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Aposentadoria por tempo de contribuição e Aposentadoria com proventos integrais. Alda Maria Santarosa 1

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Aposentadoria por tempo de contribuição e Aposentadoria com proventos integrais

Alda Maria Santarosa1

Resumo

Nos últimos 25 anos, desde a promulgação da Constituição Federal do Brasil, em 1988, nota-se um aperfeiçoamento da legislação previdenciária, tanto no Regime Geral de Previdência Social quanto nos Regimes Próprios dos Servidores Públicos, e também no Regime de Previdência Complementar, com aderência à nova realidade brasileira, principalmente no mercado de trabalho.

Palavra-chave: Aposentadoria; regimes de previdência

1. Introdução

Apesar das inúmeras discussões divergentes e convergentes a respeito da importância da Previdência Social Brasileira, uma "senhora" de 90 anos de existência, trago para este relato uma descrição teórico-técnica, baseada na experiência vivenciada nesses últimos 29 anos, eis que, servidora da autarquia INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, que tem a responsabilidade de executar as políticas públicas referentes a parte da Seguridade Social que diz respeito à Previdência.

2. Dos Fatos

2.1. Aposentadoria do Regime Geral de Previdência Social - RGPS

Atualmente a fundamentação legal básica, que rege a aposentadoria por tempo de contribuição integral,

1 Aluna do Curso de Direito da UCS - CARVI - Bento Gonçalves; Graduada em Economia; Pós-Graduada em Gestão da Qualidade; Técnica do Seguro Social - INSS.

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prevista no art. 201, parágrafo 7°, inciso I da Constituição Federal, prevista no Regime Geral de Previdência Social – RGPS, é a seguinte:

a) Constituição Federal de 1988;

b) Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998; c) Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; d) Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991;

e) Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003;

f) Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999;

g) Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999; h) Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009; e

i) Instrução Normativa N° 45 INSS/PRES, de 06 de agosto de 2010.

Iniciamos, então, transcrevendo o Art. 201, parágrafo 7°, inciso I da Constituição Federal Brasileira, para localização de tempo e espaço:

"Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 20, de 1998)"

A Lei n° 8.213, de 24/07/91, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social, em seu artigo 18, diz que o Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

I - quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade;

c) aposentadoria por tempo de contribuição (Grifo nosso, por ser o objetivo do presente trabalho)

2.2. Aposentadoria dos Regimes Próprios de Previdência dos Servidores - RPPS A

Aposentadoria com proventos integrais dos servidores públicos é prevista no mandamento da Constituição de 1988:

"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 41, 19.12.2003)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 41, 19.12.2003)."

As regras de transição, publicadas após a Constituição de 1988, vieram resguardar os servidores que já possuíam direitos adquiridos relativos à aposentadoria na data de promulgação das reformas previdenciárias, assegurando, dessa forma, um dos principais fundamentos do Estado e do Direito que é o Princípio da Segurança Jurídica.

2.2.1. Regras de Transição

a) Aplicação do art. 3º da EC nº 20/1998, de 15/12/1998.

“Art. 3º - É assegurada a concessão de aposentadoria e pensão, a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que, até a data da publicação desta Emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente. “

O servidor que, até 16 de dezembro de 1998, tenha completado os requisitos para a aposentadoria voluntária, quer seja, 35 anos de serviço se homem ou 30 anos de serviço se mulher, tem garantidos os benefícios da redação original da Constituição Federal, ou seja, a integralidade de proventos e a paridade revisional.

Esta norma de transição resguarda o direito adquirido de servidores que, tendo completado os requisitos para a aposentadoria, deixaram de exercê-lo de imediato, passando esse direito a integrar o patrimônio jurídico do servidor, inalcançável por lei nova que venha modificá-lo.

b) Aplicação do art. 3º da EC nº 41/2003, de 19/12/2003.

“Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente. “

Esta regra diz respeito ao servidor ingressado no serviço público antes da promulgação da EC n. 20, ou seja, que até 16 de dezembro de 1998, não tinha completado os requisitos para aposentadoria, mas que veio

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a completar tais requisitos antes da vigência da EC n. 41.

