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RECOMENDAÇÃO MPF-PRM-JEQ nº 01/2012

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RECOMENDAÇÃO MPF-PRM-JEQ nº 01/2012

INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO 1.14.008.000010/2007-17

RECOMENDA ao DNIT/BA (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) que efetue reparos na 330, no trecho que liga a 116 (Jequié) à BR-101 (Ubaitaba) com o escopo de tornar adequadas as condições de trafegabilidade nesta via.

Sr. Superintendente Regional,

1- Histórico:

Foi instaurado nesta procuradoria o inquérito civil público tombado sob o número em epígrafe a partir de representação apresentada pelo Conselho Comunitário de Jequié noticiando que a BR-330 se encontra em péssimo estado de conservação com buracos na pista, falta de sinalização e acostamento precário.

Durante as apurações, o DNIT comunicou que, em 13/07/2007, foi celebrado contrato com a empresa Oriente Construção Civil Ltda., e que os serviços de recuperação da BR-330 já estavam em andamento.

Em 06.09.2007, a Polícia Rodoviária Federal apresentou relatório sobre as condições da BR-330, informando que foram identificados diversos problemas estruturais na mencionada rodovia, tais como ausência de sinalização e de acostamento, presença de buracos na pista e de mato invadindo o asfalto.

Em resposta datada de 03/11/2008, este DNIT novamente informou que estava adotando medidas de correção das irregularidades apontadas.

Em nova análise realizada pela Polícia Rodoviária Federal em 17/05/2011, esta informou que houve melhoras nas condições de trafegabilidade da mencionada rodovia, mas que ainda remanescem diversas irregularidades, algumas delas graves, a exemplo de trechos com

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sinalização horizontal e vertical deficientes, pontes em condições precárias de conservação, saliências transversais irregulares, acostamento com capeamento inadequado e com asfalto granulado.

Em 08/06/2011, o DNIT, ciente do novo relatório elaborado pela PRF, comprometeu-se a sanar as irregularidades aludidas.

Ocorre que, após nova vistoria realizada em 15/04/2012, a Polícia Rodoviária Federal apresentou relatório sobre as condições da rodovia BR-330, especialmente o trecho que liga a BR-116 (Jequié) à BR-101 (Ubaitaba), no qual constatou que, mesmo depois de concluídas as obras mencionadas pelo DNIT, persistem diversos problemas estruturais graves no trecho, os quais, inclusive, são capazes de potencializar os riscos de acidentes na região.

É a síntese do quanto apurado no mencionado inquérito civil.

2- Fundamentação:

Considerando que cabe ao Ministério Público Federal, por determinação constitucional, zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição da República, promovendo as medidas necessárias à sua garantia, nos termos do art. 129, II, da Constituição Federal de 1988;

Considerando ser atribuição do Ministério Público Federal promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, bem como “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis” (art. 129, inciso III, da Constituição Federal e art. 6º, incisos VII, alínea “b”, primeira parte e XX, da Lei Complementar nº 75/93);

Considerando que a BR-330, no trecho que liga a BR-116 (Jequié) à BR-101 (Ubaitaba), tem apresentado, durante os últimos 5 (cinco) anos, recorrentes problemas nas condições de trafegabilidade, tais como irregularidades e buracos no asfalto, pontes em condições precárias de conservação, saliências transversais irregulares, acostamento com capeamento inadequado e com asfalto granulado, falta de nivelamento entre a pista principal e o acostamento;

Considerando que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) tem sido reiteradamente diligenciado por este Ministério Público Federal no sentido de corrigir

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as irregularidades apresentadas, mas não tem logrado realizar na rodovia as intervenções necessárias para adequá-la às normas do CONTRAN;

Considerando que condições estruturais e de sinalização adequadas nas rodovias são indispensáveis para segurança dos motoristas e passageiros;

Considerando que o mencionado trecho da rodovia corta diversas áreas urbanas, sem que haja a necessária sinalização de tal circunstância, redutores de velocidade e outras medidas necessárias a garantir a segurança de moradores e pedestres;

Considerando que o DNIT, ao longo dos anos, mencionou a existência de diversos contratos administrativos firmados com empresas privadas para realização de manutenção e recuperação desta rodovia, de forma que a não realização dos serviços contratados pode vir a constituir dano grave ao erário, com responsabilização do gestor, inclusive, por ato improbidade administrativa;

Considerando que esta Superintendência tem o dever de manter a rodovia BR 330, no trecho indicado, em condições adequadas de trafegabilidade, podendo ser responsabilizada pela falta no cumprimento deste mister, responsabilidade que pode vir a recair sobre a pessoa física do seu administrador, em caso de comprovada omissão;

Considerando que, em recente decisão proferida no processo tombado sob o nº 0007749-44.2008.4.01.4100, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região responsabilizou o DNIT por acidente automobilístico na BR-319, provocado pela má condição daquela rodovia, condenando o órgão a pagar pensão mensal vitalícia à vítima e a indenizá-la por danos morais;

