• Nenhum resultado encontrado

Relatório estágio profissional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório estágio profissional"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

RELATÓRIO FINAL

Estágio Profissionalizante

Mestrado Integrado em Medicina

Francisca Mota Correia Colaço

Nº 2013202

Regente: Prof. Doutor Rui Maio

Orientador: Prof. Doutor Joaquim Sousa Gago

(2)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 2

ÍNDICE

I. Introdução...3

II. Objectivos Gerais...3

III. Descrição das Actividades Desenvolvidas • Estágio Profissionalizante: Pediatria...4

Ginecologia e Obstetrícia...4

Saúde Mental...5

Medicina Geral e Familiar...5

Medicina Interna...6

Cirurgia Geral...7

• Estágio Clínico Opcional...7

• Elementos Valorativos...8

IV. Reflexão Crítica...8

(3)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 3

I. Introdução

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina incorpora o Estágio Profissionalizante, uma Unidade Curricular composta por 6 estágios parcelares, organizados segundo um sistema rotativo, com uma duração total de 32 semanas.

Estruturado de forma a permitir a passagem pelas áreas da Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Saúde Mental, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia, pretende que o aluno seja incorporado na prática clínica hospitalar e de cuidados de saúde primários e que, sob tutoria, possa não só aplicar e consolidar os conhecimentos e competências adquiridos em anos anteriores, como desenvolver uma autonomia e responsabilidade crescentes, essenciais à sua actividade profissional futura.

O presente relatório incidirá, primeiramente, na enumeração dos objectivos estabelecidos para este ano curricular, seguindo-se a descrição sucinta das diversas actividades desenvolvidas, não só em cada um dos estágios clínicos parcelares, como também no estágio clínico opcional, a referência a actividades extra-curriculares que considero enriquecerem o meu percurso académico, culminando com uma reflexão crítica, na qual faço uma análise retrospectiva relativa à globalidade deste ano lectivo. Em anexo, incluem-se os certificados de elementos valorativos, de cariz não obrigatório, não sujeitos a avaliação ou classificação prévias.

II. Objectivos Gerais

“A finalidade da educação médica pré-graduada é ajudar o estudante médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista (...) e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades (...).”1

Tendo como base esta premissa, e atendendo ao carácter profissionalizante deste ano curricular, estipulei como objectivos pessoais os seguintes:

• Aquisição de uma autonomia crescente, segundo um modelo de medicina tutelada;

• Consolidação de conhecimentos e competências semiológicas previamente adquiridos;

• Prática e consequente aperfeiçoamento de actos clínicos e procedimentos técnicos básicos e essenciais ao exercício médico;

• Capacidade de desenvolver um raciocínio clínico estruturado e elaborar, consequentemente, hipóteses diagnósticas adequadas;

• Desenvolvimento de sensibilidade na escolha de meios complementares de diagnóstico e da capacidade de elaborar planos terapêuticos adequados a cada doente;

(4)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 4

• Aquisição de uma maior familiarização com os diversos sistemas informáticos essenciais à prática clínica diária;

• Ganho de confiança e segurança na comunicação e contacto não só com os doentes e seus familiares, mas também com todos os profissionais de saúde.

1 O Licenciado Médico em Portugal (2005), Faculdade de Medicina de Lisboa

III. Descrição das Actividades Desenvolvidas

Estágio Profissionalizante

Pediatria | 10 de Setembro a 4 de Outubro de 2018

O estágio parcelar de Pediatria decorreu no Hospital Dona Estefânia, sob orientação da Dr.ª Marta Conde. Como objectivos específicos, defini o conhecimento das patologias mais comuns da criança e adolescente e dos princípios gerais de actuação, o reconhecimento de sinais de alarme e o aperfeiçoamento de competências de comunicação.

Ao longo de 4 semanas tive um contacto assíduo, quase diário, com as consultas externas de Reumatologia Pediátrica, onde pude observar um total de 46 doentes, com particular destaque para patologias como a AIJ (Artrite Idiopática Juvenil), a PFAPA (Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite) e a Uveíte. A passagem semanal no Serviço de Urgência, por outro lado, permitiu-me contactar com patologias extremamente comuns em idade pediátrica, tendo sido o local onde me foi concedida uma maior autonomia tutorada, para realizar colheita de dados anamnésticos, exame objectivo e redacção de nota de urgência por método informático. Tive ainda a oportunidade de contactar com o internamento de pediatria médica, UCERN e consultas externas de obesidade, nefrologia, imunoalergologia e hematologia.

