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Doenças respiratórias ocupacionais: um estudo ecológico comparativo do risco em Santa Catarina e no Brasil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CAROLINA SCHUSLER ALVES

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS:

UM ESTUDO ECOLÓGICO COMPARATIVO DO RISCO EM SANTA CATARINA E NO BRASIL

Florianópolis 2018

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CAROLINA SCHUSLER ALVES

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS:

UM ESTUDO ECOLÓGICO COMPARATIVO DO RISCO EM SANTA CATARINA E NO BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Flávio Ricardo Liberali Magajewski

Florianópolis 2018

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CAROLINA SCHUSLER ALVES

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS:

UM ESTUDO ECOLÓGICO COMPARATIVO DO RISCO EM SANTA CATARINA E NO BRASIL

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 13 de setembro de 2018.

______________________________________________________ Professor e orientador Flávio Ricardo Liberali Magajewski, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Professor José Humberto Dias de Tôledo, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Nome do Professor, Dr./Ms./Bel./Lic

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À minha família por todo o incentivo e suporte durante a elaboração deste trabalho e em todo o curso de especialização, assim como, em toda a minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à minha família por todo o apoio, carinho e amor incondicional em todos os momentos da minha vida. Especialmente a minha mãe Denise, que esteve comigo durante toda esta caminhada, sempre me incentivando, inclusive nos momentos mais difíceis. Ao meu pai Carlos, que mesmo não estando mais entre nós, continua sempre presente servindo de inspiração e força em minha vida, e que, junto de minha mãe, de tudo fez para conduzir minha educação e formação pessoal e profissional da melhor forma possível. E à minha irmã Camila, pela amizade, sinceridade, momentos de descontração, risadas, e pelo companheirismo de sempre.

Agradeço, também, à minha colega de classe e amiga Ana Cláudia, pela parceria, suporte e amizade, pela disponibilidade de sempre ajudar e trocar ideias, e cuja presença ajudou a tornar meus sábados de aula mais agradáveis; e a todos os meus demais colegas que de alguma forma fizeram a diferença nesses dois anos.

Agradeço, ainda, ao meu professor orientador Flávio, por toda a atenção, orientação e paciência durante a elaboração deste trabalho, e pela transmissão de conhecimento e experiências. E ao professor José Humberto, por todo suporte, ajuda e compreensão com todos os alunos durante todo o andamento do curso. Por fim, agradeço também a todos os professores do curso pelos ensinamentos, conhecimentos e por ajudar na formação de mais uma Engenheira de Segurança do Trabalho.

Muito obrigada!

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“Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.” (Érico Veríssimo).

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RESUMO

Em todo o mundo, o trabalho tem grande impacto sobre a saúde do trabalhador, que está submetido a riscos causadores, não só de acidentes, mas também de doenças ocupacionais, diagnosticadas ao se constatar o nexo causal com o trabalho. As doenças respiratórias ocupacionais estão entre as doenças que mais provocam afastamentos e incapacidade para o trabalho, e caracterizam-se principalmente pelo contato direto do aparelho respiratório com o ambiente exposto a riscos, geralmente os químicos. Sendo assim, conhecer esse cenário e como ele tem evoluído, através de análises precisas e bases de dados confiáveis, é fundamental para que haja a priorização de medidas de orientação, prevenção e controle das doenças, bem como para a elaboração de políticas públicas eficazes. Então, o presente trabalho teve como objetivo, investigar os registros oficiais de ocorrência de doenças respiratórias ocupacionais em Santa Catarina, entre os anos de 2009 a 2016, e compará-las com as do restante do Brasil, utilizando-se de gráficos, tabelas e indicadores de incidência. Esutilizando-ses dados foram coletados da bautilizando-se de dados da Previdência Social, e após analisados apresentaram a Asma, as Doenças pulmonares obstrutivas crônicas e a Tuberculose, como as mais prevalentes em Santa Catarina e Brasil, sendo que a primeira se mostrou expressivamente alta no estado em relação ao país com indicador de incidência para todo o período de 2,5 (por 100.000 vínculos). No entanto, houve tendência de redução das taxas de risco para a grande maioria das doenças respiratórias tanto em Santa Catarina quanto no Brasil no decorrer do período estudado. Ao se analisar a correlação dessas doenças com as doenças ocupacionais das atividades econômicas, a Fabricação de produtos alimentícios em geral e a atividade de Extração de carvão mineral em Santa Catarina foram as atividades com maior relação com as doenças respiratórias. As doenças respiratórias ocupacionais, quando comparadas com o conjunto das outras doenças do trabalho, apresentaram uma proporção muito baixa em relação ao total (em torno de 0,36%).

Palavras-chave: Doenças Ocupacionais, Doenças Respiratórias, Indicadores de Incidência, Previdência Social.

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ABSTRACT

Throughout the world, the work activity has a major impact on the worker health, who is subjected to risks that can cause, not only accidents, but also occupational diseases, diagnosed when the causal link with work is found. Occupational respiratory diseases are among the diseases that cause the most sick leaves and incapacity to work, which are characterized mainly by the direct contact of the respiratory system with the environment exposed to risks, usually the chemical ones. Therefore, knowing this scenario and how it has evolved, through accurate analyzes and reliable databases, it is fundamental to prioritize measures of orientation, prevention and control of diseases, as well as for the development of effective public policies. The objective of this study was to investigate the official records of the occurrence of occupational respiratory diseases in Santa Catarina from 2009 to 2016 and to compare them with the rest of Brazil using graphs, tables and incidence indicators. These data were collected from the Social Security database and after analyzed they presented Asthma, Chronic Obstructive Pulmonary Diseases and Tuberculosis as the most prevalent in Santa Catarina and Brazil, but the first one was significantly expressive in the state in relation to the country with an indicator of incidence for the entire period of 2.5 (per 100,000 links). However, there was a tendency to reduce the risk rates for the majority of respiratory diseases in both Santa Catarina and Brazil during the period studied. When analyzing the correlation of these diseases with the occupational diseases of the economic activities, the Manufacture of foodstuffs in general and the activity of Extraction of mineral coal in Santa Catarina were the activities with greater relation with the respiratory diseases. Occupational respiratory diseases when compared to all the other occupational diseases presented a very low proportion in relation to the total (around 0.36%).

Keywords: Occupational Diseases, Respiratory Tract Diseases, Incidence Indicators, Social Security

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Distribuição proporcional (%) de Acidentes de Trabalho segundo motivo/situação. Santa Catarina, 2009-2016. ... 22 Gráfico 2 - Distribuição proporcional (%) de Acidentes de Trabalho segundo motivo/situação. Brasil, 2009-2016. ... 23 Gráfico 3 – Evolução temporal das taxas de acidentes de trabalho segundo motivo/situação e ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 24 Gráfico 4- Distribuição proporcional de acidentes de trabalho (taxa x 1.000 trab.) segundo os Capítulos da CID. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 25 Gráfico 5 - Distribuição proporcional de acidentes de trabalho (%) segundo os Capítulos da CID. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 26 Gráfico 6 – Proporção percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Santa Catarina, 2009-2016. ... 26 Gráfico 7 – Proporção percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Brasil, 2009-2016. ... 27 Gráfico 8 – Evolução Temporal da distribuição absoluta e percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Santa Catarina, 2009-2016. ... 27 Gráfico 9 – Proporção percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de doenças respiratórias registradas no país. Brasil, 2009-2016. ... 29 Gráfico 10 –Proporção percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total do país segundo agrupamentos da CID-10. Brasil, 2009-2016. ... 29 Gráfico 11 – Frequência absoluta e relação percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de ocorrências do Brasil segundo ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 30 Gráfico 12 – Frequência proporcional (taxa x100.000) e relação percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de ocorrências do Brasil segundo ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 31 Gráfico 13 – Proporção percentual das ocorrências de doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total segundo os dez CIDs de maior incidência. Brasil, 2009-2016... 32 Gráfico 14 – Frequência proporcional (taxa x 100.000) das doenças respiratórias de Santa Catarina e do Brasil segundos dez CIDs de maior incidência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 33

