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INFORME ECONÔMICO 12 de agosto de 2016

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INFORME ECONÔMICO

12 de agosto de 2016

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

A tendência é de moderação da atividade na Europa, bem como na China e nos EUA. Em sentido oposto, no Brasil os indicadores apresentam alguma reação.

Nos Estados Unidos, as vendas no varejo permaneceram estáveis em julho. O total das vendas no comércio em julho mostrou relativa estabilidade em comparação a junho. O resultado ficou abaixo da expectativa de elevação de 0,4% do mercado. O destaque negativo ficou por conta das vendas em postos de gasolina, com queda pronunciada de 2,7% frente ao mês anteriores. Por outro lado, as vendas de veículos seguem em expansão, com elevação de 1,1% após alta de 0,5% em junho na mesma comparação. Quando consideramos o grupo chamado controle, usado como uma aproximação para o consumo das famílias apurado pelo PIB, o terceiro trimestre começou com frustração, houve estabilidade frente a uma expectativa de alta de 0,3% na margem. Assim a cautela do Fed em relação à condução da política monetária vem sendo corroborada pelos dados correntes referentes à atividade econômica.

Na Europa, a primeira prévia do PIB referente ao segundo trimestre confirmou moderação frente ao resultado do primeiro trimestre. A despeito da surpresa positiva com o resultado do PIB alemão, alta de 0,4% ante frente a uma expectativa de mercado de 0,2%, a primeira leitura do PIB europeu registrou desaceleração frente o resultado do primeiro trimestre—0,3% em oposição a 0,6%, e em linha com o consenso de mercado. A principal surpresa baixista se deu no PIB italiano que permaneceu estável no segundo trimestre, contra expectativa de crescimento de 0,2%. França e Espanha já haviam divulgado o indicador mostrando estabilidade do PIB francês e alta de 0,7% no caso espanhol para o mesmo período. Para o terceiro trimestre, a expectativa baseada nos dados de confiança já divulgados é de que a desaceleração na Europa prossiga, registrando crescimento trimestral de 0,2%. Apesar do bom resultado na margem da produção industrial europeia em junho (0,6%), o resultado no segundo trimestre registrou contração de 0,4% frente a alta de 0,8% no primeiro trimestre do ano.

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Na China, os dados de atividade do mês de julho registraram leve moderação frente a expectativa do mercado. A produção industrial chinesa teve alta de 6,0% interanual, frente a 6,2% esperado pelo mercado e desacelerando frente ao mês anterior de 6,2%, ao passo que as vendas no varejo registraram desaceleração para 10,2% interanual frente a 10,6% em junho e expectativa de 10,5%. Nos dados relativos ao investimento (FAI), por outro lado, a desaceleração foi mais intensa registrando alta de 8,1% em julho frente a 9% no mês anterior na comparação interanual. Esse resultado ficou bem abaixo da expectativa do mercado que esperava uma desaceleração apenas marginal, mantendo-se ainda em 8,9%. A desaceleração nos investimentos se deu nos seus diversos segmentos - manufatura, setor imobiliário e infraestrutura desaceleraram frente ao resultado de junho. Apesar da surpresa ligeiramente negativa, a desaceleração da atividade no primeiro mês do segundo semestre é compatível com o crescimento do PIB em torno de 6,6%, em linha com a meta de crescimento do governo chinês para 2016, entre 6,5% e 7,0% ao ano. No que diz respeito à inflação, o índice de preços ao consumidor (CPI) apresentou desaceleração no mês de julho, agora em 1,8% na comparação interanual, graças a moderação nos preços alimentícios, 3,3% ante 7,6% no primeiro trimestre, na mesma base de comparação. Por sua vez, os preços ao produtor (PPI), seguem em terreno negativo porém com menor intensidade ( –1,7%).

Nas economias emergentes o destaque foi a manutenção das taxas de juros em diversos bancos centrais. Na América Latina, a decisão foi de manutenção no México (em 4,25%), no Chile (em 3,50%) e no Peru (também em 4,25%). No México, apesar da inflação bem comportada e próxima da meta (de 3,0%) o Banxico mantém o discurso de cautela quanto à desvalorização do peso

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e seu impacto na inflação - apesar de considerar que os riscos de baixa para atividade também aumentaram. No Chile, bem como no Peru, a inflação segue em desaceleração desde o início do ano chegando ao teto da meta do banco central, de 4,0% e 3,0%, respectivamente. Entre os emergentes asiáticos os bancos centrais também tiveram a decisão pela manutenção na Índia e na Coreia do Sul - em 6,50% e 1,25% respectivamente - ambos, no entanto, se defrontam com cenários opostos quanto à inflação. Enquanto na Índia o índice de preços tem se mantido próximo ao limite da meta do banco central - em 6,07% interanual no mês de julho, dada a meta de 6,0% perseguida -, na Coreia a inflação segue persistentemente baixa, em 0,7% interanual no mês de julho em contraste com a meta central de 3,0% para a inflação.

