• Nenhum resultado encontrado

1- A ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "1- A ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

1- A ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

O objetivo deste assunto é despertar o formando para a importância e a abrangência da administração frente a sua vida profissional.

O profissional da engenharia não é um simples aplicador de técnicas necessárias a criar conforto para a humanidade, mas um cidadão apto a propor, planejar, comandar, pesquisar e atuar para o bem dela.

Para tanto, além da dedicação à melhoria de sua capacidade técnica, deverá se interessar pelos campos da administração, da psicologia, do marketing, das vendas, visando cumprir sua vasta área de atuação, mormente se integrar a área de gestão das organizações a que pertencer.

Não se pretende esgotar o assunto administração nestas poucas horas de aula sobre o assunto mas, alertar quanto a relevância do assunto e de sua importância para a proficiência de vida profissional.

É extremamente simplório pensar que o engenheiro, ou o arquiteto é, meramente, um técnico, homem dedicado apenas ao manusear de números ou um artista a conceber projetos.

Sem dúvida alguma, qualquer profissional da construção, liderará equipes visando a realização de serviços técnicos, construção, planejamento na área pública e privada, enfim, uma gama de atividades que exigem, e a sociedade assim temem entende, a atuação de um ser multifacetado, capaz de mobilizar

todos os recursos disponíveis para a cumprimento de suas responsabilidades.

Tal profissional, para tanto, deverá estar preparado e qualificado para fluir da área eminentemente técnica às relações humanas e sociais, visando atuar com proficiência na sua missão profissional de produzir bens e serviços para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

1.1. - CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E GERÊNCIA

1.1.1 – Política e Administração.

Sob a ótica do autor, a Administração é um complexo de arte e ciência.

Arte, pois permite que o homem desenvolva talentos no inter-relacionamento com outro ser humano, isto é, nas suas relações interpessoais e nas sociais.

(2)

A administração, enfim, é um meio que contribui para o desempenho profissional e está situada entre o nível político - decisório e a área executiva de qualquer organização.

Pelo exposto, pode-se dizer que, em qualquer organização, existem três fases distintas de atuação, cujas responsabilidades fundamentais são definidas a seguir:

• Fase Política: onde são geradas as diretrizes da empresa,

orienta e estabelece objetivos a serem cumpridos pela organização e normaliza os procedimentos;

• Fase Administrativa: fornece os meios para cumprimento tanto das diretrizes estabelecidas pela alta administração, como para o atendimento das exigibilidades das áreas executivas;

• Fase Executiva: é a área que realiza o que foi definido pela área política, com o devido apoio da área administrativa.

É importante notar, que a fase política ocorre em qualquer atividade do ser humano, seja na esfera pública, na particular e mesmo dentro das famílias.

É infantil o entendimento de que política se faz, apenas, dentro dos governos ou dos partidos. Tal modo de pensar tem prejudicado a carreira e a ascensão de bons profissionais. Quando não, da própria empresa ou organização que atuam, por falta de conhecimento do funcionamento e das relações sócio - políticas da sociedade onde ela está inserida, como esta em moda dizer atualmente, do ambiente externo à organização.

De modo amplo, a política pode ser entendida como a arte de estabelecer relações visando dispor de poder ou domínio. E, poder,

nada mais é do que a disponibilidade de meios para a obtenção daquilo que se deseja. Meios estes: materiais, humanos ou financeiros.

Praticamente falando, não existe uma nítida divisão entre a fase política e a administrativa, já que a ação da segunda é conseqüência da decisão da primeira. Via de regra e principalmente nas empresas particulares, quem atua na área administrativa das organizações, atua na área política das mesmas.

É entendimento dos estudiosos do assunto e daqueles que obtiveram sucesso em seus empreendimentos que uma boa ou má administração define o progresso do indivíduo, da empresa ou de uma nação, quanto à consecução de suas metas e objetivos.

É importante ressaltar, que a administração é fundamental para qualquer tipo de negócio , tanto na administração pública como na particular. Cabe a cada um escolher o caminho a percorrer, sendo sempre o desempenho uma questão de estilo.

Quanto ao Engenheiro Civil em particular, ele estará profissionalmente envolvido na liderança de grupos de trabalho, na construção ou fiscalização de obras e, conforme ascende a posições mais altas na hierarquia das organizações, suas responsabilidades frente ao desempenho da organização crescem substancialmente e, pôr conseguinte, o nível de seu envolvimento interpessoal, tanto interna como externamente à empresa.

