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foto: sxc.hu e também um panorama do cultivo de mamona no contexto da produção de biocombustível no país.

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(1)

Prezado leitor,

Apresentamos a terceira edição do Bioinformativo onde disponibiliza-mos vários dados de interesse para to-dos os setores envolvito-dos na produção de biocombustíveis, com ênfase nas informações relevantes à agricultura familiar.

Na primeira matéria desta-camos os preços das oleaginosas nas negociações entre cooperativas e agri-cultores familiares no mês de agosto. Em seguida trazemos duas Matérias Especiais com explicações e informa-ções sobre o Selo Combustível Social,

e também um panorama do cultivo de mamona no contexto da produção de biocombustível no país.

Mais adiante, disponibiliza-mos um texto sobre a evolução da produção de diversas oleaginosas em diferentes regiões do Brasil, assim como um estudo da viabilidade de implantação de usinas de óleo de ma-mona em Irecê, na Bahia.

Finalizando a presente edição, o espaço MDA esclarece inúmeras dúvidas relativas ao PNPB. Boa leitura!

Nesta

Edição

Estudos sobre a viabilidade econômica de esmagadoras de mamona matérias especiais

Bônus pela soja: Qual é a lógica do mecanismo? Panorama da mamona no contexto da produção de biodiesel no Brasil Oferta de Oleaginosas preços da agricultura familiar REALIZAÇÃO: APOIO: foto: sxc.hu

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A média nacional dos preços da soja nas cooperativas da agricultura familiar no mês de agosto de 2011 apresentou uma variação de 4,45% em relação ao mês de julho, passando de R$ 38,39/sc para R$ 40,10/sc (Ta-bela 1). A maior alta foi verificada em Minas Gerais (11,43%) e a menor, em Santa Catarina (0,12%).

Dentro do Programa Selo Combustível Social, a análise do preço da soja negociada apresenta uma variação positiva de 4,3%. Esse aumento se deve ao fato de o preço médio nacional – via Selo Social – ter sofrido uma majoração, passando de R$ 40,12/sc (julho) para R$ 41,85/ sc (agosto). Mais uma vez, o maior acréscimo foi verificado em Minas

Gerais com 11,41%, e o menor em Santa Catarina, com apenas 0,12%. A média de bônus pago aos agricultores familiares foi de R$ 1,75 por saca no mês de agosto, o que equivale a um aumento de 1% em relação ao mês anterior, quando a média nacional foi de R$ 1,73 por saca.

Nos estados de Goiás e Minas Gerais o valor do bônus é significati-vamente maior do que nos outros es-tados produtores de soja, o que eleva o custo de aquisição da matéria-prima da agricultura familiar nestes estados em relação aos demais.

O movimento dos preços nas cooperativas de agricultura familiar, tanto no mercado convencional quanto

naquele que possui o Selo Social, tem apresentado comportamento semelhante ao longo do período pesquisado. Isso pode evidenciar que, na média nacio-nal, esses preços “caminham” juntos. Tal comportamento pode ser obser-vado no Gráfico 1, onde o preço da soja nos mercados com e sem o Selo Social apresentam trajetórias bastante semelhantes quando aferidos segundo a média nacional ao longo dos me-ses de junho, julho e agosto de 2011. Justifica-se, uma vez que, a soja, proveniente da agricultura familiar é negociada em contrato pelo valor de mercado somado ao bônus, que, na maioria dos casos, possui valor fixo por saca.

Preços da Agricultura Familiar

Gráfico 1

Médias mensais dos preços em R$/sc da soja pagos aos agri-cultores familiares pelas suas cooperati-vas no mercado convencional e do selo combustível social no Brasil.

Fonte: Cooperativas de agricultura familiar.

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Preços da Agricultura Familiar

Preços da Agricultura Familiar

Análise e

Cotações

Produtos UND Estado

BA CE GO MG MT PB PR RS SC SE SP Algodão* Ton - - - 500 329 - - - - - -Amendoim** Sc (25 kg) - - - - - - - - - -Mamona*** Sc (60 kg) 102 - - - - - - - - - -Girassol Sc (60 kg) - 39,13 - - - - - - - 50,10 -Milho Sc (60 kg) - - - - 23,75 - 21,48 24,58 24,50 21,75

-Tabela 2

Preço em R$ do caroço de algodão, amendoim, mamona, girassol e milho por estado no mês de agosto

Fonte: Dados coletados nas cooperativas de agricultura familiar, com exceção do algodão e amendoim. *caroço.

