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Efeito a longo termo do Programa de Alimentação do Trabalhador sobre o estado nutricional antropométrico de trabalhadores da indústria de transformação

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

EFEITO A LONGO TERMO DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

KARINA GOMES TORRES

NATAL/RN 2020

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KARINA GOMES TORRES

EFEITO A LONGO TERMO DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Doutor António Manuel Gouveia de Oliveira Co-orientadora: Profª. Doutora Ingrid Wilza Leal Bezerra

NATAL/RN 2020

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Torres, Karina Gomes.

Efeito a longo termo do Programa de Alimentação do Trabalhador sobre o estado nutricional antropométrico de trabalhadores da indústria de transformação / Karina Gomes Torres. - 2020. 64f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Natal, RN, 2020. Orientador: António Manuel Gouveia de Oliveira.

Coorientador: Ingrid Wilza Leal Bezerra.

1. Estado nutricional - Dissertação. 2. Políticas públicas - Dissertação. 3. Estudos de coorte - Dissertação. 4. Antropometria - Dissertação. 5. Circunferência da cintura - Dissertação. I. Oliveira, António Manuel Gouveia de. II. Bezerra, Ingrid Wilza Leal. III. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 612.39 Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde Prof. Doutor Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito

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EFEITO A LONGO TERMO DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL ANTROPOMÉTRICO DE

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Aprovada em 06/07/2020

Banca Examinadora:

Prof. Doutor António Manuel Gouveia de Oliveira Presidente da banca

Profª Doutora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos 1º Membro

Prof. Doutor Fábio Resende de Araújo 2º Membro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, por tudo que me proporcionou nesta jornada e por todas as intervenções que me fizeram chegar até aqui. Obrigada por ter colocado pessoas tão incríveis em minha vida, que contribuíram ˗ cada um de sua forma - nessa conquista.

Obrigada aos meus pais, Lúcia e Francimar, por todo amor, incentivo e dedicação que depositaram em mim durante toda a minha vida. Obrigada mãe, por todo carinho, pelas orações, por ser ouvinte e pelas palavras de ânimo, muito, muito obrigada! Obrigada a minha irmã, Lorena que sempre foi e é um grande exemplo acadêmico para mim. Obrigada ao meu sobrinho Theo, por ser uma dose diária de ânimo e alegria para mim.

Obrigada ao meu noivo, Álvaro, por todo o apoio e palavras de incentivo durante toda a jornada. Obrigada por se fazer presente em todos os momentos, por compreender todas as minhas angústias e tentar encontrar soluções para todos os problemas que surgiram ao longo da caminhada.

Aos meus orientadores, António e Ingrid, pelos ensinamentos teóricos e de vida, pelas orientações, pela paciência, por terem acreditado no meu potencial, por trabalharem comigo em todas as etapas desse projeto e por terem me acolhido como uma filha, vocês foram essenciais para o meu crescimento. Obrigada, Ingrid, pelo imenso carinho, amizade, proteção e conselhos desde que eu era sua aluna de iniciação cientifica. Obrigada por tudo!

Obrigada as minhas amigas, Anissa, Gabriela e Raiane, que estão nesse mesmo barco comigo desde que erámos alunas de iniciação cientifica e que também embarcaram nesse novo desafio. Obrigada por cada palavra, por me escutarem, me entenderem e me tranquilizarem. Obrigada por trabalharem junto comigo diariamente e por contribuírem, à maneira de cada uma, para essa conquista.

Obrigada as professoras Dras. Célia Márcia e Liana Pinheiro por todo carinho, pela torcida, pelos ensinamentos e por todo suporte dado durante o desenvolvimento do estudo.

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Natasha, aquelas que me completam e que apesar da distância, estão sempre presentes. Obrigada por tudo e por sempre me mostrarem a força da nossa amizade. Obrigada aos membros da minha banca examinadora, os professores doutores Ana Cláudia Peixoto e Fábio Resende, agradeço a atenção e o tempo dedicado à leitura e às contribuições para o aprimoramento do meu trabalho.

Obrigada a todos os alunos da Iniciação Científica, Andréa Medeiros, Daionara Sousa, Heloísa Gurgel, Isabela Muniz, Rafaella Bezerra, Roberta Santos, Rodrigo Santos, Nathanael Araújo e Noeme Viana, que foram essenciais durante toda a trajetória. Muito obrigada pelo comprometimento, pela dedicação, pela disponibilidade, pelas risadas. Vocês me ensinaram muito e sem vocês, nada disso seria possível!

Obrigada a todas as indústrias que nos receberam e que não mediram esforços para desenvolvêssemos este trabalho com êxito. Obrigada por toda receptividade, apoio e respeito. E, em especial, muito obrigada a cada um dos trabalhadores que participaram do estudo. Obrigada pela disponibilidade, pela simpatia, pelas histórias e pelos ensinamentos que cada um de vocês me proporcionou.

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RESUMO

O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), implementado há mais 40 anos no Brasil, consiste em uma política pública de assistência alimentar e nutricional aos trabalhadores de baixa renda, que tem como finalidade melhorar o estado nutricional da sua clientela por meio da oferta de refeições nos ambientes de trabalho. Porém, vários estudos com desenho transversal relataram maior prevalência de sobrepeso e obesidade em grupos populacionais assistidos pelo PAT. O objetivo deste estudo foi avaliar por meio de um estudo longitudinal a variação a longo prazo dos indicadores antropométricos do estado nutricional e do consumo dietético entre trabalhadores de indústrias de transformação vinculadas e não vinculadas ao PAT. Foi realizado um longitudinal, prospectivo, em uma coorte fechada selecionada por amostragem combinada, estratificada proporcional e em multiestágios, avaliada em duas ondas com um intervalo de 4 anos, em 2014 e 2018. As variações no Índice de Massa Corpórea (IMC), perímetro da cintura (PC) e consumo dietético avaliado por recordatório de 24 horas foram comparadas entre os grupos com análise de covariância. Um total 273 trabalhadores em 16 indústrias, de uma coorte inicial de 1069 trabalhadores de 26 indústrias do Estado do Rio Grande do Norte, foram avaliados nas duas ondas. A idade média foi de 37 ± 10 anos e 53,1% eram do sexo masculino, sem diferenças entre os grupos quanto à idade e distribuição por sexo. O IMC aumentou nos dois grupos a longo prazo (0,44 kg/m² no grupo não PAT, p = 0,003 e 0,56 kg/m² no grupo PAT, p = 0,0006) e o PC aumentou no grupo PAT (1,50 cm, p = 0,0006). A mudança no IMC ao longo do tempo não mostrou diferenças estatísticas entre os grupos (p = 0,54), mas a PC teve um aumento maior no grupo PAT (diferença 1,37 cm, p = 0,047). Não houve diferenças estatísticas entre os grupos na variação a longo termo do consumo dietético. Os resultados obtidos demonstram haver ganho de peso com aumento estatisticamente significante do IMC e do PC nos dois grupos, sendo o aumento do PC maior no grupo PAT quando comparado ao grupo não PAT, o que suporta a hipótese de causalidade entre a participação dos trabalhadores no PAT e o aumento da PC e, possivelmente, do IMC. Esses achados sugerem a necessidade de um monitoramento periódico dos indicadores nutricionais nesses trabalhadores. Reconhece-se a relevância do PAT para essa parcela da sociedade e entende-se que os resultados do presente estudo podem servir de base para a formulação e implementação de estratégias para a promoção da saúde dos

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demandas energético-nutricionais dessa população, além do desenvolvimento de outras ações de saúde, com repercussões positivas para a produtividade e o bem estar geral da clientela atendida pelo Programa.

