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Geotecnologias: nova abordagem para espacialização de unidades armazenadoras no município de Santa Helena de Goiás / Geotecnologies: new approaches for the spatialization of warehouses in Santa Helena de Goiás District

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Academic year: 2020

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Geotecnologias: nova abordagem para espacialização de unidades

armazenadoras no município de Santa Helena de Goiás

Geotecnologies: new approaches for the spatialization of warehouses in Santa

Helena de Goiás District

DOI:10.34117/bjdv6n3-372

Recebimento dos originais: 10/02/2020 Aceitação para publicação: 24/03/2020

Marcos Vinícius da Silva

Doutorando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife–PE, Brasil E-mail: marcolino_114@hotmail.com

José Henrique da Silva Taveira

Doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras Instituição: Universidade Estadual de Goiás

Endereço: Via Protestato Joaquim Bueno, 945, Perímetro Urbano, 75920-000, Santa Helena de Goiás– GO, Brasil

E-mail: henriquetaveira@yahoo.com.br Pedro Rogerio Giongo

Doutor em Ciências - Irrigação e Drenagem pela Universidade de São Paulo USP/ESALQ Instituição: Universidade Estadual de Goiás

Endereço: Via Protestato Joaquim Bueno, 945, Perímetro Urbano, 75920-000, Santa Helena de Goiás– GO, Brasil

E-mail: pedro.giongo@ueg.br Jhon Lennon Bezerra da Silva

Doutorando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife – PE, Brasil E-mail: jhonlennoigt@hotmail.com

Alexandre Maniçoba da Rosa Ferraz Jardim

Doutorando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife – PE, Brasil E-mail: alexandremrfj@gmail.com

Pedro Henrique Dias Batista

Doutorando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife – PE, Brasil E-mail: giga_pedro@hotmail.com

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Héliton Pandorfi

Doutor em Física do Ambiente Agrícola pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ESALQ/USP

Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife – PE, Brasil E-mail: hpandorf@hotmail.com

Gledson Luiz Pontes de Almeida

Doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171-900, Recife – PE, Brasil E-mail: gledson81@hotmail.com

RESUMO

Objetivou-se com o trabalho espacializar asunidades armazenadoras existentes no território de Santa Helena de Goiás – GO, utilizando as características das unidades e arquivos vetoriais. Através do Google Maps, criou-se pontos com as coordenadas geográficas de cada unidade. A utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG) foi importante para a criação dos mapas temáticos das unidades armazenadoras no município de Santa Helena de Goiás. Existem 13 unidades armazenadoras ativas no município de Santa Helena de Goiás e 10 unidades desativadas. A maioria dessas se concentra em rodovias e vias pavimentadas, como forma estratégica de escoamento do produto.Existem dificuldades em identificar e cadastrar unidades localizadas na zona rural, devido a fatores topográficos como serras, morros e vias não pavimentadas. Por meio do Sistema de Informação Geográfica foi possível realizar a espacialização das unidades armazenadoras existentes no território de Santa Helena de Goiás. Verificou-se que o Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras - SICARM apresenta informações referentes ao município de Santa Helena de Goiás desatualizadas emseu banco de dados.

Palavras-chave:Google Maps;SICARM; SIG

ABSTRACT

The objective of the work was to spatializethe existing warehouses unities in the territory of Santa Helena de Goiás - GO using the characteristics of the units and vector files. Firstly, points were created with the coordinates of each unit through Google Maps. The use of Geographic Information System (SIG) was important for the creation of themed maps of storage units in the municipality of Santa Helena de Goiás. There are 13 active warehouses in the municipality of Santa Helena de Goiás and 10 disabled units. Most of those facilitiesare located on highways and paved roads as strategically flow of the product. There are difficulties in identifying and registering units located in the countryside, due to topographical factors such as mountains, hills, roads unpaved. The spatial distribution was possible by using the Geographic Information System of existing storage units in the territory of Santa Helena de Goiás. It was also found that the SICARM - National Registry System Storage Units presents outdated information inits database, for the city of Santa Helena de Goiás.

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, as unidades armazenadoras passaram por profundas transformações em sua estrutura, se adequando às novas tecnologias que facilitaram e aumentaram a eficiência de limpeza e a qualidade dos grãos. Tais transformações causaram mudanças nas técnicas de gerenciamento e promoveram o desenvolvimento de novas técnicas de informação e de novas tecnologias para se trabalhar com os grãos (Fernandes, 2016; Kepler Weber, 2017).

