w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p
Artigo
de
revisão
Hábitos
tabágicos
dos
jovens
do
9.
◦
ano:
estereótipos
sobre
fumadores,
fatores
familiares,
escolares
e
de
pares
e
a
relac¸ão
com
o
consumo
de
tabaco
Mirieme
Ferreira
a,∗,
Valentina
Chitas
b,
Sílvia
Silva
ce
Rita
Silva
a aRedePortuguesadeCidadesSaudáveis,CâmaraMunicipaldoSeixal,Seixal,PortugalbEscoladePsicologiaeCiênciasdaVida,UniversidadeLusófonadeHumanidadeseTecnologias,Lisboa,Portugal cDivisãodeDesenvolvimentoSocial,CâmaraMunicipaldeTorresVedras,TorresVedras,Portugal
informação
sobre
o
artigo
Historialdoartigo: Recebidoa9deoutubrode2012 Aceitea30demaiode2013 Palavras-chave: Consumodetabaco Jovens Estereótipos SentidodecoerênciaGlobalYouthTobaccoSurvey
r
e
s
u
m
o
A prevalência de consumo de tabaco no mundo tem-se tornado na grande
epide-miado século XXI.A Rede Portuguesade Cidades Saudáveis conduziu um projeto de
investigac¸ão/ac¸ãodirigidoaosalunosdo9.◦anodasescolasdaredepúblicade16
muni-cípiosmembro participantes,aplicando oquestionário GlobalYouth Tobacco Survey a
3.649jovens.Oestudopermitiuobservarquemetadedosjovensjáexperimentoufumar,
maioritariamentemulhereseentreos12-15anos,especialmenteemassociac¸ãocomoutros
paresconsumidores.Aníveldeestereótipossobrefumadores,osfumadoresapresentam
percec¸õesligeiramentemenosnegativasdoqueosnãofumadores.
©2012EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todosos
direitosreservados.
Smoking
habits
in
9
thgraders:
Stereotypes
about
smoking,
family,
school
and
peers
factors
and
the
relationship
with
tobacco
use
Keywords:
Tobaccoconsumption
Youth Stereotypes
Senseofcoherence
GlobalYouthTobaccoSurvey
a
b
s
t
r
a
c
t
Theprevalenceofsmokinghasbecomeamajorpublichealthissueinthepastcentury.The
PortugueseHealthyCitiesNetworkconductedaninvestigation/actionprojectdirectedat9th
gradersinpublicschoolsof16membermunicipalities,applyingtheGlobalYouthTobacco
Surveyquestionnaireto3.649students.Thestudyshowedthathalfofthestudentsenquired
havetriedsmoking,mainlywomenandbetweentheagesof12and15years,andespecially
inassociationwithsmokingpeers.Atthelevelofstereotypesaboutpeoplewhosmoke,
smokershaveslightlylessnegativeperceptionsthannon-smokers.
©2012EscolaNacionaldeSaúdePública.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.Allrights
reserved.
∗ Autorparacorrespondência.
Correioeletrónico:redecidadessaudaveis@gmail.com(M.Ferreira).
0870-9025/$–seefrontmatter©2012EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados.
Introduc¸ão
Oprojetodeinvestigac¸ão/ac¸ãoqueseapresentanesteartigo
foidesenvolvidonocontextodaRedePortuguesadeCidades
Saudáveis.EstaRedeéumaassociac¸ãodemunicípios(com
15anosdeexistência e29municípiosassociados)quetem
comomissãodesenvolverumaabordagemtransversale
parti-cipadaparaintervirnasaúde,noambienteedesenvolvimento
sustentável,nasnecessidadesdosgruposmaisvulneráveis
dapopulac¸ão,nostransportes,nasacessibilidadese
plane-amento,naassistênciaeapoiosocial,napobrezaeexclusão
social,noscomportamentoseestilosdevida1,2.
Sãováriosos fatorescomportamentaiscom impacto na
saúdedaspessoas,entreosquaisoconsumodetabaco.Nos
paísesdesenvolvidosoconsumodetabacoconstituia
princi-palcausadedoenc¸aedemortesevitáveis,sendoresponsável
porcercade25-30%dototaldemortesverificadasporcancro1.
SegundodadosdaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS),cerca
de 6 milhões de pessoas morrem anualmente, em todo o
mundo, devidoao consumode tabacoou através dofumo
passivo.Cercademeiomilhãodemortesprovêmdepaíses
daUniãoEuropeia2.Aprevalênciadeconsumodetabacofaz
destehábitoumaverdadeiraepidemiaesenadaforfeitopara
reverteresteprocessoaOMSestimaque,em2020/30,
morre-rãoanualmentecercade10milhõesdepessoas,emtodoo
mundo.
Está cientificamente demonstrada a associac¸ão entre o
consumodetabacoeumamaiorprobabilidadedesevirem
a contrairdiversas doenc¸as, designadamente, cancro, com
particulardestaqueparaodopulmão,edoenc¸asdoforo
res-piratórioedoaparelhocirculatório1.
