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Vista do Provérbios e Antiprovérbios.

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Provérbios e Antiprovérbios: O Uso Como Recurso

Didático Para O Ensino De Língua E Literatura

Caroline Oliveira Pil dos Santos

Especialista em Língua Portuguesa e graduada em Letras pelas Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila. E-mail: carolineoliveira.pil@gmail.com

Leonor Aparecida da Silva Vargas Gayean

Mestre em Literatura e Professora do Centro Universitário Teresa D’Avila. E-mail: leo.gayean@ig.com.br

Resumo

Os provérbios são ditos, ideologias e crenças oriundos da sabedoria popular e expressam por meio de uma sentença sucinta, um pensamento e argumentos, que podem ser culturais, morais, sociais e religiosos, que de forma sábia apropriam-se da função de ensinar, aconselhar e comunicar. Os antiprovérbios são recriações de provérbios originais com alteração de sentido. Este trabalho tem como objetivo investigar e refletir sobre as possibilidades de trazer estes microtextos nascidos na cultura popular oral para o contexto de cultura escrita de crianças e adolescentes, utilizando os provérbios e antiprovérbios como recurso didático para o ensino de língua e literatura. Esta investigação quer enfatizar a riqueza da sabedoria popular e refletir a respeito das inúmeras possibilidades de sua utilização nas atividades de interpretação e produção de textos. Este trabalho se justifica pela importância que têm os estudos de língua e literatura no contexto escolar e na sua primeira parte será abordada a terminologia relativa a esses pequenos textos, sua origem, transmissão e importância dentro da cultura popular bem como os processos empregados na criação dos antiprovérbios. Em um segundo momento serão detalhados aspectos relativos à utilização desses microtextos nas aulas de língua e literatura. A fundamentação teórica inclui autores que abordam o assunto nas suas múltiplas dimensões e obras relacionadas aos estudos de língua e literatura e dentre eles citamos Xatara & Succi (2008), PCN (1997), Donato (1994), e Sant’Anna (1988).

Palavras-chave

Provérbios; antiprovérbios; cultura; ensino.

Abstract

Proverbs are sayings, ideologies and beliefs derived from the popular wisdom and express, through a short sentence, a thought and arguments, which can be cultural, moral, social and religious, which wisely appropriate the function of teaching, advise and communicate. The anti proverbs are recreations of original sayings with change of direction. This research aims at investigating and reflecting on the possibilities of bringing these micro texts born in popular oral culture to the written culture context of children and adolescents, using proverbs and anti proverbs as a teaching resource for language teaching and literature. This research wants to emphasize the richness of folk wisdom and reflect on the many possibilities of their use in interpretation and text production activities. This paper is justified by the importance that have the language studies and literature in the school context and the first part will look at the terminology relating to these short texts, its origin, transmission and importance within popular culture and the processes employed in the creation of anti proverbs. The second step will be detailed aspects of the use of these micro texts in language and literature classes. The theoretical framework includes authors who address the matter in its multiple dimensions and projects related to language studies and literature and among them we cite Xatara & Succi (2008), PCN (1997), Donato (1994) and Sant'Anna (1988).

Keywords

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Introdução

Os provérbios aparecem no cotidiano como um meio de comunicação e é possível empregá-los em muitos momentos da vida, na maioria das vezes em momentos nos quais se necessitam conselhos, ensinamentos e reprovações. Traduzem a sabedoria popular e podem ser utilizados em diversos contextos.

À medida que a sociedade evolui e a escola se transforma, tornando insuficientes antigas metodologias, surge a necessidade de pesquisar novos métodos de ensino e buscar atividades que sejam atraentes para os alunos. Por causa disso, torna-se necessário o uso de recursos diversificados para trabalhar em sala de aula, e é neste contexto que este trabalho se insere buscando novas formas de trabalhar os diversos gêneros textuais com a utilização dos provérbios e antiprovérbios, que nada mais são que recriações de provérbios.

Primeiramente, ao escolher este tema, considerou-se a possibilidade de unir o conhecimento oral ao conhecimento necessário ao ensino, nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, procurando trabalhar com diferentes gêneros discursivos, mas tendo como foco principal o uso dos provérbios como um elemento motivador da aprendizagem.

Os provérbios são sábios e facilitam o entendimento de preceitos morais importantes para a vida. Muitas vezes se torna necessário estudar o significado dos provérbios, pois não são compreendidos facilmente e este foi um dos motivos pelo qual resolvemos abordar este tema. Acredita-se que conhecer e interpretar os provérbios nos torna mais sábios e prontos para encarar a vida e suas necessidades, porque para cada momento e para cada vivência sempre há um provérbio que se encaixa e resume exatamente a situação, sem esquecer sua importância na cultura de diferentes povos.

Este estudo tem então como objetivo investigar as possibilidades de utilização dos provérbios como recurso didático para o ensino de língua e literatura, trazendo esses microtextos nascidos na cultura popular oral para o contexto de cultura escrita de crianças e adolescentes. Este trabalho quer enfatizar a riqueza da sabedoria popular e refletir a respeito das inúmeras possibilidades de sua utilização nas atividades de interpretação e produção de textos. A interpretação e produção de textos narrativos e argumentativos, a análise e a construção de fábulas, o estudo de textos literários em prosa e verso, incluindo letra de música, os estudos da linguagem figurada, as reflexões a respeito da criação/recriação de textos envolvendo o emprego de paródia e da paráfrase e o estudo de textos literários e não literários construídos a partir de antiprovérbios são conteúdos possíveis de serem abordados com a utilização de provérbios.

Este trabalho se justifica pela importância que têm os estudos de língua e literatura no contexto escolar, pela necessidade de valorizar a cultura popular e buscar novas estratégias para as atividades de ensino/aprendizagem. Na sua primeira parte será abordada a terminologia relativa aos provérbios e antiprovérbios, sua origem, transmissão e importância dentro da cultura popular. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema proposto em que se buscaram fontes da Paremiologia assim como informações a respeito do ensino de Língua Portuguesa e Literatura. Foi necessário unir estas áreas para atingir o objetivo de trabalhar com os provérbios e antiprovérbios no ensino de Língua e Literatura, assunto do segundo capítulo, que trata do uso desses pequenos textos em diferentes atividades elaboradas para utilização em sala de aula.

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Provérbios e antiprovérbios

Os provérbios são ditos, ideologias e crenças oriundos da sabedoria popular, cuja origem se perde no tempo, mas graças à preservação do povo, foram passados de geração em geração e ficaram assim, longe do esquecimento. Expressam por meio de uma sentença sucinta, um pensamento e argumentos, que podem ser culturais, morais, sociais e religiosos, que de forma sábia apropriam-se da função de ensinar, aconselhar e comunicar.