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Gráfico 15 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Santa Catarina, 2009-2016. ... 34 Gráfico 16 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Brasil, 2009-2016. ... 35 Gráfico 17 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias de Santa Catarina e do Brasil segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 35 Gráfico 18 – Proporção percentual dos registros dos dez CIDs de doenças respiratórias com maior incidência segundo motivo/situação. Santa Catarina, 2009-2016. ... 36 Gráfico 19 – Proporção percentual dos registros dos dez CIDs de doenças respiratórias com maior incidência segundo motivo / situação. Brasil, 2009-2016. ... 37 Gráfico 20 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) de doenças ocupacionais segundo o ano de ocorrência e os dez CNAEs com maior incidência. Santa Catarina, 2009-2016. ... 39 Gráfico 21 - Evolução temporal das taxas (x 100.000) de doenças ocupacionais segundo o ano de ocorrência e os dez CNAEs com maior incidência. Brasil, 2009-2016 ... 40 Gráfico 22 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças ocupacionais de Santa Catarina e do Brasil segundo o ano de ocorrência e os dez CNAEs com maior incidência. Brasil, 2009-2016. ... 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frequência absoluta e proporcional (taxas x 100.000 e %) das ocorrências ocupacionais segundo os 10 CID de Doenças Respiratórias Ocupacionais mais incidentes. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 32 Tabela 2 – Frequência absoluta e proporcional (taxas x 100.000 e %) da ocorrência de doenças ocupacionais segundo as dez atividades econômicas mais incidentes. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. ... 38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 12

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 13

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DE PESQUISA ... 14

1.3 OBJETIVOS ... 15 1.3.1 Objetivo Geral ... 15 1.3.2 Objetivos Específicos... 15 2 METODOLOGIA ... 17 2.1 TIPO DE PESQUISA ... 17 2.2 CAMPO DE PESQUISA ... 17 2.3 MÉTODO DE PESQUISA ... 18 2.4 BASE DE DADOS ... 19 3 RESULTADOS E ANÁLISE ... 21

3.1 MOTIVOS DE ACIDENTES DE TRABALHO ... 22

3.2 ACIDENTES DE TRABALHO POR CID... 24

3.3 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS ... 28

3.4 CARACTERIZAÇÃO POR CID ... 31

3.5 CARACTERIZAÇÃO POR CNAE ... 37

4 DISCUSSÃO ... 42

5 CONCLUSÃO ... 49

REFERÊNCIAS ... 50

APÊNDICE A – VÍNCULOS MÉDIOS EMPREGATÍCIOS ... 53

APÊNDICE B - DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS ... 54

APÊNDICE C – DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E AGENTES CAUSADORES ... 56

APÊNDICE D – ATIVIDADES ECONÔMICAS E RISCOS ... 57

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1 INTRODUÇÃO

“Perde menos quem faz gestão”. É o que sugere Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira (2014) no site da Previdência Social, quando disserta sobre o que seria a terceira geração da saúde do trabalhador, referindo-se assim, à gestão de todos os fatores de sucesso de uma empresa. Ou seja, no panorama atual, as empresas precisam, além de produzir em menos tempo, com menor custo e com qualidade, produzir sem contaminar o ambiente e sem adoecer o seu trabalhador.

A população economicamente ativa do Brasil, que segundo a OIT correspondeu no ano de 2017 a 62,4% da população total, está sujeita à riscos, que além de ameaçar a saúde dos trabalhadores, tem impacto e implicações éticas, técnicas, legais, sociais e econômicas. Neste contexto, é crescente a valorização dos aspectos positivos e promotores de saúde, visto que, a preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores constitui um dos problemas mais importantes atualmente, provocando interesse não só dos empregadores, mas também dos diversos atores sociais: governo, trabalhadores, sindicatos, etc.

Esses riscos a que os trabalhadores estão sujeitos, não só são específicos de cada atividade laboral, mas também estão se modificando à medida que a organização do trabalho amplia a relação trabalho/saúde, e à medida que as condições de trabalho são alteradas com a utilização de novas tecnologias, novos processos de trabalho, terceirizações, etc. Essas mudanças provocam alterações no perfil de morbidade causada pelo trabalho: doenças clássicas tendem a diminuir e outras doenças relacionadas com o trabalho ganham foco, como por exemplo doenças cardiovasculares, distúrbios mentais, estresse, câncer... (MENDES & DIAS, 1991).

Ainda que reconhecidamente evitáveis, as doenças ocupacionais ainda têm responsabilidade em grande parte da morbidade da população trabalhadora, podendo causar incapacidade e até mesmo a morte. (SOUZA et al., 2008). Trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como consequência da sua profissão ou pelas condições adversas em que realizam sua atividade.

Assim, a relação causal com o trabalho se dá de quatro diferentes formas: doenças comuns sem relação com a atividade laboral, doenças comuns eventualmente modificadas pelo aumento da sua frequência ou precocidade e sob determinadas condições de trabalho, doenças comuns que tem risco de origem ampliados pelo trabalho, e agravos à saúde específicos, como os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. (MENDES & DIAS, 1999 apud Ministério da Saúde, 2001).

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Dentre as doenças ocupacionais mais graves e comuns, estão as doenças ocupacionais que afetam o sistema respiratório. Elas figuram como uma das principais causas de incapacidade para o trabalho e afastamentos, e caracterizam-se geralmente pelo contato direto do aparelho respiratório com o meio-ambiente. Em 2008, elas tiveram coeficiente de prevalência de 9,92 por 10.000 vínculos empregatícios (ILDELFONSO et al., 2009).

Exemplos dessas doenças são a asma brônquica e a bronquite aguda, que podem ter sua origem ampliada pela atividade laboral, e doenças tipicamente profissionais, como a silicose (pneumoconiose devido à poeira da sílica), a asbestose (pneumoconiose devido à poeira do asbesto), o câncer de pulmão, o derrame pleural, etc., muitas delas graves e irreversíveis.

Nota-se que, pela relação direta com o trabalho, muitas vezes essas doenças são facilmente evitáveis, visto que basta prevenir e controlar de maneira eficaz os agentes ambientais de risco no local de trabalho. Mas enquanto isto não ocorrer de forma generalizada, permanecem como condições associadas a significativo impacto ocupacional, previdenciário e social.

Tendo isso em mente, este trabalho se propõe a esclarecer a realidade sobre as doenças respiratórias ocupacionais, utilizando-se de estatísticas e registros de ocorrências para compor um elenco de informações e assim uma visão de parte da realidade da saúde ocupacional em Santa Catarina e no Brasil.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

O presente trabalho teve como tema principal as doenças respiratórias ocupacionais, e foi concebido como uma comparação estatística da evolução temporal do número de ocorrências das mesmas no estado de Santa Catarina com o resto do Brasil entre os anos de 2009 e 2016, utilizando-se de gráficos, tabelas e indicadores.

Como pressuposto, se limitou a realizar a pesquisa e o processamento de dados provenientes de fontes secundárias confiáveis e oficiais, sem contato e levantamento de informações diretamente com a população da pesquisa, ou seja, com os trabalhadores expostos. Limitou-se também, em decorrência da metodologia utilizada, a fazer apenas conclusões acerca dos resultados obtidos, em relação a possíveis causas e consequências, deixando ao leitor espaço para a reflexão sobre mudanças e melhorias que possam alterar positivamente esses resultados.

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1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DE PESQUISA

A prática da saúde ocupacional assenta-se sobre a concepção de que o processo saúde-doença é multicausal, onde os fatores de risco do adoecer e do morrer são considerados com o mesmo valor ou potencial de agressão ao homem (MENDES & DIAS, 1991).

Deste modo, o presente trabalho justifica-se por si só, pois aborda fatores e possibilidades de risco do adoecer e do morrer de 62,4% da população brasileira e 53,7% da população catarinense (população trabalhadora) (OIT, 2017). Além disto, para que mudanças positivas possam ocorrer nesse cenário, é preciso saber com precisão quais as condições de trabalho e a situação da saúde dos trabalhadores, o que pode ser esclarecido com a pesquisa de dados de afastamento por acidentes e doenças ocupacionais e qual foi sua evolução temporal no período de interesse.

O conhecimento do conjunto de informações, análises e resultados que este trabalho apresentou pode contribuir para a elaboração de políticas de intervenção, a prevenção efetiva dessas doenças com a implantação de estratégias que previnam a exposição ao risco, a avaliação e atualização dos graus de riscos das empresas, e um acompanhamento da eficácia dos investimentos e medidas tomadas para a melhoria dessas condições de trabalho com o decorrer do tempo, além da priorização para doenças mais ocorrentes.

Ademais, o trabalho justifica-se pela geração e estruturação de conhecimento do assunto, tanto de sua teoria quanto de sua relevância e abrangência. Estimulando, assim, os investimentos, estudos e atenção ao tema.

