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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE CLÍNICA VETERINÁRIA

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

DEPARTAMENTO DE CLÍNICA VETERINÁRIA

POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO

EM EQUINOS

JULIANA ALMEIDA NOGUEIRA DA GAMA

Botucatu – SP 2014

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FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

DEPARTAMENTO DE CLÍNICA VETERINÁRIA

POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO

EM EQUINOS

JULIANA ALMEIDA NOGUEIRA DA GAMA

Botucatu – SP 2014

Dissertação apresentada junto ao

Programa de Pós-Graduação em

Medicina Veterinária para

obtenção do título de Mestre no

Programa de Pós-Graduação em

Medicina Veterinária.

Orientador: Prof. Adj. Alexandre

Secorun Borges

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Nome do Autor: Juliana Almeida Nogueira da Gama

Título: PONTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM EQUINOS.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Adj. Alexandre Secorun Borges

Presidente e Orientador

Departamento de Clínica Veterinária

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Unesp – Botucatu/SP

Prof. Adj. Luiz Claudio Nogueira Mendes

Membro Titular

Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal Faculdade de Medicina Veterinária – Unesp- Araçatuba/ SP

Prof. Dr. Rogério Martins Amorim

Membro Titular

Departamento de Clínica Veterinária

Faculdade de Medicina Veterinária e Zooctenia – Unesp – Botucatu/SP

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Agradeço primeiro a Deus por ter me proporcionado está aqui nesse momento conquistando mais uma etapa na minha vida profissional.

Aos meus pais, Eliene e Luciano, pelo amor incondicional, educação e criação e dedicação que me fizeram transformar nessa pessoa que eu sou hoje. Pelo apoio e compreensão que tiveram na minha escolha, entendendo a minha ausência. Agradeço principalmente ao meu pai que apresentou ao mundo dos cavalos quando eu ainda era apenas um bebê e fez com que eu amasse tanto esses animais como ele. Muitas vezes não tenho palavras para expressar a minha eterna gratidão por tudo que vocês fizeram e fazem por mim até hoje.

Ao meu irmão Pedro, carinho, amor, apoio durante todos esses anos. Ao meu namorado Henrique pela paciência principalmente nesta etapa final. Obrigada pelo carinho, amor, companheirismos, amizade, incentivo apoio, cuidado e preocupação.

Aos meus sogros Fátima e Sérgio Henrique que me acolheram e fizeram eu me sentir amparada como se eu fosse da família. Obrigada pelo apoio carinho, amor, por tudo.

Ao Médico Veterinário Adelcio Barbosa da Silva Junior que através dele eu pude conhecer Botucatu, e me incentivou a sempre seguir em frente e nunca desistir.

Ás queridas amigas Mariana Zorzeto e Renata Tenório pela ajuda principalmente no começo do mestrado. Obrigada pela amizade e carinho.

Ao meu orientador Alexandre Secorun Borges, por ter primeiramente aceitado me orientar, pela confiança, carinho durante todos esses anos.

À Marianha Isa Poci Palumbo, pela ajuda durante todo esse tempo de mestrado. Não tenho palavras para agradecer tudo que você fez por mim durante todo o experimento e mestrado.

Ao Giovane Olivo e Nádia Crosignani pela ajuda durante o experimento. Aos amigos da salinha por tornarem meus dias mais alegres.

Às minhas amigas Vanessa Palonio, Sofia Domiciano e Thaís Alves, por seres ótimas companheiras de casa. Obrigada por tornarem meus dias mais felizes.

À minha amiga Roberta Aline, que mesmo agente só se vendo um final de semana por mês e morando longe está comigo todos os dias.

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Aos funcionários Marco Antônio Simão da Silva e Cézar Leme da Silva da Clínica Médica de Grandes Animais FMVZ-UNESP Botucatu, obrigada pela paciência.

Aos cavalos que fizeram parte do meu experimento. Obrigada por contribuírem no meu aprendizado.

Aos professores Rogério Martim Amorim e Marcos Jun Watanabe por gentilmente terem disponibilizado a utilização dos seus cavalos na realização do experimento.

À todas aquelas pessoas que contribuíram diretamente ou indireta e realização do experimento e passaram na minha vida durante o mestrado.

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Figura 1. Representação da orelha média e interna de um equino...9

Figura 2. Representação esquemática da cóclea...9

Figura 3. Representação esquemática do Órgão de Corti...10

Figura 4. Representação esquemática das vias auditivas centrais ...11

Figura 4. Mostra a colocação dos eletrodos onde A eletrodo terra, B eletrodo de referência e C eletrodo ativo...17

Figura 6. BAEP de equino adulto. Note a identificação das ondas I, II, III, IV e V. A letra A representa o lado esquerdo e B o lado direito do mesmo animal...18

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Tabela 1. Média, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das ondas

(I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em 21 equinos...19

Tabela 2. Médias, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das

ondas (I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em machos...19

Tabela 3. Médias, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das

ondas (I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em fêmeas...20

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Gráfico 1. Mostra ao lado esquerdo a latência da onda I de machos e o lado

direito mostra a latência da onda I das fêmeas...21

Gráfico 2. Mostra a latência da onda II dos machos (lado esquerdo) e das

fêmeas (lado direito) ...21

Gráfico 3. Mostra a latência da onda III dos machos no lado esquerdo e a das

fêmeas no lado direito...22

Gráfico 4. Mostra a latência da onda IV de machos (esquerdo) e fêmeas

(direito)...22

Gráfico 5. Mostra do lado esquerdo a latência da onda V de machos e lado

direito a das fêmeas...22

Gráfico 6. Mostra a latência do interpico I-III de machos (esquerdo) e fêmeas

(dirieto)...23

Gráfico 7. Mostra a latência do interpico III-V de machos (lado esquerdo) e

fêmeas (lado direito)...23

Gráfico 8. Mostra a latência do interpico I-V de machos (lado esquerdo e

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SUMÁRIO RESUMO... 1 ABSTRACT... 2 1. Introdução... 3 2. Revisão de Literatura... 5 2.1 Anatomia... 5

2.2 Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico... 12

3.Objetivos... 15 4. Material e métodos... 16 5. Resultados... 18 6. Discussão... 20 7. Conclusão... 25 8. Referências... 26 NORMAS DA REVISTA... 31 ARTIGO... 39

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GAMA, J. A. N. Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico em

Equinos. Botucatu, 2014. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

RESUMO

A audição é um dos principais pontos do processo de comunicação com o meio ambiente tanto de seres humanos quanto de animais. O potencial evocado auditivo de tronco encefálico (BAEP-Brainstem Auditory Evoked Potential) é um método que tem sido utilizado em seres humanos, cães, gatos, bovinos e equinos com a finalidade de identificar possíveis alterações auditivas que não podem ser diagnosticadas durante o exame físico. O BAEP avalia a integridade das vias auditivas, desde a cóclea até o tronco encefálico e permite a identificação de animais com surdez neurossensorial e condutiva. Apesar da importância do BAEP, não foi encontrado nenhum estudo de padronização do seu uso em equinos no Brasil. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi padronizar a metodologia para obtenção de registros que permitam verificar a latência das ondas obtidas no exame para essa espécie. Foram utilizados 21 equinos adultos, machos e fêmeas, sem histórico prévio de alterações auditivas. Para realização do teste, os animais foram sedados com cloridrato de detomidina. Foram identificadas as latências das ondas I, II, III, IV e V, bem como dos intervalos I-III, III-V e I-V. As médias das latências das ondas foram, onda I 2,4 ms; onda II 2,74 ms; onda III 3,61 ms; onda IV 4,61 ms e onda V 5,49 ms . As médias das latências dos interpicos foram I-III 1,37 ms; III-V 1,88 ms e I-V 3,26 ms. A descrição da metodologia utilizada e a disponibilização dos registros e das latências obtidas podem servir de referência para estudos realizados nessa espécie.

