REGULAMENTO
1. DISPOSIC¸ ˜OES GERAIS
1.1 As Olimp´ıadas de Matem ´atica da Lusofonia (OML) s ˜ao uma competic¸ ˜ao de matem ´atica dirigida a alunos n ˜ao universit ´arios e nela participam todos os pa´ıses de l´ıngua por-tuguesa.
1.2 As Olimp´ıadas de Matem ´atica da Lusofonia (OML) realizam-se anualmente entre as Olimp´ıadas Internacionais de Matem ´atica (IMO) e as Olimp´ıadas Ibero-Americanas de Matem ´atica, no pa´ıs selecionado (pa´ıs sede) e com o apoio dos organismos (nacionais e internacionais), entidades ou pessoas que desejem colaborar com estes eventos e es-tejam devidamente autorizados pela comiss ˜ao organizadora de cada uma das edic¸ ˜oes das olimp´ıadas.
1.3 A comiss ˜ao organizadora de cada edic¸ ˜ao das OML definir ´a o per´ıodo durante o qual se realizar ´a o evento em quest ˜ao, tratando de ajustar-se aos interesses gerais dos pa´ıses participantes e `a tradic¸ ˜ao.
2. OBJECTIVOS
As OML s ˜ao uma competic¸ ˜ao entre jovens estudantes de pa´ıses de l´ıngua portuguesa, cujos objectivos s ˜ao:
•
A melhoria da qualidade do ensino e a descoberta de talentos em matem ´atica, funda-mental para o desenvolvimento cient´ıfico e tecnol ´ogico;•
Fomentar o estudo da Matem ´atica nos pa´ıses lus ´ofonos;•
A criac¸ ˜ao de uma oportunidade para a troca de experiˆencias educacionais nacionais;•
A uni ˜ao e cooperac¸ ˜ao entre os pa´ıses lus ´ofonos para a criac¸ ˜ao de instrumentos que permitam a competic¸ ˜ao de alunos numa olimp´ıada internacional para os pa´ıses de l´ıngua portuguesa;3. PARTICIPAC¸ ˜AO
3.1 O pa´ıs sede deve convidar os seguintes pa´ıses: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin ´e-Bissau, Moc¸ ambique, Portugal, S ˜ao Tom ´e e Pr´ıncipe e Timor-Leste.
3.2 Cada pa´ıs convidado tem direito a estar representado por uma equipa de at ´e quatro estudantes, um professor chefe de delegac¸ ˜ao e um tutor dos alunos.
3.3 Os estudantes concorrentes devem satisfazer as seguintes condic¸ ˜oes:
•
N ˜ao ter completado 18 anos de idade no dia 31 de Dezembro do ano imediata-mente anterior `a realizac¸ ˜ao das olimp´ıadas;•
N ˜ao frequentarem o Ensino Superior.3.4 O chefe de delegac¸ ˜ao formar ´a parte do j ´uri das olimp´ıadas e residir ´a com os membros deste j ´uri, sem poder estabelecer contacto com os estudantes concorrentes nem com os professores tutores at ´e que tenham finalizado as provas destas olimp´ıadas.
3.5 O Tutor reger-se- ´a pelo art´ıculo anterior a partir do momento em que, por algum motivo justificado, tenha integrado o j ´uri internacional ou estabelecido contacto com algum membro do mesmo.
4. FINANCIAMENTO DAS OLIMP´IADAS
4.1 Os organizadores ser ˜ao respons ´aveis pelos gastos normais de estadia, alojamento, ali-men tac¸ ˜ao, e transportes internos das delegac¸ ˜oes, durante o per´ıodo das olimp´ıadas, incluindo a recec¸ ˜ao e despedida das delegac¸ ˜oes no aeroporto.
4.2 Os observadores acreditados poder ˜ao acompanhar as delegac¸ ˜oes, mas est ˜ao sujeitos `
as regras de financiamento e organizac¸ ˜ao que determine a comiss ˜ao organizadora do evento.
4.3 As deslocac¸ ˜oes dos participantes at ´e ao pa´ıs sede s ˜ao da responsabilidade de cada pa´ıs convidado. No entanto, a comiss ˜ao organizadora poder ´a tentar encontrar alternativas que facilitem o financiamento de algumas destas deslocac¸ ˜oes.
4.4 Para colaborar com a organizac¸ ˜ao da edic¸ ˜ao seguinte das olimp´ıadas, o pa´ıs sede cobrir ´a os gastos normais da estadia de dois observadores do pa´ıs que ser ´a a sede no ano seguinte.
4.5 Cada pa´ıs convidado dever ´a assegurar que a sua delegac¸ ˜ao viaja com um seguro que cubra qualquer eventualidade m ´edica ou acidente que ocorra a cada um dos seus membros.