Segundo Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira (2014):

“(...) cenário bom é aquele que há menos riscos (probabilidades) combinado com baixas perdas (mercadológicas, corporativas, hominais, econômicas, ambientais, patrimoniais).”

No ano de 2000, de acordo com os autores Ildefonso et al. (2009), os riscos no ambiente de trabalho foram associados a aproximadamente 850.000 mortes em todo o mundo, resultando em 24 milhões de anos potenciais de vida saudável perdidos. Já no Brasil, de acordo com a OIT, em 2011, a cada 100.000 trabalhadores afetados por esses riscos, 7,4 tiveram consequências fatais.

Quando se olha mais especificamente para as doenças respiratórias ocupacionais, estima-se queos fatores de risco presentes no trabalho foram responsáveis, no mundo, por 13%

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dos casos de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), 11% de asma e 9% de câncer de pulmão. (ILDELFONSO et al., 2009).

Conforme os mesmos autores (ILDELFONSO et al., 2009):

“As DRs agudas são as afecções mais comuns da humanidade e as principais responsáveis por absenteísmo nas escolas e no trabalho. As DRs crônicas apenas são superadas pelas doenças cardiovasculares como causa de aposentadoria por incapacidade. O câncer pulmonar mata mais pessoas a cada ano do que qualquer outro tipo de neoplasia.”

Portanto, percebe-se que há uma insuficiência no modelo atual de saúde ocupacional, que se encontra ainda em processo de evolução e que deve ainda considerar a multicausalidade do processo saúde-doença, ou seja, o nexo causal (MENDES & DIAS, 1991).

Percebe-se ainda, que apesar da ciência já acumulada e da gravidade do problema, não há um sistema único e eficaz para controle e monitoramento desse problema no Brasil, como há em outros países programas de vigilância epidemiológica específicos para doenças ocupacionais, por exemplo. Ou seja, no Brasil ainda não temos uma visão real da situação de adoecimento ocupacional em termos quantitativos.

Com base nisto, o problema de pesquisa baseou-se no questionamento: Qual a prevalência das doenças respiratórias ocupacionais dos trabalhadores catarinenses e brasileiros, considerando sua evolução temporal em termos quantitativos? A busca da resposta para este problema de pesquisa compôs os objetivos deste estudo.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Investigar os registros oficiais de ocorrência de doenças respiratórias ocupacionais em Santa Catarina e compará-las com o resto do Brasil no período de 2009 a 2016, sob a ótica da estatística.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para a consecução do objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

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a) Pesquisar, coletar e processar dados estatísticos referentes às ocorrências de doenças respiratórias ocupacionais em Santa Catarina e no Brasil em base de dados confiável e oficial;

b) Detalhar a distribuição da incidência dessas ocorrências por CID;

c) Analisar e comparar a evolução temporal e global dos dados referentes à Santa Catarina com os do Brasil, através de gráficos, tabelas e indicadores, durante o período determinado;

d) Discutir e concluir acerca dos resultados obtidos e sobre possíveis causas da situação da saúde respiratória dos trabalhadores catarinenses e brasileiros.

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2 METODOLOGIA

2.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Antônio Carlos Gil (2002 apud TÔLEDO, 2018), do ponto de vista metodológico, pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico e que possui um caráter pragmático, ou seja, um processo escolhido para se resolver ou entender determinado problema. Diversos são os tipos de pesquisa, suas classificações e etapas, que definem uma metodologia a ser utilizada. Deste modo, faz-se necessário caracterizar a metodologia do presente trabalho para melhor clareza e planejamento de como os objetivos serão alcançados.

Esta pesquisa foi delineada como um estudo observacional de tipo ecológico com abordagem quantitativa e utilização de epidemiologia descritiva. Em seu desenvolvimento a partir do capítulo 3, a pesquisa é de natureza básica e tem abordagem quantitativa, já que privilegiou o uso da estatística e valorizou a magnitude dos fenômenos estudados. Além disso, também pode ser classificada como uma pesquisa descritiva (do ponto de vista de seus objetivos) e documental, já que são utilizados procedimentos técnicos de coleta de dados em fonte secundária; com objetivo de analisar e correlacionar aspectos que envolvem fatos, sem manipulá-los, para descobrir com precisão, a frequência, natureza e características de determinado fenômeno, neste caso, as doenças respiratórias ocupacionais (CERVO & BERVIAN, 1983 apud HEERDT & LEONEL, 2007).

Porém, de acordo com Gil (2002 apud HEERDT & LEONEL, 2007), há pesquisas que embora sejam classificadas como descritivas, com base em seus objetivos, servem também para proporcionar uma nova visão e familiaridade com o problema, aproximando-as das exploratórias; caso que também caracteriza a pesquisa em estudo, como por exemplo ao se discutir e comparar os resultados no capítulo 4, utilizando-se também de pesquisa bibliográfica para esclarecer o tema.

2.2 CAMPO DE PESQUISA

 Fonte de dados: trata-se de uma fonte secundária de dados, pois foram utilizados documentos oficiais, fontes estatísticas, publicações governamentais, que já se encontram disponíveis e já foram objetos de estudo e análise; como por exemplo a base de dados AEAT Infologo da Previdência Social.

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 População-alvo: foram estudados os trabalhadores catarinenses e brasileiros com vínculo empregatício formal (Consolidação das Leis do Trabalho - CLT) diagnosticados com doença respiratória ocupacional, entre os anos de 2009 e 2016.

2.3 MÉTODO DE PESQUISA

 Instrumento de pesquisa: utilizou-se a leitura e a documentação, dispositivos e bases de dados online, livros, artigos, softwares como Excel e Word.

 Procedimento de coleta: a técnica utilizada para coleta foi o levantamento documental e leitura em fonte de dados secundária, com extração e tabulação dos dados online com apoio da ferramenta Infologo oferecida gratuitamente pela Previdência Social, com posterior download e tratamento dos dados no software Excel para apresentação absoluta e proporcional das frequências e taxas de incidência das ocorrências por CID e a geração de tabelas e gráficos.

O CID é uma sigla que em português significa Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde e que fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias socias e causas externas para ferimentos ou doenças. Publicados pela Organização Mundial da Saúde, os códigos são divididos em 22 capítulos que designam grupos de doenças similares e são subdivididos em agrupamentos menores, formados por até seis caracteres, sendo uma letra, no formato (X00.00).

Já o CNAE é a sigla para Classificação Nacional de Atividades Econômicas e é um instrumento de padronização internacional dos códigos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos nacionais. Resultado de um trabalho das três esferas de governo, coordenado pela Secretaria da Receita Federal e sob orientação técnica do IBGE, o CNAE é aplicado a todos os agentes econômicos da produção de bens e serviços, podendo compreender estabelecimentos privados ou públicos, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições sem fins lucrativos e agentes autônomos. Os códigos constam em uma tabela de códigos e denominações, onde são divididos em grandes grupos chamados de Divisão (dois dígitos) e subdivididos em Classes (cinco a sete dígitos) (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2018).

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 Procedimento de análise: A análise foi feita também com o software Excel, por meio da construção de gráficos e do cálculo de indicadores, para a análise visual e quantitativa, e para a comparação da evolução temporal e global das variáveis e seus diversos fatores correlacionados.

As taxas foram construídas pela divisão do número de ocorrências em determinado ano e território (numerador) pelo número de trabalhadores (número médio de vínculos) exposto ao risco da ocorrência em estudo naquele ano e território (denominador). Este resultado foi multiplicado pela constante 100.000, cuja expressão é a do número de ocorrências (doenças respiratórias) por 100.000 trabalhadores verificada em cada ano e território estudado.

 Etapas: estruturação conceitual e metodológica, planejamento, escolha e descrição da base de dados utilizada, coleta e organização dos dados, elaboração de gráficos e cálculo de indicadores, análise e comparação de resultados, discussão e conclusão da pesquisa.

2.4 BASE DE DADOS

A base de dados utilizada foi a Base de dados históricos de Acidentes de trabalho disponível no site da Previdência Social (http://www3.dataprev.gov.br/aeat/), que é acessada através do aplicativo AEAT INFOLOGO, também disponibilizado no site.

Este aplicativo permite ao usuário recuperar todas as informações estatísticas publicadas pelo Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) desde o ano de 2000, além de possibilitar a elaboração de tabelas e gráficos personalizados e séries temporais.