Os provérbios são também denominados adágios, aforismos, anexins, apotegmas, brocardos, ditados, ditos, expressões, máximas, rifões, sentenças. (MIMOSO, 2008, p.156). Segundo Xatara & Succi (2008, p. 34-35) os provérbios e outras formas de fraseologismos, como as expressões idiomáticas, que fazem parte da língua coloquial, são estudados no campo da Fraseologia, mas especificamente da Paremiologia, palavra derivada de parêmia, sinônima de provérbio. A Paremiologia é a ciência que se atém ao estudo específico dos provérbios e dos enunciados sentenciosos cuja intenção é transmitir algum conhecimento tradicional baseado na experiência (SANTOS, 2012, p.4). As autoras a seguir definem provérbio como:

Provérbio é uma unidade léxica fraseológica fixa e consagrada por determinada comunidade linguística, que recolhe experiências vivenciadas em comum e as formula como um enunciado conotativo, sucinto e completo, empregado com a função de ensinar, aconselhar, consolar, advertir, repreender, persuadir ou até mesmo praguejar. (XATARA & SUCCI, 2008, p.35).

A palavra provérbio vem do latim proverbium. Sua origem é desconhecida e mesmo não tendo o registro de origem atestado em livros ou documentos, os provérbios pertencem à sabedoria popular e estão presentes em distintas culturas e há provérbios que não pertencem exatamente a um povo, porque são aspirações ou ideias universais. Para a melhor compreensão da utilização dos provérbios e para saber o que significam, quando devem ser utilizados e seu uso na nossa cultura popular e em outras culturas, comentaremos alguns exemplos de provérbios que se mantém em outros países e provérbios que sofrem modificações.

Magalhães Júnior (1974), em seu dicionário de provérbios, afirma que o ditado popular “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” ensina que não se deve trocar uma vantagem real, ainda que modesta, por outra aparentemente maior, mas não tão segura. Este mesmo provérbio aparece em uma variante portuguesa com a seguinte forma: Antes um pardal na mão que uma perdiz a voar e na língua inglesa A bird in hand is worth two in the bush (Um pássaro na mão vale dois no mato). Há outras formas inglesas que sofrem pequenas variações: One bird in the hand is worth two of the roof (Um pássaro na mão é melhor que dois no telhado) e A bird in the cage is worth a hundred at large (Um pássaro na gaiola é melhor que um cento à solta). Em italiano diz-se: É meglio un ucello in gabbia che cento fuori e os holandeses têm o mesmo provérbio, falando em dez pássaros, em vez de um cento.

O provérbio “Melhor é prevenir que remediar”, aconselha evitar um dano, que é sempre mais prudente e mais econômico do que efetuar um conserto. Com a saúde também se dá a mesma coisa, mais valendo evitar os excessos que curar as consequências. O mesmo provérbio circula em língua inglesa com a seguinte forma: Prevention is better than cure. (Prevenção é melhor do que a cura).

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que habilmente se procura confortar pessoas que têm alguém da família em estado muito grave. Em inglês: Where there’s life hope. Em francês: Tant qu’il y a de la vie il y a de l’ espoir.

Um exemplo para advertir encontra-se no provérbio “Quem parte e reparte, fica com a melhor parte”. Este provérbio é uma advertência contra os que fazem partilhas, tendo nelas interesse. Os herdeiros que são inventariantes querem sempre o melhor para si, neste caso, existe outra variante: “Quem parte e reparte, e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”.

Segundo o provérbio “Quem tem boca não manda soprar”, não devemos exigir que outros façam em nosso benefício aquilo que nós mesmos podemos fazer, pondo de parte o nosso comodismo. O provérbio serve de resposta aos que têm hábito de dar ordens a terceiros, para que façam isto ou aquilo, não existindo entre eles nenhum vínculo de subordinação. Na boca do povo é comum o último vocábulo converter-se em assoprar. Expressão equivalente: “Quem quer vai; quem não quer, manda”.

“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” é provérbio de origem latina que aparece em um verso de Lucrécio, da seguinte forma: Stillicidi casus lapidem cavat (A água que tomba gota a gota fura o rochedo). A mesma coisa afirmou o poeta Ovídio, nestes versos da “Arte de amar”: Quid magis est durum saxo? Quid mollius unda?/ Dura tamen moli saxa cavantur aqua - Que é mais duro que uma pedra? Que é mais mole que a água? - Contudo, a água mole cava a pedra dura. Significa persistência ou perseverança.

O provérbio “Praga de urubu não mata cavalo velho” é corrente no Nordeste do Brasil e tem o sentido de que não basta o desejo dos nossos inimigos para nos eliminar ou atrasar a vida. (MAGALHÃES JÚNIOR, 1974).

“Citar provérbio é proclamar vivência. Requer idade, ponderação e experiência”. (DONATO, 1974, p.6). Para o escritor, o ditado reflete situações e anseios universais e eternos. É consequente, sério, sábio, dramático, gravado pela experiência e, sobretudo, conclusivo. Substitui o sermão, o conselho e a lição.

O ditado não recolhe a aventura de um indivíduo, mas experiência de muitos. [...] Ditados e ditos são, de fato, o espírito e o recurso da sabedoria popular. O povo precisa deles. O ditado expõe, encaminha, formaliza o seu pensamento. Revela a sabedoria, a cautela, a experiência. Mais ainda: descobre a mágoa, insinua a malícia, acentua o recato. É defesa e acusação. Absolve e justifica. Consola e admoesta. Acolhe e expurga. E em tudo é sumário e doméstico, empregando conceitos breves e linguagem corrente. (p.8).

Para (BROCA apud SÁ, 1998), muitos dos provérbios utilizados por sua avó, ficaram em sua lembrança identificados com sua imagem e quando os escutava de outros lábios, não possuíam a mesma tonalidade. Segundo o autor, os provérbios eram perfeitos como sabedoria e faziam diferença ao seu ouvido, quando pronunciados por sua avó. “Tonalidade específica, que se conjugava com as expressões daquele rosto magro e enrugado, daqueles olhos mansos, mas vivos, sempre a acompanhar-me numa incansável vigilância” (p.97).

A origem dos provérbios não está documentada, provavelmente por ser uma sabedoria popular oral, passada de geração em geração, torna-se difícil atribuir a alguém a sua origem. O primeiro Livro dos Reis (29-34) menciona que o Livro dos Provérbios atribui a Salomão a criação de numerosíssimos provérbios de sabedoria, e entre as sentenças contidas no Livro dos Provérbios, grande número é de origem popular, como os rifões.

