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Antropologia das populações ibéricas
Autor(es):
Cunha, A. Xavier da; Ara, Miguel Fusté
Publicado por:
Universidade de Coimbra. Instituto de Antropologia
URL
persistente:
URI:http://hdl.handle.net/10316.2/35195
Accessed :
16-Jun-2021 12:00:25
digitalis.uc.pt impactum.uc.pt
An
tropologia
.das Popul
acoes
Ihericas
(*) porALBEIlTO XAVIER DA CUNHA
(Faculdadode Cionciasda Universid adodeCoirnbra) e
(Faculd ade do Cioncias da Universidado do Barcelona)
Introdu~iio
Nao nos seria possivel dentro da Iirnitacao de esp ayo que nos e imposta, abranger,com igu a l desenv olv i men to edetalhe, todos os problemas relat iv os as populacoes ib eri cas desde as mais pri mitivas populacoe s pre-histo ricas ate as popula coes ac tuais. Decidimo-nos pOl'iss o, a fazer uma revis a o, necess a-riame nte breve, em que nos deti vessernos co m maior aten-ya O naqueles aspect os que nos parecera m de maior interesse e nos que tern sido obje cto de estudos maisrecen t es , trazeudo nov as contri buicoes ao esc la recimento de determinadas ques -toes.
Nao temos tambem a pr e ten sao de te l' efeetuado uma revi -sao compl eta da ex ten sa Bibliog r afia, mas cremos tel' abor
-dado alg nn s dos mais interessantes problemas referentes as popu lae oes peninsulares , permitindo-no s ajnizar do estado dos
BO S Sos conh ecime ntos e das nossas lacunas refe ren t es a certas
epocas ou a certos aspectos dos pr oble mas.
(*) Relat6rio apresentado h 2.- seceiio (Biologia ) do XXVI Congresso Luso-Espauhol para 0 Prog re sso das Oieu ci as(Porto, Junho de 1(62). .
-126 Contribuiciiespara 0 Estudoda AntropoloqiaPortuquesa
Os dados relatives it Antropol og ia prehistorica da Espa nha sao devidos ao relator DI' . J\IwuEL FUST1~ ; colabo rou tam-bern na parte referen t e as popul aco es espanholas actuais 0 Dr. JOSl:; PONS, cia Universidade de Barcelo na .
Nao foi clificil harmonizar 0 conjunto, dada a iden ti d a de de pontos de vista existente entre os rel a to r e s no que se refere a alguus proble mas de que se te rn ocn pa do e as estr e it as relacoes que des de alguns auos existem ent r e 0 Ins ti tu t o de Antropo Jog ia de Barcel o ua e 0 de Ooimb r a.
o
hom em do paleoIitico inferior e 0 hom em de Neandertal na PeninsulaDiz - no s l"h:~[)ES OORHlh, nos «POVOS Prim iti vos da Lu si -tania» (1024), ao da r-n o s a sintese dos povos do paleolitico in fe ri or em Portuga l «que
e
fora de duvi d a que 0 te rr itorio por t.ugue.s foi hahitado pelo homem paleolitico , 0 que e ates-tado pOl' viirios u teusili os de pedra la sc a d a». Provern esseseleme ntos arqueo ldgico s quer de estacoes de superficie, quer de estacoes de pro fu ndi d a d e . Mas aiud a hoje, volvidos qnase quar en t a ano s sabre a si ntes e de l\~E~ DES OOI{[ll~A, continua -mos a afirmar que n ad a se sabe sobre 0 tipo fisico do homem de s t e periodo em Portugal.
Eleme ntos aubropologicos escas~os conhecem-se d a gruta da Furnin h a ; um fragmento cle man d i bu la de cria nca (J. Fo x-'l'ES, 19I De 1916), encontrado ao Iad o de uma fauna de Ul'su.~ arctus, lfyaena striata, Felis cattus ferus, Rhinocerus mercki, etc. um coup de pain.'! chelense e outros instrumentos litico s mus-terienses .
Os restos humauo s ne an d e r t a le n se s sao os mais an t ig o s docume ntos antro polo g icos , de crono logia segura, conhecidos na Peninsula. 0 celebre crauio de Gibraltar e os outros re s -cos neande rta lenses da m esma est.acao sa o demasiadamen te con becido s para que neles se insists.
Outre acha do importante de restos neanclertalenses pen in-suIares
e
0 da mandibu la de Baiio Jas , real izado pOl' ALSIUS em 18 87, numa pedreira, sem vestigia algum, in d us t ri a l ou faunis t ic o, que permita a su a da taca o . OBEHlIUIER e HE R~AN DEZP ACHECO,
(l9~5)
'
atribuirame
s
'~e
'
exem pl ar ao horne m de:Antropoloqiasios Popular;oesIberieas 127
Neandertal, conclu sa o confirmada recentemente pOl' ALCOBI{ (1957 ), apos u ma delicad a tare fa de libert.acao da gan g a tra-vertini ca em que se achava incluid o e qu e perm it iu a obser va-yaO da face lingu al.
Estes achados neandertalenses mais antigos foram com-plet a d os posterio rmente pel os procedentes da Cova Negra de Jritiv a (Valencia) e da Cueva da la CarigileJa en Pifiar (G r a-na d a).
a
primei ro deles, estudado pOI'FUSTl~ (1953), foi des -coberto pelo P." VII\/ES em 1933 n a citada grata do vale de Albaida. Com os materiais e not.as dispersas do P." VrNEs po de JOIWA (1946) estabelecer urn esquema estratigrafico da jaz ida e atribn ir urn par iet a l humano que figura entre os ditos materiais a urn niv el com in d us t r ia musterien se e restos de Dicerorhi n us mercki, Hesperoloeodon. antiquu«, Equue caballus, Sus scrofa, Cerous elaphus e Felis parr/us.a
interesse desta peyl' esta nao so n a sua concor danciacom 0 ambiente cultural e faunistico que 0 acompanhava,
como ta mbern permite atestar, sem sombra de duvidas, a
presen9a em Espanha do tipo neandertalense «classico» repre-sentado pelos restos de Spy, La Chapelle-aux-Saints, Monte
Circeo, La Ferrassie, etc. A avribuicno deste exemplar ao
homem de N eandertal foi confirmada posteriormente pelo
estudo da molc1agem intracraniana realizada pOI'FUSTI~ (1958). Se admitirmos a opiniao de SERGI que reune os exemplares de Gibraltar e de Sacco pasto re dsntro de um a mesma varie-dade mediterrauea do Ilomo neaiulertalensis, ficaria demons-trada a existencia 11a Peninsula Iberica, como acontece na italiana, de du as varierlades da dita forma fossil.
a
achado mais rece nte do ho me m de Neandertal em Espa -nhae
0 efect.uado pelo arqueologo su ico SPAwn, na gruta deCarigiiela, anteriorrneute citadel. Nela recon h eceu um a espes -sura de 5 metros de niveis musteriense s nos quais recolheu, a diferentes profundidades, d oi s fragm entos de parietal de adulto e urn frontal juvenil quase completo.
Nao obstante tratar-se de urn exemplarjovem, no qu al, par consegu in te , as car-aote r istic as raci a is estjio incompl et am en t e plasmadas, po de com pr ov ar 0 Dr. GARCIA SAN'CHEZ (1960) a
sua atribuicao ao hornem de Neandertal, ao qual de viam
pertencer tam bern os dois fragmelltos de parietal anterior-men t e indicados.
a
estudo do molde in t r acr a nian o do fron-128 Contribuit;oe6 para 0 Estudoda Antropologia Portuquesa
tal, realizado pOl' FusTI~ (1956 ), confirmou plen amente 0
dia-gn6s tic o estabelecido para a peya 6ssea.
