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Comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama em mulheres

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Comportamentos de Adesão ao Rastreio do Cancro da

Mama em Mulheres

Estágio e Relatório

Mestrado em Enfermagem Comunitária

Maria Alexandra Figueiredo Alves Coutinho

Orientadores: Professora Doutora Maria da Conceição Alves Rainho Soares Pereira Professor Doutor Amâncio António de Sousa Carvalho

Vila Real, 2017

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Comportamentos de Adesão ao Rastreio do Cancro da

Mama em Mulheres

Estágio e Relatório

Mestrado em Enfermagem Comunitária

Maria Alexandra Figueiredo Alves Coutinho

Orientadores: Professora Doutora Maria da Conceição Alves Rainho Soares Pereira Professor Doutor Amâncio António de Sousa Carvalho

Composição do Júri:

Presidente: Professora Doutora Maria João Filomena dos Santos Pinto Monteiro

Profª Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem de Vila Real/UTAD Arguente: Professora Doutora Ana Paula Gato Rodrigues Polido Rodrigues

Profª Adjunta da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal Vogal: Professora Doutora Maria Zita Pires Castelo Branco

Profª Adjunta da Escola Superior de Enfermagem de Vila Real/UTAD Vogal: Professora Doutora Maria da Conceição Alves Rainho Soares Pereira

Profª Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem de Vila Real/UTAD

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Este trabalho foi expressamente elaborado como Estágio e Relatório original, sob orientação dos Doutores Maria da Conceição Alves Rainho Soares Pereira e Amâncio António de Sousa Carvalho, Professores na Escola Superior de Enfermagem de Vila Real – UTAD, para efeito de obtenção do grau de Mestre em Enfermagem Comunitária, para ser apresentado à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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“O caminho foi longo e cheio de surpresas

O apoio dos que nos cercam é mais que um bálsamo de ternura... é o remédio que não nos permite entrar em depressão

Com amor tudo é ultrapassado. São necessárias, também, muita força de vontade e esperança

Receber suporte emocional, aprender com a experiência positiva dos outros e pôr de parte pensamentos negativos foram os pilares que suportaram aquilo que eu consegui vencer...”

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Dedico este trabalho a todos os que me ensinaram o que aprendi: especialmente aos Meus Pais, por todos os ensinamentos valiosos, pelos princípios de humildade, pela dedicação, ao longo de toda a minha formação, pelo amor e incentivo perante os mais duros desafios. À Minha

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A

GRADECIMENTOS

A elaboração de um trabalho desta natureza exige esforço, interesse e dedicação, sendo indispensável a participação e contribuição de infindas pessoas, que me auxiliaram e estimularam a desenvolver com obstinação o presente relatório. Manifestar todos os ensinamentos que adquiri, todo o respeito, admiração e gratidão a essas pessoas que, direta ou indiretamente, me coadjuvaram a levar até ao fim mais esta etapa da minha vida, é uma tarefa deveras difícil …

Aos Professores Doutores Maria da Conceição Alves Rainho Soares Pereira e Amâncio António de Sousa Carvalho, que aceitaram ser orientadores deste relatório de estágio, pela disponibilidade, pela sapiência metodológica, pela competência científica, e pelo interesse evidenciado com que me acompanharam nesta delongada caminhada, transmitindo-me constantemente saberes e conhecimentos.

O meu muito obrigada ao Enfermeiro João Barreira e à Enfermeira Sónia Monteiro, pela orientação sapiente e pelos vários ensinamentos transmitidos, ao longo deste processo de aprendizagem.

Agradeço, ainda, às unidades de saúde que constituem o Agrupamento de Centros de Saúde Douro II/Douro Sul, pela colaboração na aplicação dos questionários e também a todas as mulheres, pela disponibilidade e amabilidade com que aceitaram participar neste estudo porque sem a sua colaboração, não teria sido possível realizar este projeto.

À Ana Paula Rodrigues, à Lucília Reis, à Lurdes Longa, à minha colega Pilar Sanjuan e ao Doutor Pablo Perez bem como aos meus colegas de curso, Cátia Bastos, Rui Carvalho e Maria da Conceição Silva, pela preciosa ajuda, incentivo, amizade e essencialmente pelo alento que me transmitiram nos momentos em que mais precisei. À Dona Teresa Carvalho, pela valiosa ajuda, disponibilidade e profissionalismo.

O maior de todos os agradecimentos é, sem dúvida, para os meus pais e para a minha irmã, por me apoiarem, pelo amor incondicional, pela força, pelas palavras de incentivo e encorajamento constantes, pela paciência e compreensão, por tudo o que me transmitiram e que aprendi desde muito cedo… Sem Eles, nada seria possível!

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A todos os anónimos que, pela sua avultada ajuda, disponibilidade e profissionalismo, tornaram este trabalho exequível, um reconhecido agradecimento!

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ESUMO

O presente relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular de estágio e relatório/ dissertação de natureza aplicada inserida no plano curricular do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária, tendo decorrido na Unidade de Cuidados na Comunidade de Lamego e na Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde Douro II/ Douro Sul, num período de vinte semanas, entre setembro de 2015 e janeiro de 2016.

No decorrer do estágio, foram realizadas atividades no âmbito da educação para a saúde, vigilância epidemiológica, integradas nos diferentes programas nacionais de saúde, dos quais destacamos os programas de saúde oral e escolar; também tivemos oportunidade de participar num projeto de intervenção comunitária intitulado “Cuidar de quem Cuida”, em que aplicámos a metodologia do planeamento em saúde.

O desenvolvimento de um estudo empírico “Comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama em mulheres”, cujo objetivo foi identificar os fatores que se relacionam com os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama em mulheres.

Deste modo, trata-se de um estudo transversal, correlacional e retrospetivo, de abordagem quantitativa, com uma amostra constituída por 350 mulheres que frequentavam a consulta de saúde do adulto, em unidades funcionais de centros de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Douro II/Douro Sul. Os dados foram recolhidos através de um questionário de autopreenchimento que incluía um questionário de caracterização socioprofissional e sociodemográfica, a escala de crenças de saúde (Champion & Scott, 1997) e o questionário geral de saúde (QSG – 12) de Goldberg e William (1998), que foi aplicado pelos enfermeiros das unidades funcionais que constituíram os contextos deste estudo. A análise descritiva foi realizada através de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e respetivas medidas de dispersão. Para avaliar a relação entre as variáveis, foram aplicados os testes t Student, qui-quadrado e Mann-Whitney, sendo estabelecido o nível de significância de 5% (p≤0,05). O tratamento de dados foi efetuado com recurso ao programa de tratamento de dados Statiscal Package for Social Sciences (SPSS, versão 20.0). Foi garantida confidencialidade dos dados.