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[...] 29 Deus deu a Salomão a sabedoria, uma inteligência penetrante e um espírito de uma visão tão vasta como as areias que estão à beira do mar. 30 Sua sabedoria excedia a de todos os orientais e a de todo o Egito. 31 Ele era o mais sábio de todos os homens... e sua fama espalhou – se por todos os povos vizinhos. 32 Pronunciou três mil sentenças e compôs mil e cinco poemas. 33 Falou das árvores, desde o cedro do Líbano até o hissopo que brota dos muros; falou dos animais, das aves, dos répteis e dos peixes. 34 De todos os povos vinham pessoas ouvir a sabedoria de Salomão, da parte de todos os reis da terra que tinham ouvido falar de sua sabedoria (BÍBLIA SAGRADA, Primeiro Livro dos Reis, p. 371).

A importância de valorizar a sabedoria contida nos provérbios aparece na Bíblia (ECLESIÁSTICO 8 - 10 p. 873): “Não desprezes o que contarem os velhos sábios, mas entretém-te com suas palavras, pois é com eles que aprenderás a sabedoria, os ensinamentos da inteligência e a arte de servir irrepreensivelmente os poderosos”, comprovando o que disse Donato (1974, p.6), que para citar provérbios, requer idade, vivência e conhecimento.

O livro dos Provérbios (1995, p.793) cita que Salomão procurou utilizar de suas palavras de sabedoria para que as pessoas seguissem seus mandamentos para ter conhecimento e inteligência “Afasta-te da presença do tolo: em seus lábios não encontrarás palavras sábias” e também cita passagens nas quais se podem descobrir grande parentesco com textos egípcios e orientais anteriores, mas não se sabe em que medida Salomão se utilizou de predecessores estrangeiros, sendo certo que também os hebreus sofreram a influência dessas grandes civilizações.

Os provérbios aparecem em diferentes países e são a melhor maneira de cultivar e manter viva a sabedoria popular, de orientar os cidadãos em diferentes épocas e de conhecer o seu povo. E a melhor maneira de preservá-los é compartilhar com os demais países, para que possam desta forma, conhecer a cultura de outro país, seus conhecimentos e sabedoria transmitidos por meio de provérbios.

Os provérbios podem ser classificados como de caráter universal, não sendo seu uso ligado a determinado lugar ou tempo, mas há provérbios que são característicos de um país. Segundo Prado & Batista (2011, p.41) de todos os povos, os chineses são os que possuem os provérbios mais ricos em sabedoria e ensinamentos milenares conservados popularmente que prezam especialmente a tradição e os ensinamentos antigos “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”, ou o provérbio “O medíocre discute pessoas. O comum discute fatos. O sábio discute ideias”. Estes são provérbios de origem chinesa, que comprovam ensinamento e sabedoria respectivamente.

Os chineses dizem que “O segredo mais bem confiado é aquele que a ninguém se confia”. Este provérbio também pode ser explicado por outro provérbio chinês: “O que teu inimigo não pode saber não o contes a teu amigo”. De acordo com Diniz Neto, a experiência o prova muito bem, porque sempre nos arrependemos de ter falado, mas nunca de ter calado.

Uma característica facilmente observada nos provérbios chineses é que eles têm uma finalidade pedagógica preocupando-se em ensinar normas de conduta que atingem o indivíduo e a comunidade, em fornecer orientações que revelam experiência, bom senso e ponderação. “Se você quer manter limpa a sua cidade, comece varrendo diante de sua casa”. Sabemos que nada ocorre facilmente, tudo se deve ao esforço e ao trabalho exercido. “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado”; não devemos achar que teremos tudo no momento em que precisarmos e principalmente, devemos saber que para ter um resultado com eficiência temos que ter plantado: “Lembre-se de cavar o poço bem antes de sentir sede”; não devemos facilitar a vida para alguém, pois é sofrendo e

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vivendo, que aprendemos e passamos a dar valor a ela: “Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar”.

Para os chineses, os provérbios têm importância fundamental e quase obrigatória, mesmo que sejam utilizados em simples conversas cotidianas. Os chineses acreditam que os provérbios são agradáveis aos ouvidos, por este motivo, devem ser incluídos em pensamentos e raciocínios.

Segundo Prado e Batista (2011, p. 41), alguns provérbios mais longos e complexos, têm origem em passagens históricas ou literárias e procedem de pensadores consagrados, como os chamados chéng- yü, que significa expressões feitas e os provérbios mais curtos e simples têm tradição oral, de origem normalmente desconhecida.

De acordo com Chia (2002), os chineses citam provérbios para expressar votos de felicitações. Por ocasião do aniversário de idosos é comum a presença de elementos da natureza como símbolos de longevidade, já que a vida humana é tão efêmera comparada à natureza. Dizem os chineses: “Que sua felicidade seja tão imensa quanto o Mar do Leste, e sua longevidade tão infinita quanto à do Monte do Sul.” Isso ocorre também quando se quer desejar boa viagem “Que o vento sopre a seu favor, que você siga a direção do vento até a chegada”. Essas saudações também estão presentes nos votos de Ano Novo e casamentos. Ao fazer votos de felicidade a jovens, usam a metáfora do voo dos grandes pássaros: “Que seu futuro seja como o voo de dez mil quilômetros do grande pássaro Póng”. Já ao fazer votos de constante sucesso para um homem já realizado, usam o sol e a lua “Que seu sucesso seja tão duradouro como o sol e a lua regendo nos Céus, como os rios e os lagos, percorrendo a Terra”.

Na cultura chinesa, incentiva-se que o homem imite as virtudes da natureza. Segundo Chia (2002), no século VI a. C, o mestre dizia que: “aqueles que gostam de imitar as virtudes da montanha assemelham-se ao homem bom, e aqueles que gostam de imitar as virtudes da água aproximam-se do sábio”, por este motivo os elementos da natureza são frequentemente usados como metáforas de sabedoria “os erros de um cavalheiro são como eclipse de lua ou de sol, não há como esconder-se, todos os enxergam; mas quando um cavalheiro corrige seus erros, é como o fim do eclipse, sua luz volta a iluminar a todos, e todos o admiram por isso”.

Em muitas culturas os provérbios assumiram um papel importante e estão associados à vida cotidiana. Quando se diz “Quem semeia ventos colhe tempestades” entende-se a pessoa que age sem pensar nas consequências, que acaba se tornando vítima do próprio ato, pagando caro por palavras ou por atos impensados. Nos casos de “A cavalo dado não se olha os dentes” e “É preciso fazer o bem sem olhar a quem”, o primeiro provérbio diz que o que vale ao receber um presente são a intenção e o carinho da pessoa que o presenteou e não o presente em si, já o segundo provérbio mostra que em se tratando de pessoas, sendo estas ricas ou pobres, devemos sempre fazer o bem em qualquer situação, com qualquer pessoa.