Para o bom desempenho de suas atividades, é mister que o

(3)

Isto porque, mesmo não conhecendo com profundidade as técnicas que rege cada ramo, tenha a sensibilidade de avaliar a sua relevância e a importância no desempenho orgânico da empresa, mobilizando e contribuindo com profissionais formados em outros campos do conhecimento, visando aglutinar conhecimento interdisciplinar necessário a alcançar metas pré-estabelecidas e, consequentemente, o bom desempenho da organização.

No caso das empresas de engenharia, dado os serviços e empreendimentos serem localizados fora de suas sedes, muitas das atividades administrativas passam a ser responsabilidade do engenheiro residente, ou responsável, tanto por facilidade de atribuições e redução de pessoal, como pelo envolvimento do mesmo com clientes e fornecedores, dado o domínio profissional que tem sobre os processos desenvolvidos.

Pelo acima exposto, fica patente que a ação do engenheiro permeia as três fases de atividades da organização – política, administrativa e executiva - devendo estar preparado para as desempenhar, sob pena de levar a empresa ao fracasso e passar por dissabores profissionais que, no limite, podem repercutir em sua vida pessoal e familiar.

Enfim, o engenheiro não é um “técnico”. É um profissional de terceiro nível, preparado e capaz para implementar processos que refluam em benefício da sociedade. E isso é o que se espera dele !

1.1.2 - Conceitos de Administração.

Existem vários conceitos sobre administração, sendo três dos mais conhecidos e explorados pela literatura os abaixo definidos:

a) Segundo Henry Faiol, administrar é:

• planejar • coordenar,

• organizar, • e, controlar.

• comandar,

b) Segundo Gulik, as atividades do administrador são:

• planejar, • dirigir,

• organizar, • coordenar,

• recrutar, • informar

• e orçar.

c) Peter F. Drucker em seu livro “Fator Humano e Desempenho”, são cinco as operações básicas do administrador e que, juntas, resultam na integração de recursos num organismo ativo e em crescimento, e são:

• fixar objetivos, • avaliar,

• organizar, • desenvolver pessoas.

• motivar e comunicar,

Para o estudo e conforme a área de concentração de interesses, a administração pode ser dividida nos seguintes ramos:

• Administração de pessoal; • Administração de material;

• Administração de patrimônio; • Relações públicas;

(4)

• Administração documental; • Organização & Métodos.

1.1.3 - Gerenciar

Gerenciar é, basicamente, definir metas, prover recursos e cobrar resultados.

Deve-se entender que os recursos acima citados são: recursos materiais, humanos e financeiros.

Gerenciar um projeto pode ser definido, então, como:

“a arte de dirigir e coordenar recursos humanos, materiais e

financeiros, durante a vida do projeto, usando técnicas de administração visando atingir objetivos pré - definidos quanto a tempo, custo, qualidade e segurança necessários à satisfação do cliente.”

Pelo exposto no item anterior e no parágrafo acima, pode-se perceber que o engenheiro no desempenho de suas atividades profissionais evolui da fase de comando para a de gerenciador, aumentando deste modo suas responsabilidades, tanto profissionais como empresariais e, por conseguinte, passando a ter necessidade de entender o funcionamento e inter-relacionamento das partes em que são divididas ou das funções exercidas pela empresa.

1.1.4 - Diferenças entre Administração Pública e Privada

Para haver bom entendimento entre as diferenças entre a Administração no campo público e aquela no campo privado, deve-se ter claro os deve-seguintes conceitos:

• Direito Público é o conjunto de leis e regulamentos

complementares e aplicáveis às entidades dos governos. A característica principal é que, segundo suas normas, as entidades públicas só podem fazer o que for autorizado por lei.

• Direito Privado é o conjunto de leis e regulamentos aplicáveis às entidades particulares. De um modo geral, estas organizações podem fazer tudo o que não for proibido por lei.

1.2 -A DIMENSÃO DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO

1.2.1 - Atribuições do Engenheiro.

