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Efetividade de um programa fisioterapêutico proprioceptivo para treino de equilíbrio em idosos institucionalizados

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Efetividade de um programa fisioterapêutico proprioceptivo para

treino de equilíbrio em idosos institucionalizados

Gabriela Guimarães Oliveira*, Fernando Antônio De Mello Prati**

Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de um Programa Fisioterapêuti-co Proprioceptivo para treino de equilíbrio em idosos institucionalizados, levando em consideração a amostra geral e os gêne-ros. Participaram 14 idosos (sete homens e sete mulheres) de ambos os gêneros. A coleta de dados iniciou-se, primeiramen-te, através de uma revisão de prontuários, a fim de analisar o histórico de saúde dos possíveis voluntários. Foram incluídos os idosos que se enquadravam nos três cri-térios a seguir: deambulavam sem auxílio; não apresentavam evidências de limitação funcional, ao serem submetidos à aplica-ção do Índice de Katz e compreendiam comandos verbais, não apresentando evi-dências de limitação cognitiva, ao serem submetidos à aplicação do Mini Exame do Estado Mental. Por outro lado, foram ex-cluídos os portadores de doenças crônicas ou agudas que apresentavam comprome-timento físico e/ou funcionais que limitas-sem a realização dos exercícios propostos ou que, durante a intervenção,totalizassem mais de três faltas. Esses foram avaliados primeiramente pela Escala de Equilíbrio de Berg e, posteriormente, foram submetidos a um programa de exercícios fisioterapêu-ticos baseados em atividades para facilita-ção do equilíbrio poe meio do trabalho de propriocepção. A intervenção constou de 12 sessões, com uma frequência de duas

sessões por semana, durante cinquenta mi-nutos, totalizando seis semanas (aproxima-damente um mês e meio) e em grupo de no máximo três idosos. Cada voluntário es-teve acompanhado em todos os exercícios por um pesquisador ou estagiário. Após esse período, os idosos foram reavaliados pelo mesmo instrumento. O teste de t de

Student para amostras pareadas foi

utiliza-do para comparação pré e pós-intervenção e para medidas independentes para com-parar os gêneros. Adotou-se um nível de significância de p ≥ 0,05. De forma geral, os idosos apresentaram um aumento signi-ficativo nos valores da escala no momen-to pós-intervenção (p<0,001). Não houve diferença significativa entre os gêneros, no momento pré (p=0,699) e pós-intervenção (p=0,888). A partir dos resultados encon-trados neste estudo, pode-se concluir que esse Programa Fisioterapêutico Proprio-ceptivo específico aplicado nesse grupo possibilitou melhora significativa no esco-re total da Escala de Equilíbrio de Berg para a amostra total, como de ambos os gêneros isoladamente. No entanto, não apresentou diferença significativa entre os gêneros, o que nos leva a crer que o nível de atividade física e o baixo risco de queda encontrado na população estudada, em ambos os gê-neros, possa ter interferido nesse quesito.

Palavras-chave: Equilíbrio postural. Idosos.

Fisioterapia.

* Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista do IPA. Endereço: Av. Heitor Vieira, 1920 Belém Novo, Porto Alegre (RS), CEP: 91780-000. E-mail: oliveira_gabriela@hotmail.com.

** Fisioterapeuta, Mestre e Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista do IPA, Porto Alegre (RS). E-mail: fernando.prati@metodistadosul.edu.br.

http://dx.doi.org/10.5335/rbceh.2014.3402 Recebido em: 10/08/2013. Aprovado em: 01/08/2014

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Introdução

A população brasileira vem sofrendo, nas últimas cinco décadas, transições decorrentes de mudanças nos níveis de mortalidade e de fecundidade, em rit-mos nunca vistos anteriormente. Nesse contexto, a população idosa vem se des-tacando por apresentar um crescimento significativo. Hoje, ela representa quase 18 milhões de pessoas, constituindo 12% da população total e estima-se que, no ano de 2050, um quinto da população brasileira seja constituída por idosos (IBGE, 2011).