Em Portugal s6 muit o recentem ente foram reconhecidos algu n s restos humano s qu e podem ser atributdos ao homem mu steri eus e, Forum os inv esti g a dor e s dos Servi ces Geolo gi -cos de Por t ug a l, Doutor
G.
ZBY SZEWSKI, Dr. CAltIARA'I'E FRAXQAe eng. O. VEIGA FERREIRA que nos der am a con he ce r tais e
le-mentos , dos arredo res de Li sbo a .
Foi ex plo rad a a gruta das Sale ma s (Pon te da Lou sa) , ao
lado da pedre ira do mesmo nome , que deu osseguin t es niveis
(elemen to s inodi t os , segu n do com un icac a o dos au t or es): I - Nivel neolitico com abun da n t e mat e ri al e re sto s hum
a-nos; II - Nivel do Sol utrense superior co m pointes
c
t
cr'an epontas pedunouladas do tipo iberi ca;
III -
Nive l perigorden secom falsa pointe
a
cI'an e uma ponta de zaga ia feita Bu m ossapeniano de UTSUS; IV - Urn nivel , au mai s , do paleoli tic o medic com fauna muit osemel hante
a
de LaChapelle-aux-Saintse um dente de leite, identi fica d o como pertence nd o possl vel-mente a urn neandertal6 ide . Aguardamos com grandeinteresse
a publicacao pormenorizadadestestra b alhos que nos vern revela r os primeiros restos seguros do bomem de Neandertalentre nos. 'I'o dos estes achados neandertale nse s que acabamos de citar situam-se nas costas oriental e meridiona l da Peninsula e, a confirma r-se 0 achado dos arredores de Lisboa, tam bern na ocidental. A extensao da industria musteriense no Centro e ao longo da Costa Cantabrica, permite-no sesperar um a amplia
-vao futura da area de dispersao dos achado s neandertalenses
peninsulares.
Paleolitico superior. 0
HOMO SAPIENS
FOSSILIS
na Peninsula
Ao auri g n ucen se ha que atribuir uma calote muito incom -pleta procedente da grnta de Ca ma rg o (Santander) descoberta pelo P." SIERRA em 1908. De pequenas dimensoes, dolico-morfa e provavelmento feminina, pertenceu indubitavelmente a urn representante do llama sapiens.
Diversos aubores indicaram a sua maier semelhanya com
Antropoloqia das Populaqiie«Ibericae 129
Cr o-M ag uc n , mas dado 0 sen defeituoso estado de couservacao nao pode haver maior precisao sobre a tipologia deste exem -plar, actualmen te desaparec ido.
'I'ambern nao nos fornecem dados de interesse varies fra -gmentos cranianos e uma m andibula infantil descoberta pOl' OBERMAIER no aurignacense medic da gruta del Cas tillo,
Mai er import ttn cia deve ser conced ida ao achado mais recente efe c t uado po r SPA H ~\I na gru ta da Oar ig iie la en Pinal' (Granada ), a mesma estaca o que pro po roioriou os res t os nean -dert.alen se s a qu e atras alud imos . Nu m nivel sup erio r , com indust.ri a au r iguacense, fortemen te influenci a d a pOI' perdu ra-yo e s musterienses, apareceu urn peqneno fr a g mento de pari etal e uma mandibulabastantecompleta de urn indivi duomasculino adulto. Seg u n d o GARCIA SANCHEZ (1960) que se ocu pou do sen estud o , dev e tel' pertencido indubi t a v elmen te ao IIomo
sapiens , visto que assi m 0 parecem ind ica r todos os sens ca r uc -teres mais imp o rtante s (p re senya do men t o bern desenvolv ido, forma da haste, morfo logia das peyas den tarias, et c.), Seg un do a opin iao do mesmo autor, ap resenr.ar iu ma iores seme lbauca s com os exemplares de Pred mo st., Obercassel e Combe-Ca pelle que corn as formas cro m a guoides upica s, 0 que coiucid i r ia,
com 0 que atras se diss e a proposi t o da calo te de Oamnrgo. Na me sm a gmt-a e n u m es t rat.o sit ua d o pOl' baixo do an te rio r-men t e in d ic ad o ma s com ideu t ico meio fuuuis tico e cult.ural, ap.ueceu uma tibia atribuida igualmen t.e ao llama sapiens pOI' GAHCIA SANCHEZ.
Do solutre nse possui mos urn elemento mais com pleto 'e inturussaute, pois que a esre periodo perbeuce 0 crauio ach ado pOl' PIWICO'l' em 1£);)0 na grllta de Par p a ll 6, entre os uiveis proto solut rense e solut reuse desta impo rt a n t e jazi da . Foi recoliJido em fragrn entos multiples e re c ons trui do pelos Drs. AltANZA IH EIALco13t£, tendo sido estudado por este ultimo (19-12). Nao obstante trata r-se de urn exemplar juvenil, nele se observam os p rincipais caraeteres do tipo de Cro-Magnou. Ao epigravetiense pertencem dois restos interessantes pro -cedentes das excav acoes realizadas pOl' Peurcor na grllta do Barra u c Blan c, em R6tova perto de Gan d ia . Nesta estaeao apa receu em 1951 urn frontal muito robusto pertencente a urn individuo ma sc u li no e no qual ALCom~ (1953) assina lo u, ba s e a n d o- se em alg u ns detalhes da configuracao do s aroos
-
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,
-130 Contribuietes-para oEstudoda Antropoloqia Portuquesa
su p erc ilia re s, maiores analogias com os cro-magnons norte --afr icanos do tipo de Mechta-Afalou, do que com os seus co n- -generes europe u s. Este diagn6stico e interes sante, porquant o se relacion a com 0 deb atido prob le m a da s relacoes en t re a Peninsula Iberica eoNor t e de
.
A
frica durante 0 Pale oHtico.Mas, como 0 mesmo au to r faz not a l" 0 argumen t o ant ro polo-gico que em favor das mes ma s oferece 0 estudo deste frontal
e not or iameute insuficiente para ufirm aIas, sem m ais, de memento.
Da mesma estacao de Ba n-a n o Blanc proce dem vari e s r es-tos ig u a lm en t e ep igravetie nses, dos quais se po de reconst ruir urn cr auio juvenil, algo defor m a d o pela pressao da terra. Dolicomorfo e com notavel espessura dos ossos da calote, oferece esta urn contorno ovoide mais sem el b a nte ao da raca mediterran ea do que ao do tipo Cro -Magnon , enquanto que pelo coutrario, it face e ~ipicamente cro m ag ni form e .
A prese nca do tipo do Cro-Maguon na zona cantabrica
e
comprova.da pelo achado de dois frontais descobertos pOl' OIll<;HMAIER no niv el magdalen iense mais profunda da grnta del Castillo, ambos desaparecidos actualmeute.Nas excavacocs realizadas pOl' ARA~ZADI e BAHANOI ,\RAN na gruta de Urtiaga (Guipuzcoa) exu mou-se urn cranio que 11a opiniao do segundo dos citados auto res (BAltANJ)IAHA~), pode atribuir-se com cert.o grau de probabilidade ao magda -leniense final. Segundo 0 mesmo autor este exemplar apre -senta grande numero de caracteres que a aproximam do tipo Cro-Magn on , se bern qu e pOl' alguns caracteres se possa vel' nele urn precursor do tipo pirenaicoocidental.