Justamente pelos provérbios estarem tão presentes nas conversas cotidianas, sendo utilizados ao longo do tempo por diferentes pessoas, surgem variantes que podem alterar o sentido desses ditos populares. Comentando esse assunto, a revista Língua Portuguesa (2014, p.54) afirma que a forma original e correta do provérbio é “Quem tem boca vai a Roma” e não a variante “Quem tem boca vaia Roma”. “Quem tem boca vai a (verbo “ir”, não “vaiar”) Roma”, frase originada das peregrinações a Roma, donde palavras como “romaria” e “romeiro”, associados à peregrinação. Já “Quem não tem cão caça com gato”, aparece como: “Quem não tem cão caça como gato”. Caçar como gato seria sozinho, mas o tradicional é mesmo “com gato”.

Os provérbios se caracterizam por serem textos curtos formados predominantemente por um período simples “Santo de casa não faz milagre”, mas existem também os provérbios formados por período composto “Quem ama o feio, bonito lhe parece”, “Deus ajuda a quem

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195 cedo madruga”.

Segundo Simon (2010), com referência à construção, os provérbios exploram aspectos semânticos, sintáticos e fonológicos da linguagem. Abordam múltiplos temas relativos à vida humana, tais como amor, saúde, idade, pobreza, riqueza, trabalho, entre outros. Dizem respeito a expressões de opinião geral e podem ser interpretados metaforicamente “A voz do povo é a voz de Deus” ou literalmente “A justiça tarda, mas não falta”. É comum a utilização de verbos no tempo presente sugerindo atemporalidade ou referência a qualquer tempo assim como o emprego de estruturas simétricas, sendo frequentes o paralelismo e as repetições “Longe dos olhos, longe do coração”. Também é frequente o uso de pronomes pessoais substantivos e o uso de formas imperativas. No que se refere aos aspectos sonoros há o uso frequente de aliteração, assonância e rima.

Os provérbios imprimem sonoridade aos textos dando ritmo e poeticidade à fala e à leitura, como é o caso de “Cada ovelha com sua parelha”, “Quem desdenha quer comprar”, “Anda em capa de letrado muito asno disfarçado”, “Mais vale um amigo cachorro do que um cachorro amigo”. Observa-se a presença de rimas, repetições de fonemas, morfemas e de palavras, de diferentes combinações. Esses recursos contribuem para que se possam explorar os recursos existentes na oralidade, valorizando as ideias que o texto pode veicular e os efeitos provocados.

Segundo Chia (2002), a utilização de figuras de animais para ilustrar os provérbios é bem comum e no caso dos chineses, nota-se que personificam os animais e interpretam seus comportamentos segundo os valores humanos. Assim, há alguns animais que são louvados, e outros, desprezados: “Ao pintar o dragão, pontuar suas pupilas”. A pupila do dragão aqui representa o primor, o ponto máximo da genialidade de uma obra-prima. Outro animal muito admirado, e também temido, é o tigre. O tigre é frequentemente colocado ao lado do dragão, ambos simbolizando pessoas de grande valor, talento e coragem. “Tigre sentado, dragão escondido [que sem se moverem, passam despercebidos]”. Este provérbio descreve o recolhimento intencional de pessoas muito talentosas, mas discretas. É usado para elogiar pessoas que não gostam de exibir suas qualidades. Já com um sentido oposto tem-se a cobra que é frequentemente metáfora de todos os tipos de maldade.

Os animais não aparecem somente nos provérbios chineses, mas também estão presentes em provérbios de outros países, como se vê nos exemplos a seguir que são de provérbios muito comuns no Brasil: “Boi sonso, marrada certa”, provérbio mineiro, corrente na zona de criação de gado. Manda ter cuidado com os indivíduos de aparência inofensiva, cujas reações, por inesperadas, apanham o contendor desprevenido.

Há também provérbios relacionados a animais e que são mundialmente utilizados, muitos deles com algumas variações, porém, com o mesmo sentido e emprego. Em seu dicionário de provérbios, Magalhães Junior (1974) cita a presença de animais e suas funções, como é o caso de “Cada macaco no seu galho”, que é o mesmo que dizer: cada homem na sua função, ou no ofício que lhe compete, ou para o qual está capacitado, sem interferir nas responsabilidades dos outros e sem perturbar o trabalho alheio. Os franceses dizem o mesmo, por outras palavras: Chacun à sa place (Cada qual em seu lugar) e Chacun son métier (cada qual em seu ofício). Os espanhóis têm: Bien está San Pedro en Roma e: Cada cual a su oficio. Na realidade, tudo isso significa exatamente o mesmo que “Cada macaco no seu galho”.

O provérbio “Cão que ladra não morde” se aplica aos indivíduos que, furiosos esbravejam injúrias, mas depois se acalmam e não cumprem as ameaças. O mesmo provérbio existe em inglês, porém, mais cauteloso: Barking dogs seldom bite (Cães que ladram raramente mordem). E na Inglaterra: Dumb dogs are dangerous (Cães que não ladram são perigosos), o que aparece aqui com um sentido oposto, pois o provérbio brasileiro afirma que os indivíduos não cumprem as ameaças, o americano raramente cumpre e o inglês aparece com um sentido oposto, afirmando que as pessoas que não apresentam sinais de perigo são as

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mais perigosas.

O provérbio “Gato escaldado tem medo de água fria” afirma que a lembrança de uma experiência desagradável impõe as maiores cautelas aos indivíduos, receosos sempre de novos desastres, em circunstâncias que lhes pareçam mais ou menos semelhantes. Os ingleses têm o mesmo provérbio, mas sobre criança que se queima ao brincar com fogo: A burnt child dreads the fire. A experiência mostra-lhe o perigo, do qual terá medo no futuro.

O provérbio “Passar de cavalo a burro” diz respeito ao rebaixamento de posto, passar de um cargo importante para outro que lhe é inferior. “Vender gato por lebre” significa cometer uma fraude, enganar alguém, prometendo ou vendendo coisa valiosa e dando depois coisa inferior. Nesses provérbios, os animais assumem a mesma função que têm nos provérbios chineses: aparecem personificados, tendo seu comportamento interpretado segundo os valores humanos.

Os provérbios são largamente utilizados nos textos literários, sendo comuns na fala de determinados personagens como aqueles pertencentes a comunidades onde a oralidade é importante ou de figuras que têm grande experiência de vida pela idade, pelo conhecimento ou pela função que ocupam naquele grupo social. Em “Sagarana”, um personagem de Guimarães Rosa descreve como o marido matou o amante de sua mulher e logo outro diz: “Como é que Xandão Cabaça, tão sem ideia, foi descobrir a história lá deles? Boi sonso, marrada certa!”. O mesmo emprego ocorre em textos poéticos como se vê no poema de Bocheco (2006, p. 35) “De cavalo dado não se olham os dentes / cesteiro que faz um cesto faz um cento / de cobra não nasce passarinho / quanto mais velho melhor o vinho...”.