As atribuições dos profissionais de engenharia são as definidas nos artigos 6° e 7° da Lei Federal n°5.194, publicada em 24.12.1966 e suas atividades discriminadas na Resolução n°218 do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia de 20.07.1973, a seguir relacionadas:

Artigo 1º:...” ficam designadas as seguintes atividades:

At.01 - Supervisão, Coordenação e orientação técnica; At.02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; At.03 - Estudo de viabilidade técnico - econômica; At.04 - Assistência, assessoria e consultoria; At.05 - Direção de obra e serviço técnico;

At.06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

At.07 - Desempenho de cargo e função técnica;

At.08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e

divulgação técnica, experimentação;

(5)

At.10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade; At.11 - Execução de obra e serviço técnico;

At.12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; At.13 - Produção técnica e especializada; At.14 - Condução de trabalho técnico;

At.15 - Condução de equipe de instalação, montagem e reparo; At.16 - Operação e manutenção de equipamento e instalação; At.17 - Execução de instalação, montagem e reparo;

At.18 - Execução de desenho técnico.

Complementando o item anterior onde é relacionada as atividades de suas responsabilidades, nos artigos 2º e 7º da mesma Resolução são definidas, respectivamente , as competências dos Arquitetos e Engenheiros, a saber:

Art.º. 2º - Compete ao Arquiteto ou ao Engenheiro Arquiteto:

I – O desempenho das atividades 01 a 18 do Artigo 1º desta Resolução, referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, planejamento físico, local, urbano e regional; seus serviços afins e correlatos.

Art.º 7º Compete ao Engenheiro Civil, ou ao Engenheiro de Fortificação e Construção:

I - o desempenho das atividade 01 a 18 do artigo primeiro desta resolução, referente a edificações, estradas, pistas de rolamento e aeroportos; sistemas de transporte, de abastecimento de água e de saneamento; portos, rios e canais, barragens e diques; drenagem e irrigação; pontes e grandes estruturas; seus serviços afins e correlatos.”

Pelo contido nos artigos acima expostos, tais atividades, no âmbito da sociedade brasileira, são de responsabilidade exclusiva dos Engenheiros, respondendo por elas civil e criminalmente.

Assim, os engenheiros dispõem de amparo legal que os habilita ao desempenho de suas funções, não devendo contribui, permitir ou acobertar pessoas não qualificadas às exercitar.

Para cumprir a dimensão de sua habilitação, é mister que se mantenha atualizado tanto técnica como gerencialmente, participando da evolução da profissão e contribuindo, como cidadão responsável para o aperfeiçoamento da legislação que a rege.

1.3 TIPOS DE OBRAS E ATORES

1.3.1 - Tipos de Obras

Os principais tipos de obras onde o engenheiro civil está habilitado ao cumprimento de suas atividades são:

a) Construção Leve:

• Casas

• Edifícios

• Galpões

b) Construções Institucionais:

• Escolas • Hospitais

• Ginásios de Esporte e Estádios • Prédios Públicos em Geral

(6)

• Fábricas • Shopping Centers

• Refinarias • Siderúrgicas

d) Construção Pesada e de Infra – estrutura:

• Portos; • Aeroportos;

• Rodovias; • Túneis;

• Portos; • Canais;

• Pontes e viadutos; • Barragens;

• Usinas nucleares e

hidrelétricas;

• Sistemas de efluentes

líquidos;

• Sistemas de abastecimento

de água;

• Sistemas de

drenagem;

• Ferrovias; Etc.

1.3.2. - Atores

Os principais atores ou envolvidos num processo de construção e que contribuem para a sua realização são:

• Empreendedores; • Financistas;

• Construtores; • Fornecedores;

• Projetistas: arquitetura/engenharia; • Empreiteiros;

• Consultores;

Alerta-se que conforme o sistema estabelecido para o envolvimento desses atores num empreendimento, especialmente quanto ao relacionamento empreendedor-projetista-executor, existe um modelo de Gerenciamento. Modelo esse a ser analisado oportunamente.

1.3.3 - Finalidade de uma Empresa.

Comentado o ambiente onde o engenheiro desenvolverá

sua atividade profissional e que, para tanto, deverá formar ou integrar uma empresa afim de conseguir executar o seu trabalho, cabe a pergunta !

Qual a finalidade de uma empresa?

A finalidade de uma empresa só pode ser encontrada na sociedade pois a empresa é um organismo social e não existe para atendimento de si própria.

A finalidade da empresa, então, é :

E o lucro ?

O lucro é considerado como uma medida de competência da empresa.

O objetivo maior da empresa não é o lucro. Mas, ser útil e ter o reconhecimento da a comunidade onde atua a empresa.

O lucro é decorrência desse processo, a medida da competência da empresa em criar e manter os seus clientes, desenvolvendo suas atividades com proficiência.

