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Dissertação - Fernanda Almeida Santos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EVOLUTIVA – PPG BIOEVOL

FERNANDA ALMEIDA SANTOS

EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA ALAR EM TRÊS FAMÍLIAS DE MORCEGOS NEOTROPICAIS

GUARAPUAVA 2018

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FERNANDA ALMEIDA SANTOS

EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA ALAR EM TRÊS FAMÍLIAS DE MORCEGOS NEOTROPICAIS

GUARAPUAVA 2018

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Biologia Evolutiva pela Universidade Estadual do Centro-Oeste.

Orientador: Prof. Dr. João M. D. Miranda Co-orientador: Prof. Dr. Marcelo Costa

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SUMÁRIO

RESUMO ... 7 ABSTRACT ... 8 1. INTRODUÇÃO ... 9 2. MATERIAL E MÉTODOS ... 13 2.1 ESPÉCIES ANALISADAS ... 13

2.2 CAPTURA DOS MORCEGOS E AQUISIÇÃO DOS DADOS MORFOMÉTRICOS ...14

2.3 FILOGENIA ... 16

2.4 ANÁLISE DOS DADOS ... 17

3. RESULTADOS ... 19

4. DISCUSSÃO ... 27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 30

6. REFERÊNCIAS ... 31

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AGRADECIMENTOS

Sou tão grata que palavras não são o bastante para expressar minha imensa gratidão por tudo e por todos em minha vida!

Agradeço primeiramente a Deus, por proporcionar a mim todas as conquistas e objetivos que alcancei em todos esses anos na minha vida acadêmica, sem ele não sou nada!

Agradeço à minha família, minha mãe Reni, irmã Daniela e pai Luiz Carlos, por me compreenderem nos meus momentos mais neuróticos e sempre me animarem nos momentos depressivos. Devo agradecimento especial à minha mãe, minha guerreira, que lutou e luta bravamente todos os dias para que eu chegasse onde cheguei, sempre será meu maior exemplo, minha fortaleza!

Agradeço aos meus orientadores!

Ao professor João, por todos esses anos me mostrando o caminho, me ensinando, auxiliando, sempre com paciência, compartilhando um pouco de seu conhecimento comigo! Espero ter correspondido às expectativas!

Ao professor Marcelo, que me auxiliou muito nesses dois anos de mestrado, me ensinou tudo o que eu precisava saber para adentrar ao mundo desconhecido da morfometria geométrica! Agradeço imensamente, pois sem ele nada disso seria possível!

Agradeço a minha instituição, a Universidade Estadual do Centro-Oeste, por ter me cedido a chance de cursar um curso tão maravilhoso, realizando o meu sonho e me tornando professora e bióloga, e ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva, pela oportunidade de cursar o mestrado e continuar minha vida acadêmica.

Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pela bolsa de estudos concedida, tornando possível a dedicação exclusiva ao meu projeto de mestrado.

Agradeço aos colegas de laboratório, pelas conversas, risadas, café (mesmo que eu não tomasse), trabalhos compartilhados, dúvidas sanadas e conhecimento

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transmitido! Foi uma honra participar deste laboratório e ter conhecido tantas pessoas especiais!

Agradeço aos meus colegas de turma de mestrado 2016/2018, pois juntos compartilhamos vários receios, mas também várias conquistas, desejo muito sucesso a todos.

Enfim, quero agradecer imensamente a todos, pois nada se faz sozinho, e eu tive a sorte grande de contar com pessoas maravilhosas, que contribuíram profundamente para minha formação humana e acadêmica. Lembrarei com carinho de todos!

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“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”.

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RESUMO

Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar, e a forma de suas asas pode restringir ou permitir a exploração dos ambientes e a realização de diferentes modos de forrageio. A variação da forma e do tamanho das asas pode ter sido conservada dentro das linhagens ou pode ser resultado de homoplasia. Deste modo, o objetivo do estudo foi analisar a maior influência na forma e no tamanho das asas dos morcegos ao longo da evolução, a conservação morfológica na história evolutiva ou um processo seletivo convergente resultando em homoplasia. Foram analisados 121 indivíduos de 22 espécies em três famílias de morcegos neotropicais (Vespertilionidae, Molossidae e Phyllostomidae). Foi utilizada a morfometria geométrica para analisar a forma alar a partir de 11 marcos anatômicos inseridos nas imagens da asa esquerda de cada indivíduo. Utilizou-se o tamanho do centroide das configurações como medida do tamanho dos espécimes. Eliminaram-se os efeitos de posição, tamanho e orientação das coordenadas por uma Análise Generalizada de Procrustes (GPA). Uma matriz de variância e covariância foi extraída das médias das coordenadas para cada espécie e foram submetidas à Análise de Componentes Principais (PCA). Uma filogenia de Chiroptera foi podada para conter somente as espécies analisadas. A história filogenética da forma alar foi visualizada projetando a filogenia no morfoespaço definido pelos dois primeiros componentes principais. A reconstrução dos caracteres ancestrais foi realizada utilizando o método squared-change parsimony, e o sinal filogenético foi testado por permutação para os dados de forma e de tamanho. Regressões Múltiplas por Quadrados Mínimos Ordinários foram utilizadas para testar a relação entre a forma e o tamanho corporal, o uso do espaço e a dieta, usando para isso os dados brutos e os contrastes filogenéticos independentes. Os dois primeiros PCs representaram 84,7% de toda a variação na forma alar dos morcegos analisados. O PC1 apresenta um gradiente que vai de asas mais largas na porção negativa, até asas mais estreitas na porção positiva do eixo. O PC2 apresenta um gradiente de asas mais curtas e arredondadas na porção negativa a asas mais longas e de pontas triangulares na porção positiva. A forma da asa apresentou sinal filogenético (p=0,0641), indicando que a morfologia está intimamente ligada à história evolutiva, porém, o tamanho corporal não apresentou sinal filogenético. A reconstrução dos caracteres ancestrais da forma alar apontou as espécies de Vespertilionidae como as mais semelhantes ao ancestral em comum. Molossidae apresentou espécies com asas estreitas, enquanto que em Phyllostomidae apresentaram asas largas em relação ao ancestral. A reconstrução dos caracteres ancestrais de tamanho demonstrou que a maioria das espécies manteve o padrão de tamanho do ancestral, ocorrendo variações em Vespertilionidae e Phyllostomidae. Para os dados brutos, houve relação da forma da asa com os fatores tamanho (p=0,0425), uso do espaço (p=0,0391) e dieta (p=0,0001), porém, quando retirada a autocorrelação filogenética essas relações não foram significativas. Os morcegos mantiveram a base da forma alar dos ancestrais ao longo da evolução, sendo que esta forma foi pouco influenciada por fatores como tamanho, dieta e uso do espaço.

