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A relação dos fatores de produção na geração de resíduos de construção civil

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UNIDADE ACADÊMICA HUMANIDADES CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS AMBIENTAIS

DOUTORADO EM CIENCIAS AMBIENTAIS

LEOPOLDO PEDRO GUIMARÃES FILHO

A RELAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO NA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Ciências Ambientais

Orientador: Prof. Dr. Adriano Michel Bernardin

Co-Orientadora: Prof. Dra. Teresinha Maria Gonçalves

CRICIÚMA 2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Bibliotecária Eliziane de Lucca Alosilla – CRB 14/1101 Biblioteca Central Prof. Eurico Back - UNESC

G963r Guimarães Filho, Leopoldo Pedro.

A relação dos fatores de produção na geração de resíduos de construção civil / Leopoldo Pedro Guimarães Filho. - 2016.

260 p. : il.; 21 cm.

Tese (Doutorado) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Criciúma, 2016.

Orientação: Adriano Michel Bernardin. Coorientação: Teresinha Maria Gonçalves.

1. Resíduos da construção civil. 2. Resíduos da construção civil – Taxa de geração. 3. Gestão integrada de resíduos sólidos. I. Título.

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A Milla, Mateus, Amanda, Gustavo, Eduardo e Pedro.

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Ao meu orientador Professor Adriano Michael Bernardin, pelo processo de definição, contribuições e revisões que resultaram nesta Tese.

A minha co-orientadora professora Teresinha Maria Gonçalves, pela orientação na pesquisa qualitativa e revisões que contribuíram muito na construção desta tese.

Aos membros da banca, professores: Cristina Keiko Yamaguchi, Lucas Dominguini, Nilzo Ivo Ladwig e Vilmar Menegon Bristot

Aos professores do PPGCA, da UNESC, pela atenção dedicação e transmissão de valiosos conhecimentos.

Aos colegas que entraram no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais junto comigo: Prof. Aline Hilsendeger Pereira de Oliveira, Prof. Roberto Recart dos Santos e Prof. Yasmine de Mora da Cunha.

Aos Professores do Curso de Engenharia de Produção que contribuíram para melhoria deste trabalho durante a sua construção: Prof. Antônio Cleber Gonçalves Junior, Prof. Kristian Madeira, Prof. Vilson Menegon Bristot e Prof. Wagner Blauth.

Aos bolsistas no Núcleo de Estudos em Engenharia de Produção (NEEP), graduados e estudantes do Curso de Engenharia de Produção, da UNESC: Neimar Topanotti Dagostin, Guilherme Bonassa, Helen Dominik Cataneo, Yuri Borges Emerin, Luiza Tiscoski, Emanuel

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aplicação e tabulação da pesquisa.

As empresas que abriram as portas para que eu desenvolvesse o trabalho em seus canteiros de obra.

Aos funcionários, mestres de obras, pedreiros e ajudantes, que me auxiliaram sobremaneira na coleta de dados.

A Universidade do Extremo Sul Catarinense que viabilizou a realização deste Doutorado

A todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.

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Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são puras perdas de tempo e ocupam um espaço mental precioso, que deveria ser usado para coisas mais importantes”.

Gurdjieff

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O aumento populacional observado nas últimas décadas tem refletido diretamente no intenso crescimento do setor da construção civil. Como resultado, aproximadamente 60% do volume dos resíduos sólidos produzidos no mundo são oriundos deste setor. Desta forma, esta tese pretende abordar este tema de fundamental importância para as ciências ambientais. Como o projeto faz parte de um estudo interdisciplinar, fez-se a contextualização do objeto de estudo a partir da política pública de habitação, apresentando a habitação como um dos direitos sociais do cidadão. E não se pode falar de habitação no Brasil sem contextualizá-la, também, no campo da construção civil e da engenharia de produção. O objetivo geral do trabalho foi estudar a relação dos fatores de produção e a geração de resíduos em empresas da Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações (ICCSE). Para sustentar o objetivo geral foram propostos como objetivos específicos conhecer os principais processos e tipos de resíduos gerados por empresas de construção civil, por meio da literatura; levantar o volume e tipologia de resíduos gerados na construção civil do município de Criciúma; determinar, por planejamento experimental estatístico, os fatores de produção associados a cada etapa da obra, identificando o tipo e quantidade de resíduo gerado; verificar a interferência dos fatores de produção na geração de resíduos de construção civil e, por fim, propor ações de melhoria nos sistemas produtivos da ICCSE. Para tanto, primeiramente foi realizado um estudo teórico conceitual em teses, dissertações e artigos científicos nos temas da pesquisa. Após a construção do conhecimento explícito buscou-se, por meio da pesquisa de campo nas três maiores construtoras da cidade de Criciúma, identificar e quantificar os resíduos gerados pelos processos de assentamento de alvenaria e execução de reboco. Procurou-se estudar a relação entre os fatores de produção, mão de obra, método e matéria-prima, qualificando-os como positivos e negativos, e a geração de resíduos. Para analisar a pesquisa de campo foram utilizadas as ferramentas estatísticas de planejamento fatorial tipo 2k, análise de variância e superfícies de resposta, com o auxílio dos aplicativos Excel, SPSS e Statistica. Com os resultados da pesquisa de campo foi possível apontar os fatores de produção que mais geram resíduos de construção civil na ICCSE. A pesquisa mostrou que entre os fatores de produção o aquele que mais influencia na geração de resíduo para o serviço de execução de alvenaria é o método e para o serviço de execução de reboco é a matéria-prima, considerando-se o nível negativo (-). Nos modelos estatísticos apresentados observou-se que na maioria dos casos existe uma

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resíduo, para os fatores de produção estudados.

Palavras-chave: Resíduos sólidos. Construção civil. Sistemas de produção. Fatores de produção. Ciências ambientais.

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In the last decades, the population growth directly have resulted in an intense growth of the building industry sector. As a result, approximately 60 vol. % of the solid waste produced in the world comes from this sector. In this way, this thesis deals with the study of the main sources of solid waste generated by the building industry, under the perspective of the environmental science. Also, the citizen's social rights for housing were studied in face of the public housing policy, taking into account the building industry and production engineering contexts in Brazil. Therefore, the aim of this work was to study the relationship between the production factors and the generation of waste by companies of the Civil Construction Industry Subsector Buildings (ICCSE). In order to support the aim of the study, the main processes used and the types of waste generated by the building companies were determined by literature review. Other actions were: the investigation of the volume and type of waste generated by the building companies of the Criciúma municipality; to determine, by design of experiments (DoE), the production factors associated with each step of the work, identifying the type and quantity of the waste generated; to verify the interference of the production factors in the generation of waste by the building industry; and to propose improvement actions in the production systems of the ICCSE. For that, a conceptual theoretical study was carried out researching theses, dissertations and scientific articles. After literature review, the identification and quantification of the residues generated by masonry laying and grouting processes were carried out in the three largest building companies of the Criciúma city. The study of the relationship between the production factors – labor, method and raw materials – and the generation of waste was sought, qualifying them as positive or negative. 2k factorial design, analysis of variance and response surfaces techniques were used to analyze the data by means of the Excel, SPSS and Statistica software’s. As a result, it was possible to point out the production factors that caused the most building waste in the ICCSE. Among the production factors the one that most influences the generation of waste for masonry laying is the method used. For grouting is the raw material, considering the negative level (-). In the statistical models presented, it was observed that in most cases there is a very strong correlation between the service area worked and the generation of waste, for the production factors studied.