Citarernos ainda os rest.os magdalenienses, alguns molares nas gru tas de Co balejos e Morin, assirn com o 0 de diverso s
fragmentos na «Bora Gran d'En Carreras» de SerilH\,(Geron a). Para conoluir a Iist.a dos achados do Pal eolitico su perior no ambito peninsular, citarernos agora, de Portugal, os frag-mentes osseos das excavacoes dos ja me n ci o na d os invest iga-dores da Comissao d os Sen'iyos Geol6gico s que fo ram encon -tra d os na Ped rei ra das Sale ma s (Pon t e da Lousa) ao lado da gru t a do mesm o no me, tambern ja referida. Na pedreira for am identificados os niveis segnintes: 1 -Povoado neolitico,
a
,
superficie, com fundos de cabana e resto s humanos desta epoca; II - Nivel vermelho com iudustrias do Paleo lttico
Anirop oloqia das Pop ulut;oesIberi eas 13t:
su per i or e com urn fragmento de mandibul a com cinco den t e s e fra gm entos de ossos longos ; III - N iv el do Paleo li t ico media co m a fau n a segu inte: fragmentos de ossos de urn elefaute,
Bos, Ursus arcius ,IIyaena spaelea, Cercus elaphu s, etc,
Presc ind imos de citar outros restos de cronologia duvidosa que, do mesmo modo que as acabados de in di car , nao acres -centam nenhum dado novo de intere ss e para 0 conhec im e nto da tip o logi a dos homens a que perten cer am .
Pera istenc ia de For mas paleoliticas
A pe rs i st e ucia de alg umas formas paleolfticas em op oca s mais recentes reconhece-s e em varias estaco es es pa n h olas
(F u STl~, 1954). Sao varios , com efe ito , os acha dos neene
o-liticos nos quais apare ceram ju n to s com 0 tipo mediterran e o predominante, alguns exemplares com car acte re s crornagno i-des bem pat entes .
A ampla di fu sao dest.es cromaguoi de s post- pa leo lit icos permite supor qua e gen eralizada devi a se r a d os seus an te -cessores, melho r do que os escass o s res tos que deles dispo-· mos. Acrescentemo s pOl' u lti mo que ai uda hoj e podem os observer cro ma g n6 i de s tipico s entr e os act uais hab itantes do Pais Basc o Navarro.
De maior interesse pOl' ser meno s co nhec ida,
e
a. pers is -tencia do tipo aurignacens e de Com be-Capel te . Urn magni -fico exe m plar desta forma foi re c on heci cl o nu rn cra nio pr oce -dente da esta yao de Eret.a del Pedre gal (Nava.n-es, Vale ncia ). par Fusnt (\ 9;)4).Est e exempla r oferece grandes analog ias com a pro pri o indivi d u o paleolitico de Combe-Oup r-llo, assim co m o out ros , tambern pal eol iti co s, sao igualmen t,e at.ribui d o s a esta forma fossil. Cada vez vfio sen do mai s numerosas as per sist eu cia s co u he cidas do cita d o tipo de Comb eCape lle , tanto em paise's mediterraneos co mo do Proximo Or ie nt e , 0 que vern em a.poi
o-da hipo t.e se que ve nest. a forma (que se relaciona com os
cham ad o s hom en s do loess ou crom agndides orientais) e nao na de Cro-Maguon , a orig em da ra yil me d i te rr a rie a . FUSTli:.
observou recentem ente no Museu de Pegli (Italia) indicios de
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-132 Contr iouil}aespar a 0 Estudo do Antropoloqia Portuquesa
-C andid e , n a qual, num estr ato do au r ig na ce nse supe rio r ap a ·
receu um esq ueleto jov em, atribuido pOl' SERG I ao tipo de
Combe-Capelle (SERGI, 1£)50).
Como mais adiante indica re mos, podem tam bem atr ib ui r-s e
a persiste uci a s paleoliticas alg uns exem plares pro cedente s de -in u macoe s em sepulturas de cova, de difere n t e s estaeoes da reg ia o ca bala. Pode pelo contrario , excluir-se de manei ra
decisiva, a atribu icao a persistencias neandertal6 ides que algu n s autor es qu ise r a m ve l' no era uio eneolitico de Alcolea .(Co rd o ba) e em alg un s exemplares procedeutes de EI Argar.
As populacoes mesoliticas
Os acha do s ant ro p ol 6gicos seguros do Mesolrti co na Penin -sula sao os de Muge, no va l e do 'I'ejo e as de S. Rornao do .S ud o, no va le do Sado , em Portuga! ; e em Espanha do is
era-nios de Urt iaga (Itaiar, Gui pu z c oa) aitu a dos imed iat.ameute pOl'
-oi m a do nivel'q ue forriece u 0 suposto cra n ia magdaleniense a qu e anterio r me u te nos referimos. Com respei to
a
tipol ogia destes dois exe mp la res az ilie nses , afir m o u t'lx r.ualmente AI{A~ ZADI que «conc o r d am mais com os craui os bascos actuais doque com 0 tipo de Cro -Mag no n e que correspoud ern, n a re ali -dade, ao tipo pir en ai c o ». Fic a as s im demonstrada a pres eu ya remota do ti po somat.ico pireu a ico-ocideutal no Pais Basco ·q u e juntamente com 0 resto do liter al caut abro-asturo-g alaico ,
deve tel' ficado prova velm ent o
a
margem da iufluen cia do-mundo mediterraneo que supoe a presenya da s gentes de Muge.
E
sem duvida in teres s a n t e a viuc u lacao com a cu lturaaziliense destes primeiros rep rese ntantes do tipo pi ren ai co--ocidental, para 0 qual nenh u ma rel ac ao som at ica com povos extra pireua icos se po de assina lar com cer te za ate es t. a data. .S e tal associacao se repetiss e noutras estacoes, be rn pod eria
conatituir urn dos nao muito abu ndante s exemplo s de estreiba
relacao entre ra c a e cultura que nos faria pens ar na probabi
-lidad e de uma orig e m local pire.naica do citado tipo a partir de alguma for ma do Pal eolitico su per ior . 0 isolamento a que
de via m tel' ficado subme ti da s as reduzid as comunidades
Anlropologia das Populaeiies lber icas 133:
de secura nos fins da apoca mag dal eniense (CEHDA, 1958)pod e desempenhar urn papel imp or t ante par a a aotuaca o de fact o-res biol6gi cos que poderi am explicar a citada derivacao do
-tipo pirenaico ocidental .
Das esta coes portuguesas apenas esta estudada a de Muge.
Os conchei ros de Muge, foram descobertos em 1863 por CA Il.-LOS RIB~;IRO, Director da Comissao dos Services Geologicos.
Separados uu s dos outros pOl' poucos quil6metros, numa e
nout r a margem da ribeira de Muge, situam-se os tres prin
-cipais «concheiros e: Mcita do Sebast.iao, Amoreira e Cabeco
d' Arruda. Das primeiras excavacoes real izadaspor CARLOS
R1J3EIHO em 1880 , cujos resultados foram publicados em 1881,
reu ni rarn-se 120 asqueletos. Em 1884 e 1885 PAULA e OLI'
VEIRA efectu ou novas excavacoes e mais 52 esqueletos foram
exumados das duas citadas estacoes. PAULA e OLIVEIRA nota
que a proporcao de cri ancas era cousideravel, 56,5% e que
os esqueleto s femininos sao duas vezes mais abundantes do
que os masculinos.
Entre 1952 e 1954 novas excav acoes foram efectuadas pelo
Abbe JE,\XRocns na jazida da Moit.a de Sebastiao. Nas suas
meticulosas excavacoes, recolh eu numerosos eleme ntos das
indust rias, estudou restos de habitacoes e, de numerosas
sepulturas, ex umo u 34 esquele t os. Poi est u da da a fauna
quer de Inverteb r ados (Molu sc os e Crustaceos) quel' de
Ver-tebr ad os (Poixe s, Aves e Mamifercs). Entre os Mamiferos
encontraram-se restos de Bas primiqenius, Cercus elaphue, Ce
r-VllS capraeolus, Felis pardiua , hoje desaparecidos. As condicoes
climriticas da ep oca nao deveriam tel' grandes difereuyas em
rel aca o as actuais.