Quanto aos resultados obtidos no estudo, as mulheres que participaram no mesmo tinham uma média de idades de 55,9±7,0 anos, sendo que (44%) possuía o 1º ciclo do ensino básico, detinha o estado civil de casado ou união de facto (79,4%), tinha nacionalidade portuguesa

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xii

(99,1%), e encontrava-se na situação perante o trabalho de ativa (44,9%). Verificamos que a maioria das mulheres referiu o autoexame da mama, a mamografia e a ecografia mamária como sendo os principais exames de deteção precoce do cancro da mama (39,7%). Quanto à realização do autoexame da mama, 62,3% das mulheres assinalou fazê-lo, porém 37,7% indicou não o efetuar. No que concerne à realização da mamografia, 83,4% das mulheres indicou efetuá-lo, porém, 16,6% assinalou não o realizar, observou-se uma proporção superior e significativa de mulheres que responderam aderir aos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama (realização do autoexame da mama e periodicidade de realização de mamografia de rastreio de dois em dois anos) e o aumento de anos de escolaridade, em situação profissional ativa, conhecimento sobre o intervalo de idade recomendado para a realização de mamografia de rastreio, conhecimento da entidade promotora do Programa de Rastreio do Cancro da Mama e pontuações mais elevadas de perceção das mulheres sobre a intervenção do enfermeiro na consulta de planeamento familiar. Observamos, ainda, que existe relação estatisticamente significativa entre a realização do autoexame da mama e idade da mulher, profissional de saúde a quem recorre, crenças de saúde, perceção de obstáculos, expetativa de autoeficácia e perceção de benefícios. Não foi possível constatar a existência de relação estatisticamente significativa entre a perceção de saúde geral e os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama.

Os resultados permitem a compreensão da importância do autoexame e da realização da mamografia de rastreio como comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama. Contudo, percebe-se a necessidade de ações de educação para a saúde, teóricas e práticas, direcionadas principalmente para o fortalecimento da adequabilidade do conhecimento e da prática dos métodos de diagnóstico precoce e de rastreio do cancro da mama em mulheres, destacando-se a realização do autoexame da mama e mamografia. Assim, estas recomendações devem ser consideradas pelos enfermeiros especialistas na promoção da saúde da mulher.

Palavras-chave: Cancro da mama, autoexame, mamografia, enfermagem em saúde

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A

BSTRACT

This report was prepared within the curricular unit, internship and report/dissertation of an applied nature, included in the Master Course in Community Nursing, which took place in the Health center of Lamego, in two units (Care Community and Public Health Unit), this center is integrated in a Group Health Centers – “Douro II Douro Sul”, in a period of twenty weeks, September 2015 to January 2016.

During the internship, activities were carried out in the field of health education, epidemiological surveillance, integrated in the different national health programs, of which we highlight oral and school health programs; We also had the opportunity to participate in a community intervention project entitled "Caring for Whom It Takes", in which we applied the methodology of health planning.

In this report present’s the development of an empirical study “Adherence behaviors breast cancer screening in women". With this study, we aimed to identify factors that are related to adherence behaviors breast cancer screening in women.

This is a cross-sectional, correlational and retrospective study with a quantitative approach, in which was participate a sample of 350 women, attending the health adult consult in several units of the health center. The information was collected through a self - completion questionnaire that included a socio-professional and socio - demographic characterization, the health belief scale (Champion & Scott, 1997) and the questionnaire general health (QG H- 12), Goldberg and William (1998), which was applied by the nurses of the units, that constituted the contexts of this study. The descriptive analysis was performed through absolute and relative frequencies, central tendency measures and respective dispersion measures. For evaluate the relationship between variables, were used the t student, chi-square test and Mann-Whitney test and the statistical criterion for a test was set at 5% (p≤0.05). Data processing was performed using the Statically Package for Social Sciences data processing program (SPSS, version 20.0). We adopt the procedures for guaranteed the confidentiality.

Regarding the results obtained in the study, the women who participated, had a mean age of 55.9 ± 7.0 years, and (44%) had the first cycle of the elementary education, (79.4%) was married, (99.1%) had Portuguese nationality and (44.9%) had a professional activity. We found that most women consider breast self-examination, mammography, and breast ecography, as exams of the early detection of breast cancer (39.7%). Regarding the

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self-xiv

examination of the breast, 62.3% of the women indicated that they did so, but 37.7% indicated that they did not do so. And when we analyze the mammography screening, 83.4% of the women indicated to do so, but 16.6% indicated that they did not do so, were observed a higher and significant proportion of women who responded adhering to cancer screening. Self-examination of the breast and mammography screening every two years increase with: years of schooling, professional active situation and knowledge about the recommended age range for screening mammography, knowledge of the promoting entity of Program screening breast cancer and higher scores perception about the nurse's intervention in the family planning consultation.

We also observed that there is a statistically significant relationship between the self-examination of the breast and the age of the woman, health professional who advises, health beliefs and your dimensions (perceived obstacles, self-efficacy expectation and perceived benefits). It was not possible to verify the existence of a statistically significant relationship between general health perception and adherence behaviors breast cancre screening.

The results obtained, they allow a better understanding of the importance of self-examination and screening mammography as a adherence behaviors to breast cancer screening as well as the related factors. However, there is a need interventions of health education, mainly aimed at strengthening the adequacy of knowledge and practice of early diagnosis and screening methods for breast cancer in women.

Keywords: Women, cancer, self-examination, mammography, health community nursing,

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Í

NDICE Pensamento ... v Dedicatória ... vii Agradecimentos ... ix Resumo ... xi Abstract ... xiii

Lista de Figuras ... xix

Lista de Tabelas ... xxi

Lista de Abreviaturas e Siglas ... xxv

INTRODUÇÃO ... 1

CAPITULO I – ANÁLISE E REFLEXÃO CRÍTICA DO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS ... 5

1.1.No Contexto da Unidade de Cuidados na Comunidade ... 9

1.2.No contexto da Unidade de Saúde Pública ... 17

CAPITULO II – ESTUDO EMPÍRICO ... 25

2.1.Enquadramento Teórico ... 25

2.1.1. Cancro da mama na mulher... 28

2.1.1.1. Epidemiologia ... 30

2.1.1.2. Etiologia e fatores de risco ... 32

2.1.1.3. Medidas preventivas: diagnóstico e rastreio ... 40

2.1.2. Fatores relacionados com os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama ... 45

2.1.2.1. Literacia em saúde ... 46

2.1.2.2. Conhecimentos dos comportamentos preventivos ... 50

2.1.2.3. Crenças de saúde ... 52

2.1.2.4. Perceção de saúde geral ... 53

2.1.2.5. Papel do enfermeiro especialista na prevenção ... 55

2.2. Enquadramento Metodológico ... 58

2.1.1. Tipo de estudo ... 58

2.2.2. Objetivos do estudo ... 59

(18)

xvi

2.2.4. População e amostra ... 62

2.2.5. Operacionalização das variáveis ... 63

2.2.6. Instrumento de recolha de dados ... 68

2.2.7. Procedimento de recolha de dados ... 73

2.2.8. Tratamento e análise estatística ... 74

2.3. Apresentação dos Resultados ... 76

2.3.1. Caracterização sociodemográfica e socioprofissional da amostra ... 76

2.3.2. Motivo habitual de procura de serviços de saúde ... 78

2.3.3. História familiar de cancro da mama ... 79

2.3.4. Conhecimentos relacionados com os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama ... 79

2.3.5. Comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama ... 82

2.3.6. Perceção das mulheres sobre a intervenção do enfermeiro na consulta de Planeamento familiar ... 86

2.3.7. Crenças de saúde ... 87

2.3.8. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama com as variáveis sociodemográficas e socioprofissionais ... 88

2.3.9. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama e conhecimentos das mulheres sobre o intervalo de idade recomendado para realização de mamografia de rastreio ... 91

2.3.10. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama e conhecimentos das mulheres acerca da entidade promotora do cancro da mama ... 93

2.3.11. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama e conhecimentos das mulheres acerca da existência do PRCM ... 94

