, 60X. Azul de metileno. Observa-se o epitélio das papilas filiformes. Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

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Papilas fungiformes

Localizam-se na ponta da língua, embora possam estar dispersas pela sua superfície. O epitélio destas papilas é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. (1-3)

Na EC observam-se os vasos sub-epiteliais devido à pouca espessura do epitélio (Figs. 29 e 30). (1)

Papilas foliáceas

Encontram-se na região posterior dos bordos laterais da língua e são pouco abundantes. (1-3) As papilas foliáceas são difíceis de individualizar macroscopicamente. (1)

Papilas circunvaladas

Encontram-se distribuídas ao longo do V lingual e o epitélio é do tipo ortoqueratinizado. O TC é laxo e muito vascularizado. As glândulas salivares de von Ebner libertam as suas secreções

Figura 29: EC, 60X. Azul de metileno. Face dorsal da língua. Papila fungiforme rodeada de papilas filiformes. Observam-se vasos sub-epiteliais (Observam-seta). Imagem obtida sem autorização do autor. (1)

Figura 30: EC, 60X. Padrão vascular das papilas fungiformes, com vasos paralelos entre si. Imagem obtida sem autorização do autor. (8)

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29 nos seus sulcos. Devido à sua localização, não é possível estudar estas papilas em ambiente de consulta, dado que seria necessária anestesia geral para a sua análise. (1-3)

3.7 Biópsia cirúrgica: O gold-standard do diagnóstico

Há alguns anos, principalmente na região orofacial, tem sido reconhecida a necessidade de uma técnica não invasiva para se obter um diagnóstico precoce, dado que este é essencial para reduzir a morbilidade e mortalidade. (1, 8, 9) Atualmente, a obtenção do exame anatomopatológico por biópsia cirúrgica é o gold standard do diagnóstico das lesões orais. No entanto, este é um procedimento invasivo, que apresenta algumas desvantagens para o paciente, como o tempo necessário para a obtenção do diagnóstico e os custos associados, a cicatrização dos tecidos, o risco de sangramento, a possível infeção da ferida cirúrgica e a necessidade de realizar múltiplas biópsias para follow-up, o que pode originar uma morbilidade significativa. (5-7, 10) Posto isto e com o intuito de se encontrar uma técnica não invasiva, atraumática, que pudesse ser utilizada clinicamente e que fosse capaz de apresentar o quadro histopatológico in vivo, outras técnicas foram postas em prática. (1, 5, 9, 10) É o caso da autofluorescência, fluorescência indireta, entre outras, e a EC é uma dessas técnicas. (5, 9, 10)

A EC é importante não apenas para a biópsia ótica simples, mas também para a observação do movimento das células. O diagnóstico realizado com o endoscópio de contacto é distinto dos diagnósticos histopatológicos realizados por biópsia, dado que o primeiro permite analisar detalhes in vivo, como os vasos e o fluxo sanguíneo. (1, 19)

As características, como os objetivos e conclusões dos artigos que compreendem a EC, estão descritos na tabela 2 (Anexo 1).

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4. CONCLUSÕES

Em conclusão, a EC é uma ferramenta auxiliar de diagnóstico útil para rastrear a cavidade oral, apresenta valores elevados para a sensibilidade, especificidade e exatidão no diagnóstico. Apesar das limitações desta ferramenta auxiliar de diagnóstico aquando da observação da mucosa oral, a informação obtida é imediata e importante.

A EC pode ser utilizada para realizar rastreios, detetar lesões e áreas de malignidade, auxiliar na tomada de decisão da correta área a biopsar, vigiar lesões pré-cancerígenas e orientar o diagnóstico. Contudo, não substitui a biópsia cirúrgica e o exame histopatológico.

Assim, a EC apresenta condições para complementar a observação macroscópica e reforçar a prática clínica e a análise anatomopatológica.

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5. PERSPETIVAS DE TRABALHOS FUTUROS

Motivada pela realização da presente revisão bibliográfica e por entender que a EC pode ser um meio auxiliar de diagnóstico útil na prática clínica, apresento, por isso, uma proposta de estudo preliminar presente no anexo 2.

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Contributo da endoscopia de contacto na caracterização da mucosa oral | Leonor Balsinha

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7. ANEXOS

7.1 Anexo 1 – Tabela 2: Características dos artigos selecionados

T abe la 2 : C ar ac te rís tic as dos ar tigos s ele cionad os

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Imagem

Figura 1: Diagrama de seleção dos artigos incluídos.
Figura  2:  Endoscópio  de  contacto  Karl  Storz.  Imagem  obtida  sem  autorização  do autor
Figura 4: EC, 60X. Observação do padrão  vascular  normal  no  palato  mole,  sem  coloração
Figura  6:  EC,  60X.  Ponto  de  focagem  intermédio.  Padrão  normal  da  mucosa  jugal
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Referências

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