A determinacao da idade absoluta da jazida, na sua parte
central, correspondente it ocupacao mais antiga, efectuada em
Saclay pelo metodo do C14 , deu como resultado 7.350
±
300anos (ROCllE, 1957).
o
estudo antropol6gico dos esqueletos de Muge, das pri-meira s excavacoes, foi efectuado parbicularmeu te pOI' MENDES
CORREA (1917, 1919) e mais tarde ainda pOI' VALLOIS (1930).
Os esqueletos das recen t es excav acoes de J. ROCHE nne foram
ainda estudados.
MENDES CORREA atribui 0 hornem de Muge, na sua mai
o-ria, a uma nova especie, 0 Homo afel' taqanus com
--134 Contr£bui90e6'para 0'Estudoda Anti'opologia'Portuquesa
cas que 0 ap roximavam das r ac as africa nas. Isto estava de
acordo com as ideias dos arqueologos que baseando-se na
abuu d a ncia de microlitos georr-etricos em Muge e na sua
se melh a nca morfol ogica com os microlitos das estac;6es do
leste do Maghreb atribuirarn uma origem norte-africana ao
Mesolrt ico (Epipaleol itico):de Muge.
Para MI<;~DES COIUU':A os conch eiros de Mage perten cem
ao capsiense final e ta rde no isie ns e. Os arqueologos cria ra m me sm o a desiguacao de cap so-ta rd enoisien se. OBERMAIER (1934) pen s a va que em Mag e se dever ia enco ntrar 0 cap s ie nse na sua pure z a or ig i na!.
Mas 0 Abbe I3IUlU II" perante a raridade de alguns ele men
-tos tipicos das tecni cas capsiense e azilie nse, pensa que a or
i-ge m da cult ur a de Mug e dev e SO l' procurada na evolu cao do
Paleolitico supe r ior do Sui da Penin sul a Iberica.
Seg u n d o 'MI<;N DI':S CO({I{lh enco ntra m-se em Mug e dois tip os dis t int os,
Urn ,
0 tip o domina nte , dolicocMal o , que ele deno-min ou llama afe r taqa n us «nao 6 nem neand er tali anv, nem
cro m agnoid e , nem da raca de Ch an ce Ja de , n ern do tipo de
Baumes-Chaudes, nem ide ritico ao medii errtuieo ou ao tipo
me dia po r tu gu 6s act ua l», segu ndo palav ras text ua is do auto r .
Seria de paqu en a estat u ra (ce rca de 1,60 m) dolic ocefalo, hi psis-tenocefa lo (crani o elevado e estre ito), de fraca capacida d e crani a n aj face long a, har mo nica , algo prognata e com meso --pla t ir ri n ia .
o
seu autor apo n t a-Ihe ca r acte re s negroid es (mesu ·platir-rinia, prognati smo , etc .), caractere s aust raloides (al em dos ante r iores , fraca capa ci d ud e cran iana , in dice ante-braqui al alto, etc.) e a estatura baixa que 0 aprox imaria dos pigmeus africa nos . Ter ia m , poi s , ca rac t ere s arcai cos , negroi des eaus -traloide s e seria m rep rese nta n te s muito antigos do Homomed ite rr a ne us com traces et io picos e de nenhum modo descen -dent e s do Cr o-l\I ag no n.
o
segun d o tipo, 0 do s bra quicefal os, em minoria nos con-chei ro s est u d a do s , cons iderou -o s MENDES CORHE A do tip o deOfnet e de outras estacces eu r o pe ias , pertencentes ao II01110 alpinus,
U
rn
dos crauios teria ca ract eres mongo lo ides .VALLOIS (1930) estudou a totalidade dos esquele tos de
Antropoloqia das.P{)pula~;;es lberica s 135;
8 presenya de dois tipos. Urn, 0 d os dolicocefalos, 0 mais numeroso, com capaci dad e craniana media, ab6 ba d a ele v a d a , face de com p rime nto mod erad o , menos harmoni os a com 0
cra n io do qllf' se julgava, nariz de lar gura media e pOl' vezes .urn progna tismo subn as al mais ou me no s acent u a do; 0 mente
e
bern des en vo! vi d o. Um certo munero de caracteres lembra a gra nde rac a de Uro-Mag no n , mais especia lmen t e 0 ti po deCom be-Ca pelle e o s Cro-ilIa g no u orie ntais. Outros caracte r e s
a prox im am-nos dos act ua is Medi terra u s os.
Ao outr o grupo, os braquicefal os de lHE}/DES CORH l~A, atr
i-bu i VALLOIS mes oc efalia; a form a aparen t ement e braq uicefala teria resultado de grande~ defor maooe s post-mortem que ex pli -ca m aquela aparencia. Para VALLOIS nao sao mais do que nm a variante do s verdad eiros dolicoc efalo s,
Dos conc h eiros do Vale do Sad o fa lt a m-n os ain da
quais-que r ele me n t os:quer arqueol 6gi cos quer ant ropo l6gicos. gst ao
sendo ex p lora do s neste rnom ent o pel o Professor 1\1. HELE}/O mas nada foi aiu d a publicado. Sabemo s apenas que 0 esp 6-lio antro po l6g ic o
e
abu nd a nte e em born estado de conserva-ca o . 0 sell es tu d o e a co rnparacao com os res t os de Muge permiti r - nos - a urn conhecimento m ais completo so bre os
home ns mesoli t icos do ocidente da Penlusu la.
o
prob lema tern gra n de intere ss e pois 0 seu es tn do rela-ciona d o com 0 d as popu lacoes mes oli ti c as do norte de Africa
po d era confirm ar a hipotese de que os homen s do i\Iesolitico po rtug ue s poss am con stit uir urn est adio final de uma vaga migradora vi nda do Pr6ximo Orie nte e que ap6s urna la rg a mig rayao pOI' t.odo 0 co ntoruo da bacia do Medit er ra ueo teria
tido 0 seu termo em Ma r rocos e ern Portugal diante da ba r-reira, en t no intrausp oulvel, do Atlautico (F'ElmMIlAcH, 1960).
Ou se, de pre feren ci a, os deve m os cons iderar de origem local a par tir de alguma forma do Pal e oli ti co supe r io r .
Eneolitico. Populagdes eneoliticas do Levante
Muito m ai s abundante s sao os ducumento s osteo l6gicos
qu e possuimos pat'a 0 intervalo que med ei a ent re 0 l\J esoli-tico e a Protohist6ria e que permitem, em geral, urn melhor con hecime n t o da tipologi a das po pulacoes hum auas e
stabele-136 Contr ibuieiiespara 0 Estudo da Antropologia Portuguesa
cidas no solo peninsular durante os milenios que separam ambos os period os,
Iuiciaremos a analise atendendo, em primeiro lugar, aos restos proced entes de ntimerosas grutas sepulcrais da regiao levan tin a, preferen ci a que obedece ao elevado numero de exempl ares acessive is para 0 estud o pois que ultrapas sam a
cent en a os que con st.it ue m a magnifi ca colecca o do S. 1. P.
de Valencia (FuSTI~, 1957). Esta oirc u nstaucia permite uma
visao de conjunto que su pomos val ida para uma gran de par t e do es p a yo pen insula r.
o
elemento so rna tioo predo m iuante na popul acao refe ridae
0 tipo medit err an eo gl'clcil que ain da ag o ra , na actua lidade ,consti tui 0 ele mento mai s impor t ante dent ro do eom p le x o
racia l peninsu lar. l~ caracterizado pela sua modesta estatnr a
e gracilidade geral do es quelet o , dolico mesocefalia , contorno ovoids do cr a uio em norma superior, abribada media namente alta, fac e media com orbitas gran des e ar re dond ad a s e nariz
alon g a d o . Ao lado deste tipo aparece tambem ou tro muito
difu ndid o e denominad0 euroafricano pOl' alg un s auteres,
desig n aca o pou co feliz e que melhor seria substitu ir pel a de tipo mediterraneo robusto, em oposic ao ao an ter io r , do qu a l diter e , principalment e, pela sua es tat u r a mai s ele va da e pela sua m aior robustez ; e ta m be rn mais dolicc cefal o e a sua ab o-bada mais elev a d a.