Contudo a inabilidade do transporte e a deficiência da armazenagem no Brasil ocasionam perdas dos grãos no mercado internacional. Tais perdas geram prejuízos severos aos produtores e para a economia brasileira (Mascarenhas et al., 2014; Baroniet al., 2017; Gabanet al., 2017).

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e a Food andAgricultureOrganization (FAO), a capacidade estática de um país deve atender no mínimo 20% superior a produção total de grãos (CONAB, 2017; FAO, 2016). Todavia esta realidade não é vista no Brasil, de acordo com último censo da CONAB, a capacidade estática do Brasil é de 157.624,6 milhões de toneladas, para uma produção na safra 2016/2017 de 232.365,7 milhões de toneladas (CONAB, 2017).

A identificação de unidades armazenadoras e o gerenciamento de informações relativasàs mesmas destacam-se como os principais problemas da CONAB. Isso ocorre devido ao fato de uma fração destas unidades não estarem cadastradas no banco de dados nacional, responsável pelo gerenciamento desta informação. Por outro lado, também pela possibilidade desta fração estar localizada em regiões de difícil acesso. Logo, o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem o rastreamento e identificação dessas unidades remotamente é de essencial importância para o desenvolvimento do setor de armazenagem no Brasil.

O SIG - Sistema de Informação Geográfica é uma ferramenta computacional que permite a criação, manipulação e disponibilização de dados em escala espacial. Melhorando a qualidade e natureza da informação necessária para fases de planejamento, ampliação, exploração e manutenção das redes de serviço. Essa tecnologia, se tornou uma ferramenta de visualização e análise das informações espaciais, sendo utilizadas em vários campos como cartografia, análise espacial de vegetação e solo, monitoramento de recursos naturais, variáveis biofísicas, retroanálise, entre outros (Avelino, 2004; Fushimi& Nunes, 2016).

Recentemente, tem ocorrido um avanço significativo no desenvolvimento de estudos geográficos no meio agrícola, utilizando as ferramentas que os SIG’s oferecem. Pesquisas sobre afragilidade ambiental em bacia hidrográfica (Bacaniet al., 2015), acessibilidade no meio rural (Sakamoto & Lima, 2016), perda superficial de solo pela ação da erosão laminar (Vielet al., 2017), entre outros.

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Diante da necessidade do desenvolvimento de ferramentas que possibilitem o mapeamento e a identificação remota das unidades armazenadoras, objetivou-se com o presente trabalho realizar a espacialização de unidades armazenadoras existentes no território de Santa Helena de Goiás – GO, utilizando-se as suas características e arquivos vetoriais.

2 MATERIAL E MÉTODOS

A área delimitada para o estudo foi o município de Santa Helena de Goiás, Goiás, Brasil (17º 48' 49" S, 50º 35' 49" W) (Figura 1). Através das imagens de satélite, disponibilizadas pelo Google Earth (GOOGLE MAPS, 2016), de forma manual, foram criados pontos com as coordenadas geográficas de cada unidade armazenadora, as quais foram identificadas manualmente, de acordo com características visuais, e técnicas de fotointerpretação (forma, cor, tamanho, proximidade de vias, localização, textura, sombra).

Figura 1. Localização geográfica do município de Santa Helena de Goiás, na microrregião sudoeste goiano e Estado de Goiás.

Fonte: Limites dos municípios brasileiros, (2013); Limites dos estados brasileiros, (2013); Delimitação das microrregiões brasileiras, (2013).

Uma vez identificados os possíveis locais de unidades armazenadoras (coordenadas geográficas) dentro do limite municipal, foram realizadas as visitas de campo, para aplicação de um questionário, cujo intuito foi obter informações das unidades, além da validação dos dados obtidos nas imagens. Os dados dos questionários possibilitaram coletar características relevantes de cada unidade visitada, os quais foram utilizados para a produção dos mapas temáticos.

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Nas visitas de campo, utilizou-se um receptor de GPS de navegação da marca GarminEtrex 10 para traçar as rotas de visita a cada unidade armazenadora, além da confirmação da coordenada geográfica. As visitasin loco possibilitaramconfirmar se o ponto (coordenada coletada manualmente) era realmente uma unidade armazenadora ou não, ou mesmo se já havia sido uma unidade armazenadora (desativada).

