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AS S E M B L E I A M U N I C I P AL D E ESPINHO

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Academic year: 2021

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A S S E M B L E I A M U N I C I P A L D E E S P I N H O

ATA Nº 12/2012

--- No dia 8 de outubro de 2012 teve lugar a 2ª reunião da Sessão Ordinária de setembro do mesmo ano, da Assembleia Municipal de Espinho, agendada para as 21.30 horas.--- --- A Sessão foi presidida pelo senhor Presidente da Assembleia Municipal, Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves e secretariada por António Cavacas e Carvalho e Sá.--- --- Iniciou a reunião o Presidente da Mesa com os pedidos de substituição dos vogais Rita Rola (PSD), Ricardo Prata (PSD), Graça Guedes (PS), José Luís Peralta (PS), Liliana Seixas (PS) e Vitor Monteiro (PS), pelos vogais Ana Paula Belinha, Vitor Ruivo, Rosa Duarte, Joana Devesas, Manuel Salvador e Domingos Santos, respetivamente. A Assembleia aprovou por unanimidade as respetivas substituições.--- --- Por parte da Câmara Municipal estavam presentes, o Presidente da Câmara, Joaquim José Pinto Moreira, o Vice-Presidente da Câmara, António Vicente de Amorim Alves Pinto e os Vereadores Quirino Manuel Mesquita de Jesus e Leonor Cristina Costa Matos Lêdo da Fonseca.--- --- O Presidente da Mesa informou os senhores vogais que após a realização das reuniões da Comissão Permanente e dos Presidentes das Juntas de Freguesia, com a Câmara Municipal e a entrega dos documentos constantes dos pontos 3, 4, 5, 11 e 12, a assembleia estava em condições de discutir todos estes assuntos. Informou ainda que relativamente aos pontos 6, 7 e 8 a discussão só se realizaria numa próxima reunião, que teria lugar apenas quando os documentos referentes a esses pontos da ordem de trabalhos fossem entregues ao todos os vogais.---

--- Seguidamente entrou-se na discussão do ponto três da ordem de trabalhos: “Deliberar sobre a autorização para assunção de compromissos

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--- VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA – Começou por dizer que a reunião com a Comissão Permanente tinha sido bastante proveitosa, permitindo que fossem prestados vários esclarecimentos sobre o Programa de Apoio à Economia Local. Fez de seguida uma apresentação detalhada do programa, referindo que a adesão do município de Espinho iria permitir regularizar grande parte das dívidas a fornecedores, com o recurso a um empréstimo de médio-longo prazo, pelo período de 14 anos.--- --- ARCELINA SANTIAGO (BE) – Disse não ser a primeira vez que este tipo de empréstimos vinha à assembleia, pelo que achava que a autarquia deveria ter mais cuidado com o acumular da dívida de curto prazo, fato que levou a que os bancos tenham deixado de fazer empréstimos para pagamento de dívidas a fornecedores. Lamentou que a Câmara Municipal tenha vindo a contribuir para o avolumar dos problemas das empresas ao não fazer os pagamentos dos fornecimentos prestados em devido tempo, fato que provoca graves dificuldades financeiras a essas mesmas empresas.--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – Disse ter sido necessário o governo ter mandado o PAEL à Assembleia Municipal, para se ter a lista dos credores da Câmara a curto prazo, lembrando que já andava à três anos a reclamar pela divulgação dessa mesma lista. Referiu que no mandato anterior era usual a lista de fornecedores vir à assembleia, incluída na informação escrita do Presidente da Câmara. Disse não perceber como é que ainda existiam dívidas relativas ao ano de 2008 e 2009, com faturas de baixo valor na ordem dos 38 euros e outros pequenos montantes, que não foram pagas. Solicitou esclarecimentos sobre as previsões de receitas até 2026 contidas no respetivo programa e qual o critério utilizado, referindo não acreditar na possibilidade das mesmas serem alcançadas. Disse estranhar que o Revisor Oficial de Contas que a assembleia municipal autorizou que se contratasse na última reunião, tenha sido já o autor do parecer que se encontra na candidatura ao PAEL, o que na sua opinião demonstra que o mesmo já se encontrava a

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prestar serviço à autarquia. Lembrou que o PSD tinha andado anos a dizer mal do PS devido à contratação de empréstimos para pagar aos fornecedores e agora vêm pedir um empréstimo ainda maior para conseguir pagar aos fornecedores. Disse que não ia inviabilizar a adesão do município ao PAEL, porque tinha noção que os fornecedores estavam à espera à muito tempo deste pagamento para poderem solucionar os seus problemas de tesouraria e assumirem também eles os seus encargos para com os outros.--- LUIS NETO (PS) – Quis saber se existiam acordos de pagamentos com fornecedores nos últimos três anos, uma vez que a no início do atual mandato a Câmara se queixava da existência de avultadas dívidas a alguns fornecedores, nomeadamente à ADSE. Quis saber se a Câmara tinha conhecimento da existência de empresas que pediram insolvência até 31 de Março último e que tenham dívidas registadas por fornecimentos ao município. Disse existirem 1300 faturas cujos valores eram inferiores a duzentos euros e existem 1750 faturas inferiores ao salário mínimo nacional, perfazendo neste caso um total cerca de 247 mil euros. Disse que era pertinente perceber-se porque é que não se conseguiu pagar importâncias tão baixas aos fornecedores da Câmara. Disse não perceber porque razão a dívida de curto prazo prevista entre os anos de 2015 e 2016, baixava dos 9,8 milhões para 6,6 milhões de euros, o que a concretizar-se seria um passo de gigante. Em contrapartida a previsão entre 2012 e 2015, ia descendo devagarinho entre os 10,5 milhões e os 9,8 milhões de euros. Quis saber porque razão a dívida de curto prazo estava prevista aumentar em 2013. Quis saber como é que a Câmara poderia garantir a alienação de património municipal por 3 milhões de euros, com a venda do terreno sito no quarteirão entre as ruas 2, 4, 29 e 31 e a concessão do Parque de Campismo, quando recentemente as hastas públicas tinham ficado desertas e porque razão este assunto não foi ainda objeto de nova análise por parte da Assembleia Municipal. Quis saber também porque é que não estava previstas mais receitas extraordinárias para os próximos 14 anos. Disse que o programa era