Até a publicação da EC n. 20, era considerado apenas como expectativa, cujo tratamento foi dado pelo art. 8º daquela Emenda, mas que veio a se tornar direito adquirido até a data de publicação da EC n. 41, ou seja, até 31 de dezembro de 2003.

Baseia-se este entendimento no art. 3º da EC n. 41, onde a aposentadoria se regerá pelas regras do art. 8º da EC n. 20.

c) Aplicação do art. 2º da EC nº 41/2003, de 19/12/2003.

“Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº

20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela

aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o

art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que tenha

ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente:

I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos

de idade, se mulher;

II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a

aposentadoria;

III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e

b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea a deste inciso.

Caracterização do servidor que tenha ingressado no serviço público antes da publicação da EC n. 20, e que até a data de vigência daquela Emenda não tinha completado os requisitos para aposentadoria e, também, não veio a completar tais requisitos antes da vigência da EC n. 41.

O âmago desta norma é regular a expectativa de direito desses servidores, cuja aposentadoria se dará pelas regras do art. 2º da EC n. 41.

A diferença básica do art. 2º da EC n. 41 e do art. 8º da EC n. 20, é o cálculo da aposentadoria, ou seja, será de acordo com as novas regras da reforma, considerando as remunerações, atualizadas monetariamente, percebidas pelo servidor no período básico de cálculo de sua vida laboral.

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n. 20, no art. 2º da EC n. 41, porém ocorre a perda da integralidade dos proventos, sendo estes calculados pela média aritmética das remunerações, além de prever o fim da paridade na revisão dos proventos.

Resumindo, o servidor que ingressou no serviço público antes de 16 de dezembro de 1998 e que não completou os requisitos para a aposentadoria até 31 de dezembro de 2003 terá as regras da sua aposentadoria regidas pelo art. 2º da EC n. 41.

d) Aplicação do art. 6º da EC nº 41/2003, de 19/12/2003.

“Art. 6º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelo art. 2º desta Emenda, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda poderá aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, quando, observadas as reduções de idade e tempo de contribuição contidas no §

5º do art. 40 da Constituição Federal, vier a preencher, cumulativamente,

as seguintes condições:

I - sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade,

se mulher;

II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de

contribuição, se mulher;

III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e

IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria.”

Desta regra podemos tirar o seguinte:

- ela atinge o servidor que ingressou no serviço público antes da vigência da EC n. 41 e que até a data

de publicação daquela Emenda não tinha completado os requisitos para aposentadoria;

- resguarda o direito de opção pelo art. 2º da mesma emenda, se também enquadrar-se na situação

exposta no subtítulo anterior;

- o servidor poderá se aposentar com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, quando, observadas as reduções de idade e tempo de contribuição contidas no § 5º do art. 40 da Constituição Federal, e vier a preencher,

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cumulativamente, as seguintes condições:

I - sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, mulher; II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição,

se mulher;

III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e

IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria.

e) Aplicação do art. 3º da EC nº 47/2005, de 05/07/2005.

“Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições:

I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de

contribuição, se mulher;

II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos

de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;

III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art.

40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de

idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo.”

Eis a última regra publicada sobre a aposentadoria dos servidores públicos, que refere-se ao Servidor ingressado no serviço público antes da EC. 20, independente de terem ou não completado os requisitos para aposentadoria.

Fala-se aqui de uma expectativa de direito regulada pelo art. 3º da EC n. 47, salvo direito de opção pelos arts. 2º ou 6º da EC n. 41, caso enquadrarem-se também na situação exposta no item anterior.

Importante se destacar que por essa regra de transição fica mantida a paridade e a integralidade no cálculo dos proventos do servidor, sendo possibilitado o abatimento de um ano no requisito idade para cada ano a mais ao preenchimento do pressuposto do tempo de contribuição.

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Resguarda tanto a integralidade quanto a paridade e ainda um limite menor de idade para aposentadoria.