O AEAT é publicado todo ano pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda com o objetivo de contribuir para o maior conhecimento de temas relacionados aos acidentes de trabalho e de ser um instrumento de trabalho para os profissionais das áreas de saúde e segurança do trabalhador, pesquisadores e demais interessados.

Nele são apresentados dados sobre acidentes de trabalho, suas consequências, setores de atividades econômicas (CNAE), localização geográfica da ocorrência dos eventos, e, estatísticas sobre acidente segundo o CID por região. Além disso, estatísticas básicas sobre acidentes de trabalho nos municípios com seus respectivos motivos e um conjunto de indicadores por setor de atividade e estado também estão inclusos no anuário.

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As informações apresentadas são coletadas pelo INSS através da CAT (comunicação de acidente de trabalho), e também, informações que tem origem nos benefícios de natureza acidentária concedidos pelo INSS.

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3 RESULTADOS E ANÁLISE

Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada na base de dados AEAT Infologo, por meio de tabelas, gráficos e indicadores de risco de incidência (também abordados como taxa por vínculo empregatício), sempre comparando dados referentes ao Estado de Santa Catarina com o restante do Brasil. Os resultados seguem uma ordem do mais abrangente para o mais específico e abordam tanto o total de ocorrências do período de análise (2009 a 2016), quanto a sua evolução temporal.

Foram analisados diversos fatores relacionados com as ocorrências, como motivos de registro de CAT1, acidentes por CID, doenças respiratórias ocupacionais em geral e algumas

das mais incidentes e as atividades econômicas (CNAE) com maior incidência de doenças do trabalho. Algumas correlações foram feitas a partir desses fatores com análises globais e temporais. Além disto, para melhor entendimento e interpretação algumas foram feitas comparando-se dados brutos do número de ocorrências e outras comparando-se taxas por vínculo médio empregatício (indicador de risco de incidência).

Esses indicadores permitem uma análise mais precisa do risco a que estão submetidos os trabalhadores, pois consideram no cálculo o número médio de vínculos empregatícios, que varia de ano para ano, de estado para estado e de CNAE para CNAE, facilitando o acompanhamento das flutuações e tendências históricas dos acidentes e tornando os dados comparáveis entre si.

Para se ter uma ideia, o número médio de vínculos em Santa Catarina no ano de 2009 foi de aproximadamente 1.671.942 trabalhadores, enquanto no ano de 2016, foram registrados 2.038.252 vínculos. Essas taxas permitem, então, visualizar a ocorrência do evento de interesse (as doenças respiratórias) a cada 1.000 ou 100.000 trabalhadores (dependendo da constante utilizada). No apêndice A, é possível ver as tabelas com todos os vínculos médios anuais e totais em Santa Catarina e Brasil, assim como, das dez atividades econômicas com maior incidência de doenças ocupacionais no estado.

Os resultados dessas análises foram apresentados na forma de tabelas, gráficos e indicadores a seguir.

1 CAT significa Comunicado de Acidente de Trabalho e é um documento obrigatório através do qual, a empresa

informa todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, com afastamento ou não, até o primeiro dia útil após a ocorrência, e imediatamente nos casos de óbito. O registro é feito online via aplicativo do INSS e quatro vias do documento devem ser disponibilizadas pela empresa.

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3.1 MOTIVOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

Primeiramente, foram analisados dados de forma mais abrangente e global, em relação ao registro do motivo/causa de cada ocorrência de acidente de trabalho, para que se tenha melhor noção da proporção das doenças ocupacionais. De acordo com a base de dados utilizada, os acidentes podem ser classificados em três motivos: acidente típico (com CAT), acidente de trajeto (com CAT), doença do trabalho (com CAT); e duas situações: com CAT ou sem CAT.

Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de trabalho (AEAT, 2016) os acidentes típicos com CAT registrada são os decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo trabalhador acidentado, e os acidentes de trajeto com CAT registrada são os ocorridos no trajeto entre residência e local de trabalho ou vice-versa. Já o acidente classificado como doença do trabalho com CAT registrada são as doenças profissionais desencadeadas ou produzidas pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo da atividade, ou a doença do trabalho adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relacione diretamente. Por fim, o acidente de trabalho sem CAT corresponde ao número de acidentes cuja Comunicação de Acidente de Trabalho não foi registrada no INSS, e são obtidos pelo levantamento da diferença entre o conjunto de benefícios acidentários concedidos pelo INSS com data de acidentes no ano civil e o conjunto de benefícios acidentários concedidos com CAT vinculada (nexo epidemiológico), referente ao mesmo ano (MF, 2016).

Gráfico 1- Distribuição proporcional (%) de Acidentes de Trabalho segundo motivo/situação. Santa Catarina, 2009-2016. Fonte: Autora (2018) 48% 12% 2% 38%

TOTAL DE ACIDENTES DE TRABALHO EM SC POR MOTIVO NO PERÍODO Típico-Com Cat Trajeto-Com Cat Doença do Trabalho-Com Cat Sem Cat

(24)

Gráfico 2 - Distribuição proporcional (%) de Acidentes de Trabalho segundo motivo/situação. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Os gráficos 1 e 2 acima, mostram a distribuição proporcional do total de acidentes de trabalho ocorridos no período de 2009 a 2016 em Santa Catarina e no Brasil, respectivamente, segundo o motivo/situação dos mesmos. É possível visualizar que em ambos, as doenças de trabalho correspondem a apenas 2% do total de acidentes de trabalho registrados. No entanto, em Santa Catarina 38% dos acidentes não tiveram CAT registrada, enquanto no Brasil como um todo esse número foi significativamente menor, 23%.

Ainda em relação ao motivo/situação dos acidentes, o gráfico 3 abaixo, apresenta a análise temporal comparativa dos indicadores de incidência de Santa Catarina e do Brasil segundo o motivo/situação e ano de ocorrência. Em todos os anos, a cada 1000 vínculos empregatícios, menos de 1 (uma) ocorrência foi de doença do trabalho com CAT, tanto em Santa Catarina como no Brasil, e em ambos essa taxa diminuiu no decorrer dos anos, ainda que minimamente.

Em relação as ocorrências sem CAT, novamente é possível ver o alto índice de aproximadamente 13 ocorrências a cada 1000 vínculos no ano 2009 em Santa Catarina, mas com uma gradativa queda ao longo dos anos, terminando com quase a metade em 2016 (aproximadamente 6 ocorrências sem CAT a cada 1000 vínculos). No Brasil, essa queda foi um pouco menos significativa, de aproximadamente 6/1000 no início do período para 3/1000 ao final. Os outros motivos tiveram uma redução pequena ou se mantiveram estáveis com oscilação variável.

O gráfico 3 também apresenta uma linha de tendência que mostra a porcentagem total de acidentes ocorridos no estado em relação ao total ocorrido no Brasil. Enquanto no ano

60% 15%

2%

23%

TOTAL DE ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL POR MOTIVO NO PERÍODO Típico-Com Cat Trajeto-Com Cat Doença do Trabalho-Com Cat Sem Cat

(25)

de 2009, os acidentes em Santa Catarina correspondiam a 6,8% do total do país, em 2016 essa proporção diminuiu para 6,3%, 0,1% a mais que no ano anterior, 2015.

Gráfico 3 – Evolução temporal das taxas de acidentes de trabalho segundo motivo/situação e ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

3.2 ACIDENTES DE TRABALHO POR CID

Outra classificação dos acidentes de trabalho, além de motivos, é a classificação por CID. Como já explicado anteriormente, a Classificação Estatística Internacional de Doenças, fornece códigos relativos à doenças, sinais, sintomas, queixas, ferimentos e etc., que são divididos em 22 capítulos que caracterizam grupos de doenças similares e subdivididos em agrupamentos menores. Essa classificação dos acidentes se orienta para esclarecer a causa do mesmo, seja ele uma doença ocupacional ou um traumatismo.