** produto com casca para a produção de óleo (impróprio para consumo in natura). *** sem casca.

Estado Mercado Selo Bônus

GO 40,86 44,20 3,34 MG 39,00 41,50 2,50 MT 38,19 39,39 1,20 PR 40,89 41,89 1,00 RS 41,10 42,30 1,20 SC 40,55 41,80 1,25 Brasil 40,10 41,85 1,75

Tabela 1 – Preços médios da soja em R$/sc em julho de 2011

Fonte: Dados coletados nas cooperativas de agricultura familiar.

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O preço do caroço do algodão man-teve-se estável em Minas Gerais, diminuindo 0,3% no estado do Mato Grosso, passando de R$ 330,00 por tonelada (julho) para R$ 329,00 por tonelada (agosto) como se observa no Gráfico 2.

O amendoim negociado no mercado convencional em São Paulo apresentou uma elevação de 56,39% de julho para agosto, passando de R$ 20,50 por saca de 25 kg em julho, para R$32,06 em agosto. Este ex-pressivo aumento verificado no último mês é decorrente do período de entressafra da produção dessa oleaginosa.

A mamona apresentou na Bahia um acréscimo no preço da ordem de 7,79%, pas-sando de R$ 94,63 a saca (julho) para R$ 102,00 em agosto. O preço da oleaginosa se encontra num patamar elevado desde o início da coleta de dados.

Preços da Agricultura Familiar

Gráfico 2 – Médias mensais dos preços em R$/ton do caroço de algodão pago pelas cooperativas de agricultura familiar.

Fonte: Cooperativas de agricultura familiar.

Gráfico 3 – Médias mensais dos preços em R$/sc do amendoim pago pelas cooperativas.

Fonte: Cooperativas de agricultura familiar.

Gráfico 4 –Médias mensais dos preços em R$/sc da mamona paga pelas cooperativas de agricultura familiar.

Fonte: Cooperativas de agricultura familiar.

ALGODÃO

AMENDOIM

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Preços da Agricultura Familiar

Girassol

MILHO

O girassol não foi negociado nas cooperativas de agricultura familiar da Bahia, Goiás e Mato Grosso. O

Os preços do milho, cultura alternativa à produção da maioria das oleaginosas, apresentaram movimen-tos diferentes de julho para agosto nos estados brasileiros. Constataram-se variações positivas nos estados do Mato Grosso (45,08%) e Santa Catarina (0,82%), e negativas no Paraná (-10,97%) e Rio Grande do Sul (-5,45%). Em Mato Grosso, foi cole-tado o preço do milho em apenas uma cooperativa de agricultura familiar. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) indi-cam que a variação do milho de julho

preço em Sergipe, no mercado con-vencional, variou em 14,38%, pas-sando de R$ 43,80/sc em julho para

para agosto foi de 15% a 20%, depen-dendo da praça. A diferença entre a variação calculada pelos dados cole-tados e a averiguada pelo IMEA está relacionada à diferentes metodologias de coleta.

Não foi possível calcular a vari-ação para Sergipe, uma vez que agosto foi o primeiro mês de coleta de dados. O Gráfico 5 demonstra que o preço do milho no Mato Grosso elevou-se de maneira significativa de julho para agosto, em decorrência da escassez do produto para o abastecimento interno.

R$ 50,10/sc em agosto. No Ceará não foram obtidos valores no mês de julho, não sendo possível calcular a variação.

De fato, o milho da próxima safrinha já está sendo negociado antes mesmo do plantio da safra de verão em que a soja é predominante. O movimento dos preços foi tão acentuado que ul-trapassou os valores do Paraná e se aproximou aos do Rio Grande do Sul, estados onde os preços do milho são tradicionalmente mais elevados. A queda de preços nos estados anterior-mente citados está associada à maior oferta desse grão após a colheita do milho safrinha.