2.3.12. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama e as crenças de saúde e suas subescalas ... 95

2.3.13. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama e perceção de saúde geral ... 96

2.3.14. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama com a perceção das mulheres sobre a intervenção do enfermeiro nas consultas de Planeamento Familiar ... 97

(19)

2.3.15. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama

com a história familiar de cancro da mama ... 98

2.3.16. Relação dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama com o profissional de saúde a que recorrem ... 99

2.4. Discussão dos resultados ... 100

2.5.Conclusão ... 112

SÍNTESE CONCLUSIVA ... 117

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 119

APÊNDICES ... 131

Apêndice A – Projeto de Intervenção Comunitária – “Cuidar de quem cuida” ... 133

Apêndice B – Instrumento de recolha de dados e grelha de observação ... 169

Apêndice C – Planos das sessões de educação para a saúde ... 175

Apêndice D – Sessões de educação para a saúde ... 181

Apêndice E – Manual do Cuidador ... 191

Apêndice F – Sessão de educação para a saúde “Saúde oral das pessoas idosas” ... 225

Apêndice G – Meningite nas crianças Powerpoint ... 231

Apêndice H – Powerpoint vacina da gripe e medidas preventivas ... 237

Apêndice I – Relatório de avaliação do PNSE ano letivo 2014/2015 do ACeS Douro Sul . 241 Apêndice J – Poster “Monitorização do consumo de tabaco em alunos do ensino público nos anos letivos 2012/2013 e 2014/2015” ... 259

Apêndice K – Relatório da monitorização e avaliação da utilização do cheque dentista .... 263

Apêndice L – Resumo do III Estudo Nacional de prevalência das saúdes orais ... 271

Apêndice M – Instrumento de recolha de dados ... 275

Apêndice N – Autorização da aplicação do questionário ... 285

Apêndice O – Autorização da Comissão de Ética da ARS Norte e do Diretor Executivo do ACeS Douro II/ Douro Sul ... 289

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(21)

L

ISTA DE

F

IGURAS

Figura 1. Localização geográfica do concelho de Lamego ... 10 Figura 2. Agrupamentos de Centros de Saúde Douro Sul ... 18 Figura 3. Evolução da taxa de incidência de Tumores Malignos, Portugal 2010 (por 100

000 habitantes) ... 29

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(23)

L

ISTA DE

T

ABELAS

Tabela 1. Operacionalização das variáveis de caracterização ... 64 Tabela 2. Operacionalização das variáveis de investigação ... 67 Tabela 3. Comparação dos Coeficientes de Alpha de Cronbach de cada subescala da

escala de crenças de saúde, no nosso estudo com o estudo efetuado por Ferreira (2012) ... 71

Tabela 4. Caracterização sociodemográfica e socioprofissional ... 77 Tabela 5. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo o motivo habitual

de procura de serviços de saúde e consultas frequentadas no último ano ... 78

Tabela 6. Distribuição do número e proporção de mulheres sobre a história familiar de

cancro da mama ... 79

Tabela 7. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo o conhecimento

sobre métodos de deteção precoce de cancro da mama ... 80

Tabela 8. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo os conhecimentos

acerca do PRCM ... 80

Tabela 9. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo a fonte de

informação relativa ao PRCM ... 81

Tabela 10. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo o conhecimento

sobre as recomendações da LPCC para realização de mamografia de rastreio .. 82

Tabela 11. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo a realização de

exames e métodos de deteção precoce do cancro da mama ... 83

Tabela 12. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo o processo de

convocatória para a realização da mamografia de rastreio e procura da unidade móvel de rastreio ... 84

Tabela 13. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo os

comportamentos de adesão ao rastreio: mamografia ... 84

Tabela 14. Distribuição do número e proporção de mulheres segundo os motivos de

adesão/não adesão à realização da mamografia de rastreio... 85

Tabela 15. Descrição da Média e Desvio Padrão relativos aos itens da escala de

perceção das mulheres sobre a intervenção do enfermeiro nas consultas de PF (n=350) ... 86

(24)

xxii

Tabela 16. Descrição da Média e Desvio Padrão relativos aos itens da escala de crenças

de saúde e suas subescalas (n=350) ... 87

Tabela 17. Relação entre a realização do autoexame da mama e idade das mulheres ... 88 Tabela 18. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e idade das mulheres ... 89

Tabela 19. Relação entre a realização do autoexame da mama e os anos de escolaridade .. 89 Tabela 20. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e os anos de escolaridade ... 90

Tabela 21. Relação entre a realização do autoexame da mama e a situação profissional .... 90 Tabela 22. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e a situação profissional ... 90

Tabela 23. Relação entre a realização do autoexame da mama e o estado civil ... 91 Tabela 24. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e o estado civil ... 91

Tabela 25. Relação entre a realização do autoexame da mama e conhecimento das

mulheres sobre o intervalo de idade recomendado para realização de mamografia de rastreio ... 92

Tabela 26. Relação entre a periodicidade de realização de mamografia de rastreio de

dois em dois anos e conhecimento das mulheres sobre o intervalo de idade recomendado para realização da mamografia de rastreio ... 92

Tabela 27. Relação entre a realização do autoexame da mama e o conhecimento das

mulheres acerca da entidade promotora do PRCM ... 93

Tabela 28. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e o conhecimento das mulheres acerca da entidade promotora do PRCM ... 93

Tabela 29. Relação entre a realização do autoexame da mama e o conhecimento das

mulheres acerca da existência do PRCM ... 94

Tabela 30. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e o conhecimento das mulheres acerca da existência do PRCM ... 94

Tabela 31. Relação entre a realização do autoexame da mama e crenças de saúde e suas

(25)

Tabela 32. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e crenças de saúde e suas subescalas ... 96

Tabela 33. Relação entre a realização do autoexame da mama e perceção de saúde geral . 96 Tabela 34. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e perceção de saúde geral ... 97

Tabela 35. Relação entre a realização do autoexame da mama e a perceção das

mulheres sobre a intervenção do enfermeiro nas consultas de PF ... 97

Tabela 36. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e a perceção das mulheres sobre a intervenção do enfermeiro nas consultas de PF ... 98

Tabela 37. Relação entre a realização do autoexame da mama e a história familiar de

cancro da mama ... 98

Tabela 38. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e a história familiar de cancro da mama ... 98

Tabela 39. Relação entre a realização do autoexame da mama e o profissional de saúde

a quem recorrem em caso de dúvidas sobre a saúde ... 99

Tabela 40. Relação entre a periodicidade de realização da mamografia de rastreio de

dois em dois anos e o profissional de saúde a quem recorrem em caso de dúvidas sobre a saúde ... 99

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(27)

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ISTA DE

A

BREVIATURAS E

S

IGLAS ACeS - Agrupamento de Centros de Saúde

ACS - American Cancer Society ADN - Ácido Desoxirribonucleico ARS - Administração Regional de Saúde CDI - Carcinoma Ductal Invasivo

CIE - Conselho Internacional de Enfermeiros CIs - Cuidadores Informais

CLI - Carcinoma Lobular Invasivo CSP - Cuidados de Saúde Primários DGS - Direção-Geral da Saúde

DNO - Doenças de Notificação Obrigatória Dp - Desvio Padrão

EEECSP - Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública EpS - Educação para a Saúde