Palavras-chave: Chiroptera, Filogenia, História evolutiva, Morfometria Geométrica, Sinal filogenético.

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ABSTRACT

Bats are the only mammals that flying, and their wings shape may restrict or allow the exploration of environments and performing different ways of foraging modes. This shape variation may have been conserved within lineages or may be result of homoplasy. In this way the objective of this work was to analyze what most influenced the wing shape of the bats along the evolution, whether it was a morphological conservation in evolutionary history of the clades or a convergent selective process generating homoplasy. Were used photos of 121 individuals belonging to 22 species within 3 neotropical bat families (Vespertilionidae, Molossidae and Phyllostomidae). Geometric morphometry was used to extract information of wing shape from 11 anatomical landmarks were inserted in the images of left wings of each individual. Effects of position, size and orientation of the coordinates were eliminated through a Generalized Procrustes Analysis (GPA). A variance and covariance matrix was extracted from means for each species and then subjected to a Principal Component Analysis (PCA). A Chiroptera phylogeny was pruned to contain only species analyzed. Wing form phylogenetic history was then visualized projecting the phylogeny in the morphospace defined by the first two main components. Reconstruction of ancestral characters was performed using squared-change parsimony method and phylogenetic signal was tested by permutation for shape and size data. Ordinary Least Square were used to test the relationship between body shape and size, space use and diet, using raw data and phylogenetic independent contrasts. The first two PCs represented 84.7% of all the variation in wing shape of the bats analyzed. PC1 presents a gradient ranging from more large wings on negative portion to narrower wings on the axis positive portion. PC2 presents a gradient from shorter and rounded wings on the axis negative portion and longer wings and triangular tips on positive portion. Wing shape presents a phylogenetic signal (p=0,0641), indicating that the morphology is closely linked to phylogenetic history of the species, but body size does not presented a phylogenetic signal. Ancestral characters reconstruction of wings form demonstrated Vespertilionidae as being closest to common ancestor. Molossidae had their wings narrowed, while in Phyllostomidae were widened compared to the common ancestor. Reconstruction of ancestral characters of size showed that most species maintained the same size pattern of the ancestral in common, with some variations occurring in Vespertilionidae and Phyllostomidae. For the raw data, there was relation of the wing shape with the factors size (p=0,0425), space use (p=0,0391) and diet (p=0,0001), however, there was no relation using data without phylogenetic influence. Bats maintained a base of the ancestral wing's shape throughout the evolution, and this form was little influenced by factors such as size, diet and use of space.

Key words: Chiroptera, Evolutionary history, Geometric morphometrics, Phylogeny, Phylogenetic signal.

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1. INTRODUÇÃO

Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade para o voo, estes possuem seus membros anteriores modificados em asas, possuindo o polegar livre e os demais dedos e respectivos metacarpos ligados por uma membrana que forma a superfície da asa (HILDEBRAND; GOSLOW, 2006). O voo permite o forrageio e deslocamento em áreas grandes e de difícil acesso a animais não voadores (NORBERG, 1994). Este método de locomoção mostra-se sensível as variações na complexidade da estrutura do hábitat (McENZIE; ROLFE, 1986), sendo que as espécies podem diferir em termos de morfologia alar e ocuparem ambientes distintos (KALKO; HANDLEY, 2001). Assim, algumas espécies podem utilizar com maior frequência o dossel da floresta, sub-dossel, sub-bosque e áreas abertas (FLEMING et al., 1972), dependendo da sua capacidade de manobrar. As espécies com maior capacidade de manobra tendem utilizar áreas florestais e ambientes complexos, já espécies com menor manobrabilidade tendem a utilizar áreas abertas, com menor obstrução (HIXON et al., 2012).

De acordo com hipóteses propostas por Norberg (1981), a manobrabilidade depende da forma da asa, o que influencia o uso do hábitat e o modo de forrageamento dos vertebrados voadores. Nesse contexto, morcegos que possuem asas mais largas com pontas arredondadas são mais manobráveis, enquanto que os morcegos que possuem asas mais estreitas com pontas triangulares não são tão manobráveis (NORBERG; RAYNER, 1987). No entanto, trabalhos atuais como por exemplo, o de Marciente et. al. (2015) demonstram que o uso do espaço pelos morcegos pode variar de acordo com o nível de obstrução da floresta e dieta das espécies, afetando assim, seu modo de forrageio, de modo que, a maneira pela qual os morcegos usam o espaço florestal não está somente ligada à forma alar. A partir dos resultados de estudos recentes pode-se indicar que essa hipótese não pode ser generalizada, portanto, o estudo da forma e tamanho da asa em relação ao uso do hábitat pode auxiliar a entender a dinâmica de voo desses animais.