O gráfico 4 abaixo, apresenta a distribuição das taxas de incidência dos acidentes ocorridos em todo o período pelos capítulos da CID. O capítulo XIX que trata de lesões, envenenamentos e outras consequências, apresentou a maior incidência de acidentes, com aproximadamente 15 a cada 1000 vínculos em Santa Catarina e 12 a cada 1000, no Brasil. Em segundo lugar se colocaram os registros classificados no capítulo XIII - Doenças do sistema osteomuscular, que mesmo sendo muito menos expressivos que os do capítulo XIX, ainda se

5,90% 6,00% 6,10% 6,20% 6,30% 6,40% 6,50% 6,60% 6,70% 6,80% 6,90% 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA* DE ACIDENTES POR VÍNCULO EMPREGATÍCIO POR MOTIVO

Típico-Com Cat Trajeto-Com Cat

Doença do Trabalho-Com Cat Sem Cat

(26)

destacaram quando comparados com as ocorrências classificadas nos outros capítulos da CID. Isso se explica pela alta prevalência de acidentes no conjunto de ocorrências ocupacionais registradas, caso dos acidentes típicos ou de trajeto, proporcionalmente muito mais relevantes do que a frequência das doenças do trabalho propriamente ditas.

Gráfico 4- Distribuição proporcional de acidentes de trabalho (taxa x 1.000 trab.) segundo os Capítulos da CID. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Já o gráfico 5, abaixo, apresenta a proporção percentual dos registros de acidentes e doenças de Santa Catarina e Brasil segundo os capítulos CID. A contribuição percentual de SC em relação ao total (Brasil) não ultrapassou 10% em nenhum dos capítulos, sendo que o capítulo XIII – doenças osteomusculares foi o que apresentou a maior participação percentual de SC em relação ao país. Nos gráficos ainda é possível visualizar os capítulos onde as doenças respiratórias estão contidas (circuladas em vermelho), e que representam mais de 5% do total. Para se fazer uma comparação, aproximadamente 5% dos vínculos empregatícios no país são relativos ao estado de Santa Catarina. Com esta referência, tanto no total do período quanto anualmente, essa proporção se manteve.

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00

Capítulo I: Alg. doenças infecciosas e parasitárias (A00-B99)Capítulo II: Neoplasias [tumores] (C00-D48) Capítulo III: Doenças sangue/órgãos hematopoéticos (D50-D89)Capítulo IV: Doenças endócrinas,nutric./metabólicas (E00-E90) Capítulo V: Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99)Capítulo VI: Doenças do sistema nervoso (G00-G99) Capítulo VII: Doenças do olho e anexos (H00-H59) Capítulo VIII: Doenças do ouvido e da apófise mastóide (H60-…

Capítulo IX: Doenças do aparelho circulatório (I00-I99) Capítulo X: Doenças do aparelho respiratório (J00-J99) Capítulo XI: Doenças do aparelho digestivo (K00-K93) Capítulo XII: Doenças da pele e do tecido subcutâneo (L00-L99) Capítulo XIII: Doenças sist.osteomuscular/tec.conjun (M00-… Capítulo XIV: Doenças do aparelho geniturinário (N00-N99)

Capítulo XV: Gravidez, parto e puerpério (O00-O99) Capítulo XVI: Algumas afecções orig.período perinat. (P00-P96)Capítulo XVII: Malformações congênitas,anom.cromoss. (Q00-… Capítulo XVIII: Anormalidades detect.exames clin/lab (R00-R99)Capítulo XIX: Lesões,envenenamentos e outras conseq. (S00-… Capítulo XX: Causas externas morbidade/mortalidade (V01-Y98)

Capítulo XXI: Fatores influenciam estado de saúde (Z00-Z99)

DISTRIBUIÇÃO DOS CAPÍTULOS CID POR TAXAS* DE ACIDENTES OCUPACIONAIS NO PERÍODO

(27)

Gráfico 5 - Distribuição proporcional de acidentes de trabalho (%) segundo os Capítulos da CID. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Gráfico 6 – Proporção percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018) 0% 20% 40% 60% 80% 100% C A P Í T U L O I : A L G . D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S E P A R A S I T Á R I A S … C A P Í T U L O I I : N E O P L A S I A S [ T U M O R E S ] ( C 0 0 - D 4 8 ) C A P Í T U L O I I I : D O E N Ç A S S A N G U E / Ó R G Ã O S H E M A T O P O É T I C O S … C A P Í T U L O I V : D O E N Ç A S E N D Ó C R I N A S , N U T R I C . / M E T A B Ó L I C A S … C A P Í T U L O V : T R A N S T O R N O S M E N T A I S E C O M P O R T A M E N T A I S … C A P Í T U L O V I : D O E N Ç A S D O S I S T E M A N E R V O S O ( G 0 0 - G 9 9 ) C A P Í T U L O V I I : D O E N Ç A S D O O L H O E A N E X O S ( H 0 0 - H 5 9 ) C A P Í T U L O V I I I : D O E N Ç A S D O O U V I D O E D A A P Ó F I S E … C A P Í T U L O I X : D O E N Ç A S D O A P A R E L H O C I R C U L A T Ó R I O ( I 0 0 - … C A P Í T U L O X : D O E N Ç A S D O A P A R E L H O R E S P I R A T Ó R I O ( J 0 0 - J 9 9 ) C A P Í T U L O X I : D O E N Ç A S D O A P A R E L H O D I G E S T I V O ( K 0 0 - K 9 3 ) C A P Í T U L O X I I : D O E N Ç A S D A P E L E E D O T E C I D O S U B C U T Â N E O … C A P Í T U L O X I I I : D O E N Ç A S … C A P Í T U L O X I V : D O E N Ç A S D O A P A R E L H O G E N I T U R I N Á R I O … C A P Í T U L O X V : G R A V I D E Z , P A R T O E P U E R P É R I O ( O 0 0 - O 9 9 ) C A P Í T U L O X V I : A L G U M A S A F E C Ç Õ E S O R I G . P E R Í O D O P E R I N A T . … C A P Í T U L O X V I I : M A L F O R M A Ç Õ E S … C A P Í T U L O X V I I I : A N O R M A L I D A D E S D E T E C T . E X A M E S C L I N / L A B … C A P Í T U L O X I X : L E S Õ E S , E N V E N E N A M E N T O S E O U T R A S … C A P Í T U L O X X : C A U S A S E X T E R N A S M O R B I D A D E / M O R T A L I D A D E … C A P Í T U L O X X I : F A T O R E S I N F L U E N C I A M E S T A D O D E S A Ú D E …

P ROP O RÇÃ O SC/ BRA SI L DO S A CIDE N TE S OCUP A CION AI S P OR CA P ÍT ULO C ID N O P E RÍO DO

SC BRASIL Doenças Respiratórias

0,36 %

99,64 %

TOTAL DE ACIDENTES OCUPACIONAIS POR CID EM SC NO PERÍODO

Acidentes ocupacionais por CID de doenças respiratórias Demais acidentes ocupacionais por CID

(28)

Gráfico 7 – Proporção percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Iniciando um enfoque maior nas doenças respiratórias ocupacionais, outra análise que pôde ser feita em relação à classificação CID-10, foi da porcentagem que essas doenças representam em relação ao total de doenças ocupacionais (com CID). Em Santa Catarina, apenas 0,36% do total de acidentes ocupacionais por CID no período são referentes as doenças respiratórias, e no Brasil esse número não varia muito, 0,38% do total, como pode ser visto nos gráficos 6 e 7 acima.

Gráfico 8 – Evolução Temporal da distribuição absoluta e percentual das doenças respiratórias em relação ao total de registros de doenças de trabalho com CAT. Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

0,38 %

99,62 %

TOTAL DE ACIDENTES OCUPACIONAIS POR CID NO BRASIL NO PERÍODO

Acidentes ocupacionais por CID de doenças respiratórias Demais acidentes ocupacionais por CID

0,00% 0,10% 0,20% 0,30% 0,40% 0,50% 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS ACIDENTES OCUPACIONAIS POR CID EM SC

Acidentes ocupacionais por CID de doenças respiratórias Demais acidentes ocupacionais por CID

(29)

Já o gráfico 8 acima, apresenta a evolução temporal dessa proporção no estado. Em número absolutos, as doenças respiratórias não ultrapassaram 220 ocorrências por ano, enquanto as demais doenças chegaram a quase 50.000 ocorrências/ano. Em termos percentuais, passaram de 0,40% em 2009 para 0,30% em 2016. Lembrando que correspondem a pouco mais de um capítulo CID dentre um total de 22 capítulos (aproximadamente 5%).

3.3 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS

Após analisar os acidentes de trabalho e seus motivos, e dentre eles, as doenças ocupacionais mais especificamente; e em seguida, analisar esses acidentes de acordo com a classificação de doenças CID-10 e a proporção que as doenças respiratórias ocupacionais têm entre eles, podemos focar o estudo para o que se propõe este trabalho.