Em Portugal, cerca de 20% da populac¸ão com mais de
10anoséfumadorae,segundodadosdoInquéritoNacional
deSaúdede1999,19% dosfumadores comec¸aramafumar
antes dos15 anosde idade. Deacordo com a análise dos
InquéritosNacionaisdeSaúdede1987,1996e1999verifica-se,
genericamente,umdecréscimonaproporc¸ãodefumadores
dosexomasculinoeumaumentonosexofeminino2,3.
Aten-dendoaestaconjuntura,oPlanoNacionaldeSaúde2004/10,
editadopelaDirec¸ão-GeraldeSaúde,apostounasdiversas
ver-tentesdaprevenc¸ãotabágicacomoumalinhaestratégicade
intervenc¸ãonocontextodoscomportamentoseestilosdevida
saudáveis.Promoverestilosdevidasaudáveisecidadeslivres
detabaco,constituemigualmenteobjetivosdaVFasedaRede
EuropeiadeCidadesSaudáveisdaOMS.
Aconvicc¸ãodaimportânciadasestratégiasdeprevenc¸ão
tabágicanapromoc¸ãodeestilosdevidasaudáveiseoquadro
legalexistentecriam umambientepropícioao
desenvolvi-mentodeumaabordagemglobalecompreensiva,utilizando
estratégiasdiversificadaseac¸õesorientadasparaaáreados
comportamentoseestilosdevidaindividuais,dainformac¸ão
eeducac¸ãoparaasaúde.
OsresultadosdoestudoHealthBehaviourinSchool-aged
Children(HBSC)revelamqueemPortugal,em2006,9%dos
rapazes e 12% das raparigas com 15 anos de idade eram
fumadoresregularesdetabaco,comconsumodepelomenos
umcigarroporsemana4. Amaioriadosfumadoresiniciam
oseuconsumodetabaconaadolescência5e,dadasas
con-sequênciasadversasparaasaúderesultantesdoconsumode
tabaco,ainvestigac¸ãodosfatoresassociadosaesteconsumo
nos jovens é uma prioridade. Desta forma, a Rede
Portu-guesadeCidadesSaudáveisdecidiuconduzirumprojetode
investigac¸ãodirigidoaosalunosquefrequentam asescolas
do2.◦e3.◦ciclosesecundáriasdaredepública.
Quais as motivac¸ões que levam os jovens a fumar?
Que idades tinham quando experimentaram fumar? Que
representac¸ões estão associadas ao ato de fumar? Qual o
comportamentodospaisemrelac¸ãoaoconsumodetabaco?
Edogrupodepares?Qualapercec¸ãodoimpactodotabaco
nasaúde?Estassãoalgumasdasquestõesqueprocurámos
conhecer atravésda aplicac¸ão de uminquérito por
questi-onárioaumaamostrade3.649jovensquefrequentavamo
9.◦ ano de escolaridade das escolasda rede públicade 16
municípiosdaRedePortuguesadeCidadesSaudáveis(Aveiro,
Cabeceiras de Basto, Lisboa, Loures, Lourinhã, Miranda do
Corvo, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Serpa, Setúbal,
Torres Vedras, Viana do Castelo, Vila Real), no ano letivo
2008/2009.
Materiais
e
métodos
Paraodesenvolvimentodesteprojetocontou-secoma
par-ceriadaEscolaNacionaldeSaúdePública,responsávelpela
traduc¸ãodoquestionárioGlobalYouthTobaccoSurvey(GYTS),
doCentrodeControlodeDoenc¸as,paraportuguêse
respe-tivaadaptac¸ãoàrealidadedopaís.Noâmbitodestaparceriaa
EscolaNacionaldeSaúdePúblicaofereceuapoionadefinic¸ão
dametodologiasubjacenteaoestudoenoesclarecimentode
dúvidasassociadasàaplicac¸ãodoquestionário.
Instrumentoderecolhadedados
OGYTS6éumquestionárioescolar,aplicadoajovensentreos
13-15anos,projetadoparapromoveramonitorizac¸ãodouso
dotabacoentreosjovenseparaorientaraimplementac¸ãoe
avaliac¸ãodeprogramasdeprevenc¸ãoecontrolodotabagismo.
Asuaversãooriginalcontinha54questões,tendosofridouma
expansãoeadaptac¸ãoparaarealidadeportuguesanasua
ver-sãode2008traduzidapelaEscolaNacionaldeSaúdePública,
quefoi posteriormenteatualizada pelaRedePortuguesade
CidadesSaudáveis.