A morfometria é uma ferramenta utilizada para analisar a forma e o tamanho das espécies (MONTEIRO; REIS, 1999). Os estudos morfométricos são distinguidos em dois tipos básicos, os que utilizam morfometria linear e aqueles que usam morfometria geométrica. A morfometria linear, ou tradicional, utiliza medidas lineares (distâncias), áreas e associação destas (ângulos e razões), tomadas nas estruturas de um objeto ou organismo (ROHLF; MARCUS, 1993). No entanto, esta abordagem

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carece de retenção geométrica do objeto, o que levou ao desenvolvimento da morfometria geométrica (COOKE; TERHUNE, 2015). A morfometria geométrica descreve e localiza regiões de variações na forma através da posição e deslocamento de marcos anatômicos (FORNEL, 2005). Este método fornece várias vantagens, como: preserva as dimensões do objeto; capacidade de abordar um número maior e diferentes tipos de questões de pesquisa; permite visualizar diferenças de forma no espaço físico do organismo; melhora a capacidade de interpretação dentro de um quadro evolutivo, funcional ou ontogenético; apresenta os resultados de forma visual, e possui um poderoso conjunto de ferramentas para quantificar e testar aspectos de variação e covariação de formas (ROHLF; MARCUS, 1993; BOGDANOWICZ, 2005; BAAB, 2012).

Os marcos anatômicos, utilizados na morfometria geométrica, são pontos precisamente definidos em um espécime, cuja posição é gravada por um conjunto de coordenadas x e y, para dados bidimensionais ou x, y e z, para dados tridimensionais (BAAB, 2012). Estes pontos são escolhidos de modo que possam cobrir toda a estrutura sob estudo em detalhamento anatômico suficiente (KLINGENBERG, 2010). Com estas coordenadas marcadas, as estruturas morfológicas são amostradas permitindo identificar e comparar variações inter e intraespecíficas de forma (RODRIGUES; SANTOS, 1999).

A forma de um objeto pode ser matematicamente definida como todas as características geométricas de um objeto, exceto seu tamanho, posição e orientação (KLINGENBERG, 2010). Esta definição matemática é amplamente utilizada para entender as causas da variação morfológica das espécies, onde vários fatores, genéticos ou ambientais, podem gerar transformação morfológica, sendo assim, as diferenças de forma podem indicar respostas a pressões seletivas e a diferenças nos processos de crescimento e morfogênese (ZELDITCH et al., 2004). No contexto da morfometria geométrica, o tamanho de uma estrutura é estimado pelo tamanho do centroide de uma configuração de marcos. O centroide é caracterizado como o ponto médio ou centro de massa de uma configuração de marcos e o tamanho do centroide é obtido calculando a raiz quadrada da soma das distâncias quadradas de um grupo de pontos até o seu centroide (MONTEIRO; REIS, 1999).

Para extrair apenas a informação da forma da estrutura estudada, a partir dos marcos anatômicos, utiliza-se a Análise Generalizada de Procrustes (GPA) a qual retira os efeitos do tamanho, posição e orientação das coordenadas dos dados

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(KLINGENBERG, 2011). A GPA faz a otimização via método de quadrados mínimos para os parâmetros de translação e rotação (ADAMS et al., 2004). Para retirar o efeito de posição, os centroides de cada configuração são movidos para a origem por translação, depois o efeito de posição é retirado através da proporcionalização do centroide para um tamanho em comum e, finalmente, as configurações são rotacionadas para remover o efeito de orientação (MONTEIRO; REIS, 1999; FORNEL; CORDEIRO-ESTRELA, 2012).

A morfometria geométrica tem sido utilizada para analisar a forma de estruturas de vários organismos, como: ossos de primatas (ALMÉCIJA et al., 2015), crânio de dinossauros terápodes (FOTH; RAUHUT, 2012), crânio de anfíbios (IVANOVIC et al., 2012), membros anteriores (MARTÍN-SERRA et al., 2014) e mandíbula de carnívoros (MELORO et al. 2011) e finalmente, para morcegos, sendo usada para medir o dimorfismo sexual (CAMARGO; OLIVEIRA, 2012), para testar relações evolutivas (BOGDANOWICZ et al., 2005), para testar a eficiência dos métodos clássicos de morfometria e da morfometria geométrica (SCHIMIEDER et al. 2015) e medir a variação na forma do crânio (BORNHOLDT et al., 2008). Portanto, esses trabalhos demonstram, através da morfometria geométrica, as variações ocorrentes na morfologia de várias estruturas em organismos de vários grupos.

Espécies podem apresentar grandes semelhanças morfológicas em estruturas específicas, inclusive nas asas dos morcegos. Essas semelhanças podem ser resultado da herança filogenética entre os taxa, sendo portanto, homologias ou podem ser produto de um processo seletivo convergente que gera um padrão de homoplasia. Segundo Edward Lankester (1847-1929) a homoplasia indica estruturas que não surgem por uma continuidade hereditária, mas por ação modeladora do ambiente (FARIA, 2015). Atualmente, homoplasia é definida como semelhanças da forma e/ou da função, que surgem independentemente em duas ou mais linhagens durante o curso da evolução (FARIA, 2015).

A ocorrência de homoplasia pode ser identificada dentro de um grupo testando-se a existência ou não de sinal filogenético. O sinal filogenético é definido como o grau com o qual a relação filogenética está associada com a semelhança fenotípica, sendo assim, um forte sinal filogenético indica que táxons estreitamente relacionados são fenotipicamente mais semelhantes do que táxons que são filogeneticamente mais distantes (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2011). Estes sinais são diluídos por processos que conduzem à homoplasia, como reversões,

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evolução paralela, e convergência, sendo assim, é esperado que o grau de homoplasia em dados morfométricos seja negativamente associado com a força do sinal filogenético (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2011).