Preços da Agricultura Familiar

Gráfico 5 – Médias mensais dos preços em R$/sc do milho pago pelas cooperativas de agricultura familiar.

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Umas das peculiaridades nas compras de matéria-prima vinculadas ao Selo Combustível Social é o bônus pago aos agri-cultores familiares. O mecanismo de recompensa e estímulo à inser-ção de agricultores familiares não é uma exigência do programa, sendo desenvolvido por meio de negociações de mercado. Levan-tamentos do Centro de Referência publicados neste boletim indicam que tal procedimento existe so-mente no mercado de soja e nabo forrageiro. Na prática, o bônus se faz mais presente no mercado de soja, uma vez que a produção do nabo não é expressiva dentro do Brasil.

No caso da mamona, a com-pensação das usinas não se dá no preço de comercialização e sim no acesso a sementes, insumos e embalagens para armazenamento. Estes benefícios reduzem os cus-tos de produção na agricultura fa-miliar, elevando os lucros.

Antes de discutir o bônus propriamente dito, é importante explicar como funcionam os in-centivos fiscais e os mecanismos de inserção da agricultura familiar dentro da produção de biodiesel a partir do Selo Combustível Social.

Para ter acesso ao Selo Combustível Social, a usina tem que agregar à sua base produtiva 15% (Região Norte e Centro-Oeste) ou 30% (Sul, Sudeste e

Nordeste) de matéria-prima da agricultura familiar, mediante contratação prévia ao plantio e também fornecer assistência téc-nica. Ao comprar e processar as oleaginosas provenientes de agri-cultores familiares na produção de biodiesel, a empresa poderá obter isenção parcial ou total do PIS/COFINS, proporcional ao valor das aquisições em acordo com as regras.

A soja possui uma ca-deia de produção estabelecida e grande volume cultivado. Tais características fazem com que hoje a oleaginosa seja responsável por cerca de 80% da matéria-prima utilizada para produzir biodiesel, e representa 95% das aquisições das empresas de biodiesel advin-das da agricultura familiar para se cumprir as obrigações do Selo Combustível Social. Essa deman-da direcionademan-da segmenta o mer-cado e faz com que haja um ágio pago à soja da agricultura familiar, denominado bônus.

Técnicos do Centro de Referência constataram que há pagamento do referido bônus na maioria das cooperativas de agricul-tura familiar que negociam com as empresas de biodiesel (soja oriunda dos estados do Sul e dos estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais). O valor do bô-nus é de aproximadamente R$ 1,20 por saca, o que equivale a 3% do preço final do produto. As

cooperativas do estado de Goiás pagam um pouco mais que a mé-dia nacional, 4,5% + R$ 1,00 por saca. Além do bônus, as usinas normalmente repassam para as cooperativas entre R$ 0,30/sc e R$ 0,50/sc relativos à assistência técnica.

O pagamento do incentivo não é regularizado dentro do pro-grama Selo Combustível Social, sendo acordado entre cooperati-vas e usinas a fim de atender a de-manda compulsória por utilização de matéria-prima da agricultura familiar. A diferença de valores pagos entre os estados brasileiros é decorrente da produção da agri-cultura nesses estados. Os esta-dos da Região Sul, por exemplo, possuem uma base produtiva es-sencialmente familiar. Isso faz com que a oferta seja maior acar-retando um bônus menor. No caso de Goiás, o preço maior reflete a pouca oferta de oleaginosas de base familiar. O pagamento do bônus implica a compreensão por parte das usinas de que a inser-ção da agricultura familiar é um ponto estratégico do PNPB.

Matéria especial

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Matéria especial

Desde o início do Progra-ma Nacional de Produção e Uso de Biocombustíveis (PNPB), a mamona foi posicionada como uma das possibilidades para o fornecimento de oleaginosas.