5. PROBLEMAS MATEM ´ATICOS PARA A COMPETIC¸ ˜AO
5.1 Cada pa´ıs convidado poder ´a propor at ´e seis problemas `a comiss ˜ao organizadora. A data limite de entrega destes problemas ser ´a fixada por essa comiss ˜ao.
5.2 A comiss ˜ao organizadora ter ´a uma reserva de 18 problemas.
5.3 Os problemas versar ˜ao sobre os distintos campos da Matem ´atica da educac¸ ˜ao pr ´ e-universit ´aria e ser ˜ao variados relativamente ao n´ıvel de dificuldade e aos temas selec-cionados.
6. AS PROVAS
6.1 A competic¸ ˜ao constar ´a de duas provas escritas de quatro horas e meia de durac¸ ˜ao cada uma, que se realizar ˜ao em dois dias consecutivos. Cada prova constar ´a de trˆes problemas.
6.2 Cada concorrente trabalhar ´a individualmente. As respostas e soluc¸ ˜oes ser ˜ao dadas no papel previsto pela comiss ˜ao organizadora. Os ´unicos instrumentos que podem ser utilizados ser ˜ao os necess ´arios para escrever e desenhar. N ˜ao ´e permitida a utilizac¸ ˜ao de livros, apontamentos, tabelas e calculadoras.
6.3 Durante os primeiros trinta minutos de cada dia, a partir do in´ıcio das provas, os con-correntes poder ˜ao formular perguntas por escrito ao j ´uri. Estas perguntas dever ˜ao ser relativas a poss´ıveis esclarecimentos relativamente aos enunciados dos problemas. 7. J ´URI DAS OLIMP´IADAS
7.1 O desenrolar das olimp´ıadas ´e da responsabilidade do j ´uri internacional, que ser ´a for-mado pelos chefes das delegac¸ ˜oes participantes e por um membro designado pela comiss ˜ao organizadora, o qual o presidir ´a. O j ´uri internacional ´e a m ´axima autoridade das olimp´ıadas durante o decorrer das mesmas e das suas decis ˜oes n ˜ao haver ´a recurso. 7.2 A comiss ˜ao organizadora designar ´a uma equipa de coordenac¸ ˜ao. A func¸ ˜ao desta
equipa ´e a de coadjuvar a uma avaliac¸ ˜ao justa e uniforme das provas.
7.3 `As reuni ˜oes do j ´uri internacional, poder ˜ao assistir como assessores da presidˆencia, um vice-presidente e um secret ´ario designados pela comiss ˜ao organizadora, assim como o respons ´avel da equipa de coordenac¸ ˜ao.
7.4 Exceto os casos que tenham sido acordados previamente pela comiss ˜ao organizadora, os observadores, coordenadores e qualquer outra pessoa, devem obter autorizac¸ ˜ao do presidente para assistir `as reuni ˜oes do j ´uri. Os assistentes autorizados poder ˜ao falar, mas n ˜ao tˆem direito a voto.
7.5 Uma vez iniciada a prova do segundo dia, o professor tutor poder-se- ´a incorporar `as deliberac¸ ˜oes do j ´uri.
7.6 Nas reuni ˜oes do j ´uri cada chefe de delegac¸ ˜ao ou a pessoa que eventualmente o re-presente nas votac¸ ˜oes ter ´a um voto. Ao presidente do j ´uri compete exercer voto de qualidade nas votac¸ ˜oes em que se registe empate.
7.7 O j ´uri poder ´a formar subcomiss ˜oes com a finalidade de assessorar sobre aquelas quest ˜oes espec´ıficas para as quais tenham sido designadas.
7.8 O j ´uri dever ´a:
a) Selecionar entre os problemas propostos, os seis que formar ˜ao as provas. b) Decidir a formulac¸ ˜ao precisa dos enunciados dos problemas.
c) Decidir sobre poss´ıveis respostas `as perguntas que os participantes formulem durante os primeiros trinta minutos de cada prova.
d) Tomar decis ˜oes no caso em que haja diferenc¸ a de opini ˜oes entre a equipa de coordenac¸ ˜ao e o chefe de alguma delegac¸ ˜ao.
8. CLASSIFICAC¸ ˜AO DAS PROVAS
8.1 A comiss ˜ao organizadora designar ´a, dentro da equipa de coordenac¸ ˜ao, uma comiss ˜ao de coordenac¸ ˜ao para cada problema proposto, um de cujos membros figurar ´a como respons ´avel. Cada um destes tribunais estabelecer ´a as pautas para a classificac¸ ˜ao dos problemas e estas ser ˜ao apresentadas ao j ´uri para seu conhecimento, previamente `a classificac¸ ˜ao das provas.