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ajustado à realidade de Espinho, mas que a lei dos compromissos tinha vindo fora de tempo, devendo apenas aparecer após o ajustamento que vai ser feito pelas autarquias, porque as dificuldades iria ser grandes para se cumprirem todos os objetivos. Considera por outro lado que a candidatura ao PAEL II lhe cheirava a eleitoralista e que se calhar o PAEL I se ajustasse melhor, porque permitia pagar a cem por cento aquilo que era pedido e um prazo de pagamento de 20 anos.. Disse ter no entanto percebido pela leitura atenta que fez dos documentos que o PAEL I não podia ser politicamente executado. Disse ter quase a certeza de que com o PAEL II, a taxa do IMI iria descer em Espinho. Disse que iria votar favoravelmente por causa dos fornecedores, mas também para que fosse possível à Câmara funcionar dentro da normalidade.--- --- GUY VISEU (CDS-PP) – Disse que o tecido industrial português passava momentos extraordinariamente difíceis e grande parte desse tecido industrial não resistiria à crise que se vivia. Disse que um grande número de empresas em Portugal que hoje estavam no caminho da insolvência, em que o seu passivo era inferior aos pseudos ativos que tinham relativamente aos créditos que possuem do estado e das autarquias e isso era a maior injustiça que se podia cometer. Disse que a Câmara não podia deixar de cumprir com os seus compromissos para com os fornecedores, razão pela qual o CDS-PP iria votar favoravelmente a adesão do município ao PAEL II.--- JOSÉ MARCO (J. F. SILVALDE) – Disse que iria votar favoravelmente por entender que este empréstimo era necessário para que a Câmara pudesse cumprir com os seus compromissos. Disse não estar preocupado com o atraso no pagamento de uma ou outra fatura de valor de umas dezenas de euros, como acontece com alguns restaurantes, mas sim com dívidas que vinham do ano de 2009 com o fornecimento de fogo-de-artifício no valor de 45 mil euros, que nem sequer tinha entrado nas contas da Câmara e que o atual executivo municipal nada tinha a ver. Lembrou que no passado recente as festas de Nª Sra.

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D’Ajuda custavam 150 mil euros e agora custam menos de metade aos cofres do município.--- --- LUIS NETO (PS) – Protestou dizendo não ter percebido o tipo de intervenção como o efetuado pelo senhor Presidente da Junta de Freguesia de Silvalde, que já era recorrente, parecendo o mesmo esquecer-se de várias coisas. Tais como o Plano de Apoio à Economia Local que se reportava às dívidas provenientes de 2008 a dezembro de 2011, e que se estava a falar de 78% de dívida entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2011, sendo os restantes 22% respeitantes a dívidas anteriores aquelas datas.--- JORGE CARVALHO (CDU) – Protestou referindo que a dívida de 45 mil euros, a uma empresa de fogo-de-artifício fornecido em 2009 e denunciada pelo senhor Presidente da Junta de Freguesia de Silvalde não constava da lista de dívidas do município aos fornecedores, pelo que o mesmo deveria era tentar que a Câmara o esclarecesse porque razão não metia essa dívida na lista de faturas por liquidar. Considera por isso que poderiam existir ainda mais faturas que não foram lançadas, o que por certo levaria a que o valor da divida de curto prazo fosse ainda maior.--- --- JOÃO PASSOS (PSD) – Disse duvidar que houvesse empresas em Espinho que estivessem em processos de insolvência devido à Câmara não pagar uns almoços ou jantares de pouco mais que 30 euros, os quais na sua opinião deveriam ser pagos por quem fez essas despesas. Mesmo no caso de dívidas maiores de que ninguém falava tinha dúvidas que alguma empresa estivesse insolvente só porque a Câmara não pagava atempadamente. Disse que achava que era público e reconhecido que o atual executivo municipal tem vindo a fazer um esforço substancial na redução do deficit. Disse que sempre que este ou outro qualquer executivo se via obrigado a deslocar verbas para a despesa corrente e imediata para pagar verbas que estão em dívida à 4 e à 5 anos, obviamente que alguém tinha que ficar à espera. Disse ainda esperar que desta vez o plano

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que veio à Assembleia Municipal seja executado e que as dívidas comecem finalmente a ter fim e que não aconteça aquilo que já aconteceu no passado, em que já foram aprovados dois empréstimos não tão grandes como aquele que hoje está em discussão, mas com o mesmo fim e acabamos por não ver absolutamente resultado nenhum.--- --- LUIS NETO (PS) – Quis saber se o valor de 1,5 milhões de euros, em dívida à empresa de Valdemar Patrício, referente à biblioteca municipal, já estava saldado, uma vez que a referida empresa se encontrava em processo de insolvência.--- GUY VISEU (CDS-PP) – Esclareceu que quando se referiu a empresas que se encontravam em processos de insolvência não era porque a Câmara de Espinho lhes devia dinheiro. O que disse é que conhecia empresas de fora do nosso concelho que estavam insolventes e cujo passivo era inferior aos créditos que tinham dos estado e das autarquias.--- VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA – Relativamente ao aumento da dívida de curto prazo referido pela vogal Arcelina Santiago, disse que a mesma não resultava da contratação deste e dos outros dois empréstimos que a Câmara apresentou à Assembleia Municipal, porque isso representava uma substituição de dívida. O aumento de dívida acontecia quando o município gastava mais do que tinha para aquele ano e isso vinha acontecendo à muitos anos para cá. Disse que a relação das dívidas a fornecedores que o vogal Jorge Carvalho disse que acompanhavam a informação escrita do Presidente da Câmara no mandato anterior, era apenas parte das dívidas que o município tinha. Disse que agora com a adesão ao PAEL a lista com as dívidas aos fornecedores reportava-se a todas as dívidas do município. Quanto ao critério para a evolução das receitas até 2026, disse não ser possível prever a evolução das receitas para 14 anos, nem tão pouco para o próximo ano, porque a Câmara tinha de aguardar pela aprovação do orçamento de estado para 2013. Disse que o que era possível fazer era uma previsão pessimista da receita por forma a que essa previsão não inviabilize a continuidade de aumento de dívida. Quanto ao Revisor