Dentre as características da mamona que a torna uma op-ção de cultura agrícola no âmbito do PNPB, está o fato de ser resistente à seca, e, portanto, poder ser cul-tivada em regiões semi-áridas. As lavouras seriam estabelecidas em áreas nas quais a produção de alimentos é baixa ou inexistente devido ao clima seco, a fim de não competir com culturas

ali-mentares. A cultura também seria uma fonte de renda extra para as populações rurais, sobretudo do Nordeste, reforçando o caráter social e a inclusão da agricultura familiar presentes no Programa, um dos principais pontos positi-vos do seu cultivo. Porém, a baixa produtividade e a falta de respos-ta dos produtores aos estímulos do mercado são pontos negativos relevantes que surgiram ao longo da condução do programa.

Empresas como a Brasil Ecodiesel, que no início do pro-grama (de 2005 a 2007) fomentou a cultura nos estados da Bahia,

do Ceará e do Piauí e depois ex-pandiu para a região Centro-Sul, foram importantes para o incenti-vo da produção de mamona. Mais tarde (a partir de 2008) a Petro-bras Biocombustíveis estimulou a produção da oleaginosa nos es-tados de Minas Gerais, Bahia e Ceará. Essas iniciativas, em con-junto com o PNPB, permitiram a organização da cadeia produtiva, a disponibilização de assistência técnica e a garantia de compra e de preços dentro do programa Selo Combustível Social.

As ações do setor público e privado conduziram a um

ex-Panorama da mamona no contexto da

produção de biodiesel no Brasil

Matéria especial

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pressivo incremento da produção no começo do PNPB. Dados da Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab), mostram uma evolução de 96% da safra 2004/05 em relação à safra 2003/04, pas-sando de 107 mil toneladas para 210 mil toneladas. Em seguida, frente às dificuldades produtivas das usinas, relacionadas princi-palmente ao elevado preço da mamona, houve a necessidade de uma reorganização do setor. Em consequência, a produção da últi-ma safra de últi-mamona (2010/11) foi pouco maior que a de 2003/2004, 136 mil toneladas.

O uso do óleo de mamona como matéria-prima do biodiesel, assim como o de outras oleagino-sas, enfrenta questões relativas às especificidades e aplicações que lhe conferem um preço de mer-cado relativamente alto, mesmo quando comparado ao mercado do óleo de soja e de dendê, por exemplo. Dessa forma, o uso da mamona para a produção de biodiesel encarece o produto final não lhe conferindo competitividade frente ao similar feito a partir da soja.

O preço do biodiesel está diretamente relacionado ao preço do óleo de soja. Para a mamona se tornar viável para a produção de biodiesel, estima-se que a mesma deva possuir um valor máximo de R$ 55,00 por saca. No primeiro semestre de 2011, o preço médio da saca de mamona em Irecê – BA, principal região produtora no

Brasil, foi de cerca de R$ 90,00 de acordo com a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária daquele estado, ou seja, muito acima do preço viável para a indústria. Apesar disso, empre-sas de biodiesel tem comprado a produção da oleaginosa para ga-rantir a parcela necessária de par-ticipação da Agricultura Familiar.

Outro agravante de invia-bilidade é a alta viscosidade do biodiesel de mamona, que não permite que ele seja usado em grandes concentrações. Por outro lado, o biodiesel de mamona pos-sui características que devolvem lubricidade ao diesel. Isso será muito importante quando o país passar a exigir a produção de diesel com baixo teor de enxofre (o chamado S50). O processo de dessulfurização retira a lubrici-dade que pode ser devolvida com o uso do biodiesel de mamona em baixas concentrações, atuando como um aditivo.

Apesar da mamona não se consolidar na produção do biodiesel, as ações desenvolvidas tiveram um papel preponderante no aumento dos preços pagos à agricultura fa-miliar. No ano de 2005, a média dos preços da saca de 60 kg foi de R$ 33,00 bem abaixo dos R$ 90,00 observados no primeiro semestre deste ano. Além disso, o PNPB permitiu a reunião dos diferentes agentes da cadeia produtiva para discussões de ações e políticas de fortalecimento da agricultura

fa-miliar. Como resultado, os agri-cultores da região Nordeste têm acesso à assistência técnica, aos recursos para financiamento da produção e aos insumos para a produção agrícola, principalmente sementes de melhor qualidade.