IARC - Agency for Research on Cancer INE - Instituo Nacional de Estatística IPO - Instituto Português de Oncologia LPCC - Liga Portuguesa Contra o Cancro

NCCN - National Comprehensive Cancer Network NCI - National Cancer Institute

OE - Ordem dos Enfermeiros

OMS - Organização Mundial de Saúde PLS - Perfil Local de Saúde

PNDO - Programa Nacional para as Doenças Oncológicas

PNPCDO - Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Oncológicas PNS - Plano Nacional de Saúde

PNSE - Programa Nacional de Saúde Escolar PNSO - Programa Nacional de Saúde Oral

PPTT - Programa de Prevenção e Tratamento do Tabagismo PRCM - Programa de Rastreio do Cancro da Mama

(28)

xxvi

RORENO - Registo Oncológico Regional do Norte

SIARS - Sistema de Informação da Administração Regional de Saúde SISO - Sistema Informação para a Saúde Oral

SNS - Serviço Nacional de Saúde

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences TM - Tumor Maligno

UCC - Unidade de Cuidados na Comunidade USP - Unidade de Saúde Pública

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I

NTRODUÇÃO

O presente relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular Estágio e Relatório /Dissertação de natureza aplicada, inserida no plano curricular do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária, da Escola Superior de Enfermagem de Vila Real da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que decorreu na Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Lamego e na Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Douro II/Douro Sul, que visa consolidar a intervenção especializada em enfermagem comunitária, perspetivando uma abordagem abrangente, integrada e projetiva na fundamentação das práticas em enfermagem comunitária.

O estágio proporcionou-nos o desenvolvimento de atividades e projetos, que permitiram a aquisição e consolidação de competências, as representações atuais da enfermagem nos cuidados de saúde primários (CSP), direcionam as suas abordagens para o utente/família, tendo em consideração a promoção da saúde, a prevenção da doença e o seu tratamento.

Segundo Correia (2012), “caminhar na direção da excelência é um caminho infindável na procura do desenvolvimento de competências, com a finalidade da sua aplicação na comunidade envolvente” (p.20), em que os saberes do enfermeiro repercutem-se na prática dos cuidados, facto que exige da formação uma atenção cuidada e responsável. Assim defendemos que, em CSP é fundamental ter uma perspetiva global e holística sobre a prestação de cuidados envolvendo a comunidade de modo a que novas aprendizagens promovam novos saberes, permitindo um maior enriquecimento pessoal e profissional. Neste sentido, o trabalho dos enfermeiros é cada vez mais complexo, mais exigente, o que implica formação contínua, contribuindo para a melhoria e qualidade do exercício profissional.

De acordo com a Ordem dos Enfermeiros (OE, 2011), o enfermeiro especialista:

…adquiriu competências que lhe permite participar na avaliação multicausal e nos processos de tomada de decisão dos principais problemas de saúde pública e no desenvolvimento de programas e projetos de intervenção com vista à capacitação e empowerment das comunidades na consecução de projetos de saúde coletiva e ao exercício da cidadania. (p.4)

(30)

Inrodução

2

Assim, e no contexto do exercício da profissão, devemos dar resposta às necessidades emergentes de uma comunidade. Desta forma, e tendo em conta o artigo 80º do código deontológico do enfermeiro (OE, 2005), podemos referir que:

…o enfermeiro, sendo responsável para com a comunidade na promoção da saúde e na resposta às necessidades em cuidados de enfermagem, assume o dever de: conhecer as necessidades da população e da comunidade onde está inserido; participar na orientação da comunidade e na busca de soluções para os problemas de saúde detetados; colaborar com outros profissionais em programas que respondam às necessidades da comunidade. (p.83)

Para este relatório de estágio, delinearam-se os seguintes objetivos: i) analisar as atividades desenvolvidas ao longo do estágio, relacionando-as com as competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública; ii) identificar os fatores que se relacionam com os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama, numa amostra de mulheres inscritas nas unidades funcionais do ACeS Douro II/Douro Sul.

Considerando o cancro da mama em mulheres um problema de saúde pública e que tem vindo a gerar uma vasta discussão acerca das medidas que promovam o seu diagnóstico precoce e, consequentemente, a redução da morbilidade e mortalidade. Analisar a temática dos comportamentos de adesão ao rastreio de cancro da mama é, sem dúvida, uma questão relevante e atual face à previsão do aumento da incidência de casos de cancro em Portugal (Direção-Geral da Saúde [DGS], 2013).

Ficámos motivados para investigar a problemática dos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama em mulheres, que se integram no intervalo de idades recomendado pela Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC). Com este estudo pretende-se responder à seguinte questão de investigação é: Quais os fatores que se relacionam com os comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama, numa amostra de mulheres inscritas nas unidades funcionais do ACeS Douro II/ Douro Sul?.

A metodologia utilizada para a elaboração deste documento que espelha um longo caminho percorrido, para o término de mais uma etapa no meu processo de aprendizagem com sucesso, assenta no método descritivo e analítico, utilizando como estratégias para a sua consecução, a consulta de fontes bibliográficas que se consideram atuais e de referência, e ainda a recorrência a vários artigos científicos, reflexão sobre o percurso efetuado, reuniões com os docentes orientadores, visando a orientação científica e acuidade crítica no percurso do mesmo. Em suma, a composição deste documento revestiu-se de algumas dificuldades

(31)

Inrodução

relativamente à transparência e simplicidade na reprodução das palavras, que me permitiram expor para o papel todos os enriquecimentos, ganhos pessoais e profissionais alcançados com as atividades executadas ao longo do estágio.

Este documento está estruturado em dois capítulos, o primeiro descreve e analisa as atividades realizadas no estágio, na UCC de Lamego, transpondo para a prática a metodologia do planeamento em saúde, através da participação num projeto de intervenção comunitária. Este foi desenvolvido no âmbito da promoção da saúde, com recurso à educação para a saúde (EpS) e cujo enfoque primário possibilitou a promoção de atitudes, comportamentos, competências e capacitação dos Cuidadores Informais (CIs), para, o seu desempenho enquanto prestadores de cuidados, contribuindo para a qualidade de cuidados a idosos dependentes, em contexto domiciliário. Autores como Araújo, Paúl e Martins (2010) referem que “o aumento progressivo das pessoas idosas, sobretudo as muito idosas, promove o aumento da incidência de situações de dependência” (p.46), o que provoca inúmeras exigências relacionadas com o processo de envelhecimento e concomitantemente alterações ao nível familiar e mudanças no perfil das famílias. Os projetos que promovam a capacitação de CIs são fundamentais pois permitem a aplicação do conhecimento de enfermagem em situações, em que o apoio e a promoção de aquisição de competências por parte dos CIs garante não só que estes desempenhem de forma autónoma e adequada as tarefas inerentes ao ato de cuidar, mas também possibilitem o processo relacional entre enfermeiro/utente/família e comunidade, encaminhando-os para um processo de capacitação e empoderamento das comunidades.

Cooperar com os prestadores de cuidados, mais especificamente com os CIs, é hoje um desafio cada vez mais aliciante para os enfermeiros no sentido de obter a resposta global à pessoa e à família, com uma finalidade comum, a de satisfazer as necessidades identificadas, promovendo ao máximo a independência daqueles que necessitam de cuidados e, ao mesmo tempo, contribuir para a prevenção de complicações, utilizando para tal os recursos individuais, da equipa de saúde e os recursos existentes na comunidade, o que, na realidade, tem permitido promover, melhorar, manter e restaurar a saúde, desmistificando os impactos negativos associados ao ato de cuidar. Na USP, realizamos a análise dos programas de saúde com vista à concretização dos objetivos estabelecidos no plano nacional de saúde, culminando com uma reflexão sobre as competências adquiridas e/ou reforçadas durante o estágio.