1.4 - FUNÇÕES GERENCIAIS BÁSICAS

(7)

Em toda e qualquer empresa, tanto na iniciativa pública como na particular, as funções gerenciais básicas são:

• Produção,

• Finanças,

• Vendas.

Da compatibilização e harmonização destas três funções

advirá o sucesso da empresa.

Na empresa particular, o reconhecimento social e o sucesso

é medido pelo lucro auferido ou pela conquista de novos mercados. Na iniciativa pública, pela legitimidade ou qualidade dos serviços aceitos pelo cidadão.

É importante o engenheiro ter o empenho de manter o

equilíbrio entre as citadas funções, pois é comum haver necessidade de atuar nos três campos. Isto porque, dispõe de preparo ou capacidade de entendimento para fluir de uma a outra atividade com tranqüilidade.

E, além do mais, é o profissional melhor habilitado para a gerência, no sentido mais amplo do termo, das empresas de engenharia, independentemente do ramo em que atuar.

Assim, quanto melhor a sua capacidade no entendimento do

funcionamento orgânico e global da empresa, maior terá condições de sucesso profissional.

1.4.1 - Função de Produção.

No caso da função produção, deve-se considerar duas

vertentes ou modos de se proceder a engenharia:

• a engenharia do processo;

• e a engenharia do produto.

A engenharia do produto indica o que fazer e, no caso da

engenharia civil, tem como principais objetivos a elaboração de avaliações, pareceres, projetos a exemplo do: arquitetônico, hidro-sanitário, elétrico, instalação de equipamentos, estrutural, de paisagismo, urbanístico, de proteção ao meio ambiente, de geotecnia, de diretriz de traçado de vias, estruturas de pontes, etc., bem como suas especificações técnicas.

A engenharia do processo indica o forma de realizar o que

está definido na engenharia do produto. É a engenharia ou a arte da construção.

Processos construtivos, seqüências de operações de

construção, modos de ataque e desmonte de maciços, estruturas de formas, equipamentos a serem utilizados, etc. compõem a engenharia do produto.

1.4.2.- Função Finanças

Nesta função serão descritas apenas suas principais atividades:

• Contabilidade;

• Tesouraria;

• Relacionamento com o Mercado Financeiro;

• Controladoria;

(8)

É comum, nas empresas, ser o engenheiro responsável pelas áreas de estudos de viabilidade, de apropriação , de medição e custos, a qual é atribuída a função de fornecer dados para a emissão das notas fiscais.

É interessante notar que, mesmo integrando a função

finanças de uma empresa, as atividades comentadas no parágrafo anterior, via de regra, são do escopo da responsabilidade das áreas eminentemente de engenharia.

1.4.3 - Função Vendas

As principais atividades relacionadas a função são:

• Relacionamento com o Mercado e com Clientes;

• Licitações;

• Marketing.

Para o relacionamento com o mercado e com clientes em potencial há que, além da empresa ter uma boa imagem e eficiente divulgação, haver uma permanente participação do profissional junto a entidades de classe e participação junto à sociedade.

Havendo participação, fica o profissional informado de uma gama de necessidades e ações possíveis de ocorrer, antes que seja atropelado pelos fatos.

É reconhecido, atualmente, que informação é poder. Não tendo informação sobre o que poderá ocorrer na sociedade, e neste caso a sociedade abrange as esferas públicas e particular, torna-se difícil traçar, a priori, alguma ação gerencial.

O relacionamento com os clientes após a conclusão e entrega dos contratos, permite antecipar possíveis ações quanto a solução de deficiências construtivas, situação que contribui para a melhoria da imagem da empresa.

Quanto a participação em licitações, essa função diz respeito ao relacionamento com organismos da esfera pública, nos seus três níveis.

Para tanto, além de estar atualizado frente aos preços praticados pelos concorrentes, há que dispor de mecanismos de informação das licitações em andamento.

Quanto ao ultimo item da função vendas. O marketing.

Há o entendimento disseminado que marketing é propaganda.

O autor prefere definir essa atividade conforme proposto por Philip Kotler em “Administração de Marketing” ; ...Marketing é o conjunto de atividades humanas que tem por objetivo facilitar e consumar relações de troca.

Kotler sugere que três elementos devem estar presentes para definir uma situação de marketing:

i. Duas ou mais partes que estejam, potencialmente,

interessadas em trocas;

ii. Cada uma delas possuindo coisas de valor pata a outra(s)

parte(s);

iii. Cada uma delas capaz de comunicar e de entregar o

(9)

Conceituado o marketing, cabe conceituar a função de sua administração.