Assim, o processo de envelhecimento é uma temática que vem sendo abordada constantemente com o passar do tem-po (BECHARA; SANTOS, 2008). Esse processo manifesta-se por declínio das funções dos diversos órgãos e sistemas, devido ao desgaste natural do corpo que faz com que o organismo comece a apresentar falhas diante das funções primordiais de manutenção corporal (PAULA, 2010).

Dessa forma, para que o equilíbrio corporal ocorra de forma adequada é necessário um conjunto de estruturas funcionalmente entrosadas, são elas: o sistema vestibular, a visão e o siste-ma sosiste-matossensorial (propriocepção). Dentre esse conjunto de estruturas, a propriocepção enquadra-se como a capacidade perceptiva motora mais importante para manter o equilíbrio e a funcionalidade (FREITAS; CARVALHO; VILAS BOAS, 2013).

A propriocepção é uma variação es-pecializada da modalidade sensitiva do tato. De modo específico, a propriocepção

corresponde a um mecanismo de percep-ção que envia uma informapercep-ção para o Sistema Nervoso Central (via aferentes) a partir de mecanorreceptores existentes nas cápsulas articulares, ligamentos, músculos, tendões e pele, que, após se-rem interpretadas são reenviadas (vias eferentes) para o corpo a fim de manter o controle postural (ELLENBECKER, 2002). Dessa forma, o comprometimento estrutural desse sistema gera um dos principais fatores que, hoje, limita a vida do idoso, a instabilidade postural, que vem acompanhada da dificuldade em manter posturas adequadas e que frequentemente ocasionam as quedas (ESQUENAZI; SILVA; GUIMARÃES, 2014; SOUTHIARD et al., 2005).

A queda é considerada um evento crítico na vida desses indivíduos, sendo o acidente mais frequente entre eles. No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem uma vez ao ano. A queda pode gerar des-de fraturas até limitações, imobilidades-de e isolamento social. Cerca de 5% a 10% das quedas resultam em ferimentos impor-tantes. Em razão das suas complicações, é também considerada a principal causa de morte naqueles com idade superior a 65 anos, pois seu risco é aumentado com o avanço da idade, podendo atingir 51% dos idosos acima de 85 anos. Nessa faixa etária, elas estão intimamente relaciona-das com a marcha e a postura (MACIEL; GUERRA, 2005; FRANCIULLI et al., 2007; CUNHA; LOURENÇO, 2014).

Nesse aspecto, com a perda esperada de propriocepção durante o envelheci-mento, aumenta-se o limiar para a de-tecção do movimento articular, ou seja, ocorre o retardo das respostas posturais

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automáticas, que contribui para a ocor-rência de quedas (COSTA et. al., 2013). Assim, tal sistema necessita ser estimu-lado com certa frequência. Figueiredo et al. (2011) confirmaram um maior nível de comprometimento de equilíbrio funcional em grupo de idosos quando comparados aosadolescentes, jovens e adultos e com-provam que indivíduos participantes de atividades multissensoriais com enfoque na estimulação proprioceptiva demons-traram maior estabilidade postural quando comparados a um grupo controle.

Paralelamente a isso, para Borges et al. (2013), idosos moradores de insti-tuições de longa permanência são ainda mais vulneráveis a apresentar fragili-dade, declínio funcional e alterações no sistema proprioceptivo quando compara-dos a icompara-dosos não institucionalizacompara-dos, ao passo que alterações esperadas devido ao processo de envelhecimento podem ser agravadas pelas dificuldades de adaptação dos idosos às novas condições de vida, e pela falta de motivação e en-corajamento comuns nesses ambientes. Portanto, considerando o crescente aumento da população idosa e o envelhe-cimento como um aconteenvelhe-cimento inevitá-vel, acompanhado de declínio funcional, com consequentes alterações posturais de equilíbrio e de episódios de queda, este estudo tem por objetivo avaliar os efeitos de um Programa Fisioterapêutico Proprioceptivo para treino de equilíbrio em idosos institucionalizados, levando em consideração a amostra geral e os gêneros.