Palavras-chave: Políticas públicas; Estado nutricional; Estudos de coorte; Antropometria; Circunferência da cintura.

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ABSTRACT

The Workers Food Program (WFP), implemented in Brazil for over 40 years, is a public policy of food and nutritional assistance to low-income workers whose main objective is to improve the nutritional conditions of workers through the provision of meals in the workplace. However, several cross-sectional studies have observed higher prevalence of overweight and obesity in populations of workers. The aim of this study was to compare with a longitudinal study the long-term variation in anthropometric indicators of the nutritional status and dietary intake between workers of manufacturing industries adherent to and non-adherent to the WFP. A prospective longitudinal study in a closed cohort selected by a combined stratified and multistage sampling was conducted, with evaluations in two waves with a 4-year interval, in 2014 and 2018. The change in body mass index (BMI), waist circumference (WC) and dietary intake at lunch by the 24-hour recall method were compared between groups with analysis of covariance. A total of 273 workers in 16 industries, from an initial cohort of 1069 workers in 26 industries of the State of Rio Grande do Norte in Brazil, were evaluated in the two waves. The mean age was 37±10 years and 53.1% were male, with no differences between groups in age and sex distribution. BMI increased in both groups (0.44 kg/m2 in non-WFP, p=0.003, and 0.56 kg/m2 in WFP, p=0.0006) and WC increased in the WFP group (1.50 cm, p=0.0006). BMI change over time did not show statistical differences between groups (p=0.54) but WC had a greater increase in the WFP group (difference 1.37 cm, p=0.047). There were no statistically significant differences between groups in the change over time of the dietary intake. The results obtained evidence the weight gain with a statistically significant increase in BMI in both groups and WC in the WFP group, and that the increase in WC was greater in the WFP group. These findings support the hypothesis of a causal nexus between worker participation in the WFP and increased WC and, possibly, BMI. These findings suggest the need for periodic monitoring of nutritional indicators in these workers. The relevance of the WFP is recognized for this portion of society and it is understood that the results of the present study may be helpful for the formulation and implementation of strategies for the promotion of workers’ health through the provision of a healthy diet that is adequate to the energetic-nutritional demands of this population, in addition the development of other health actions, with positive repercussions for productivity and the welfare of the workers.

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circumference.

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LISTA DE SIGLAS

AMPM Método de Múltiplas Passagens

DHAA Direito Humano a Alimentação Adequada EAN Educação Alimentar e Nutricional

IMC Índice de Massa Corpórea

IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física MET Equivalente Metabólico

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

PAT Programa de Alimentação do Trabalhador PC Perímetro da Cintura

R24h Recordatório 24 horas

SAN Segurança Alimentar e Nutricional

TACO Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USDA Tabela de Composição Química dos Alimentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

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Figura 1 – Disposição dos participantes na primeira e segunda onda do estudo 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características básicas das duas coortes dos trabalhadores de

indústrias vinculadas e não vinculadas ao Programa de Alimentação do Trabalhador no Estado do Rio Grande do Norte

36

Tabela 2 – Variação temporal dos indicadores do estado nutricional

antropométrico e do consumo dietético em trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao Programa de Alimentação do Trabalhador no Estado do Rio Grande do Norte.

36

Tabela 3 – Variação em relação ao valor inicial dos indicadores do estado

nutricional antropométrico e do consumo dietético em trabalhadores de empresas vinculadas e não vinculadas ao Programa de Alimentação do Trabalhador no Estado do Rio Grande do Norte e diferença entre grupos da variação para o valor inicial.

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1. INTRODUÇÃO 17 2. JUSTIFICATIVA 22 3. OBJETIVOS 23 3.1 Objetivo geral 23 3.2 Objetivos específicos 23 4. MÉTODOS 24 4.1 Tipo de estudo 24 4.2 População do estudo 24 4.3 Delineamento amostral 25 4.4 Critérios de inclusão 25 4.5 Coleta de dados 25 4.6 Aspectos éticos 28

4.7 Análise dos dados 28

5. ARTIGO PRODUZIDO 30

6. CONCLUSÕES 42

REFERÊNCIAS 43

APÊNDICES 47

APÊNDICE 1: DISPOSIÇÃO DOS PARTICIPANTES NA PRIMEIRA E SEGUNDA ONDA DO ESTUDO

48

APÊNDICE 2: CARTA DE ANUÊNCIA 49

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APÊNDICE 3: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 51

APÊNDICE 4: INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS DO TRABALHADOR

55

APÊNDICE 5: INSTRUMENTO DO RECORDATÓRIO DE 24 HORAS 57

ANEXOS 59

ANEXO 1: VALORES DE REFERÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA PARA ADULTOS, DE ACORDO COM A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

60

ANEXO 2: PONTOS DE CORTE DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL ASSOCIADO AO RISCO DE COMPLICAÇÕES METABÓLICAS EM HOMENS E MULHERES ADULTOS

61

ANEXO 3: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 62

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação e a nutrição são questões relevantes para a saúde pública, seja ela em âmbito local ou mundial. Nessa perspectiva, diversos países e organizações – nacionais e internacionais – têm se mobilizado para a criação e implementação de políticas públicas que visam à garantia e a efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Este deve ser compreendido como acesso a uma alimentação adequada e saudável, do ponto de vista da saúde, do respeito à cultura alimentar, da sustentabilidade econômica, social e ambiental, da disponibilidade e do acesso permanente aos alimentos de qualidade, sem comprometer outras necessidades inerentes a uma vida digna, como a educação, moradia, emprego e lazer1, 2. Desta maneira, a alimentação constitui-se como um requisito básico para a promoção e a proteção da saúde, sendo reconhecida como um fator determinante e condicionante da situação de saúde de indivíduos e coletividades.

No Brasil, as políticas públicas de alimentação e nutrição são desenvolvidas por meio de ações e programas com o objetivo de combater a insegurança alimentar e nutricional de grupos vulneráveis da população brasileira como estudantes e trabalhadores de baixa renda3. O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) representa um exemplo relevante de uma política pública destinada à assistência alimentar e nutricional de trabalhadores, por meio da oferta de refeições nos ambientes de trabalho, pela distribuição de vale-refeição e/ou alimentação e, ainda, pela distribuição de cestas de alimentos. Segundo dados do Ministério de Trabalho (MTE), o programa inclui atualmente mais de 270 mil indústrias, abrangendo mais de 21,6 milhões de trabalhadores4.