Erros em identificar uma unidade armazenadora horizontal na etapa de criação dos pontos pode vir a ocorrer, devido às características destas unidades se assemelharem a outras construções, sejam urbanas ou rurais, quando vistas através das imagens de satélite. Unidades armazenadoras horizontal, apresentam as seguintes características: Formaretangular;Tom de cor claro, proveniente de sua cobertura; e Dimensões pequenas, no qual se assemelham a galpões.

Unidade armazenadora do tipo vertical, não apresenta tal problema, devido a sua forma circular de tom claro, sendo característica única deste tipo de construção.Além das características físicas das unidades armazenadoras, foram levados em conta os pixels da imagem, buscandofacilitar a sua identificação.

Após a coleta das características de todas unidades existentes (ativas e desativadas) no território de Santa Helena de Goiás, os dados foram dispostos em uma planilha, para produção dos mapas temáticos no software QGIS Desktop versão 2.12.3. Os dados (respostas) dos questionários foram organizados em planilhas, e inseridos comotabela de atributos as unidades armazenadora. A tabela de atributos permitiu a elaboração dos mapas temáticos.

Para produção dos mapas, foram utilizados os arquivos vetoriais disponibilizados no site do LAPIG e da pesquisa de campo realizada no mês de julho de 2016.

Os mapas gerados foram: pontos visitados, década de fundação da unidade, cadastro das unidades armazenadoras no banco de dados da CONAB, capacidade estática, aumento da capacidade estática das unidades armazenadoras, modo de trabalho, órgão pertencente da unidade armazenadora, produtos armazenados e tempo de armazenamento das unidades armazenadoras.

Outros arquivos vetoriais como mapa com as rodovias e o perímetro urbano do município, também foram dispostos destacando-se cada unidade armazenadora visitada, sendo em: unidade armazenadora ativa, desativada e pontos que não eram unidades armazenadoras.

A partir dos mapas gerados, fez-se um estudo com o SICARM - Sistema de Cadastro Nacional de Unidade Armazenadoras, disponibilizado no site da CONAB, para verificar se o sistema encontrase atualizado ou desatualizado.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme a Figura 2, existem 13 unidades armazenadoras ativas no município de Santa Helena de Goiás, sendo 6 (46,15%) próximas a área urbana, os outros 53,85% encontram-se em áreas rurais do município. Das unidades desativadas, 9 se encontram dentro ou próximas da área urbana, enquanto que apenas 1 se encontra na área rural.

Figura 2. Pontos identificados como unidades armazenadoras por meio de imagens de satélite e visitados no município de Santa Helena de Goiás.

Fonte: SIEG – Perímetro Urbano de Goiás, (2003); SIEG – Malha Viária de Goiás, (2009); IBGE – Limites Municipais do Brasil, (2013); Google Earth, 2009.

Filho (2006) afirma que o deslocamento do caminhão para o armazenamento do produto e o deslocamento do produto na expedição em áreas não pavimentadas podem vir a representar um custo elevado, acarretando em um deslocamento lento, que se agrava ainda mais no período das chuvas, onde o terreno fica encharcado, ocasionando mais custos na manutenção do caminhão.

A maioria das unidades armazenadoras se concentra em rodovias e vias pavimentadas, devido à facilidade e redução dos gastos com escoamento ou recebimento da produção. Todavia, não é possível se descartar a hipótese da existência unidades armazenadoras próximas às vias não pavimentadas (Figura 2), onde 2 das 13 unidades se encontram em vias não pavimentadas.

De acordo com SICARM, existem 17 unidades armazenadoras cadastradas no município de Santa Helena de Goiás (SICARM, 2016). No entanto, observou-se que o SICARM está desatualizado, com registro de 8 unidades armazenadoras desativadas, 6 ativas e 3 estando

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localizadas no município de Acreúna, GO. De acordo com os a Figura 2, 10 unidades estão desativadas e 13 ativas, com isso o SICARM necessita de uma atualização em seu banco de dados.

Azevedo et al. (2008) observaram diversas oscilações na capacidade estática do estado de Goiás durante o período de 1980 a 2008, situações de déficit e superávit, um fator descrito que possivelmente ocasionou essa oscilação, foi a desativação e ativação de unidades armazenadoras, respectivamente. Oscilação da capacidade estática também érealidade observada no município de Santa Helena de Goiás, por motivos de desativação das unidades.