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GAMA, J. A. N. Brainstem Auditory Evoked Potential in Equine. Botucatu, 2014. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

ABSTRACT

Hearing is one of the main points of the communication process with the environment both humans and animals. The Auditory brainstem response (BAEP Brainstem Auditory-Evoked Potential) is a method that has been used in humans, dogs, cats, cattle and horses in order to identify possible hearing impairment that can’t be diagnosed during physical examination . The BAEP evaluates the integrity of the auditory pathway from the cochlea to the brainstem and allows the identification of animals with sensorineural and conductive deafness. Despite the importance of BAEP, no study to standardize its use in horses in Brazil was found. Thus, the objective of this study was to standardize the methodology for obtaining records to verify the wave latencies obtained in the examination for this species. 21 adult horses, males and females were used without previous history of hearing disorders. To perform the test, the animals were sedated with detomidine hydrochloride. Latencies of waves I, II, III, IV and V, as well as the intervals I-III, III-V and IV were identified. The mean latencies of the waves were, I wave 2.4 ms; wave II 2.74 ms ; wave III 3.61 ms; wave IV 4.61 ms and wave V 5.49 ms. The mean latencies of interpeaks were I-III 1.37; III-V 1.88 and I-V 3.26. The description of the methodology used and the availability of records and latencies can serve as a reference for studies in this species.

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1. Introdução

O sistema auditivo é importante para a sobrevivência das espécies. Tanto os animais que vivem em seu hábitat natural como aqueles criados em ambiente humanizado precisam da audição para detectar perigos, tais como predadores e veículos motorizados, responder a verbalização de animais da mesma ou de outras espécies (Strain e Myers, 2006).

Médicos veterinários e criadores de equinos têm demonstrado interesse cada vez maior de avaliar a audição desses animais. A ocorrência de surdez já foi descrita em alguns equinos e parece ser mais frequente nos cavalos que apresentam áreas de despigmentação na face e íris com coloração azul (Harland et al., 2006; Magdesian et al., 2009).

Segundo Heffner e Heffner (1983), existem vários padrões comportamentais utilizados para determinar a capacidade auditiva em cavalos. Um dos procedimentos utilizados por eles é conhecido como “go/ no go”, um método em que o animal é recompensado por fazer respostas inespecíficas quando ouve um som. No teste realizado, o animal é treinado para encostar o focinho em uma placa localizada em frente a um autofalante. O teste consiste em reduzir gradativamente a intensidade do som até que o animal não consiga escutar mais e, assim, é possível determinar um limiar auditivo da intensidade em que o som foi detectado pelo animal. Esses limiares permitem a construção de um audiograma.

O audiograma nada mais é do que uma representação gráfica do limiar auditivo de cada uma das orelhas. Para a formação do audiograma é necessária a realização de uma audiometria que consiste na produção de estímulos sonoros, com decréscimo na intensidade capaz de provocar resposta neurológica na orelha que estará sendo testada (Costa e Silva, 2003).

As perdas auditivas podem ser classificadas em condutiva, neurossensorial e central. A condutiva ou de condução está relacionada a alterações na orelha externa e/ou média, como em casos de obstrução e alteração dos ossículos. Por exemplo, infecções do canal auditivo como otites, produção excessiva de cerume, presença de carrapatos, podendo variar de

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redução da audição a surdez completa no ouvido afetado (Costa e Silva, 2003; Henkel, 2006).

A perda auditiva neurossensorial (neurológica) é resultado de lesão da cóclea ou da raiz nervosa do nervo coclear. As causas são variáveis, incluindo exposição a ruídos altos, otite interna e traumas nos ossos do crânio (Henkel, 2006).

A perda auditiva central ocorre pela lesão no núcleo coclear e/ou das vias auditivas centrais que levam as informações auditivas ao córtex. A presença de lesão nos núcleos cocleares ou outras lesões centrais, como no interior do tronco encefálico, podem ser a causa de surdez unilateral (Henkel, 2006).

O potencial evocado auditivo de tronco encefálico (BAEP - Brainstem Auditory Evoked Potential) é um teste objetivo que avalia a integridade da via auditiva. A interpretação da resposta em forma de ondas pode auxiliar o médico veterinário no diagnóstico de surdez e, em até certo grau, no estabelecimento da gravidade da lesão da via auditiva (Mayhew e Washbourne, 1990; Strain, 1996). O BAEP é obtido como uma resposta neuroelétrica ocorrendo dentro de 10 ms após um estímulo sonoro da via auditiva (Mayhew, 1997). No animal normal, existem até sete picos reconhecíveis que se apresentam em forma de onda. Os cinco primeiros picos são de maior importância clínica, sendo que os picos I, III e V sempre estarão presentes em intensidade de estímulo de 70 – 100 dB (Mayhew, 1992).

Estudos com a utilização de BAEP têm sido realizados em humanos adultos e crianças (Jiang et al., 1991), cães (Holliday e Te Selle, 1985; Kawasaki e Inada, 1994; Uzuka et al., 1998; Murrell et al., 2005; Wilson e Mills, 2005; Palumbo et al., 2012), bovinos (Arai, 2008) e em equinos anestesiados (Rolf et al., 1987; Mayhew, 1997; Mayhew, 2003; Wilson et al., 2011 ) e não anestesiados (Marshall, 1985; Mayhew e Washbourne, 1992; Magdesian et al., 2009). O BAEP tem sido utilizado para avaliar a função auditiva dos cavalos desde a década de 1980 (Marshall, 1981, 1985).

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2. Revisão de Literatura

2.1 Anatomia

A orelha também é chamada de órgão vestibulococlear, pois participa da audição e da manutenção do equilíbrio (Dyce et al., 2010; Liebich e König, 2011). A orelha é dividida em três compartimentos: externo, médio e interno. A orelha externa consiste em aurícula (pina ou pavilhão auricular) e meato acústico externo (canal auditivo). O pavilhão auricular (cartilagem articular coberta pela pele) apresenta-se em forma de funil e serve como uma estrutura captadora de sons, podendo ser direcionada em qualquer direção, particularmente no cavalo. Essa mobilidade da orelha é de grande importância para a captação do som (Frandson, 1979; Liebich e König, 2011). O meato acústico externo é um canal que se estende até a membrana timpânica. A função desse canal é direcionar o som captado pelo pavilhão auricular até a membrana timpânica. A membrana timpânica ou tímpano separa o meato acústico externo da orelha média (Strain e Myers, 2006).