Instituído em 14 de abril de 1976 por meio da Lei nº 6.321, e sendo regulamentado pelo Decreto nº 5/1991 e pela Portaria nº 3/2002, o Programa tem como objetivo principal melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores de baixa renda – definido como sendo o trabalhador que recebe até cinco salários mínimos – com repercussões positivas para a qualidade de vida, a redução de acidentes de trabalho e o aumento da produtividade4. Assim, o PAT é um programa que beneficia simultaneamente as três esferas envolvidas no programa: trabalhador, empresa e governo. O trabalhador pela melhoria das condições nutricionais, diminuição dos gastos com alimentação nos orçamentos familiares, melhoria da qualidade de vida,

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18 aumento da capacidade física, aumento da resistência a fadiga e a possíveis doenças, melhora na capacidade de compreensão e aprendizado e, ainda, na redução de riscos de acidentes de trabalho. O empregador pela redução do absenteísmo (atrasos e faltas), redução da rotatividade, maior integração entre trabalhador e empresa, aumento da produtividade e qualidade dos serviços, melhor desempenho dos trabalhadores nos programas de treinamento da empresa, incentivo fiscal e redução nos gastos com acidentes de trabalho. E para o governo com a redução das despesas e investimentos na área de saúde e da previdência social e o bem-estar social, promovendo o crescimento da atividade econômica5.

Apesar do PAT ter sido implementado há mais de 40 anos, os benefícios relacionados a sua execução, apresentam-se alinhados com alguns dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda de 20306, que corresponde a um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientam os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva, o desenvolvimento adequado de uma política pública de grande abrangência como o PAT pode favorecer para o alcance de alguns objetivos propostos pela agenda, como assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar; promover o trabalho decente e o crescimento econômico; e fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Sob o enfoque econômico do programa, a produtividade apresenta-se como uma questão de responsabilidade social, cujo custo também deve ser repartido entre os três entes envolvidos. O governo contribui com o reconhecimento de que alimentação é um benefício, sem incorporação ao salário e não incidindo encargos de Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Imposto de Renda Retido na Fonte. Além disso, o empregador optante pela tributação com base no lucro real pode deduzir as despesas do PAT em até 4% do imposto de renda devido e, no caso de um excesso no valor a ser descontado, a diferença pode ser deduzida em dois exercícios subsequentes. Os trabalhadores contribuem com um valor não superior a 20% do custo da alimentação, que pode ser o mesmo para todos os funcionários ou a empresa pode optar por cobrar diferentemente na proporção da faixa salarial. E empresas ficam responsáveis para arcar com o custo restante da refeição4. Em relação a oferta da alimentação, as empresas podem escolher como atender aos trabalhadores, sendo responsáveis por todo o processo de produção das

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refeições, distribuição de cestas de alimentos ou contratação de uma empresa terceirizada registrada no PAT para prestar o serviço4. Quanto aos aspectos nutricionais, a Portaria Nº 66/20067 estabelece os parâmetros a serem seguidos pelas empresas fornecedoras de refeições para o programa. De acordo com a referida Portaria, as indústrias vinculadas ao PAT devem oferecer uma alimentação saudável e adequada às demandas energético-nutricionais dos trabalhadores atendidos. Para isso, é necessário que os parâmetros nutricionais sejam calculados com base nos valores diários de referência pré-estabelecidos pela legislação para macro e micronutrientes.

Além de critérios quanti-qualitativos da alimentação, também se estabelece a obrigatoriedade de um responsável técnico habilitado em nutrição a fim de garantir o desenvolvimento adequado da execução das atividades nutricionais do programa. O nutricionista também fica responsável pelo desenvolvimento de ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) com os trabalhadores, que têm como objetivo promover mudanças no consumo alimentar fora dos ambientes de trabalho, modificando seus hábitos alimentares e contribuindo, assim, para o fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dessa população7.

Dada a grande relevância social do PAT, tanto no que se refere aos aspectos políticos quanto aos aspectos nutricionais e dietéticos, uma vez que a adesão ao Programa exige das indústrias a adequação das refeições aos critérios do Programa, alguns estudos têm se dedicado a avaliar a qualidade da alimentação ofertada, bem como seus efeitos sobre o estado nutricional e a saúde dos trabalhadores. Os resultados desses estudos têm identificado alguns problemas na implementação do PAT. Assim, estudos desenvolvidos para avaliar a qualidade da alimentação oferecida aos trabalhadores nos seus ambientes de trabalho observaram desvios nutricionais entre a alimentação praticada por indústrias vinculadas ao PAT e o que preconiza a legislação do Programa. De acordo com análises de composição nutricional dos cardápios, verificou-se uma oferta maior do que o estabelecido para energia, proteína, gorduras totais, gordura saturada, colesterol, fibras e sódio8 – 13. Adicionalmente, estudos que avaliaram o estado nutricional dos trabalhadores de indústrias aderentes ao PAT encontraram altas prevalências de sobrepeso e obesidade. De fato, um estudo transversal de base populacional em 1054 trabalhadores assistidos pelo PAT na região metropolitana de Belém do Pará, na região norte do Brasil, com o objetivo de investigar fatores associados ao sobrepeso

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20 e a obesidade abdominal, observou uma prevalência de sobrepeso e obesidade de 38% nas mulheres e 50,4% nos homens14. Um outro estudo em Santa Catarina encontrou também elevada prevalência de sobrepeso em trabalhadores assistidos pelo PAT. Nesse estudo transversal, Holfelmann e Blank15 avaliaram uma amostra aleatória de 475 trabalhadores em uma indústria de grande porte vinculada ao PAT do setor metalmecânico, tendo observado uma prevalência de excesso de peso em 53,0%. Além disso, 21,8% apresentaram valores aumentados e 13,1% muito aumentados para a circunferência abdominal. Porém, esses estudos não comparativos não permitiram estabelecer uma relação entre a prevalência de sobrepeso e a participação no PAT.

Essa relação veio a ser estabelecida mais recentemente por Bezerra e cols.16 que analisaram, por meio de um estudo transversal e comparativo, o efeito do PAT sobre o estado nutricional de 1069 trabalhadores de indústrias do Rio Grande do Norte, em 13 empresas vinculadas e 13 não vinculadas ao PAT. Esse estudo mostrou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, com maiores taxas de sobrepeso/obesidade e de perímetro da cintura (PC) nos trabalhadores de indústrias vinculadas ao PAT, traduzindo risco cardiovascular mais elevado nesse grupo.