Em termos formativos, além de ter participado no Workshop de Urgências Pediátricas e de ter assistido à aula teórico-prática subordinada ao tema “Anaflaxia”, elaborei a história clínica de uma lactente com doença das células falciformes, internada no contexto de uma crise vaso-oclusiva, e apresentei, em conjunto com três colegas, um trabalho intitulado “Síndromes episódicas associadas à enxaqueca na pediatria.”

Ginecologia e Obstetrícia | 8 de Outubro a 2 de Novembro de 2018

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo, sob orientação da Dr.ª Rita Lermann, durante um período de 4 semanas. Em termos de objectivos, pretendia essencialmente sedimentar conhecimentos teóricos previamente adquiridos no 4º ano do Mestrado Integrado em Medicina, executar de forma rotineira procedimentos práticos relacionados com o exame objectivo ginecológico e obstétrico e participar activamente na realização de partos.

No âmbito da Ginecologia, assisti maioritariamente a consultas dedicadas a patologia uroginecológica, nas quais me foi concedida a oportunidade de aplicar algumas técnicas, como a introdução do espéculo e a realização de citologia esfoliativa cervico-vaginal. Assisti ainda a consultas de ginecologia oncológica, a

(5)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 5

diversos procedimentos cirúrgicos e a exames complementares de diagnóstico como as ecografias ginecológicas e as colposcopias.

Já em Obstetrícia, assisti a consultas de gravidez de alto e baixo risco, onde tive a oportunidade de colocar em prática procedimentos como a auscultação de batimentos cardíacos fetais, medição da altura uterina e colheita de exsudado vaginal e rectal. Observei ainda a realização de ecografias obstétricas e contactei brevemente com o ambiente de enfermaria, local onde me foi atribuída a responsabilidade de realizar o exame objectivo a todas as puérperas, fornecer-lhes aconselhamento e esclarecer as suas dúvidas.

No Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, que frequentei por um período de 12 horas semanais,assisti a um parto distócico por fórceps e a múltiplas cesarianas, na maioria das quais tive mesmo a oportunidade de participar activamente.

Semanalmente assisti às reuniões de serviço, sendo que na reunião de dia 26 de Outubro apresentei, em conjunto com dois colegas, o artigo “Portuguese recommendations for the prevention, diagnosis and management of primary osteoporosis – 2018 update”.

Saúde Mental | 5 de Novembro a 30 de Novembro de 2018

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob tutoria da Dr.ª Mafalda Mendes, durante um período de 4 semanas. Como objectivos específicos, defini a capacidade de reconhecer sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo e consolidar os meus conhecimentos relativamente à prescrição de psicofármacos.

Nos dois primeiros dias de estágio foram leccionados seminários teórico-práticos, acerca de situações clínicas hipotéticas e abordagem relativamente à forma mais adequada de actuação, tendo-se abordado ainda a temática do estigma na saúde mental. Nos restantes dias, a minha actividade decorreu sobretudo na Clínica 6, inserida no Pavilhão 29, no actual Serviço de Internamento de Agudos. Neste contexto, tive a oportunidade de fazer uma entrevista clínica e redigir a respectiva história, a um doente com o diagnóstico de Esquizofrenia, tendo sido este o diagnóstico mais frequentemente registado na minha passagem pelo serviço. Passei também pelas consultas externas que tinham lugar na unidade comunitária CINTRA, e frequentei por um dia o Serviço de Urgência no Hospital de São José. Assisti igualmente às reuniões de serviço e às reuniões multidisciplinares, que tinham lugar às quartas-feiras, e ainda a 4 sessões formativas dirigidas aos internos da especialidade, mas extensíveis aos alunos do 6º ano.

Medicina Geral e Familiar | 3 de Dezembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar decorreu na USF Lapiás / Pêro Pinheiro, sob a tutoria do Dr. Gonçalo Envia.

Ao longo das 4 semanas de estágio procurei compreender a dinâmica de funcionamento de uma unidade de cuidados de saúde primários, reconhecer as situações mais prevalentes em MGF, compreender a sua

(6)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 6

abordagem diagnóstica e conduta terapêutica, adquirir conhecimentos acerca da posologia e características dos fármacos mais comummente prescritos pelo Médico de Família e ser capaz de conduzir uma consulta centrada no doente.