Est a vari ed ade 1'0bust.a da raya medite rrauea a pareee j un
-tamente com 0 tipo medite rra.neo gnicil e ate predomina n do
sobre es ta, a principio, na ma iori a das es baeoes do Proxim o
Orien te ante r iores a ldade dos Metals , assim como tambern em muitas populacoes pre-h istoricas medit e rr a n ea s e ao que
pareee, tarnbem na Europa Centra l, onde dvveria m tel' che
-gada ambos conj unta me n te , subindo a baci a do Duuuhio, Este elemento oferece pa vticular semelh an ya co m alguns ca p-siensea ncrte-af rica nos nao pertence u t es ao tipo de Mech t a e que foram classificados de proto mediterran eos , A sua pers is -teucia n a actual popu laeao da provincia de Alicante foi ass i-nalada pOl' ALCOBE(193G) enqua nto que l\IE:"DES CORREA(Hl33)
as sinala a sua pres enya em Portugal nas provincias da Beira e de 'I'ras-os-Moutes .
Ambos os tipos constitu e m conjuntam e nte pelo meno s 70% da pcp ulacao le van tin a est ud ada, co rr esp ondendo 0 res t o as
Antr op oloqia das Populaedes Ibericas 137
per sis te ncias de tipos paleoliticos anteriormente indicados e a urn reduzi d o mimer o de formas braquicefalas as quais nos referiremos mai s adiante.
As com paracoes efectuadas com outras populacces p
re--histcricas do Ocidente, Centro e do SuI da Peninsula, pe
rmi-tern afirmar a existencia de uma grande uniformidad e racial
na Peninsula durante 0 Eneolitico e a Idade do Bro nze, excep-tuando a zona cantabro-asturo-gal aica e algnmas regioes pire-nai cas que pela sua maier proporc ao de braquicefalos pa re cem
acusar, segundo veremos, a sua rela eao co m 0 foco de br
aqui-cefalia centroeuropeu.
De interesse especial for am os resultados obtidos na citada populacao levantina com as m ais on menos contemporaneas de outros paises meditsrraneos e do Proximo Oriente, pois permitiram comprovar a consi deravel semelhanca racial d as mesmas.
Estas analogias raciais tem indubitavelmente relacao com a presenya no Levante espanhol de numerosos elementos que patenteiam a sua vinculacao cultural com 0 Egipto e 0 Pro-ximo Oriente. POl' isso e muito verosimil que tais coutactos culturais significassem bambem a aportacao de populacoes humanas.
Durante os cornecos da Idade do Bronze, e ate talvez antes, ficou par conseguinte constitnido nos seus gran des traces 0 actual complexo racial da Peninsula Iberica. Os novos ele
-mentos que ulteriormente se integram no mesmo, como 0 alpino e 0 nordico, chegados com as invasoes cel ticas e ger-manicas e 0 oriental com as sarracenos, so local mente logra -ram m odifica-Io de maneira substancial.
Feuomeuos culturais comoaiberiz acao e a romanisacao nao parecem ter exercido influeucia apreciavel sobre 0 complexo racial peninsular. Quaisquer elementos humanos a eles liga-dos deveriam pertencer ao mesmo complexo
ja
existente e se entre eles figuravam elementos estranhos - 0 que nao e pro-vavel com os Iberos mas e-o com os Romanos - 0 seu mimero deveria ser tao escasso que a influencia biol6gica que tais ele-mentos poderiam tel' exercido resultou inapreciavel.
138 Contribuiciies para 0 Estudo da Antropoloqia Portuquesa
o
elemento armenolde no Levante espanhol e 0 problema dos povos do va so campaniform eA presenya do elemento arrneuoi de na zona levantina, se bern que com caracter esporadico, veio confirmar a ex istencia
dos contactos com 0 Proximo Oriente a que anteriormente alu dimos. Este tipo racial aparece bern caracterizado na ostaeao da Covacha de la ladera del Castillo em Chivs (Valencia) (FUS'I'E, 1956 e 1957).
Entre os restos ali exumado s aparecel1, juntamente com
alguns oranios dolicocefaJos de tipo me diterraneo, um ex
em-plar marcadamente braquicefalo, atribuivel par varies dos
seus caracte res (braq uieefalia aeon tuad a, contorn0 esfeno ide da norma superior, occipital achatado, abobo da alta, OBSOS nasais muito proeminentes evidenciando a saliencia do nariz)
a
raca arm enoi de ou se se quiser, ao complexo racial dina-rico-armenoide ja que a diferenciacao entre dinaricos e arme-noides oferece difiouldades, por vezes mesrno no vivo.
Este elemento racial, presente em outras duas jazidas levantinas (Monte de la Bar sella, em Torremanzauas, e Cueva de la Pastora, em Alcoy), assim como tambem em varias e
sta-yoes das Baleares, desde a idade do Bronze ate
a
epoca romana, tem sido citado de muitas jazidas pre-histcricas ao longo da costa mediterranea: Grecia, Egipto, Chip re, Norte de ..Africa, Italia continental, Sicilia , Sardenha e costa fra ncesado Mediterraueo. Em todos estes casos aparece este e
le-mento com caracter de intrusao es poradica no seio de urn substrate dolicocefa!o mediterraueo mais antigo, 0 que sugere a chegada do mesmo pOl' via maritima, procedente do Pro
-ximo Oriente, trazido pOI' algum povo marinheiro (prosp
ec-tores de PEAKE).
Desconhecemos, porem, actualmente, 0 lugar de dife ren-ciacao e origem destes armenoi des, pois se bem que tivessem
sido encontrados ja em sepulturas da IV dinastia de Kish, na Mesopotamia (2.500 anos A.C.), segundo trabalhos mais recen
-tes, os armenoides for am sempre excepcao em todo 0 Prox im o Orie nte anLeriormente ao 1.0
mile nio A. C., conbraria men t s
a
hipotese de vo n L US CH AN que sup u nha ter em sido braquicefa
Antropoloqia das Populaetes Ibericas 139
E
de suspei ta r a pos sl vel rel acilo entre estes bra q u icefal o s planoccipitais e OB elementos «dinaricos: que se expand i ramna Europa Central coincidindo com a difusao da ce ramic a campaniforme, dada a estreita semalh anea entre ambos os
tip os, os quais sao considerados, quando muito, como forrnas diferentes de uma mesma raya.
Esta relacao tern para nos especial interesse , poi-que GER -HARD (1953) emitiu uma hipo tese, a proposito da tipologia clos povos que se supoe terem levado a culbura do vaso campan i-forme para 0 resto da Europa, partiudo de Espanha, hipotese
essa que estudos realizados em Espanha e Portugal nos levam a rejeitar.
Com base nas antigas ideias de SCHLIZ, insistiu-se durante muito tempo na uniformidade racial dos povos do vasa cam-paniforme n a Europa Central, assimilando-os ao tipo dinaric o, tambern braquicefalo e planoccipital. Trabalhos mais recentes de SCHIIDllnsE~ (1939) e BREITIXGER (1940) em series, 0
pri-meiro da Boernia e Moravia e a segundo, da Baviera, ver ifi-car am a existencia de pelo menos dois ti pos. GERH.A.RD (1953) demonstrou tambern que se bern que se verifique certa rela-~ao entre 0 tipo dinarico e as jazidas com cerarnica
campani-forme, nao existe, pelo contrario, a pretendida uniformidade
racia l que a pr in ci pi o se su pusera. N as esbaefies do Centro da Europa, com ceramics cam paniforme, conseguira dis tin
-guir, junto com 0 tipo dinarioo predomiaante, tipos alpines, nordicos e tambem, ainda que em menor percentagem, medi-terraueos (dolicomorfos graceis). Deste modo ele acentuou a diversidade e nao unidade da estrutura racica dos «campani-formes».