As doenças respiratórias (DRs) são todas as enfermidades que afetam o sistema respiratório no todo ou em parte, desde as vias aéreas superiores, nariz, boca, garganta, laringe e faringe, até as vias inferiores, traqueia, brônquios e pulmões; e caracterizam-se geralmente pelo contato direto do aparelho respiratório com o meio-ambiente.

Segundo o CID-10, temos 90 doenças respiratórias, onde a maioria está classificada no capítulo X, que trata das doenças do aparelho respiratório, e outras estão classificadas no capítulo II de Neoplasias ou no capítulo I de doenças infecciosas ou parasitárias, mais especificamente no agrupamento de tuberculose.

Para que uma DR seja considerada ocupacional, precisa ser estabelecido o nexo causal com a atividade laboral, como já explicado. No apêndice B é possível visualizar a tabela com todas as doenças respiratórias ocupacionais (DROs), seus códigos CID-10 e classificações nos capítulos, números brutos de ocorrências no período e médias anuais para o estado de Santa Catarina e para o Brasil.

Assim, no período 2009-2016, tivemos um total de 1.269 ocorrências no estado e de 20.887 no Brasil, ou seja, 6% das DROs do país ocorreram no estado de Santa Catarina no período de análise (gráfico 9). De acordo com o gráfico 10 abaixo, as doenças com maior proporção SC/Brasil, quase 10% do total no país, foram as doenças do agrupamento de doenças crônicas das vias aéreas inferiores, as DPOCs. Já as doenças do agrupamento de infecções agudas das vias aéreas superiores, foram as de menor proporção, com menos de 3% do total de ocorrências no estado durante o período estudado.

(30)

Gráfico 9 – Proporção percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de doenças respiratórias registradas no país. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Gráfico 10 –Proporção percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total do país segundo agrupamentos da CID-10. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Em relação a evolução temporal nos anos analisados, foi possível fazer uma análise comparativa em termos de números absolutos e outra com indicadores de incidência. No gráfico 11, pode-se ver uma queda de DROs, tanto no país como no estado, com um total de quase 4.000 ocorrências no Brasil e de aproximadamente 250 em Santa Catarina no ano de 2009, para um total de aproximadamente 1600 e 110 ocorrências, respectivamente, no ano de 2016.

6%

94%

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS NO PERÍODO

Santa Catarina

Brasil

85% 90% 95% 100%

(J40-J47) Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (A15-A19) Tuberculose (exceto A17 e A18) (J60-J70) Doenças pulmonares devidas a agentes externos (J30-J39) Outras doenças das vias aéreas superiores (J90-J94) Outras doenças da pleura (C30-C39) Neoplasias [tumores] malignas(os) do aparelho…

(C00-C14) Neoplasias [tumores] malignas(os) do lábio,… (J95-J99) Outras doenças do aparelho respiratório (J00-J06) Infecções agudas das vias aéreas superiores (J10-J18) Influenza [gripe] e pneumonia (J80-J84) Outras doenças respiratórias que afetam… (J20-J22) Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores

(J85-J86) Afecções necróticas e supurativas das vias aéreas…

PROPORÇÃO SC/BRASIL DA OCORRÊNCIA DOS AGRUPAMENTOS CID DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

(31)

Gráfico 11 – Frequência absoluta e relação percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de ocorrências do Brasil segundo ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

No entanto, a representatividade do estado em relação ao país aumentou de quase 6% para 7% do início ao final do período, com oscilações de altas e baixas, como visto na linha de tendência do mesmo gráfico e do gráfico 12 a seguir.

Para fins comparativos, a análise realizada a partir de indicadores de incidência torna-se mais precisa e real, pois leva em consideração o número de vínculos empregatícios em cada região e ano. Assim, o gráfico 12Gráfico 12 abaixo, apresenta um comparativo da evolução temporal dessas taxas a cada 100.000 vínculos.

A queda da incidência das doenças respiratórias ocupacionais ainda é bastante visível, mas podemos analisar que as taxas relativas à Santa Catarina foram maiores do que do Brasil como um todo. Em 2009, o estado apresentou uma taxa de incidência de 13 para cada 100.000 trabalhadores, enquanto o país teve uma taxa de 11 a cada 100.000 vínculos. Esses dados sofreram uma redução significativa e quase uniforme no decorrer do período estudado, com quase 6 DROs a cada 100.000 vínculos ao final do período em SC, um pouco a mais que no ano anterior, 2015, quando ocorreu a menor taxa. No país, a queda também foi uniforme e gradativa, passando para uma taxa de 4 ocorrências a cada 100.000 vínculos em 2016, menor taxa registrada. 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

EVOLUÇÃO TEMPORAL DO TOTAL DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS

(32)

Gráfico 12 – Frequência proporcional (taxa x100.000) e relação percentual das doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total de ocorrências do Brasil segundo ano de ocorrência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

3.4 CARACTERIZAÇÃO POR CID

Dentre todas as doenças respiratórias ocupacionais apresentadas na tabela do apêndice B, uma análise mais detalhada foi feita com as 10 DROs mais incidentes no período em Santa Catarina, ou seja, uma caracterização por CID. Essa doenças estão listada na tabela 1Tabela 1 abaixo, juntamente com os números absolutos de ocorrências, indicadores de incidência para 100.000 vínculos do período, e média anual para o estado e para o país, assim como a porcentagem de contribuição de Santa Catarina em relação ao total de ocorrências do Brasil.

Nesta tabela, pode-se então ver que 7 dessas doenças fazem parte do capítulo CID X, sendo 3 doenças pulmonares devidas a agentes externos (Afecções respiratórias devida a inalação, Silicose e Pneumonite por hipersensibilidade a poeiras orgânicas), 2 doenças crônicas das vias aéreas inferiores (Asma e DPOC), 1 de outras doenças das vias aéreas superiores (Doenças das cordas vocais e da laringe) e 1 de outras doenças da pleura (Pneumotórax). Dentre as demais, 2 são do capítulo I (Tuberculose respiratória com e sem confirmação bacteriológica) e 1 do capítulo II de neoplasias (Neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões). Outro aspecto visualizado na tabela foi o número de ocorrências das demais DROs, denominada como Outros, que em Santa Catarina tem um número de ocorrências ainda menor que o da Asma.

0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA* TOTAL DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS OCUPACIONAIS

BRASIL SC % SC em relação ao Brasil

(33)

Tabela 1 – Frequência absoluta e proporcional (taxas x 100.000 e %) das ocorrências ocupacionais segundo os 10 CID de Doenças Respiratórias Ocupacionais mais incidentes. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

A proporção mostrada na última coluna da tabela (% de SC em relação ao Brasil), pode ser melhor visualizada no gráfico 13 abaixo. A Pneumonite apresentou a maior proporção com 18,5% do total ocorridas em SC, seguida das DPOC e da Asma, com 12,5 e 10,4%, respectivamente. As doenças das cordas vocais e laringe foram as de menor representatividade do estado, com apenas 2,9% do total.

Gráfico 13 – Proporção percentual das ocorrências de doenças respiratórias de Santa Catarina em relação ao total segundo os dez CIDs de maior incidência. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

SC BRASIL SC BRASIL SC BRASIL

(J45) Asma 397 3815 2,5 1,2 49,6 476,9 10,4%

(J44) Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC) 147 1178 0,9 0,4 18,4 147,3 12,5% (A15) Tuberculose Respiratória Com Confirmação Bacteriológica e Histológica 121 3352 0,8 1,0 15,1 419,0 3,6% (A16) Tuberculose das Vias Respiratórias Sem Confirmação Bacteriológica ou Histológica 76 1726 0,5 0,5 9,5 215,8 4,4% (J68) Afecções respiratórias devidas a Inalação de Produtos Químicos, Gases, Fumaças e Vapores 66 1060 0,4 0,3 8,3 132,5 6,2% (J38) Doenças das Cordas Vocais e da Laringe não classificadas em outra parte 65 2233 0,4 0,7 8,1 279,1 2,9% (J62) Pneumoconiose devida a Poeira que contenha Sílica 32 737 0,2 0,2 4,0 92,1 4,3%

(J93) Pneumotórax 32 373 0,2 0,1 4,0 46,6 8,6%

(J67) Pneumonite de Hipersensibilidade devida a Poeiras Orgânicas 31 168 0,2 0,1 3,9 21,0 18,5% (C34) Neoplasia Maligna dos Brônquios e dos Pulmões (Câncer) 27 394 0,2 0,1 3,4 49,3 6,9%