Algumasdasdiferenc¸asentreasversõesmanifestam-sena
distribuic¸ãodequestõesemdiferentesmódulosnaversão
por-tuguesa(p.ex.as3últimasquestõesforamincluídasdentro
deummóduloreferenteainformac¸õessociodemográficas)e
nainclusãodeperguntasopcionaisadicionais.Oquestionário
finaladaptadoéessencialmenteconstituídopor3
instrumen-tosderecolhaquetotalizamumconjuntode113questões:
• Questionáriobasecompostoporumnúcleode71questões
estruturadasemdiversasáreas,nomeadamente:Consumo
de tabaco (16 itens), Conhecimentos e atitudes face ao
tabaco(17itens),Exposic¸ãoaofumoproduzidopor
fuma-dores(8itens),Atitudeacercadedeixardefumarcigarros
(11 itens), Conhecimentos das mensagens dosmeios de
comunicac¸ão e publicidade acerca de fumar (15 itens),
Ensinonaescolaacercadotabaco(4itens),Sentidode
• Sentidodecoerência(29questõesorganizadasnumaescala
deLikertde7pontos),quesedefinecomoumconstructo
teóricoque ofereceumaorientac¸ãoglobal sobreo
senti-mentodinâmicodeconfianc¸adoindivíduoeaformacomo
osestímulosquederivamdoseuambienteinternoeexterno
sãoestruturados, previsíveis eexplicados7. O sentidode
coerênciapode-sedefiniratravésde3dimensões:a
capaci-dadedecompreensão,querevelaaformacomooindivíduo
entende os estímulos intrínsecos ou extrínsecos como
informac¸ão ordenada,consistente,clara eestruturada; a
capacidadede gestão, queserevela através da percec¸ão
relativamenteaosrecursospessoaisesociaisqueestãoao
seualcanceparasatisfazerasexigências requeridaspela
situac¸ãodeestímulo;eacapacidadedeinvestimento,que
serefereàcapacidadederetirarumsentidodos
aconteci-mentosdevidaeàcapacidadeparainvestirosseusrecursos
nosentidodesuperarassituac¸õesadversas
• Questionáriosociodemográfico(13questões)noqualalguns
itensforamadicionadosaoquestionáriooriginal,apartirde
umnúmerodeperguntasopcionaisdeinformac¸ão
sociode-mográficadoalunoedasuafamília.
Osquestionários,deautopreenchimento,foramaplicados
emcontexto de aula por professores e/ou portécnicos do
municípioqueacompanharamoprocesso.
Procedimentodeamostragem
Emtermosmetodológicosoptou-seporumaamostragem
pro-babilísticaemquetodos oselementos douniverso(alunos
quefrequentamo9.◦anodeescolaridadenasescolas
públi-cas)possuemamesmaprobabilidadedeseremincluídosna
amostra.
Estaamostragemfoi estratificada porescola,tendosido
pré-determinadosquantoselementosdaamostraseriam
reti-radosdecadaescola.Estapredeterminac¸ãofoifeitadeforma
proporcionalàquantidadedealunosexistenteemcadaescola.
Aunidadedeanálisefoiaturmaeestasforamselecionadas
deformaaleatória,calculando-seaamostracomumnívelde
confianc¸ade95%emáximoerroadmissívelde5%.
Caracterizac¸ãodaamostra
Foram respondentes deste estudo 3.649 jovens do9.◦ ano,
correspondentes à soma das amostras representativas dos
16municípiosdaRedePortuguesadeCidadesSaudáveisque
participaram neste estudo. A tabela 1 permite verificar a
distribuic¸ãodaamostra.Desta,54,9%sãodosexofeminino
(n=1.974)e45,1%dosexomasculino(n=1.619).Amaioriados
participantestemidadescompreendidasentreos14-15anos.
Análiseestatística,operacionalizac¸ãodevariáveis eescalasdemedida
Aanálisedescritivaecomparativadosdadosrealizou-se
atra-vésdetestesestatísticosnãoparamétricos(qui-quadrado)e
correlac¸õesde Pearson,utilizando-separa issoo programa
estatísticoPASWStatistics18.0(SPSS).
Diversasvariáveis foramrecodificadasdeformaa
torná-las mais operacionalizáveis. De forma a melhor promover
Tabela1–Distribuic¸ãodaamostrapormunicípio
Amostra % Município Aveiro 261 7,2 CabeceirasdeBasto 179 4,9 Lisboa 324 8,9 Loures 261 7,2 Lourinhã 142 3,9 MirandadoCorvo 101 2,8 Montijo 198 5,4 Odivelas 287 7,9 Oeiras 302 8,3 Palmela 208 5,7 Seixal 282 7,7 Serpa 127 3,5 Setúbal 291 8,0 TorresVedras 233 6,4 VianadoCastelo 252 6,9 VilaReal 201 5,5 Total 3.649 100,0
a utilizac¸ão de testes de 2 para observar a existência
de associac¸ões estatisticamentesignificativas, certas
variá-veis derelevânciaconstruídas deforma semelhanteecom
opc¸õesderespostaidênticasforamrecodificadasemvariáveis contínuas.Adicionalmente,variáveiscomdiversasopc¸õesde
respostaquepoderiamintegrarumamesmacategoriaforam
recodificadas como variáveis nominais dicotómicas (p. ex.
itens31e32,ondesecriaramosindicadores«Características Positivas»e«CaracterísticasNegativas»queresultamdeuma
média ponderada das pontuac¸ões obtidas nas
característi-cas «Êxito»,«Inteligente» e«Sofisticado(a)»; e«Inseguro(a)», «Tonto(a)»e«Perdedor(a)»,respetivamente).
