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A formação de um "novo " tipo de professor no modelo Nacional-Desenvolvimentista (1950/1962)

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Academic year: 2020

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CHASE-LANSDALE, PL., MOTT, F.L., BROOKS-GUNN, J., PHILLIPS, DA. Children of the national longitudinal survey of youth: a unique research opportunity. Development Psychology, v.27, n.6, p.918-931, 1991.

FERREIRA, E.A.P. Irmãos que cuidam de irmãos na ausen-cia dos pais: um estudo sobre desempenho em tarefas do-mésticas e a interação entre irmãos. Brasília, 1993.

Disser-ção (mestrado) de de Brasília.

GUNTHER, IA. Cuidados alterna-tivos em crianças e seus efei-tos no desenvolvimento socio-emocional. Estudos de Psico-logia^. 5, n.l, p.74-92, 1988. MCCARTNEY, K.,

GALANO-POULOS, A. Child care an attachment: a new frontier the second time around. American Journal of Orthopsychiatry, V.58, n.l, p. 16-24, 1988.

A Formação de um "Novo " Tipo de Professor no

Modelo Nacional-Desenvolvimentista (1950/1962)

Pesquisadoras: Yolanda Lima Lobo (Coordenadora), Cléo de Oliveira Passos, Míriam W. Chaves e Edith M. da Silva Costa Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Secretaria

Estadual da Educação do Rio de Janeiro (SEE-RJ) Fonte Financiadora: CNPq

A pesquisa procura resgatar o projeto político-pedagógico do educador Anísio Teixeria, realiza-

do nos anos 30, no antigo Distrito Federal, e que ainda hoje pode ser evidenciado através da própria ar-

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quitetura das escolas concebidas àquela época.

Num primeiro momento, pôde-se observar uma estreita vinculação entre a feição estética das escolas, seu equipamento bási-co e uma filosofia bastante bási- coeren-te de "qualidade". A educação, não só considerada indissociável da po-lítica por ser fundante da cidadania, era também vista de maneira am-pla. Compreendia não só as opera-ções intelectuais, como se preocu-pava com a formação do gosto, com o trabalho educativo e com outros fatores indispensáveis à vida.

A escola ganhava, também, a dimensão da produção do conhe-cimento. A idéia de experimentação ganhava sentido não só pelo desem-penho do professor no processo, como também nos mínimos detalhes físicos.

Apesar da precária situação das muitas escolas remanescentes daquela época, pôde-se encontrar diversos fragmentos dispersos, a partir dos quais foi possível recons-truir esse passado. Cada um desses elementos possui significado. Mui-tos objeMui-tos acham-se impregnados

do sentido original que se lhe atri-buía àquela época, apesar de aban-donados, subutilizados ou simples-mente desvirtuados, hoje.

A pesquisa foi realizada nos "sítios", ou seja, nas escolas inspi-radoras da primeira versão dos

Guias de Orientação Didática,

registrando-se os vestígios en-cobertos ou reen-cobertos que preci-savam ser compostos, recons-truídos para que se pudesse perce-ber seu sentido original.

A definição de políticas pú-blicas que privilegiassem a forma-ção técnico-profissional de profes-sores teve início, pois, na gestão do professor Anísio Teixeira, quando à frente da Diretoria Geral de Ins-trução Pública do antigo Distrito Federal (1931-1935), ocasião em que se pôde evidenciar vestígios indicadores da demarcação de fron-teiras entre uma Escola Tradicional e um movimento de reconstrução escolar que se denominou Escola Nova ou "Escola Progressiva", des-tinada a ser a escola de uma civili-zação em mudança permanente.

Foi a análise dos discursos pronunciados pelo intelectual Anísio

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Teixeira quando no exercício de suas funções no aparelho do Estado que possibilitou identificar os elementos do processo de construção de uma nova cultura pedagógica.

Esse processo de constru-ção exigiu a criaconstru-ção de instrumen-tos culturais e políticos que permi-tiram a reconstrução educacional do então Distrito Federal.

Em 1932, esse programa se iniciou com a reorganização do En-sino Normal e sua transposição para o Ensino Universitário, com a cria-ção do Instituto de Educacria-ção do Rio de Janeiro (Decreto n° 3.910, de 19 de março de 1932), que regulava a formação técnica de professores.