Neste estágio tive a oportunidade de assistir a múltiplas consultas contemplando as vertentes de Saúde de Adultos, Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Planeamento Familiar, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. Pude participar activamente em todas elas, praticando uma série de gestos clínicos relacionados com o exame objectivo, nomeadamente a auscultação cardiopulmonar, a otoscopia, a realização de exame neurológico sumário, a medição da tensão arterial com um esfigmomanómetro manual, a utilização do doppler fetal para auscultação dos batimentos cardíacos fetais, a observação ginecológica com espéculo e a realização de citologia esfoliativa, tendo também havido espaço para que pudesse conduzir algumas consultas de forma autónoma, ainda que sempre sob supervisão e em estreita comunicação com o meu orientador.

Participei ainda em várias visitas domiciliárias, tendo uma delas servido de mote para a elaboração de um panfleto intitulado “Quedas em Idosos – Como Prevenir?”.

Por fim, elaborei o Diário do Exercício Orientado (DEO), sujeito a posterior avaliação e discussão.

Medicina Interna | 21 de Janeiro a 15 de Março de 2019

O estágio parcelar de Medicina Interna foi realizado no Hospital de Santo António dos Capuchos, no Serviço de Medicina 2.4, sob orientação da Dr.ª Graça Martins.

De uma maneira geral, estipulei como principal objectivo a aquisição de autonomia e responsabilidade progressivas na avaliação, diagnóstico e prescrição de meios complementares e atitudes terapêuticas para as situações clínicas mais prevalentes no adulto.

Tendo-me sido atribuída uma responsabilidade crescente ao longo das 8 semanas de estágio, pude participar de forma cada vez mais autónoma na dinâmica da enfermaria. Diariamente, ficava responsável por, pelo menos um doente, desempenhando tarefas como colheita de anamnese, realização de exame objectivo, interpretação e requisição de meios complementares de diagnóstico, discussão de terapêutica e elaboração de diários clínicos, notas de entrada e notas de alta, sempre com a devida supervisão. Quanto aos procedimentos técnicos, pude realizar várias punções arteriais e venosas, e observar a realização de uma toracocentese, mielograma e biópsia óssea. Às quartas-feiras tinha lugar a visita médica, onde eram apresentados os casos de todos os doentes internados, sendo que a partir da segunda semana de estágio coube-me a tarefa de expor de forma sucinta o quadro clínico dos doentes por quem estava responsável. Ainda no âmbito da enfermaria, tive a oportunidade de colher e redigir duas histórias clínicas completas, sujeitas a posterior discussão, tendo a última sido alvo de avaliação em formato de “exame de saída da especialidade” e apresentei, em conjunto com duas colegas, um trabalho subordinado ao tema “Acidente Vascular Cerebral”.

(7)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 7

Fora do âmbito da enfermaria, tive ainda a oportunidade de assistir, por diversas vezes, às consultas de Hepatites e frequentei ocasionalmente o Serviço de Urgência no Hospital de São José.

Cirurgia Geral | 18 de Março a 17 de Maio de 2019

O estágio parcelar de Cirurgia Geral foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo, sob orientação do Dr. João Grenho.

Assumi como objectivos pessoais reconhecer as principais síndromes cirúrgicas, assim como a sua etiopatogenia, semiologia, fundamentos de diagnóstico e tratamento, saber executar as técnicas de pequena cirurgia mais comuns, assim como as técnicas de anestesia e assépsia necessárias para tal e enquadrar-me na dinâmica dos procedimentos cirúrgicos, participando activamente nos mesmos enquanto ajudante.

A primeira semana de estágio englobou a exposição de sessões de ensino teórico-prático nas instalações do HBA, durante 3 dias, tendo os restantes 2 dias sido destinados ao curso “TEAM” (Trauma Evaluation and Management).

O restante período de estágio foi dividido da seguinte forma: uma semana de Urgência Geral, quatro semanas de Cirurgia Geral e duas semanas de Gastrenterologia (opcional).

Na semana destinada à frequência da Urgência Geral, tive a oportunidade de contactar com uma grande variedade de doentes, assim como com uma vasta panóplia de patologias, tendo sido o local onde me foi concedido um maior papel interventivo. Pude participar activamente na colheita de anamnese e realização de exame objectivo, no pedido e interpretação de exames complementares e na prescrição terapêutica, tendo tido igualmente a oportunidade de praticar actos e procedimentos de forma rotineira, como as gasimetrias arteriais.