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El aumento de la población se ha observado en las últimas décadas ha reflejado directamente en un fuerte crecimiento en el sector de la construcción. Aproximadamente el 60% del volumen de los residuos sólidos producidos en el mundo provienen de este sector. Esta tesis tiene como objetivo hacer frente a esta cuestión de importancia fundamental para las ciencias ambientales. Como parte de un estudio interdisciplinario, hubo el contexto de la materia objeto de la política de vivienda pública, la vivienda como uno de los derechos sociales de los ciudadanos. Y no se puede hablar de la vivienda en Brasil sin contextualización, también, en el ámbito de la construcción y la ingeniería de producción. El objetivo general es estudiar la relación de los factores de producción y la generación de residuos en las empresas industria de la construcción Subsector (ICCSE). Para apoyar el objetivo general se han propuesto para cumplir con los objetivos de los principales procesos y tipos de residuos generados por las empresas de construcción, a través de la literatura; aumentar el volumen y tipo de residuos generados en la construcción del municipio Criciuma; determinar por estadísticos diseño experimental, los factores de producción asociados con cada etapa del trabajo, identificar el tipo y la cantidad de residuos generados; comprobar la influencia de los factores productivos en la generación de residuos de la construcción y, finalmente, proponer acciones de mejora en los sistemas de producción ICCSE. Para que se llevó a cabo un primer estudio conceptual tesis teóricas, tesis y artículos científicos sobre los temas de investigación. Después se solicitó la construcción de conocimiento explícito, a través de la investigación de campo en las tres mayores empresas de construcción en la ciudad de Criciuma, identificar y cuantificar los residuos generados por el ladrillo y por el que se revoque la ejecución del proceso. Tratado de estudiar la relación entre los factores de producción, mano de obra, materias primas y el método, los califica como positivo y negativo, y la generación de residuos. Para analizar el campo de la investigación dirigida métodos estadísticos con la ayuda del programa Excel, SPSS y ANOVA. Esto se logró con el punto de la investigación de campo a cabo los factores de producción que generan más residuos de la construcción en ICCSE a través de estudios estadísticos. La investigación ha demostrado que entre los factores de producción que más influye en la generación de residuos al servicio de ejecución de obra es el factor de método de producción y el servicio de ejecución de yeso es la materia prima a la calidad del factor negativo. En los modelos estadísticos presentados se observó que en la mayoría de los casos existe una

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residuos, para la producción de factores estudiados.

Palabras clave: Residuos sólidos. Construcción civil. Sistemas de producción. Los factores de producción. Ciencias ambientales.

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FIGURAS

Figura 1 - Inter-relação do conhecimento ... 29

Figura 2 - Produtividade na indústria brasileira (R$/trab.) ... 75

Figura 3 - Estrutura Hierárquica do PBQP-H (Nacional) ... 96

Figura 4 - Estrutura Hierárquica do PBQP-H – Estadual ... 97

Figura 5 - Etapas de estudo ... 134

Figura 6 - Mapa de localização de Criciúma ... 148

Figura 7 - Assuntos explorados ... 152

Figura 8 - Tipologia de documentos ... 153

Figura 9 - Evolução das publicações ... 154

Figura 10 - Relação entre a área de alvenaria executada e o volume de resíduo gerado para o fator de produção mão de obra, qualificado como negativo ... 166

Figura 11 - Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção mão de obra com fator de qualificação positivo ... 170

Figura 12 - Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção mão de obra com qualificação negativa ... 175

Figura 13 - Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção método com qualificação positiva ... 178

Figura 14 - Relação entre a média do volume de resíduo gerado para o fator de produção método ... 179

Figura 15 - Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção matéria prima com qualificação negativa ... 183

Figura 16 - Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção matéria prima com qualificação positiva ... 186

Figura 17 - Relação entre a média do volume de resíduo gerado para o fator de produção matéria prima ... 188

Figura 18 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção mão de obra com qualificação negativa ... 193

Figura 19 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção mão de obra com qualificação positiva ... 197

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resíduo gerado, para o fator de produção método, com qualificação

negativa ... 203

Figura 21 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção método, com qualificação positiva ... 206

Figura 22 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção matéria prima, com qualificação negativa ... 212

Figura 23 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para o fator de produção matéria prima, com qualificação positiva ... 215

Figura 24 – Relação entre a área de execução de alvenaria e o volume de resíduo gerado, para os fatores de produção mão de obra, método e matéria prima... 221

Figura 25 - Relação entre a área de execução de reboco e o volume de resíduo gerado, para os fatores de produção mão de obra, método e matéria prima... 224

Figura 26 - Diagrama de Pareto para o serviço de execução de reboco .... 229

Figura 27 - Gráfico de superfície de resposta para a produção de reboco (m²/h) em função da matéria-prima e da mão-de-obra utilizadas ... 231

Figura 28 - Gráfico de superfície de resposta para a produção de reboco (m²/h) em função da mão-de-obra e do método utilizados ... 232

Figura 29 - Gráfico de superfície de resposta para a produção de reboco (m²/h) em função da matéria-prima e do método utilizados ... 232

QUADROS Quadro 1 - Polos metodológicos da prática científica ... 32

Quadro 2 - Construção civil: Subsetores e definições ... 51

Quadro 3 - Casos de Inovação 2010 ... 60

Quadro 4 - Casos de Inovação 2014 ... 62

Quadro 5 -Representatividade por segmento na construção civil americana ... 70

Quadro 6 - Evolução do conceito da qualidade ... 77

Quadro 7 - Projetos do PBQP – H ... 100

Quadro 8 - Resíduos sólidos: conceituação ... 110

Quadro 9 - Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a fonte geradora ... 112

Quadro 10 - Resíduos não perigosos ... 118

Quadro 11 - Classificação dos resíduos de construção ... 119

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Quadro 14 - Famílias de causas do diagrama de Ishikawa ... 136

Quadro 15 - Planilha de coleta de dados ... 138

Quadro 16 - Classificação do coeficiente de correlação ... 142

Quadro 17 - Classificação do coeficiente de determinação ajustado ... 143

Quadro 18 - Resultado da coleta de dados ... 144

Quadro 19 - Filtro das palavras chave ... 151

Quadro 20 - Principais títulos encontrados relacionados com a geração de resíduos ... 152

Quadro 21 - Coleta de dados e serviços avaliados ... 158

Quadro 22 - Canteiros de obra pesquisados ... 161

Quadro 23 - Serviço execução de alvenaria com a qualidade do fator de produção mão de obra, com nível de fator negativo (-1) ... 164

Quadro 24 - Serviço execução de alvenaria: fator de produção mão de obra, com nível de fator positivo (+1) ... 169

Quadro 25 – Serviço de execução de alvenaria: fator de produção método, com nível de fator negativo (-1) ... 174

Quadro 26 - Serviço execução de alvenaria: fator de produção método, com nível de fator positivo (+1) ... 177

Quadro 27 - Serviço de execução de alvenaria: fator de produção matéria prima, com nível de fator negativo (-1) ... 182