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Oficial de Contas, disse que a reunião da assembleia já tinha ocorrido à duas semanas e que ao contrário do que acontecia no executivo anterior, as decisões eram colocadas de imediato em prática e a contratação foi efetuada com a autorização da assembleia. Quanto aos acordos de pagamentos referidos pelo vogal Luís Neto, disse que a dívida da ADSE era elevada e o executivo tinha ficado surpreendido por não existir um plano de pagamento. Disse que a Câmara não podia lançar essa divida como orçamental porque estaria desde logo a agravar as despesas com pessoal, razão pela qual esta dívida aparecia agora enquadrada no âmbito do PAEL. Quanto às empresas insolventes disse que o crédito relativo à obra da biblioteca municipal, já não pertencia à empresa Valdemar Patrícios, mas sim a uma entidade financeira que financiou o credor nesse montante. Quanto à evolução da dívida entre os anos de 2015 e 2016, disse que o que a Câmara tinha previsto era um prazo médio de pagamento que se mantinha constante e a redução do montante se devia à previsão de obras a ocorrer até 2014, o que faz com que em 2016 não havendo obras o montante em dívida descia substancialmente. Quanto à receita prevista com a venda do património disse que era aquela que constava da deliberação da Câmara, com a atualização do valor a receber pela concessão do parque de campismo a ser fixado em 500 mil euros, sendo processo enviado brevemente à assembleia. Quanto à informação sobre o andamento do plano e dos critérios para hierarquizar esses pagamentos, disse que a Câmara não tinha a certeza de qual o critério que iria ser utilizado, uma vez que a lei não definia isso, no entanto, se for seguida a lei geral, seria o da antiguidade por fatura.--- --- LUIS NETO (PS) – Pediu para ser esclarecido se a Câmara candidatando-se a um empréstimo de 10,8 milhões de euros, mas sendo potencialmente pagos apenas 8,4 milhões de euros, iria ser ela a pagar a diferença entre esses valores.--- --- VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA – Esclareceu que a lei referia que para o montante remanescente da dívida, deveria ser feito um plano de execução a cinco anos.

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Disse que o município iria incorporar o restante da dívida em função do seu montante, mas que se fosse apenas 10% do total da dívida poderia eventualmente ser liquidado num prazo menor.--- --- Terminadas as intervenções passou-se à votação da proposta da Câmara para adesão do município de Espinho ao PAEL II e a autorização para a contratação de um empréstimo de médio-longo prazo, sendo a mesma aprovada por maioria com 25 votos a favor e uma abstenção.--- --- A minuta de deliberação relativa a este ponto da Ordem de Trabalhos foi aprovada por unanimidade.--- --- DECLARAÇÕES DE VOTO:--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – “Apesar de se ter constatado que existem dívidas antigas que não figuram na lista que nos foi apresentada pela Câmara, votei favoravelmente este plano de adesão, por entender que os credores não têm culpa da situação em que a Câmara está. Muito embora queira acompanhar a execução concreta deste plano e espero que a Câmara não omita a esta assembleia a sua futura execução.”---

--- De seguida entrou-se na discussão do ponto quatro da ordem de trabalhos: “Deliberar sobre a fundação Navegar”.---

--- INTERVENÇÕES:--- --- PRESIDENTE DA CÂMARA – começou por lembrar que a fundação Navegar tinha sido constituída em 29 de Fevereiro de 2000, deliberação essa que tinha um alcance vasto que era o de atribuir também à fundação Navegar o direito de usufruto durante 30 anos do Centro Multimeios, incluindo o equipamento. A fundação tinha como entidades fundadoras o município de Espinho, a Solverde e a RTP e foi colocada a funcionar sem que na prática ela existisse. Referiu que para a fundação poder funcionar era condição “sine qua non” que obtivesse o reconhecimento público por parte do governo como fundação e isso nunca

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aconteceu, o que significa que a fundação Navegar nunca existiu. Disse que o não reconhecimento tinha decorrido de estatutariamente a RTP estar impedida de participar em fundações. Disse que somente em meados do ano de 2002 foi requerido por parte do município o reconhecimento público; primeiro colocou-se a fundação a funcionar em pleno e só depois é que a Câmara se preocupou em pedir o reconhecimento público. Considera que se tratou de um ato verdadeiramente abstruso, porque qualquer aluno do primeiro ano de direito aprende em teoria geral do direito civil que uma fundação só podia existir se tiver o reconhecimento público. Disse que o que mais o surpreendia era o fato de aqueles que mais de perto conheciam este processo, ainda vieram dizer que não sabiam que a RTP não podia participar na constituição de uma fundação e que só tiverem conhecimento depois dos fatos serem notórios e do conhecimento público no final do ano de 2009. Disse que tais afirmações eram rigorosamente mentira, porque houve uma notificação em 2007 em que foi comunicada a intenção de indeferimento da fundação Navegar, pelo que os autores deste ato que classifica de indigno, que permitiu colocar em perigo o posto de trabalho de 21 colaboradores, não podiam vir dizer publicamente que desconheciam que a RTP não podia participar no ato de constituição da fundação Navegar. Mais grave foi o não assumir o seu próprio erro e dizerem publicamente que desconheciam toda a situação da fundação Navegar. Referiu que a intenção de indeferimento por parte do governo tinha sido comunicada à administração da fundação Navegar e que foi objeto de defesa por parte da mesma, o que era legítimo que o fizesse. Sucede que por despacho de 20 de outubro de 2009, do senhor Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, foi proferida a decisão final e que diz muito simplesmente que a fundação Navegar não era reconhecida. No entanto, o novo executivo municipal só teve conhecimento desta decisão a 30 de dezembro de 2009, fato que constituiu uma grande surpresa para todos. Disse que a Câmara e a Assembleia Municipal de Espinho, bem como alguns