Supoe GERHARD que devia tel' sid o 0 tipo dinarico 0 que
lev o u para a Europa Central e partindo de Espanha, 0 movi
-mento cu lt u r a l do vasa campaniforme, baseaudo-se para issa na preseuya ocasional de alguns cra uios braquic efalos em esta-voes espanholas da dits culture. Concretamente refe re osacha -dos de Ciempozuelos e de Cerro del Tomillo em Espanha e ainda, citando BOSCH-GDIPEIL\ (1924), menciona a sua ocor -rencia nas po pulaeoes campaniformes portuguesas.
Mas tanto quanto 0 perm ite m julgar os antigos trabalh os
de AN'r6 x
y
DESELAERS e ao ti p o alpi no e nao ao dinari co ao qual dev eriam ser atribuidos os restos de Cie m p oz u elos,fra-140 Can tr ibuici es para 0 Estudo da An/ropolouia Partuquesa
camente braqu ice fa los; nenhum deles apresenta 0
aplana-mento caracteriat ico na regiao occip ital. 0 iinico exemplar
qu e parece planoccipital
e
0 procedente do Cerro del Tornillo,mas es t e nem sequer a braquicefalo, mas sim mesocefalo, nos
limites com a dolicocefalia; pOl' outro lado e a ajuizar pela
fotografia, existem boas razfies para su p o r que 0 citado car a c
-tel' resulta de uma defeituo s a reconstrucao,
'I'ambern nao pode conside r ar- se como argumen to valido, a presenya de ele mentos braquicefal os na Oautabria enaGaliz a, igualment e aduz ido pelo citad o aut o r alem a o em apoio da sua hipotese, ja que a presenya de tais braquicefalos po de igual -mente interpretar-se e alias com maior fundamento, como expoente de relacoes com paises ablanbicos, especialmente com a Bretanha e Ilhas Britanicas e com 0 foco de bra qu
i-eefaliaacao da Europa Central, atraves dos Pirineus , Assim ,
pOl' exemplo, nos restos proeedentes de Solsona a que adiante nos referiremos, observa-se elaramente uma intrusao de ele.
mentos braquicefalos ulbrapireuaicos. Em algumas das est
a-yoes desta regiao ha concordaucia entre a presen<;a de tais
braquicefalos e a do vasa eampaniforme, por exemplo em
Aigues Vives (Brics), enqusnbo que noutras ou este ultimo vai acompanhado de elementos dolicocefalos (ex. Espluga Negra) ou ha grupos braq uic efalos sem vasa campaniforme
(Sepulcro del Collet, de Su).
A
actual zona. de braquicefalia do S.O
.
de Espanha a provavel que se deva a influen cia s armenoides . E a presenc;ade bra q uioefalos nas populacoes actuais da bacia do curso medio do Tejo, talvez possa interpretar-se pela persistencia de algum nucleo de populacao chegado com as invasoes ca l-tic as .
o
estudo de urn oonjunto de cr anios das jazidas port ug ue-sas campaniformes feito par X. da CUNHA (1946) levo u a ide u-tieas conclusoes. Nelas oeorrem dois tipos,um predominante, mediterraue o, gra eil e outro, em manor percentagem, de mor-fologia alpiuoide. Nao foi obse rv a do neste conjunto de 50era -nios das estacoes de Casca is, Est o ril, Cesar eda e Eira-Pe
dri-nha, algumas das quais forn eceram dos mais belos documento s
do vasa campaniforme, nenhum braquicefalo planoccipital.
Salientemos, pois, que 0 estudo tipologico dos restos huma
Antropoloqia das Popl,la~oes Ibericas 141
como de outros paises mediterraneos , per mite afirmar de maneira categorica que a difusa o de elementos bra quicefalos
planoccipitais e a do vasa campaniforme, parecem tel' sido fenomenos independentes. pelo menos no Mediterraneo oci-den ta l.
As aportagfies europeias
Se 0 est udo dos elementos raciais integrantes das
popula-~oes eneo litica s Iev ancinas, perrnite afirmar as relacoes desta regiao COlU0 ambit,o mediterrane o, em ger nl e particularmente com 0 Proximo Oriente, nao faltam tambern dados
antropolo-gicos que sugerem contactosraciais com populacoes europeias,·
mesm o anteriores as primeiras invasocs celticas.
Talvez se possam in te r p ret ar neste sentido os restos pro -ce dent es da necropole da bobila Madurell en Sant Qllirze
de Galliners (B ar celona) (FUSTB,
1952).
Na maioria dos exemplares desta est acao ocorrem determinados caracteres faciais que se afastam dos proprios do tipo racial mediter-raneo e que, pelo contrario, se encontram em numeros os
ach ados neo-eneoliticos e das idades dos metais, que foram
designados pOI' «nogroides» pOI' parte de alg uns au to res,
Ca ra ct eres semelhan te s aos dos ditos exemplares aprese utam
os procedentes dos ente rramentos em de Puig d'En Roea e de Sant Julia de Ramis na provincia de Gerona.
Importa assinalar uma vez mais, que nern estes cranios
da regiao cata
l
a,
nem nell hum dos restantes cranios pre-histo-ridos, incluindo Grimaldi e que tern sido chamados erra da
mente «ueg roides» tem algo que vel' com os verdadeir os
negros, consi dera ndos e actualmente sem validade as opinioe s de VERNEAU. Nem as caracteristicas faeiais dos es quelet os de
Grimaldi, nem as prcpore oes dos seus mern b ros sao argu -mentes demonstrativos do seu pretendi d o negroidis mo.
Muito provavelment s os restos acima indic ad os das est a-yoes da regiao catala , podem considera r-se COUlO persist eucias do tipo Gri ma ldi ou de a/g uma outra form a paleolitica afim,
E
possivel reconhecer analogi as muit o man ifes t as entre estas es tacoes e algumas popul acoes pre-hi sto rica s europeias parti-cu lar men t e com algumas es tacoes neol itica s suicas (Chamblan -des, La Barmaz-sur-C ollomb ey e Ego lzw lll).
142 Contrib uieies para 0 Estudoda An tropoloqiu Port uouesa
No estad o actual dos nos sos conhecimentos, sent imo- n o s incIinado s a considerar as cit a d as seme lhancas somatica s dos restos das tres estacoes catala s indica das, com as neoliticas suicas , assim como tambern corn outras cia Franca, Alsacia , Italia e Boemia , com o expoeute pr ov avel dos vincu los cultu -rais com a Europa, anteriormente indicados .
Os braquicefalos da comarca de Solsona
Maior seguran ya podernos tel' no que respeita
a
chegada de pop ulacoe s ultra pirenaicas a algumas com areas dos Pirindus (FUST!!;, 1955). FoiARA~ZADI(1920)quem assinalou a presenya do elemento braquicefal oalpino ern alguns dos sepulcros me ga-Hticos da comarca de Sols oria excavados pOl'SElmA eVILAI/O,juntarnen te com 0 eleme nto mediterrane o pred o mina n te. 'I'ais fo rm a s br aq u icefalas devem rel acionar-se, sem dii vida , com 0
foco de braquicefalizacao cent r oe ur ope u e uma razii o do sen interess e
e
a de que pos s u i mos dados que per mitem precisar o moment o da sua chega da .Em pr ime i ro lug ar, podemos assegurar que todos os b ra-quicefalo spi rena icos pre-historicos de que temos noticia actua l-mente, com a unica exce pcao de um exemplar proce den t e de Se rifid (Gero na) , de cronologia duvidosa, proc ed em da citada coma rca de Solso na e pr ec isa men t e , de jaz iclas megaliticas , para os quais se supoe uma cronologia algotard ia , coincidind o com a chegada de claras influenci as cultura is vindas de alern da cordilheira. Pelo contrario, nenhum bra quice falo foi
at
e
hoj e cit a d o das jazid a s de cult u ras nao meg alftica s.