Assim, os resultados dos estudos realizados até o momento parecem indicar, com bastante consistência, que o acesso dos trabalhadores à alimentação no trabalho, em indústrias vinculadas ao PAT, não garante o consumo de uma alimentação equilibrada em energia e nutrientes. Esse fato pode ter repercussões sobre o estado nutricional e a saúde de trabalhadores, mas não aquelas previstas pelo Programa. No entanto, as evidências existentes não são suficientes para esclarecer essa hipótese visto que, como Santos e cols.17 salientam, não existem na literatura estudos epidemiológicos longitudinais que possam evidenciar a relação causa-efeito do PAT sobre o estado de saúde e nutrição da clientela atendida pelo Programa. Destaca-se que, por se tratar de uma política pública de abrangência nacional, implementada há mais de 40 anos, estudos dessa natureza são essenciais para a avaliação da eficácia do programa, além de contribuir de maneira efetiva como forma de monitoramento. No entanto, estudos que avaliam o impacto dessa política são escassos na literatura. Desta forma, considerando a insuficiência de produção científica no que se refere ao efeito do PAT sobre estado nutricional e de saúde dos trabalhadores a longo prazo, o desenvolvimento de um estudo longitudinal, com base

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em uma coleta prospectiva e comparativo entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT, contribuirá de forma relevante para avaliar os impactos positivos e negativos do Programa sobre sua clientela. Esta avaliação poderá auxiliar na identificação de possíveis deficiências do PAT, alertando para a necessidade de possíveis mudanças visando ao alcance dos seus objetivos e, consequentemente, sua efetividade.

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2. JUSTIFICATIVA

O Programa de Alimentação do Trabalhador é uma das mais antigas e importantes políticas de alimentação e nutrição do Brasil. Com grande relevância social, o programa tem sido reconhecido por diversos estudos tanto no que se refere ao seu papel na promoção de ambientes alimentares saudáveis que possibilitam e favorecem o consumo alimentar saudável e adequado por parte dos trabalhadores, quanto em relação ao papel socioeconômico do programa, diante do seu efeito sobre a saúde e bem estar geral dos trabalhadores com repercussões positivas para a o aumento da sua produtividade.

No estado do Rio Grande do Norte, destaca-se o estudo realizado por Bezerra18 que avaliou o programa por meio de um estudo comparativo em trabalhadores de 26 indústrias de pequeno e médio porte do setor de transformação, sendo 13 vinculadas e 13 não vinculadas ao PAT. Seus resultados demonstraram diferenças estatisticamente significativas no IMC e no PC, com médias mais elevadas no grupo de trabalhadores das indústrias vinculadas ao programa, quando comparado ao grupo de trabalhadores de indústrias não vinculadas. Porém, o estudo referido teve um desenho transversal e essa característica impossibilita a determinação da relação temporal entre o aumento ponderal e a adesão ao PAT, e a exclusão da eventualidade de causalidade inversa. Apenas um estudo prospectivo, longitudinal e comparativo dos aumentos observados ao longo do tempo no IMC e na PC entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao programa permitiria investigar a relação temporal entre a adesão ao PAT e o aumento dos indicadores nutricionais antropométricos.

Desta forma, o presente estudo realizou uma segunda avaliação dos indicadores do estado nutricional antropométrico na mesma população estudada por Bezerra18, após um intervalo de tempo de 4 anos. A hipótese principal do estudo é que a inclusão dos trabalhadores no PAT precede o aumento ponderal, o que reforça a evidência de um vínculo causal entre a adesão ao PAT e o aumento do IMC e do perímetro da cintura.

A realização deste estudo, além de consistir na avaliação de impacto de uma política pública, traz resultados inéditos, que pode subsidiar futuros estudos que visam contribuir para melhorar a execução do PAT, bem como para o aprimoramento da sua implementação, favorecendo a sua adequação aos objetivos previstos.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Comparar a variação a longo termo dos indicadores do estado nutricional antropométrico e do consumo alimentar entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT, observados em duas avaliações com intervalo de quatro anos.

3.2 Objetivos específicos

Caracterizar e identificar as diferenças no perfil socioeconômico e biodemográfico dos trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT; Avaliar o nível de atividade física e comportamento sedentário dos trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT;

Identificar e analisar o consumo alimentar dos trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT, controlando-se para variáveis socioeconômicas e biodemográficas;

Comparar a variação a longo termo dos indicadores do estado nutricional – Índice de Massa Corpórea (IMC) e Perímetro da Cintura (PC) – entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT, controlando-se para as variáveis socioeconômicas, biodemográficas, nível de atividade física e comportamento sedentário.

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4. MÉTODOS

4.1 Tipo de estudo

Estudo de coorte analítica prospectiva, comparativo entre trabalhadores das indústrias de transformação vinculadas e não vinculadas ao PAT, observados em duas ondas com intervalo de 4 anos.

4.2 População do estudo

Foram obtidas duas amostras probabilísticas das populações de trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT selecionadas por amostragem combinada, estratificada proporcional e em multiestágios. Os fatores de estratificação foram o porte da indústria, em dois níveis: pequeno porte (de 20 a 99 trabalhadores) e médio porte (de 100 a 499 trabalhadores), e o subsetor da Indústria de Transformação (alimentos e bebidas, minerais não metálicos e têxtil).

Na primeira onda desse estudo, foram selecionadas 13 indústrias em cada grupo e em cada combinação dos níveis dos estratos foram selecionadas indústrias em proporção ao total em cada nível por amostragem aleatória simples. No segundo estágio foram selecionados por amostragem aleatória simples 40 trabalhadores em cada indústria incluída no estudo.

Na segunda onda do estudo, inicialmente foram contatadas todas as 26 indústrias incluídas no estudo de Bezerra18. Destas, 5 encerraram suas atividades, 5 declinaram participação e 16 aceitaram participar da segunda etapa da pesquisa. Para auxiliar na busca pelos trabalhadores que fizeram parte do estudo, disponibilizou-se uma lista com nome dos participantes da primeira onda da pesquisa para que o gerente e/ou responsável assinalasse quais os trabalhadores que permaneciam vinculados à indústria. Em seguida, os trabalhadores foram convidados a participar da segunda etapa do estudo. A disposição dos indivíduos nas duas ondas do estudo pode ser observada no fluxograma (Apêndice 1).

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4.3 Delineamento amostral

Uma amostra de 250 trabalhadores por grupo, PAT e não PAT, permitiria detectar uma diferença de apenas 0,3kg/m² (aproximadamente 1 kg de peso corporal) na diferença para o valor inicial do IMC entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT, com uma potência de 90%, para um nível de significância de 5%, assumindo um desvio padrão da diferença entre as duas avaliações de 1,2 kg/m² de IMC19. Estimou-se que cerca de 50% dos trabalhadores observados na primeira onda permaneceriam nos mesmos setores da segunda onda, de modo que o tamanho da amostra foi estabelecido em 500 trabalhadores.