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administradores e outros membros dos órgãos sociais da fundação Navegar, desconheciam não só este fato, como também a notificação ocorrida no ano de 2007 em que era manifestada a intenção de indeferir o reconhecimento público da fundação. Disse que a Câmara em defesa nomeadamente dos trabalhadores intentou uma ação judicial e apresentou uma providencia cautelar em março de 2010, que visava a suspensão da eficácia do ato administrativo do não reconhecimento e concomitantemente permitir que fossem praticados meros atos de gestão correntes da fundação, designadamente o pagamento dos salários aos trabalhadores e colaboradores. Entretanto este ano foi produzida legislação especifica sobre esta matéria e, para além da lei-quadro das fundações, foi publicada a Lei 1/2012 que determinou a realização de um censo às fundações e em consequência do mesmo a Câmara foi notificada em princípios do mês de agosto do trabalho produzido pelo Grupo de Trabalho para Avalização das Fundações. Em resultado desse trabalho, obviamente, resultou que a fundação Navegar nunca tinha existido e em 25 de setembro deste ano foi publicada a Resolução nº 79/A, do Conselho do Conselho de Ministros, a qual confirmava a decisão do grupo de trabalho e, em consequência disso, o encerramento de toda e qualquer atividade da fundação Navegar. Mais do que isso, delibera enviar para o Tribunal de Contas para apuramento das responsabilidades financeiras dos titulares dos cargos públicos que deliberaram as transferências para a fundação. Disse que, neste período e por cautela, a Câmara não efetuou qualquer transferência para a fundação, ficando mais uma vez os funcionários e colaboradores sem receber o mês de setembro e o subsídio de férias. Elogiou a atitude louvável dos trabalhadores que continuaram a exercer a sua atividade, à exceção de dois que, muito legitimamente, suspenderam os seus contratos, percebendo com essa sua decisão a posição da Câmara neste complicado momento. Disse que agora era preciso arranjar uma solução que permita manter em funcionamento o Centro Multimeios, os

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direitos e os ativos da fundação Navegar, manter os postos de trabalho e poder responder perante as dívidas da própria fundação, mas que o leque das soluções era escasso. Uma das primeiras hipóteses seria fazer regressar o edifício à esfera jurídica do município e também incorporar tudo aquilo que é o ativo e o passivo da fundação e ainda fazer ingressar os funcionários nos quadros de pessoal da Câmara. Disse no entanto, que na atual conjuntura e nos termos do quadro legal vigente, tal situação era inviável, nomeadamente a colocação do pessoal nos quadros da autarquia. Outra possibilidade seria a de criar uma outra instituição que permitisse a gestão e exploração do Centro Multimeios, que poderia ser uma empresa municipal, mas tal também não era possível porque há legislação que impede a criação de empresas municipais. A terceira hipótese seria a de lançar uma concessão da exploração do Centro Multimeios, colocando-se como condição a absorção dos trabalhadores especializados. Só que o tempo não permitia o melhor acolhimento desta solução, porque demoraria vários meses a concluir. Disse que verificados todos os cenários possíveis e como solução temporária, a Câmara aprovou uma proposta, que enquanto Presidente da Câmara não era a que gostaria de ter tomado. No entanto, e face à urgência em resolver este delicado assunto, não restava outra alternativa que não seja a de propor à Assembleia Municipal, um pedido de autorização para a Câmara celebrar com a ADCE um protocolo de colaboração que vise a exploração do Centro Multimeios de Espinho, dos seus equipamentos, de todas as suas valências e atividades, dos seus trabalhadores e de todas as componentes administrativa e financeira.--- --- RUI TORRES (J. F. ESPINHO) – Disse que o trabalho e a disponibilidade que o Centro Multimeios tem prestado a Espinho eram meritórios, pelo que deviam estar o mais rápido possível disponíveis para a população, salvaguardando também os postos de trabalho. Disse que a Junta de Freguesia de Espinho ultimamente tinha vindo a lidar mais de perto com alguns dos trabalhadores do Centro Multimeios, reconhecendo capacidades

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nas tarefas que os mesmos desempenhavam. Considera a solução encontrada pela Câmara como a mais viável, esperando que a abertura do Centro Multimeios se faça o mais rápido possível, por se tratar de um equipamento de grande importância para o desenvolvimento cultural e turístico do concelho.--- --- ARCELINA SANTIAGO (BE) – Disse que o BE sempre se tinha interrogado quanto ao interesse e à forma como eram criadas fundações e empresas municipais, porque a sua forma de gestão soava a uma engenharia financeira para fugir a determinadas coisas. Disse que a falta de transparência como as coisas eram tratadas estavam à prova com a forma como foi constituída a fundação Navegar, que ao fim de 12 anos foi considerada de inexistente. Lembrou no entanto, que eram três os fundadores constituintes (Câmara Municipal de Espinho, Solverde e RTP) que eram todos bem assessorados por juristas e no fundo verificou-se esta grande falha em termos de constituição jurídica da fundação. Disse que era lamentável para os espinhenses, mas de qualquer das maneiras não se podia deixar de pensar nas pessoas que trabalhavam no Centro Multimeios, os quais nada tinham a ver com as políticas e opções erradas de quem criou a fundação Navegar. Disse concordar com a opção tomada pela Câmara de efetuar um protocolo com a ADCE, por ser aquela que no momento atual melhor defendia os interesses municipais e dos trabalhadores do Centro Multimeios.--- --- LUIS NETO (PS) – Disse que não era fácil vir defender um processo que teve o seu início em mandatos da responsabilidade do PS. Disse no entanto achar estranho que a história aqui contada pelo senhor Presidente da Câmara, não tenha sido contada em qualquer reunião do executivo municipal, onde tinha assento possivelmente uma das duas pessoas que poderiam ser os grandes responsáveis pela criação da fundação. Disse não perceber porque razão se trouxe esta questão à Assembleia Municipal, uma vez que à uma semana atrás houve uma reunião da comissão permanente e o senhor Presidente da Câmara