Out ra observacao, esta de cara ct er antropol6 g ico , vem co mp letar os da dos refer entes ao mom en t o da chegad a destes elementos braquicefa los aos Pirin eus , Na estacao de L' Om-brive (Ariege ), n a vertente N. da Cardi lheira, assin alo u YAIr
LOI S (1927) a presenca de alguns eleme nt es alpiuos, no seio de uma populaeao predomin an t eme nte mediberrauea . Na o p i-niao deste autor, a frac a percen tagem em que 08 bra quicefal os
esti'io represe ntad os,
e
indicio de que a sua chegadaa
zona pirenaica deve tel' sido relativamente tardia . POl' outre lado, na Cueva sepulcral de Suis at , situad a no mesmo vale pire-naico, mas de cronologia algo posterior, 0 elementobraquice-Antropoloqia da .• Popula ciiesIbericas 143
falo tinh a suplanta do
ja
os dolicocefalos preexistente s na regino.Tudo parece indicar portanto, quefoi preci same nte durante o periodo Eneolitico quando a ele mento alpino che g ou pel a primeira vez aos Pireneus, proced ente do foco de braqu icefa-liza<;.ao do centro da Europa, prelu dia n do a che g a da de conti-genres ulteriores e mais importantes, coi ncidindo com asin va -sees celt icas ,
Os esqu eleto s de La Lanzada
'I'ambem parecem acusar influencia s ultrapirenaicas, os restos estuda dos ate agora provenientes da necrcpole galaico
--rorn a n a de La Lanzada (Noalla, Pontevedra). Apesar da sua
epcca tar dia (correspondem a urn castr o que perdurou ate aos ultimos seculos do Imperio) os restos parecem de atribuir aos
habitantes dos castros da regiao galaic o-portuguesa. POl'
va ries ca ract eres e muito especialmente peJa sua elevada esta -tura e rcbustez, alguns dos es que let os estudados ate est.a data, pa recem per t en cer ao tipo racial nordico, 0 que parece estar de acord o com as influenoias eulturais celticas da regiao
(FRE IJE UW, FU STI~ e GALE~, 1961).
Estudos antropol6gicos sobre a populacao
actual da Pe nins ula
Os est ud os de antropologia historicada Espanh a e de Portu-gal, lev a m-n os a concluir pela peraisten cia do tipo racial med i-terraneo como componente predominante do seu complexo
racia l. Em Espanha esta conclusao ressalta principa lmente
dos estudos das populaeoes do Levante espanbol. Entre eles, as restos pro cedentes de Ampnrias (Gerona) correspondentes a indivlduos de u ma coloniagrega ali estabel ecida(Poxs, 1951) e dos Romanos de Tarragona e Ampurias (PONS,1949) e aind a os provenientes de uma necropole hebraicaexcavada em Mont -juich (Barcelona) (PREVOSTI, 195 1), e dos eranios encontrados num con ven t o de serv itas de Ampurias (P ONS , 1945). Em Port ugal citemos os cranios luso-r om anos do Algarv e e du ma neeropole de Vila Franca de Xira, at rib ui dos it mesma epoca
144 Cont1'ibui~iJes para 0 Estudoda Aniropoloqia Portuquesa
e estudados pOl' FERRAZ DE MACEDO (1893), as necro poles de N ossa Senhora do Desterro e de Ferrestelo nos arredores da Figueira da Foz (R. SEVERO e F. CARDOSO, 1903 e 1908), os restos das necropoles visigoticas do SuI de Portugal, em espe-cial de Silveirona (Estremoz) (X. DA CUNHA eMAlA NE'l'O, 1953 e~ 1955) e em epoca mais tardia, e poca medieval, 0 estudo do espolio osseo d as sepulturas da igreja antiga de S.
Joao
de Almedina, Ooimbra (X. DA CUNHA, em pnblic.),De todos estes trabalhos resultam concluso es que nos per -mitem afirmar a con tiuuidade do quadro racial neo-eneolitico das po p ulacoes ibericas com 0 da epoca actua l, tal como se
manifesta nos estudos realiz ad os, entre outros, pOI'OLORIZ(18CJ4 e 1896) e ARANZADI (1935), em Espanha e pOl'MENDES CORRlJ:A e 'l'Ai\[AGNINI, e suas escolas, em Portugal.
Em resumo, 0 actual complexo racial da Peninsula carac -te riz a-se pelo amplo predominio do ti po mediterraneo gracil. Juntamente com este, mas em proporco es mui to mais exiguas, assinala-se a presenya de forrn as mais robustas, cnja morfolo -gia craniana permite relacioua-Ias com 0 ti po enrc-afrioa no.
Assinalam-se ai ndapersietenciascromagnoi des, partic u larmen te no Pais Basco-Navarro, junto com 0 tipo pirena ic o ocidental
que
e
a forma predominante nesta regiao, E pa ra terminal' mencionaremos a presenya de formas de estatura mais ele -va da e menor pigmenbacao, pertencentes ao tipo nordico e de for ma s braquicefalas, de regiao occipital arredondada, de intluencia racial alpina.Estudos mais receutes foram efectnad os em Espanha sobre aspectos parciais da antropobiologia de alg u mas co rnarcas espa -nh olas , tanto no aspecto biogeografico com o no da geue ti ca das populacoes. Especialmente estuda da tem sido a cord i-lheira pirenaica em cujos vales elevado s se enco nt ram pop ula-«oes relativamen te endogamicas.
ALCOI3E (1946). VALLO IS (1051)e FUSTE e PO~s (1950) ana -lisaram a distribuicao de divers os carac tere s em populacoes situadas.ao longo das verte n t es da cordilh eira pirenai ca. Esta analise perm iti u esta b elece r os caracteres mais ger ai s da bindinam ic a que iufl ue nciaram na tipologia actual destas popu -lacoes.. Nas suas linhas gerais po de afirmar-se que a cordi -Iheira pirenaica act u ou como barrei ra goog rafica na sua zona cen t r al, impe d in d o a che g a d a
a
vertente meridional depopula-Ant ropologia das Populaeiies Ibericas 145
'voes human as transpirenaica s. Isto observa-se se atende rrnos,
pOl' exemplo,
a
dis t r ibuica o geografica do in dice cefalieo, para o qual se encont ram dife renca s nit id a s en t re ambas as v erten-tes, na regiao central. Pelo con t ra rio estas diferenoas ate-nuam-se para os extremos da cordilheira 0 que nos indica que -os elementos brequicefalos caracteristicos da vertente norte,puderam contorna-Ia difundindo-se para a vertente suI. Outre papel biogeografico desempenhado pela cordilheira,
foi a constituicao de zonas de isolamento com endogamias
relativas (isolates). A tal accao pode atribuir-se a persisten cia do tipo pirenaico ocidental no seio das povoaco es dos altos vales da parte central da cordilheira, algo afastada da sua zona actual de difusao, centra da no Pais Basco-Navarro ,
o
conheci mento da existencia destas comarcas endogami-cas levou ao estudo de algumas quest.ces de genetics das
populaeoes. A populacao estudada sob este ponto de vista
foi a do vale de Aran (Lerida) (ALCOBE, PREVOSTI, PONS,
-FUSTE e Srl'JES, 1960).