4.4 Critérios de inclusão

Foram definidos os seguintes critérios de inclusão:

A) Indústrias: ser de pequeno ou médio porte; ter participado da primeira onda do estudo em 2014; ter declarado o aceite da realização da pesquisa junto aos seus trabalhadores, por meio da assinatura da carta de anuência (Apêndice 2);

B) Trabalhadores: ser maior de dezoito anos de idade; ter participado da primeira onda do estudo em 2014; ter permitido a nova abordagem por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice 3); e, no caso das mulheres, não estar grávida.

4.5 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada entre setembro de 2017 e abril de 2018. Nas indústrias que aceitaram participar da pesquisa, as visitas foram agendadas, de terça a sábado, conforme conveniência da indústria de forma a interromper minimamente a rotina de trabalho dos participantes. As entrevistas ocorreram em local reservado e ambientalizado, antes da refeição e oferecendo-se privacidade ao trabalhador.

Durante as visitas, foram aplicados dois questionários semiestruturados para o levantamento de informações sobre os trabalhadores. O primeiro para obtenção de dados sociodemográficos (nome, sexo, idade, estado civil, número de

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26 filhos, escolaridade e renda), profissionais (qualificação profissional, cargo na empresa, jornada de trabalho e realização de refeições na empresa), medidas antropométricas (estatura, peso, IMC e perímetro da cintura), nível de atividade física e o comportamento sedentário (Apêndice 4).

Para as aferições de peso, altura e perímetro da cintura foram utilizados os seguintes equipamentos: balança digital da marca Tanitta, com precisão de ±0,05Kg, estadiômetro de tripé da marca Sanny e trena antropométrica em aço flexível da marca cescorf, respectivamente. O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi definido por Peso/estatura em metrosao quadrado, e o perímetro da cintura (PC) foi medido no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca. Todas as medidas foram feitas em duplicata e utilizou-se a média. Na análise do IMC e da PC considerou-se os valores de referência e classificação de acordo com a recomendação da Organização Mundial de Saúde e Internacional Diabetes

Federation, respectivamente, conforme os anexos 1 e 2.

Para avaliar o nível de atividade física dos trabalhadores, foi utilizada a tradução validada para o português20 da forma curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). O IPAQ é um instrumento desenvolvido para mensurar o tempo gasto em atividade física vigorosa, atividade física moderada e/ou caminhada, através de um questionário que abrange informações detalhadas dos esforços físicos semanais, tais como: frequência e duração de cada atividade. Posteriormente, a multiplicação dessas duas variáveis por cada atividade desenvolvida, apresenta como resultado a atividade física semanal total em equivalente metabólico da tarefa (MET) por minuto21.

O equivalente metabólico (MET), é múltiplo da taxa metabólica basal e o seu valor corresponde à energia necessária para um indivíduo manter-se em repouso. A expressão do gasto de energia em METs representa o número de vezes pelo qual o metabolismo em repouso foi multiplicado durante uma atividade, por exemplo, pedalar a quatro METs equivale a um gasto calórico quatro vezes maior do que o mesmo gasto quando em repouso. Desta forma, a unidade MET é utilizada como método para indicar e comparar a intensidade de esforço e gasto energético de diferentes atividades físicas22.

O comportamento sedentário dos trabalhadores foi avaliado com o auxílio do SIT Q questionnaire23. Este instrumento quantifica objetivamente o tempo

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em minutos gasto diariamente com atividades de baixo gasto energético em diferentes domínios, como trabalho, transporte, casa e lazer. Seu objetivo é desenvolver uma medida efetiva no padrão de rotina habitual do entrevistado, excluindo o período de sono e avaliando separadamente os dias úteis do final de semana, a fim de facilitar a recordação do trabalhador.

A Sedentary Behavior Research Network (SBRN)24, entende o comportamento sedentário como qualquer ação executada que possua um gasto energético inferior ou igual a 1,5 equivalentes metabólicos (METs), caracterizando-se portanto, como um conjunto de condutas específicas com baixo gasto energético por longos períodos de tempo, sumariamente as atividades realizadas em posição de repouso ou sentada, como assistir televisão, utilizar o computador, dirigir automóveis e ainda, atividades de intensidade leve, como permanecer em pé com baixo nível de locomoção e não apenas pela ausência da atividade física.

Todos os procedimentos foram realizados de acordo com as técnicas recomendadas nas orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde25. Além disso, todos os entrevistadores passaram por capacitações e treinamentos objetivando a calibração das medições e da padronização na tomada das informações referentes ao nível de atividade física e comportamento sedentário dos trabalhadores.

O segundo questionário aplicado foi o Recordatório de 24h (R24h), para o registro de informações relativas ao consumo alimentar do dia anterior de cada trabalhador (Apêndice 5). Para sua aplicação adotou-se o Automated Multiple Pass

Method (AMPM), utilizado em estudos populacionais e que estrutura a coleta do R24h

em etapas26. As coletas foram realizadas de terça a sábado para assegurar que a descrição referente ao almoço consumido correspondesse àquele ofertado pela empresa. As informações sobre o consumo alimentar foram obtidas por nutricionistas e graduandos em nutrição supervisionados e previamente treinados em entrevistas alimentares. Sendo assim, o trabalhador relatava todas as refeições do dia anterior, com especificações do horário e do local da refeição, além do detalhamento da preparação das refeições e suas respectivas medidas caseiras.

Para a análise nutricional, foi utilizada a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO)27, complementada quando necessário pelas informações disponíveis na Pesquisa de Orçamentos Familiares: Tabela de

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28 composição Nutricional dos Alimentos Consumidos28; Tabela de Composição Química dos Alimentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)29, Tabela de Composição de Alimentos30e rótulos dos alimentos. Os valores foram calculados para energia total, macronutrientes (proteínas, carboidratos, gordura total e saturada), sódio e fibra, que são os nutrientes descritos na Portaria7 que define os parâmetros nutricionais para o PAT. O consumo de nutrientes no almoço e nas demais refeições ao longo do dia foram analisados separadamente, para que o consumo no almoço pudesse ser comparado entre trabalhadores de indústrias vinculadas e não vinculadas ao PAT.

4.6 Aspectos éticos

Para a sua realização, a pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes sob o parecer 2.087.237, de 29 de maio de 2017 (Anexo 3).

As indústrias que aceitaram participar da pesquisa declararam seu aceite por meio da assinatura da carta de anuência declarando o aceite da sua realização. Em relação aos trabalhadores, a participação ocorreu de forma voluntária, sendo, primeiramente, apresentado o TCLE ao trabalhador no início da abordagem e, somente após a sua leitura e assinatura, foram realizadas as coletas de dados, com aplicação dos questionários, assegurando e mantendo o anonimato do sujeito da pesquisa.