Quando se investigam os provérbios como gênero textual que pode ser utilizado em diferentes situações nas aulas de língua portuguesa e literatura, é necessário ir além deles e incluir nessa pesquisa um tipo de texto construído a partir da desconstrução dos provérbios. Essas frases construídas através de desmontagem de provérbios têm sido chamadas de antiprovérbios e são construídas por meio da alteração de sentido dos provérbios originais tal como no exemplo “De grão em grão, a galinha prepara a nossa refeição” que remete ao provérbio “De grão em grão, a galinha enche o papo”. Trata-se de um texto criado a partir de outro já existente, sendo empregado nessa criação o processo conhecido como paródia, que na visão de (BREWER apud SANT’ANNA, 1988) é assim definida “paródia significa uma ode que perverte o sentido de outra ode (grego: para-ode)”. Esta definição implica o conhecimento de que originalmente a ode era um poema para ser cantado. Por este motivo, (SHIPLEY, 1972 apud SANT’ ANNA, 1988), registra que o termo paródia implicava a ideia da canção que era cantada ao lado outra, como uma espécie de contracanto. A paródia é construída dentro de um processo de subversão do sentido do texto original, diferentemente da paráfrase (grego: para-phrasis) que diz o texto de outra forma, mas com o mesmo sentido. Os antiprovérbios ou paródias dos provérbios formam-se por corruptelas dos chamados provérbios populares. Criam-se pastiches ou trocadilhos em cima de uma frase de conhecimento geral da comunidade. O emprego dessas frases pode ocorrer na linguagem do dia-a-dia, numa espécie de jogo lúdico, onde se brinca de contrariar o conhecimento estabelecido ou em textos literários em prosa ou verso, aparecendo também em letras de canções.

Percebe-se na canção “Bom conselho” de Chico Buarque de Holanda, que os provérbios populares são ditos no sentido contrário. Para Conde (2004) esta canção realiza uma espécie de “violação proverbial”, pois enuncia, justamente, o contrário daquilo que os provérbios populares pregam, questionando dessa forma as verdades por eles estabelecidas. O leitor/ouvinte, no entanto, consegue identificar as frases originais comprovando assim o caráter intertextual da obra do compositor, tal como se vê a seguir: "Ouça um bom conselho/ que lhe dou de graça/ Inútil dormir que a dor não passa...”, recriações de “Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia” e “Dorme, que a dor passa”.

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197 De acordo com Batista (2010):

A canção composta por Chico Buarque é provocadora, já que parte de vários dizeres extraídos da cultura popular em que o cancionista nos convida a ouvir, e eventualmente seguir alguns “bons conselhos”, que de maneira irônica, se afastam da tradição popular, pois o poeta nos ensina num sentido e o povo, noutro.

Segundo (CALADO, 2004 apud FREIRE & QUEIROZ, 2010), “A inversão semântica de provérbios oferece um aspecto cômico à composição, na medida em que do habitual e esperado surge o inusitado, o efeito surpresa”.

Os provérbios foram adaptados também à Era digital e é possível visualizar cada vez mais frases populares que sofrem adaptações, tais como aparecem nos exemplos a seguir: “A pressa é inimiga da perfeição” (A pressa é inimiga da conexão), “Cão que ladra não morde” (Hacker que ladra não morde), “Melhor prevenir do que remediar” (Melhor prevenir do que formatar),“ Quem canta seus males espanta” ( Quem clica seus males multiplica), “Quem tem boca vai a Roma” (Quem tem dedo vai a Roma).

Após a exposição realizada anteriormente sobre os provérbios e antiprovérbios procuraremos na segunda parte deste trabalho, estratégias para utilizá-los em diferentes aplicações no ensino. Torna-se necessária, no entanto, orientação teórica com princípios que comprovem a possibilidade de seu uso no ensino de língua e literatura, como elementos que poderão ser úteis para a contextualização da realidade educacional.

Uso dos provérbios e antiprovérbios como recurso didático no

ensino de língua e literatura

Segundo (ANDRADE apud LIMA, 2011) sem ter certeza da origem dos provérbios, as pessoas os introduzem em suas falas e os identificam quando são ditos por alguém, pois quando alguém cita um provérbio o faz utilizando palavras que não são suas, mas de um grupo de certa comunidade que fala por intermédio dele, portanto, pode-se então confirmar a condição de saber popular dos provérbios. A partir dessa função popular e cultural dos provérbios, procuram-se estratégias para utilizá-los em diferentes aplicações para o ensino, especificamente nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura.

Sabe-se que a língua funciona como um elemento de comunicação e interação entre os indivíduos e a sociedade em que atuam. De acordo com Prado & Batista (2011, p.40) cada comunidade desenvolve ou promove os ditados em função de suas características culturais e sociais. Segundo Cipro Neto (2013), dizia o educador Paulo Freire, que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Para bom entendedor, meia palavra basta; para mau entendedor, nem todas as palavras do mundo bastam.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.6) indicam como objetivos do ensino fundamental, que os alunos sejam capazes de:

Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país e conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos

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socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.

Estes objetivos indicados pelos PCN apontam para a valorização de importantes aspectos, principalmente aqueles que fortaleçam a identidade nacional e façam com que questões socioculturais de outros povos e nações sejam também respeitadas. Não cabe mais à escola apenas ensinar ao aluno a ler e escrever, mas é preciso instruí-los a relacionar a língua às suas práticas sociais e culturais e é sob estes aspectos que os provérbios aparecem como imagem de um povo.

Trabalhar com provérbios em sala de aula é uma estratégia que pode trazer bons resultados, quando o objetivo é valorizar a cultura popular e torná-la presente em várias áreas dos estudos da linguagem. Os provérbios podem auxiliar na leitura e produção de textos envolvendo tópicos como a análise e construção de fábulas, o estudo de textos literários em prosa e verso, incluindo letras de música, as reflexões a respeito de criação e recriação de textos envolvendo o emprego de paráfrase e paródia e o estudo de textos literários e não literários construídos a partir de antiprovérbios.

O primeiro passo ao introduzir este tema aos alunos é primeiramente procurar resgatar os principais conhecimentos já obtidos por eles no decorrer de suas vidas. É importante que o professor investigue-os, portanto, seguem abaixo, exemplos de atividades para auxiliar neste resgate de conhecimento popular possivelmente já adquirido. É importante lembrar que os exercícios sugeridos podem ser trabalhados com alunos que vão das séries iniciais até o ensino médio, bastando adequá-los a cada série e que as sugestões a seguir representam uma pequena amostra das inúmeras possibilidades existentes.

Conhecimento dos provérbios Questionário

 Você sabe o que é provérbio popular?

 Já ouviu alguma vez? Onde?

 Você conhece algum provérbio?

 Seus pais, avós e familiares costumam citar provérbios? Em que situações? Dê exemplos. Pesquisa

Após discussão em sala de aula para saber sobre os conhecimentos prévios que os alunos possuem sobre os provérbios populares, o professor deverá solicitar uma pequena pesquisa para a próxima aula. Esta pesquisa precisará ser realizada com algum familiar, elemento de sua comunidade ou de suas relações para que o próprio aluno investigue o que são provérbios populares e pergunte sobre dois provérbios que conheçam. O aluno deverá trazer anotado, para que outra atividade seja desenvolvida em sala de aula.