Urn dos aspectos considerados foi 0 da variacao da
estru-tura biol6gica desta populacao ao Iongo de um seculo,
basean-·do-s e para isso no estu d o dos liv ros paroquiais. Pode demons-trar-s e uma dim in uicao gr a d u al da endogamia no vale, espe-cialme nte acen t u ada duran t e os ultimos vinte e cinco anos, ern eonseq uencia da imigra ya o de gente proced en t e do SuI da
Espanha em relacao com 0 estabelecimento de exploracoes
hidroelectricas. Observou-se uma acentuada diminuicao da natalida de na fr accao endogamica, 0 que determine uma forte
diminuieao da mesma. Calou lou-se tambern 0 tamanho
ef'ec-tivo da populacao (effective population size) provando-se que -e l e era suficien temente elevado para que as possibilidades de
actua ca o de desvio ge neti co(genetic drift)fossem rel at ivamente ·re d uzidas no vale.
A influ encia do ele me nto pire ntiico-ocide ntal pre viame u t e .a as i ua.lad o pOl'ALCO llE(1946)
e
posta em evidencia peIo estudo das imp re s so es dermo pa pilare s , vendo-se como os araneses se si t u a m entre os basco s e os esp a nh 6i s do NE., comtendenoias variaveis seg un do 0 cara cte r de rm o pap ilar co
nsi-derado . 'I'al influ e n cia nao se verifica na distribuica o dos
gru p os sa n g uine os
(A,
B, 0 e Rh), caracte res pelos quais146 Contribulciles pat'n 0 Estudo da Antropologia Portu quesa
o
mesmo se passa com a sensibilidade gustativaa
feniltio -carbamide.Alguns estndos foram realizados recenternente referentes
a
.
analise das irnpressoes dermopapilares de diversas populacces ibericas. Deles se conclui que a populacao portuguesa (X. DA OUNHA e M. ABREU, 1954) e a espanhola (PONS, 1952) nao se afastam das restantes populacoes enropeias nos varies car ac-teres analisados. Oontudo podem assiualar-se diferencas entre a po pulacao basca e a do NE da Espanha (PONS, 1954).A capacidade gustativa
a
.
feniltiocarbamida foi igualmente estudada em series de espanhois (PONS, 1955) e de portugue-ses (X. DA OUNHA e M. ABREU, 1956). Nao se verificaram diferenyas entre as sensibilidades des Portugueses e dos Espanhois. A percentagem de <mao gostadores»e
na Penin-sula relativamente baixa, mas situa-se dentro dos limites de variacao dos Europeus, em gera!.Diversos estudos foram airida efectuados com 0 fim da caracterizacao das populacoes ibericas pOl' intermedio dos gru pos sanguineos, reconhecidas a sua utilidade e a vanta-gem do seu emprego, dado 0 conhecimento do sen meca-nismo heredibario e a sua relativa in dependencia do mew exterior.
A m aior parte desses estudos refere-se apenas aos qua-tro grupos classicos do sistema ABO. Oitaremos apenas os trabalhos de indole antropolcgica cujos resultados nos sao assegurados pel os meios estatisticos apropriados.
Para Portugal destacam-se os trabalhos de TA~IAGNINI (1940 , 1947) referentes ao sistema ABO, de X. DA OUNHA. e M. H. MORAIS (1956 e 1959) sobre os sistemas 1\1 A2 BO e MN, de X. DA Ou~mA sobre os grnpos
P,
de LESSA (1948) sobre 0 sistemaRIl
e ainda sobre estes mesmos grupos de X. DA OUNHA e M. H. MOIUIS (1960), distribuicao pelos doze grnpos de genotipos defiuidos pelos quatro soros, anti-C, anti-c, anti-D e anti-E e calculo das frequeucias cro moso-micas).Para a Espanha citaremos, entre outros, os de Hoyos SAINZ (1932), GHiFOLS Y ROIG (1932) sobre 0 sistema ABO; OARRION et a!. (1951), Ho!wES e SARANDESES (1!:)61), lIORS (1951), GUASCH et al. (1952) sobre 0 sistema MN; de ROMERO et al, (1950) sobre os grupos MNS; de OAMPA (1949), GUASCH
Antropoloqia das Populacies Iber icas 1-17
(1950), RIGALI (1950) , HORS e MARCOS (1951), sabr e os g rn-pas RIl; e de ELOSEGUI e HORS (195 1), sa b re as gru p os Kelt
e
Du
ffy.
.
A analise dos dado s refer entes ao sistem a ABO para a
Peninsula Iberica, em conjunt o, foi feita pOI'ROIG (1932) e
TAMAG:-<INI (1947 e UJ4S). 'I'odos estes trab al hos revelam uma
relativa homogenei da de n a con st ituieao sero logica dos povos
peninsulares (ex ce pcao feita dos Bascos), e frequenc ias ge ui-cas que concordam com as conhecidas de out r as popu lacc es europeias tipicas.
'l'AMAGNINI (1948), com base na distribuieao dos grup os do
sistema ABO pretende caracterizar na Peninsula as zonas seguintes: em Portugal, uma regiao abraugendo 0 Norte e 0 Centro e outra regiao Sui; e na Espanha tres regioes, a Cata -lunha, a regiao basco-cantabrica e a regiao castel h ana. No
que se refere a Portugal a diferen ca entre as duas regi oes
e
fracamente assegurada estatisticamente e X. DA CUNHA e ilL DE l\IoRAIS (1950) co ncluiram que a frequen cia mais ele -vada de B no sul nao e assegurada estatlsticamente. A fr o-quericia media dos gru pos Be
na Peninsula de 8-90/ 0 ; para os Portugueses a razao AIJ =0,269 (A2 com cerca de 100/0),At
A percentagem de Rh -
e
na s populaeoes ibericas de cer ca de 150/0 , Nos restantes grupos estudados as fre quencias ver i -ficadas concord am com as normalmente eneoutradas noutras populacces europeias.N a frequencia dos grup os B encontramos dos mais baix os val ores para a Europa, a que reflete bern a nossa posicao o
ci-dental, a mais ocidental da Europa.
Afusbamo-no s muito, pelo con t ra rio, dascarac t eris t ica s sero -16gicas das rayas africanas, na osenotando qualqu er influ e ncia das rayas negroides, pOI' possivel mestiyage m,com o0 admitem
alguns autores anglo-sax 6nicos; e aind a mesmo nao se ver ifica qu al quer semelhanca com a cons titu ica o serologi ca dos med i-terrftneos, caucas6ides, do N orte de Afri ca.
Uma referencia especial merec ern-n os as Bascos cuj a cons -titu icao serol6gica so afasta sensivelmente da dos restan t es euro peus. Heferiremos, entre outros os trabalhos de CHATJMERS
et al. (1949), GUASCH (1948 e 1950), l!iYQuEM (1950), VAN DER
-148 Contr ibui cties para0 Estudo da AntropologiaPortuguesa
-Os Bascos possuem uma eleva da frequencia de A e fraca de B, frequeu cia maxima de Rh- (24-34
%)
e uma frequencia relati-vamente elev a d a dos grnpos A2 e Rh!. BOYD na suaclassifi-.c aya o genet ica considera-os uma ra9a distinta das restantes do grup o europeu (cau casd ide), descendentes dum hipotetico grupo europ eu pri mit ivo .
A det er rninaca o das treq ue n ci as dos diferentes grnpos de
'hapt oglobiu as , demonstrado 0 seu interesse antropologico, foi efectua da na populac ao de Portug al con t in en t al e daEsp an ha, respectivamente pOl' F. BARROS (1960 ) e pOl' ALLISON e BLU
M-,B ER G (1958). Os resultado s ind ic am fre quencias dos grupos do siste ma de hap toglobinas, sen siv elmente semelhantes as
verifi--cad as ent re as cauc a so ides deEsp a nha e da Americ a do Norte . Os Bascos espanhois apresentam uma distribuicao dos gru. pas de hapt ogl obina s ide utica
a
observada nas populacoes do NE da Espan ha que as rodeia m,POl'ulti mo acentuam os 0 facto de 0 aumento geraIda dur
a-·yaOda vida verificado em div e rs as populacoes, se verifica tam
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