Quadro 28 - Serviço de execução de alvenaria: fator de produção matéria prima, com nível de fator positivo (+1) ... 185

Quadro 29 – Serviço de execução de reboco: fator de produção mão de obra, com nível de fator negativo (-1) ... 192

Quadro 30 - Serviço de execução de reboco: fator de produção mão de obra, com nível de fator (+1) ... 196

Quadro 31 - Serviço de execução de reboco: fator de produção método, com nível de fator negativo (-1) ... 202

Quadro 32 - Serviço de execução de reboco: fator de produção método, com nível de fator positivo (+1) ... 205

Quadro 33 - Serviço de execução de reboco: fator de produção matéria prima, com nível de fator negativo (-1) ... 211

Quadro 34 - Serviço de execução de reboco: fator de produção matéria prima, com nível de fator positivo (+1) ... 214

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Tabela 1 - Comparativo Brasil, Estados Unidos e União Europeia ... 72

Tabela 2 - Valores percentuais de perdas de materiais segundo diversas pesquisas ... 127

Tabela 3 - Estimativa de entulho por unidade de serviço ... 129

Tabela 4 - Materiais que mais produzem entulhos ... 130

Tabela 5 - Matriz de serviços x fatores de produção ... 141

Tabela 6 - Alvarás expedidos pela PMC ... 155

Tabela 7 - Relação de construtoras e áreas em construção ... 156

Tabela 8 – Empresas pesquisadas (três maiores construtoras em volume de licenciamento de obras)... 156

Tabela 9 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção mão de obra, qualificado como negativo ... 167

Tabela 10 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção mão de obra, qualificado como negativo ... 172

Tabela 11 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para o fator de produção mão de obra, para o serviço de execução de alvenaria . 173 Tabela 12 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção mão de obra, qualificado como negativo ... 175

Tabela 13 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção método, qualificado como positivo ... 178

Tabela 14 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para o fator de produção método, para o serviço de execução de alvenaria ... 180

Tabela 15 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção matéria-prima de obra qualificada como positiva ... 184

Tabela 16 - Análise estatística para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção matéria prima de obra, qualificado como positivo ... 187

Tabela 17 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para o fator de produção matéria prima, para o serviço de execução de alvenaria ... 189

Tabela 18 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para os fatores de produção mão de obra, método e matéria prima, para o serviço de execução de alvenaria ... 190

Tabela 19 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção mão de obra, qualificado como negativo ... 195

Tabela 20 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de determinação ajustado para o fator de produção mão de obra, qualificado como positivo ... 199

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de produção mão de obra, para o serviço de execução de reboco ... 200 Tabela 22 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de

determinação ajustado para o fator de produção mão de obra,

qualificado como negativo ... 204 Tabela 23 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de

determinação ajustado para o fator de produção mão de obra,

qualificado como positivo ... 207 Tabela 24 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para o fator de produção mão de obra, para o serviço de execução de reboco ... 208 Tabela 25 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de

determinação ajustado para o fator de produção matéria prima, qualificado como negativo ... 213 Tabela 26 - Análise estatística, do reboco, para o coeficiente de

determinação ajustado para o fator de produção mão de obra,

qualificado como positivo ... 216 Tabela 27 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para o fator de produção matéria prima, para o serviço de execução de reboco ... 217 Tabela 28 - Comparativo entre a qualidade dos níveis de fatores para os

fatores de produção mão de obra, método e matéria prima, para o serviço de execução de reboco ... 218 Tabela 29 - Resumo geral: geração de resíduo de alvenaria... 219 Tabela 30 - Análise estatística, processo de assentamento de alvenaria, para

o coeficiente de determinação ajustado para os fatores de produção mão de obra, método e matéria prima ... 222 Tabela 31 – Resumo geral: geração de resíduo de reboco ... 223 Tabela 32 – Análise estatística, do processo de reboco, para o coeficiente de

determinação ajustado para os fatores de produção mão de obra, método e matéria prima ... 225 Tabela 33 - Fatores de produção: médias e produção ... 226 Tabela 34 - Matriz experimental 2³ para os fatores de produção e resultados

médios para quantidade de resíduo produzido para reboco e alvenaria ... 227 Tabela 35 - Tabela Análise de variância (ANOVA) para a quantidade

produzida de resíduo de reboco (kg/m²) ... 228 Tabela 36 - Análise de variância (ANOVA) para a produção de reboco

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído

BNH Banco Nacional de Habitação

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas COBRACON Comitê Brasileiro da Construção Civil

COHAB Companhia de Habitação

FCP Fundação Casa Popular

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviços FINEP Financiadora de Estudos e Projetos ICC Indústria da Construção Civil

ICCSE Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ITQC Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade da Construção

NBR Normas Brasileiras

PAIC Pesquisa Anual da Indústria da Construção PAIH Plano de Ação Imediata para a Habitação

PIB Produto Interno Bruto

PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat

PMC Prefeitura Municipal de Criciúma PROURB Programa de Desenvolvimento Urbano

RCC Resíduos de Construção e Civil

RCD Resíduos de Construção e Demolição

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ... 23 1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 27 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 30 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 31 1.3.1 OBJETIVO GERAL... 31 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 31 1.4 MÉTODO DE PESQUISA ... 32 1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ... 33 CAPÍTULO 2 – ENCAMINHAMENTO TEÓRICO CONCEITUAL . 34 2.1 O ESTADO DE DIREITO ... 34 2.1.1 Direitos Sociais ... 39 2.1.1.1 Direito à moradia ... 42 2.1.1.2 Políticas Habitacionais no Brasil ... 44

2.2 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: SUBSETOR

EDIFICAÇÕES 50

2.2.1 Características da construção civil ... 52 2.2.2 Tecnologia na construção civil ... 56 2.2.3 Materiais e métodos no Brasil ... 64 2.2.4 Materiais e métodos construtivos na Europa ... 67 2.2.5 Materiais e métodos construtivos nos Estados Unidos ... 70 2.3 QUALIDADE ... 76 2.3.1Sistemas da qualidade na construção civil ... 82 2.3.1.1 Programa da Qualidade de Produtividade do Habitat – PBQP-H . ... 86 2.3.1.2 Objetivos e princípios ... 94 2.3.1.3 Estrutura ... 96 2.3.1.4Projetos ... 98 2.3.1.4.1 Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras - SiAC ... 102 2.4 RESÍDUOS SÓLIDOS ... 108

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2.4.2 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ... 116 2.4.2.1 Mensuração dos resíduos gerados nas edificações ... 121 2.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE CAPÍTULO... 131 CAPITULO 3 – MÉTODO PROPOSTO ... 132 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 132 3.1.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E BIBLIOMETRIA ... 134 3.1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: ENCAMINHAMENTO TEÓRICO CONCEITUAL ... 135 3.1.3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO ... 136 3.2 FORMATAÇÃO DOS DADOS ... 141 3.2.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO – ANÁLISE QUANTITATIVA ... 141 3.3 MUNICÍPIO PESQUISADO ... 147 3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE CAPÍTULO... 149 CAPITULO 4 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 150 4.1 BIBLIOMETRIA – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ... 150 4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS EMPRESAS PARTICIPANTES DA PESQUISA DE CAMPO ... 154 4.2 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ... 161 4.2.1 EXECUÇÃO DE ALVENARIA ... 162 4.2.1.1 Fator de produção: mão de obra ... 162 4.2.1.2 Fator de produção: método... 173 4.2.1.3 Fator de produção: matéria prima ... 181 4.2.2 EXECUÇÃO DO REBOCO ... 191 4.2.2.1 Fator de produção: mão de obra. ... 191 4.2.2.2 Fator de produção: Método ... 200 4.2.2.3 Fator de produção: Matéria prima ... 209 4.2.3 ANÁLISE GERAL DOS FATORES DE PRODUÇÃO ... 219 4.2.3.1 Avaliação geral dos fatores de produção para o serviço de execução de alvenaria utilizando o modelo VBA ... 219 4.2.3.2 Avaliação geral dos fatores de produção para o serviço de execução de reboco utilizando o modelo VBA ... 222