Administração de marketing consiste na análise, no planejamento, na implantação e no controle de programas destinados a levar a efeito as trocas desejadas com públicos visados e tendo por objetivo o ganho pessoal ou mútuo. Ele se baseia, fortemente, na adaptação e na coordenação de produto, preço, promoção e lugar para alcançar uma reação eficiente. (Kotler, 1980).

Analisando a definição acima, fica evidente que as atividades de planejamento, analise, implantação e controle de empreendimentos de engenharia, até por atribuição legal, é de responsabilidade de engenheiros e arquitetos, já que eles dominam o produto que ofertam ao mercado, tanto na forma de bens como na de serviços.

Deduz-se das definições efetuadas, que marketing, mercadologia em Português, engloba todas as operações da empresa, desde a análise das necessidades do mercado até a entrega de um produto que atenda suas exigibilidades. Os engenheiros ao ocupar esse espaço estão exercendo funções que os leva para uma esfera profissional que transcende meramente a de técnico executor de obras.

Pelo acima exposto, depreende-se que a função finanças é uma atividade profissional no campo da engenharia perfeita e legalmente ocupavel pelos engenheiros e arquitetos e que transcende à área eminentemente financeira.

Desta forma, o interesse e a dedicação em conhecer, pesquisar e propor produtos que atendam as exigibilidades do mercado

permite abrir um espaço profissional a mais nas empresas em que atuarem.

1.5 - FATORES DE SUCESSO DE UM EMPREENDIMENTO

Os principais fatores que definem o sucesso de um empreendimento são comentados abaixo.

É lógico que, não havendo o cumprimento do abaixo

estabelecido, é muito pouco provável que um empreendimento alcance o sucesso planejado.

Para tanto, todo o cuidado, atenção e preparo profissional devem ser metas pessoais de comportamento pessoal do engenheiro.

• Dimensionamento do empreendimento bem definido, neste caso

considerando uma correta análise de viabilidade, onde é estudado o adequado tamanho e a inserção do empreendimento na região desejada, frente às exigências de mercado;

• Projetos bem detalhados, com a devida consideração de suas

interfaces;

• Gerenciamento e supervisão na linha de frente constante e

competente, com controle efetivo tanto da força de construção, como de fornecimento e aplicação de materiais e equipamentos;

• Bom relacionamento interpessoal entre os atores e com os

(10)

• Rápida resposta à mudanças exigidas, não só por força de projeto ou especificação, mas também para atendimento ao mercado;

• Gerenciamento global do projeto, sem perder de vista o fim a

que se destina, executando-o ao tempo, custo e qualidade estabelecida pelos empreendedores.

1.6 - CICLO DE VIDA DOS PROJETOS

É importante o engenheiro ter em mente que o custo de um projeto, melhor seria dizer empreendimento, ultrapassa a fase de construção, alcançando, também, a de operação. Isto porque, com a utilização do produto ocorre a avaliação de seu desempenho e da sua qualidade pelo usuário final.

Com o mercado consumidor cada vez mais consciente na escolha e avaliação dos produtos ofertados e tendo o amparo da Lei n°8.078, de 11 de março de 1991, que define o “Código de Defesa do Consumidor”, tem ocorrido uma crescente preocupação com o “pós-venda” , face a exigência do cliente com o desempenho do produto e da consciência dos cidadãos frente aos seus direitos.

Assim , recomenda-se ao engenheiro quando especificar e projetar ter em vista a manutenção e a operação de seu produto.

Sem duvida alguma, obra prevista para oferecer baixo custo de operação e manutenção terá vantagem competitiva quanto a produtos concorrentes, situação esta possível de ser explorada já na fase de vendas.

A qualidade de uma obra é definida na fase de projeto quando se realiza as especificações, sem falar na de construção,

que deve ter um bom planejamento, fiscalização, acompanhamento de suprimento e testes de pré-operação. Projeto bem especificado pode ser bem fiscalizado, pois a qualidade do produto final e a conseqüente avaliação de custos é definido nas respectivas especificações.

O engenheiro deve estar consciente de que em cada fase ou etapa de um empreendimento, as atividades requerem técnicas gerenciais específicas, exigindo do engenheiro capacidade de as identificar e utilizar a metodologia de que dispõe de forma adequada.