Para mapear dados para características fenotípicas a uma árvore filogenética conhecida utilizam-se alguns métodos comparativos, um deles é o método dos contrastes filogenéticos independentes (Phylogenetically Independents Contrasts – PIC). Este método foi criado por Felsenstein (1985) para perceber a evolução correlacionada, onde uma mudança em uma característica está associada à mudança em outra (PRICE, 1997). Este método separa a variação entre as espécies em partes independentes e, em seguida, dá a essas partes a mesma variância esperada, assumindo assim que a evolução de caracteres ao longo dos ramos pode ser modelada como um processo de movimento browniano (FELSENSTEIN, 1985), sendo a solução encontrada para a não independência de dados filogenéticos. Este procedimento resulta em n – 1 contrastes de n espécies, que após serem dimensionados para ter uma mesma variância observada, podem ser usados em análises como regressão e correlação (GARLAND, et al. 1992).

Deste modo, o objetivo desse trabalho foi analisar a evolução da morfologia alar de morcegos de três famílias neotropicais. Como objetivos específicos são elencados: (1) Analisar a variação da forma da asa nas espécies de morcego; (2) Elucidar qual mecanismo, herança filogenética ou homoplasia, mais influência a morfologia alar (tamanho e forma); (3) Gerar um cenário evolutivo da morfologia da asa de morcegos através da reconstrução dos caracteres ancestrais; (4) Analisar se fatores ecológicos (hábito alimentar e uso do espaço) estão influenciando na morfologia alar dos morcegos.

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2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 ESPÉCIES ANALISADAS

Foram analisados 119 indivíduos, pertencentes a 22 espécies, coletados em fragmentos de Mata Atlântica do estado do Paraná e Santa Catarina. Os espécimes coletados abrangem as famílias Phyllostomidae, Vespertilionidae e Molossidae (Tabela 1, Figura 1) e encontram-se tombados na Coleção Científica de Mamíferos da Universidade Federal do Paraná (Anexo 1). Os dados de uso do espaço para 20 espécies foram obtidos de Pereira (2015), para Tadarida brasiliensis de Canals et. al. (2001) e para Vampyressa pusilla de Carvalho et al. (2013). Os dados de hábitos alimentares para Tadarida brasiliensis foram obtidos de Hubel et. al. (2012), para

Vampyressa pusilla de Gardner (1977) e para as espécies restantes utilizou-se os

hábitos alimentares predominantes retirados de Reis (2007) Bandeira (2015) (Tabela 1).

Tabela 1. Espécies de morcegos utilizadas no estudo, número de indivíduos analisados e dados de uso do espaço e dieta de cada espécie. Siglas = AA = Área Aberta; D = dossel; G = Generalista; SB = sub-bosque; INS = insetívoro; NEC = nectarívoro; FRU = frugívoro; CAR = carnívoro; HEM = hematófago.

Táxon N

Uso do

espaço Dieta Vespertilionidae

Eptesicus furinalis (d’Orbigny & Gervais, 1847) 15 SB INS

Eptesicus taddeii Miranda, Bernardi & Passos, 2006 4 SB/D INS

Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) 17 G INS

Lasiurus blossevillii (Lesson & Garnot, 1826) 2 SB INS

Lasiurus cinereus (Beauvois, 1796) 1 AA INS

Lasiurus ega (Gervais, 1856) 1 AA INS

Myotis albescens (É. Geoffroy, 1806) 1 AA INS

Myotis izecksohni Moratelli, Peracchi, Dias &

Oliveira, 2011

10 AA INS

Myotis ruber (É. Geoffroy, 1806) 1 SB INS

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2.2 CAPTURA DOS MORCEGOS E AQUISIÇÃO DOS DADOS MORFOMÉTRICOS

A captura dos morcegos foi realizada em projetos de inventariamento desenvolvidos pelo Laboratório de Biodiversidade de Mamíferos do Sul do Brasil da UNICENTRO, em fragmentos florestais nas cidades de Guarapuava e Pinhão, no Estado do Paraná, e em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina. Para a captura dos animais foram utilizadas redes de neblina, instaladas no sub-bosque e dossel florestal nos fragmentos. Os animais utilizados no presente estudo fazem parte do material testemunho coletado nos inventários. Estes foram fotografados com câmera digital logo após a eutanásia, pois assim ocorre a extensão total das superfícies alares, o que não ocorre com animais fixados em via seca ou úmida provenientes de museu ou coleções científicas. Para isso, cada morcego teve suas superfícies alares distendidas sobre um papel milimetrado e fixadas com auxílio de alfinetes. Para algumas espécies, apenas um indivíduo foi coletado, por isso assume-se neste estudo que os indivíduos utilizados são representativos das referidas espécies.

Anoura caudifer (É. Geoffroy, 1818) 2 D NEC

Artibeus fimbriatus Gray, 1838 1 D FRU

Artibeus lituratus (Olfers, 1818) 6 D/A FRU

Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) 6 AA FRU

Chrotopterus auritus (Peters, 1856) 4 SB CAR

Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) 6 SB HEM

Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) 3 D/A FRU

Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810) 27 AA FRU

Sturnira tildae De la Torre, 1959 2 AA FRU

Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) 1 D FRU

Molossidae

Molossus molossus (Pallas, 1766) 7 D INS

Molossus rufus É. Geoffroy, 1805 2 D INS

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Figura 1. Exemplares das famílias de morcegos ocorrentes na Mata Atlântica analisadas neste estudo. A = Myotis izecksohni, Família Vespertilionidae; B = Molossus molossus, Família Molossidae; C = Carollia perspicillata, Família Phyllostomidae.