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execução de reboco utilizando o modelo ANOVA ... 225 4.2.3.4 Análise geral: execução de alvenaria e reboco ... 233 4.4 PROPOSTAS DE MELHORIA ... 234 4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO ... 236 CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 237

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

Este capítulo irá apresentar a introdução da tese, o histórico, e justificativa e o problema da pesquisa, os objetivos, uma breve apresentação sobre a metodologia, delimitações e estrutura do trabalho.

1 INTRODUÇÃO

Este estudo está inserido no âmbito das ciências ambientais, tendo como objeto de verificar a relação dos fatores de produção, mão-de-obra, método e matéria-prima, nos processos de construção civil e a geração de resíduos. Como faz parte de um estudo interdisciplinar, fez-se a contextualização do objeto de estudo a partir da política pública de habitação, pois é sabido que a habitação é um dos direitos sociais do cidadão, e não se pode falar de habitação no Brasil sem contextualizá-la, também, no campo da construção civil e da engenharia de produção. Por outro lado, para falar de direitos sociais, civis ou políticos, não se pode prescindir da discussão ou reflexão sobre o Estado de Direito.

Não existe um Estado de Direito sem justiça social, sem acesso à educação, sem acesso ao lazer. A construção do Estado de Direito pretensamente completo, coerente e hierárquico, válido e aplicável a todos os cidadãos, não deve apenas ser normatizada, sistematizada para que não se torne uma ordem jurídica qualquer, mas deve promover a organização do estado, da política e da sociedade para que haja grandes princípios envolvidos. Neste sentido, salienta-se os direitos fundamentais da pessoa humana onde sua proteção individual, sua liberdade e sua autonomia devem ser preservadas (CADERMATORI, 1999).

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As leis servirão para o Estado não impor suas vontades, bem como não atuar contra elas. Assim, o Estado deverá ser eficiente na busca do bem comum, na proteção da população e na concessão de segurança ao cidadão. O estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. O estado de direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, da separação dos poderes e dos direitos fundamentais. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas (BOBBIO, 1992).

Os atuais problemas urbanos, aqueles relacionados à habitação, refletem um século de políticas inconsistentes, que não consideraram a população de baixa renda ou ainda que em certos períodos da história nem existiram. Para tentar solucionar os problemas de habitação é necessária a criação de políticas de estado que extrapolem interesses políticos e eleitoreiros. A política social de habitação, juntamente com políticas educacionais, políticas ambientais, políticas econômicas, entre outras, auxiliarão na criação de Políticas de Estado que servirão de sustentação para o Estado de Direito (BOBBIO, 1992).

O direito à moradia está intimamente ligado a outros direitos, como o direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem, ao sigilo de correspondência e de sua residência, ao segredo doméstico, ao sossego, à educação, à saúde, visto que um não é exercido sem a complementação do outro, não tendo, desta forma, como viver dignamente em condições subumanas (SOUZA, 2004).

A falta de moradia é um obstáculo ao exercício de outros direitos: o direito ao endereço fixo (para referenciar a residência quando

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da procura do emprego), o direito ao saneamento básico, à água potável, à intimidade (muitos barracos que possuem um único cômodo abrigam pais e filhos), à segurança (a desordem territorial das ocupações é espaço propício para incontáveis atos de criminosos), os direitos à cidade ordenada (iluminação pública, arruamento, proximidade dos equipamentos públicos...), à saúde (muitas das ocupações irregulares são inadequadas: sem ventilação, luz natural, proteção contra intempéries...). Como bem leciona Amartya Sen os bens primários (entre eles a moradia) são apenas meios para outras coisas, em especial para a liberdade (SEN, 2011).

Os problemas com habitação no Brasil são grandes, existe um déficit habitacional que merece atenção do Estado. Cerca de vinte e cinco milhões de famílias não possuem condições habitacionais adequadas, em cidades de grande e médio porte é comum a presença de favelas e cortiços. Nessas cidades são encontradas pessoas morando nas ruas, nas praças, embaixo de viadutos e pontes. Nestes locais, as pessoas possuem uma condição inadequada de vida, passando por muitas dificuldades (IBGE, 2014).

Inserida na problemática da falta de moradia, especificamente na área da indústria da construção civil, esta tese apresenta um estudo sobre os processos de produção que mais geram resíduos na Indústria da Construção Civil Subsetor de Edificações (ICCSE). Para tanto, foi realizada pesquisa de campo em canteiros de obras das três maiores construtoras da cidade de Criciúma, SC, quando na fase de execução de alvenaria e revestimento de áreas secas e úmidas, comumente conhecida como reboco.

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Estudou-se nestas obras como os fatores de produção matéria-prima, mão de obra e método influenciam na geração de resíduos e se existe uma relação entre eles, por meio de modelos estatísticos. O estudo destes três fatores de produção, que historicamente são os maiores geradores de resíduos, deve-se ao fato de que o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat, PBQP-H, exige que empresas certificadas controlem, além da calibração de máquinas e equipamentos, estes fatores.

Desse modo, as informações geradas por este estudo irão auxiliar sobremaneira os gestores de obra da ICCSE no que se refere à geração de resíduos e, por conseguinte a diminuição de desperdício em canteiros de obras.

Esta tese está estruturada em cinco capítulos, com o objetivo de dar ao leitor o entendimento mais claro possível da pesquisa realizada. O primeiro capítulo apresenta a introdução sobre o assunto a ser abordado, o problema da pesquisa e os objetivos que respondem aos problemas, em seguida é descrito o método de pesquisa e por fim as delimitações do trabalho.

O segundo capítulo faz a exposição dos aspectos teóricos que sustentam a tese, tanto a contextualização social e política, no sentido de políticas públicas, como os aspectos da construção civil em relação aos métodos construtivos utilizados no Brasil e exterior, com objetivo de verificar as principais diferenças que se acredita serem a maior causa na geração de resíduos. São encaminhadas ainda vertentes teórico-conceituais da qualidade de produtos e serviços e seus principais pensadores, a geração de resíduos da Indústria da Construção Civil e por

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fim o PBQP-H como um sistema da qualidade utilizado pela ICCSE, no Brasil.

O terceiro capítulo apresenta os procedimentos e o métodos da pesquisa bem como a descrição das obras pesquisadas.

O capítulo quatro apresenta os resultados oriundos dos estudos de caso. Neste capítulo o autor apresenta os fenômenos registrados ao longo do tempo de realização da pesquisa.

O capítulo cinco apresenta as considerações finais da pesquisa e as lacunas que foram identificadas para sugestões para trabalhos futuros.