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explicou exatamente o que explicou hoje aqui aos vogais da Assembleia Municipal, mas com alguma surpresa sua desconhecia alguns fatos e continuava a desconhecer. Solicitou por isso ao senhor Presidente da Assembleia Municipal que fosse enviada cópia ao grupo do PS, dos documentos aludidos pelo senhor Presidente da Câmara na presente reunião, nomeadamente o expediente trocado entre a Administração Central e a Câmara Municipal, relativamente ao não reconhecimento público da fundação Navegar. Disse achar importante que se esclarecesse se o reconhecimento público da fundação deveria ser feito à data da sua constituição ou apenas somente no momento em que o despacho favorável era produzido. Disse ter informações de vários juristas, que uma fundação só poderia ser reconhecida como tal após um período de funcionamento de pelo menos três anos. Considera que após a decisão proferida pelo governo, a Câmara tinha de decidir o que fazer ao património e ao capital humano. Quanto aos trabalhadores disse que o futuro dos mesmos só podia passar pela ADCE, sob pena de se estar eternamente à espera de uma solução que não existe a curto prazo. Disse ser de opinião que a Assembleia Municipal deveria revogar a sua deliberação relativa à criação da funda Navegar, apesar da mesma já tinha sido extinta pela decisão do governo. Quanto ao património considera que o mesmo deveria ser integrado de novo no património municipal. Considera que o protocolo a celebrar com a ADCE deveria contemplar todas as situações existentes à data da extinção da fundação, como é que o espaço vai ser gerido, como é que a fundação iria pagar os créditos que rondavam os cem mil euros e a situação da ADCE perante os trabalhadores que iria receber.--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – Disse que a resolução do assunto não era tão simples como parecia, nem o atual executivo municipal podia alijar responsabilidades. Referiu que enquanto não houvesse reconhecimento não havia existência jurídica e que havia três entidades que criaram uma fundação que não chegou a ter existência jurídica, estando por

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isso a ser gerida durante doze anos por uma sociedade irregular e que como sociedade irregular que a responsabilidade das dívidas da fundação eram dos três fundadores, Câmara Municipal de Espinho, Solverde e a RTP. No caso da Câmara essa responsabilidade tinha de ser atribuída a todos os vereadores que aprovaram decisões relativas à fundação Navegar. Quanto aos culpados de se ter chegado a esta situação, disse ser verdade que a Câmara escondeu de toda a gente a falta do reconhecimento. Disse ter estranhado que no mandato anterior o PS com o apoio do PSD o tenha proposto para representante da Assembleia Municipal no Conselho Fiscal da fundação Navegar, mas que nunca ninguém lhe disse que a fundação não estava legalmente reconhecida. Disse ter tido posteriormente conhecimento que a Câmara anterior tinha tido notícia que a fundação não poderia ser reconhecida porque a RTP não tinha poder para integrar uma fundação e que nessa altura qualquer pessoa avisada ou retirava a RTP da fundação e ela continuava com dois fundadores, ou criava-se uma nova fundação que permitisse resolver o problema. Considera por outro lado que o atual executivo municipal entre o ano de 2009 e a publicação da atual lei-quadro das fundações teve a possibilidade de criar outra fundação, ou de tirar a RTP e resolver de forma definitiva o problema do reconhecimento da fundação. Disse que sempre achou que a providência cautelar promovida pela Câmara não iria resolver nada e que todos os procedimentos administrativos e financeiros efetuados durante estes dois últimos anos eram ilegais, responsabilizando quem durante este período de tempo os votou favoravelmente. Disse que como medida para ultrapassar este problema a Câmara em vez de se socorrer da ADCE poderia ter convidado a Solverde para promover a exploração do Centro Multimeios, através de protocolo por um período de 4 anos, igual ao do mandato autárquico, visto que a Solverde fazia parte das entidades que faziam parte da criação da fundação Navegar. Considera que a solução encontrada pela Câmara era aquela que o PSD sempre criticou nos mandatos do PS, que entendia ser a ADCE um saco

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sem fundo e que tudo lá cabia, tendo sérias duvidas quanto à legalidade do protocolo a celebrar entre a Câmara e a ADCE com vista à gestão e exploração do Centro Multimeios. Disse que não iria votar contra porque o Centro Multimeios fazia falta ao concelho, mas também não votaria a favor porque considerava que não deveria ser a ADCE a explorar o equipamento, optando por isso pela abstenção.--- --- PRESIDENTE DA MESA – Disse que não tinha estado em nenhum órgão social da fundação Navegar, mas se tivesse estado como o vogal Jorge Carvalho esteve no Conselho Fiscal, teria navegado na mesma ignorância que o referido vogal esteve enquanto membro daquele órgão fiscalizador. Disse que todos os membros dos órgãos sociais e todos os vereadores que participaram em votações sobre a fundação Navegar, partiram do usaram do princípio da boa-fé, de que toda a tramitação do ato de constituição e aquisição de personalidade jurídica da fundação tinham sido cumpridos, até porque todos os indícios apontavam nesse sentido, incluindo a própria administração central que promoveu e participou em vários eventos realizados no Centro Multimeios, através da fundação Navegar. Disse que pessoalmente participou em várias deliberações da Câmara enquanto vereador sem atribuição de pelouros, mas que se um dia tiver de responder por elas assumiria as suas responsabilidades, na certeza de que agiu sempre de boa-fé. Considera por isso que o requerimento do vogal Luís Neto (PS) fosse respondido para que todos pudessem saber quando e quem conheceu a troca de correspondência entre o município e a administração central. Disse também que a hipótese de se estabelecer um protocolo de acordo com a Solverde, colocada pelo vogal Jorge Carvalho (CDU) era uma boa sugestão no entanto não sabia se a Solverde iria querer ficar com um equipamento como o Centro Multimeios, na atual conjuntura económica. Disse que também não partilhava da ideia de ser a ADCE a gerir o equipamento, no entanto, tinha consciência que não havia outra alternativa que permitisse resolver o problema rapidamente.---