4.7 Análise estatística dos dados

Para comparação das características demográficas dos trabalhadores entre os dois grupos (PAT e não PAT), foram utilizados os testes qui quadrado e o teste-t de Student. Para comparação das variáveis do estudo (IMC, PC e ingestão de nutrientes) entre as duas ondas de cada grupo, foi utilizado o teste t-pareado. Para comparação entre grupos da variação das variáveis do estudo, entre as duas ondas usamos regressão múltipla ajustada pelo valor inicial da variável dependente (análise de covariância), com as variáveis sociodemográficas que diferiram estatisticamente entre os grupos como covariáveis, ajustadas pelos escores dos questionários do IPAQ

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e SIT-Q, e estratificados por setor de atividade e tamanho da empresa. Todos os testes foram bilaterais e um nível de 5% foi adotado para significância estatística. As análises estatísticas foram realizadas com o Stata 15 (Stata Corporation, College Station, TX, EUA).

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6. CONCLUSÕES

O estudo desenvolvido para avaliação do efeito a longo termo do Programa de Alimentação do Trabalhador sobre o estado nutricional antropométrico de trabalhadores da indústria de transformação apresentou resultados conclusivos, demonstrando que os trabalhadores das indústrias vinculadas ao PAT apresentaram um aumento no PC estatisticamente significativo quando comparado aos trabalhadores de indústrias não vinculadas ao PAT ao longo dos anos. Esse resultado sustenta a hipótese de maior prevalência de sobrepeso e obesidade entre os trabalhadores de indústrias vinculadas ao Programa. Destaca-se ainda que esse desfecho, revela que o PAT, da maneira como vem sendo implementado, apresenta-se em desacordo com o objetivo de promover a saúde e bem-estar dos trabalhadores.

Diante destes achados, ressalta-se a necessidade de ações de fiscalização e monitoramento da execução do Programa, bem como do acompanhamento periódico dos indicadores nutricionais nesse grupo de trabalhadores, adequando a alimentação ofertada às necessidades da sua clientela. Além disso, sugere-se a criação de uma ouvidoria que possibilite o controle social mais efetivo, aproximando o trabalhador dos gestores do PAT, descentralizando sua gestão para favorecer às ações de fiscalização e aprimoramento do Programa. Por outro lado, enfatiza-se a importância do desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional com a clientela atendida pelo Programa. A EAN, no contexto da realização do DHAA e da garantia da SAN, é um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. As abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN devem privilegiar os processos ativos, que incorporem os conhecimentos e práticas populares, contextualizados nas realidades dos trabalhadores, suas famílias e grupos e que possibilitem a integração permanente entre a teoria e a prática. Desta forma, a incorporação dos trabalhadores como sujeitos ativos desse processo, tende a gerar melhores resultados, impacto e sustentabilidade das iniciativas.

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REFERÊNCIAS

1 Guerra LDS, Cervato-Mancuso AM, Bezerra ACD. Alimentação: um direito humano em disputa - focos temáticos para compreensão e atuação em segurança alimentar e nutricional. Ciênc. Saúde Coletiva. 2019, 24 (9), 3369-3394. doi:

https://doi.org/10.1590/1413-81232018249.20302017

2 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO-UN). Cadernos de trabalho sobre o direito à alimentação. Roma: FAO-UN; 2014.

3 Jaime PC, Delmuè DCC, Campello T, Silva DO, Santos LMP. Um olhar sobre a agenda de alimentação e nutrição nos trinta anos do Sistema Único de Saúde. Ciênc. Saúde Coletiva. 2018, 23(6):1829-1836. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.05392018

4 Ministério do Trabalho e Emprego. Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). 2020. Disponível em:

http://pat.mte.gov.br/relatorios2008/relatorioconsultatotalpat.asp. Acessado em: 22 de julho de 2020.

5 FIA – Fundação Instituto de Administração. Pesquisa sobre o Programa de Alimentação do Trabalhador. São Paulo: Assert, 2015.

6 United Nations. Transforming our world: The 2030 agenda for sustainable development. 2015.Disponível em:

https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/21252030%20Agenda%2 0for%20Sustainable%20Development%20web.pdf. Acessado em: 22 de julho de 2020.

7 Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Interministerial n° 66, de 25 agosto de 2006. Brasília: MTE, 2006. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt- br/assuntos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/arquivos-legislacao/portarias-interministeriais/pat_portaria_interministerial_66_2006.pdf. Acessado em: 22 de julho de 2020.

8 Salvetti LH, Possa G. Programa de alimentação do trabalhador e qualidade nutricional das refeições. Ciência e Saúde. 2017;10(1):23-27. doi:

(44)

44 9 Cunha RO, Barbosa RMS. Avaliação dietética das refeições ofertadas aos

colaboradores de empresa cadastrada no Programa de Alimentação do Trabalhador. Demetra. 2014; 9(4); 963-974. doi: https://doi.org/10.12957/demetra.2014.11748 10 Gurgulho BM, Lipi M, Marchioni DML. Qualidade nutricional das refeições servidas em uma unidade de alimentação e nutrição de uma indústria da região metropolitana de São Paulo. Rev. Nutr. 2011, 24(3):463-472. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000300009

11 Canella DS, Bandoni DH, Jaime PC. Densidade energética de refeições

oferecidas em empresas inscritas no Programa de Alimentação do Trabalhador no município de São Paulo. Rev Nutr. 2011, 24(5):715-724. doi:

https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000500005

12 Salas CKTS, Spinelli MGN, Kawashima LM, Ueda AM. Teores de sódio e lipídios em refeições almoço consumidas por trabalhadores de uma empresa do município de Suzano, SP. Rev. Nutr. 2009, Campinas, 22(3):331-339. doi:

https://doi.org/10.1590/S1415-52732009000300003

13 Geraldo APG, Bandoni DH, Jaime PC. Aspectos dietéticos das refeições

oferecidas por empresas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador na Cidade de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2008, 23(1):19–25. Disponível em: https://scielosp.org/article/rpsp/2008.v23n1/19-25/. Acessado em 22 de julho de 2020.

14 Araújo MPN, Costa-Sousa J, Trad LAB. A Alimentação do Trabalhador no Brasil: Um Resgate da Produção Científica Nacional. Hist Ciênc Saúde. 2010, 17(4): 975-992, 2010. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-59702010000400008.

15 Höfelmann DA, Blank N. Excesso de peso entre trabalhadores de uma indústria: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol. 2009, 12(4): 657-670. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2009000400015

16 Bezerra IWL, Oliveira AG, Pinheiro LGB, Morais CMM, Sampaio LMB. Evaluation of the nutritional status of workers of transformation industries adherent to the

Brazilian Workers’ Food Program. A comparative study. PLoS One. 2017; 12(2):1-11. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0171821

(45)

17 Santos LMP, Araújo MPN, Martins MC, Veloso IS, Assunção MP, Santos SMC. Avaliação de políticas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995 – 2002. 2 – Programa de Alimentação do trabalhador. Cad Saúde Pública. 2007; 23 (8): 1931-1945. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000800020

18 Bezerra IWL. Avaliação da Efetividade do Programa de Alimentação do

Trabalhador [Tese]. Natal (RN): Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2015. 19 Keranen AM, Rasinaho E, Hakko H, Savolainen H, Lindeman S. Eating behavior in obese and overweight persons with and without anhedonia. Appetite. 2010; 55:726-729. doi: https://doi.org/10.1016/j.appet.2010.08.012

20 Matsudo S, Araujo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC et al. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): Estudo de validade e

reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2001, 6 (1): 05-18. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/931/1222. Acessado em: 22 de julho de 2020

21 Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) – Short and Long Forms. 2005. Publicado em Novembro de 2005, revisado em Julho de 2016. Disponível em: http://www.ipaq.ki.se. Acessado em: 22 de julho de 2020.