Quanto ao serviço público, verifica-se uma situação de pesos e contrapesos, em que o servidor, ingresso no serviço público antes da promulgação da EC n. 20, poderia optar pela situação que lhe fosse mais conveniente, ou seja, se pela aposentadoria que lhe garantisse um tempo menor de idade para aposentar, ou uma aposentadoria que lhe garantisse a integralidade e paridade.

A seguir faço um paralelo entre o RGPS e o RPPS, aplicando a legislação a um caso concreto.

Em 05/1984 ingressei no quadro de servidores do antigo Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, através de concurso público para tal.

Naquela época fui admitida com registro do emprego na Carteira de Trabalho e Previdência Social, portanto vinculada ao Regime Geral de Previdência Social.

Sendo assim a minha expectativa de aposentadoria por tempo de serviço, chamada hoje, de aposentadoria por tempo de contribuição, considerando que já contava com 6 (seis) anos de tempo de serviço, na iniciativa privada, era a seguinte:

- 25 anos de serviço para a proporcional, que seria implementado em 05/2002; ou

- 30 anos de serviço para a integral, que seria implementado em 05/2007; com valores integrais e sem limite de idade.

Em 1991, por força da Lei 8.112/90 os servidores celetistas foram transferidos para o regime estatutário sendo considerado extinto, a partir de 12/12/1990, o contrato de trabalho constante na Carteira de Trabalho, assegurando proventos de aposentadoria à última remuneração em atividade, acrescida de promoção de um nível hierárquico e a garantia dos reajustes aplicáveis aos vencimentos dos ativos.

As mudanças continuaram ocorrendo com o advento da Emenda Constitucional n° 20, de 12/98, que introduziu diferenças entre as regras de aposentadoria por tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes Próprios de Previdência dos Servidores.

A aposentadoria proporcional no RGPS foi eliminada como regra permanente, mantendo-se apenas para aqueles já filiados ao RGPS até 15/12/98, desde que com 48 anos de idade, se mulher, e 53 anos de idade, se homem, incluindo um adicional de 40% sobre o tempo que ainda faltava para o segurado se aposentar na época da promulgação da Emenda, com vigência a partir de 16/12/98. Antes de dezembro de 1998, homens e mulheres podiam se aposentar com proventos proporcionais aos 30 e 25 anos de serviço, respectivamente.

Como regra de transição para a aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, foram estabelecidas as seguintes condições para o RPPS:

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- idade mínima de 53 anos (homem) e 48 anos (mulher);

- tempo de contribuição total igual, no mínimo, a 30 anos (homem) ou 25 anos (mulher), acrescido do período adicional de tempo de contribuição equivalente a 40% do tempo que, na data da publicação da Emenda (16/12/98) faltava para atingir os 30 anos (homem) e 25 anos (mulher).

Sendo assim, a minha expectativa de aposentadoria seria:

- 25 anos de serviço para a proporcional, que seria implementado em 05/2002 + 40 % do tempo que faltava (4 anos entre 1998 e 2002 = 1 ano e 6 meses), seria implementado em 11/2003 se tivesse 48 anos de idade, como completei 42 anos de idade, estava fora desta regra.

Na regra de transição no RPPS, para o cálculo da aposentadoria voluntária com proventos integrais, a Emenda vedou o acréscimo de vantagens de caráter transitório e não incorporáveis (licença prêmio, por exemplo), determinando um prazo de carência combinado com a idade mínima, tais como:

- tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; - idade mínima de 53 anos (homem) e 48 anos (mulher);

- tempo de contribuição total igual, no mínimo, a 35 anos (homem) e 30 anos (mulher) acrescido de período adicional de tempo de contribuição equivalente a 20% do tempo que, na data da publicação da Emenda (16/12/98), faltava para atingir os 35 anos (homem) e 30 anos (mulher).