Unidades armazenadoras cadastradas no banco de dados da CONAB e década de fundação podem ser vistas na Figura 3. Observou-se que 5 unidades ativas não possuem cadastro na CONAB, o equivalente a 38,46% das unidades armazenadoras no município.

Figura 3. Década de fundação e cadastro das unidades armazenadoras no banco de dados da CONAB em 2016 para o município de Santa Helena de Goiás.

Existe dificuldadesem se identificar e cadastrar unidades armazenadoras que se encontram na zona rural e em zonas remotas, devido a fatores topográficos como serras e morros e vias não pavimentadas, o que dificulta o acesso de profissionais da CONAB a essas localidades. Todavia,na zona urbana também há unidades não cadastradas, o que se justifica no desinteresse do dono ou responsável de estar cadastrando a unidade e o desconhecimento de alguns produtores sobre a necessidade de cadastrarem suas unidades armazenadoras. Isso implica na desatualização no banco de dados, dificultando a geração de informações consistentes, tanto para a zona rural quanto para a zona urbana (CONAB, 2013).

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Quanto ao ano de fundação, entre os anos de 1970 a 2000, o número de unidades armazenadoras deste período ainda ativas são de 3, a partir dos anos 2000 o número de unidade ativas aumentou para 13. De acordo com o MAPA (2016), no ano de 2001, o governo criou um Plano Agrícola e Pecuário, no qual tinha por objetivo o incentivo à construção e modernização de unidades armazenadoras (Resoluções CMN/Bacen Nos 2.867, de 03.7.2001 e 2.877, de 26/07/2001, Art. 4º). Tal programa pode justificar o aumento significativo do número de unidades armazenadoras em várias regiões, dentre elas em Santa Helena de Goiás.

Na safra de 2013/2014, uma linha de crédito foi composta por um rol de investimentos anunciados no Plano Agropecuário de 2013/2014, que previu um valor de R$ 25 bilhões para os próximos cinco anos, com o objetivo de aumentar a capacidade nacional de armazenamento de grãos. Ressalta-se que, apenas no primeiro ano, 5 Bilhões foram liberados (BNDES, 2013). Vergara et al. (2017), confirma que esta linha de crédito vem sendo usada pelos produtores rurais no Brasil, e que possivelmente também tenha refletido no aumento do número de unidades em Santa Helena de Goiás no período de 2013 a 2015, no qual, foram construídas 3 unidades armazenadoras.

Na Figura 4 é apresentada a capacidade estática de cada unidade armazenadora e as unidades que aumentaram a sua capacidade estática, após a fundação, no município de Santa Helena de Goiás.

Figura 4.Capacidade estática e aumento da mesma após a fundação das unidades armazenadoras em 2016 em Santa Helena de Goiás.

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Estudos de Mur& Soares (2014), caracterizaram a capacidade estática de armazenamento do Estado de Goiás, assim, para safra de 2014/2015 a produção de Santa Helena foi de 362.138t de grãos, e a capacidade estática apresentava superávit de 105.668,2t.

Na safra de 2015/2016 a produção total de grãos no município foi de 325.356t, neste período a capacidade estática foi de 377.847,5t (IMB, 2016). O município nesta última safra apresentou um superávit da capacidade estática das unidades armazenadoras, sendo de 52.492,5t (Figura 4).

Quanto à capacidade estática, apenas 7 unidades promoveram o aumento após a fundação, estas equivalem a 53,84%, um valor significante, que pode ser um dos fatores que tenha acarretado no superávit da capacidade estática do município. Também se observa que a capacidade estática pode ser aumentada pela reestruturação e aumento das unidades, e não necessariamente pela construção de novas unidades.

O modo de trabalho e o órgão pertencente de cada unidade armazenadora do município pode ser verificado na Figura 5.Observa que das 13 unidades armazenadoras do município, 4 trabalham comprando o produto, 2 unidades alugam seus armazéns, 2 trabalham na compra de produto e também aluguel de seus armazéns e 5 unidades armazenam grãos de produção própria.

Figura 5. Modo de trabalho e órgão pertencente da unidade armazenadora em 2016 no município de Santa Helena de Goiás.