A orelha média é uma cavidade preenchida por ar no osso temporal (cavidade timpânica) e se comunica com a faringe pelas tubas auditivas (Getty, 1986). Em equinos, há a presença de um extenso divertículo chamado de bolsa gutural. A tuba auditiva tem, também, a função de equilibrar a pressão dos dois lados da membrana timpânica (Dyce et al., 2010). A cavidade timpânica está localizada no interior do osso petroso temporal e pode ser dividida em três partes: dorsal, média e ventral. A parte dorsal, ou epitímpano, é onde estão presentes os três ossículos auditivos: martelo, bigorna e estribo. A parte média, ou mesotímpano, abre-se rostralmente à laringe, através da tuba auditiva. A parte ventral, ou bula timpânica, é uma expressão bulbosa do osso temporal. O martelo é o ossículo mais lateral, composto de cabeça (que se liga ao corpo da bigorna), corpo e cabo que estão ligados à membrana timpânica. A bigorna se divide em um corpo que se conecta com a cabeça do estribo e dois ramos (longo e curto). O estribo possui uma cabeça, um colo, dois ramos, uma base que se liga a um anel fibrocartilaginoso, que circunda a janela do vestíbulo e um processo muscular (Dyce et al., 2010; Liebich e König, 2011). A janela do vestíbulo conecta a cavidade timpânica ao ouvido interno. A janela da cóclea

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apresenta um formato redondo e conduz à cavidade da cóclea. A cóclea se localiza em uma proeminência óssea e se projeta da parede medial da cavidade timpânica (Liebich e König, 2011).

A orelha interna ou cóclea consiste de dois labirintos: o membranoso, que contém um líquido (endolinfa) e o ósseo. Os dois labirintos estão separados pelo espaço perilinfático, ocupado por um líquido denominado perilinfa (Getty, 1986). O ouvido interno pode ser dividido em duas partes (coclear e vestibular), conforme a sua função. A porção coclear recebe inervação do ramo coclear do VIII par craniano para o sentido de audição. A parte vestibular funciona principalmente para o equilíbrio e é inervada pelo ramo vestibular do VIII par de nervo craniano (Frandson, 1979). O labirinto membranoso está localizado dentro do labirinto ósseo, mas não o ocupa totalmente (Getty, 1986). Existem duas dilatações no centro do labirinto vestibular, conhecidas como utrículo e sáculo. Essas duas estruturas possuem inúmeras células mecanorreceptivas que envolvem o sistema do equilíbrio. Estão presentes inúmeros otólitos que são pequenos cristais de carbonato de cálcio dispersamente distribuídos em uma matriz gelatinosa, compondo uma membrana chamada mácula, que está localizada acima das células ciliadas. A mácula monitora o posicionamento da cabeça em relação à gravidade. As células ciliadas são estimuladas quando os otólitos e as massas gelatinosas das máculas utricular e sacular se inclinam sobre as mesmas, isso ocorre, por exemplo, quando a cabeça é movimentada para um determinado lado. A mácula do utrículo responde a movimentos no plano horizontal, pois é nesse plano que ela está orientada na orelha e a mácula do sáculo, orientada em plano vertical, sendo assim, detecta movimentos no plano vertical (Moyes e Schulte, 2010).

Do utrículo saem três ductos semicirculares responsáveis pelo equilíbrio; e do sáculo emerge o ducto coclear, responsável pela audição (Dyce et al., 2010; Liebich e König, 2011). Os três ductos semicirculares ocupam os canais semicirculares do labirinto ósseo. Os ductos semicirculares ósseos formam entre si ângulos retos e, de acordo com suas posições, são designados como anterior, posterior e lateral. Cada canal semicircular forma, aproximadamente, dois terços de um círculo, e uma das extremidades é mais dilatada e recebe o

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nome de ampola (Getty, 1986; Dyce et al, 2010; Liebich e König, 2011). Na parede das ampolas dos ductos semicirculares não são encontrados otólitos, como encontrados no utrículo e no sáculo, mas são encontradas células ciliadas (cristas) dentro de uma massa gelatinosa, apresentando um formato de capuz pontudo chamada de cúpula. Essas células detectam aceleração angular e movimentos circulares, como aqueles que são feitos ao balançar a cabeça (Moyes e Schulte, 2010). As estruturas da orelha média e interna estão representadas pela figura 1.

A cóclea (figura 2) é um órgão em espiral que se assemelha a uma concha de caramujo. Sendo ela dividida em três ductos membranosos: rampa vestibular (ducto superior), rampa média (mediana, chamada de ducto coclear) e a rampa do tímpano (inferior). Essas três rampas se enrolam em torno do modíolo, que é uma estrutura óssea central e contém células ganglionares da parte auditiva do VIII nervo craniano (Strain e Myers, 2006; Liebich e Könic, 2011). A rampa superior e a inferior se comunicam no ápice da cóclea por uma região chamada de helicotrema. O número de espirais na cóclea varia entre as espécies. Os seres humanos têm 2,75 espirais, cães 3,25 e equinos 2,5 espirais (Strain e Myers, 2006).

O Órgão Espiral de Corti (figura 3) é a porção da cóclea sensível ao som. Essa estrutura está localizada sobre a membrana basilar do ducto coclear e possui células ciliadas internas, que detectam o som e células ciliadas externas, que ajudam a amplificar o som (Moyes e Schulte, 2010).

Em cada região espiralada da cóclea existe um gânglio espiral, que é um aglomerado de células, de onde saem os axônios dos neurônios e formam o nervo coclear. Esse nervo se une ao nervo vestibular formando o VIII par de nervos cranianos (Henkel, 2006).

A pina da orelha externa capta as ondas sonoras e as concentram no meato acústico externo. Animais que possuem uma pina grande conseguem captar mais ondas sonoras de uma determinada intensidade e, consequentemente, têm melhor capacidade de audição. As ondas sonoras que se propagam pelo meato acústico externo fazem a vibração da membrana timpânica e são transmitidas, através da orelha média para a janela oval, pelos

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ossículos auditivos (martelo para bigorna e estribo) que funcionam como alavancas, reduzindo a magnitude dos movimentos da membrana timpânica e aumentando a força sobre a janela oval. O movimento do estribo origina um movimento na perilinfa da rampa do vestíbulo. Esses movimentos são transferidos, através da membrana vestibular para a endolinfa do ducto coclear e são transferidos para a perilinfa da rampa do tímpano pela membrana basilar, resultando, assim, no movimento da membrana que reveste a janela redonda. Esses movimentos estimulam as células ciliadas do Órgão de Corti (Frandson, 1979; Henkel, 2006; Moyes e Schulte, 2010).