O aumento da produtivi-dade é considerado pelos espe-cialistas como um dos pontos essenciais à sustentabilidade da mamona no programa. Entretanto, o advento do PNPB não possibili-tou ainda mudanças neste cenário de estagnação, pois não foram observados incrementos entre as safras 2004/05 e 2010/11, ficando com produtividade média de 700 kg/ha. Melhorias na produtivi-dade, com consequente redução de custos por saca, da adoção de novas práticas agrícolas e do uso de novas variedades que inclu-sive permitam a mecanização da colheita, estão entre os desafios a serem enfrentados pelo setor.

Matéria especial

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Oferta de oleaginosas no Brasil

Dendê

A produção do dendê ocorre basicamente nos estados do Pará e Bahia (Gráfico 6), com uma partici-pação relativa de 81,67% e 18,31%

respectivamente na última safra. Isso se deve às condições de clima favorável naqueles estados. No Amazonas, a produção é marginal (cerca de 0,02%

do total nacional). O crescimento do cultivo do dendê ao longo da última década foi de 5,66% ao ano.

Gráfico 6 – Evolução da produção de Dendê no Brasil e nos principais estados em mil toneladas.

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Oferta de oleaginosas no Brasil

A produção brasileira de soja

obteve um excepcional crescimento ao longo da última década, saltando de 38 milhões de toneladas na safra 2000/01 para uma safra recorde de 75 milhões de toneladas em 2010/11 (Gráfico 7). Este crescimento tem como fator impulsionador o aumento da demanda mundial por proteína das cadeias produtivas de carnes brancas, sobretudo nos países asiáticos, como a China. O desenvolvimento só foi pos-sível através da evolução da produção de soja no cerrado, pelo aperfeiçoa-mento e ampliação do uso de tecnolo-gias como a de plantio direto, novas

variedades de sementes, mudanças do ciclo produtivo e antecipação do plan-tio. Esses fatores combinados permiti-ram a elevação da produtividade de 1.580 kg/ha da safra 1990/1991, para 3.115 kg/ha na safra 2010/2011.

O biodiesel também tem papel importante para o fortalecimento do agronegócio da soja. Houve uma di-minuição significativa da ociosidade do parque esmagador nacional, permitindo que a disponibilidade de óleo de soja saísse de 5.549 mil toneladas na safra 2004/2005 para 7.050 mil toneladas na safra 2010/2011. Além disso, o farelo

de soja também apresentou elevação na produção de 22.212 mil toneladas (sa-fra 2004/2005) para 27.800 mil tonela-das na safra 2010/11 (Gráfico 8). Esse excedente de farelo permanece no mer-cado nacional, segundo dados da Asso-ciação Brasileira de Indústria de Óleos Vegetais (ABIOVE).

Os principais estados produ-tores de soja na safra 2010/2011 foram Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, com participação de 27,11%, 20,48% e 15,43%, respectivamente.

Gráfico 7 – Evolução da produção de soja no Brasil e nos principais estados em milhões de toneladas.

Fonte: CONAB.

Gráfico 8 – Evolução da produção de farelo e óleo de soja no Brasil em milhões de toneladas.

Fonte: ABIOVE

Soja

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Oferta de oleaginosas no Brasil

Caroço de algodão

A produção do caroço de algodão possui uma característica que o distingue das demais oleaginosas utilizadas para a produção de biodiesel. A oleaginosa é um co-produto da pluma de algodão, sendo esta o principal foco da atividade para os produtores. Dessa forma, a produção de caroço está atrelada ao mercado da plu-ma. A cultura do algodão no Brasil tem crescido de maneira robusta na última dé-cada, puxada pela demanda interna e

ex-terna para a produção de fibras vegetais. Esse crescimento também foi observado na produção de caroço, partindo de 1,5 milhões de toneladas em 2000/01, para 3,2 milhões na última safra (Gráfico 10). O principal estado produtor de caroço de algodão é o Mato Grosso, com 50,42% da produção na última safra. Em seguida temos a Bahia com 30,32%, Goiás com 8,26% e outros estados com 11%.