OUTROS 275 5851 1,7 1,8 34,4 731,4 4,7%

TOTAL 1269 20887 8,0 6,5 158,6 2610,9 6,1%

*Taxa= nº ocorrências/nº vínculos empregatícios x 100.000 *Período= 2009 a 2016

% SC EM RELAÇÃO AO BRASIL MÉDIA ANUAL Nº DE OCORRÊNCIAS NO PERÍODO*

TAXA* POR VÍNCULO EMPREGATÍCIO 10 CID DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS INCIDENTES

75% 80% 85% 90% 95% 100%

(J45)Asma (J44)Outr Doenças Pulmonares Obstrutivas Cronic (A15)Tuberc Respirat c/Conf Bacteriol e Histo (A16)Tuberc Vias Respirat s/Conf Bacter Histo (J68)Afecc Resp Dev Inal Prod Quim Gas Fumac (J38)Doenc das Cordas Vocais e da Laringe Nco (J62)Pneumoconiose Dev Poeira Que Cont Silica (J93)Pneumotorax (J67)Pneumonite Hipersensibilid Dev Poeiras O (C34)Neopl Malig dos Bronquios e dos Pulmoes OUTROS

PROPORÇÃO SC/BRASIL DOS 10 CID MAIS INCIDENTES NO PERÍODO

(34)

Outra análise possível das doenças respiratórias ocupacionais segundo o CID, ainda considerando o período estudado como um todo, é a comparação das taxas por vínculo empregatício de cada uma das dez doenças mais prevalentes das ocorrências de Santa Catarina em relação ao total de registros do Brasil.

O gráfico 14 abaixo, apresenta este comparativo, destacando-se a alta prevalência da Asma no estado, com 2,5 ocorrências a cada 100.000, enquanto no Brasil a taxa foi de 1,2/100.000. Em seis das 10 DROs, Santa Catarina apresentou um indicador de incidência maior que o do Brasil (Asma, DPOC, Afecções respiratórias devido a inalação, Pneumotórax, Pneumonite e Neoplasia maligna dos brônquios e pulmões). Nas doenças Tuberculose sem confirmação, Silicose e em Outros, a diferença foi mínima.

Gráfico 14 – Frequência proporcional (taxa x 100.000) das doenças respiratórias de Santa Catarina e do Brasil segundos dez CIDs de maior incidência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Analisando agora a caracterização CID de forma temporal, pode-se visualizar a evolução das taxas de incidência no decorrer dos anos de cada uma das 10 DROs, através dos gráficos 15 e 16 a seguir, para Santa Catarina e Brasil, respectivamente.

Em SC, a maioria das doenças apresentaram uma tendência geral de queda, mas com oscilações variadas no período. Ao observar o gráfico da Asma por exemplo, que em 2009 tinha uma taxa de 5 ocorrências a cada 100.000 vínculos, percebe-se essa oscilação quando a taxa ora diminui, ora aumenta em pequenas proporções, mas ao final do período apresentou uma redução significativa para quase 1,5/100.000. Isso aconteceu de forma similar com a

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

3,00 TAXA* TOTAL DOS 10 CID MAIS INCIDENTES NO PERÍODO

BRASIL SC

(35)

DPOC (de 1,20 para 0,70), Tuberculose com confirmação bacteriológica (1,30 para 0,40), Doenças das cordas vocais e laringe (0,80 para 0,30), Pneumotórax (0,20 para menos de 0,10), Neoplasia maligna dos brônquios e pulmões (0,20 para menos de 0,10) e Outros (3,0 para 1,0). Já as demais doenças apresentaram um pequeno aumento, ainda que pouco significativo, e também com oscilações no decorrer do período. Nas Afecções respiratórias devido a inalação esse aumento foi mais nítido, passando de 0,40 ocorrências a cada 100.000 para 0,8/100.000; assim como a Pneumonite (0,20 para 0,30). A Silicose e a Tuberculose sem confirmação bacteriológica, apesar das oscilações, não tiveram um aumento muito visível ao final do período, e se mantiveram em 0,20 e 0,40, respectivamente.

Gráfico 15 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Já no Brasil, observando o gráfico 16, a maioria das doenças apresentou queda mais gradativa e linear. O risco de ocorrência da Asma passou de 2,0 para 0,50, as DPOC (0,70 para 0,20), Tuberculose com confirmação bacteriológica (2,0 para 0,70), Tuberculose sem confirmação bacteriológica (0,80 para 0,30), Doenças das cordas vocais e laringe (1,50 para 0,30), Pneumotórax (0,20 para menos de 0,10), Pneumonite (0,10 para 0,05), Neoplasia maligna (0,20 para menos de 0,10) e Outros (3,0 para 1,0). Assim como em SC, a Silicose teve pouca variação e se manteve em aproximadamente 0,20 por 100.000, enquanto as Afecções respiratórias devido a inalação apresentaram um aumento visível e com pequenas oscilações, de 0,20 para 0,30 por 100.000. 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00

6,00 EVOLUÇÃO TEMPORAL DAS TAXAS* DOS 10 CID MAIS INCIDENTES - SANTA CATARINA

(36)

Gráfico 16 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

Gráfico 17 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) das doenças respiratórias de Santa Catarina e do Brasil segundo o ano de ocorrência e os dez CIDs de maior incidência. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016. Fonte: Autora (2018) 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

EVOLUÇÃO TEMPORAL DAS TAXAS* DOS 10 CID MAIS INCIDENTES - BRASIL

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

*Taxa = nº ocorrências/nº vínculos empregatícios x 100.000

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR SC BR 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA* DOS 10 CID MAIS INCIDENTES

(J45) Asma (J44) Outr Doenc Pulmonares Obstrutivas Cronic

(A15) Tuberc Respirat c/Conf Bacteriol e Histo (A16) Tuberc Vias Respirat s/Conf Bacter Histo (J68) Afecc Resp Dev Inal Prod Quim Gas Fumac (J38) Doenc das Cordas Vocais e da Laringe Nco

(J62) Pneumoconiose Dev Poeira Que Cont Silica (J93) Pneumotorax

(J67) Pneumonite Hipersensibilid Dev Poeiras O (C34) Neopl Malig dos Bronquios e dos Pulmoes *Taxa = nº ocorrências/nº vínculos empregatícios x 100.000

(37)

Ainda analisando a evolução temporal das taxas das 10 DROs mais incidentes, um comparativo entre Santa Catarina e Brasil foi desenhado no gráfico 17 acima. Trata-se da junção dos dois gráficos anteriores em uma visualização que procurou destacar as diferenças entre as taxas de SC em relação às do resto do país. Assim, é possível ver que a maioria das taxas do estado foram maiores que as do país como um todo e que, no geral, houve uma tendência de redução das taxas ao longo do período.

A última análise feita em relação à caracterização CID, foi em relação aos motivos/situação de registro das ocorrências. Nos gráficos 18 e 19 a seguir, observa-se a proporção de cada um dos três motivos e a situação Sem CAT para cada um dos 10 CID mais incidentes, no estado de Santa Catarina e no Brasil, respectivamente.

Em ambos os gráficos é possível ver que em quase todos os CIDs, a maioria das ocorrências não tiverem CAT registrada, com exceção das Afecções por Inalação e do Pneumotórax, que tiveram uma grande proporção de acidentes típicos e/ou trajeto.

Percebe-se ainda que das ocorrências que tiveram CAT registrada, pequena foi a proporção de registro como Doença do trabalho propriamente dita, o que seria o mais correto, visto que se tratam na sua maioria de doenças que necessitam de nexo causal e não de acidentes típicos.