Ao longo das 4 semanas no Serviço de Cirurgia Geral, foi possível passar pelas múltiplas valências inerentes a esta especialidade, como o bloco operatório, a enfermaria e a consulta externa. A presença no bloco operatório representou a actividade com a qual tive um contacto mais assíduo, tendo assistido a um total de 20 cirurgias e participado, enquanto ajudante, em 5 procedimentos distintos.

Na passagem pela opcional de Gastrenterologia pude assistir a consultas de Proctologia, Gastrenterologia, Hepatologia e Doença Inflamatória Intestinal, assim como à realização de múltiplas técnicas, tendo a Colonoscopia e a Endoscopia Digestiva Alta (EDA) constituído os principais exames executados.

No Mini-Congresso de Cirurgia, que decorreu no último dia de estágio, apresentei em conjunto com duas colegas um trabalho intitulado “Be careful! It might get dangerous”, que se centrava na exposição do caso clínico de uma mulher diagnosticada com um feocromocitoma.

Estágio Clínico Opcional – Medicina Geral e Familiar | 20 de Maio a 31 de Maio de 2019

Atendendo ao meu interesse pela Medicina Geral e Familiar, e ao facto de ter considerado a minha passagem pela USF Lapiás / Pêro Pinheiro uma das experiências mais produtivas e enriquecedoras de todo o

(8)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 8

curso, optei por repetir a experiência, durante um período de 2 semanas, no âmbito da Unidade Curricular “Estágios Clínicos Opcionais”.

Elementos Valorativos

Ao longo de todo o curso, foram várias as actividades extra-curriculares em que participei, que contribuíram para o enriquecimento não só da minha formação profissional, mas também da minha formação pessoal. Neste âmbito, gostaria de destacar o projecto de voluntariado em que estive envolvida – “Saúde Porta a Porta” – no ano lectivo 2016/2017 enquanto voluntária, e no ano lectivo 2017/2018 enquanto membro da comissão organizadora. Este projecto da AEFCM assenta na realização de visitas semanais, ao domicílio, por parte de grupos de dois voluntários, a idosos referenciados pelas Juntas de Freguesia, por se encontrarem em situações vulneráveis. Mas muito mais do que uma função médica, que passava pela medição de sinais vitais, acompanhamento da evolução das patologias de base e verificação do cumprimento terapêutico, estas visitas caracterizavam-se sobretudo pela sua função social. A idosa por quem estive responsável vivia sozinha, queixava-se constantemente da solidão, de não ter quem olhasse por ela. As visitas que lhe fazia, em conjunto com uma colega, ajudavam a combater este isolamento. Representavam sobretudo um momento de partilha de histórias, de desabafos, de companhia. Foi um projecto que me acrescentou muito, tendo tido um forte impacto no que à minha formação humana diz respeito.

Ao longo do presente ano lectivo, tentei complementar a minha formação teórica através da participação em diversos eventos e sessões clínicas, cujos certificados de participação se encontram em anexo.

IV. Reflexão Crítica

Uma vez finalizado o 6º ano, tendo em conta o propósito desta Unidade Curricular e olhando em retrospectiva, faço um balanço bastante positivo do longo percurso que agora termina.

Foi, sem dúvida alguma, um ano de transição, de crescimento e de superação, ao longo do qual senti adquirir uma confiança, responsabilidade e capacidade de intervenção crescentes, características que considero fundamentais para que possa iniciar da melhor forma a minha futura carreira profissional.

De uma maneira geral, penso ter cumprido a globalidade dos objectivos propostos, graças não só ao meu empenho, mas sobretudo à disponibilidade, dedicação e espírito pedagógico de todos os tutores com quem tive a oportunidade de me cruzar.

O estágio de Pediatria superou largamente as minhas expectativas. Ainda que pudesse tornar-se muito observacional e monótono no que às patologias observadas diz respeito, uma vez que a actividade da minha tutora estava maioritariamente confinada a consultas de reumatologia, tal não se verificou. A reumatologia era uma área com a qual tinha tido um contacto restrito ao longo do curso, e a convivência prolongada nestas consultas, além de ter permitido aprofundar os meus conhecimentos teóricos, permitiu que a prática do exame ósteo-articular se tornasse rotineira, sendo uma mais-valia para a minha prática profissional futura.

(9)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 9

Além disso foi possível, em articulação com outros tutores, passar por outras áreas específicas da pediatria, como a Hematologia e a Nefrologia. A vivência no Serviço de Urgência talvez tenha sido a principal mais-valia do estágio, não só por ter tido oportunidade de contactar com uma grande variedade de patologias agudas e comuns, mas principalmente por ter sido o local onde tive uma maior capacidade de intervenção, ainda que sempre supervisionada.