(11)

Definição do Projeto Objetivos & Metas

Projetos Preliminares

Plano de Construção Especificações

Término de Construção

Uso da Obra

Julgamento dos Clientes Operação e Manutenção

Inicio da Ocupação Construção

Contratos Projeto & Engenharia Plano de Concepção Estudo de Viabilidade

Demanda Por Produto 1.7 - REALIDADES EMPRESARIAIS

A seguir são apresentados alguns pontos para análise e discussão quanto aos desafios administrativos que os profissionais de engenharia enfrentam no transcorrer profissional.

O entendimento da abrangência da administração é importante para a vida do engenheiro pois consideramos que sua atividade profissional transcende ao simples aplicar de técnicas mas, abrange o relacionamento com subordinados, superiores, clientes e órgãos públicos, devendo participar tanto da sociedade em que vive como do meio profissional, sem descuidar de tornar perene a vida de sua empresa.

Se o título profissional o habilita para cumprir a sua profissão, a dedicação constante em aprender e a habilidade no relacionamento é que o capacitarão para o desempenho efetivo de sua missão.

Missão esta, que é definida pelo exercício de seu livre arbítrio, não sendo possível de ser imposta por quem quer que seja.

1.7.1 – Desafios Empresariais

Três dimensões inseparáveis são o grande desafio pessoal e empresarial que o administrador tem:

• Tornar eficaz a empresa atual;

• Identificar e realizar seu potencial;

• Preparar hoje para as mudanças do futuro.

(12)

O que permite o desenvolvimento da empresa e a manutenção de sua existência no tempo, é a constante preocupação com o futuro, situação esta negligenciada na maioria das organizações pois os administradores estão mais envolvidos nos problemas diuturnos e que, muito freqüentemente, os resolvem sem grande competência.

O que verdadeiramente prejudica a empresa é a ...” inexistência de qualquer fundamento teórico ou sistema para enfrentar as tarefas econômicas de uma empresa.” Não existe um modelo a ser ensinado e o desempenho de cada um é fruto da objetividade com que atua e os princípios administrativos e morais que impõe a si mesmo e à toda organização.

Cada um deverá resolver as complexas atividades diuturnas da empresa conforme sua capacidade e o seu sentimento. Não há outra maneira de aprender a gerenciar uma empresa sem assumir responsabilidade constante e dispor de coragem para comandar seu pessoal. Isto é, correr risco, e isso é da natureza individual.

Assim, antes de enfrentar o futuro, o administrador deve resolver os problemas do dia a dia em tempo menor e com um impacto maior e mais duradouro. Ter visão de futuro sobre seus atos diários.

Como o hoje é o futuro de ontem e hoje o passado de amanha, as três dimensões devem ser resolvidas simultaneamente e, hoje. Mesmo que cada uma delas exija abordagens diferentes, soluções diferentes e conclusões diferentes sua solução deve ser conjunta e hoje. A visão de administração, holística.

Este, é o grande desafio.

1.7.2 - Elementos da Administração Eficiente.

Para a realização do descrito no item 1.8.1, muitas teorias, métodos e “modas” tem sido atualmente difundidos quanto as mais novas e modernas idéias sobre administração, tendo sido produzido um palavrório que tem deixado perplexos ou tontos os que estudam o assunto visando a sua aplicação.

Não existem métodos capazes de serem transferidos de uma empresa a outra, de ser escrito como uma “receita de bolo”, de ser transferido de uma cultura a outra, com sucesso garantido.

As palavras e a moda administrativa podem mudar de tempos em tempos e serem interpretadas em cada local de forma

diferenciada mas, numa empresa, o que interessa é a ação, esta

sim um imperativo administrativo.

O objetivo da discussão aqui efetuada não é apresentar um modelo acabado mas, despertar o interessado para uma visão do processo administrativo.

O que interessa realmente ao profissional e, consequentemente, ao processo empresarial onde estará inserido é estar atilado para três importantes elementos da administração que, segundo afirmação de Robert G. Eccles & Nitim Nohria efetuada no livro “Assumindo a Responsabilidade“, são os verdadeiros elementos da administração eficiente :

(13)

a) Retórica

A retórica é definida no dicionário Aurélio como “A arte de bem falar”.

Segundo Eccles & Nohria, “ver a administração de uma perspectiva retórica, é reconhecer que a maneira pela qual as pessoas falam do mundo está relacionada com a maneira pela qual o mundo é compreendido e, em última análise, com a qual essas pessoas atuam nele. E, que o conceito de mudança revolucionária depende em grande parte da maneira pela qual o mundo é estruturado pela nossa linguagem”.