Deformaatrabalharasquestõesrelacionadascomo sen-tidodecoerênciafoicriadaumavariávelcujoscorefinalfoi calculadoatravésdasmédiasdositensqueaintegram.Este
processo implicoua inversãode alguns itens, para que os
valores maisperto domáximo (7) correspondessem a um
maior sentido de coerência pessoal em todos os itens da
escala.
Resultados
Caracterizac¸ãosocioeconómicadosparticipantes
Em termos da caracterizac¸ão socioeconómica das famílias
dos participantes destaca-se o facto de 75,7% indicarem
que ambos os pais trabalham. Para 13,1% dos
participan-tes apenas o pai (padrasto/companheiro da mãe) trabalha,
para 6,6% apenas amãe (madrasta/companheirado pai)e
para 2,8% nenhum dos pais está atualmente empregado.
Oníveldeescolaridadedospaisemãesémuitodiversificado,
não sedestacandonenhum nívelde instruc¸ãoem
particu-lar.Apercentagemdehabilitac¸õesliteráriasdospaisemães apresenta-senatabela2.
Tabela2–Níveldeescolaridadedopaiedamãe
%
Pai Mãe
Níveldeescolaridade
Nenhum 1,7 2,0
Escolaprimária(4.◦ano) 17,6 14,5
Escolapreparatória(6.◦ano) 15,6 14,6
9.◦ano 17,4 18,4
Escolasecundária 18,1 19,5
Superior 17,6 21,1
Escolaprofissional 3,0 3,4
Nãosei 9,0 6,6
Hábitosdeconsumoeconhecimentossobreosmalefícios dotabaco
Atravésdeumaanálisedescritivadasvariáveisobtivemosos seguintesresultados:
• 52%dosjovensjáexperimentaramfumar.Destes,44,1%são rapazese55,9%raparigas;
• Cercade20%fumaramnosúltimos30dias.Amaioriafê-lo
apenasumou2diasdomês.Apenas4%fumoutodosos
dias;
• 74%destesjovensfê-loentreos12-15anosdeidade;
• Dosinquiridosquefumarampelomenosumaveznos
últi-mos30dias,cercade49,4%fumaramumoumenoscigarros pordiae33,5%fumaram2-5cigarrospordia;
• Osjovensquehabitualmentefumamfazem-noemespac¸os
públicos,emfestasoureuniõessociais;
• 37,5% adquire os seuscigarros numquiosquede rua ou
numamáquinadistribuidora,apesardeserproibido; • 90%detodososjovens(fumadoresenãofumadores)
acre-ditaquefumarcigarroséprejudicialparaasaúde;
• 57%dosjovensquefumamacreditamqueédifícildeixar
defumar,noentanto,consideramquepoderiamfazê-lose quisessem;
• 78%dosjovenssãoalertadospelafamíliaparaosmalefícios dotabaco;
• Em termos gerais os jovens têm faladonas aulas sobre
fumar,contudo,paracercade15e22%esteéumassunto quenuncafoiabordadoouquenãooéhámaisdeumano.
Estereótipos
sobre
os
consumidores
de
tabaco
e
crenc¸as
associadas
ao
consumo
de
tabaco
em
func¸ão
do
sexo
Procurou-seanalisarasdiferenc¸asdegéneronoquerespeita aosestereótipossobreosconsumidoresdetabacoecrenc¸as
associadasaoconsumodetabaco.
Para o efeito realizaram-se cruzamentosentre variáveis
eefetuaram-se testesdo2. Na tabela3apresentam-se as
associac¸õesestatisticamentesignificativasobservadasentre
asvariáveisanalisadas.
Procurando-seanalisarpossíveisassociac¸õesemdiversas
variáveisrelacionadascomapercec¸ãosobreaatratividadeou
asrelac¸ões sociaisderaparigaserapazes fumadores entre
indivíduos do sexo feminino e do sexo masculino, foram
Tabela3–Relac¸õesentresexoeamizade,atratividade epercec¸ãodoimpactodefumarnopeso:quadros decontingência,percentagens-colunaetestesdo2
Sexo
Rapaz Rapariga
Amizadesnasraparigasquefumam
Menos 295(18,4) 178(9,1)
Iguais 950(59,2) 1.446(73,7)
Mais 361(22,5) 337(17,2)
Testes 2=98.085,p<0,001
Amizadesnosrapazesquefumam
Menos 191(11,9) 110(5,6)
Iguais 983(61,2) 1.335(68,1)
Mais 431(26,9) 516(26,3)
Testes 2=47.816,p<0,001
Àvontadedosfumadoresemfestaseencontrossociais
Menos 179(11,2) 180(9,2)
Iguais 848(53.0) 1.155(59,3)
Mais 572(35,8) 612(31,4)
Testes 2=14.394,p<0,001
Atratividadedasraparigasquefumam
Menos 895(55,6) 799(40,9)
Iguais 648(40,3) 1.013(51,8)
Mais 66(4,1) 142(7,3)
Testes 2=80.769,p<0,001
Atratividadedosrapazesquefumam
Menos 483(32,5) 810(41,5)
Iguais 925(62,3) 987(50,6)
Mais 77(5,2) 153(7,8)
Testes 2=47.479,p<0,001
Percec¸ãodoimpactodefumarnopeso
Emagrecer 631(39,6) 899(46,1)
Nãohádiferenc¸a 802(53,0) 913(46.8)
Engordar 160(10,0) 137(7,0)
Testes 2=20.334,p<0,001
realizados diversos testes 2 que se revelaram
estatistica-mentesignificativosparap<0,001.Atabelaqueseapresenta destacaasassociac¸õesmaismarcantesentreogrupode rapa-zesederaparigas.Embora,porvezes,aopc¸ãoderespostamais escolhidasejacoincidente,asdiferenc¸aspercentuais revelam-sesignificativas.