As células ciliadas possuem vários cílios, um mais longo chamado de cinocílio e outros mais curtos chamados de estereocílios. Estes estão dispostos em um feixe e estão conectados uns aos outros, através de filamentos denominados de pontes apicais. Próximos ao ápice dos estereocílios estão localizados os canais iônicos, que estão envolvidos na transdução sonora. Quando uma célula ciliada recebe um estímulo mecânico (vibração), os estereocílios se dobram sobre sua base na direção do maior estereocílio, ocorrendo a abertura de mais canais iônicos, que não são seletivos, permitindo, assim, a passagem de vários íons, incluíndo K+ e Ca2+. Se o movimento dos estereocílios é na direção do menor estereocílio, muitos canais iônicos são fechados. O neurotransmissor liberado aumenta ou diminui a frequência do potencial de ação, dependendo da movimentação dos estereocílios. Esses neurotransmissores excitam os neurônios sensoriais e o impulso nervoso é conduzido ao longo do nervo auditivo (Moyes e Schulte, 2010).

Os nervos vestibulococleares penetram no sistema nervoso central na altura do bulbo, próximos à saída dos nervos facial e trigêmio, e fazem sinapses nos núcleos coclares dorsal e ventrais. Os neurônios dos núcleos cocleares ventrais cruzam o corpo trapezoide e se projetam para o complexo olivar superior na ponte onde fazem sinapses. Os neurônios do núcleo dorsal não fazem sinapse no complexo olivar superior, passam direto e fazem sinapse no colículo inferior no mesencéfalo. A partir desse complexo, são emitidos axônios que formam um feixe chamado de lemnisco lateral (na ponte) e se projetam ao colículo inferior (Dewey et al., 2006; Fernández, 2010; Lent, 2010).

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O colículo inferior recebe todas as fibras auditivas originadas em níveis mais baixos. As fibras nervosas saem do mesencéfalo para o núcleo geniculado medial, localizado no diencéfalo, que emitem fibras nervosas que se projetam até o lobo temporal do córtex cerebral, onde se situam as áreas auditivas (Figura 4) (Dewey et al., 2006; Fernández, 2010, Lent, 2010).

Figura 5 Representação da orelha média e interna de um equino (Liebich e König, 2011).

Figura 6 Representação esquemática da cóclea (modificado de V. Goodhill, 1979).

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Figura 8 Representação esquemática das vias auditivas centrais (adaptado de Sanders e Bagley, 2006).

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2.2 Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico

Mayhew (2003) define BAEP como sendo um exame que detecta a atividade elétrica gerada nas vias auditivas, em resposta a estímulos auditivos, emitidos por meio de fones de ouvidos e registrados por eletrodos de agulhas posicionados na base de cada orelha.

Cada onda registrada no exame está relacionada com uma região neuroanatômica específica das vias auditivas. Stockard et al. (1977) e Chiappa (1990) descreveram em seres humanos o possível local de origem das ondas e Starr e Hamilton (1976) e Achor e Starr (1980) descreveram esses locais em gatos. As referências dos locais de geração das ondas I, II, III, IV e V são: VIII par de nervos craniano ipsilateral, núcleo coclear, ponte, lemnisco lateral e colículo caudal no mesencéfalo, respectivamente. As ondas VI e VII possivelmente são geradas no corpo geniculado medial do tálamo e radiações auditivas. As ondas VI e VII nem sempre estão presentes nos traçados em equinos, além de apresentarem grande variabilidade de tamanho e formato (Mayhew e Washbourne, 1997).

Mayhew (2003) descreve a utilização clínica do BAEP para o diagnóstico de surdez congênita ou adquirida em equinos da raça Paint Horse. A surdez completa foi confirmada em quatro dos seis animais avaliados pelo teste de BAEP. Com esses resultados, concluiu-se que equinos que apresentarem uma extensa marcação branca na face e/ou propensos a terem íris branca ou azul, como em animais das raças Appaloosa, Paint Horse, entre outras, seriam mais predispostos a apresentarem surdez congênita neurossensorial.

Wilson et al. (2011) destaca a importância da utilização do BAEP para o diagnóstico de surdez em equinos mais velhos. Ele utilizou nove cavalos (sete Standardbred e dois Puro-Sangue-Inglês), em que cinco eram mais jovens (5-8 anos) e quatro mais idosos (17-22 anos). Foram provocados estímulos acústicos com intensidade de 90 a 20 dB. Comparando com o grupo de cavalos mais jovens, o grupo mais velho mostrou piores limiares auditivos e

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pior amplitude de ondas V para o nível do estímulo 90 dB (p<0.02), mas semelhança nas latências das ondas I, V e I-V e amplitude da onda I para o nível de estímulo de 90 dB.

Há relatos na literatura da utilização do BAEP em pôneis como os de Mayhew e Washbourne (1997). Esses autores quantificaram os dados normais do exame em 27 pôneis e relacionaram os resultados com dados de resenha, como sexo, idade, raça e tamanho dos animais. Os traços foram obtidos e as latências das ondas I, III e V foram analisadas para diferentes intensidades de estímulo, ipsilateral e contralateral à orelha testada.

As latências absolutas das ondas I, III e V e as latências dos interpicos I-III, III-V e I-V foram obtidas e comparadas aos resultados obtidos por Mayhew e Washbourne (1992) que avaliaram os resultados do BAEP em cavalos da raça Puro Sangue. Não houve diferença significativa nas médias de interpicos ipsilaterais com estímulos entre 80 – 100 dB nos mesmos animais, porém, teve diferença significativa, quando comparados os valores de interpicos de pôneis e cavalos Puro Sangue Inglês.

Outro estudo com o objetivo de padronização técnica e avaliação da função auditiva e de tronco encefálico de equinos foi desenvolvido anteriormente por Mayhew e Washbourne (1990), em animais sedados com 0,013 mg/kg de detomidina. O estímulo realizado foi o de condensação, variando de 30 a 100 dB, e estímulos de mascaramento da orelha contralateral a menos 10 dB de intensidade de estímulo da orelha teste. Eles observaram que havia ligeira alteração no formato das ondas entre os animais, porém os valores da latência, amplitude, forma e duração de cada onda foram semelhantes em todos. Também pode ser observado que a sedação não interferiu no registro das ondas, pois alguns animais não relutaram à realização do exame, depois de passado o efeito sedativo, apresentando mínimas alterações no formato das ondas.

Aleman et al. (2008) descreveram o uso do BAEP para determinar as anormalidades auditivas em equinos com osteoartropatia do temporal (THO), uma doença do osso petroso temporal e estiloides em equinos. Foram utilizados 11 animais que apresentavam a doença e oito animais controle. Após

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o diagnóstico de THO por meios de avaliação neurológica e exames de imagem, foram realizados exames BAEP e os resultados obtidos foram comparados com os animais controle. Eles alternaram estímulos de rarefação e condensação em uma intensidade de 90 dB e um ruído de mascaramento de 60 dB. Foram realizadas gravações simultâneas para duas derivações: uma, vértice a mastoide (V-M) e vértice a C2 (V-C2). Os resultados que eles obtiveram, através do BAEP, foram que nove dos 11 animais testados apresentaram perda auditiva completa, do lado mais afetado; e os outros dois animais tiveram perda auditiva parcial, do lado mais afetado.