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Inrodução

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O segundo capítulo integra o estudo empírico “Comportamentos de adesão ao rastreio do cancro da mama em mulheres, que vai ao encontro das prioridades identificadas no Plano Local de Saúde 2011-2016, do ACeS Douro II/Douro Sul. Assim, a equipa de saúde da USP, no Plano Local de Saúde do 2011/2016 (DGS, 2015), entendeu serem importantes as seguintes recomendações: i) dar continuidade às atividades recomendadas pelo Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas (PNPCDO), nomeadamente nos rastreios oncológicos; ii) reforçar a acessibilidade das mulheres que não fazem rastreios do Tumor Maligno da mama, diminuindo os obstáculos que condicionam a realização dos rastreios; iii) investir em programas e projetos de promoção da saúde dirigidos aos principais determinantes da saúde e grupos alvo prioritários, reforçando áreas de intervenção (Miranda & Portugal, 2015). Julgamos que o estudo que desenvolvemos se justifica, dadas as recomendações proferidas pela equipa de saúde da USP do ACeS Douro II/Douro Sul. O estudo empírico foi realizado em todas as unidades funcionais que constituem o ACeS Douro II/Douro Sul.

A consecução deste estudo também foi importante pois permitiu o desenvolvimento de capacidades para o exercício e intervenção dos enfermeiros, das quais se salientam a investigação em enfermagem e prestação de cuidados e também nos deu subsídios para a transposição para a prática profissional das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública (EEECSP), ao desenvolver programas e projetos de intervenção com vista à resolução de problemas identificados, logo dar continuidade a atividades recomendadas pelo PNPCDO, nomeadamente nos rastreios oncológicos permitindo a deteção precoce de cancro da mama, envolvendo as mulheres nas decisões sobre os seus processos de saúde, contribuindo para a capacitação deste grupo de mulheres, assim como para a vigilância da saúde.

O segundo capítulo integra, ainda, a síntese conclusiva, com a qual se pretende realizar uma análise sintética dos aspetos mais relevantes do estágio.

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CAPITULO I

A

NÁLISE E

R

EFLEXÃO

C

RÍTICA DO

D

ESENVOLVIMENTO DE

C

OMPETÊNCIAS

“O fator chave que distingue a enfermagem de saúde pública de outras áreas da prática de enfermagem é o foco nas populações”.

(Stanhope & Lancaster, 2009, p.11)

A enfermagem comunitária é considerada como a especialidade que procura conciliar a teoria da enfermagem com a da saúde pública numa prática unificada na população e com um objetivo primordial, a promoção e a prevenção da saúde de toda a comunidade e dos elementos que dela fazem parte. Ser EEECSP implica direcionar uma prática clínica baseada na evidência, adequando os cuidados de enfermagem às reais necessidades e dificuldades identificadas na população. De acordo com Stanhope e Lancaster (2009), a “…noção básica na prática focada na população é que os problemas são definidos (diagnósticos) e as soluções (intervenções) são propostas para populações ou subpopulações definidas, em oposição ao diagnóstico e intervenção/tratamento levados a cabo a nível do doente ou cliente” (p.25).

Por outro lado, a especialização em enfermagem comunitária é uma área que possibilita, de igual modo, a aquisição de mútuas competências, nomeadamente relacionadas com a capacidade de gestão, supervisão, formação inerente à EpS, investigação, coordenação e avaliação dos cuidados prestados, que vão sendo adquiridas com o tempo e moldadas ao longo da nossa experiência profissional. Contudo, para o desenvolvimento dessas competências, é prioritário agilizar uma panóplia de conhecimentos, saberes, valores e habilidades que nos permitam caminhar rumo ao desenvolvimento, de uma capacidade analítica e, ao mesmo tempo, com um cariz crítico-reflexivo baseado na evidência científica das nossas aptidões.

É nesta perspetiva que a participação do EEECSP se torna fundamental, pois para dotarmos a comunidade de conhecimentos e competências, é impreterível, antes de mais, entendermos as respostas aos processos de vida e aos problemas de saúde, de modo a podermos responder de forma adequada a essas mesmas necessidades. Porém, esta participação só será uma mais

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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valia se conseguirmos, enquanto especialistas, capacitar as comunidades para o processo de tomada de decisão baseado no pensamento crítico, possibilitando-as de fazer escolhas acertadas, adotando comportamentos não erróneos face à sua saúde.

Deste modo, a unidade curricular estágio desenvolveu-se ao longo de dois momentos, o primeiro, em contexto da UCC e, à posteriori, em contexto da USP. Na sequência de ambas as partes do estágio, foram desenvolvidas distintas atividades que nos possibilitaram explorar diversificadas áreas da especialidade, permitindo-nos aprofundar conhecimentos e desenvolver competências em diferentes domínios da enfermagem comunitária, ressalvando este documento num resumo mínimo, que contempla oportunidades de aprendizagem e que demonstra a importância das mesmas para uma prática profissional sustentada em mais e melhores conhecimentos.

No atual contexto socioeconómico e político, evidencia-se uma crescente preocupação com a promoção da saúde e a prevenção da doença. No entanto, torna-se premente, congregar esforços para uma utilização eficiente e eficaz dos recursos humanos e materiais que, consequentemente contribuam para o aumento de ganhos em saúde.

O presente relatório decorre dos estágios realizados na UCC de Lamego onde se desenvolveu o projeto de intervenção comunitária “Cuidar de quem Cuida” na sequência do diagnóstico de situação “Necessidades sentidas pelo cuidador informal no cuidar da pessoa dependente”. A escolha do tema para a realização deste projeto de intervenção reflete-se no fato de a sociedade atual se deparar com um problema relacionado com o envelhecimento demográfico da população que tem como principal caraterística, uma maior longevidade das pessoas, à qual se associa um aumento significativo do índice de dependência da população idosa.

De acordo com os resultados do Instituto Nacional de Estatistica (INE, 2011), Portugal tem vindo a perder população em quase todos os grupos etários, verificando-se uma inversão da situação no que se refere ao grupo dos 30-69 anos (que cresceu 9%) e dos superiores a 69 anos (que cresceu 26%). O envelhecimento da população tem vindo a agravar-se de forma geral em todo o país e em 2011 o índice de envelhecimento agravou-se para 128, o que significa que por cada 100 jovens há 128 idosos. Deste modo, constata-se que a maioria dos idosos em situação de dependência continua a ser cuidada pelos seus próprios familiares, recaindo sobre estes um papel importante e fundamental no cuidado a estas pessoas e destacando-se, normalmente, um cuidador informal.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

Conhecedora desta realidade, com o desejo e determinação de prestar serviços de qualidade à comunidade, a temática em estudo foi uma das com caráter emergente para a UCC, enquadrando-se num dos Programa existentes na Unidade, Grupos Vulneráveis no Projeto “Cuidar de quem Cuida”. A escolha pela temática, entre as várias propostas, teve em consideração não só o referido anteriormente, como a motivação própria para o estudo da mesma, com a convicção que é um tema muito debatido, mas pouco trabalhado em contexto comunitário.