Peter F. Drucker, em seu livro publicado em 1954 “The Practice of Management” fez o seguinte comentário sobre o uso da palavra:...” Os administradores têm de aprender a conhecer a linguagem, a compreender o que as palavras são e o que significam. E, o que é talvez o mais importante, têm de adquirir respeito pela linguagem como nosso dom de herança mais precioso. O administrador deve compreender o significado da antiga definição de retórica como “ a arte que atrai os corações dos homens para o amor ao conhecimento verdadeiro”.

O engenheiro deve entender como primordial para a sua atuação profissional como administrador, que a linguagem deve ser levada a sério e considera-la como uma força poderosa.

Considerando que o administrador passa a maior parte de seu tempo conversando com pessoas, a linguagem é a arma utilizada não só para se comunicar, mas para persuadir e criar.

Assim a retórica é utilizada em conversas particulares, discussões em grupo, apresentação a um grupo, em aulas,

documentos e memorandos, artigos , propostas de projetos, solicitações de dotação de capital, planos estratégicos, relatórios de informação administrativas, livros e mensagens governamentais, declarações de visão sobre algum assunto técnico ou da vida empresarial, etc.

A retórica é bem usada quando mobiliza as ações e contribui para o desenvolvimento tanto das organizações como do indivíduo em particular. A retórica é mal usada quando é dissociada da ação ou quando conduz a ações que são prejudiciais tanto ao indivíduo como à organização. Bem ou mal usada, sempre produz efeitos.

A retórica bem usada influencia os atos das pessoas, e a maneira como falam e pensam sobre a organização, fazendo a ficar solidárias com ela, a organização. Caso contrário serve para levar o descrédito sobre os administradores e dúvidas sobre o destino da organização.

Exemplos de retórica que externam uma visão empresarial, para discussão em sala e comentários sobre o comportamento gerencial subjacente, são apresentados a seguir:

• fazer produtos de alta qualidade,

• tratar os empregados com justiça,

• estar atento aos consumidores,

• nossa firma é uma família,

• o gerente deve ser dinâmico e resolver tudo rapidamente;

• proporcionar bom retorno aos acionistas.

(14)

contrário ao propugnado se as ações decorrentes da administração não forem coerentes com o discurso.

Finalizando e para demonstrar a importância da palavra, vamos lembrar uma máxima do Velho Guerreiro e afamado comunicador, Abelardo Chacrinha Barbosa:

”quem não se comunica, se trumbica”.

Em qualquer organização, pública ou privada, sem dúvida alguma que este discurso vale. Mas, com comedimento e conseqüência, para não perder a credibilidade.

b) A Ação.

A eficiência da palavra só pode ser avaliada pela habilidade em que é utilizada visando gerar ação.

Palavras sem ação são prejudiciais para as empresas e,

também, para as pessoas, já que podem enfraquecer e mesmo desacreditar as palavras que as seguem.

Para transformar palavras em ação os administradores

necessitam se empenhar firmemente nos objetivos de curto prazo. Isto não quer dizer que não se deva preservar a flexibilidade nas ações de longo prazo. Mas, mostrar que tem senso de direção.

Para as suas decisões, o administrador deve saber quais as

questões que são pertinentes e qual o momento oportuno de deflagrar cada ação e deverá ter um julgamento para cada momento que é fruto da experiência, da sabedoria e da disposição em reconhecer erros. Neste momento é bom

relembrar o velho ditado espanhol que diz: “ o diabo é mais diabo mais por velho do que por diabo”.

A ação é que diferencia um líder empresarial de um simples

administrador. A ação propicia transformar idéias em realidade. E, é reconhecido por P. Drucker em “O Líder do Futuro”, que os administradores são eficazes quando transformam palavras em ação. Pois desta forma, conseguem granjear o respeito e o entusiasmo dos subordinados. Subordinados que, imbuídos no desejo de realização, transformam o superior hierárquico em líder, digno de ser reconhecido e seguido.

Segundo “Chester Barnard”, a arte da decisão executiva consiste em:

c) Reconhecer as Identidades Individuais.

Para o sucesso da ação é importante reconhecer a identidade e, por conseguinte, os valores das pessoas e o porque de sua permanência na organização, conhecendo todos os componentes que constituem a sua identidade individual.