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--- GUY VISEU (CDS-PP) – Disse que não conhecia o historial relativo à constituição da fundação Navegar, como também pensava que nenhum vogal da assembleia e até alguns vereadores, tivessem conhecimento desta trapalhada. Considera que a trapalhada era mais do que o executivo e a fundação Navegar, não entendendo como é que foi possível que a mesma tivesse funcionado durante tantos anos sem que para tal tivesse sido reconhecida, permitindo que fossem efetuados contratos de trabalho com funcionários e promovendo contratos nacionais e internacionais com diversas entidades. Considera um ato irresponsável ter-se sonegado informação de tão grande importância a tempo e horas, situação que poderá ter lesado gravemente o município. Quanto à solução encontrada considera que haveria três hipóteses: “A primeira seria a de encontrar uma solução com os fundadores, mas que de acordo com os últimos desenvolvimentos da lei, apenas a Solverde estaria em condições de o fazer; a segunda seria os trabalhadores se constituírem como uma sociedade e terem a exploração do equipamento, no entanto havia um óbice que era o da dívida; a terceira não sendo a melhor solução era de fato a possível e passava pela celebração de um protocolo com a ADCE.--- --- PRESIDENTE DA CÂMARA – Disse estranhar que o vogal Luís Neto não soubesse dos fatos que tinha enunciado na sua primeira intervenção, porque não era a primeira vez que os trouxe ao conhecimento da Assembleia Municipal, mas que se o referido vogal não esteve presente nessas assembleias onde se discutiu esta matéria a culpa não era sua. Disse que a única novidade que existia em todo este processo foi o da realização dos censos às fundações e a Resolução do Conselho de Ministros que se lhe seguiu. Disse também que o assunto tinha sido discutido e apreciado várias vezes no âmbito da Câmara Municipal. Reafirmou que a exposição que tinha efetuado hoje era rigorosamente igual à que tinha feito à uma semana atrás na reunião da Comissão Permanente. Quanto aos documentos solicitados pelo vogal Luis Neto, disse que os mesmos seriam fornecidos, no entanto, os

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mesmos eram totalmente públicos, por via do processo pendente junto do Tribunal Administrativo. Disse que em janeiro de 2010 tinha sido possível ter tomada a decisão mais comoda que era a de, face ao não reconhecimento da fundação, ir ao Centro Multimeios fechar a porta e mandar 17 ou 18 pessoas funcionários para casa, que depois iam para o tribunal de trabalho lutar pelo seus direitos e garantias salariais. Disse saber que o tempo às vezes ajudava a apagar a memória, mas que era doloroso fazer o que o vogal Luís Neto fez, que era o de reconhecer que o executivo anterior tinha tido todas as culpas neste processo e sonegando informação. Disse que seria fácil efetuar um concurso público para a concessão da exploração do Centro Multimeios, que até poderia dar dinheiro para os cofres municipais. No entanto, havia uma questão que era mais importante que todas as outras e que se relacionava com o futuro dos trabalhadores da fundação. Disse que tinham sido efetuadas várias diligências com vista a uma resolução favorável aos interesses do município, mas que infelizmente não tiveram aceitação e agora havia esta decisão da confirmação do não reconhecimento da fundação Navegar. Disse ainda que o apuramento das responsabilidades financeiras deveria recair sobre aqueles que permitiram que a fundação tivesse iniciado funções sem estar devidamente reconhecida e que durante quase dez anos tinha sido escondido dos principais órgãos do município e não ao atual Presidente da Câmara que apenas se limitou a tentar garantir os direitos mais legítimos dos trabalhadores e do Centro Multimeios. Quanto à eventual concessão do Centro Multimeios à Solverde, disse ver com algum espanto um comunista manifestar concordância com a atribuição de um bem público a privados, mas que isso era um erro, porque era preciso resolver de imediato o grave problema que surgiu, não havendo por isso tempo para a abertura de um concurso público, isto para além de não se saber se a Solverde teria disponibilidade para concorrer a tal concessão. Disse não ser possível ter um equipamento como o Centro Multimeios parado durante vários meses, nem os trabalhadores sem

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receberem os seus salários, pelo que a solução foi encontrada com recurso ADCE. Referiu ainda que numa eventual concessão, nem sequer poderia obrigar-se a eventual concessionária a ficar com os trabalhadores.--- --- PRESIDENTE DA MESA – Disse que a deliberação da Assembleia Municipal do ano de 2000, para além de ter aprovado os estatutos da fundação, aprovou um destino para o património municipal e que era o usufruto por parte de uma entidade, neste caso a fundação Navegar. Disse ser mais seguro que a assembleia deliberasse no sentido de ser revogada a deliberação tomada em 2000.--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – Disse não ver qualquer problema que os comunistas se dessem com os privados, porque considerava que quem melhor defendia os interesses dos empresários eram precisamente os comunistas. Quanto à Solverde, lembrou que antigamente a concessão da zona de jogo de Espinho era de 6 meses por ano e que tinha sido no governo do General Vasco Gonçalves que a concessão passou a ser para o ano inteiro, para que os trabalhadores vissem assegurado o seu posto de trabalho durante todo o ano. Referiu que com essa medida os lucros das concessionárias das zonas de jogo dispararam duma maneira brutal e isso deveu-se à ação de um governo do Partido Comunista. Disse ainda que não tinha falado em concessão à Solverde, mas sim através de um protocolo de gestão temporária, como o que vai ser efetuado com a ADCE.--- JOSÉ MARCO (J. F. SILVALDE) – Disse que como espinhense sentia-se enganado e envergonhado durante todos estes anos pela forma como o processo relativo à fundação Navegar tinha sido tratado pelo executivo anterior. Referiu que em consequência do encerramento do Centro Multimeios, vinte e uma famílias estavam a passar por graves problemas, não admitindo que se pretendesse agora atirar responsabilidades para o atual executivo municipal, que tudo fez e continuava a fazer para assegurar os postos de trabalho aos vinte e um funcionários da fundação Navegar. Considera que o anterior Presidente da