São criadas as Escolas Ex-perimentais, dentre elas "a obra pri-ma do sistepri-ma educacional da me-trópole" — a Escola México — e, também, o Instituto de Pesquisas Educacionais do Departamento de Educação do Distrito Federal.

Resultante dos trabalhos re-alizados nessas três instituições ci-tadas, foi elaborada uma primeira versão dos Guias de Orientação Didática, sob a responsabilidade daquela última, através da sua Se-

ção de Programas e Atividades Extraclasse.

Paralelamente ao lançamen-to da primeira edição da série des-ses guias, cria-se um mercado edi-torial de obras pedagógicas, sendo a mais importante a Série Bibliote-ca PedagógiBibliote-ca Brasileira — Atua-lidades Pedagógicas que, em 1936, publicava seu 21° volume e o mais importante, denominado Democra-cia e Educação: breve tratado de Filosofia da Educação, de John Dewey.

No início dos anos 60, o Ministério da Educação e Cultura criava o Programa de Emergência, para atender à formação profissio-nal do professor primário. De acor-do com esta perspectiva, funda a Biblioteca da Professora Brasileira (BPB), cuja principal ação foi a reedição dos Guias de Orientação Didática, de forma ampliada.

Analisar esses guias tornou-se, portanto, uma tarefa indispensá-vel, pois, se em 1934 sua publicação restringia-se aos professores do Dis-trito Federal, sua reedição em 1962, estendia-se a todos os professores do País. Era o próprio ministro da

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Educação que afirmava nas primei-ras páginas dos livros: "... esta edi-ção é a que hoje tomamos como Bi-blioteca da Professora Brasileira, em tiragem que permite colocar nas mãos de cada professora do Brasil tão poderoso instrumento de traba-lho" (INEP, 1962). Por isso, como o próprio título sugere, os guias con-duziriam a ação dos professores dentro da sala de aula, transforman-do-os, dentro do possível, em um novo tipo de profissional. Neste sentido, seu texto se encontra re-vestido de uma intencionalidade que foi preciso fazer emergir, a fim de que se pudesse compreender o sig-nificado (ou os sigsig-nificados) da ori-entação didática postulada por seus idealizadores.

Tendo como fundamento A Nova História Cultural e, mais pre-cisamente, o artigo "Texto, Impres-são, Leituras", de Roger Chartier, partiu-se do pressuposto que, para desvelar os "segredos" da relação dos guias (texto) com o professor (leitor) da época e seus idealiza-dores (autores), era preciso fazer emergir a rede de significados que entrelaçaram essas três instâncias.

Pressupondo os guias como texto, ou o material bruto a ser ana-lisado, foi de fundamental importân-cia que se percebesse a relação da forma como a coleção foi impressa e o vasto público que se pretendia atingir.

Para focalizar o papel da lin-guagem nas descrições e concepções da realidade histórica, recorreu-se às abordagens crítico-literárias da his-tória da literatura e da filosofia, a partir dos trabalhos de Hayden White e La Capra (1987). Ainda, para fa-zer emergir das partes os sentidos ocultos dos textos e as dimensões um pouco turvas dos dizeres dos autores, foi necessário estabelecer uma estratégia fundamentada em estudos de Maingueneau (1989) e Pêcheaux (1984), buscando-se aplicá-la ao exame da Apresentação, Introdução e Prefácio dos Guias. Quadro das entrevistas: fase indutiva da operação

Num quadro de caracteres pertinentes a um conjunto de agen-tes, tratou-se de analisar as diver-sas entrevistas realizadas (19, no

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total), usando-se o seguinte recur-so: inscreveu-se cada uma das en-trevistas em uma linha, abriu-se uma coluna sempre que eram des-veladas propriedades necessárias para caracterizar uma delas, o que obrigou a se colocar uma interro-gação sobre a presença ou a au-sência dessa propriedade, em cada uma das outras.

Essa forma simples de ação tem a faculdade de obrigar a pen-sar relacionalmente tanto as unida-des sociais em questão quanto as suas propriedades, podendo estas ser caracterizadas em termos de presença ou de ausência.

Conclusão

A consolidação do projeto de uma nova escola exigia um novo professor. Para tal, seria necessário um conjunto de ações que o direcio-nassem para essa perspectiva.

Os Guias de Orientação Didática seriam os elementos que serviriam para a construção de pro-jetos coletivos de pesquisas e de-bates, com o objetivo de levar os professores à aquisição, pelo uso,

das vivências necessárias à orienta-ção de sua prática pedagógica.