22 Coelho-Ravagnani CF, Melo FCL, Ravagnani FCP, Burini FHP, Burini RC. Estimation of metabolic equivalent (MET) of an exercise protocol based on indirect calorimetry. Rev Bras Med Esporte. 2013; 19(2): 134-138. doi:

https://doi.org/10.1590/S1517-86922013000200013

23 Lynch BM, Friedenreich CM, Khandwala F, Liu A, Nicholas J, Csizmadi I. Development and testing of a past year measure of sedentary behavior: the SIT-Q. BMC Public Health. 2014; 14(899):1-12. doi: https://doi.org/10.1186/1471-2458-14-899

24 Tremblay MS, Aubert S, Barnes JD, Saunders TJ, Carson V, Latimer-Cheung AE, et al. Sedentary Behavior Research Network (SBRN) – Terminology Consensus Project process and outcome. Int J Behav Nutr Phys Act 14, 75 (2017).

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46 25 Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Série G. Estatística e informação em saúde. Brasília: Ministério da Saúde 2011.

26 Moshfegh AJ, Rhodes DG, Baer DJ, Murayi T, Clemens JC, Rumpler WV, et al. The US Departament of Agruculture Automated Mutiple-Pass Method reduces bias in the collection of energy intakes. Am J Clin Nutr. 2008; 88(2):324-332. doi:

https://doi.org/10.1093/ajcn/88.2.324

27 Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação – NEPA. Universidade Estadual de Campinas. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO. 4. ed. rev. E ampl. Campinas: NEPA-UNICAMP; 2011. Disponível em:

http://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf?ar quivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf. Acessado em 22 de julho de 2020. 28 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Trabalho e

Rendimento. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009: Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil. Rio de Janeiro: 2011. 29 United States Department of Agriculture. Agricultural Research Service, Nutrient Data. Disponível em: https://fdc.nal.usda.gov/. Acessado em 22 de julho de 2020. 30 Philippi ST. Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional. Brasília: Anvisa, Finatec/Nut-UnB; 2001.

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APÊNDICE 1

Figura 1. Disposição dos participantes na primeira e segunda onda do estudo.

273 trabalhadores de 16 indústrias avaliados nas duas ondas

Demitidos: 288 Perícia: 9 Férias: 12 Ausência: 7 Recusa: 6 Gravidez: 3

Em outra filial ou terceirizado: 8 Expediente externo: 15

Morte: 2

446 trabalhadores de 10 indústrias que fecharam ou declinaram participação na segunda onda

623 trabalhadores de 16 industries que aceitaram participar da segunda onda

1069 trabalhadores de 26 indústrias na primeira onda

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APÊNDICE 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CARTA DE ANUÊNCIA Ilmo Sr. _______________________________________________________ Cargo: _______________________________________________________ Empresa: _______________________________________________________

Solicitamos autorização institucional para realização da pesquisa intitulada Avaliação do Efeito a Longo Termo do Programa de Alimentação do

Trabalhador sobre o Estado Nutricional Antropométrico de Trabalhadores da Indústria de Transformação a ser realizada no Setor de Alimentação e Nutrição

desta empresa, pela Professora Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra, professora do Departamento de Nutrição /UFRN.

A pesquisa tem como objetivo comparar a variação a longo termo do

estado nutricional antropométrico dos trabalhadores beneficiados e não beneficiados pelo Programa de Alimentação do Trabalhador e, para tanto, será

utilizado um questionário para obtenção de dados referentes aos trabalhadores, que levantará informações sócio-biodemográficas, econômicas, dados antropométrico, de saúde e de estilo de vida. Todos os dados serão obtidos por meio de questionários semiestruturados, para otimizar o tempo de sua aplicação. No momento da obtenção de dados junto ao trabalhador serão tomadas medidas de peso, estatura, circunferência abdominal e pressão arterial. Esclarecemos que o banco de dados gerado para cada empresa será apresentado às nutricionistas da Unidade de Alimentação e Nutrição e poderá ser utilizado pelas mesmas como subsídio à implantação de estratégias para a promoção da alimentação saudável e de hábitos de vida saudáveis, com vistas à melhoria das condições de saúde e vida da população de trabalhadores vinculados à empresa, bem como no que se refere ao melhor desempenho de suas atividades laborativas.

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50 Nesse sentido, ressalta-se a necessidade de se ter acesso ao refeitório da indústria, provável local para a coleta dos dados. Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em absoluto sigilo de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) 466/12 que trata da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Salientamos ainda que tais dados serão utilizados tão somente para realização deste estudo.

Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta Diretoria, agradecemos antecipadamente a atenção e ratificamos nossa disposição para quaisquer esclarecimentos relativos à pesquisa.

Data: ___/___/___.

________________________________________________ Prof.ª Dra. Ingrid Bezerra

(3342-2291/Departamento de Nutrição)

( ) Concordamos com a solicitação ( ) Não concordamos com a solicitação

___________________________________________________ Responsável pela autorização

Contatos: __________________________________________ E-mail: _____________________________________________

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APÊNDICE 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: Avaliação do Efeito a Longo Termo do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) sobre o Estado Nutricional Antropométrico de Trabalhadores da Indústria de Transformação, que tem como pesquisadores responsáveis: Prof.º Doutor António Manuel Gouveia de Oliveira (Orientador/PPGCSA/UFRN); Prof.ª Doutora Ingrid Wilza Leal Bezerra (Coorientadora/DENUT/UFRN); Karina Gomes Torres (Mestranda PPGCSA/UFRN).

Esta pesquisa pretende comparar a variação a longo termo do estado nutricional antropométrico dos trabalhadores beneficiados e não beneficiados pelo Programa de Alimentação do Trabalhador; Identificar as diferenças da prevalência e os valores médios das características socioeconômicas e biodemográficas dos trabalhadores; Avaliar o nível de atividade física e comportamento sedentário dos trabalhadores, controlando-se para as variáveis socioeconômicas e biodemográficas; Avaliar a variação a longo termo dos indicadores do estado nutricional – Índice de Massa Corpórea e Circunferência Abdominal – entre trabalhadores, controlando-se para as variáveis socioeconômicas, biodemográficas e nível de atividade física e comportamento sedentário.

O motivo que nos leva a fazer este estudo fundamenta-se no fato de que seus resultados poderão traçar uma avaliação da influência do PAT sobre o estado nutricional do trabalhador a longo termo, bem como alertar para a necessidade de possíveis mudanças no programa visando aumentar a sua efetividade, como alcance do seu objetivo de contribuir para com a saúde, a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores.