Discussão após questionário e pesquisa

O professor juntamente com a classe fará uma lista com conhecimentos básicos dos alunos sobre os provérbios e os exercícios anteriormente elaborados deverão ser trabalhados em sala de aula após o questionário realizado na primeira aula e após a pesquisa, realizada em

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199 casa com o auxílio dos pais e familiares. O professor pedirá aos alunos que façam um círculo no meio da sala e o professor poderá convidá-los a assistirem a algum vídeo que os coloque diante do que são os provérbios. Após esta atividade de levantamento de dados e conhecimento, o professor solicitará à sala que seja realizada a divisão em dois grupos e neste momento o professor aplicará as atividades.

As perguntas deverão ser destinadas a um grupo, caso este grupo não acerte a resposta, o outro grupo terá a oportunidade de responder, dando assim uma chance a cada grupo. O grupo que obtiver mais pontos será o vencedor. É importante que o professor esclareça aos alunos que nesta primeira fase, a do conhecimento prévio, não será trabalhado o significado dos provérbios.

Complete o provérbio:

 “Quando um burro fala, o outro...”.

a. Acha muito engraçado b. Finge que não ouviu c. Abaixa a orelha d. Escuta com atenção

“Quem semeia vento...”.

a. Escolhe a amizade b. Colhe tempestade c. Bebe a tempestade d. Não vê a tempestade

“Água mole em pedra dura...”.

a. Tanto bate até que fura b. Bate e empurra c. O vento bate e fura d. Tanto bate que empurra.

Complete o provérbio:

Quem casa, quer...

 Cada macaco no seu...

 De grão em grão a galinha enche o...

 Em boca fechada não entra...

Estes exercícios são amostras dos inúmeros tipos que poderão ser feitos com o intuito de investigar os conhecimentos que os alunos possam já ter ou não sobre o assunto, mas se assim trabalhados podem criar expectativas e interesse por parte deles que se encontrarão diante de um desafio. Para esta primeira parte não foi proposto o critério de explicar os provérbios, já que o objetivo era saber se já haviam escutado, porém, o próximo passo será trabalhar o entendimento. Portanto, serão elaborados exercícios para trabalhar o significado dos provérbios.

“Para bom entendedor meia palavra basta” e é com este provérbio que se inicia o segundo tópico a ser trabalhado em sala de aula, o do entendimento e da compreensão. Quando nos deparamos com algum provérbio, seja ele escrito ou falado, a primeira reação é a de procurar entender o que ele significa, porém, muitas vezes não se sabe exatamente do que se trata, havendo também aqueles que deixam claro o seu objetivo sem a necessidade de consultas e pesquisas.

Provavelmente após a primeira fase, a do conhecimento prévio, muitos alunos não se limitaram a perguntar o que significam certos provérbios ou dizer que nunca haviam escutado, mas também, deve ter havido alunos que já escutaram estas sentenças ditas por familiares,

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sem compreender exatamente com que objetivo foram empregadas. Neste caso devemos elaborar atividades que trabalhem com a reflexão e a curiosidade do aluno, buscando a interpretação dos provérbios.

Entendimento dos provérbios

A seguir, encontram-se dois provérbios, que serão utilizados em diferentes tipos de exercícios para trabalhar com o entendimento dos mesmos. “Quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado dos outros” e “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”. Por meio destes provérbios, dados como exemplo, podem ser investigados o que representa cada elemento encontrado neles, trazendo-os para o entendimento prático e popular.

Nós estamos acostumados a dizer “Quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado dos outros” e “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”, mas o que exatamente será que significam estes dois provérbios?

 Primeiramente, o professor deve expor estes dois provérbios oralmente e dar alguns minutos para que os alunos reflitam e tentem explicar o significado. Provavelmente não será assim tão fácil e conforme eles forem expondo suas ideias, o professor deverá anotá-las na lousa.

 Em seguida, o professor deverá colocar sobre a lousa duas imagens que demonstrem essas duas situações e a partir do contato com o provérbio e a imagem, o professor criará a possibilidade da leitura por meio das imagens.

 Assim, após observarem bem a imagem, o professor escreverá na lousa ou poderá colar ao lado das imagens o significado destes dois provérbios e a partir do significado, será possível fazer a análise e a explicação de ambos para os alunos.

Algumas questões devem ser levantadas ao analisar as imagens, como por exemplo, a que se refere a palavra telhado? A que se refere a palavra vidro? O mesmo acontece com macaco velho. Por que macaco? O que significa colocar a mão em cumbuca? Os alunos sabem o que é cumbuca? Poderíamos substituir macaco por outro animal?

Respondendo a essas questões fica claro o significado destes provérbios e clareia também a ideia dos alunos, que estavam em busca do significado. Telhado se refere a uma base de proteção e vidro se refere ao material em que é composto, ou seja, telhado de vidro para uma casa seria um tanto ousado, já que vidro é um material pouco resistente. Se fizermos mal a alguém que possua igualmente os mesmo princípios que os nossos poderemos ser afetados também, ou seja, este provérbio quer dizer que o que não desejamos para nós não podemos desejar para os outros.

No segundo provérbio, o macaco é um animal conhecido pela sua experiência e segundo o Dicionário Michaelis, cumbuca é concha de tirar água do pote. O provérbio “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”, mostra que quem já passou por uma experiência desagradável sabe como evitá-la.

Outros provérbios que podem ser utilizados neste exercício são: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, “Quando um não quer dois não brigam”, “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”, “A mentira tem perna curta” e “Cachorro que late não morde”.

Leitura e produção de textos

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201 falam como gente e tem como objetivo apresentar uma moral ou ensinamento.

Esta aula terá como objetivo produzir uma fábula tendo os ditados populares como a moral da história. Após a criação, os alunos poderão fazer a ilustração e posteriormente criar um livro de fábulas tendo a moral baseada em provérbios populares. O professor poderá disponibilizar os provérbios abaixo ou pedir sugestões aos alunos.

 A ocasião faz o ladrão;

 Quem ri por último, ri melhor;

 Quem fala o que quer, escuta o que não quer;

 Quem ama o feio, bonito lhe parece;

 Quem não arrisca não petisca;

 Quem canta seus males espanta;

 Macaco velho não põe a mão em cumbuca;

 Um por todos, todos por um.

Após a criação das fábulas os alunos estarão aptos a compreender as histórias e a reconhecer os provérbios que moralizam cada fábula, como nos exemplo a seguir:

“Um cão, com um pedaço de carne na boca, atravessava uma ponte sobre uma correnteza. Olhando para baixo, viu a própria sombra dentro d’ água. Pensando que o reflexo era outro cão, com um pedaço maior de carne na boca, decidiu roubá-lo e, para tanto, abriu as mandíbula. O pedaço de carne caiu na correnteza e lá se foi...”.