O crescimento da oferta do caroço do algodão é benéfico para o Pro-grama Nacional de Produção e Uso de Biodiesel – PNPB, pois diversifica as matérias-primas utilizadas e pode aumen-tar o rendimento da cotonicultura. Dessa maneira, ela se torna a terceira oleaginosa mais utilizada para a produção de biodie-sel no Brasil, com participação que varia de 2% a 2,5%.

Gráfico 10 – Evolução da produção de caroço de algodão no Brasil e nos principais estados em mil toneladas.

Fonte: CONAB

Mamona

A produção da mamona no país foi mais instável e não mostrou cresci-mento consistente ao longo da última década (Gráfico 9). A safra 2010/11 foi 71,09 % maior que a safra 2000/01 e ob-teve crescimento médio anual de 3,35%, o que evidencia crescimento irregular no período.

Anteriormente à implementa-ção do Programa Nacional de Produimplementa-ção e Uso de Biodiesel – PNPB, que vai da safra 2000/01 a 2003/04, a produção de mamona no Brasil apresentou uma mé-dia inferior ao período pós-PNPB. De 2000/01 a 2003/04, a produção média de

mamona era de aproximadamente 85 mil toneladas. Posteriormente, de 2004/05 a 2010/11, a média foi de 123 mil tonela-das. Conclui-se, portanto, que houve um aumento da produção de mamona no contexto do biodiesel.

Gráfico 9 – Evolução da produção de mamona no Brasil e nos princi-pais estados em mil toneladas.

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Oferta de oleaginosas no Brasil

Girassol

A produção do girassol tam-bém se elevou após o início do PNPB, como pode ser observado no Gráfico 11. Destaque deve ser dado ao aumento da participação do estado do Mato Grosso na produção nacio-nal, que saiu de 3,7 mil toneladas ou 7% da produção nacional na safra 2000/01, para o patamar de 56 mil toneladas ou cerca de 60% da safra 2010/11. Em contraste, o estado de

Goiás perdeu participação, passando de 65,54% em 2000/01 para 25,92% na última safra.

A participação da produção de girassol no Rio Grande do Sul em relação ao total nacional se man-teve estável em 2010/11 em relação à 2000/01: cerca de 11%. Mesmo assim, o estado gaúcho apresentou um crescimento médio de 13,56%

na produção de girassol. O aumento da oferta da oleaginosa no Brasil foi sustentado pelo fortalecimento da produção nos estados de Mato Gros-so e Rio Grande do Sul, onde ocorreu forte incentivo das empresas de biodie-sel. Mesmo sendo uma opção para a rotação de cultura, em detrimento do milho, dificuldades no controle de pragas e baixa produtividade prejudi-cam seu avanço.

Gráfico 11 – Evolução da produção de girassol no Brasil e nos principais esta-dos em mil toneladas.

Fonte: CONAB.

Amendoim

A produção nacional de amendoim se concentra no estado de São Paulo, cor-respondendo a cerca de 80% da última safra. Mato Grosso e Paraná também

se destacam, com uma participação de 3% cada (Gráfico 12). A concentração do produto em São Paulo é devida à associação com a produção de cana.

Quando o canavial é renovado, o amendoim é uma opção para a rotação de cultura.

Gráfico 12 – Evolução da produção de amendoim no Brasil e nos principais estados em mil toneladas.

(13)

Estudos sobre a viabilidade

econômica de esmagadoras de

mamona

Avaliações do potencial de implantação de unidades de extração de óleo de mamona serão abordadas trimestralmente

As capacidades escolhidas para o estudo foram de: 20 tonela-das por dia de mamona, utilizando esmagamento mecânico, e de 120 toneladas por dia, via extração mecânica e por solvente. A cidade de Irecê (BA) foi a base geográ-fica para a análise realizada.

Uma unidade produtiva de 20 toneladas é a condição mais próxima – a curto prazo - da re-alidade brasileira no tocante à implantação de uma esmagadora de mamona. A unidade de 120 toneladas é considerada como uma situação de longo prazo, repre-sentando o consumo de 28% da produção nacional e 40% da

es-tadual do mercado de mamona, levando-se em conta sua plena capacidade produtiva. A implan-tação de uma unidade deste porte exige, necessariamente, um au-mento significativo na produção da oleaginosa.