Como dito anteriormente, o BAEP é um importante método de diagnóstico para surdez como pode ser relatado por Harland et al. (2006) que utilizaram a técnica para confirmar uma suspeita de surdez em um equino da raça Paint Horse, com três anos de idade, que apresentava uma área de despigmentação na face e íris com coloração azul no olho direito e, no esquerdo, uma combinação de azul e marrom. O estímulo foi aplicado com estimulador ósseo posicionado no osso temporal, dorsal à articulação temporomandibular na superfície vestibular no 3° pré-molar, com o auxílio de um abre-bocas.

Marshall (1985) descreveu o uso do BAEP em cavalos e pôneis. Foram utilizados 10 cavalos e sete pôneis adultos, todos saudáveis e sem alterações auditivas, quando realizado o exame clínico. Utilizaram-se intensidades de estímulos, variando de 10 dB a 90 dB, sem uso de ruído de mascaramento. Nenhum registro de onda foi observado a 10 dB e apenas um cavalo apresentou resposta com intensidade de estímulo a 20 e 30 dB. Ocorreu, também, uma diminuição da latência das ondas na medida em que a intensidade de estímulo era diminuída. Observou-se que houve diferença significativa entre as latências das ondas I, II, III e IV de cavalos e pôneis, porém a onda V não apresentou diferença significativa.

Recentemente, a ocorrência de surdez foi relatada em algumas linhagens de equinos da raça Paint Horse. O diagnóstico foi feito com uso do potencial evocado auditivo e observou-se maior predisposição em animais com

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coloração dos olhos azuis e extensas áreas brancas na pelagem de membros e cabeça (Magdesian et al., 2009).

Aleman et al. (2014 a) realizaram um estudo retrospectivo com a utilização do BAEP em equinos adultos atendidos no Laboratório de Neurofisiologia. Foram utilizados 76 cavalos, separados em grupos de acordo com afecção e depois comparados com o grupo controle de oito animais. Dos 76 cavalos testados, 57 apresentaram déficit auditivo e 19 animais apresentaram os resultados de BAEP dentro da faixa de referência. As causas mais comuns de alteração do BAEP foram THO, surdez neurossensorial congênita em cavalos Paint Horse, doença cerebral multifocal e otite média/ interna.

Aleman et al. (2014 b) utilizaram BAEP em 18 potros com distúrbios neonatais, separados em grupos, conforme a afecção e, posteriormente, os resultados foram comparados aos animais utilizados como controle. Dos 15 potros neonatais, 10 apresentaram ausência bilateral de BAEP e os outros cinco apresentaram valores de BAEP dentro da normalidade. Dos três potros não neonatais, dois apresentaram valores de BAEP dentro da normalidade e um potro, com abscesso intracraniano, não apresentou picos detectáveis bilateralmente. Anormalidades de BAEP foram associadas a doenças com sepses, encefalopatia neonatal, isoeritrólise neonatal e prematuridade.

A padronização do BAEP em equinos no Laboratório de Eletroneurodiagnóstico da FMVZ permitirá a interpretação de ondas e suas latências, o que servirá para a identificação de surdez unilateral ou bilateral, disponibilizando um exame complementar importante para identificação de alterações auditivas, em equinos no Brasil, e completar a avaliação de tronco encefálico.

3. Objetivos

- Objetivos gerais: padronizar o uso do BAEP em equinos clinicamente normais.

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- Objetivos específicos: caracterizar as latências das ondas geradas

em uma determinada intensidade de apresentação do estímulo acústico em uma população de 21 equinos adultos.

4. Material e métodos

O BAEP foi realizado no Laboratório de Eletroneurodiagnóstico do Departamento de Clínica Veterinária, FMVZ - UNESP - Botucatu. Foram utilizados 21 equinos, 13 machos e oito fêmeas, de 2 a 15 anos, (dois animais com dois anos de idade; um animal com dois anos e meio; dois animais com três anos; um animal com três anos e meio; dois animais com quatro anos; dois animais com cinco anos; um animal com seis anos e meio; um animal com sete anos; um animal com oito anos; três animais com 10 anos ; um animal com 11 anos ; dois animais com 12 anos e dois animais com 15 anos ). Um animal apresentava pelagem tordilha, cinco animais de pelagem alazã e os outros de pelagem castanha. Todos de propriedade da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP, campus Botucatu. Para a seleção dos animais, foi realizado exame otoscópico para avaliar a integridade do conduto auditivo e descartar qualquer alteração que pudesse interferir na realização do BAEP. Nas 24 horas antecedentes ao exame, os equinos foram submetidos a jejum sólido até a execução do exame.

Para minimizar as interferências no exame e facilitar a avaliação das ondas geradas, os animais foram sedados com administração intravenosa de cloridrato de detomidina (0,013 mg/Kg de PV). Todos os testes foram realizados em uma sala silenciosa, mas sem isolamento acústico. O exame teve início 10 minutos após a sedação. Fones de ouvido de inserção foram colocados no conduto auditivo para emissão do estímulo sonoro (Mayhew, 2003). Eletrodos de agulha foram colocados na base de cada orelha (eletrodos ativos), na região frontal (eletrodos de referência) e sobre proeminência óssea da cabeça (eletrodo terra) (Aleman et al., 2008). Foram utilizados filtros com banda passante de 200 a 3.000 Hz, sensibilidade de 2,5 µV/cm e varredura de 1 ms/cm. O estímulo sonoro utilizado foi na forma de cliques de rarefação, com duração de 0,2 ms a uma intensidade de 90 dB na orelha estimulada e um

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ruído de mascaramento de 40 dB na orelha contralateral. Em cada orelha, obtiveram-se, pelo menos, duas séries de 500 promediações, utilizando o equipamento Viasys Healthcare®, modelo Teca Synergy de dois canais.

Em cada exame, identificaram-se as ondas I, II, III, IV e V, e obtiveramos valores das latências de cada onda como os valores dos interpicos I-III, III-V e I-V. Esses valores foram fornecidos pelo software do equipamento utilizado. Com esses valores, foram calculados a média e o desvio padrão de cada onda e de cada interpico.

Figura 9 Mostra a colocação dos eletrodos em que A eletrodo terra, B eletrodo de referência e C eletrodo ativo.

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5. Resultados

O tempo total do exame em cada cavalo foi cerca de 30 minutos, incluindo o tempo de sedação até o início do exame e o tempo necessário, para que se recuperasse da sedação e pudesse ser levado de volta à baia.

A figura 6 mostra a identificação das ondas registradas no BAEP de um equino adulto. A tabela 1 mostra os valores das médias, desvios padrão, máximos e mínimos das latências de cada uma das cinco ondas e de cada um dos três interpicos.

Figura 6. BAEP de equino adulto. Note a identificação das ondas I, II, III, IV e V. A letra A representa o lado esquerdo e B o lado direito do mesmo animal.

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Tabela 1: Médias, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das ondas (I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em 21 equinos.

