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Autoridade Monetária de Macau Cocktail da Primavera Discurso do Presidente do Conselho de Administração, Dr. Anselmo Teng (14 de Abril de 2015)

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Autoridade Monetária de Macau

“Cocktail” da Primavera - 2015

Discurso do Presidente do Conselho de Administração, Dr. Anselmo Teng

(14 de Abril de 2015)

Exmo. Senhor Secretário para a Economia e Finanças, Dr. Leong Vai Tac,

Exmo. Senhor Sub-Director do Departamento de Assuntos Económicos do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na Região Administrativa Especial de Macau, Dr. Chen Xiang,

Exmo. Senhor Coordenador do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau, Dr. Nie Quan, Caros colegas do sector financeiro,

Caros convidados,

Minhas senhoras e senhores,

Um poema chinês diz: “O Cavalo galopando corre a anunciar os êxitos obtidos no ano transacto, a Cabra engenhosa salta para assinalar um novo plano. Nesta altura da Primavera, a estação em que se verifica a serenidade e o brotar de nova vida, com o intuito de dar continuidade à tradição, a AMCM, reúne-se, hoje, com todos colegas do sector financeiro para comemorar o ano novo lunar e, reciprocamente, trocar impressões. Temos muita honra em contar com a presença do Exmo. Senhor Secretário para a Economia e Finanças, Dr. Leong Vai Tac, para presidir ao evento de hoje, cientes embora, da sua agenda muito ocupada. Manifesto, em representação da AMCM, os meus sinceros agradecimentos pela presença do Exmo. Secretário, bem como pelas orientações e apoio dados às actividades da AMCM! Adicionalmente, permitam-me que dirija as minhas calorosas boas vindas aos convidados deste evento, nomeadamente ao Dr. Chen Xiang, do Departamento de Assuntos Económicos do Gabinete de Ligação e ao Dr. Nie Quan, do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e aos amigos do sector financeiro de Macau!

Ao longo do ano transacto, o mercado financeiro internacional foi marcado pela imprevisibilidade, tendo existido inúmeros factores de incerteza. Ao mesmo tempo, a pressão da ocorrência de uma queda na economia do Continente tem vindo a aumentar, enquanto que a economia local iniciou a sua consolidação e ajustamentos. Não obstante,

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no decorrer do ano, o sector financeiro local, unido e seguindo a tendência do desenvolvimento conquistado e consolidado mediante inúmeros esforços, sentido nos últimos anos, explorou activamente as actividades e continuou a registar resultados favoráveis, concretizando o desenvolvimento saudável e estável do sector. No contexto em que se verificou um aumento da dimensão dos activos e o acumular contínuo de lucros, todos os principais indicadores de supervisão continuaram a manter-se em bons níveis.

Até finais de 2014, o total dos activos do sector bancário ascendeu a MOP1.174,4 mil milhões, o total dos depósitos cifrou-se em MOP791,1 mil milhões e o total dos empréstimos em MOP689,7 mil milhões, enquanto os lucros, após taxas, ascenderam a MOP9,6 mil milhões, correspondendo a um aumento de dois digitais, em comparação com o ano homólogo. Concomitantemente, o sistema bancário continuou a manter uma boa qualidade dos seus activos, com rácios de adequação de capital e de liquidez suficientes. Até finais de 2014, o rácio do crédito vencido fixou-se em 0,12% apenas; o rácio de adequação de capital atingiu o nível de 14,2% (principalmente composto por “core capital”) e o rácio de liquidez de um mês e três meses foi de 54,6% e 58,0%, respectivamente. Por outro lado, as operações em RMB têm vindo a desenvolver-se de forma estável. Até finais de Dezembro de 2014, os depósitos em RMB totalizaram MOP103,4 mil milhões, correspondentes a um aumento na ordem dos 20,5%; desde o início da regularização das operações no comércio transfronteiriço, o valor acumulado das operações regularizadas desse segmento ascendeu a cerca de MOP537,3 mil milhões. No capítulo dos seguros, em 2014, o total dos prémios de seguros ascendeu a MOP8,86 mil milhões, correspondendo a um aumento dos 29,7%, em comparação com o período homólogo do ano transacto, dos quais, os correspondentes ao ramo vida se cifraram em MOP6,9 mil milhões e os dos ramos gerais em MOP1,96 mil milhões, correspondendo respectivamente a uma subida de 39% e de 5%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Enquanto instituição de supervisão financeira, a Autoridade Monetária de Macau, por um lado, realizou supervisão contínua às instituições financeiras, para garantir a segurança e a estabilidade do sistema financeiro de Macau e, por outro, aperfeiçoou constantemente os sistemas de supervisão e de infra-estruturas financeiras, para corresponder ao desenvolvimento contínuo do sector financeiro local e ao aperfeiçoamento progressivo dos requisitos internacionais a nível de supervisão financeira. Na área da supervisão