Apontamos como hipóteses, que esse Programa Fisioterapêutico Propriocep-tivo específico possibilitará melhora

significativa no escore total da Escala de Equilíbrio de Berg para a amostra total. Assim como, apresentará diferença significativa no escore entre os gêneros.

Materiais e métodos

Este estudo foi revisado e aprovado em 9 de dezembro de 2011 sob protocolo n. 333 pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Metodista do Instituto Porto Alegre (IPA), conforme previsto na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - CNS. Realizou-se um estudo de caráter quase experimen-tal, cuja amostra foi selecionada na instituição asilar Padre Cacique, Porto Alegre – RS.

Depois de esclarecidos verbalmente sobre os procedimentos aos quais seriam submetidos, os idosos que concordaram, assinaram um termo de consentimen-to livre e esclarecido (TCLE). No caso de analfabetos ou impossibilitados, o termo foi assinado pelo Fisioterapeuta da instituição, com a concordância do voluntário. Da mesma forma, foi firmado com a instituição em questão um termo de autorização institucional para a rea-lização desta pesquisa.

A coleta de dados ocorreu nas depen-dências do Asilo Padre Cacique, primei-ramente, por meio de uma revisão de prontuários, a fim de analisar o histórico de saúde dos possíveis voluntários. Fo-ram incluídos no estudo, os idosos que se enquadravam nos três critérios a seguir: os que deambulavam sem auxílio; os que não apresentavam evidências de limi-tação funcional após serem submetidos à aplicação do Índice de Katz(LINO et

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al., 2008; KATZ, 1976) e os que compre-endiam comandos verbais, não apresen-tando evidências de limitação cognitiva, após serem submetidos à aplicação do Mini Exame do Estado mental (MEEM) (OLIVEIRA; GORETTI; PEREIRA, 2006; FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH, 1975; BERTOLUCCI et al., 1994). Foram excluídos do estudo os portadores de doenças crônicas ou agudas que apre-sentavam comprometimento físico e/ou funcionais que limitassem a realização dos exercícios propostos ou que totaliza-ram mais de três faltas na intervenção.

Os idosos tiveram, inicialmente, seu equilíbrio avaliado pela Escala de Equilíbrio de Berg. Essa escala avalia o equilíbrio do indivíduo em 14 situações, representativas de atividades do dia a dia, tais como: ficar de pé, levantar-se, andar, inclinar-se à frente, transferir--se, virartransferir--se, dentre outras. A pontuação máxima a ser alcançada é de 56 pontos e cada item possui uma escala ordinal de cinco alternativas, variando de 0 a 4 pon-tos, de acordo com o grau de dificuldade (MIYAMOTO et al., 2004; WHITNEY; WRISLEY; FURMAN, 2003).

Posteriormente, os idosos foram submetidos a um programa de exercícios fisioterapêuticos baseados em atividades para facilitação do equilíbrio por meio do trabalho de propriocepção. A intervenção foi realizada em 12 sessões de cinquenta minutos, duas vezes por semana, duran-te cinquenta minutos, totalizando seis semanas (aproximadamente um mês e meio) e em grupo de no máximo três idosos. Cada voluntário esteve acom-panhado em todos os exercícios por um pesquisador e/ou estagiários, que foram

devidamente treinados para a aplicação dos exercícios. A pesquisa ocorreu no período de 9 de janeiro de 2012 a 24 de fevereiro de 2012 na sala de atendimen-tos fisioterapêuticos da instituição, um local amplo e propício para a realização das atividades propostas, além de repre-sentar um local de fácil acesso para os voluntários.