Então a minha expectativa de aposentadoria seria:

- 30 anos de tempo de contribuição, que seria implementado em 05/2007 + 20% do tempo que faltava (9 anos entre 1998 e 2007 = 1 ano e 8 meses), seria implementada em 01/2009 se tivesse 48 anos de idade, considerando que estava com 47 anos de idade, estava fora da regra.

A Emenda Constitucional N° 41, de 19/12/2003, pode ser vista como mais uma das peças de reforma da previdência, eis que aumenta ainda mais as exigências da aposentadoria para o servidor público:

- sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher;

- trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher, - vinte anos de efetivo exercício no serviço público;

- dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria. Voltando ao exemplo;

- 30 anos de tempo de contribuição, que seria implementado em 05/2007 + 20% do tempo que faltava (9 anos entre 1998 e 2007 = 1 ano e 8 meses) = seria implementada em 01/2009 se tivesse então, 55 anos de idade, considerando que estava com 47 anos de idade, não adquiri o direito a aposentadoria com proventos integrais.

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"...o servidor público, que tenha ingressado no serviço público até 16/12/1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher:

II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;

III - idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, parágrafo 1°, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo."

Finalizando o exemplo, temos que:

- 30 anos de tempo de contribuição, que seria implementado em 05/2007 + 20% do tempo que faltava (9 anos entre 1998 e 2007 = 1 ano e 8 meses) = seria implementada em 01/2009 se tivesse então, 55 anos de idade;

em 01/2009 contava com 31 anos de tempo de contribuição, com a redação da EC N° 47, a cada ano de permanência, acima dos 30 anos de tempo de contribuição, diminui 1 ano da idade, conforme demonstrado na tabela abaixo:

ANO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO IDADE REDUÇÃO DA IDADE 2009 31 48 De 55 para 54 anos 2010 32 49 De 55 para 53 anos 2011 33 50 De 55 para 52 anos 2012 34 51 De 55 para 51 anos Resumindo:

- implementei o direito à aposentadoria, no serviço público, com proventos integrais, em 2012, contando com 34 anos de tempo de contribuição e 51 anos de idade, e estou recebendo abono de permanência em serviço, pois não tenho interesse, no momento, de exercer o direito adquirido para me aposentar.

3. Conclusão

Cada época da história da humanidade traduz, através dos usos e costumes, a necessidade de alterações das normas de vivência e ou das legislações existentes.

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Nota-se que houveram muito mais mudanças na legislação previdenciária, a partir da promulgação da Constituição de 1988, do que durante toda a sua existência, ao longo de 65 anos, considerando-se como marco de organização da Previdência Social Brasileira, a Lei Eloy Chaves de 1923.

É evidente a preocupação com a dignidade da pessoa humana e com a redução das desigualdades sociais, postas nas mudanças da legislação previdenciária nos últimos 23 anos, apontando para o conceito de justiça social.

Tendo vivenciado algumas dessas mudanças, primeiro como segurada do Regime Geral de Previdência Social e nos últimos anos, como servidora pública vinculada ao Regime Próprio de Previdência do Servidor, concluo que as mudanças decorrentes do sistema previdenciário nacional, favoreceram a alguns e prejudicaram a alguns outros que tiveram a sua expectativa da aposentadoria frustrada, faltando algumas vezes, apenas alguns meses para a sua efetivação quando uma das mudanças de legislação o alcançou.

No entanto, como cidadã brasileira e ciente de que um sistema previdenciário, que quer completar mais 90 anos de idade, não se sustentaria atuarialmente, nas bases em que se encontrava, antes da Emenda Constitucional n° 20, acredito firmemente que todas as mudanças ocorridas, se justificam para alcançarmos o princípio maior da Constituição, que é o da solidariedade.

4. Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Livro Branco da Previdência Social. Brasília: MPAS/GM. 2002.

COSTA, José Ricardo Caetano. Previdência: os direitos sociais previdenciários no cenário neoliberal. Curitiba. Juruá. 2010.

GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Procedimentos Especiais. 7ª edição. São Paulo. Saraiva. 2008. SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário. 2ª edição. São Paulo. Saraiva. 2007.

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