Como o comportamento e o modo de agir das pessoas são derivados do seu senso de identidade, só se obtém eficiência

• não decidir sobre ações que não são pertinentes no

momento;

• não decidir prematuramente;

• não tomar decisões sobre ações que não possam ser

realizadas;

(15)

administrativa quando se leva em conta esta identidade, única para cada pessoa, na prática do dia a dia.

É primordial, para poder julgar o desempenho das pessoas levar em consideração seus atributos profissionais e pessoais e que são:

a) Atributos Profissionais: formação, cargo, título do cargo, procedência e habilitações.

b) Atributos Pessoais: pontos fortes e fracos, traços de personalidade, caráter e relacionamentos.

A importância de conhecer o indivíduo nas suas particularidades únicas vem da necessidade de reconhecer o que as motiva para a vida, pois é reconhecido que muito pouco se pode fazer para motivar externamente as pessoas, já que a motivação destas ...”varia com o que querem e o que querem varia de acordo com o que desejam ser”...

Os administradores sabem que o comportamento das pessoas variam segundo a sua singularidade: algumas são auto-centradas, outras altruístas; há as que são imediatistas, outras trabalham a longo prazo; uns são mais ativos, outros mais preguiçosos; uns trabalham por poder, outras por dinheiro e/ou posição social, etc..

(16)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVILA, Antonio Victorino. O Gerenciamento Profissional da Construção. Congresso Técnico Científico de Engenharia Civil. Anais. Florianópolis, SC. 1996.

BRAGA SOBRINHO, Guilherme Lacerda; MENDES, Véspero; et all. Administração – Roteiro Básico para Cursos de Engenharia da Universidade Federal do Paraná. Diretório Acadêmico Engenharia Paraná – Departamento do Livro Texto. Curitiba, Pr. 1969.

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. Editora Saraiva. São Paulo. SP. 1999.

DE FARIAS, A. Nogueira. Organização de Empresas. Livros Técnicos e Científicos.

FORTES, Roberto Borges. Planejamento de Obras. Editora Nobel.1988.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento e Controle. Editora Atlas. São Paulo, SP. 1980.

VIEIRA NETTO, Antônio Como Gerenciar Construções. Projeto de Divulgação Tecnológica. THEMAG Engenharia. Editora PINI. 1988.

HENDRICKSON, Chris & NA, Tung. Project Management for Construction. Willian J. Hall Editor. 1989.

RUSSOMANO, Victor H. Planejamento e Acompanhamento da Produção. Livraria Pioneira Editora.1986.

HERMAN, Roger E.. Como Manter os Bons Funcionários. Makron Books. São Paulo, SP.1993.

SANVICENTE, Antônio Zoratto & SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na Administração de Empresas. Editora Atlas S.A.1992.

DRUCKER, Peter. Fator Humano e Desempenho. Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios.1981.

DRUCKER, Peter et all. O Líder do Futuro. São Paulo. SP. Editora Futura. 1996.

ECCLES, Robert G & NOHRIA, Nitin. Assumindo a Responsabilidade. Editora Campus. São Paulo, SP.1994.

PLATÃO. A República.

CLEMENS, John K. & MAYER, Douglas F.. Liderança - O Toque Clássico: A Arte de Liderar de Homero à Hemingway. Editora Best Seler.

Sites da Internet - pesquisa de leis brasileiras.

www.planalto.gov.br www.senado.gov.br

Imagem

Fig. 1.1 – Ciclo de Vida de um Projeto.

Referências

Documentos relacionados

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto

Tabela de Preços Supremo | São Paulo - Capital Data das tabelas: Setembro/2020 até Agosto/2021 Atualização do material: Setembro/2020.. 515 F

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

iv. Desenvolvimento de soluções de big data aplicadas à gestão preditiva dos fluxos de movimentação portuária de mercadorias e passageiros. d) Robótica oceânica: criação

Deste modo, o adequado zoneamento e sua observância são fundamentais para a conciliação da preservação ou conservação de espécies, hábitats e paisagens dentre outras e

§ 4º Após o pagamento da jóia, toda vez que houver solicitação de nova alteração de cônjuge ou companheiro(a) será feita avaliação atuarial para apurar se existe

Edwards et al demonstram que o tratamento habitual para as fístulas é o manejo cirúrgico com objetivo de promover lavagem da cavidade peritoneal, reparo da fístula e

4 Este processo foi discutido de maneira mais detalhada no subtópico 4.2.2... o desvio estequiométrico de lítio provoca mudanças na intensidade, assim como, um pequeno deslocamento