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52 Caso você decida participar, você deverá responder a um questionário semiestruturado para obtenção de dados pessoais (nome, telefone, sexo, estado civil, número de filhos), profissionais (grau de instrução e formação especializada, faixa salarial e cargo que ocupa), antropométricos (peso, estatura, idade, perímetro da cintura), de saúde (ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis: hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo II, dislipidemias; uso de medicamento para essas patologias; e medida da pressão arterial), e de estilo de vida (tabagismo, nível de atividade física e comportamento sedentário). Para a verificação do peso e estatura, você será orientado a estar apenas com o uniforme (sem cinto, sapatos, celulares, carteiras ou objetos que possam interferir no peso); e serão utilizadas balanças digitais e estadiômetros. Para a medida do perímetro da cintura serão utilizadas fitas métricas extensíveis e a medida tomada em dois tempos para obtenção da média aritmética. Para a verificação da pressão arterial serão utilizados tensiômetro, esfingmomanômetro e estetoscópio da marca Tycos (USA) e o procedimento será realizado após a aplicação do questionário, com o trabalhador sentado e em repouso por, no mínimo, 5 minutos.

Durante a realização da aplicação do questionário, bem como das tomadas de medida de peso, estatura, circunferência abdominal e verificação da pressão arterial, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina.

Este estudo oferece risco mínimo aos sujeitos da pesquisa, uma vez que todos os cuidados serão tomados para a realização dos procedimentos da forma mais adequada e no menor tempo possível. Havendo alguma intercorrência, serão tomadas providências imediatas ao seu controle por parte da equipe responsável pela pesquisa. Havendo danos causados durante a pesquisa e por motivo de sua realização, eles serão indenizados conforme regulamentação de experimentos com seres humanos.

Dentre os riscos possíveis, pode ser citado algum constrangimento relacionado à aferição do peso, da estatura ou da medida do perímetro da cintura, mas, para minimizar esse risco, a coleta será realizada em local reservado e ambientalizado, antes da refeição e oferecendo-se privacidade ao trabalhador. Também pode acontecer um desconforto em relação ao tempo que será utilizado para tais procedimentos, mas isso também será minimizado, uma vez que utilizaremos o menor tempo possível e que todos os pesquisadores terão sido previamente treinados para

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a execução dos procedimentos e você terá como benefício a obtenção de informações sobre sua estado nutricional e o resultado final do estudo poderá gerar informações positivas que venham a servir de base para a formulação e implementação de estratégias para a promoção da saúde de seus funcionários por meio da oferta de uma alimentação saudável e outras ações de saúde, com repercussões positivas para a produtividade e o bem estar geral dos trabalhadores.

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelos órgãos de saúde vinculados à Universidade.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a Profª Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra, no telefone 3342.229 (Departamento de Nutrição).

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Prof.º Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3342-5003.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof.ª Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra.

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Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa Efeito a Longo Termo do Programa de Alimentação do Trabalhador sobre o Estado Nutricional Antropométrico de Trabalhadores da Indústria de Transformação, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, _____/_____/_____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo Efeito a Longo Termo do Programa de Alimentação do Trabalhador sobre o Estado Nutricional Antropométrico de Trabalhadores da Indústria de Transformação, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, _____/_____/_____.

Profª Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra (Departamento de Nutrição)

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APÊNDICE 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR NO RIO GRANDE DO NORTE – 2ª etapa

DADOS PARA CONTROLE DA PESQUISA

APLICADOR RESPONSÁVEL: ________________________________________ DATA DE APLICAÇÃO: ___/___/___.

DADOS REFERENTES AO TRABALHADOR 1. DADOS PESSOAIS

Nome Completo

Tel cel (1): Tel cel (2): Data de Nasc:_____/_____/_____

SEXO ( ) Masculino ( ) Feminino Estado Civil

( ) Solteiro/a ( ) Casado/a ( ) União estável ( ) Viúvo/a ( ) Divorciado/a ( ) Outro Você tem filhos ( ) Sim ( ) Não CASO SIM, INDIQUE O Nº DE FILHOS:

2. DADOS PROFISSIONAIS

Nível mais elevado de escolaridade que você concluiu:

( ) Fundamental I ( ) Fundamental II ( ) Ensino médio ( ) Graduação ( ) Pós-graduação LtS ( ) Pós-graduação StS Faixa Salarial (SM= salário mínimo): Quanto é o seu salário? _______________________________

Cargo que ocupa na empresa:

_________________________________________

Possui formação específica para o

cargo: ( ) Sim ( ) Não

Jornada diária de

trabalho: ( ) 8,8h/dia ( ) 7,33h/dia ( ) 8h/dia ( ) 12/36 ( ) Outra, qual?__________________ Realiza refeições na

empresa: ( ) Sim ( ) Não

Caso sim, especificar:

( ) Desjejum ( ) Lanche ( ) Almoço ( ) Jantar ( ) Ceia

3. DADOS ANTROPOMÉTRICOS

PESO EM KG: ________ ESTATURA EM METROS: ________ IMC: ________

CC1: ____________ CC2: ____________ CC3: ____________ MÉDIA: ____________ 4. DADOS DE SAÚDE

Você tem Hipertensão Arterial

(Pressão alta) ( ) Sim ( ) Não

Faz uso de remédio para o controle

desta doença ( ) sim ( ) não

MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL ___________ X ___________ ___________ X____________

Você tem Diabetes Mellitus

Tipo II ( ) Sim ( ) Não

Faz uso de remédio para o controle

desta doença ( ) sim ( ) não Você tem Hipercolesterolemia

(colesterol alto) ( ) Sim ( ) Não

Faz uso de remédio para o controle

desta doença ( ) sim ( ) não Você tem Hipertrigliceridemia

(triglicérides alto) ( ) Sim ( ) Não

Faz uso de remédio para o controle

desta doença ( ) sim ( ) não Alguém da família tem ou teve

alguma dessas doenças ( ) Sim ( ) Não Caso sim, qual?

5. DADOS DE ESTILO DE VIDA

Você já foi fumante? ( ) Sim ( ) Não

Nunca foi fumante ( ) Sim ( ) Não

Você é fumante ( ) Sim ( ) Não

Há qto tempo? Nº cigarros/dia? Você faz atividade física ou pratica

algum esporte, exceto caminhada?

( ) Sim ( ) Não Intensidade Atividade: ( ) Vigorosa ( ) Moderada Frequência: Tempo em minutos: Você faz atividades domésticas em

casa, quintal ou jardim?

( ) Sim ( ) Não ( ) Vigorosa ( ) Moderada Atividade: Frequência: Tempo em minutos:

Você realiza algum tipo de caminhada por, no mínimo, 10 minutos ininterruptos no dia?

( ) Sim ( ) Não

Frequência:

Referências

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