Latência

Média

(ms) Mínimo - Máximo (ms) Desvio padrão (ms)

I 2,24 2,1 - 2,34 0,06 II 2,74 2,58 – 2,92 0,08 III 3,61 3,36 – 3,88 0,12 IV 4,61 4,22 – 4,86 0,17 V 5,49 5,24 – 5, 92 0,15 I-III 1,37 1,16 – 1,64 0,11 III-V 1,88 1,46 – 2,18 0,16 I-V 3,26 2,98 – 3,7 0,16

Tabela 2: Médias, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das ondas (I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em machos.

Latência

Média

(ms) Mínimo - Máximo (ms) Desvio padrão (ms)

I 2,25 2,16 - 2,34 0,05 II 2,75 2,58 – 2,92 0,08 III 3,65 3,44 – 3,88 0,12 IV 4,64 4,34 – 4,84 0,16 V 5,50 5,24 – 5, 92 0,18 I-III 1,40 1,16 – 1,64 0,12 III-V 1,85 1,46 – 2,06 0,17 I-V 3,25 2,98 – 3,7 0,18

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Tabela 3: Médias, mínimos, máximos e desvios padrão das latências das ondas (I, II, III, IV e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V) em uma intensidade de 90 dB em fêmeas.

Latência

Média

(ms) Mínimo - Máximo (ms) Desvio padrão (ms)

I 2,22 2,1 - 2,3 0,06 II 2,72 2,6 – 2,82 0,08 III 3,55 3,36 – 3,72 0,11 IV 4,56 4,22 – 4,86 0,18 V 5,48 5,32 – 5,62 0,11 I-III 1,33 1,16 – 1,44 0,07 III-V 1,93 1,64 – 2,18 0,16 I-V 3,26 3,08 – 3,42 0,11 6. Discussão

Muitos cavalos não gostam que manuseiem suas orelhas e, como esse exame envolve a manipulação constante, os animais foram sedados para que não sentissem incômodo com os fones introduzidos em suas orelhas e permanecessem com eles durante todo o exame, a fim de evitar possíveis alterações no resultado e, também, para proteger a equipe e o aparelho. Doses terapêuticas de sedativos não alteram o resultado do BAEP (Mayhew e Washbourne, 1990).

Como podemos observar na figura 6, existe uma pequena variação do formato das ondas de cada orelha do mesmo animal. Essas variações ocorrem pelo fato de cada lado de um individuo, tanto animal como humano, não ser igual (Mayhew e Washbourne, 1990).

Ao término do exame, foi observado que nenhum dos 21 animais testados apresentou atraso no aparecimento das ondas, o que descartou qualquer alteração na condução do som, assim como o aumento da latência das ondas que, se estivesse presente, indicaria alguma alteração na via

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auditiva. Os valores obtidos poderão ser utilizados como valores de normalidade.

Ao compararmos as ondas e o interpicos entre os machos e fêmeas, somente a onda III apresentou uma diferença estatística (P = 0,0082), porém os valores foram similares com um baixo desvio padrão, que não influencia na clínica (teste T pareado). Os valores das médias, mínimos, máximos e desvios padrão das ondas e interpicos dos machos estão apresentados na tabela 2 e das fêmeas, na tabela 3.

Gráfico 1 mostra, ao lado esquerdo, a latência da onda I de machos e o lado direito mostra a latência da onda I das fêmeas.

Gráfico 2 mostra a latência da onda II dos machos (lado esquerdo) e das fêmeas (lado direito).

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Gráfico 3 mostra a onda III dos machos no lado esquerdo; e a das fêmeas, no ladodireito.

Gráfico 4 mostra a latência da onda IV de machos (esquerdo) e fêmeas (direito).

Gráfico 5 mostra, do lado esquerdo, a latência da onda V de machos; e lado direito, a das fêmeas.

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Gráfico 6 mostra a latência do interpico I-III de machos (esquerdo) e fêmeas (direito).

Gráfico 7 mostra a latência do interpico III-V de machos (lado esquerdo) e fêmeas (lado direito).

Gráfico 8 mostra a latência do interpico I-V de machos (lado esquerdo) e fêmeas (lado direito).

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Após a marcação de cada onda, o software do aparelho forneceu os valores das latências das ondas. Ao comparar os valores das ondas dos exames realizados do lado direito e esquerdo do mesmo animal, não houve diferença estatística (Graphpad instat).

Quando comparados os resultados obtidos com os de outros autores (Mayhew e Washbourne, 1990, 1992, 1997; Mayhew, 2003), observou-se, nitidamente, uma diferença nos valores da onda I. Essa diferença ocorreu devido a um atraso no estímulo auditivo dentro do fone de ouvido,ou seja, o estímulo foi produzido pelo fone e demorou 1,0 ms a mais para percorrer toda a estrutura do fone de ouvido, até alcançar o ouvido do animal e gerar uma resposta auditiva. O fone de ouvido utilizado, dentro da orelha do animal, foi o de inserção, o mesmo tipo de fone utilizado por Mayhew e Washbourne (1990, 1992, 1997) e Mayhew (2003). A provável causa da diferença na onda I pode ser pelo fato de os fones serem de diferentes fabricantes, o que poderia provocar uma pequena variação no início do estímulo gerado. Essa variação poderia ter sido gerada por um atraso não qualificado no fone de ouvido (Mayhew e Washbourne, 1992). Isso reforça a importância de cada laboratório realizar seus próprios estudos normativos, pois os resultados obtidos podem variar de acordo com o equipamento e com a metodologia utilizada.

Os valores das latências em ms do grupo controle obtidos por Aleman et al. (2014 a) foram onda I, 2,12 (0,06); III 3,61 (0,17); V 5,36 (0,16), dos interpicos I-III 1,40 (0,15); III-V 1,74 (0,15) e I-V 3,14 (0,12). Ao observarmos esses valores, vimos que os valores obtidos por esses autores foram semelhantes aos do presente estudo.

Não houve diferença estatística significativa quando comparadas as ondas e interpicos entre o lado esquerdo e direito, utilizando o teste pareado.

Wilson e Mills (2005) descrevem que o BAEP pode variar em função da idade, sexo, raça, tamanho da cabeça e entre espécies. A raça não foi um critério usado para seleção dos animais, não sendo, portanto, investigada. O tamanho da cabeça pode influenciar nos resultados, principalmente, quando comparadas entre as espécies, pois quanto maior a cabeça, mais tempo para obter uma resposta ao estímulo (Wilson e Mills, 2005). Quando comparamos o exame de um cavalo com o de um cão, vemos que a formação das ondas do BAEP de um cavalo tem maior tempo de latência que a de um cão.

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7. Conclusão

A partir dos resultados obtidos e nas condições em que o experimento foi realizado, foi possível concluir que o BAEP é um exame útil e seguro para avaliação da atividade elétrica da via auditiva de equinos. O baixo valor do desvio padrão das ondas, associado à alta repetibilidade do exame, faz com que o mesmo forneça informações mais precisas. Esse exame é pouco conhecido no Brasil e é de grande importância no diagnóstico de alterações auditivas que não são diagnosticadas clinicamente.

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9.1. Citação de livro:

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outros herbívoros. Manaus : INPA, 1979. 95p.

9.2. Capítulo de livro com autoria:

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9.3. Capítulo de livro sem autoria:

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animais de grande porte. São Paulo : Roca, 1985. p.29-40.