Esta conjuntura impõe desafios e exigências ao exercício profissional dos EEECSP, relativamente à otimização das suas competências, em particular no que concerne à metodologia do planeamento em saúde, enquanto processo que engloba o diagnóstico de saúde de grupos/comunidades, com consequente desenvolvimento de projetos de intervenção comunitária, culminando na elaboração de indicadores de saúde que avaliem os resultados das suas intervenções e os ganhos em saúde daí decorrentes.

Deste modo, o trabalho desenvolvido ao longo do estágio foi adotada a metodologia de Planeamento em Saúde, tendo como grupo de intervenção comunitária os cuidadores informais de idosos dependentes da freguesia de Cambres. Assim, inicialmente foi nosso objetivo, conhecer as necessidades percecionadas pelos cuidadores informais, através do diagnóstico de situação de saúde, de modo a que a nossa intervenção fosse direcionada a uma necessidade real desta comunidade, seguindo cada etapa do planeamento em saúde (prioridades, definição de objetivos, estratégias, atividades e avaliação da intervenção).

A opção metodológica utilizada, como anteriormente referimos, reporta-se ao planeamento em saúde, considerado como um instrumento de trabalho relevante na ativação das competências do EEECSP (Regulameno nº 128/2011, de 18 de fevereiro). A população alvo foi constituída pelos 37 CIs de idosos dependentes identificados na freguesia de Cambres, sujeitos ao diagnóstico de situação. Inicialmente foram identificados 39 CIs, contudo, dois deles tinham a seu cargo adultos jovens sendo estes automaticamente excluídos do estudo, já que o mesmo incide sobre idosos dependentes. A recolha de dados no que se refere ao diagnóstico de situação decorreu no primeiro estágio na UCC de Lamego, tendo sido utilizado um questionário por nós construído, cujas questões decorreram de uma revisão da literatura, tendo sido igualmente efetuado um pré-teste do mesmo.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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Após identificados os problemas na etapa correspondente ao diagnóstico de situação, foram definidas as prioridades de atuação, com utilização do método de Hanlon, que nos proporcionassem respostas efetivas aos problemas detetados nas áreas de intervenção: “Alimentação saudável do idoso dependente” e “Prevenção de úlceras por pressão e transferências do idoso dependente”, definindo-se como objetivo geral, capacitar os CIs de idosos dependentes da freguesia de Cambres para o processo de cuidar, ao nível da prática de uma alimentação saudável, prevenção de UP, posicionamentos e transferências.

O planeamento das intervenções teve em conta ao nível de formação individual a CIs o grau de dependência de idosos totalmente e severamente dependentes, e a nível coletivo aos cuidadores de idosos moderadamente a ligeiramente dependentes.

No que concerne à colheita de dados inerente à avaliação, esta decorreu já no segundo estágio na mesma unidade.

Assim, a promoção da mudança comportamental, capacitando os cuidadores com competências para uma decisão consciente, com autonomia e responsabilidade, foi a razão do nosso empenho e integrou as várias intervenções efetuadas, repercutindo-se na qualidade dos cuidados prestados e na qualidade de vida do cuidador informal pela diminuição do impacto negativo associado à tarefa de cuidar. Deste modo, a implementação do projeto “Cuidar de quem Cuida” bem como a intervenção comunitária a ele associado, revelou a aquisição de competências pelo grupo estudado, contribuindo para a melhoria dos cuidados prestados ao idoso dependente.

Julgamos, assim, que a sua implementação passou pela consecução da competência relacionada com a integração e coordenação dos programas de saúde de âmbito comunitário, em particular pela visibilidade, quer da avaliação comunitária quer do projeto implementado e dos ganhos em saúde que dele advêm, de modo a que o trabalho desenvolvido em função da visibilidade proporcionada pelo enfermeiro especialista seja aproveitado em prol da coordenação dos programas de saúde locais e na consecução dos objetivos do PNS.

Concluímos, ainda assim, que foram desenvolvidas e cumpridas todas as etapas do planeamento em saúde bem como, as atividades realizadas contribuíram para o desenvolvimento e aquisição das diversas competências inerentes ao EEECSP. Contudo, por opção e por ser uma das prioridades do Plano Local de Saúde do ACeS Douro II/Douro Sul, elaborado pela USP dar-se-á mais ênfase ao estudo empírico.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

Assim, nos subcapítulos seguintes serão descritas, de forma clara, simples e com sentido crítico reflexivo, as atividades desenvolvidas e competências adquiridas, inerentes a cada unidade funcional.

1.1. No Contexto da Unidade de Cuidados na Comunidade

A enfermagem, ao nível dos CSP, tem uma prática orientada para a comunidade, centrada no utente/família, tendo por base uma filosofia de prestação de serviços contínuos e globalizantes, que nos permite, enquanto EEECSP, adotar um papel de relevo, por assumir a responsabilidade de dar resposta às necessidades reais de saúde identificadas, que despontam ao longo de todo o ciclo vital, permitindo, assim, a implementação de dinâmicas de intervenção promotoras da saúde, da autonomia e do empowerment dos indivíduos, famílias e grupos de uma comunidade, na e para a construção dos seus projetos de saúde.

No entanto, a prática de enfermagem focada na população é detentora de um corpo de conhecimentos próprios, que integram intervenções a múltiplos e variados níveis para a promoção da saúde do público e das comunidades, sendo estes úteis para que os enfermeiros reconheçam a necessidade de potencializar uma proximidade, um envolvimento com os cidadãos e a comunidade em que se encontram inseridos, ajudando-os na perceção e identificação dos seus problemas, atribuindo à comunidade um sentido de responsabilidade comunitária, que capacite o indivíduo para informar-se sobre a sua própria saúde e, ao mesmo tempo, capacitá-lo para o planeamento de medidas estratégicas necessárias ao seu desenvolvimento e promoção da saúde.

Neste sentido, o primeiro momento de estágio do mestrado em enfermagem comunitária decorreu na UCC de Lamego, uma das unidades funcionais que integram o ACeS Douro II/ Douro Sul, permitindo de um modo integral a aquisição de competências, através do desenvolvimento de programas e projetos de intervenção com base na metodologia do planeamento em saúde, com vista à resolução de problemas identificados, contribuindo para o processo de capacitação de grupos e comunidades.

Lamego é uma cidade portuguesa situada no distrito de Viseu, região norte e sub-região do Douro, com 8 848 habitantes, sendo a segunda maior cidade do distrito. É sede de um município com 165,39 km² de área e 26 691 habitantes (INE, 2012), subdividido em 18 freguesias: Avões, Britiande, Cambres, Ferreirim, Ferreirim de Avões, Lamego, Figueira,

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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Lalim, Lazarim, Penude, Penajoia, Sande, Samodães, Bigorne/Magueija e Pretarouca, Cepões/Meijinhos e Melcões, Parada do Bispo e Valdigem, Várzea de Abrunhais, Vila Nova de Souto D’ el Rei.

O município é limitado a norte pelos municípios de Mesão Frio e Peso da Régua, a leste por Armamar, a sueste por Tarouca, a sudoeste por Castro Daire e a oeste por Resende.