Existem duas unidades da cooperativa comigo no município, sendo que uma trabalha comprando o produto e alugando o seu armazém e a outra na compra do produto. Conforme a Figura 5, as unidades da Comigo são unidades de cooperados, sendo esse um dos fatores que possa justificar o aluguel de suas unidades armazenadoras a terceiros.

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Os principais produtos armazenados nas unidades de Santa Helena de Goiás são grãos de soja, milho e sorgo e o seu tempo de armazenamento varia de 1 a 7 meses (Figura 6). Apenas uma unidade armazena exclusivamente milho, as demais trabalham alternadamente estas culturas de acordo com safra de cada uma dessas.

Figura 6. Produtos armazenados e tempo de armazenamento das unidades armazenadoras em 2016 no município de Santa Helena de Goiás.

Observa-se que, a partir do ano 2000, houve crescimento intenso na produção desses grãos em Santa Helena de Goiás, passando de 162.940t para 274.800t (Figura 7). Isso também exigiu investimento e crescimento da capacidade estática no município (Figura 4).

Verifica que a soja é o produto de destaque no cenário agrícola, dando um salto de produção de 4.092.934 t em 2000 para 7.342.600 t em 2010 no estado de Goiás (SEGPLAN, 2011). De acordo com Figura 7, esse aumento da produção da soja também ocorreu no município de Santa Helena de Goiás (IMB, 2016). Nesse mesmo período, houve um aumento de 6 unidades de armazenamento, sendo 5 dessas unidades destinadas ao armazenamento de soja, sendo este um dos fatores para justificar o grande aumento de unidades de armazenamento, após o ano de 2000 (Figura 4).

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Figura 7. Principais culturas agrícolas de grãos (t) produzidas no município de Santa Helena de Goiás no período de 2000 a 2014.

Fonte: IMB, 2016.

De acordo com Weber (2005), a situação das unidades de armazenamento no Brasil, se encontra em déficit devido a três principais fatores: o rápido crescimento da produtividade, rápida expansão das terras de produção e o crescimento lento das unidades de armazenamento. Conforme a CONAB (2016) esta situação ainda é fato preocupante no Brasil, visto que estes três fatores ainda são de tamanha preocupação. Conforme o IMB (2016), o crescimento da produção tende a aumentar a cada ano em Santa Helena de Goiás (Figura 7).

O cenário que reflete no Brasil de déficit da capacidade estática das unidades armazenadoras, logo será uma realidade também no município de Santa Helena de Goiás, que atualmente apresenta um superávit de armazenamento.

As vantagens de armazenar o produto, é oportunidade de comercializá-lo em épocas de menor oferta e de maior demanda (entressafra) (Elias, 2003). Conforme a Figura6, observa-se que 9 das 13 unidades do município armazenam seus produtos por mais de 4 e menos que 7 meses. No entanto, isso não segue um padrão fixo, pois os produtores e usuários dos armazéns têm a liberdade de depositar ou retirar o produto a qualquer momento de acordo com o tipo de produto e valor no mercado. O fator que pode implicar neste longo armazenamento na maioria das unidades armazenadoras do município de Santa Helena de Goiás é a busca por melhores preços do mercado de grãos na entressafra.

4 CONCLUSÕES

É possível espacializar as unidades armazenadoras por meio do Sistema de Informação Geográfica e criar mapas temáticos das suas características.

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A Companhia Nacional de Abastecimento apresenta o seu banco de dados desatualizado relativo às unidades cadastradas e/ou ativas para o município de Santa Helena de Goiás.

Santa Helena de Goiás apresenta superávit na capacidade de armazenamento de grãos considerando a safra 2015/2016.

REFERÊNCIAS

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Figura  1.  Localização  geográfica  do  município  de  Santa  Helena  de  Goiás,  na  microrregião  sudoeste  goiano  e  Estado de Goiás
Figura 2. Pontos identificados como unidades armazenadoras por meio de imagens de satélite e visitados no  município de Santa Helena de Goiás
Figura  3.  Década  de  fundação  e  cadastro  das  unidades  armazenadoras  no  banco  de  dados  da  CONAB  em  2016 para o município de Santa Helena de Goiás
Figura 4.Capacidade estática e aumento da mesma após a fundação das unidades armazenadoras em 2016  em Santa Helena de Goiás
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