Resistência à tigeciclina em
bacilos Gram-negativos
Mariana Castanheira, PhD
Associate Director, Molecular & Microbiology JMI Laboratories
Glicilciclinas e tigeciclina
• Tigeciclina derivado semissintético da minociclina (tetraciclinas)
• Atividade contra organismos que possuem proteção ribossomal por TetM resistentes a outras tetraciclinas
• Penetração na célula de Enterobactérias pelas proteínas de membrana
Glicilciclinas e tigeciclina
• Ligam-se a subunidade 30S do ribossomo
prevenindo a entrada da tRNA amioacyl no sítio A e portanto a síntese proteica
• Glicilciclinas ligam-se 5x mais fortemente ao ribossomo
comparado às tetraciclinas
Tigeciclina
• Aprovado para infecções complicadas do trato abdominal (EUA e EU) e pneumonias adquiridas na comunidade (EUA)
• Usada para outras indicações e patógenos
• Casos de falência terapêutica e emergência de resistência
• K. pneumoniae resistentes aos carbapenens e outros agentes (multidrug resistant)
• A. baumanii pandrug (PDR) or extremely drug (XDR) resistant
Resistência à tigeciclina
• Intrínseca em Proteus spp. e Pseudomonas spp. por AcrAB-TolC e MexXY-OprM,
respectivamente (RND efflux pumps)
• Enterobactérias: resistência em laboratório e/ou baixos níveis – Problemas com o teste de
sensibilidade
• 2012: primeiros relatos de isolados de KPC (K.
Resistência à tigeciclina
– dados do
Programa SENTRY 2010-2014 (n=79,634)
Organismo
Amostras não-sensiveis à tigeciclina em % (nº de isolados):
APAC Europa LATAM EUA
Enterobacteriaceae 1,2 (102) 1,1 (18) 1,5 (95) 1,5 (561) Citrobacter freundii 0,8 (2) 0,2 (1) 0,0 (0) 0,4 (4) Enterobacter cloacae 1,7 (13) 0,7 (16) 1,6 (11) 1,1 (42) Escherichia coli <0,1 (1) 0,0 (0) 0,0 (0) 0,0 (0) Klebsiella pneumoniae 1,0 (25) 0,8 (39) 1,5 (25) 0,9 (64) Serratia marcescens 1,3 (7) 0,7 (10) 2,6 (10) 1,0 (24) Proteus mirabilis 12,8 (32) 12,9 (200) 12,9 (38) 12,8 (337) Indole positive Proteae 3,1 (14) 1,8 (28) 3,1 (8) 2,9 (81)
Resistência à tigeciclina
– Dados
do Programa SENTRY 2010-2014
≤0.015 0.03 0.06 0.12 0.25 0.5 1 2 4 8 >8 K. pneumoniae (n=16,561) 0.0 0.0 0.8 18.7 52.2 17.6 6.1 3.5 0.9 0.0 0.1 CRE-KPN (n=1,580) 0.0 0.0 0.3 5.8 32.5 35.3 17.7 6.4 2.0 0.1 0.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 % a t M ICResistência à tigeciclina
– Dados
do Programa SENTRY 2010-2014
≤0.015 0.03 0.06 0.12 0.25 0.5 1 2 4 8 >8 K. pneumoniae (n=16,561) 0.0 0.0 0.8 18.7 52.2 17.6 6.1 3.5 0.9 0.0 0.1 CRE-KPN (n=1,580) 0.0 0.0 0.3 5.8 32.5 35.3 17.7 6.4 2.0 0.1 0.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 % a t M IC Organismo/Grupo Nº de isolados/MIC (µg/mL) 4 8 >8 K. pneumoniae (n=16 561) 142 1 10 CRE-KPN (n=1580) 32 1 0Mecanismos de resistência à
tigeciclina em Enterobactérias
RamA e resistência à tigeciclina
Ruzin et al. AAC 2005
• 2005: primeiro estudo avaliando mecanismo em amostras clínicas
• K. pneumoniae com MIC 4 µg/ml
• Site mutagenesis para gerar uma amostra sensível derivada da amostra resistente (transposon insere no gene)
• RamA - ativador transcricional da família AraC (MarA, SoxS)
• RamA era expresso 36x comparado com o controle
Mecanismos de resistência à tigeciclina
em Enterobactérias - Efluxo
Mecanismos de resistência à tigeciclina
em Enterobactérias - Efluxo
RamR e resistência à tigeciclina
Hentschke et al. AAC 2010
• 5 K. pneumoniae MIC de tigeciclina 2 µg/ml
• Sequenciamento do RamR (regula RamA) em amostras não-sensíveis e 25 amostras sensíveis • RamR tinha mutações, inserções, deleções e stop
codons
• Expressão de ramA era 25 a 48x mais que o controle
RarA e OqxAB
Mark Veleba et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2012;56:4450-4458
• Analize in silico mostrou um regulador do tipo AraC no genoma de K. pneumoniae
• Requer AcrAB functional, mas independente de outros reguladores
RarA e OqxAB
KpgABC
– Efluxo de tigeciclina
Lindsey E. Nielsen et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2014;58:6151-6156
• Neonato transferido de Honduras
• Infecção por K. pneumoniae MDR e XDR
• Aumento do MIC de tigeciclina de 1 para 4 µg/ml durante terapia
• Aumento de marA, soxA, ramA, oqxA e rarA não observado
• Whole genome sequencing: IS5 85-bp upstream de uma bomba de efluxo putativa
KpgABC
– Efluxo de tigeciclina
Resumo – K. pneumoniae
• Resistência à tigeciclina em K. pneumoniae é
causada pelo aumento da expressão de bombas de efluxo devido a alterações na regulação
destes componentes celulares que expelem o antibiótico
– AcrAB-TolC – OqxAB
– KpgABC
• Reguladores da família AraC - marA, soxA, ramA e rarA (deleções, inserções (incluindo insertion
Mecanismo de resistência à
tigeciclina em A. baumannii
• Bombas de efluxo da família RND
– AdeABC – AdeFGH
• Alteração em reguladores
– AdeRS operon – AdeABC
• Trm – tigecycline resistance methyltranferase • TetX1
Resistência à tigeciclina em A.
baumannii
– Dados do Programa
SENTRY
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Ti ge cy lin e n o n -su sce p tibil ity rate s (% ) YearResistência à tigeciclina em A.
baumannii
– Dados do Programa
SENTRY
• Total de 1881 isolados coletados de 2005 a 2011
• Isolados com MIC para tigeciclina >2 µg/ml • PFGE (unique isolates)
• 18 isolados selecionados para expressão de:
– adeA – adeF
Resistência a tigeciclina em A.
baumannii
– dados do Programa
SENTRY
Country City (no. of isolates
tested) PFGE pattern No. of isolates Brazil Florianopolis (1) 046B 1
Sao Paulo (29) 048A 1 048B 15 048C 3 048D 1 048E 5 048F 2 048G 1 048I 1
Chile Santiago (1) 043A 1
Mexico Guadalajara (13) 115A 2
115B 9 115C 2 Durango (3) 126A 3
Resistência a tigeciclina em A.
baumannii
– dados do Programa
Agradecimentos
• Grupo do JMI Laboratories
• Participantes do Programa SENTRY • Prof. Ana Cristina Gales