(Quem tudo quer tudo perde).

Este exercício poderá ser ampliado com a leitura e descoberta da moral das fábulas tradicionais como, por exemplo, “A Raposa e as Uvas” e “A Lebre e a Tartaruga” de Esopo e “A Cigarra e a Formiga” e “A Raposa e a Cegonha” de La Fontaine.

A “A Farsa de Inês Pereira” de Gil Vicente foi escrita para desenvolver as ideias contidas no dito popular “Mais quero asno que me carregue que cavalo que derrube”, apresentado ao autor português por pessoas que duvidavam de sua capacidade de criar as obras a ele atribuídas.

Tal como ocorreu na criação da farsa de Gil Vicente pode-se solicitar aos alunos que desenvolvam textos escritos, que podem ser do tipo narrativo, dissertativo ou mesmo pequenos textos teatrais, que desenvolvam as ideias contidas nos provérbios apresentados. Pode-se ampliar o exercício, pedindo que os alunos desenvolvam seus textos com argumentos que comprovem os provérbios e numa segunda fase que desenvolvam textos que contenham argumentação contrária. Os provérbios ou sentenças podem ser retirados da própria farsa ou outros exemplos poderão ser apresentados.

1. Fazer uma dissertação desenvolvendo um dos provérbios abaixo:

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 “O que não haveis de comer deixai-o a outrem mexer”.

2. Fazer uma dissertação desenvolvendo ideias contrárias às contidas em um dos provérbios abaixo:

 “Mais quero eu quem me adore que quem faça com que chore”;

 “Mata o cavalo de sela e bom é o asno que me leva”. Semântica

Alguns aspectos semânticos da língua tais como a sinonímia, a antonímia e a polissemia também podem ser estudados com a utilização de provérbios. Isso pode ser feito por meio de exercícios bem simples, como o que vêm a seguir ou, dependendo da série, com exercícios mais difíceis.

Identificar nos provérbios abaixo as palavras de sentido oposto:

Não deixes para amanhã o que se podes fazer hoje. Azar no jogo, sorte no amor.

Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Quem semeia ventos, colhe tempestade. Quem ama o feio, bonito lhe parece.

Sintaxe (Estruturas linguísticas)

Os tempos, modos e pessoas do verbo também podem ser abordados em exercícios construídos em torno de provérbios. Esses exercícios podem partir daqueles bem simples, como se vê no exemplo abaixo:

Grifar as formas verbais e identificar o tempo em que se encontram:

 Águas passadas não movem moinhos.

 Quem ama o feio bonito lhe parece.

 Cesteiro que faz um cesto faz um cento.

 O diabo não é tão feio quanto se pinta.

 Quem diz o que quer ouve o que não quer.

 À noite todos os gatos são pardos.

 Santo de casa não faz milagre.

Grifar as formas verbais e identificar o modo em que se encontram

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203

 O hábito não faz o monge.

 Dize-me com quem andas e dir-te-ei que és.

 Comeu a carne, lamba os ossos.

 Nunca dê passo maior que a perna.

Há diferenças na construção linguística de alguns provérbios portugueses em relação aos brasileiros. Os provérbios portugueses “Dá Deus nozes a quem não tem dentes” e “Grão a grão enche a galinha o papo” são construídos empregando a ordem inversa, diferentemente dos brasileiros “Deus dá nozes a quem não tem dentes” e “De grão em grão a galinha enche o papo”. É possível perceber que mesmo sendo diferenciados mantêm o mesmo sentido. Há ainda provérbios que apresentam outras diferenças na construção que podem ser trabalhadas em sala de aula: diferenças nas formas verbais, na pessoa gramatical e outras variações. O professor pode solicitar que relacionem os provérbios portugueses aos brasileiros e identifiquem possíveis semelhanças ou diferenças, se houver. Também poderá solicitar que os alunos alterem os provérbios portugueses, adaptando-os ao português do Brasil. Algumas sugestões podem ser:

 Dá Deus nozes a quem não tem dentes.

 Grão a grão enche a galinha o papo.

 Filho és, pai serás, como fizeres assim acharás.

 Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.

 Vale mais prevenir que remediar.

 Nunca digas: desta água não beberei.

 Antes que cases, vê o que fazes.

 De boas intenções está o Inferno cheio.

 Gato escaldado de água fria tem medo.

 Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Outros recursos

Os provérbios podem apresentar outros recursos, como por exemplo, rimas, oposições e paralelismo. No provérbio “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, percebe-se a rima nas seguintes palavras: dura e fura, e ao mesmo tempo percebe-se a oposição entre as palavras mole e dura. É possível encontrar rima e oposição também no provérbio “Bom é saber calar até o tempo de falar”. Calar e falar são palavras de sentido oposto e que rimam entre si. Variados tipos de exercícios poderão feitos dentro desse tópico, desde aqueles que pedem a identificação das palavras que rimam entre si até aqueles que solicitam a substituição de uma das palavras do par que forma a rima.

Podem ser trabalhados, por exemplo, os provérbios abaixo:

Comer e coçar é só começar;

Anzol sem isca, peixe não belisca;

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O dinheiro compra pão, mas não compra gratidão;

Se não houvesse quem escutasse, não haveria quem falasse;

Quem come tudo num dia, noutro dia assobia.

A justiça tarda, mas não falha.

Fazer o bem sem olhar a quem.

Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

O que é do homem o bicho não come.

Quem não arrisca não petisca.

O paralelismo refere-se à estrutura e aparece no provérbio “Quem semeia vento, colhe tempestade” que é formado por duas sentenças compostas por um verbo (V) seguido de objeto direto (OD):

Quem semeia vento/ colhe tempestade V OD V OD

Outros dois exemplos que se assemelhem são os provérbios “Onde há fumaça, há fogo” e “Enquanto há vida, há esperança”. Ambos possuem o verbo haver nas duas sentenças, seguido dos complementos fumaça e fogo e vida e esperança. Percebe-se ainda no provérbio “Onde há fumaça, há fogo” a presença de elementos que mantém relação entre si (fumaça e fogo).

Podem ser trabalhados, por exemplo, os provérbios abaixo e os alunos poderão identificar rimas, oposições e paralelismos.

 O dinheiro compra pão, mas não compra gratidão;

Se não houvesse quem escutasse, não haveria quem falasse;

 A palavra é de prata, o silêncio é de ouro.

 Errar é humano, perdoar é divino.

 Neblina na serra, chuva na terra.