9.4. Artigo completo:

O autor deverá acrescentar a url para o artigo referenciado e o número de identificação DOI (Digital Object Identifiers), conforme exemplos abaixo:

MEWIS, I.; ULRICHS, CH. Action of amorphous diatomaceous earth against different stages of the stored product pests Tribolium confusum(Coleoptera: Tenebrionidae), Tenebrio molitor (Coleoptera: Tenebrionidae), Sitophilus granarius (Coleoptera: Curculionidae) and Plodia interpunctella (Lepidoptera: Pyralidae). Journal of Stored Product Research, Amsterdam (Cidade opcional), v.37, p.153-164, 2001. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/S0022-474X(00)00016-3>. Acesso em: 20 nov. 2008. doi: 10.1016/S0022-474X(00)00016-3.

PINTO JUNIOR, A.R. et al (Mais de 2 autores). Resposta de Sitophilus oryzae (L.), Cryptolestes ferrugineus (Stephens) e Oryzaephilus surinamensis (L.) a

(43)

diferentes concentrações de terra de diatomácea em trigo armazenado a granel. Ciência Rural , Santa Maria (Cidade opcional), v. 38, n. 8, p.2103-2108, nov. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782008000800002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 nov. 2008. doi: 10.1590/S0103-84782008000800002.

9.5. Resumos:

RIZZARDI, M.A.; MILGIORANÇA, M.E. Avaliação de cultivares do ensaio nacional de girassol, Passo Fundo, RS, 1991/92. In: JORNADA DE PESQUISA DA UFSM, 1., 1992, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria : Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, 1992. V.1. 420p. p.236.

9.6. Tese, dissertação:

COSTA, J.M.B. Estudo comparativo de algumas caracterísitcas digestivas entre bovinos (Charolês) e bubalinos (Jafarabad). 1986. 132f. Monografia/Dissertação/Tese

(Especialização/ Mestrado/Doutorado em Zootecnia) - Curso de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria.

9.7. Boletim:

ROGIK, F.A. Indústria da lactose. São Paulo : Departamento de Produção Animal, 1942. 20p. (Boletim Técnico, 20).

9.8. Informação verbal:

Identificada no próprio texto logo após a informação, através da expressão entre parênteses. Exemplo: ... são achados descritos por Vieira (1991 - Informe verbal). Ao final do texto, antes das Referências Bibliográficas, citar o endereço completo do autor (incluir E-mail), e/ou local, evento, data e tipo de apresentação na qual foi emitida a informação.

9.9. Documentos eletrônicos:

MATERA, J.M. Afecções cirúrgicas da coluna vertebral: análise sobre as possibilidades

do tratamento cirúrgico. São Paulo : Departamento de Cirurgia, FMVZ-USP, 1997. 1

CD.

GRIFON, D.M. Artroscopic diagnosis of elbow displasia. In: WORLD SMALL ANIMAL VETERINARY CONGRESS, 31., 2006, Prague, Czech Republic.Proceedings… Prague: WSAVA, 2006. p.630-636. Acessado em 12 fev. 2007. Online. Disponível em: http://www.ivis.org/proceedings/wsava/2006/lecture22/Griffon1.pdf?LA=1

UFRGS. Transgênicos. Zero Hora Digital, Porto Alegre, 23 mar. 2000. Especiais. Acessado em 23 mar. 2000. Online. Disponível em: http://www.zh.com.br/especial/index.htm

ONGPHIPHADHANAKUL, B. Prevention of postmenopausal bone loss by low and conventional doses of calcitriol or conjugated equine estrogen.Maturitas, (Ireland), v.34, n.2, p.179-184, Feb 15, 2000. Obtido via base de dados MEDLINE. 1994-2000. Acessado em 23 mar. 2000. Online. Disponível em: http://www. Medscape.com/server-java/MedlineSearchForm

(44)

MARCHIONATTI, A.; PIPPI, N.L. Análise comparativa entre duas técnicas de recuperação de úlcera de córnea não infectada em nível de estroma médio. In: SEMINARIO LATINOAMERICANO DE CIRURGIA VETERINÁRIA, 3., 1997, Corrientes, Argentina. Anais... Corrientes : Facultad de Ciencias Veterinarias - UNNE, 1997. Disquete. 1 disquete de 31/2. Para uso em PC.

10. Desenhos, gráficos e fotografias serão denominados figuras e terão o número de

ordem em algarismos arábicos. A revista não usa a denominação quadro. As figuras devem ser disponibilizadas individualmente por página. Os desenhos figuras e gráficos (com largura de no máximo 16cm) devem ser feitos em editor gráfico sempre em qualidade máxima com pelo menos 300 dpi em extensão .tiff. As tabelas devem conter a palavra tabela, seguida do número de ordem em algarismo arábico e não devem exceder uma lauda.

11. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos serão de inteira responsabilidade

do(s) autor(es).

12. Será obrigatório o cadastro de todos autores nos metadados de submissão. O

artigo não tramitará enquanto o referido item não for atendido. Excepcionalmente, mediante consulta prévia para a Comissão Editorial outro expediente poderá ser utilizado.

13. Lista de verificação (Checklist .doc, .pdf).

14. Os artigos serão publicados em ordem de aprovação.

15. Os artigos não aprovados serão arquivados havendo, no entanto, o encaminhamento de uma justificativa pelo indeferimento.

16. Em caso de dúvida, consultar artigos de fascículos já publicados antes de dirigir-se

(45)

I Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Rubião Júnior s/n, 18618-000, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: asborges@fmvz.unesp.br. *Autor para correspondência.

II Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Botucatu, SP, Brasil.

III Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande, MS, Brasil.

Potencial evocado auditivo de tronco encefálico em equinos

1 2

Brainstem auditory evoked potential in horses

3 4

Juliana Almeida Nogueira da GamaI Mariana Isa Poci PalumboIII Giovane OlivoI Nadia 5

Crosignani OutedaI Luiz Antônio de Lima ResendeII Alexandre Secorun BorgesI* 6

7

RESUMO

8

O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (BAEP-Brainstem Auditory Evoked 9

Potential) avalia a integridade das vias auditivas até o tronco encefálico.O objetivo da 10

pesquisa foi padronizar o uso do BAEP em 21 equinos sem aparente anormalidade auditiva. 11

Para isso, foram. Os animais foram sedados com cloridrato de detomidina (0,013 mg/kg de 12

PV). Foram utilizados cliques de rarefação a 90 dB e um ruído de mascaramento de 40 dB. 13

Foram identificadas as latências das ondas I, II, III, IV e V e dos interpicos I-III, III-V e I-V. 14

As médias das latências das ondas foram, onda I 2,4 ms; onda II 2,74 ms; onda III 3,61 ms; 15

onda IV 4,61 ms e onda V 5,49 ms. As médias das latências dos interpicos foram I-III 1,37 16

ms; III-V 1,88 ms e I-V 3,26 ms. Este é o primeiro estudo utilizando o BAEP em equinos no 17