No início e no final de cada proce-dimento, foi realizada a verificação dos sinais vitais (frequência cardíaca, fre-quência respiratória e pressão arterial), a fim de controlar possíveis alterações desses sinais durante os treinos. Em seguida, era realizada uma forma indi-vidual de alongamento de membro supe-rior (peitorais, tríceps braquial e deltoide porção média) e inferior (quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural) durante 30 segundos em cada membro(LOPES; PASSERINI; TRAVENSOLO, 2010), assim como uma forma de aquecimento (bicicleta ou esteira ergométrica) que também foi realizada no início, durante cinco minutos(BECHARA; SANTOS, 2008). Logo, foi aplicado um circuito de quatro exercícios, em que três eram específicos para equilíbrio e um para marcha. O circuito durava em média vinte minutos, dependendo da facilidade e da compressão do voluntário na reali-zação dos exercícios, assim como do ritmo adotado por ele. Todos os exercícios eram realizados em todos os dias de treino e se-guiam sempre a sequência a seguir. 1) No primeiro exercício, o idoso permanecia sentado na bola suíça em apoio bipodal com os braços entrelaçados e realizava movimentos de ula-ula(movimento de anteversão e retroversão pélvica e

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incli-nação lateral pélvica direita e esquerda), num total de oito movimentos para cada direção (SOUZA, 2004). 2) No segundo exercício, o idoso permanecia sentado na bola suíça, com apoio unipodal e abdu-ção de 90° do ombro contralateral, onde sustentava uma bola pequena e leve na mão por dez segundos e, então, invertia o membro de apoio. Caso o voluntário demonstrasse facilidade, era associada a rotação de tronco. O exercício era bila-teral, num total de oito repetições para cada lado(BECHARA; SANTOS, 2008). 3) No terceiro exercício, o idoso permane-cia em apoio bipodal, porém em um plano instável (cama elástica). Ele realizava arremessos de uma bola pequena e leve, assim como a recebia da pesquisadora. Esse exercício durou cinco minutos (SOUZA, 2004). 4) No quarto exercício, o idoso realizava uma caminhada em linha reta sobre linha demarcada em uma superfície instável (colchonete). O voluntário era estimulado a realizar o contato inicial com o solo no sentido calcâneo - hálux, primeiramente com os olhos abertos (dois minutos) e posterior-mente com a adição de pequenos cones como obstáculo (dois minutos). Caso ele demonstrasse facilidade, a caminhada calcâneo - hálux era realizada de olhos fechados sobre a linha demarcada (um minuto). Esse exercício durou no máximo cinco minutos(SOUZA, 2004).

Após o período de intervenção, os idosos foram reavaliados pelo mesmo instrumento.

Nossa amostra inicial era composta por 18 idosos (dez homens e oito mu-lheres). Ao término contávamos com 14 desses (sete homens e sete mulheres).

Houve duas perdas por desistência (dois homens) e duas perdas por não atingi-rem o escore mínimo no Mini Exame do Estado Mental (uma mulher e um homem). A amostra era composta por idosos fisicamente ativos, classificados em baixo risco de queda. Todos os idosos praticavam desde uma simples caminha-da diária por tocaminha-das as dependências do asilo, até atividades físicas promovidas pela própria instituição. Além disso, grande parte realizava atendimentos fisioterapêuticos, com uma frequência de no mínimo duas vezes por semana. No entanto, a coleta de dados se deu em período de férias, no qual os idosos não estavam realizando esses atendimentos.

Para verificar a normalidade do conjunto de dados foi feito o teste de Shapiro-Wilk. Todos os dados contínuos foram descritos por média e desvio--padrão. Dos resultados avaliados pela escala de Berg, pré e pós-intervenção, foi realizado o teste de t de Student para amostras pareadas. O teste t de Student para medidas independentes foi utiliza-do para comparar os gêneros. Toutiliza-dos os dados foram armazenados e analisados no software Statistical Package for the

Social Sciences for Windows (SPSS)

versão 20.0, sendo adotado um nível de significância de p ≤ 0,05.