Provérbios e antiprovérbios – Paródia

As atividades em torno de textos (poemas, letras de música) construídos com base em antiprovérbios deverão ter como objetivo principal o entendimento, por parte dos alunos, das consequências do emprego dessas frases. A opção do autor em criar seu texto com o auxílio de frases que parodiam outras que são fruto da tradição e do conhecimento coletivo, invertendo muitas vezes seu significado, indica que tipo de postura do sujeito poético? Que objetivos? Que visão de mundo? Trata-se de uma brincadeira com os provérbios? É uma atitude lúdica ou de enfrentamento do saber tradicional? É importante repetir que tais atividades exigem que os provérbios originais sejam conhecidos e caso não sejam, a descoberta do significado desses provérbios deve ser parte da atividade.

Na busca de respostas a essas questões poderão ser propostos exercícios que: a) levem á identificação dos provérbios originais; b) busquem a compreensão do sentido dos

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205 provérbios originais e dos antiprovérbios; c) identifiquem as diferenças de sentido entre uns e outros; d) identifiquem os objetivos e as consequências do emprego dos antiprovérbios na construção de frases de uso cotidiano e na criação de textos literários; e) investiguem o contexto de produção desses textos; f) relacionem o contexto às escolhas do escritor na escrita do texto, se for o caso.

No caso da música “Bom conselho” de Chico Buarque, todas as opções sugeridas são possíveis e podem resultar em exercícios de interpretação do texto; de compreensão do significado das metáforas e por extensão da linguagem figurada de modo geral ( o que representam, por exemplo “tempestade” e “ vento” e o que significa “ semear o vento” e “beber a tempestade” ); de produção de textos de natureza dissertativa ( com argumentação a favor e contra os provérbios originais e os recriados) ou narrativa ( criação de relatos, fábulas em torno de uns e outros); de compreensão das diferenças entre paródia e paráfrase, de forma prática inicialmente , chegando depois a conceitos teóricos, ( em exercícios que verifiquem os diferentes processos envolvidos em textos recriados tais como entre “Eu semeio vento na minha cidade/ Vou pra rua e bebo a tempestade” e “ Quem semeia discórdia colhe desunião “ ( criados a partir de “Quem semeia ventos colhe tempestade ) ou entre “Minha terra tem laranjeiras onde canta a juriti”e “Minha terra tem palmares /onde gorjeia o mar” ( criados com base em Minha terra tem palmeiras/Onde canta a sabiá); de atividades envolvendo outras disciplinas (a pesquisa histórica a respeito da ditadura militar (Bom conselho) do nacionalismo ( Canção do Exílio) do Quilombo dos Palmares (Canção do Exílio de Oswald de Andrade).

Os exercícios propostos podem ser inicialmente bem simples tal como se vê no exemplo abaixo, e irem evoluindo para os de maior complexidade.

Relacione as duas colunas:

(a) Ouça um conselho que eu lhe dou de graça

(b) Eu semeio o vento na minha cidade, vou pra a rua e bebo a tempestade. (c) Quem espera nunca alcança

(d) Brinque com meu fogo, venha se queimar (e) Faça como eu digo, faça como eu faço (f) Aja duas vezes antes de pensar

(g) Devagar é que não se vai ao longe

( ) Devagar se vai ao longe

( ) Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço ( ) Quem espera sempre alcança

( ) Se conselho fosse bom não se dava, se vendia ( ) Quem brinca com fogo pode se queimar. ( ) Pense duas vezes antes de agir

( ) Quem semeia ventos colhe tempestade

Explique as diferenças de sentido entre:

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rua e bebo a tempestade.”

b- “Quem brinca com fogo pode se queimar” e “Brinque com meu fogo, venha se queimar”

Na música de Chico Buarque, os provérbios recriados foram construídos com a utilização da primeira pessoa do verbo. Assinale as palavras que comprovam essa afirmação e comente esse uso tendo em vista o contexto de produção do texto.

Crie um provérbio de sentido oposto (antiprovérbio) a partir dos ditados populares abaixo:

a- “Deus ajuda quem cedo madruga” b- “Pau que nasce torto morre torto” c- “Antes só do que acompanhado”

Exercícios semelhantes aos sugeridos para o texto de Chico Buarque podem ser elaborados para outros textos literários, que de diferentes maneiras questionam ou contestam o conteúdo de ditados populares, tais como os poemas “Rifoneiro divino” de Carlos Drummond de Andrade “Responde, por favor: Deus é quem sabe? / Sabe Deus o que faz? / Deus dá o pão, não amassa a farinha?/ ( ... ) e “Rifoneiro” de Glauco Matoso “ O ventre em jejum, não ouve a nenhum / Vontade de rei / não conhece lei / Não faz por nenhum, quem faz por comum.” ( .. ). É possível ainda fazer exercícios que explorem o caráter que paródia que tem o texto de Glauco Matoso em relação ao de Drummond.

Após a fundamentação teórica, esta segunda parte do trabalho buscou comprovar as inúmeras possibilidades de utilização dos provérbios e antiprovérbios nas aulas de língua e literatura por meio de exercícios que abordam a leitura e produção de textos, o estudo de diferentes estruturas linguísticas, os processos empregados na criação de textos e intertextos e muitos outros recursos empregados em textos literários e não literários.

Considerações finais

A utilização de provérbios e antiprovérbios como recurso didático nas aulas de língua e literatura tem como objetivo a inclusão nas atividades de ensino/aprendizagem destes gêneros textuais que possuem uma fisionomia própria e são ricos em sabedoria, ensinamentos e características culturais e sociais. Após estudo bibliográfico, tivemos a confirmação da importância de incluí-los no ensino e das inúmeras maneiras de utilizá-los.

Foram apresentadas possibilidades e recursos para que estes microtextos pudessem ser utilizados no contexto escrito de crianças e adolescentes, principalmente nas aulas de língua e literatura, com a sugestão de exercícios diversificados que podem tornar as aulas mais atrativas sem esquecer um importante fator, a riqueza que esses provérbios possuem. Além de sugerir atividades para uso em sala de aula, este trabalho quis ressaltar a riqueza contida nesses pequenos textos e dessa forma contribuir para a valorização tanto da nossa cultura quanto a de diferentes povos.

Para que os provérbios e antiprovérbios fossem introduzidos como motivação em aulas de língua e literatura, foram sugeridas atividades abrangendo exercícios de interpretação e produção de textos narrativos e dissertativos, estudo de textos literários em prosa e verso, incluindo letras de música, estudo da linguagem figurada, reflexões a respeito da criação e

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207 recriação de textos envolvendo o emprego de paródia e paráfrase e estudo de textos literários e não literários construídos a partir de antiprovérbios.

Acreditamos que os objetivos foram alcançados, porém, esta pesquisa é somente de caráter bibliográfico, necessitando da aplicação em sala de aula para comprovar e ampliar o proposto neste trabalho. Trabalhar com provérbios e antiprovérbios divulga e valoriza a cultura popular, porque a toma como base dos estudos de língua e a valorização desse repertório faz parte das funções da escola.

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