As avaliações da produção de biodiesel a partir do grão e do óleo de mamona não serão realizadas por se mostrarem in-viáveis. É justificável devido ao alto preço do grão em relação ao preço do biodiesel (aproximada-mente R$ 2,25), e também em vir-tude do valor do biocombustível, que chega a ser duas vezes e meio inferior ao preço de comercializa-ção do óleo de mamona refinado (Óleo TIPO I).

O estudo considerou os seguintes parâmetros de análise: a) preço

de aquisição da mamona (R$ 1,64 por quilo); b) preço de venda do óleo de mamona (R$ 6,06 por litro); e, c) preço da torta de ma-mona (R$ 0,60 por quilo).

As duas unidades demonstra-ram viabilidade econômica tanto no indicador Taxa Interna de Retor-no (de 44,00% e 75,15%), como no Valor Presente Líquido (de R$ 7,3 milhões e R$ 55,4 milhões) para as unidades de 20 t/d e de 120 t/d, respectivamente.

Os dados permitem con-cluir que na atual condição de preço da oleaginosa e de seu óleo, é viável a implantação de es-magadoras nas capacidades cita-das. Porém, esta viabilidade pode variar em função da flutuação dos preços do óleo de mamona.

Oferta de oleaginosas no Brasil

Gráfico 13 – Gráfico da composição de custos da usina de óleo de 20 e 120 ton/dia.

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Estudos sobre a viabilidade

econômica de esmagadoras de

mamona

Indicador Unidade Mamona 20 ton/d Mamona 120 ton/d INDÚSTRIA

Investimento Fixo milhões R$ 3,385 10,892

Investimento Total (Fixo + Cap. Giro) Milhões R$ 5,592 23,891

Investimento por Tonelada Óleo R$/ton 2.292,59 1.620,67

Produção Total Óleo / ano milhões L 2,53 15,292

Produção Total Farelo / ano mil ton 4,161 20,898

Faturamento Anual milhões R$ 17,831 105,210

Custo Variável Total / ano milhões R$ 15011 88,109

Custo Variável (Compra Mamona) / ano milhões R$ 10,831 64,955

Custo Variável (Mamona) / ton esmagada R$/ton 1.641,11 1.640,28

Custo Produção de Óleo R$/litro 5,08 5,07

Taxa Interna de Retorno % 44,00 75,15

Tempo de Retorno de Capital anos 2,53 1,73

Valor Presente Líquido 12% a.a. milhões R$ 7,285 55,376

AGRICULTURA

Área Necessária / ano mil ha 4,403 26,405

Quantidade Consumida / ano mil ton 6,604 39,607

Tabela 3

– Dados obtidos no estudo de viabilidade.

O componente de maior

peso na composição do custo de produção do óleo de mamona é o grão. O valor de aquisição desta

matéria-prima representou 71% e 72%, respectivamente, dos custos totais de produção para a unidade de 20 t/d e de 120 t/d. Os outros

componentes de custo que mais pe-saram foram: tributos (aqui incluí-dos ICMS e COFINS), custos fixos, insumos, mão-de-obra e frete.

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Espaço MDA

O programa nacional de produção e uso

do Biodiesel - PNPB

Ascon/MDA.

O PNPB é um programa interministerial que tem como objetivo a implementação da ca-deia de produção do biodiesel no Brasil.

As principais diretrizes do pro-grama são:

• implantar um programa susten-tável, promovendo inclusão social através da geração de renda e emprego;

• garantir preços competiti-vos, qualidade e suprimento; • produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas, fortalecendo as potencialidades regionais

para a produção de matéria prima. O PNPB é conduzido por uma Comissão Executiva In-terministerial (CEIB), que tem como função elaborar,

implemen-tar e monitorar o programa, propor os atos normativos necessários à sua implantação, assim como analisar, avaliar e propor outras recomenda-ções e arecomenda-ções, diretrizes e políticas públicas .