Assim, e fazendo uma análise das associac¸ões
verifi-cadas para cada uma das variáveis, pode concluir-se que
relativamente àpercec¸ão sobre asamizades desenvolvidas
porraparigaserapazesfumadorescomparativamenteanão
fumadores,agrandemaioriadasrespostaspropendeparaa
nãoexistênciadeassociac¸õesestatisticamentesignificativas
nasamizadesdefumadoresounãofumadores.Contudo,éde
notarqueexisteumamaiorpercentagemderapazesdoque
raparigascomapercec¸ãodequeosfumadorestêmmenos
amizadesdoqueosnãofumadores.Estapercec¸ãoé
especial-mentemarcantenasraparigasfumadoras.
No que serefere à percec¸ão de atratividade, épossível
observarqueosrapazesjulgammaisnegativamentea
atra-tividade de raparigas fumadoras contra a percentagem de
Tabela4–Relac¸õesentrefumadoresenãofumadores nosúltimostrintadiasecaracterísticasatribuídasa mulheresehomensfumadores:Quadrosde contingência,percentagens-colunaetestesdo2
Fumadoresounãofumadores nosúltimos30dias Nãofumadores Fumadores Característicasdemulheresfumadoras
Característicasnegativas 2.598(95,7) 418(71,5) Característicaspositivas 116(4,3) 167(28,5)
Testes 2=361.554,p<0,001
Característicasdehomensfumadores
Característicasnegativas 2.496(75.7) 383(11.6) Característicaspositivas 214(6.5) 205(6.2)
Testes 2=316.822,p<0,001
atraentes(2=80.769,p<0,001).Omesmojánãoseobserva
faceàspercec¸õesdaatratividadederapazesfumadores,sendo queamaioriadosrapazesindicanãohaverassociac¸ões esta-tisticamentesignificativasentrefumadoresenãofumadores. Paralelamente,asraparigasjulgamigualmentemais negati-vamenteaatratividadederapazesfumadores(41,5vs.32,5% derapazes).
Amaioriadosrapazesconsideranãohaverdiferenc¸asem termosdoimpactodefumarnopeso.Contudo,nasraparigas aspercec¸õessãomaisdiferenciadas,sendoqueapercentagem
deraparigasqueconsideraquefumarfazemagrecerouque
nãotemqualquerimpactonopesoésemelhante.
Compara-tivamenteàsraparigas,umamenorpercentagemderapazes
pensaquefumarfazemagrecer.
Estereótipossobreosconsumidoresdetabacoemfunc¸ão doconsumodetabacopelospróprios
Procurou-se analisar se as associac¸ões entre
consumido-res e não consumidores de tabaco no que respeita aos
estereótipos sobre os consumidores de tabaco e o
con-sumodetabacoseriam estatisticamentesignificativas.Para arealizac¸ãodestaanáliserealizaram-se cruzamentosentre variáveiseefetuaram-setestesqui-quadrado(2).Natabela4
apresentam-seasassociac¸õesestatisticamentesignificativas.
Relativamenteàscrenc¸assobreaspessoasfumadoras,éde
notarqueexistemalgumasassociac¸õesestatisticamente
sig-nificativasnasvariáveisapresentadas.Deumaformageral,os
fumadoresapresentampercec¸õesligeiramentemenos
negati-vasdoqueosnãofumadoressobreasmulheres(2=361.554,
p<0,001) e os homens (2=316.822, p<0,001) que fumam.
Independentementedeseremfumadoresnosúltimos30dias,
aspercentagensderespostasugeremqueasmulheres
fuma-doras sãojulgadas maisnegativamentedoqueos homens
fumadoresaníveldecaracterísticaspessoais(tonta,insegura,
perdedora).