Uma grande mudança deve-ria operar-se nas escolas de forma-ção de professores: um sentido so-cial impregnaria todas as ativida-des dos cursos normais, fornecen-do aos futuros educafornecen-dores as vivências, os recursos técnicos e a cultura geral necessária para reali-zarem, com êxito, sua missão. A idéia seria a de se exigir deles uma cultura geral ou humanística mais ampla, mais rica, que lhes propici-asse melhor e mais fecunda prepa-ração profissional.

Só a cultura geral e um novo conceito de humanismo impulsio-nariam o indivíduo a estudar cada vez mais, aprofundando-se no cam-po da especulação e da técnica.

Esse humanismo compreen-dia a cultura científica e a cultura his-tórica. A escola foi dada uma dimen-são nova, qual seja, a de produtora de conhecimento, sob as idéias de "experimentação" e "fazer prático".

Assim o conhecimento é concebido como existindo somente para a ação, sendo a idéia a re-presentação de um fim a atender e

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o pròprio movimento a representa-ção que se traduz em ato. Daí, a inexistência do antagonismo, entre o pensamento e a ação. Não exis-tindo esse antagonismo, conseqütemente, não haveria distinção en-tre o intelectual e o homem de ação: o intelectual é um homem de ação. O professor é um pesquisador que, metaforicamente, se confunde com o artista. Artista no duplo sentido, pois desempenha papel de criador pelo gosto e pela criação de conhe-cimento. Mas esse novo "professor-artista" traz da escola tradicional a arte da argumentação e a ela incor-pora a reflexão e a construção/ desconstrução do conhecimento. Da escola tradicional traz, ainda, a erudição que se traduz no domínio da literatura, da língua estrangeira, da formação musical e da gramáti-ca, que lhe permite expressão se-gura e fluente da sua língua. Sua formação é a síntese de dois pon-tos indissociáveis: o método de construção do conhecimento e uma ação de intervenção na realidade, expressão da "pedagogia dos pro-jetos", como forma de conhecimen-to das práticas pedagógicas.

O sucesso dessa experiência foi o resultado dos princípios da po-litica educacional desenvolvida pelo Estado nos anos 50, possibilitando aos professores um espaço para cri-ar e compreender sua própria reali-dade, valorizando sua experiência profissional sob o ponto de vista pe-dagógico e viabilizando sua parti-cipação na gestão escolar. A con-cessão de bolsas de estudo e mate-rial didático, bem como a instaura-ção de um clima que permitisse a cada professor expressar-se livre-mente, para tirar melhor proveito das explanações e discussões, fazia parte das intenções pedagógicas que nortearam a atividade prática de atualização dos professores da escola básica, pública, no Brasil. Referências bibliográficas

CHARTIER, Roger. A nova história cultural: entre práticas e repre-sentações. Lisboa: Difel, 1987. DEWEY, John. Democracia e

edu-cação. breve tratado de filo-sofia da educação. São Paulo: Ed. Nacional, 1934.

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Instituto Nacional de Estudos e vio. Campinas: Ed. Unicamp, Pesquisas Educacionais. Gui- 1964.

as de Orientação Didática.

Programa de emergência. Rio WHITE, Hayden, LA CAPRA.

Metahistory: the historical imagination. In: XIXth CENTURY Europe. Baltimore: John Hopkins University Press, 1973 apud CHARTIER, R. A nova história cultural, entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1987. p.64-84.

Ensino de Ciências e

Capital Lingüístico: Notas para a Construção

de um Objeto de Pesquisa*

Pesquisadores: Gilson R. de M. Pereira, João Maria Pires e Maria da Conceição L. de Andrade Instituição: Universidade Regional do Rio Grande do Norte (URRN) Fonte Financiadora: URRN

As notas que se seguem, quisa atualmente em curso na sem dúvida provisórias, fazem par- URRN, e que se encontra em fase te de um intento que tem em vista a de planejamento, destinada à veri- construção do objeto de uma pes- ficação empírica de algumas rela-

* Comunicação apresentada no II Colóquio Franco-Brasileiro-Educação e Linguagem, Natal-RN, junho de 1995.

de Janeiro, 1962. (Biblioteca da professora brasileira). MAINGUENEAU, D. Initiation

aux méthodes de l 'analyse du discours. Paris: Hachette, 1989. PÊCHEAUX, M. Semâitica e

Referências

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