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do Sistema Financeiro, a AMCM continuou a aperfeiçoar ou melhorar as directivas e respectivos requisitos, por exemplo, a implementação, para breve, da nova “Directiva relativa à contratação, por instituições de crédito, de auditores externos”. É de salientar especialmente que, na vertente da adequação de capital, foi verificado, durante o ano, o recente avanço da implementação faseada do Novo Acordo da Basileia, designadamente foi dado início à aplicação experimental dos requisitos revistos, em matéria de capital sobre riscos de crédito.

Na área da supervisão de seguros, foram concluídos os trabalhos inerentes à revisão da “Legislação sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais”, do “Quadro legal da actividade seguradora” e do “Regime jurídico da mediação de seguros”, dos quais, a revisão da “Legislação sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais” foi, durante o ano, aprovada na generalidade, na Assembleia Legislativa. Adicionalmente, foi elaborado pela AMCM o projecto de lei sobre “Seguro de responsabilidade civil profissional dos médicos e de outro pessoal na área da saúde”. Além do estabelecimento dos quadros legais, foram, igualmente, objecto de constante reforço, os correspondentes requisitos de supervisão. Ainda neste domínio, no decurso do ano, a AMCM celebrou com a “China Insurance Regulatory Commission (CIRC)” e o “Office of the Commissioner of Insurance (OCI)” de Hong Kong, um acordo de cooperação sobre anti-fraude em seguros. No capítulo das infra-estruturas financeiras, na sequência do início do funcionamento do sistema de liquidação imediata em tempo real em patacas (RTGS), foram desencadeados os trabalhos inerentes à exploração do sistema de liquidação imediata em tempo real em RMB, bem como os trabalhos preparativos, para efeitos de articulação com os sistemas de liquidação das jurisdições vizinhas, de modo a concretizar, com a maior brevidade possível, o fluxo célere e eficaz, de fundos transfronteiriços. Em especial, com a finalidade de elevar a eficácia de regularização dos títulos bancários e de prestar, através da criação de um banco de dados de crédito, apoio aos bancos na gestão dos respectivos riscos, a AMCM continuará, em articulação com a Associação de Bancos de Macau, a envidar os maiores esforços, no sentido de tentar definir, este ano, soluções concretas em matéria de sistema de liquidação de “títulos electrónicos” e de criação do banco de dados de crédito. Por outro lado, a AMCM irá conciliar os obstáculos legais actualmente existentes que impedem o desenvolvimento, em Macau, da plataforma de pagamento por terceiros, de modo a incentivar o desenvolvimento das actividades a realizar através das respectivas plataformas.

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Quanto à gestão da Reserva Cambial e da Reserva Financeira, a AMCM adoptou, como filosofia de investimentos, os princípios da segurança, da estabilidade e da prudência. Foi concretizada uma gestão eficaz de investimentos destas duas reservas, através de uma afectação apropriada e diversificada dos seus activos, no pressuposto de garantir a segurança do capital e o equilíbrio razoável dos riscos. Até finais de Dezembro de 2014, os activos da Reserva Financeira da RAEM totalizaram MOP246,3 mil milhões, enquanto os saldos da Reserva Cambial ascenderam a MOP131,4 mil milhões. É de referir que, sobre a gestão da Reserva Financeira da RAEM, a AMCM accionou, no decorrer do ano, faseadamente, a carteira de acções dos mercados (bolsistas) emergentes internacionais, a carteira de acções dos mercados bolsistas internacionais e a carteira de “Acções A” dos mercados bolsistas do Continente, no âmbito do “Qualified Foreign Institutional Investors (QFII)”, tendo contribuído, efectivamente, para a diversificação e valorização dos activos da Reserva Financeira. Em especial, a AMCM irá reforçar, em função da evolução económica local e com base nos mecanismos actuais, a mobilidade dos activos da Reserva Financeira. Por outro lado, no que respeita à Reserva Financeira, a AMCM dará continuidade à cooperação regional, de modo a harmonizar-se com a estratégia relevante para o desenvolvimento do país, bem como a participar na implementação da estratégia “One belt and one road” e a “conjugar” com a criação do Banco Asiático de Investimentos em Infra-estruturas, estimulando assim a gestão eficaz dos activos da Reserva Financeira, para além de servir para implementação pelo país de estratégias de desenvolvimento.