Resultados

Na Tabela 1, estão descritas as va-riáveis referentes à caracterização da amostra estudada.

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Tabela 1 – Caracterização da amostra

Variáveis n=14

Idade (anos) – Média ± DP [mín – máx] 76,64±10,63 [63 – 94]

Sexo – n(%)

Masculino 7 (50)

Feminino 7 (50)

Escore de Berg – Média ± DP (mín– máx)

Pré-Intervenção 48,36±4,57 (0 - 56)

Pós-Intervenção 50,57±3,57 (0 - 56)

Nota: Idade em anos; DP=desvio padrão; n=número de indivíduo; %=porcentagem; min=mínimo; máx=máximo

Comparando o escore de Berg pré e pós-intervenção, levando-se em conside-ração a amostra geral, os idosos tiveram uma melhora estatisticamente significa-tiva (p<0,001).

Levando em consideração os gêneros, os homens obtiveram um incremento de

1,85 pontos no escore. Essa diferença foi estatisticamente significativa (p=0,007). As mulheres obtiveram um incremento de 2,57 pontos no escore. Essa diferença também foi estatisticamente significati-va (p<0,001) (Tabela 2).

Tabela 2 – Diferenças e médias entre homens e mulheres na pré e pós-intervenção

Idade Pré-Berg Pós-Berg Diferença

Média ± DP Média ± DP(mín - máx) Média ± DP(mín - máx) Pré/Pós (p)

Total (14) 76,64±10,63 48,36±4,57(0 - 56) 50,57±3,57(0 - 56) <0,001*

Homens (7) 84,00±7,87 48,86±3,71(0 - 56) 50,71±3,09(0 - 56) 0,007*

Mulheres (7) 69,29±7,52 47,86±5,55(0 - 56) 50,43±4,23(0 - 56) <0,001*

Nota: Idade em anos, DP=desvio padrão, p=significância, * = estatisticamente significativo.

Mesmo com as diferenças numéricas de escore no momento pré em relação aos gêneros, e um incremento maior para mulheres na pós-intervenção, não houve diferença significativa entre homens e mulheres, em relação ao momento pré (p=0,699) e momento pós (p=0,888)

inter-venção. No entanto, a comparação entre a média de idade dos homens e das mu-lheres foi considerada estatisticamente significativa (p=0,004).

De acordo com os valores no momen-to pré-intervenção, momen-todos os idosos já se encontravam em baixo risco de queda, no

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entanto os valores de todos os idosos na pós-intervenção aumentaram ou então se mantiveram iguais.

Discussão

A população idosa é frequentemen-te utilizada como objeto de estudo em trabalhos que procuram verificar a efetividade de exercícios para melhora do equilíbrio, uma vez que os déficits de equilíbrio constituem um fator de risco que pode ser modificável por meio de uma intervenção baseada em exercícios (LUNDEBJERG, 2001). Portanto, mui-tos estudos têm sido direcionados à efe-tividade de intervenções sobre o treino de equilíbrio, reduzindo o risco de quedas em idosos(BECHARA; SANTOS, 2008; LOPES; PASSERINI; TRAVENSOLO, 2010; ZAMBALDI et al., 2007; NASCI-MENTO; PATRIZZI; OLIVEIRA, 2012). Entretanto, Gardner et al. (2000) apon-tam que a maioria desses estudos aborda populações não institucionalizadas. As-sim, optamos por propor um programa voltado para o trabalho de propriocepção em idosos institucionalizados, pois esses caem em média três vezes mais do que os que vivem em seus lares (AIKAWA; BRACCIALLI; PADULA, 2006).