1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O desafio deste trabalho está na busca pela interseção das seguintes grandes áreas: Engenharia de Produção, Engenharia Civil e Ciências Ambientais. Considera-se esta pesquisa relevante por se acreditar que a relação causa e efeito de cada processo estudado, pode agregar valor à organização e contribuir para redução de resíduos nas empresas de construção civil.

No campo de conhecimento da Engenharia civil serão estudados os processos, que mais geram resíduos, entre vinte cinco processos que devem ser controlados segundo as exigências do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H); no campo de conhecimento da Engenharia de produção serão estudadas as causas, ou fatores de produção dos processos produtivos, que mais geram resíduos. Entende-se por fatores de produção os recursos necessários para fabricação de determinado produto. E, por fim no campo de

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conhecimento das Ciências ambientais serão estudados os resíduos sólidos, com o objetivo de identificar qual volume gerado dos resíduos de construção civil e suas fontes geradoras. De uma maneira geral, envolve a aplicação de práticas desenvolvidas originalmente nos sistemas de produção seriada para o âmbito dos processos produtivos do setor da construção.

O gerenciamento dos processos ou das causas é um dos temas estudados neste trabalho. O gerenciamento de sistemas foi inicialmente desenvolvido para resolver problemas de ambientes de produção que exigem movimentos repetitivos dos operários, pergunta-se, por exemplo, por que os recursos de produção ou causas dos processos poderão entrar na pauta das ações de melhoria da eficiência de canteiros de obras? Desta forma, a proposta defendida nesta tese baseia-se na modernização dos processos produtivos da Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações (ICCSE). Propõe-se aqui como a aplicação ainda mais extensiva de princípios da ciência da Engenharia de Produção aliada a Construção civil e as Ciências Ambientais poderão dar sua contribuição na redução da geração de resíduos em seus processos produtivos. A Figura 1 mostra a inter-relação entre os saberes dessas três áreas do conhecimento foco deste trabalho.

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Figura 1 - Inter-relação do conhecimento

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Os conhecimentos da área de engenharia de produção contribuíram significativamente para compreender a relação causa e efeito de cada processo estudado na pesquisa de campo. A engenharia civil, mais especificamente a Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações, teve sua parcela de contribuição significativa, por ter sido o ambiente da pesquisa de campo, nesta área do conhecimento. Estas duas áreas do conhecimento serviram de base para o foco desta tese, as Ciências Ambientais que trata, entre tantas áreas do conhecimento, os resíduos sólidos gerados pela indústria da construção civil.

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O levantamento prático dos dados caracteriza o caráter de originalidade da pesquisa, este levantamento foi realizado nas três maiores empresas de construção civil da Cidade de Criciúma, nos primeiros seis meses do ano de 2016, diretamente com os trabalhadores envolvidas nos processos de construção civil. Evidenciou-se a relação existente entre os fatores de produção: mão-de-obra, matéria prima e método dos serviços de execução de alvenaria e reboco e a geração de resíduos bem como os danos ambientais causados por estes processos.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A partir da busca do ser humano por uma condição melhor de sua qualidade de vida surge o problema central da pesquisa: Como desenvolver um método de gerenciamento para diminuição da geração de resíduos na construção civil? Esta questão central pode ser desmembrada em outras questões secundárias que irão auxiliar no encaminhamento das hipóteses de pesquisa, que são:

 quais as formas de avaliar os resíduos gerados por empresas de construção civil?

 quais processos são os maiores geradores de resíduos na ICCSE?

 qual a quantidade de resíduo gerado, pelas maiores empresas de construção civil, nestes processos no município de Criciúma?

 quais fatores de produção são mais representativos na geração de resíduos?

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1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos desta tese serão foram divididos em objetivo geral e objetivos específicos, que servirão de sustentação ao objetivo geral.

1.3.1 Objetivo geral

Investigar a relação dos fatores de produção na geração de resíduos sólidos em processos produtivos da Industria da Construção Civil Subsetor Edificações (ICCSE).

1.3.2 Objetivos específicos

 conhecer os principais processos e tipos de resíduos gerados por empresas de construção civil;

 levantar o volume e tipologia de resíduos gerados na Construção Civil no município de Criciúma;

 determinar por planejamento experimental estatístico, os fatores de produção associados a cada etapa da obra, identificando o tipo e quantidade de resíduo gerado;

 verificar a interferência dos fatores de produção na geração de resíduos de construção civil;

 propor ações preventivas nos sistemas produtivos da ICCSE.

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1.4 MÉTODO DE PESQUISA

Bruyne, Herman e Schoutheete (1977) afirmam que tanto para pesquisa qualitativa ou quantitativa existem quatro polos metodológicos que podem ser utilizados na investigação, sem provocar qualquer tipo de embate nestas abordagens. O Quadro 1 apresenta a descrição de cada um desses polos.

Quadro 1 - Polos metodológicos da prática científica Polos

metodológicos Descrição

Teórico

Serve para guiar a elaboração das hipóteses e a construção dos conceitos. A teoria é um conjunto coerente de proposições que fornecem um quadro explicativo e compreensivo. (BRUYNE, HERMAN E SCHOUTHEETE 1977). Na abordagem qualitativa destaca-se a interpretação humana, pois a realidade não pode ser mensurada por modelos cartesianos. Na abordagem quantitativa procura-se descrever significados das características inerentes aos objetos e atos, a análise dos objetos é realizada do geral para o particular, utiliza-se de estatística para caracterização do fenômeno. (DENZIN E LINCOLN, 2006)

Epistemológico

Relaciona-se com o conhecimento explícito, com as bases do conhecimento que está concretizado, propõe uma ruptura com o senso comum, busca entender a realidade investigada e transmitir este conhecimento para seus semelhantes a partir da construção de objetos científicos. (BURRELL E MORGAN, 2005)

Morfológico

Por meio deste polo busca-se a estruturação do trabalho científico, bem como organizar a ordem e a apresentação de seus elementos. “Permite colocar um espaço de causação em rede onde se constroem os objetos científicos, seja como modelos/cópias, seja como simulacros de problemáticas reais”. (MACHADO, et. al., 2016, p. 278)

Técnico

Neste plano caracteriza-se a estratégia da pesquisa, para identificar o método que será adotado, a técnica da coleta de dados identificando-se os propósitos e as possibilidades, e por fim as análises e apresentação dos resultados. (SILVA, 2016)

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A partir da divisão da pesquisa nestes polos, a estruturação desta pesquisa foi realizada em partes distintas e organizadas. Esta distinção não necessariamente separa os polos no decorrer do trabalho, apenas serve para apresentar as particularidades de cada polo, pois a interação entre eles é visível na prática metodológica.

No polo teórico a pesquisa procurou construir suas questões de pesquisa bem como fundamentar-se teoricamente para respondê-las. O polo epistemológico auxiliou na identificação da natureza do conhecimento gerado. O polo morfológico foi imprescindível para estruturação do trabalho e por fim o polo técnico alinhou a estratégia da pesquisa com a coleta e análise e apresentação dos resultados.

1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

A pesquisa insere-se no campo das ciências ambientais com recorte em resíduos sólidos urbanos gerados, na Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações, ICCSE, na cidade de Criciúma.