Para obtenção dos dados morfométricos foram inseridos 11 marcos anatômicos em conexões dos ossos da asa esquerda de cada indivíduo (Figura 2) utilizando o programa TPSDig2 versão 2.30 (ROHLF, 2015). Foram realizadas três marcações pela mesma pessoa, em dias diferentes, e a medida de erro foi analisada pela Análise de Variância de Procrustes (KLINGENBERG; MCINTYRE, 1998). Para eliminar os efeitos de posição, orientação e tamanho, as coordenadas foram sobrepostas por Análise Generalizada de Procrustes (GPA), no programa MorphoJ versão 1.06d (KLINGENBERG, 2011). O tamanho foi estimado com base no

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tamanho do centroide, que é obtido pela raiz quadrada da soma das distâncias quadradas de um grupo de pontos até o centroide (MONTEIRO; REIS, 1999).

Figura 2. A = Morfologia externa da asa de um indivíduo da espécie Sturnira lilium. B = Marcos anatômicos marcados na asa esquerda de cada indivíduo.

2.3 FILOGENIA

A filogenia utilizada nas análises foi construída por Binninda-Emonds et al. (2007), modificada por Fritz et al. (2009), sendo esta baseada em caracteres morfológicos. Esta árvore foi podada usando o programa R versão 2.15.1 (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012), abrangendo apenas as espécies utilizadas no presente estudo (Tabela 1). Myotis izecksohni e E. taddeii não estavam presentes na filogenia de Fritz et al. (2009), assim, a primeira foi inserida em uma politomia com as demais espécies do gênero Myotis e a segunda foi inserida como espécie irmã de

E. furinalis a outra única espécie do mesmo gênero. A filogenia resultante (Figura 3)

foi utilizada para mapear os dados de forma por squared-change parsimony (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2010) e para calcular os contrastes filogenéticos independentes (FELSENSTEIN, 1985).

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Figura 3. Filogenia modificada por Fritz et al. (2009) e podada para representar as 22 espécies utilizadas no presente estudo.

2.4 ANÁLISE DOS DADOS

Para analisar a variação de forma entre as espécies foi utilizada a Análise de Componentes Principais (Principal Components Analysis – PCA) sobre a matriz de variância-covariância das médias das coordenadas alinhadas pelo GPA para cada espécie. Para reconstruir e analisar a mudança evolutiva na forma das asas, os dados de forma foram mapeados na filogenia utilizando o método de

squared-change parsimony (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2010) e a filogenia foi

projetada no morfoespaço gerado pela PCA para visualizar a história filogenética das características morfométricas. O método squared-change parsimony minimiza a soma das distâncias ao quadrado no morfoespaço entre cada nó e os nós ao qual

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são conectados aos ramos da árvore filogenética (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2010).

Para analisar o sinal filogenético na forma e no tamanho das asas foi utilizado um teste de permutação com 10.000 interações, o qual troca aleatoriamente os valores morfométricos entre os táxons terminais da filogenia, inserindo os dados morfométricos permutados para a filogenia, e calculando o comprimento total da árvore em unidades de distância morfométrica (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2010). A hipótese nula de ausência de sinal filogenético é rejeitada se menos de cinco por cento das permutações resultam em comprimento menor ou igual ao valor obtido pelos dados originais (BRUSSATTE et al. 2012). O sinal filogenético significativo indica que as formas ou os tamanhos das espécies intimamente relacionadas tendem a ser mais similares entre si, do que as formas das espécies que têm relação mais distante filogeneticamente (KLINGENBERG; GIDASZEWSKI, 2010). Dessa forma, quando ocorre sinal filogenético é possível visualizar que espécies próximas filogeneticamente estão agrupadas no morfoespaço, enquanto espécies com distância filogenética maior apresentam maior distanciamento no morfoespaço.

Um cenário evolutivo da forma da asa pode ser graficamente visualizado através da reconstrução dos caracteres ancestrais. As formas alares dos ancestrais hipotéticos dos nós internos da filogenia foram reconstruídas usando o método

squared-change parsimony com peso e a árvore filogenética enraizada. Esta

reconstrução gráfica da forma foi realizada com o intuito de comparar a mudança evolutiva entre: (1) o ancestral de cada família com o ancestral em comum de todas as espécies analisadas e (2) as espécies estudadas com o ancestral de cada família.

As análises utilizadas para testar a relação da forma com o uso do espaço e com a dieta foram baseadas no método de Morgan e Álvarez (2013) e foram realizadas através de Regressões Múltiplas por Quadrados Mínimos Ordinários (Ordinary Least Square – OLS). As regressões múltiplas relacionando forma alar e tamanho foram baseadas na metodologia de Klingenberg e Marugán-Lobón (2013).

Para uso do espaço foram criadas seis categorias e para dieta foram criadas cinco categorias (Tabela 1), todas representadas por variáveis dummy. As regressões foram feitas utilizando-se os dados brutos (OLS) e os contrastes independentes filogenéticos (PIC), para levar em conta a falta de independência

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esperada entre as amostras resultantes da estrutura filogenética (FELSENSTEIN, 1985; ROHLF, 2001). A significância da regressão foi avaliada utilizando testes de permutação (10.000 rodadas). A quantidade de variação explicada por cada modelo de regressão foi expressa como uma porcentagem da variação total, calculada usando a métrica Procrustes (DRAKE; KLINGENBERG, 2008). Todas as análises foram realizadas utilizando o programa MorphoJ (KLINGENBERG, 2011).