Gráfico 18 – Proporção percentual dos registros dos dez CIDs de doenças respiratórias com maior incidência segundo motivo/situação. Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

0% 20% 40% 60% 80% 100%

(J45)Asma (J44)Outr Doenc Pulmonares Obstrutivas Cronic (A15)Tuberc Respirat c/Conf Bacteriol e Histo (A16)Tuberc Vias Respirat s/Conf Bacter Histo (J68)Afecc Resp Dev Inal Prod Quim Gas Fumac (J38)Doenc das Cordas Vocais e da Laringe Nco (J62)Pneumoconiose Dev Poeira Que Cont Silica (J93)Pneumotorax (J67)Pneumonite Hipersensibilid Dev Poeiras O (C34)Neopl Malig dos Bronquios e dos Pulmoes OUTROS

PROPORÇÃO DOS 10 CID MAIS INCIDENTES POR MOTIVOS NO PERÍODO - SANTA CATARINA

(38)

Gráfico 19 – Proporção percentual dos registros dos dez CIDs de doenças respiratórias com maior incidência segundo motivo / situação. Brasil, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

3.5 CARACTERIZAÇÃO POR CNAE

A fim de se obter uma correlação entres as doenças respiratórias ocupacionais e suas 10 CID mais incidentes com o tipo de atividade laboral exercida, uma análise dos setores de atividade econômica foi feita, através de uma caracterização por CNAE. Essa análise considerou as 10 Divisões do CNAE 2.0 com maior registro de CAT de Doenças do trabalho propriamente ditas, no estado de Santa Catarina e Brasil durante o período.

A tabela 2Tabela 2 a seguir, apresenta as 10 atividades econômicas com maior indicador de incidência de doenças ocupacionais no período para Santa Catarina e Brasil, assim como o seu número de ocorrências de doenças, a taxa por vínculo empregatício e a porcentagem de representação do estado em relação ao total do país.

Observando-se inicialmente esta tabela, percebe-se que as doenças do trabalho na atividade de Extração de carvão mineral no estado representam 70,6% do total do país, ou seja, a maior parte das ocorrências de doenças ocupacionais nessa atividade estão concentradas no estado de Santa Catarina, possivelmente por ser umas das atividades econômicas mais exploradas no estado e com maior concentração de trabalhadores/vínculos. A atividade de Fabricação de produtos alimentícios também possui uma representação considerável, 18,2%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

(J45)Asma (J44)Outr Doenc Pulmonares Obstrutivas Cronic (A15)Tuberc Respirat c/Conf Bacteriol e Histo (A16)Tuberc Vias Respirat s/Conf Bacter Histo (J68)Afecc Resp Dev Inal Prod Quim Gas Fumac (J38)Doenc das Cordas Vocais e da Laringe Nco (J62)Pneumoconiose Dev Poeira Que Cont Silica (J93)Pneumotorax (J67)Pneumonite Hipersensibilid Dev Poeiras O (C34)Neopl Malig dos Bronquios e dos Pulmoes OUTROS

PROPORÇÃO DOS 10 CID MAIS INCIDENTES POR MOTVOS NO PERÍODO - BRASIL

(39)

das doenças ocupacionais do Brasil ocorreram em Santa Catarina, o que também pode ser explicado pelo grande parque industrial da atividade instalado no estado.

Outro aspecto que pode ser analisado é que apesar de a atividade de Fabricação de produtos alimentícios possuir o maior número de ocorrências em números absolutos, 1.973 em SC e 10.855 no Brasil, a atividade de Correio e entregas aparece como mais incidente, devido justamente ao número de vínculos, mais de 10 vezes menor que o número de vínculos da fabricação de produtos alimentícios, e consequentemente uma maior taxa, 845,3 e 387,6 a cada 100.000, respectivamente.

Tabela 2 – Frequência absoluta e proporcional (taxas x 100.000 e %) da ocorrência de doenças ocupacionais segundo as dez atividades econômicas mais incidentes. Brasil / Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

A partir dessa caracterização foi possível fazer uma análise da evolução temporal do indicador de incidência de doenças do trabalho em cada uma das 10 atividades econômicas, em Santa Catarina e no Brasil, durante o período. O gráfico 20 abaixo, apresenta essa evolução no estado, evidenciando o alto índice da atividade de Correios e Entregas e o seu grande crescimento com o passar dos anos, aumentando de 700 para 1700 a cada 100.000 vínculos, com algumas oscilações durante o período.

No entanto, a maioria das atividades apresentou queda, ainda que de maneira pouco uniforme. Como podemos visualizar, a atividade de Fabricação de produtos alimentícios, diminuiu de uma taxa de 400 para 100 a cada 100.000, Metalurgia (200 para 100), Extração de

SC BR SC BR

Correio e Outras Atividades de Entrega 406 5.387 845,3 387,6 7,5% Fabricação de Produtos Alimentícios 1.973 10.855 234,0 91,3 18,2%

Metalurgia 300 3.685 196,9 204,0 8,1%

Atividades de Serviços Financeiros 291 20.007 158,5 422,5 1,5% Coleta, Tratamento e Disposição de Resíduos 94 800 141,6 55,7 11,8%

Extração de Carvão Mineral 36 51 133,6 135,4 70,6%

Eletricidade, Gás e Outras Utilidades 43 838 75,6 89,8 5,1%

Fabricação de Máquinas e Equipamentos 232 2.522 72,4 81,4 9,2% Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo 2 377 71,8 26,8 0,5% Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte 31 2.104 65,7 254,2 1,5%

OUTROS 2.209 86.527 15,8 29,3 2,6%

TOTAL 5.617 133.153 35,6 41,2 4,2%

*Taxa = nº de ocorrências/nº vínculos empregatícios x 100.000 *Período = 2009 a 2016 DIVISÃO DO CNAE 2.0 % SC EM RELAÇÃO AO BRASIL Ocorrências de doenças do

trabalho com CAT no período*

TAXA* POR VÍNCULO EMPREGATÍCIO

(40)

carvão mineral (300 para 50), Eletricidade, gás e outras (200 para 30), Fabricação de outros equipamentos para transporte (200 para 30) e Outras (30 para 10).

As atividades de Serviços financeiros e de Coleta, tratamento e disposição de resíduos, apesar das pequenas oscilações, se mantiveram quase estáveis durante o período, com 150 e 100 a cada 100.000, respectivamente. Já as atividades de Fabricação de máquinas e de Fabricação de coque, tiveram uma evolução pouco comum, a segunda com picos anormais em 2011 e em 2015, com taxas próximas a 300/100.000, e com taxas zeradas nos demais anos; e aquela com um pico no ano de 2014 (taxa de quase 400/100.000), mas finalizando o período com uma taxa de 30 a cada 100.000 vínculos. Provavelmente essas oscilações ocorreram em decorrência do denominador muito pequeno e de eventos erráticos, que tornam a taxa muito instável.

Gráfico 20 – Evolução temporal das taxas (x 100.000) de doenças ocupacionais segundo o ano de ocorrência e os dez CNAEs com maior incidência. Santa Catarina, 2009-2016.

Fonte: Autora (2018)

O gráfico 21 a seguir apresenta a evolução dos indicadores pra todo o Brasil. Em Santa Catarina, o alto índice de registros da atividade de Correio e Entregas se destacou, assim como seu crescimento, que passou de 300 no ano 2009 para 500 cada 100.000 no ano de 2016. Neste cenário, a maioria das atividades, entretanto, apresentou uma queda, com oscilações durante o período. A atividade de Fabricação de produtos alimentícios passou de uma taxa de 150 pra 50/100.000, Metalurgia (300 para 100), Coleta, tratamento e disposição de resíduos

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA* DOS 10 CNAE COM MAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS -SANTA CATARINA

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 *Taxa = nº ocorrências/nº vínculos empregatícios x

(41)

(100 para 50), Extração de carvão mineral (250 para menos de 100), Eletricidade, gás e outros (150 para 70), Fabricação de máquinas (100 para 60), Fabricação de coque (50 para 15), Fabricação de outros equipamentos para transporte (400 para menos de 200) e Outras (60 para 30).

A atividade de Serviço financeiro se manteve com quase a mesma taxa, 400/100.000, apesar das grandes oscilações durante o período, chegando a alcançar e/ou ultrapassar a atividade de Correios em alguns anos.

Gráfico 21 - Evolução temporal das taxas (x 100.000) de doenças ocupacionais segundo o ano de ocorrência e os dez CNAEs com maior incidência. Brasil, 2009-2016

Fonte: Autora (2018)

E por fim o gráfico 22 abaixo, faz um comparativo dessa evolução entre o estado e o país, unindo os dois gráficos anteriores em um, para uma visualização mais fácil dos dados. Novamente fica visível a prevalência e crescimento das doenças do trabalho na atividade de Correios e entregas, nos dois territórios comparados. Pode-se destacar também as taxas de risco mais altas encontradas em grande parte das atividades no estado de Santa Catarina quando comparadas com as taxas das mesmas atividades no âmbito nacional.

0 100 200 300 400 500 600

EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA* DOS 10 CNAE COM MAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS -BRASIL

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