Brasil e as latências observadas serão utilizadas como dados normativos para interpretação de 18

exames de cavalos com anormalidades auditivas ou neurológicas. 19

Palavras-chave: amplitude, cavalos, interpicos, latência, surdez. 20

ABSTRACT

21

The brainstem auditory evoked potential (BAEP-Brainstem Auditory Evoked Potential) 22

evaluates the integrity of the auditory pathways to the brain stem. The aim of this study was to 23

(46)

perform BAEP in 21 horses clinically normal horses were selected. The animals were sedated 1

with detomidine hydrochloride (0, 013 mg / kg BW). Rarefaction clicks at 90 dB, and a noise 2

masking of 40 dB, one at a time stimulated ear were used. After performing the test waves I, 3

II, III, IV and V and interpeak I-III, III-V and IV were identified. The mean latencies of the 4

waves were, wave I 2.4 ms; wave II 2.74 ms; wave III 3.61 ms; wave IV 4.61 ms and V 5.49 5

ms. The mean latencies of interpeaks were I-III 1.37 ms; III-V 1.88 ms and I-V 3.26 ms. This 6

is the first study using the BAEP in horses in Brazil and latencies will be used as normative 7

data for interpretation of tests performed in horses with changes with auditory or neurologic 8

abnormalities. 9

Keywords: horses, interpeaks, latency, waves. 10

INTRODUÇÃO

11

A audição é um dos principais meios para interação com o meio ambiente, sendo 12

importante para a sobrevivência e possibilitando a percepção de outros animais e de possíveis 13

predadores (Strain e Myers, 2006). 14

O potencial evocado auditivo de tronco encefálico (BAEP-Brainstem Auditory 15

Evoked Potential) é um teste objetivo que avalia a integridade da via auditiva. A interpretação 16

dos resultados auxilia o médico veterinário no diagnóstico de surdez e no estabelecimento da 17

gravidade da lesão na via auditiva (MAYHEW E WASHBOURNE, 1990; STRAIN, 1996). 18

Quando o exame é realizado em um animal normal podem ser encontrados até sete picos em 19

formato de onda. Os cinco primeiros picos são os mais importantes para a informação clínica, 20

e os picos I, III e V os mais fáceis de serem identificados em intensidades de 70 a 90 dB 21

(MAYHEW E WASHBOURNE, 1992). 22

Cada onda corresponde a uma região específica da neuroanatomia da via auditiva. As 23

ondas I, II, III, IV e V são provenientes do VIII par de nervo craniano ipsilateral, núcleo 24

coclear, ponte, lemnisco lateral e colículo caudal do mesencéfalo. As ondas VI e VII são 25

(47)

geradas no corpo geniculado medial do tálamo e nas radiações auditivas. Essas duas últimas 1

ondas nem sempre estão presente nos equinos (MAYHEW E WASHBOURNE, 1997). 2

O uso do BAEP para avaliar a função auditiva dos cavalos é estudada desde 1980 3

(MARSHALL, 1981, 1985). Além de equinos (ROLF et al., 1987; MAYHEW E 4

WASHBOURNE, 1997; MAYHEW, 2003; WILSON et al., 2011) esses estudos também já 5

foram realizados em humanos adulto e criança (JIANG et al., 1991), cães (HOLLIDAY E TE 6

SELLE, 1985, KAWASAKI E INADA, 1994; UZUKA et al., 1998; MURRELL et al., 2005; 7

WILSON E MILLS, 2005; PALUMBO et al., 2012) e bovinos (ARAI, 2008). 8

O objetivo deste trabalho foi padronizar o BAEP em equinos hígidos e caracterizar as 9

latências das ondas geradas em uma determinada intensidade de apresentação do estímulo 10

acústico em 21 equinos adultos. 11

12

MATERIAL E MÉTODOS

13

Para a realização dos exames de potencial evocado auditivo em equinos, foram 14

utilizados 21 animais, 13 machos e oito fêmeas, com idades entre 2 a 12 anos. A pesquisa foi 15

realizada no Laboratório de Eletroneurodiagnóstico do Departamento de Clínica Veterinária, 16

FMVZ, UNESP – Botucatu, e teve início após aprovação pelo Comitê de Ética (protocolo: 17

201/2012). Como critério de seleção dos animais, foi realizada otoscopia para certificar-se de 18

que o conduto auditivo e pavilhão interno apresentavam-se íntegros, sem qualquer alteração 19

que pudesse interferir no resultado do exame. 20

Foi realizado jejum sólido de 12 horas antes do procedimento. Os animais foram 21

sedados com cloridrato de detomidina, (0,013 mg/kg de PV) por via intravenosa. O exame 22

teve início 10 minutos após a sedação. Eletrodos de agulha foram inseridos no subcutâneo em 23

cada base da orelha (O1 e O2- eletrodos ativos), na região frontal (Fpz - eletrodo de 24

refêrencia) e sobre o vértice da cabeça (Cz - eletrodo terra) (fig., 1). Foram utilizados filtros 25

(48)

com banda passante de 200 a 3.000 Hz, sensibilidade de 2,5 µV/cm e varredura de 1 ms/cm. 1

Foram utilizados fones de inserção para a emissão dos estímulos sonoros. Foram utilizados 2

cliques de rarefação de com 2 ms de duração e intensidade de 90 dB na orelha testada e na 3

orelha contralateral, um ruído de mascaramento com intensidade de 40 dB. Em cada lado, 4

foram obtidas pelo menos duas séries de 500 promediações utilizando-se equipamento Viasys 5

Healthcare®, modelo Teca Synergy de 2 canais. 6

Em cada teste foram medidas as latências absolutas em milissegundos das ondas I, III 7

e V, bem como os intervalos I-III, III-V e I-V para cada lado. A obtenção dos valores permitiu 8

calcular e interpretar as médias e os desvios padrões das variáveis. Foram comparados (teste T 9

pareado) os valores obtidos dos lados direito e esquerdo e entre machos e fêmeas. 10

RESULTADOS

11

A figura 2 ilustra o potencial evocado auditivo obtido de um equino adulto. A tabela 1 12

representa os valores das médias, mínimo e máximo e desvios padrões das ondas I, II, III, IV 13

e V e interpicos I-III, IIII-V e I-V de 21 animais em uma intensidade de 90 dB. 14

Não houve diferença estatística quando foram comparados os valores de latência 15

obtidos do lado esquerdo e direito dos animais. Com exceção da onda III (P=0,0082), as 16

demais ondas e os interpicos não apresentaram diferença estatística significativa (P≥0,05) 17

quando os valores obtidos para machos e fêmeas foram comparados. 18

19

DISCUSSÃO

20

Apesar de não ter sido observado relatos do uso do BAEP em equinos no Brasil, o 21

exame tem sido utilizado para diferentes finalidades em outros países. Em 2008, ALEMAN et 22

al. (2008) utilizaram o BAEP para diagnóstico de surdez em cavalos com osteoartropatia do 23

tempohioídea (THO). ALEMAN et al. (2014a) identificaram deficiência auditiva em 57 24

equinos, após realizarem o BAEP em 76 animais. As causas mais comuns de alteração do 25

Referências

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