No Brasil, os últimos indicadores referentes à atividade econômica do segundo trimestre corroboram expectativa de mais um recuo do PIB no período, no entanto, dados de julho seguem reforçando cenário de retomada. A pesquisa mensal do comércio ampliada (incluindo veículos) mostrou ligeiro recuou de 0,2% em junho na comparação com o mês anterior e 8,4% na comparação interanual. Já o conceito restrito do varejo (excluindo veículos) registrou ligeira alta no período, de 0,1% na margem e 5,3% ante o mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi ligeiramente superior ao esperado, mas ainda sinalizou uma atividade varejista ainda bastante fraca. Na mesma direção, a pesquisa mensal do setor de serviços (PMS) indicou retração no setor em ritmo inferior ao verificado em maio, -3,4% na comparação interanual em junho ante -6,1% em maio. Assim, a atividade econômica no 2º trimestre medida pelo PIB deve recuar 0,6% na margem, intensificando a contração em relação ao 1º trimestre (-0,3%). No entanto, dados referentes a julho indicam alguma retomada do nível de atividade.

Inflação de julho (0,52%) medida pelo IPCA ficou acima do esperado (0,45%) com dinâmica dispersa nos preços de serviços e bens. Chuvas atípicas prejudicaram a produção de alguns cereais e provocaram uma forte elevação nos preços desses produtos ao consumidor. Destaca-se a alta de 150% nos preços do feijão desde o início do ano - com impacto de quaDestaca-se 60 p.b. na inflação cheia medida pelo IPCA do período. Além do feijão, as variações climáticas provocadas pelo evento La Nina afetaram outras culturas como sucroalcooleiro e produtos in natura. Com isso, o grupo alimentação no domicílio acumula alta de 10,7% no ano até julho. Vale destacar que a maior parte dos efeitos climáticos sobre a oferta agrícola já foi repassada aos preços ao consumidor e, assim, esperamos uma acomodação nos preços desse grupo ao longo dos próximos meses. No entanto, a recomposição da oferta agrícola só deverá ocorrer no início do próximo ano e, consequentemente, a volta desses preços para patamares mais baixos só deverá correr em 2017. Além da pressão dos preços de alimentos, os índices de inflação ainda refletem o movimento de depreciação cambial,

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notadamente a inflação dos bens duráveis (2,3%). Por outro lado, a inflação do setor de serviços segue em desaceleração, passando de 8,1% no fechamento de 2015 para 7,3% em julho no acumulado de 12 meses. Em síntese, a despeito da persistência da inflação cheia em patamar elevado, 8,74% nos últimos 12 meses até julho, está em curso uma mudança bastante significativa em sua composição e, especialmente, a natureza de seu impulsionador. Se no passado recente a permanência em níveis baixos da taxa de desemprego sustentou a inflação de serviços em patamares bem superiores a meta, e ajudando a propagar choques, atualmente a distensão no mercado de trabalho é suficiente para trazer a inflação de serviços para níveis mais compatíveis com a meta de inflação de 4,5% e, na ausência de choques e com certa estabilidade da taxa de câmbio, é possível vislumbra um cenário de convergência da inflação para meta no próximo ano.

Na próxima semana, o destaque fica por conta da divulgação da publicação da ata do FED e da primeira prévia para o PIB japonês. Nos EUA, o FED publicará na quarta feira a ata da reunião do comitê de política monetária dos dias 26 e 27 de julho. Além disso serão divulgados os dados de construção de casa, índice de preços ao consumidor e produção industrial, todos referentes ao mês de julho. No Japão, será divulgado no domingo o PIB do segundo trimestre, para o qual a expectativa é de uma moderação do crescimento frente o primeiro trimestre. Ainda no âmbito global, os dados de inflação na Europa serão publicados na sexta feira. No Brasil, a expectativa é de que sejam divulgados os dados de arrecadação federal e de criação de empregos formais para o mês de julho, ao longo da semana.

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As opiniões, estimativas e previsões apresentadas neste relatório constituem o nosso julgamento e estão sujeitas a mu-danças sem aviso prévio, assim como as perspectivas para os mercados financeiros, que são baseadas nas condições atuais de mercado. Acreditamos que as informações apresentadas aqui são confiáveis, mas não garantimos a sua exati-dão e informamos que podem estar apresentadas de maneira resumida. Este material não tem intenção de ser uma

ofer-Tel.: 2178-6600

economia@bram.bradesco.com.br Material produzido em 12/08/2016 às 13h00

Outras edições estão disponíveis no Site: www.bradescoasset.com.br, item “Informações aos Investidores”/”Nossa visão”/ “Informativos de Macroeconomia”.

MARCELO CIRNE DE TOLEDO

Economista Chefe

marcelotoledo@bram.bradesco.com.br

ANA PAULA ALMEIDA

ana.almeida@bradesco.com.br

ANDRE NASCIMENTO NOGGERINI

andrenoggerini@bram.bradesco.com.br

DANIEL XAVIER FRANCISCO

danielxavier@bram.bradesco.com.br

HUGO RIBAS DA COSTA

hugo@bram.bradesco.com.br

JOSE LUCIANO DA SILVA COSTA

lucianocosta@bram.bradesco.com.br

MARIANNE KOMORI GEHRINGER

marianne.e.komori@bram.bradesco.com.br

THIAGO NEVES PEREIRA

Referências

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