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Câmara, senhor José Mota deveria ser julgado pelos danos que fez ao município na condução do processo de reconhecimento da fundação Navegar.--- --- JOÃO PASSOS (PSD) – Disse não acreditar que o problema com o não reconhecimento da fundação Navegar tenha sido causado pelos maus conselhos dos juristas da Câmara Municipal que prestaram pareceres sobre o assunto. Disse que o que estava em causa era a tentativa de se branquear que este problema tinha sido criado quando alguém decidiu que uma vez notificado de que não havia a hipótese do reconhecimento da fundação Navegar, esconder dos órgãos do município e dos espinhenses tal fato. Disse lamentar que um vogal como o Dr. Jorge Carvalho, que era o paladino das liberdades, não tenha denunciado até ao momento, que houve pelo menos um Presidente de Câmara que governou Espinho e que enganou deliberadamente esta assembleia. Disse que como vogal da Assembleia Municipal tinha discutido diversas vezes as atividades e as contas da fundação Navegar e nunca ninguém tinha ousado dizer que afinal a fundação não existia. Disse por outro lado que após a notificação do indeferimento do reconhecimento da fundação ocorrido em finais do ano de 2009, a única forma da Câmara defender os interesses do município, tinha sido de fato o de apresentar uma providência cautelar mais a ação principal e depois tentar encontrar a solução. Quanto à possibilidade de a concessão ser entregue à Solverde, disse que muito naturalmente a empresa só aceitaria uma eventual concessão, desde que liberta das responsabilidades que a fundação Navegar tinha para com os credores e com os trabalhadores. Disse ser também favorável que a assembleia deliberasse no sentido do património ativos e passivo reverter para o município e só depois se procedesse à deliberação sobre o acordo de colaboração a celebrar entre a Câmara e a ADCE. Disse ainda que o PSD era favorável à proposta da Câmara, não porque a considerasse a ideal, mas porque a considerava aquela que seria a mais viável no imediato para salvaguardar postos de trabalho e até a realização de alguns eventos que estavam

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muito próximos, tendo no entanto, a perceção que o município mais tarde ou mais cedo iria ter que encontrar uma outra solução que salvaguarde outras questões, que no seu entender, neste momento não estavam devidamente salvaguardadas.--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – Protestou referindo que por diversas vezes já tinha afirmado que o anterior executivo municipal era culpado neste processo e que também se sentia engando, o que não se podia fulanizar que era o senhor José Mota o responsável por tudo o que aconteceu. Disse que o anterior Presidente da Câmara para ver as suas propostas aprovadas tinha precisado de obter a maioria dos votos, mas que a quase totalidade das votações tinham sido tomadas por unanimidade, logo com os votos dos vereadores do PSD, fato que fazia com que os mesmos fossem igualmente responsáveis juntamente com o senhor José Mota. Disse que a responsabilidade do atual executivo também existia porque após a entrega da providência cautelar tinha ficado à espera de uma decisão favorável para o município, sem trabalhar uma qualquer solução para o caso de perder a ação com a providência cautelar.--- --- JORGE PINA (PS) – Disse que face ao não reconhecimento da fundação, se o atual executivo tivesse optado por criar uma nova fundação o problema estaria resolvido, no entanto, havia o problema dos vinte e um trabalhadores que importava salvaguardar. Quanto à atribuição de culpas disse que durante os últimos 3 mandatos como vogal da Assembleia Municipal nunca tinha ouvido falar daquilo que hoje aqui se tinha falado. Disse pretender consultar os documentos da Câmara relacionados com a fundação Navegar para depois poder tirar as suas ilações, sobre a forma como todo o processo tinha sido desenvolvido, e que só posteriormente poderia julgar as pessoas envolvidas. Lamentou que se estivesse a pretender julgar as pessoas na praça pública sem terem provas, razão pela qual iria consultar o processo. Disse que o Centro Multimeios era demasiado importante e que desenvolvia uma atividade que já era reconhecida internacionalmente, pelo que não se

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poderia deixar morrer uma infraestrutura destas. Disse que enquanto autarca nunca mais votaria a criação de uma fundação, porque com a realização dos censos às fundações foi possível verificar que a esmagadora maioria apenas servia para aumentar as despesas do estado, escamotear contas e fuga aos impostos e outras irregularidades. Quanto à solução encontrada pelo senhor Presidente da Câmara, disse que neste momento era a que melhor salvaguardava os interesses do município e dos trabalhadores da fundação, pelo que iria aprovar a proposta da Câmara.--- --- Terminadas as intervenções o Presidente da Mesa concedeu um intervalo de 5 minutos, durante o qual os membros da Comissão Permanente iriam reunir para formularem a redação da deliberação sobre a proposta apresentada pela Câmara.--- --- Reiniciados os trabalhos o Presidente da Mesa disse não ter sido possível ultrapassar as diferenças de opinião sobre o assunto, no entanto, tinha sido obtida a construção de uma decisão que considerava pacífica e consensual, no que tocava ao procedimento a seguir e que era o de votar a proposta da Câmara tal e qual enviada à Assembleia Municipal. Disse ficar entretanto aberta a possibilidade da Câmara Municipal aferir com o seu gabinete jurídico, se era ou não necessário para a prossecução dos objetivos que constam da sua proposta haver uma deliberação expressa de revogação do direito de usufruto que foi deliberado na reunião de 29 de Fevereiro de 2000. No caso de ser necessário a Assembleia Municipal tomaria uma deliberação sobre o assunto na próxima reunião.--- --- Seguidamente o Presidente da Mesa fez a leitura da proposta da Câmara e colocado a mesma à votação, tendo-se obtido o seguinte resultado: 25 votos a favor e uma abstenção.- --- A minuta de deliberação relativa a este ponto da Ordem de Trabalhos foi aprovada por unanimidade.--- DECLARAÇÕES DE VOTO:unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.---unanimidade.--- VOTO:--- ARCELINA SANTIAGO (BE) – “A Fundação Navegar mereceu sempre, da nossa