8.2 A classificac¸ ˜ao de cada problema vale, no m ´aximo, 7 pontos.
8.3 As respostas dos estudantes chegar ˜ao aos chefes de delegac¸ ˜ao atrav ´es da comiss ˜ao organizadora, a qual guardar ´a fotoc ´opias de todos os exames de modo a garantir nor-mas de seguranc¸ a. As respostas dadas por um estudante ser ˜ao classificadas separada-mente pelo chefe de delegac¸ ˜ao do seu pa´ıs, auxiliado pelo tutor, e pela comiss ˜ao de coordenac¸ ˜ao. Para esta classificac¸ ˜ao devem ser seguidas as pautas previamente esta-belecidas pelas comiss ˜oes de coordenac¸ ˜ao e apresentadas para seu conhecimento ao j ´uri internacional.
8.4 Na classificac¸ ˜ao das provas o texto apresentado pelos estudantes dever ´a ser preservado de qualquer alterac¸ ˜ao.
8.5 O chefe de delegac¸ ˜ao e o tutor apresentar ˜ao perante a comiss ˜ao de cada proble-ma uproble-ma avaliac¸ ˜ao fundamentada da soluc¸ ˜ao de cada estudante da sua equipa. A comiss ˜ao do problema em quest ˜ao dever ´a estabelecer a classificac¸ ˜ao correspondente. Se o chefe de delegac¸ ˜ao e a comiss ˜ao n ˜ao chegarem a um acordo sobre a classificac¸ ˜ao de um problema em particular, intervir ´a o respons ´avel da equipa de coordenac¸ ˜ao. No caso de se manter o desacordo, este ser ´a levado ante o j ´uri internacional, o qual decidir ´a sobre a classificac¸ ˜ao.
8.6 A classificac¸ ˜ao acordada entre os respons ´aveis de cada pa´ıs e a comiss ˜ao de co-ordenac¸ ˜ao ser ´a guardada num documento assinado pelo chefe de delegac¸ ˜ao e pela comiss ˜ao do problema de que se trate.
8.7 Nas sess ˜oes de coordenac¸ ˜ao correspondentes `a delegac¸ ˜ao do pa´ıs organizador, dever ´a estar presente na qualidade de observador um chefe ou tutor de algum dos pa´ıses participantes distinto do pa´ıs sede.
9. PR ´EMIOS E DIPLOMAS
9.1 Atribuem-se medalhas de ouro, prata e bronze, e menc¸ ˜oes honrosas aos estudantes que tenham resolvido um problema perfeito mas n ˜ao obtenham a pontuac¸ ˜ao m´ınima necess ´aria para ganhar uma medalha.
9.2 O n ´umero total de medalhas de ouro, prata e bronze ser ´a aproximadamente metade do n ´umero total de participantes. A raz ˜ao entre as quantidades de medalhas de ouro, prata e bronze que se atribuem ser ´a aproximadamente de 1:2:3.
9.3 Cada participante receber ´a um diploma relativo `a sua participac¸ ˜ao.
9.4 As medalhas e diplomas ser ˜ao entregues numa cerim ´onia de encerramento. 10. SEMANA OL´IMPICA DE MATEM ´ATICA DA LUSOFONIA
A comiss ˜ao organizadora de cada edic¸ ˜ao das OML deve tamb ´em organizar uma reuni ˜ao matem ´atica (SEMANA OL´IMPICA DE MATEM ´ATICA DA LUSOFONIA) de alunos premiados nas Olimp´ıadas Nacionais e professores, com a oferta de cursos e conferˆencias de Matem ´atica e de outros assuntos julgados de interesse para a formac¸ ˜ao, bem como propiciar um mo-mento de reflex ˜ao e troca de experiˆencias entre os v ´arios pa´ıses. Esta semana, em princ´ıpio, decorrer ´a em simultˆaneo com as OML.
11. COMISS ˜AO INTERNACIONAL DAS OML
11.1 Para acompanhar o progresso do trabalho realizado em cada um dos pa´ıses existir ´a uma comiss ˜ao internacional das OML (CIOML) que ser ´a formada por um representante de cada pa´ıs de l´ıngua portuguesa.
11.2 A CIOML reunir ´a uma vez por ano, presencialmente ou atrav ´es das novas tecnologias de informac¸ ˜ao e comunicac¸ ˜ao.
11.3 A CIOML dever ´a trac¸ ar estrat ´egias de apoio aos trabalhos desenvolvidos nacionalmente, aprovar as comiss ˜oes que organizar ˜ao as Olimp´ıadas de Matem ´atica da Lusofonia ap ´os proposta do pa´ıs sede e estabelecer datas comuns para os eventos envolvidos.
12. DISPOSIC¸ ˜OES FINAIS
12.1 Qualquer quest ˜ao resultante de omiss ˜ao ou d ´uvidas de interpretac¸ ˜ao do presente regu-lamento ser ´a resolvida, caso a caso, pela comiss ˜ao internacional da OML.