3. RESULTADOS

Não houve diferença no nível de medida de erro na inserção dos marcos anatômicos em relação a variação individual (F2124; 4284 = 771,1; p < 0,001). Os dados

de tamanho não apresentaram sinal filogenético (comprimento da árvore: 0,1064, p < 0,0641), sendo que as espécies analisadas variaram em tamanho , desde o vespertilionídeo Myotis izecksohni até o filostomídeo Chrotopterus auritus. Além disso, nota-se através da reconstrução dos caracteres ancestrais que o ancestral hipotético em comum apresentou um valor de 1,10 para o tamanho do centroide logaritmizado, sendo que a maior parte das espécies manteve esse padrão estando na faixa de valores entre 1 e 1,20 para o tamanho do centroide. Apenas as espécies

M. albescens e M. izecksohni apresentaram valores abaixo desta faixa, enquanto

que as espécies do gênero Artibeus e C. auritus apresentaram valores acima (Figura 4).

Quanto à análise da forma, os dois primeiros componentes principais representaram 84,7% (PC1= 69,3%; PC2= 15,4%) de toda a variação na forma alar dos morcegos analisados. O primeiro componente principal (PC1) foi influenciando pelos marcos localizados no cotovelo e nas pontas dos dígitos III, IV e V e apresenta gradiente de asas mais largas na porção negativa, até asas mais estreitas na porção positiva (Figura 5). Pygoderma bilabiatum apresentou o extremo de asas largas, enquanto M. molossus apresentou as asas mais estreitas (Figura 5). O segundo componente principal (PC2), por sua vez foi influenciado por marcos da ponta do dígito III e no cotovelo. O PC2 representou mudanças na ponta e no comprimento da asa, apresentando gradiente desde asas mais curtas e arredondadas na porção negativa do PC2 e asas mais longas e de pontas triangulares na porção positiva (Figura 5). Pode-se também perceber que o PC1 separa Phyllostomidae na porção negativa e as famílias Vespertilionidae e Molossidae na porção positiva. O PC2 por

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sua vez separa Vespertilionidae na porção positiva dos Molossidae na porção negativa do eixo (Figura 5). De acordo com os testes de permutação, os dados de forma apresentaram sinal filogenético significativo (comprimento da árvore: 0,0542, p< 0,0001).

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Figura 4. Reconstrução dos caracteres ancestrais do tamanho corporal de morcegos de três famílias neotropicais utilizando a filogenia de Fritz et. al. (2009). Valores do tamanho do centroide transformados em log. Cores = Azul = Vespertilionidae; Verde = Molossidae; Vermelho = Phyllostomidae. Siglas = An_ca= Anoura caudifer; Ar_fi= Artibeus fimbriatus; Ar_lt= Artibeus lituratus; Ch_au= Chrotopterus auritus; Ca_pe= Carollia perspicillata; De_ro= Desmodus rotundus; Ep_fu= Eptesicus furinalis; Ep_ta= Eptesicus taddeii; Hi_ve= Histiotus velatus; La_bl= Lasiurus blossevillii; La_ci= Lasiurus cinereus; La_eg= Lasiurus ega; My_al= Myotis albescens; My_iz= Myotis izecksohni; My_ru= Mytois ruber; Ml_mo= Molossus molossus; Ml_ru= Molossus rufus; Py_bi= Pygoderma bilabiatum; St_li= Sturnira lilium; St_ti= Sturnira tildae; Ta_br= Tadarida brasiliensis.

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Figura 5. Morfoespaço em duas dimensões da forma alar de morcegos de três famílias neotropicais, baseado nos dois primeiros eixos da Análise de Componentes Principais. Cores = Azul = Vespertilionidae; Verde = Molossidae; Vermelho = Phyllostomidae. Siglas = An_ca= Anoura caudifer; Ar_fi= Artibeus fimbriatus; Ar_lt= Artibeus lituratus; Ch_au= Chrotopterus auritus; Ca_pe= Carollia perspicillata; De_ro= Desmodus rotundus; Ep_fu= Eptesicus furinalis; Ep_ta= Eptesicus taddeii;Hi_ve= Histiotus velatus; La_bl= Lasiurus blossevillii; La_ci= Lasiurus cinereus; La_eg= Lasiurus ega; My_al= Myotis albescens; My_iz= Myotis izecksohni; My_ru= Mytois ruber; Ml_mo= Molossus molossus; Ml_ru= Molossus rufus; Py_bi= Pygoderma bilabiatum; St_li= Sturnira lilium; St_ti= Sturnira tildae; Ta_br= Tadarida brasiliensis.

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Na reconstrução dos caracteres ancestrais, comparando-se a forma do ancestral hipotético em comum com os ancestrais de cada família, percebem-se três tendências morfológicas: (1) os Vespertilionidae permanecem semelhantes ao ancestral; (2) os Molossidae evoluíram no sentido de apresentar asas mais estreitas com pontas triangulares e alongadas; (3) e os Phyllostomidae tenderam a apresentar asas mais largas e de pontas mais arredondadas (Figura 6).

Comparando-se a forma do ancestral dos Vespertilionidae com os táxons terminais desta família, percebe-se que a maior parte das espécies conservou a forma geral do ancestral, porém, M. izecksohni evoluiu asas mais curtas e largas, enquanto L. ega e L. cinereus evoluíram asas mais estreitas e longas que o ancestral (Figura 7). Na família Molossidae a tendência da asa se tornar mais estreita permanece em Molossus spp., estreitando suas asas em relação ao ancestral da família. Já T. brasiliensis manteve a forma geral, alterando apenas a forma da ponta da asa (Figura 7). Já a família Phyllostomidae apresentou maior variação quanto às tendências evolutivas na forma das asas. Enquanto algumas espécies mantiveram a tendência da família e alargaram suas asas (P. bilabiatum,

S. tildae, C. auritus e D. rotundus), outras tenderam a reverter a tendência da

família, apresentando asas mais estreitas (V. pussilla e A. caudifer). Em outra tendência algumas espécies evoluíram asas mais curtas (P. bilabiatum, C.

perspicillata e D. rotundus). Ainda, V. pussilla apresentou asas mais longas e A. fimbriatus apresentou modificação na ponta da asa (Figura 7).