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parte, interrogações e dúvidas, nesta assembleia, tendo nós sugerido transparência em relação às engenharia da sua gestão. Soubemos depois, da omissão da ilegalidade na sua constituição e, por isso, do não reconhecimento da sua existência enquanto fundação que, mesmo assim, tem funcionado, desde 2000, como uma sociedade ilegal. Sentimo-nos indignados com esta atitude política irresponsável e de desconsideração pela omissão deste facto à assembleia e à população espinhense, devendo ser alvo de reflexão por parte da classe política e da sociedade civil. Assim, repudiando esta falta de verdade e transparência, votamos favoravelmente esta proposta, mesmo considerando que a passagem, por protocolo, do Multimeios para a ADCE não seja a melhor solução, dado o âmbito essencialmente social deste organismo, mas reconhecemos que talvez seja a possível, neste momento. Não poderíamos ficar indiferentes à situação dos 21 trabalhadores que nada tiveram a ver com as más decisões políticas e que têm os seus postos de trabalho em perigo, numa altura de crise severa. Esteve também presente nesta decisão a necessidade de salvaguardar os interesses do município, nomeadamente o equipamento tão especializado e a importância que eles têm no desenvolvimento de atividades que são do interesse público”.--- --- GABRIELA CIERCO (PS) – “Considerando as circunstâncias em que se encontram os funcionários da Fundação Navegar, bem como as circunstâncias políticas, sociais e económicas em que vivemos, o Partido Socialista votou favoravelmente esta deliberação, sendo certo que aguarda o envio aos vogais desta Assembleia Municipal de cópia de todo o processo, incluindo a primeira notificação a esta Câmara da tomada de posição do não reconhecimento público da Fundação. Lamentamos todo o aproveitamento público que esta matéria tem trazido para a praça pública que em nada enaltece a cidade de Espinho, pois, o Partido Socialista acreditou tanto no passado como hoje, que a melhor forma de

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gerir o equipamento do Multimeios seria com uma gestão sob a forma de uma Fundação ou algo semelhante”.--- --- JORGE CARVALHO (CDU) – Reconheço que a atividade exercida no Centro Multimeios é uma atividade de interesse público importante e fundamental para Espinho. Reconheço que os direitos dos trabalhadores, que são os menos culpados nesta situação, devem ser acautelados e reconhecidos. Todavia não posso votar a favor nem me comprometer com esta deliberação, porque: 1º - Entendo que a Câmara não pode entregar um equipamento cujo usufruto não possui. 2º - Não pode protocolar com a ADCE como o vai fazer. Por isso não posso votar favoravelmente”.--- --- PRESIDENTE DA MESA – “Votei favoravelmente esta proposta e esta deliberação, mas quero deixar muito vincado o meu profundo lamento pelo fato de aos munícipes e aos autarcas de Espinho, lhes ter sido escondida a verdade sobre o processo de reconhecimento da fundação Navegar, sem qualquer tipo de justificação. Esse lamento envergonha a democracia e envergonha os órgãos municipais. Queria em segundo lugar dizer-vos que votei favoravelmente por reconhecer o interesse publico desta deliberação e o interesse público do funcionamento do Centro Multimeios com todas as suas valências e com o desempenho profissional de todos os que nele colaboram. Dizer que também votei favoravelmente não obstante discordar em absoluto que a Associação de Desenvolvimento do Concelho de Espinho possa promover as suas atividades, finalidades para as quais não está diretamente vocacionada nem esteve aquando da sua fundação. Discordei sempre que equipamentos municipais como o complexo de ténis, parque de campismo, ou agora como o centro multimeios, pudessem ser geridos pela ADCE. E só o admito hoje sendo solidário com esta deliberação porque objetivamente não foi presente nenhuma outra alternativa que garantisse a manutenção do funcionamento do equipamento e a manutenção dos postos de trabalho que lhe estão inerentes. E por isso também quero deixar claro na minha declaração

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de voto que apesar de toda esta solidariedade com o espírito e os objetivos desta deliberação, espero que ela seja efetivamente transitória e que no decurso dos próximos anos o município de Espinho seja capaz de encontrar uma solução que garanta a gestão daquele equipamento com as finalidades do mesmo e que possa revogar o protocolo que entretanto vai estabelecer com a ADCE. Espero igualmente que a ADCE continue o seu meritório trabalho na área social, que foi para isso que ela foi criada, e outras entidades possam prosseguir finalidades diferentes que são aquelas que estão subjacentes ao centro multimeios em Espinho. Creio que os munícipes agradecerão que esta transitoriedade seja efetiva e que com mais tempo se possam garantir, quer o funcionamento do centro multimeios, quer a prestação do trabalho que lá ocorre”.--- --- O Presidente da Mesa colocou de seguida à consideração do plenário a possibilidade de no dia 12 de outubro próximo, data em que se iria realizar uma sessão extraordinária sobre a reorganização administrativa territorial autárquica, se prosseguir a presente sessão ordinária, caso a primeira reunião terminasse antes das 22.45 horas.--- O plenário decidiu, por unanimidade, prosseguir a presente sessão no dia 12 de outubro, caso a sessão extraordinária termine antes das 22.45 horas.--- --- Seguidamente e nos termos regimentais, o Presidente da Mesa abriu o período para intervenção do público presente.--- --- Não tendo havido qualquer intervenção, o Presidente da Mesa, deliberou marcar uma nova reunião para o dia 12 de outubro de 2012, às 22.45 horas.---

A MESA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL, _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

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