Foram estudados os processos construtivos que mais geram resíduos em edifícios residenciais, nas construções da ICCSE, porém não foram avaliados os demais setores da construção civil, que também são causadores de grandes danos ambientais.

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CAPÍTULO 2 – ENCAMINHAMENTO TEÓRICO CONCEITUAL

Neste capítulo é apresentado o ambiente conceitual necessário para elaboração desta tese. Primeiramente é realizado um estudo sobre o estado de direito do cidadão para entender os direitos sociais, o direito à moradia e a evolução das políticas habitacionais no Brasil. Em seguida são apresentados a indústria da construção civil, os subsetores e as inovações do setor, por fim é apresentada a evolução conceitual da qualidade, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP-H) e os Resíduos Sólidos da Construção Civil.

2.1 O ESTADO DE DIREITO

O Estado de Direito emergiu na segunda metade do século XIX, na Alemanha e, posteriormente, foi incorporado à doutrina francesa, em ambos com debate apropriado pelos juristas e vinculado a uma percepção de hierarquia das regras jurídicas, com o objetivo de enquadrar e limitar o poder do Estado pelo Direito.

Montesquieu em sua reflexão política questionava o funcionamento do estado de direito, afirmando que o estado não deveria se voltar para a reconstrução do domínio aristocrático. A teoria da separação de Montesquieu, na qual se baseia a maioria dos estados ocidentais modernos, propunha a divisão do estado em três poderes: executivo, legislativo e judiciário.

Em uma democracia, o legislativo limita o poder do executivo: este não está livre para agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da vontade do povo.

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Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso às certas decisões governamentais. O estado de direito se opõe assim às monarquias absolutas de direito divino, o rei no antigo regime pensava ter recebido seu poder de Deus e, assim, não admitia qualquer limitação a ele: "O Estado, sou eu", como afirmava Luís XIV, e às ditaduras, na qual a autoridade age frequentemente em violação aos direitos fundamentais. O estado de direito não exige que todo o direito seja escrito. A Constituição do Reino Unido, por exemplo, é fundada unicamente no costume: ela não dispõe de disposições escritas. Num tal sistema de direito, os mandatários políticos devem respeitar o direito baseado no costume com a mesma consideração que num sistema de direito escrito. (CADERMATORI, 1999)

Pode-se dizer que a história do Estado de Direito é, também, a história dos chamados direitos humanos. Nesse sentido, é de se lembrar do art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que dispõe que toda sociedade onde não haja garantia dos direitos e não esteja assegurada a separação dos poderes não tem constituição. A Declaração é um marco para a afirmação de que nem todo Estado é um Estado de Direito, com a conformação que se conhece nos dias de hoje, pois aquela comunidade que não tiver assegurada a garantia dos direitos e a separação de poderes não pode ser concebida como assentada num Estado Constitucional. (CADERMATORI, 1999)

Estado de Direito é aquele em que o poder exercido é limitado pela Ordem Jurídica vigente, que irá dispor, especificamente, desde a forma de atuação do Estado, suas funções e limitações, até às garantias e direitos dos cidadãos. Dessa forma, tanto Estado, quanto seus indivíduos são submetidos ao Direito. (BOBBIO, 1992)

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Cadermatori, 1999, propõe “um modelo ideal de Estado de Direito, ao qual os diversos Estados Reais de Direito devem aproximar-se, sob pena de deslegitimação” ... “o aspecto propositivo da teoria, ao postular valores que necessariamente devem estar presentes enquanto finalidades a serem perseguidas pelo Estado de Direito, quais sejam a dignidade humana, a paz, a liberdade plena e a igualdade substancial”.

Desta forma afirma-se que o Estado de Direito precisa atender aos direitos individuais da pessoa humana, bem como respeitar e preservar seus direitos políticos e sociais. Jean Jacques Rousseau afirmava que se existisse um povo de deuses, seu governo seria democrático. Governo tão perfeito não seria conveniente aos homens. O Estado de Direito Democrático deve garantir e fazer prevalecer os direitos humanos fundamentais, tendo como valor indissociável a Justiça. (CANOTILHO, 2003)

O estado de direito precisa contemplar as questões do planejamento estatal, bem como as políticas públicas, política social ou política econômica e política de saúde. No início dos anos 1970, a política pública passou a ter presença marcante no discurso oficial e nos textos das ciências sociais. O termo política refere-se a “um conjunto de objetivos que enformam determinado programa de ação governamental e condicionam sua execução” (Ferreira, 1986). Esta política definida por Ferreira aponta para uma meta a ser atingida e também pressupõe uma hierarquia entre as diversas dimensões a serem atingidas, pelo menos em nível dos benefícios que viriam no momento de sua implementação.

Segundo Augusto, 1989:

À expressão política pública, cujo sentido corrente refere-se à intervenção estatal nas mais diferentes dimensões da vida social, é atribuída

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força transformadora bem menor. Neste sentido, traduziria, de maneira mais realista, as possibilidades e os limites da intervenção estatal, uma vez que sua existência não cria, necessariamente, expectativas de alterações de âmbito estrutural. Trata-se, antes, da imposição de uma racionalidade específica às várias ordens de ação do Estado, um rearranjo de coisas, setores e situações.

A direção e os objetivos para a qual aponta a referida política manifestam-se, de forma clara, no interior dos projetos e atividades que a constituem. A clareza e hierarquia das metas no que se refere a seus objetivos finais devem qualificar as políticas governamentais de forma geral. Além disso, denotaria um conjunto articulado de decisões de governo, visando fins previamente estabelecidos a serem atingidos por meio de práticas globalmente programadas e encadeadas de forma coerente. Clareza de propósitos, hierarquia quanto aos fins, e programas definidos no sentido de atingi-los, qualificariam as políticas governamentais em geral. (AUGUSTO, 1989).

Desde o século XVIII, nas sociedades ocidentais capitalistas, as dimensões civis, políticas e socioeconômicas dos direitos têm sido objeto de medidas legais e de políticas públicas estatais e, também, de declarações e pactos entre países membros de organizações internacionais. (KAUCHAKJE, 2012)

O século XVIII, em termos gerais, foi o marco histórico dos direitos civis, a sociedade burguesa se configurou por meio da revolução política e econômica e consolidou os valores liberais. Os direitos civis são de corte individual, especialmente, a vida e as liberdades de propriedade, econômica, de expressão e pensamento, de associação, de ir

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e vir e de religião. Os direitos políticos, consagrados a partir do século XIX, referem-se à formação e à associação em partidos e à participação política. (KAUCHAKJE, 2012)

Marshall (1967) afirmava que os direitos civis se referem às liberdades individuais e econômicas, Lafer (1999) seguiu complementando que são os direitos fundamentais da primeira dimensão, pautados no pensamento liberal burguês do século XVIII surgindo e afirmando-se como direitos do indivíduo frente ao Estado, mais especificamente como direitos de defesa, evitando a intervenção do Estado na esfera de autonomia do cidadão. O direito à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei é considerado direito individual, são complementados pela liberdade de expressão coletiva, pelos direitos de participação política. (SARLET, 2007). O direito civil é subjetivo, inerente à pessoa, oponível ao Estado e, que ao delimitar o espaço intransponível da autonomia individual, estabelece limites a serem observados pelo poder público. (BARRETTO, 2010). Estes autores consideram o direito civil inato, imprescritível, inviolável e universal.