Considerando que a BR-330, especialmente no trecho mencionado, tem apresentado uma grande quantidade de acidentes, relatados repetidamente na imprensa local, e que o estado de conservação da rodovia tem contribuído para a elevação do número de acidentes que ocorre neste trecho da BR-330; e

Considerando que este Ministério Público Federal entende que ainda é possível que a presente questão seja solucionada no âmbito administrativo, e de forma consensual, sem a necessidade de ajuizamento de ações de responsabilização do órgão e das pessoas responsáveis pelas más condições apresentadas na rodovia em apreço;

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O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RECOMENDA

ao Superintendente Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), que realize as devidas intervenções na BR-330 (trecho que liga Jequié/BA a Ubaitaba/BA) no sentido de corrigir as graves irregularidades apontadas pela Polícia Rodoviária Federal no ofício nº 000/2012-DLPRF10/03-JEQUIÉ/BA, especialmente os itens a seguir elencados:

1 – Segmento 330BBA0270:

i) correção das saliências transversais;

ii) identificação dos acessos lindeiros a zona urbana de Jequié a exemplo do acesso ao DERBA, ao Abrigo Leur Britto, ao Parque de Exposições Agropecuário, ao Clube dos Maçons de Jequié e ao Centro de Treinamento de Líderes da Igreja Católica;

iii) construção de pista de desaceleração para acesso aos postos de combustíveis;

iv) sinalização dos estabelecimentos escolares com colocação de faixas de pedestres ou placas indicativas de travessia de escolares;

v) colocação de marcos quilométricos na rodovia;

vi) alargamento, recapeamento e nivelamento dos acostamentos;

vii) sinalização prévia das pontes, com alargamento e melhoria da estrutura;

viii) colocação de catadióptricos

2 – Segmento 330BBA0272:

i) correção das saliências transversais;

ii) identificação dos acessos lindeiros, dos locais de travessia de pedestres e escolares;

iii) sinalização dos acessos aos distritos de Palmeirinha e Itaíbo, aos locais de embarque em ônibus e aos postos de combustíveis;

iv) correção de buracos e do acostamento; v) substituição e recolocação dos catadióptricos

3 – Segmento 330BBA0290:

i) correção das saliências transversais; ii) sinalização dos postos de combustíveis;

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iii) correção de buracos e do acostamento; iv) instalação de sinalização vertical e horizontal;

4 – Segmento 330BBA0310:

i) correção das saliências transversais da zona urbana de Barra do Rocha até a cidade de Ubatã;

ii) regularização da sinalização vertical da via, indicando curvas, sinuosidades, velocidade permitida, postos de combustíveis e acessos as áreas lindeiras;

iii)sinalização das áreas urbanizadas e adoção de medidas de segurança e controle de velocidades nestas áreas;

5 – Segmento 330BBA0312 a 330BBA0330:

i) regularização da sinalização horizontal e vertical da via, dos locais de travessia de pedestres, do trevo de acesso a Gongogi e do acesso a BR-101;

ii) correção das saliências transversais na zona urbana de Ubatã; iii) correção do acesso aos estabelecimentos comerciais;

iv) correção do acostamento; v) recuperação da ponte; vi) correção dos buracos;

vii) adoção de providências no sentido de impedir o uso inadequado das margens da rodovia, tais como a criação de “lixões”.

Estabeleço o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento desta Recomendação, para que esta Superintendência Regional se manifeste acerca do acatamento de seus termos.

Caso acate a recomendação, deverá a autoridade destinatária informar a esta Procuradoria da República as medidas adotadas e por adotar, comprovando o quanto já realizado, a fim de que seja avaliado em nova auditoria que será realizada com colaboração da Polícia Rodoviária Federal.

Caso a situação não seja solucionada de forma espontânea pelos destinatários desta recomendação e remanesçam as deficiências comprovadas no inquérito civil público em curso nesta Procuradoria, o Ministério Público Federal adotará as medidas judiciais e extrajudiciais que lhe cabem, buscando a efetiva adequação da BR-330 e, eventualmente, a responsabilização pessoal dos gestores que, por ação ou

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omissão, dolo ou negligência, deram causa às irregularidades porventura verificadas.

A omissão na remessa de resposta no prazo acima estabelecido será considerada como recusa ao cumprimento desta Recomendação, ensejando, igualmente, a adoção das medidas citadas.

EFICÁCIA DA RECOMENDAÇÃO: A presente Recomendação tem o o intuito de alertar o seu destinatário sobre as irregularidades nela descrita, solicitando soluções e possui a eficácia de notificar e constituir o seu destinatário em mora no dever de corrigir as falhas apontadas.

Jequié, 16 de maio de 2012.

OVÍDIO AUGUSTO AMOEDO MACHADO Procurador da República

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