Fatoresfamiliares,individuaisederelac¸ãocomospares eoconsumodetabaconosúltimos30dias
Nosentido de seanalisar as relac¸ões entre o conjuntode
variáveis ao nível individual,familiar e da relac¸ão com os
Tabela5–Correlac¸õesentrefatoresfamiliares, individuaisederelac¸ãocomospareseoconsumo detabaconosúltimos30dias
Fatoresfamiliares
17–Consumodetabaconospais 0,142** 105–Níveldeinstruc¸ãodopai −0,025 107–Níveldeinstruc¸ãodamãe −0,041 106–Desempregodopai −0,028 108–Desempregodamãe −0,039 36–Paifumaemcasa 0,106** 37–Mãefumaemcasa 0,160** 38–Irmãoouirmãfumaemcasa 0,219** 19–Diálogodafamíliasobreosmalefíciosdo
tabaco
0,073**
FatoresIndividuais:representac¸õeseexpectativas
23–Amizadesnasraparigasquefumam 0,026 24–Amizadesnosrapazesquefumam −0,004 25–Sentir-seàvontadeemacontecimentos
sociais
0,063** 26–Atratividadenasraparigasquefumam 0,205** 27–Atratividadenosrapazesquefumam 0,220** 28–Impactonopeso(engordar) −0,046** 29–Prejuízosparaasaúde −0,158** 33–Prejuízosparaasaúdesefumarem
1-2anosdesdequedeixedeofazer
−0,173** 35–Fumodosoutroséprejudicialparaasaúde −0,113**
Fatoresindividuais:sentidodecoerênciaerelac¸ãocomaescola
111–Sentimentodesolidão 0,038* 112–Satisfac¸ãocomaescola −0,154** SentidodeCoerência −0,099**
Relac¸ãocomogrupodepares
30–Amigosfumadores 0,449** 39–Amigofumaemcasadojovem 0,346**
Prevenc¸ão
68-Informac¸ãosobreosperigosdotabaco naescola
−0,039* 69–Discussão,naescola,sobrerazões
deconsumirtabaco
−0,052**
Mensagenscontratabaconacomunicac¸ãosocial −0,019
∗ p<0,05. ∗∗p<0,01.
paresquepodemconstituirfatoresderiscoouprotec¸ãopara
oconsumodetabaco,realizou-seumaanálisedascorrelac¸ões
entrediferentesvariáveisdentrodeváriosdomínios,
nomea-damente:fatoresfamiliares;fatoresindividuaisrelacionados
com representac¸ões eexpectativas,bem como com o
sen-tidodecoerênciaearelac¸ãocomaescola;arelac¸ãocomo
grupodepares;eaprevenc¸ão.Atabela5apresentaarelac¸ão
entreestasvariáveis.
Observando-seascorrelac¸õesapresentadasnatabela5,ao
níveldosfatoresfamiliarespodemosverificarumacorrelac¸ão
estatisticamentesignificativa,positiva,entreo consumode
tabaconospaiseoconsumodetabaconosfilhos(r=0,142,p
<0,01),sendode salientarqueesta associac¸ãoémaisforte
ao nível da influência materna. De referir, igualmente, a
correlac¸ãopositivaentreoconsumodetabacopelosirmãos
eoconsumodetabaconosjovens,sendoamagnitudedesta
correlac¸ãosuperior àobservadaparao consumodetabaco
Noâmbito dosfatoresindividuais eno queconcerneàs
representac¸õeseexpectativas,os fatoresrelacionadoscom
a imagem física e com a saúde são os que mais
forte-menteseassociamaoconsumodetabaco,nãoseverificando
relac¸õessignificativasnasdimensõesmaisrelacionadascom
afunc¸ãodoconsumodetabaconafacilitac¸ãodasocializac¸ão
edaautoconfianc¸a.Oconhecimentodosefeitosnegativosna
saúdeassociados ao consumo de tabacotem uma relac¸ão
inversacomeste,ouseja,quantomaioroconhecimentodos
malefíciosmenoroconsumo(r=−0,158,p<0,01).
Noque concerne ao sentido de coerência, tal como foi
referidoanteriormente,constituiumconstructopsicológico
relacionadocomosentimentodeconfianc¸a,controloe
capa-cidadedegestãodavida.Aestenívelverificou-seumarelac¸ão
negativaentreesteconstructoeoconsumodetabaco,ainda
quedebaixamagnitude.Tambémasatisfac¸ãoearealizac¸ão
escolarseencontranegativamenterelacionadacom o
con-sumo de tabaco, podendo estes fatores ser considerados
protetoresrelativamenteaoconsumo.
A relac¸ão com pares consumidores revela a associac¸ão
mais forte com o consumo de tabaco, apresentando
correlac¸õespositivasfortesnoquereferearelac¸ãoentreo
con-sumodetabacoeamigosfumadores(r=0,449,p<0,01)ecom
amigosquefumamnacasadojovem(r=0,346,p<0,01).
Porúltimo, eno querespeita àinfluência das ac¸õesde
informac¸ão em meio escolar e mensagens antitabaco na
comunicac¸ão social, apesar de se verificar uma correlac¸ão
negativacomoconsumo,osvaloresdamesma são
despre-zíveis.