Relativamente ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia, os objectivos inicialmente propostos foram parcialmente cumpridos. A passagem pelas múltiplas valências inerentes a esta especialidade permitiu a sedimentação de conhecimentos teóricos previamente adquiridos, tendo também havido espaço para que pudesse colocar em prática gestos relacionados com o exame objectivo ginecológico e obstétrico, factos que contribuíram fortemente para complementar a minha formação básica nesta área. Contudo, e ainda que tenha tido a oportunidade de participar activamente por diversas vezes em cesarianas, acabei por assistir a apenas um parto vaginal ao longo de todo o estágio.

O estágio de Saúde Mental foi talvez o mais observacional. Ainda assim, e a título mais pessoal, considero ter tido um papel preponderante, no sentido em que pude contactar, pela primeira vez, com a psiquiatria de adultos, lidando com uma vasta panóplia de patologias com as quais não tinha tido qualquer contacto no estágio de Psiquiatria do 5º ano, uma vez que estive confinada à área da pedopsiquiatria. Infelizmente, acabei por ter pouco contacto com patologia aguda, dado só ter frequentado a urgência durante um dia e ter estado inserida num serviço com um reduzido número de entrados.

O estágio de Medicina Geral e Familiar foi totalmente de encontro àquilo que pretendia, tendo sido cumpridos todos os objectivos delineados, o que me permitiu adquirir ferramentas indispensáveis à minha prática médica futura. Foi talvez o estágio onde esteve mais evidente a importância de fazer uma abordagem centrada no doente, não podendo nunca ser descurada a sua envolvência cultural, familiar, socioeconómica e psicossocial. Como principal mais-valia, considero o facto de ter tido a possibilidade de realizar consultas, sempre sob orientação do meu tutor. Além de um ganho de autonomia progressiva, permitiu que me apercebesse das competências que necessitavam de ser trabalhadas, contribuindo bastante para o meu processo de aprendizagem e crescimento pessoal e profissional.

A Medicina Interna é, sem sobra de dúvida, a pedra basilar do estágio profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, tendo sido, para mim, o estágio mais gratificante, exigente e desafiante, superando todas as minhas expectativas. Por ter sido totalmente integrada na equipa médica e por me terem concedido, desde o primeiro dia, uma autonomia tutorada para observação de doentes, realização de actos clínicos e procedimentos técnicos, assim como elaboração de registos clínicos, senti-me não apenas uma aluna, mas um membro funcional da equipa em que estava inserida. Não posso deixar de referir o facto de ter conseguido aprofundar relações médico-doente, fruto sobretudo do contacto diário e prolongado que se estabelece numa enfermaria, de ter aperfeiçoado a minha capacidade de comunicação e organização de

(10)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 10

raciocínio e de ter ganho uma maior desenvoltura na elaboração de registos clínicos. A título mais pessoal, gostaria de mencionar o facto de ter contactado, pela primeira vez, com uma doente em fim de vida, por ter representado a situação mais marcante da minha passagem pela enfermaria. Percebi a importância de tomar decisões, acima de tudo, respeitadoras do doente, e de adoptar medidas que diminuam o seu sofrimento e lhe proporcionem o máximo de conforto possível.

Relativamente ao estágio de Cirurgia Geral, ainda que considere que se encontra bem estruturado, dando-nos a possibilidade de passar não só pelas várias vertentes desta especialidade, como também pelo Serviço de Urgência Geral e por uma especialidade opcional, penso ter ficado aquém daquilo que idealizava. Ao longo do estágio, não contactei com patologias cirúrgicas em contexto de urgência, a actividade em enfermaria foi meramente observacional e não houve oportunidade de realizar procedimentos básicos como suturas, tendo a minha passagem pela pequena cirurgia sido limitada a uma manhã. Ainda assim, a experiência no bloco operatório, com a qual tive um contacto mais assíduo, deu-me a possibilidade de assistir a uma grande variedade de cirurgias, tendo participado em algumas destas, o que me permitiu consolidar não só a execução da técnica asséptica, como também o conhecimento relativamente às normas de funcionamento e dinâmica inerentes ao bloco operatório. No âmbito do ensino teórico-prático, não posso deixar de referir o curso TEAM, que terá representado talvez a principal mais-valia de todo o estágio.