No decurso de 2014, o Fundo Monetário Internacional (FMI) desencadeou a primeira “Consulta ao abrigo do Artigo IV” à RAEM, após o seu estabelecimento, tendo publicado no respectivo relatório, elogios ao reforço da estabilidade e saúde do sistema bancário de Macau e da respectiva supervisão, bem como reconheceu a adopção por Macau do Regime “Currency Board”, caracterizado pela indexação cambial da MOP ao HKD, sendo entendimento do FMI que tal regime se mostra o mais apropriado para Macau, devendo ser mantido. Por outro lado, o relatório apontou que a AMCM se empenhava no reforço apropriado de uma gestão prudente da Reserva Financeira.

Para o ano de 2015, factores como a divergência das políticas macroeconómicas dos mercados desenvolvidos e os efeitos da repercussão da subida das taxas de juros do USD, conduzirão à manutenção de incertezas a nível financeiro-económico internacional. Por outro lado, a economia local entrou na fase de consolidação e de ajustamentos,

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nos preços dos imóveis, queda das receitas do jogo e mudança do modelo de consumo, etc., como factores que podem acarretar novos desafios, tanto para o desenvolvimento do sector financeiro, como para a sua situação de risco. Em consequência, as instituições financeiras devem estar atentas às evoluções do ambiente financeiro internacional e, através do aperfeiçoamento contínuo do controlo interno e da apropriada gestão do risco, garantirem a suficiência do rácio de adequação de capital e de liquidez; por outro lado, estas devem ainda ficar mais conscientes em relação à conjuntura global e às crises e tomam medidas apropriadas de natureza preventiva, para fazer face, com toda a prudência, às dificuldades.

Não obstante, podem verificar-se no sector financeiro local inúmeras oportunidades, com a extensão contínua do «Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau», do aprofundamento constante da cooperação regional, da construção e do desenvolvimento da “Zona Franca” em Guangdong, da “Externalidade das empresas do Continente”, do progresso na utilização transfronteiriça do RMB, da implementação progressiva da estratégia “One belt and one road” definida pelo Estado, da criação sucessiva por parte da RAEM de “um centro, uma plataforma”, entre outros, resultando para o sector financeiro inúmeras oportunidades de desenvolvimento. Estou confiante que o sector financeiro continuará, como sucedeu no passado, por um lado, a actuar de forma activa, em harmonia com a execução, pelo Governo da RAEM, das linhas de acção governativa e com os trabalhos da supervisão da AMCM e, por outro, a envidar os seus esforços e a “cultivar”, com toda a dedicação e cuidado, as suas actividades, no sentido de, no contexto em que se verifica a referida nova conjuntura económica, prestar serviços e apoio ao desenvolvimento económico local. Além disso, o sector assegurará e explorará, de forma plena, todas as oportunidades que surgirem na sua frente, bem como participará, activamente, na construção das infra-estruturas financeiras locais, viabilizando assim a prestação de mais e melhores contributos, quer para o desenvolvimento saudável e estável de todo o sector, quer para a diversificação da economia local.

Por último, com o objectivo de harmonizar com a filosofia aplicada na área da economia e finanças do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, baseada na “administração económica”, no futuro será aplicada essa filosofia à organização dos eventos, aos quais serão adoptadas medidas apropriadas, em função de cada realidade.

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Permitam-me, por fim, que em nome da Autoridade Monetária de Macau manifeste, à RAEM, os meus votos de prosperidade contínua e ao sector financeiro, votos de desenvolvimento contínuo e estável. Desejo, de igual modo, aos convidados presentes boa saúde e felicidades para as suas famílias!

Muito obrigado!

Referências

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