mvila@psi.uminho.pt Braga, 08 de Maio de 2012
University of Minho, School of Psychology Psycholinguistic Research Group
mvila@psi.uminho.pt
Uma pessoa é bilingue quando tiver a capacidade para utilizar indistintamente duas línguas (Grosjean, 1994).
Casos extraordinários de pessoas poliglotas [e.g., John Bowring (1792-1872; 100 idiomas); cardenal Mezzofanti (1774 -1849; 30 idiomas na perfeição + outros 42), William James Sidis (1898-1944; 9 idiomas); João Paulo II (1920-2005; 13 idiomas; Bento XVI (1927-; 6 idiomas);
Vantagens
1. Vantagens e desvantagens
apontadas pelos próprios bilingues
2. Evidência empírica
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Desvantagens: custo linguístico
1. Comunicação com gente de outros países
2. Conhecer mais línguas ajuda-nos a aprender novas línguas 3. Favorece uma abertura mental, proporcionando mais do
que uma perspectiva da vida e, portanto, reduzindo a ignorância cultural.
4. Maiores oportunidades de trabalho e mobilidade social
Vantagens sociais e cognitivas
1. Ter que traduzir para outros
2. Dificuldade de inibir uma das línguas em contextos donde a outra língua é requerida.
Há de facto um custo linguístico?
Evidência empírica
Duas possíveis razões seriam, tal e como apontaram os bilingues seriam:
-a necessidade de controlar ambas as línguas -a frequência de uso
O desenvolvimento do vocabulário inicial em bilingues está ligeiramente
atrasado quando comparado com monolingues (Bialystok, 2005).
Os resultados em provas de compreensão leitora também mostram
algumas diferenças entre bilingues e monolingues
Provas de vocabulário em crianças
Ben-Zeev (1977) Bilingues Monolingues
Associação Paradigmática
Nº de R 7,59 7,80
Latência 5,35 4,12
Há de facto um custo linguístico?
A resposta é SIM porque:
-Os bilingues são mais lentos em nomear desenhos em L1 do que em L2.
-Os bilingues são mais lentos em nomear desenhos do que os monolingues.
-A % de TOTs é maior em bilingues do que em monolingues, provavelmente pq são menos capazes de activar as representações específicas de cada língua.
Há de facto vantagens cognitivas?
Evidência empírica
Uma das razões que poderiam estar a explicar o custo
linguístico é a necessidade de controlar ambas as línguas no discurso do bilingue.
Esta mesma razão poderia estar a justificar as vantagens cognitivas observadas na literatura.
Maior facilidade para percepcionarem diferenças fonológicas.
http://www.youtube.com/watch?v=G2XBIkHW954
Maior criatividade e flexibilidade mental (e.g., Ben-Zeev, 1977; Bialystok & Codd, 1997; Lambert, 1962; Ricciardelli, 1992).
Vantagens cognitivas em crianças
Prova de substituição do símbolo (Ben-Zeev, 1977)
“You know that in English this is named airplane” “In this game its name is turtle…” So,
“Can turtle fly?”
Ensaio Congruente Ensaio Incongruente
Melhor performance das crianças Bilingues
Maior atenção à contagem
Tarefa de mudança e formação de conceitos [Zelazo e cols. (Frye, Zelazo, & Palfai, 1995; Jacques, Zelazo, Kirkham, & Semcesen, 1999; Zelazo & Frye, 1997)]
Tarefa de aparência vs. realidade (para avaliar a Teoria da Mente)
(Bialystok & Senman, 2004)
Objectos
Aparência Rocha Caixa de Lápis
de Cera Baleia Boneco de Neve Realidade Esponja Caixa de Legos Caneta Livro
1º/ As crianças concordam com a aparência do objecto 2º/ O investigador revela a sua verdadeira identidade Fase teste:
2 perguntas sobre aparência (= performance bilingues/monolingues) 1 pergunta sobre a real identidade (melhor performance em bilingues)
Atenção selectiva
Inibição
Habituação Selecção
Este é o factor essencial que diferencia aos bilingues dos
monolingues, e portanto o bilinguismo exerce o seu 1º efeito neste
componente da atenção.
Os bilingues sofrem menos conflito de informação
irrelevante do que os monolingues, dado que é
também sustentado com resultados de estudos de
neuroimagen (< actividade de áreas implicadas na
resolução de conflito).
Mais confrontámo-nos com informação irrelevante e
incongruente no nosso dia a dia?
O bilinguismo retarda a aparição de enfermidades neurodegenerativas tais como o Alzheimer (Bialystok, Craik, & Freedman, 2007; Craik, Bialystock, & Freedman, 2010)
Vantagens
Sociais Cognitivas:
-Criatividade e Pensamento Flexível (Riccciardelli, 1992) -Formação de Conceitos (Bain, 1974)
-Vantagens em tarefas que exigem ignorar a informação irrelevante
-Protege de enfermidades neurodegenerativas tais como o Alzheimer (Craik, Bialystock, & Freedman, 2010)
Custo linguístico
http://www.youtube.com/watch?v=hW_qpta6zb4
MENSAGEM PARA RECORDAR
Praticar mais do que uma língua tem mais
vantagens (sociais, intelectuais e cognitivas)
do que desvantagens (linguísticas)…por isso
pratiquem!!!
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Curso 2011/2012 mvila@psi.uminho.pt
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