Figura 1. Localização geográfica do concelho de Lamego

(fonte:http://historialamego.blogspot.pt/)

Segundo o Perfil Local de Saúde (PLS) (ARS Norte, 2014), a UCC de Lamego encontra-se inserida no ACeS Douro II/ Douro Sul, que compreende uma população residente de 72 985 habitantes, representando cerca de 2,0% da população da região norte (3 666 234 habitantes). Entre os dois últimos censos (2001 e 2011), a população do ACeS diminuiu (-7,5%), contrariamente ao verificado para a região norte e para o continente, cuja população cresceu, respetivamente, 0,1% e 1,8%. O índice de envelhecimento (168,7) é superior ao da região norte (118,9) e ao do continente (134,0).

Às UCC compete, à luz do disposto no artigo 11º do Decreto-Lei nº 28/2008, de 22 de fevereiro, e regulamentadas pelo Despacho n.º 10143/2009, de 16 de abril, prestar cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis em situação de maior risco ou dependência física e funcional, e atuar na EpS, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

Tal como nos remete o documento de suporte para a implementação das UCC (Missão para os Cuidados de Saúde Primários, 2009), a abordagem destas unidades recai na intervenção dirigida a cidadãos, famílias ou grupos com especial vulnerabilidade e risco, permitindo, por um lado, responder, efetivamente, às suas necessidades em termos de cuidados gerais de saúde que a população e a comunidade patenteiam, mas também têm a possibilidade de responder assertivamente a novos desafios.

Assim, a UCC de Lamego pretende ser uma unidade de referência na qualidade de prestação de cuidados de saúde e ser reconhecida como uma organização de excelência que assume a saúde das populações da sua área geográfica como o seu principal objetivo. Cooperação, acessibilidade, solidariedade, trabalho em equipa, autonomia, articulação, parceria, gestão participativa, conhecimento e confidencialidade, são os valores que regem os profissionais desta UCC.

Esta unidade tem por missão garantir um atendimento personalizado, assumindo uma melhoria contínua na qualidade dos cuidados prestados, primando pela excelência na satisfação das necessidades de saúde dos utentes, no âmbito da promoção da saúde e prevenção da doença, cooperando com os mais diversificados parceiros comunitários. Especificamente, o seu compromisso será sistematizar processos de trabalho em políticas, regulamentos, procedimentos, protocolos e outros documentos, corresponsabilizando os utentes na participação e melhoria dos serviços prestados, garantindo a acessibilidade a todos os utentes residentes na área geográfica abrangida da UCC e, ainda, assumir a qualidade e a satisfação dos cidadãos e dos profissionais, oferecendo melhores cuidados, com a obtenção de ganhos em saúde (Missão para os Cuidados de Saúde Primários, 2009).

A UCC de Lamego é formada por profissionais de saúde motivados para intervir na comunidade, promovendo a acessibilidade, a continuidade, a equidade e a qualidade de cuidados, sendo constituída por um EEECSP (coordenador), uma enfermeira especialista em saúde infantil e pediátrica, uma enfermeira especialista em saúde materna e obstétrica, uma enfermeira generalista, uma psicóloga e uma assistente técnica.

Este subcapítulo permite, deste modo, contextualizar as atividades desenvolvidas na UCC, bem como as competências adquiridas com as mesmas. De acordo com F. Gonçalves (2011), “o processo de planeamento implica várias fases fundamentais, desde o diagnóstico de

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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situação, a priorização, a definição de estratégias e projetos de intervenção, a sua execução e avaliação” (p.23).

Tendo em conta os nossos objetivos e a área de programação, atualmente, com o aumento da esperança média de vida da população, as famílias enfrentam um panorama de questões que demonstram haver um número cada vez mais elevado de pessoas idosas incapazes de viver autonomamente na comunidade e que, no contexto atual, as políticas públicas preconizam a manutenção destes idosos no seu domicílio, reportando a família a assumir o papel de principal cuidadora.

No entanto, o processo de envelhecimento e a presença de um idoso dependente no seio familiar, faz-nos pensar sobre a garantia do cuidar que é, antes de qualquer prioridade, uma responsabilidade de todos e que envolve um olhar atento e um conhecimento das suas necessidades, limitações e potencialidades, contribuindo para o bem-estar psíquico e físico, não só do idoso, mas também das famílias que dele cuidam, tornando-se pertinente e necessária uma intervenção junto dos CIs sustentada no conhecimento de que são detentores, de modo a reunir esforços para um adequado e eficaz empoderamento destes cuidadores, resultando numa melhor capacidade de resposta face às mudanças funcionais do envelhecimento.

Pelo exposto, e de acordo com a matriz da OE para o EEECSP, julgamos ser pertinente descrever sumariamente as atividades realizadas na UCC que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a aquisição de cada uma das competências, ao nível dos vários domínios.

Competência: Estabelece com base na metodologia do planeamento em saúde, a avaliação do estado de saúde de uma comunidade

A execução desta competência e todo o trabalho desenvolvido ao longo deste estágio assentam na metodologia do planeamento em saúde que, segundo Tavares (1990), é um processo contínuo que visa a previsão/racionalização de recursos para atingir os objetivos fixados segundo a prioridade estabelecida, permitindo, assim, escolher as melhores soluções entre várias alternativas.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

Atividade A – Elaboração do projeto de intervenção comunitária

A aquisição desta competência iniciou-se no primeiro estágio na UCC de Lamego, cuja finalidade se prendia com a avaliação do estado de saúde de uma comunidade, culminando com a elaboração de um diagnóstico de saúde, no qual se identificaram necessidades, levando, por conseguinte, à priorização das mesmas. Desta priorização resultou a necessidade de implementar atividades e estratégias, através da realização de um projeto de intervenção comunitária, intitulado “Cuidar de quem Cuida” (Apêndice A), de modo a promover uma adequação à tarefa de cuidar, obtendo e potenciando efetivos ganhos em saúde, para quem cuida e para quem é cuidado.

Desta forma, a conceção e implementação do projeto de intervenção comunitária pretendeu operacionalizar os objetivos específicos e as atividades realizadas, com o intuito de dotar os CIs de pessoas dependentes com conhecimentos úteis e capacidades, permitindo um processo de aprendizagem baseado na promoção da saúde, que tem no empowerment um princípio fundamental.

Este projeto possibilitou a aquisição de competências ao nível do planeamento em saúde, permitindo-nos, face às necessidades identificadas, coordenar, dinamizar e participar na prevenção, proteção e promoção da saúde, no sentido de desenvolver estratégias que contribuíssem para uma melhoria dos cuidados prestados à pessoa dependente.

Para a consecução deste projeto ser exequível, foram delineadas duas estratégias fundamentais. Como primeira estratégia, recorreu-se à realização de visitas domiciliárias aos CIs de idosos totalmente e severamente dependentes, no âmbito de uma intervenção comunitária mais individualizada, para aplicação do instrumento de recolha de dados e posterior grelha de observação (Apêndice B), por nós elaborados, o que nos permitiu recolher a máxima informação de como os cuidados são prestados, assim como as dificuldades sentidas, possibilitando-nos um melhor supervisionamento. Por conseguinte, e de acordo com as necessidades identificadas no diagnóstico de situação, bem como através das dificuldades verificadas, surge como segunda estratégia de intervenção, uma ação mais direcionada para os CIs de idosos ligeiramente e moderadamente dependentes, que implicou a realização de ações de EpS e a entrega de convites, nos quais se interveio de forma coletiva, realizando a avaliação da nossa intervenção através da aplicação do mesmo instrumento de recolha de dados, no início e no fim das sessões de formação.