Assistência social, saúde, educação, segurança alimentar e nutricional, moradia, previdência social e trabalho são os principais direitos sociais de um cidadão e estão entre os direitos fundamentais na Constituição Brasileira de 1988, junto a outros anteriormente consagrados e aceitos culturalmente, como é o caso do direto à vida e à liberdade. Desta forma, tem o caráter inadiável para efetivação, abrindo-se assim a discussão sobre a justiça dos direitos sociais (PIOVESAN, VIEIRA, 2006).

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2.1.1 Direitos Sociais

A partir das lutas de trabalhadores ao final do século XIX e até a primeira metade do século XX que viam os direitos socioeconômicos como conquista socialista e introdução de mecanismos de regulação no capitalismo é que foram assegurados os direitos sociais. As duas grandes guerras mundiais e o posterior crescimento econômico e de postos de emprego na primeira metade do século XX fomentaram a ampliação dos direitos sociais. O núcleo inicial dos direitos sociais girou em torno do mundo e condições do trabalho, ou seja: saúde, assistência e previdência social, ampliado para habitação e educação (HENRIQUE e DRAIBE, 1987; BEHRING, BOSCHETTI, 2007). Os direitos sociais são direitos fundamentais de segunda dimensão, antecedidos pelos direitos de primeira dimensão, onde se encontra o direito à liberdade, que se consolidou no tempo, os direitos sociais não foram uniformemente recepcionados pela doutrina como direitos subjetivos do indivíduo, que possam ser alegados judicialmente e garantidos por sentença. (STOBE, 2011).

Os direitos sociais têm por pressuposto uma multiplicidade de fatores, a saber: capacidade econômica do Estado, clima espiritual da sociedade, estilo de vida, distribuição de bens, nível de ensino, desenvolvimento econômico, criatividade cultural, convenções sociais, ética filosófica e religiosa – que condicionam, de forma positiva e negativa, a existência e proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais. (CANOTILHO, 2003)

Atualmente, os direitos sociais figuram no preâmbulo da Constituição Brasileira como finalidade do Estado Democrático. No artigo 6º são discriminados: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o

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lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Figuram no Capítulo II, do Título II, que dispõe sobre os direitos e garantias fundamentais. Basta observar para concluir que os direitos sociais “são direitos fundamentais de igual hierarquia com os direitos civis e políticos. Algumas interpretações e legislações consideram, também lazer, cultura, transporte e segurança pública” (STOBE, 2011).

Segundo Stobe, 2011, os direitos sociais são alavancas de equiparação para aqueles que não possuem meios próprios de garantir a plena expressão da essência humana – o mínimo essencial entende-se um conjunto de bens indispensáveis para a vida condigna. Direitos políticos e sociais garantem a “concreta realização de iguais liberdades subjetivas para todos. ” (BACCELLI, 2006, p. 537). São assim, direitos de liberdade através e por meio do Estado (BOBBIO, 2004).

Os direitos sociais são considerados os mais caros para o estado, por garantir ao indivíduo os serviços públicos necessários para seu bem-estar – previdência, transferências monetárias, garantia de níveis mínimos de instrução, saúde, moradia entre outros - que consomem uma quantidade muito alta de recursos (STOBE, 2011).

Segundo Marshall (1967) os direitos sociais dizem respeito à participação na riqueza de acordo com o patrimônio e padrões culturais e materiais admitidos numa comunidade política. Para Lafer, 1999 o aspecto distinto deste direito refere-se à dimensão positiva, visto que não se evita mais a intervenção do Estado na esfera da liberdade individual, mas visa-se propiciar um direito de participação do welfare state. O processo de industrialização e os impasses socioeconômicos que ocorreram entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas

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do século XX formaram o cenário dos direitos de segunda dimensão, período marcado pelo desequilíbrio de vida de diferentes classes sociais.

Segundo Wolkmer, 2003, foi nesta época que se criou a Organização Internacional do Trabalho, que permitiu o fortalecimento do movimento sindical e o do Trabalho e o Direito Sindical. O processo de industrialização deu origem aos direitos econômicos, sociais e culturais que inicialmente e isoladamente já haviam sido contemplados nas Constituições Francesas de 1791 e 1848 e na Constituição Brasileira de 1934 (LAFER, 1999). Enquadra-se nesta dimensão o direito à moradia, positivado no Brasil como direito social pela emenda constitucional n. 26/2000 que alterou a redação do artigo 6º da Constituição Federal (SOUZA, 2004).

Toda essa transformação ocorrida, na sociedade, devido à industrialização, foi que impulsionou o surgimento e proliferação dos direitos sociais. São assim, direitos decorrentes do desenvolvimento econômico e tecnológico, não-naturais. Decorrem do aumento das demandas sociais que provocam a produção legislativa e um agir estatal específico (BOBBIO, 2004).

Bobbio (1997), propôs como meio de assegurar a justiça social a igualdade de resultados mínimos. Afirmava, ainda que o Estado não pode deixar de garantir oportunidades iguais a seus cidadãos, é preciso colocar indivíduos com diferentes oportunidades ao nascer nas mesmas condições, “este resultado é alcançado quando se garante a cada um segundo as suas necessidades básicas, independente da capacidade de cada pessoa”.

Desta forma pode-se afirmar seguramente que uma das necessidades básicas da pessoa humana é a moradia, que ocupa o seu

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local de direito social fundamental no ordenamento jurídico brasileiro (STOBE, 2011).

2.1.1.1 Direito à moradia

O artigo 6º da Carta Republicana do Brasil afirma que a moradia, é direito fundamental social, previsto, corroborado no artigo 23, IX do mesmo instrumento. O direito à moradia significa ocupar um lugar como residência, uma casa ou um apartamento, para nele habitar, mas não é necessariamente o direito à casa própria, mas sim, uma garantia de que todos tenham um teto para morar, abrigando a sua família de modo permanente. Esta habitação deve ter dimensões adequadas, em condições de higiene e conforto, e ainda, que preservem a intimidade pessoal e a privacidade familiar, sendo digna e adequada. (SILVA, 2007).

A moradia é um direito social garantido pela Emenda Constitucional n. 26, de 14 de fevereiro de 2000, que se traduz em responsabilidade para o Estado, o qual deverá apresentar propostas e viabilizar o acesso à moradia aos integrantes da sociedade. (INÁCIO, 2002). O Estado tem o dever de garantir o direito à moradia, adequado com a condição humana, respeitando os princípios fundamentais da cidadania, a dignidade do cidadão e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, intitulados constitucionalmente. (SOUZA, 2004).

O direito à moradia pode ser considerado como direito fundamental do cidadão, posto que nenhuma pessoa humana deva ser privada de uma habitação nem impedida de conseguir uma (SILVA, 2007). Este direito está expresso em vários artigos da Constituição Federal, como o art. 3º, que define como objetivos fundamentais da

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República Federativa do Brasil construir uma sociedade justa e solidária, erradicar a marginalização e promover o bem de todos, neste caso que todos tenham acesso e direito a uma moradia digna. O artigo 6º do mesmo ordenamento jurídico traduz expressamente que o direito à moradia é um dos direitos sociais de cada indivíduo: Artigo 6º “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

O artigo 23, IX da Constituição Federal determina a competência dos estados para promoção de programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento. O direito à moradia está expresso no Estatuto da Cidade Lei n. 10.257 de 10 de julho de 2001, como diretriz geral da política urbana. Prevê o artigo 2º, inciso I, que a política urbana tem por objetivo ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, para o qual terá por diretriz a garantia do direito a cidades sustentáveis. A sustentabilidade da cidade inclui o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer (STOBE, 2011).