No que diz respeito às actividades extra-curriculares, considero que o trabalho de voluntariado desenvolvido no “Saúde Porta a Porta”, projecto em que estive integrada durante dois anos lectivos, constituiu uma experiência importante no meu percurso de formação médica, por ter fomentado a componente humana da Medicina, tantas vezes negligenciada, mas que não pode ser esquecida. Além disso, assisti a vários eventos e sessões clínicas cujas temáticas me despertaram interesse, tendo contribuído para complementar o meu processo de formação académica.

Finalizo esta reflexão convicta de que este ano contribuiu para a minha formação pessoal e profissional, dando-me as competências necessárias para que possa encarar da melhor forma a etapa que se segue. Sabendo, contudo, que esta caminhada que aparenta ser já tão longa, ainda agora começou, e que a profissão que decidi abraçar obrigará a uma aprendizagem e actualização permanentes, que se prolongarão por toda a minha vida.

Não posso terminar sem fazer o devido agradecimento à Faculdade de Ciências Médicas, a casa que me acolheu durante 6 anos, pela qualidade formativa que me proporcionou, particularmente a todos os professores, assistentes, tutores e orientadores, por todos os ensinamentos que me transmitiram ao longo do curso. Por último, um especial agradecimento à minha família e aos meus amigos, pois sem eles, nada disto teria sido possível.

(11)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 11

V. Anexos

Sessões Clínicas e Eventos Científicos

A. Certificado de Participação: “Meet the expert – TEV na mulher”

B. Certificado de Participação: “VI Jornadas de Angiologia e Cirurgia Vascular dos Hospitais CUF”

C. Certificado de Participação: “4ª Reunião Clínica de Pediatria”

D. Certificado de Participação: “Cancro do Pulmão / Rastreio e Diagnóstico Precoce”

Cursos

E. Certificado de Participação: “Curso Integrado de Laparoscopia – Cirurgia Geral, Ginecologia e Urologia”

F. Certificado de Participação: “Curso TEAM – Trauma Evaluation and Management”

Projecto de Voluntariado

G. Certificado de Participação: “Projecto Saúde Porta a Porta”

(12)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 12 A. Certificado de Participação: “Meet the expert – TEV na mulher”

(13)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 13 B. Certificado de Participação: “VI Jornadas de Angiologia e Cirurgia Vascular dos Hospitais CUF”

(14)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 14 C. Certificado de Participação: “4ª Reunião Clínica de Pediatria”

(15)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 15 D. Certificado de Participação: “Cancro do Pulmão / Rastreio e Diagnóstico Precoce”

(16)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 16 E. Certificado de Participação: “Curso Integrado de Laparoscopia – Cirurgia Geral, Ginecologia e Urologia”

(17)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 17 F. Certificado de Participação: “Curso TEAM – Trauma Evaluation and Management”

(18)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 18 G. Certificado de Participação: “Projecto Saúde Porta a Porta”

(19)

Francisca Mota Correia Colaço | Nº 2013202 19 H. Certificado de integração da Comissão Organizadora do “Projecto Saúde Porta a Porta”

Referências

Documentos relacionados

O CONSORCIO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO DE GOVERNO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA – CONDERG, inscrito no CNPJ sob o nº 52.356.268/0002-45, torna público que se acha aberta nesta

Por exemplo, com a crise instalada as pessoas dão menos valor à qualidade dos produtos, as suas preocupações são nos gastos e não se importam de adquirir um produto mais barato

Atividades: Auxiliar nas pesquisas de processos e rotinas administrativas; Auxiliar nas novas formas de captação de oportunidades e portais, para realizar e manter cadastros em.

Para concorrer a essa e outras vagas disponíveis, faça seu cadastro e candidate-se no site https://estagio.ielsc.org.br... OPORTUNIDADE DE

Estando o Termo de Compromisso de Estágio com as assinaturas do estagiário, do professor orientador na UFRN, da Coordenação do curso, do responsável pela instituição

Atividades: - Auxiliar nas atividades de comunicação sobre a empresa e seus produtos; - Auxiliar no desenvolvimento de materiais de comunicação para mídias impressas e digitais;

Atividades: - Auxiliar na emissão de notas fiscais; - Auxiliar no acesso aos sistemas informatizados de controle de estoques; - Auxiliar no controle de planilhas; - Auxiliar no

O Termo de Compromisso de Estágio – TCE é um acordo tripartite, celebrado entre o aluno, a parte concedente do estágio (Empresa, instituição campo de estágio) e a instituição