As regressões foram significativas entre a forma das asas e o tamanho, uso do espaço e dieta, porém, quando os dados foram corrigidos pelos contrastes filogenéticos independentes (PICs) não houve significância (Tabela 3).

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Tabela 3. Regressões realizadas utilizando dados brutos e contrastes filogenéticos independentes (PICs) relacionando dados de forma, tamanho, dieta e uso do espaço de morcegos de três famílias neotripicais.

Regressão Dados Brutos (OLS) PICs

Variação explicada Valor de p Variação explicada Valor de p Forma X Tamanho 14,5% 0,0425 1,94% 0,8975

Forma X Uso do espaço 45,4% 0,0391 32,85% 0,2611

Forma X Dieta 67% 0,0001 27,8% 0,09

Figura 6. Reconstrução dos caracteres ancestrais da forma da asa de morcegos coletados na Mata Atlântica. Linhas pretas = forma da asa dos ancestrais das famílias; linhas cinzas = forma da asa do ancestral em comum.

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Figura 7. Reconstrução dos caracteres ancestrais da forma da asa de morcegos coletados na Mata Atlântica. Linhas pretas = forma da asa da espécie; linhas cinzas = forma da asa do ancestral.

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Figura 7. (continuação) Reconstrução dos caracteres ancestrais da forma da asa de morcegos coletados na Mata Atlântica. Linhas pretas = forma da asa da espécie; linhas cinzas = forma da asa do ancestral.

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4. DISCUSSÃO

Para as 22 espécies analisadas observa-se a existência de sinal filogenético, o que indica influência da história evolutiva na forma das asas. Entretanto, o mesmo padrão não foi observado para o tamanho. Este resultado pode significar pouca influência de fatores externos na construção da forma alar dos morcegos atuais, ou seja, as espécies conservaram as formas das asas ao longo do tempo. Porém, mesmo mantendo a forma das asas ao longo da evolução, percebem-se modificações concentradas principalmente na largura e na ponta da asa, variações estas que contribuem com mudanças na capacidade de manobra, nos tipos de voo e de forrageio das espécies ao longo do tempo.

Vespertilionidae reteve as características ancestrais, sugerindo que o ancestral destes morcegos também tenha sido insetívoro (SIMMONS et al., 2008). Pelo fato de que grande parte das espécies desta família manteve este hábito alimentar, com exceção de espécies piscívoras, houve a manutenção da forma de forrageio e com isso, mantendo a forma alar do ancestral. Enquanto isso, as outras duas famílias sofreram modificações em suas asas em relação ao ancestral em comum. As espécies da família Molossidae mantiveram o hábito alimentar do ancestral, são insetívoros, especializaram-se na caça de presas aéreas, evoluindo asas mais estreitas e possuindo voo rápido e pouco manobrável (NORBERG; RAYNER, 1987; CANALS et al., 2005, HIXON et al., 2012).

As espécies de Phyllostomidae tiveram suas asas alargadas, tendo seus dígitos IV e V mais alongados. Essa é a família de morcegos que mais se diferenciou em termos de hábito alimentar, nela podem-se encontrar morcegos insetívoros, frugívoros, nectarívoros, hematófagos, onívoros e nectarívoros/palinívoros (WETTERER et al., 2000). Os filostomídeos possuem as asas mais largas e arredondadas, dispondo de grande capacidade de manobra, podendo até pairar, no caso dos nectarívoros (NORBERG; RAYNER, 1987; CANALS et al., 2005; MARINELLO; BERNARD, 2014). Além disso, os filostomídeos são os maiores morcegos em tamanho, podendo-se relacionar seu tamanho maior com suas asas largas. Sendo assim, dentre as três famílias é a que mais se diferenciou do ancestral basal, mudando sua forma alar e hábitos alimentares.

A partir da comparação entre as espécies e os ancestrais das famílias notou-se a diferença entre as espécies e até entre os gêneros. Os vespertilionídeos tem a

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morfologia muito próxima ao ancestral basal, talvez por não terem sofrido pressões seletivas que exigissem mudanças, mantendo os mesmos hábitos alimentares e estratégia de forrageio do ancestral basal. Porém, algumas espécies possuem formas alares diferenciadas como as espécies do gênero Lasiurus. Lasiurus

cinereus e L. ega com suas asas estreitas, possuem modificações para voos mais

rápidos e menos manobráveis, forrageando em áreas abertas (NORBERG; RAYNER, 1987).

O ancestral dos molossídeos também manteve o hábito alimentar do ancestral em comum, no entanto, esta família se especializou ainda mais na caça a presas móveis levando a um estreitamento das asas (CANALS et al., 2005). Porém,

T. brasiliensis acabou diferenciando-se, tendo suas asas alargadas, possibilitando a

esta espécie voos rápidos e a utilização de espaços abertos (CANALS et al., 2001). Na família Phyllostomidae, as duas espécies do gênero Artibeus apresentaram diferenças. Enquanto A. lituratus manteve a forma ancestral, A.

fimbriatus desenvolveu asas mais arredondadas. Essa variação pode sugerir que

estas pequenas modificações ocorreram em razão da ligeira diferença no uso do hábitat, já que A. fimbriatus utiliza sub-dossel e dossel para forragear (SILVA, 2009), e deve realizar manobras mais eficientes. Por outro lado A. lituratus é uma espécie mais generalista em questão de uso de espaço (LIM; ENGSTROM, 2001; CARVALHO et al. 2013). Anoura caudifer e V. pusilla fugiram ao padrão de alargamento das asas dos filostomídeos, desenvolvendo asas até mais estreitas que o ancestral hipotético em comum, devendo-se talvez ao seu pequeno tamanho corporal com relação às demais espécies da família. Anoura caudifer ainda possui a morfologia modificada em razão de seu hábito alimentar, a nectarívoria. Este morcego é capaz de pairar no ar para se alimentar do néctar das flores (NORBERG; RAYNER, 1987) e talvez, a influência deste hábito alimentar levou à diferenciação em relação ao ancestral da família.