O artigo 3º, inciso III da referida lei, prevê a competência da União, para em parceria com Estados e Municípios, promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

No século XVIII, no Brasil, houve uma quantidade de fatos que influenciaram decisivamente o aumento e a formação dos centros urbanos no país. Com o fim da escravidão, no ano de 1888, milhares de negros expulsos do campo migraram para os centros urbanos. Neste

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mesmo período, imigrantes europeus, vindos da Itália, Portugal e Espanha chegaram ao Brasil para trabalhar no campo e também na recém-implantada indústria brasileira. Entre outros esses fatores provocaram o aumento da população nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que ocasionou uma demanda por moradia e outros serviços de infraestrutura como transporte, saneamento, vias e demais serviços urbanos (MARICATO, 1997).

Ao se deparar com a explosão demográfica dos grandes centros urbanos o governo brasileiro ofereceu crédito às empresas privadas para produção de novas habitações. Porém, com a construção de habitações individuais, os empresários não obtiveram lucros, devido à grande diferença entre os preços delas e das moradias informais. Com esse crédito algumas empresas investiram em loteamentos para os ricos, enquanto outros construíram edificações para habitações coletivas, que passaram a figurar como a principal alternativa para que a população urbana pobre pudesse permanecer na cidade, especificamente no centro, onde estariam próximos das indústrias e de outras possibilidades de trabalho (PECHMAN e RIBEIRO, 1983).

2.1.1.2 Políticas Habitacionais no Brasil

No dia 1º de maio de 1946, foi instituída pelo Decreto lei nº 9.218, a Fundação Casa Popular (FCP), primeiro órgão de âmbito nacional, voltado para provisão de habitações no campo, na cidade e infraestrutura para as populações de baixa renda, tarefa desproporcional para uma instituição sem maturidade técnica, administrativa e financeira suficiente. Até 1960, do ponto de vista quantitativo a FCP teve

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desempenho pouco expressivo, pouco mais de 900 moradias foram edificadas por ano, em média (AZEVEDO e ANDRADE, 1996).

Após algumas tentativas frustradas de mudança, a política nacional de habitação só tomaria novos rumos em 1964, com o Banco Nacional de Habitação (BNH). Com a Lei nº 4380, de 21 de agosto de 1964, que instituiu o Plano Nacional de Habitação e criou o Banco Nacional de Habitação e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, é dado o passo inicial para uma nova política nacional. Para concretizar essa concepção de cidade e de política para habitação, o Banco Nacional de Habitação (BNH) se torna o principal órgão da política habitacional e urbana do país. Prioritariamente, ele deveria “orientar, disciplinar e controlar o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), para promover a construção e a aquisição de casa própria, especialmente pelas classes de menor renda” (AZEVEDO e ANDRADE, 1996).

A trajetória do SFH e do BNH pode ser dividida em três fases distintas: A primeira foi de 1964 a 1969, onde ocorreu a implantação e expansão do BNH e das Companhias de Habitação (COHABs). A segunda fase, foi de 1970 a 1974, onde houve o esvaziamento e a crise do SFH, sobretudo devido à perda do dinamismo das COHABs, devido à inadimplência causada, pela perda do poder de compra do salário mínimo, situação que atingiu mutuários das camadas mais pobres. Desviando os financiamentos para famílias de classe média, com juros mais altos e inadimplência menor. A terceira fase do SFH foi de 1975 a 1980, caracterizada pela reestruturação e pelo revigoramento das COHABs, com aumento do número de moradias produzidas, a grande maioria destinada à classe média (MOTTA, 2011).

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Na década de 1980 a crise financeira comprometeu os investimentos do SFH, culminando na extinção do BNH. Em 1986 o BNH transferiu para a Caixa Econômica Federal suas funções. Entre 1964 e 1986 (ano de sua extinção), o SfH financiou cerca de quatro milhões de moradias, número bastante expressivo para a realidade do país. Porém, os investimentos atingiram predominantemente a classe média emergente, alijando da política de financiamento da casa própria os trabalhadores que recebiam menos de um salário mínimo. Do total de moradias produzidas, 35% foram destinadas ao “mercado popular”, com comprometimento de apenas 13% de todos os recursos investidos pelo BNH (MOTTA, 2011).

Entre os anos 1990-1992, no governo do presidente Collor foi lançado o Plano de Ação Imediata para a Habitação (PAIH), com a intenção de financiar de 245 mil habitações em um ano, porém não atingiu suas metas. O governo Itamar criou entre os anos de 1992 e 1994 os Programas Habitar Brasil e Morar Município, com o objetivo de financiar a construção de casas para população de baixa renda, em regime de “mutirão”. Mas a padronização excessiva e as exigências legais, impediram muitos municípios de captar os recursos disponibilizados.

No Governo FHC (1995-2002) o reconhecimento da necessidade de regularização fundiária avançou significativamente, com a ampliação da participação e da visão integrada da questão habitacional, vários programas habitacionais, que objetivaram a garantia de direitos sociais, bem como a igualdade de oportunidades. Dentre eles, destacaram-se os programas Cred-Mac e Cred-Casa, que eram destinados a famílias com até oito salários mínimos de renda média mensal, e possuíam linhas de crédito que possibilitaram a obtenção de materiais de

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construção, podendo assim, reformar suas moradias ou construírem novas casas (JULKOVSKI, 2010).

Entre as políticas públicas, voltadas para a habitação, no governo FHC, se destacaram os programas Pró-Moradia e o Programa Habitar Brasil, que possuíam como principal diferença as suas fontes de recursos, o Orçamento Geral da União (OGU) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS). Foram investidos cerca de R$ 830 milhões no programa Pró-Moradia, para a construção de 115.219 residências, a um custo médio unitário de R$ 5.400,00. E para o programa Habitar Brasil foram empregados em torno de R$ 860 milhões, resultando na construção de 294.595 moradias, com custo unitário médio de R$ 2.920,00 (JULKOVSKI, 2010).

No governo Lula (2003-2010), a principal política para a habitação foi o Programa Minha Casa Minha Vida, do Ministério das Cidades, lançado em abril de 2009 com a meta de construir um milhão de moradias, com R$ 34 bilhões de subsídios para atender famílias com renda entre 0 a 10 salários mínimos. Além de seu objetivo social, o Programa, ao estimular a criação de empregos e de investimentos no setor da construção, também foi uma reação do governo Lula à crise econômica mundial do fim de 2008. Assim como nos outros grandes programas federais para produção de moradia (a FCP e o BNH), a iniciativa privada é protagonista na provisão de habitações também no Programa Minha Casa Minha Vida, pois 97% do subsídio público são destinados à oferta e produção direta por construtoras privadas e apenas 3% a cooperativas e movimentos sociais (FIX & ARANTES, 2009).

Paralelo a isso, a partir dos anos 1990, o Brasil e a indústria da construção civil passaram por transformações aceleradas em seu

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