Gauchard et al. (2003) demonstra-ram que uma intervenção de exercí-cios com ênfase na propriocepção, traz melhoras significativas nos padrões de equilíbrio postural em relação a exer-cícios somente de caminhada e corrida. Da mesma forma, Lanuez e Jacob Filho (2008) também relataram que a melhora do equilíbrio em seu grupo praticante de exercícios aeróbios deve-se ao fato das

caminhadas terem sido realizadas em terrenos irregulares, ocorrendo, assim, estímulos em diversos sistemas respon-sáveis pelo controle postural. Estudos que nos fizeram inserir o trabalho de propriocepção como foco deste trabalho.

Nascimento et al. (2012) estudaram o efeito do treinamento proprioceptivo nas medidas do equilíbrio postural de idosos e observaram um aumento sig-nificativo no escore total da Escala de equilíbrio de Berg de 50,8 para 53,6 após a intervenção. Bechara e Santos (2008) analisaram a efetividade de um programa fisioterapêutico para treino de equilíbrio em idosos e obtiveram valores significativos na Escala de Equilíbrio de Berg de 49,7 na pré-intervenção para 55,5 na pós-intervenção. Valores se-melhantes foram encontrados no atual estudo, no qual a amostra geral de ido-sos apresentou um aumento no escore total de 48,36 para 50,57, demonstrando significativa melhora na condição de equilíbrio dinâmico e estático.

Neste estudo, os homens tiveram um incremento de 1,85 pontos no escore da Escala de Berg e as mulheres tiveram um incremento de 2,57 pontos no escore da Escala de Berg pós-intervenção, even-to que foi considerado estatisticamente significativo e que provavelmente ocor-reu devido à diferença significativa na média de idade entre os sexos, que foi de 15 anos. Tal resultado vai ao encontro do estudo de Steadman et al. (2003), que tiveram como objetivo avaliar a eficácia de um programa de treinamento de equilíbrio na melhoria da mobilidade e do bem estar de pessoas idosas com pro-blemas de equilíbrio por meio da Escala

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de Equilíbrio de Berg e verificaram que as mulheres tiveram uma melhora um pouco superior a dos homens.

Em relação aos valores de pré e pós--intervenção entre homens e mulheres, não houve diferença significativa. O que vai ao encontro do estudo de Yokokawa et al. (2003) que analisaram o equilíbrio de idosos institucionalizados pré e pós--programa de exercícios fisioterapêuticos e os submeteram à escala de Equilíbrio de Berg e verificaram que não houve diferença no escore da escala pré e pós--intervenção entre homens e mulheres.

Em nosso estudo, observou-se que a relação entre a média de idade de homens e mulheres foi considerado estatisticamente significativo. No en-tanto, isso não interferiu nos valores pré e pós-intervenção. Esses resultados vão contra o estudo de Dias et al. (2009) que analisaram o déficit de equilíbrio de idosos em diferentes faixas etárias e de-tectaram que no grupo etário acima dos 80 anos, o equilíbrio foi inferior, com dife-rença significativa, em relação aos idosos mais novos. Porém, acreditamos que tal fato ocorreu porque a maioria dos idosos participantes do estudo, independente do sexo, praticava alguma atividade física na instituição asilar, assim como recebia atendimentos fisioterapêuticos. Dessa forma, apontamos que esses resultados devem-se à presença da atividade física na vida desses indivíduos. O que vai ao encontro do estudo de Silva et al. (2010) que estudaram o desempenho de idosos que praticavam atividade física regularmente e sedentários, observan-do que os iobservan-dosos sedentários tinham maior comprometimento do equilíbrio e,

consequentemente, maior ocorrência de quedas. Da mesma forma, como Figlioli-no et al. (2009) que compararam idosos praticantes e não praticantes de ativi-dade física, em relação à probabiliativi-dade de quedas, desequilíbrio e dificuldades na realização das atividades básicas e instrumentais de vida diária e puderam observar que os idosos praticantes de atividade física apresentaram melhores resultados nesses quesitos.