Conclusões
e
discussão
Osresultadosdoestudoindicamqueamaioriadosjovensjá
experimentaramfumar,sendoapercentagemmaiselevada
nasraparigasemrelac¸ãoaosrapazes.Esteresultadopode
ten-dencialmenterevelarumaumentodaprevalênciadoconsumo
detabacoentreosexofeminino.Umapercentagemelevadade
jovensrevelahábitosregularesdeconsumodetabaco,uma
vezquecercade20%indicouterconsumidotabaconos
últi-mos 30 dias. Estes hábitos regulares sãopreocupantes, na
medidaemquepodemconduziracomportamentosde
depen-dênciaemidadesmuitojovens.
Apartir de umaanálise da matrizde correlac¸ões entre
osdiferentesfatoresfamiliares,individuaisedarelac¸ãocom
ospares/escolapodemosreferirque,nogeral,ascorrelac¸ões
verificadasconfirmamosresultadosencontradosnaliteratura
sobrefatoresderiscoedeprotec¸ãoassociadosaoconsumode
tabaco8–10.
Noquedizrespeitoaosfatoresderiscoeprotec¸ão
associa-dosaoconsumodetabaco,nodomíniodosfatoresfamiliares,
oconsumodetabacopelamãetemmaiorinfluêncianos
hábi-tostabágicosdosjovensdoqueoconsumodetabacopelopai.
Aindadentrodafamília,oconsumodetabacopelosirmãosé
maisinfluentequeodamãe.Estesdadosconfirmamos
resul-tadosdeestudossobreoimpactodasinfluênciasfamiliares
sobreoconsumodetabaco11,12.
Nodomíniodasexpectativas,crenc¸asedosestereótipos
foipossívelobservarassociac¸õesestatisticamente
significati-vasentreconsumidoresenãoconsumidoresdetabaconos
últimos30dias. Osfumadoresdemonstramumatendência
paraatribuircaracterísticasmenosnegativasentreospares
consumidoresdetabaco.Curiosamente,querfumadoresquer
nãofumadorestendemacaracterizarmaisnegativamenteas
mulheresfumadoras.É,ainda,importantedestacarquecerca
de 50% dosjovensfumadores acreditam queconseguiriam
deixardefumarsequisessem,oquerevelaum
desconheci-mentooudescrenc¸adadependênciaassociadaaoconsumo
detabaco.
Observou-se que a dimensão relativa à facilitac¸ão das
relac¸õessociaisedoestabelecimentodeamizadestemmenos
impactodoqueasexpectativasfaceàatratividadeeàsaúde.
Exemplificando, os fumadores tendem a considerar outros
fumadoresmaisatraentes.Estesdadosconfirmamos
resul-tadosdeoutrosestudossobreoimpactodiferencialdasvárias
dimensõesassociadasàsexpectativaserepresentac¸õessobre
oconsumodetabaconosjovens.Normalmente,dimensões
relacionadas com a func¸ão doconsumo na facilitac¸ão das
relac¸ões sociaisestão maisdiretamente associadasao
con-sumo de outras substâncias, designadamente o álcool e o
haxixe10.
No querespeita à influênciada relac¸ão com a escolae
do sentidode coerência no consumo de tabaco épossível
observar queos jovens com umaassociac¸ãomais positiva
com aescolatêm umarelac¸ão inversacom oconsumo de
tabaco,oquenoslevaaconcluirqueestadimensão
funci-onacomofatorprotetorfaceaoshábitostabágicos.Osentido
decoerênciaapresentaigualmenteumarelac¸ãonegativa
esta-tisticamentesignificativacomoconsumodetabaco,mascom
valoresdesprezíveis.Jáaassociac¸ãocompares
consumido-resencontra-sepositivamente relacionadacomo consumo
detabaconosjovens,constituindoesteumdosfatorescom
maiorpoderpreditivodestecomportamento.
Jáarelac¸ãocomparesconsumidoresrevela-secomoofator
deriscocomumaassociac¸ãomaisfortecomoconsumode
tabaco,confirmandooimpactoda influênciadosparesnos
comportamentosderisconaadolescência.Ainfluênciasocial
pormeiodapressãodospareseaideiadequefumaréum
fatordeintegrac¸ãoincentivamoconsumo13,14.
Qualquerintervenc¸ãopreventivadeveteremcontauma
abordagemintegradadosdiferentesfatoresderiscoeprotec¸ão
queconcorremparaoconsumodetabaco,semesqueceras
relac¸õesentreestecomportamentoeoutroscomportamentos
de risco naadolescência(consumode outras drogas,
com-portamentossexuaisderisco,comportamentosantissociais),
que como sabemos seencontram frequentemente
associa-dosconstituindopartedeumamesmatendênciaparaorisco
manifestadanesteperíododociclodevida.Asestratégiasde
intervenc¸ão nesteâmbito prendem-seessencialmente com
a formac¸ão para o educador e o aumento da capacitac¸ão
paraosalunoscomvistaàprevenc¸ãodecomportamentosde
risco.