O programa possui tam-bém um Grupo Gestor a quem compete a execução das ações relativas à gestão operacional e administrativa voltadas para o cumprimento das estratégias e diretrizes estabelecidas pela CEIB. É coordenado pelo Ministério de Minas e Ener-gia (MME) e integrado por alguns ministérios membros da CEIB e órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento

Indicador Unidade Mamona 20 ton/d Mamona 120 ton/d INDÚSTRIA

Investimento Fixo milhões R$ 3,385 10,892

Investimento Total (Fixo + Cap. Giro) Milhões R$ 5,592 23,891

Investimento por Tonelada Óleo R$/ton 2.292,59 1.620,67

Produção Total Óleo / ano milhões L 2,53 15,292

Produção Total Farelo / ano mil ton 4,161 20,898

Faturamento Anual milhões R$ 17,831 105,210

Custo Variável Total / ano milhões R$ 15011 88,109

Custo Variável (Compra Mamona) / ano milhões R$ 10,831 64,955

Custo Variável (Mamona) / ton esmagada R$/ton 1.641,11 1.640,28

Custo Produção de Óleo R$/litro 5,08 5,07

Taxa Interna de Retorno % 44,00 75,15

Tempo de Retorno de Capital anos 2,53 1,73

Valor Presente Líquido 12% a.a. milhões R$ 7,285 55,376

AGRICULTURA

Área Necessária / ano mil ha 4,403 26,405

(16)

Econômico e Social (BNDES), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Petrobras e Embrapa .

O MDA no PNPB

Ao Ministério do Desen-volvimento Agrário (MDA) coube a responsabilidade de projetar e operacionalizar a estratégia so-cial do PNPB, criando formas de promover a inserção qualificada de agricultores familiares na ca-deia de produção do biodiesel.

Desde o início do progra-ma o MDA atua em duas frentes.

1. concessão e o gerencia-mento do Selo Combustível So-cial [identificação concedida pelo MDA ao produtor de biodiesel que

cumpre os critérios estabelecidos pelo Programa e que confere sta-tus de promotor de inclusão so-cial dos agricultores familiares enquadrados no Programa Nacio-nal de Fortalecimento da Agricul-tura Familiar PRONAF].

2. planejamento e imple-mentação da metodologia de orga-nização da base produtiva denomi-nada Projeto Pólos de Biodiesel (tem como objetivo articular a base produtiva da agricultura familiar que fornece matéria prima para a produção de biodiesel e os diversos atores estaduais e territoriais en-volvidos na temática, facilitando o acesso desses agricultores às políti-cas públipolíti-cas, às tecnologias e à ca-pacitação adequada às regiões do país com potencial de implantação do projeto).

Para consultar as regras do Selo Combustível Social, as-sim como a(s) Instrução (ões) Normativa(s) do MDA vigente(s) para o tema, ver: http://www.mda. g o v. b r / p o r t a l / s a f / p r o g r a m a s / / biodiesel

Para consultar os Ministé-rios que compõem a CEIB, ver: http://www.biodiesel.gov.br

Para consultar os minis-térios e órgãos que compõem o Grupo Gestor do PNPB, ver: http://www.biodiesel.gov.br

Espaço MDA - O BIODIESEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

EXPEDIENTE

O Bioinformativo é uma publicação mensal do Centro de Referêcia da Cadeia de Produção de Biocombustíveis para a Agrigultura Familiar da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Endereço: Centro de Referência da Cadeia de Produção de Biocombustíveis para Agricultura Familiar, Vila Gianetti 25. Campus Universitário – Viçosa, MG. Cep: 36570-000

Telefone: 31 3891 0203 e-mail: crefbio@ufv.br Visite nosso site:

www.biomercado.com.br

Equipe

Coordenador do Centro de Referência

Prof. Ronaldo Perez

Colaborador

Prof. Aziz Galvão da Silva Júnior Equipe técnica

Edna de Cássia Carmélio (Engenheira de Alimentos) Ester Roberti de Melo (Engenheira de Alimentos)

Joélcio Cosme Carvalho Ervilha (Técnico em Agroindústria)

Marcelo Dias Paes Ferreira (Bacharel em Agronegócio) Fernanda Cardoso de Melo

Auxiliar adminsitrativo Revisão textual

Juliana Nedina Souza

Projeto Gráfico

Samuel Araújo Figueiredo

Colaboração:

Ascom/MDA

Referências

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