Por fim, esses achados evidenciam a importância da inserção de treinamentos que busquem a melhora do equilíbrio da população idosa, uma vez que tal grupo pode ser beneficiado pelo pro-grama de treinamento proprioceptivo, minimizando os efeitos fisiológicos do envelhecimento.

Assim, apontamos como limitação deste estudo o baixo tamanho amostral, que dificulta a aplicação de análises de correlação, sobretudo quando estratifi-camos o grupo em gênero e comparamos faixa etária. Apontamos também, a não homogeneidade do grupo em relação à idade, ao passo que diferenças discre-pantes, principalmente na faixa etária idosa, podem vir a influenciar de forma significativa uma amostra. Além disso, o fato dos idosos já estarem inseridos na classificação de baixo risco de queda, o que não nos possibilitou observarmos melhoras tão significativas.

Conclusão

A partir dos resultados encontrados neste estudo, pode-se concluir que este Programa Fisioterapêutico Propriocepti-vo específico aplicado nesse grupo

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pos-sibilitou melhora significativa no escore total da Escala de Equilíbrio de Berg para a amostra total, como de ambos os gêneros isoladamente. No entanto, não acarretou diferença significativa entre os gêneros, o que refuta uma de nossas hipóteses e nos leva a crer que o nível de atividade física e o baixo risco de queda encontrada na população estudada, em ambos os gêneros, possa ter interferido nesse quesito.

Sugerimos que novas pesquisas que confirmem a melhora do equilíbrio e a diminuição de possibilidade de quedas em idosos sejam realizadas e que essas envolvam uma amostragem mais signifi-cativa, façam uso de maior tempo de in-tervenção e utilizem uma população com maior comprometimento de equilíbrio.

Logo, espera-se que esta pesquisa possa contribuir para estudos futuros sobre o equilíbrio da população idosa.

Effectiveness of a proprioceptive

physiotherapeutic program for

balance training in institucionalized

elderly

Abstract

The objective of this study was to evaluate the effects of a Proprioceptive Physiothera-peutic Program for balance training in ins-titutionalized elderly, taking into account the overall sample and genres. Participated 14 elderly of both genres (seven men and seven women). Data collection was initia-ted primarily through a review of medical records in order to analyze the health his-tory of potential volunteers. Elderly who fit were included the three following cri-teria: ambulating without assistance; with

no evidence of functional limitation, when subjected to the application of the Katz Index and understand verbal commands, showing no evidence of cognitive limita-tion, when subjected to the application of the Mini Mental State Examination. On the other hand, were excluded elderly with di-seases chronic or acute presenting physical and / or functional impairment that limited the performance of the proposed exercise or during the intervention had more than three absences. These were first assessed by the Berg Balance Scale and subsequently subjected to a program of physical thera-py exercises based on activities to facilitate the balance through the work of proprio-ception. The intervention consisted of 12 sessions, with a frequency of two sessions per week for 50 minutes, totaling six weeks (about a month and a half ) and in groups of up to three elderly. Each volunteer was accompanied in all exercises by a resear-cher, and/or trainees. After this period, they were reevaluated by the same instrument. The t test for paired samples was used to compare pre -and post- intervention and independent measures to compare the genders. We adopted a significance level of p ≥ 0.05. In general, the elderly showed a significant increase in the scale values in the post-intervention (p <0.001). There was no significant difference between genders in the pre (p = 0.699) and post - interven-tion (p = 0.888). Based on the results of this study, it can be concluded that this specific Physiotherapeutic Proprioceptive program applied in this group enabled a significant improvement in the total score of the Berg Balance Scale for the total sample, as both genders separately. However, not resulted a significant difference between genders, which leads us to believe that the level of physical activity and low downside risk found in the study population, in both gen-ders, may have interfered in this regard.

Keywords: Postural Balance. Elderly.

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Referências

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Tabela 2 – Diferenças e médias entre homens e mulheres na pré e pós-intervenção

Referências

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