Os resultados obtidos neste estudo estão na base da
elaborac¸ão de um Plano Intermunicipal de Prevenc¸ão e
Cessac¸ãoTabágicanosJovens,queenvolveos16municípios
participantes.Atravésdeste planopretende-sepotenciaras
ac¸õesdosagenteslocaiseosrecursosexistentesdeformaa
desenvolverumaestratégiaintermunicipalconsubstanciada
em4eixosdeintervenc¸ão:Informac¸ão,Educac¸ãoparaasaúde,
Oeixodainformac¸ãoirápromovercampanhas
informa-tivas,produc¸ão defolhetos, artigosnacomunicac¸ãosocial,
criac¸ãodeblogues,entreoutros,sobreosmalefícios
associ-adosaotabacoeasrespostasexistentesparaacessac¸ãodo
seuconsumo.Esteeixodeverá,dentrodopossível,basear-se
eminformac¸ão produzidacomeporjovenscom oobjetivo
detransmiti-laaosseuspares.Destaformaassegura-sequea
linguageméadequadaepercetívelportodos.
A educac¸ão para a saúde das crianc¸as e dos jovens
tem constituído a principal abordagem de prevenc¸ão da
habituac¸ão tabágica na adolescência. Esta educac¸ão deve
iniciar-senoseiodafamíliaeoenvolvimentodamesmaao
níveldasensibilizac¸ãodosjovensparaosmalefíciosdotabaco
eparaaimportânciadeoptaremporestilosdevidasaudáveis
éfundamental.Aestenível,prevê-seaimplementac¸ãodeum
conjuntodeac¸õesestruturadasadesenvolvercomasfamílias
dosjovensquefrequentamasescolasdaredepública.
Paraalémdafamília,aescolatemumpapelmuito
impor-tantenaeducac¸ãoparaasaúde.Cabe,também,àescolaajudar
osjovensaconstruíremumaautoestimapositivaea
desen-volveremcapacidadespararesistiremàspressõesdogrupo
depares,dapublicidadeedasociedadeemgeral,adquirindo
competênciasquelhespermitamfazeropc¸õesdemodo
infor-mado,comautonomiaeresponsabilidade.Noâmbitodeste
eixodeintervenc¸ãoprevê-seodesenvolvimentodeum
con-juntodeac¸õescomasescolasquepassarãoporworkshops
sobre o tabaco, programas de informac¸ão e sensibilizac¸ão
sobre o consumo de tabaco e outros comportamentos de
risco na adolescência, programas de promoc¸ão de
compe-tênciasinterpessoais,elaborac¸ãode trabalhosdeexpressão
plásticasobre prevenc¸ão tabágica, concursos de fotografia,
entreoutrasatividadesqueasescolas,asassociac¸õesde
estu-danteseosjovenspretendamdesenvolver.Ainformac¸ão é
imprescindívelparaoaumentodoempowermentdapopulac¸ão.
Umadasformasdeproduzirinformac¸ãoéatravésdodebatee
esclarecimentodequestões,umametodologiaespecialmente
eficazjuntodapopulac¸ãomaisjovem.
Oterceiroeixoatuasobreadependênciafísicaepsíquica
provocadapelanicotina,queacabaporserumarealidadeem
muitosjovensparaosquaisdeixardefumarsetornadifícil.
Nestescasos,osgruposdeautoajudasãopoucoeficazeseo
encaminhamentoparaconsultasdecessac¸ãotabágica
promo-vidaspeloscentrosdesaúdetorna-seamedidamaiseficaz.
Aimplementac¸ãodoPlanoIntermunicipaldePrevenc¸ãoe
Cessac¸ãoTabágicanosJovensirárequererumprocesso
siste-máticodemonitorizac¸ãoeavaliac¸ão,sustentadonacriac¸ão
de grupos de acompanhamento do projeto no terreno, na
avaliac¸ãodeprocessosederesultados,atravésde
instrumen-tosa criar para o efeito sobinspirac¸ão da metodologia de
Avaliac¸ãodoImpactoemSaúde.
O desenvolvimento deste projeto de investigac¸ão/ac¸ão
constituiumaplataformadetrabalhocomumentre
municí-piosdaRedePortuguesadeCidadesSaudáveis,quepermitirá
criarinstrumentosemetodologiasdeintervenc¸ãocomo
obje-tivodepreveniroconsumodetabacoporpartedosjovens.
Esteprojetoentroncanotrabalholocaldesenvolvidoporcada
municípionoâmbitodosPlanosdeDesenvolvimentodeSaúde
enasdinâmicasdeparceriajáexistentes.Constituitambém
umcontributoparaaabordagemde objetivosda VFaseda
RedeEuropeiadeCidadesSaudáveisdaOMS,designadamente
apromoc¸ãodasaúdedosjovenseestilosdevidasaudáveis,
deambienteslivresdetabacoeaprevenc¸ãodedoenc¸asnão
transmissíveis,entreoutros.
Conflito
de
interesses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.
b
i
b
l
i
o
g
r
a
f
i
a
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