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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No que diz respeito ao planeamento da formação, foram elaborados planos de sessões (Apêndice C), numa perspetiva de desenvolver um espaço de formação que permitisse aos CIs, a aquisição de competências para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados, tendo sido mobilizadas competências, recursos humanos e materiais, imprescindíveis à exequibilidade das formações.

Saliente-se, de igual modo, que a ida ao terreno, o contacto direto com a comunidade bem como a conciliação de uma componente de carácter teórico-prático, foram de extrema importância e hegemónicos não só para a recolha de toda a informação necessária ao desenvolvimento do projeto, mas também possibilitou-nos estabelecer parcerias comunitárias, nomeadamente com o Centro Social e Paroquial de Cambres e os Laboratórios Barral e Johnson & Johnson que, amavelmente, participaram em regime de apoio a este projeto e, ao mesmo tempo, proporcionou-nos o desenvolvimento de competências ao nível comunicativo e relacional, tornando-o mais enriquecedor e capaz de seguir a concretização dos objetivos inicialmente propostos.

Atividade B – Aplicação dos instrumentos de recolha de dados

A aplicação dos instrumentos de recolha de dados permitiu-nos alcançar e consolidar a competência supracitada, no sentido de que proporcionou uma avaliação dos conhecimentos já existentes por parte dos CIs, acerca das temáticas prioritárias, emergentes do diagnóstico de saúde, possibilitando a comparação com os conhecimentos adquiridos após a explanação dos conteúdos formativos, definindo, assim, indicadores de resultado e de processo, com consequentes ganhos em conhecimentos e competências. Contudo, no decorrer desta atividade tivemos sempre em consideração o sigilo profissional, atuando de forma ética e em conformidade com o código deontológico.

Atividade C – Avaliação dos resultados da intervenção comunitária

A avaliação foi um outro aspeto tido em reflexão desde o início do projeto e esteve presente ao longo do seu decurso através dos vários indicadores. Graças à capacidade de trabalhar em equipa de forma adequada e eficaz, atendendo ao período de estágio e a alguns contratempos que surgiram, foi possível efetuar várias visitas domiciliárias aos CIs de idosos totalmente e severamente dependentes, no sentido de proceder à avaliação das capacidades e dos conhecimentos adquiridos relativamente à prática do cuidar, efetuando respetivas correções e

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

esclarecimento de dúvidas, quando necessário. Esta atividade, por outro lado, permitiu-nos validar a importância da nossa intervenção no empoderamento desta população.

De acordo com as atividades desenvolvidas, judiciamos ter conseguido adquirir e alcançar esta competência, tendo sido capaz de seguir e de concretizar todas as etapas do planeamento em saúde.

Em suma, estas atividades permitiram-nos reforçar unidades de competência no âmbito da formulação de objetivos e estratégias face à priorização das necessidades de saúde estabelecidas, de modo a permitir medir mudanças mensuráveis em termos de melhoria do estado de saúde da comunidade; estabelecer programas e projetos de intervenção com vista à resolução de problemas identificados, implementando intervenções para problemas de saúde pública complexos, através da otimização e maximização de recursos necessários à consecução das diferentes atividades, garantindo uma maior eficácia das intervenções; avaliação dos programas e projetos de intervenção com vista à resolução dos problemas identificados, com vista à quantificação de ganhos em saúde da comunidade.

Competência: Contribui para o processo de capacitação de grupos e comunidades

De acordo com F. Gonçalves (2011), “a capacitação de grupos e comunidades entende-se como o empoderamento ou empowerment das populações. O seu objetivo é dar às populações os seus próprios meios para atuar na gestão e controlo da própria saúde” (p.44).

Atividade D – Formação dos CIs sobre os temas: “Alimentação saudável do idoso dependente, prevenção de UP, posicionamentos e transferência do idoso dependente”

Como estratégia de intervenção para aquisição desta competência, considerou-se pertinente recorrer a sessões de EpS direcionadas aos CIs, proporcionando um espaço de formação que lhes permitirá colocar e partilhar as suas dúvidas, podendo estes adquirir conhecimentos para melhorar a qualidade dos cuidados prestados ao idoso dependente. Logo, estas sessões de EpS (Apêndice D), reputadas como a base do empoderamento, consistiram na transmissão de conhecimentos e desenvolvimento de competências, por intermédio de apresentações multimédia em powerpoint, com recurso ao método expositivo, participativo e demonstrativo, visando a criação de condições para que os CIs presentes pudessem adquirir informação e formação necessárias para escolherem de forma saudável, modificando comportamentos, uma

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Capítulo I - Análise e Reflexão Crítica do Desenvolvimento de Competências

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vez que, conscientes da informação que lhes é transmitida e de como devem organizar e executar adequadamente as tarefas inerentes ao ato de cuidar, ficaram capacitados para tomarem as suas próprias decisões.

Por fim, e no que concerne à temática do nosso projeto, a elaboração de um manual do cuidador (Apêndice E) permitiu uma complementaridade à ação educativa, dando respostas às necessidades manifestadas pelos CIs, contribuindo para a otimização do cuidado prestado.

Desta forma, é de referir que os contributos para o processo de capacitação de grupos e comunidades possibilitaram o desenvolvimento de unidades de competência, nomeadamente a liderança de processos comunitários com vista à capacitação de grupos e comunidades na consecução de projetos de saúde, ao exercício da cidadania e à integração de conhecimentos de várias disciplinas nos processos de mobilização e participação comunitária, através da mobilização e integração de conhecimentos da área das ciências da comunicação e educação, de modo a prevenir a doença, proteger e promover a saúde de uma comunidade em diferentes contextos.

Atividade E - Realização de uma sessão de educação para a saúde oral nos idosos, apresentada no Centro Social e Paroquial de Cambres

De acordo com o atrás referido, e para além das temáticas abordadas nas sessões de EpS anteriormente mencionadas, foi premissa do grupo de estágio alargar o leque de intervenção, nomeadamente ao nível da investigação, pelo que foi elaborada e promovida uma sessão de EpS intitulada “Saúde Oral das Pessoas Idosas” (Apêndice F), a um grupo de idosos bastante peculiar, com o intuito de promover a comunicação em saúde, com recurso à utilização de estratégias de comunicação para informar e influenciar as decisões dos indivíduos e das comunidades, no sentido de promoverem a sua saúde.

O desenvolvimento desta atividade teve igualmente como propósito, a concretização da competência anterior, na medida em que promovemos a capacitação de grupos e comunidades, neste caso de um grupo de idosos que fazem parte do projeto “Sénior com vida”, implementando programas de saúde, com recurso às sessões de EpS e a parceiros comunitários, o que nos permitiu identificar necessidades específicas de informação e, ao mesmo tempo, disponibilizar uma informação adequada às características dos grupos e comunidades. Assim, tornou-se exequível a aquisição de mais uma unidade de competência, nomeadamente no que concerne à gestão da informação em saúde aos grupos e comunidades.

Imagem

Figura 1. Localização geográfica do concelho de Lamego  (fonte: http://historialamego.blogspot.pt/)
Figura 2. Agrupamentos de Centros de Saúde Douro Sul  (fonte: http://portal.arsnorte.min-saude.pt/)
Figura 3. Evolução da taxa de incidência de Tumores Malignos, Portugal 2010 (por 100 000 habitantes)  (RORENO, 2010)
Figura 4. Esquema de investigação

Referências

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