Houve também modificações nas espécies desta família em favor de um maior alargamento das asas como em C. auritus, P. bilabiatum, S. tildae e S. lilium. Essa última espécie assemelha-se mais ao ancestral do que S. tildae, que possui asas mais largas, sugerindo-se então que dentre as duas espécies do mesmo gênero, S. tildae se diferenciou mais, podendo esta espécie realizar manobras eficientemente e ocupar ambientes mais fechados. Observando-se os dois gêneros,

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desenvolvendo asas mais largas, A. fimbriatus e S. tildae, tornando-se mais manobráveis.

Carollia perspicillata, C. auritus e P. bilabiatum são filostomídeos que

possuem o mesmo padrão de mudanças na forma alar e com suas asas largas e arredondadas, são muito manobráveis podendo ocorrer em áreas de vegetação densa (MARCIENTE et al., 2015). Além disso, C. auritus, difere das outras duas espécies por possuir hábito alimentar carnívoro e voo lento e manobrável, utilizando ambientes florestais para se deslocar (NORBERG; RAYNER, 1987). Desmodus

rotundus possui, além da forma alar diferenciada, um hábito alimentar incomum,

sendo a única espécie hematófaga a ser analisada. Evolutivamente D. rotundus sofreu modificações em suas asas, tornando-as relativamente mais curtas em relação às outras espécies sem efeito do tamanho, possuindo um voo rápido, retilíneo e pouco manobrável (GREENHALL et al.,1983; NORBERG; RAYNER, 1987).

Percebeu-se a partir dos resultados das regressões que quando o efeito filogenético está atuando, variáveis como tamanho, dieta e uso do espaço têm relação com a forma alar, explicando uma grande porcentagem na variação do dados. Porém, ao se retirar o efeito da filogenia, nenhuma das variáveis testadas se relacionou à forma alar, explicando uma pequena porcentagem da variação nos dados. Isso quer dizer que ao longo da evolução, mesmo que tenham ocorrido algumas mudanças na forma de algumas espécies relacionadas aos fatores citados, de modo geral, o tamanho, a dieta e o uso do espaço influenciaram pouco a forma alar dos morcegos.

As hipóteses sobre a relação uso do espaço, dieta (modo de forrageio) e a forma alar vêm sendo veiculadas no campo da morfologia alar desde a década de 80, porém, ainda não foram devidamente testadas. Marciente et al. (2015) descobriram que o uso do espaço pelos morcegos não dependeria apenas da forma da asa, mas também da variação no tamanho, do modo de forrageio e da dieta, sendo que a estratégia de forrageamento e dieta seriam mais capazes de prever o uso do espaço do que apenas as características morfológicas.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma alar dos morcegos foi conservada ao longo da evolução, sendo que as principais mudanças ocorreram no início da irradiação dos morcegos e podem ser observadas entre as famílias, duas famílias diferenciando-se e uma retendo a forma do ancestral em comum. A partir dos ancestrais das famílias as mudanças ficaram limitadas, com as espécies modernas em geral mantendo a forma alar dos seus ancestrais. Além disso, sem a influência da filogenia, fatores como tamanho, uso do espaço e dieta têm pouca influência na forma alar dos morcegos, sendo assim os padrões existentes para morfologia alar estão mais ligados à herança filogenética, às características herdadas, do que aos demais fatores analisados.

Aponta-se a necessidade da inclusão de mais espécies para este tipo de análise, podendo-se em trabalhos futuros analisar-se as famílias independentemente, uma vez que para o grupo ao todo ocorre a existência de sinal filogenético, podendo não acontecer dentro das famílias. Uma condição para se trabalhar com mais espécies é de que os espécimes devem estar frescos, para que ocorra a completa extensão das asas dos indivíduos e para que informações de forma não sejam perdidas.

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6. REFERÊNCIAS

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ANEXO 1 – Números dos Tombos. Números de tombo dos indivíduos depositados na Coleção Científica de Mamíferos da Universidade Federal do Paraná.

A. caudifer 2073, 2176 A. fimbriatus 2083 A. lituratus 2058, 2080, 2175, 2177, 2180-1 C. auritus 2065, 2067, 2074, 2084 C. perspicillata 2169, 2171, 2063, 2066, 2068, 2071-2 D. rotundus 2077-8, 2081-2, 2131, 2158 E. furinalis 2075, 2110, 2117, 2123, 2127, 2135, 2160-1, 2164-6, 2172, 2184, 2159 E. taddeii 2076, 2108, 2118, 2111 H. velatus 2057, 2061, 2070, 2085, 2109, 2115-6, 2151, 2137-47 L. blossevillii 2128-9 L. cinereus 2079 L. ega 2130 M. albescens 2122 M. izecksohni 2069, 2113, 2114, 2125, 2132, 2150, 2136, 2148-9, 2173, 2179 M. molossus 2107, 2183 M. ruber 2112 M. rufus 2120, 2126 P. bilabiatum 2064, 2121, 2124

(37)

37 S. lilium 2055-6, 2059, 2060, 2062, 2087-91, 2102-6, 2119, 2152-7, 2162-3, 2167-8, 2178, 2182 S. tildae 2133-4 S.tildae 2086 V. pusilla 2170

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