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O AUMENTO DO GRAU DE INTANGIBILIDADE EM RELAÇÃO À GERAÇÃO DE RIQUEZA AOS ACIONISTAS.

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O AUMENTO DO GRAU DE INTANGIBILIDADE EM RELAÇÃO À GERAÇÃO DE RIQUEZA AOS ACIONISTAS.

Bruno Maicon da Silva1 Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira2

RESUMO

Os ativos intangíveis das empresas se destacam por serem recursos que possibilitam à criação de valor e, nesse contexto a pesquisa tem por objetivo verificar a relação do grau de intangibilidade e a criação de valor aos acionistas nas companhias de capital aberto listadas na bolsa de valores, mercadorias e futuros (BM&FBovespa), Para o exposto, a coleta de dados das amostras que reúne seis empresas, compreendeu o período de 2011 a 2015, sendo a pesquisa descritiva com abordagem quantitativa de dados, utilizando-se o grau de intangibilidade (GI) e a geração de valor aos acionistas (GVA). As análises dos dados revelaram que quando há o aumento do grau de intangibilidade há também a criação de valor aos acionistas e, quando acontece o contrário, a diminuição no grau de intangibilidade, há também um decréscimo na criação de valor. Isso demonstra a tendência a associar-se o grau de intangibilidade com a geração de valor aos acionistas. Verifica-se, portanto, que as empresas que possuem maiores participações dos ativos intangíveis em sua composição do ativo total são as que geraram maiores riquezas aos seus acionistas.

Palavras-chave: Grau de intangibilidade. Geração de valor aos acionistas. Criação de riqueza.

1 INTRODUÇÃO

Para as organizações se consolidarem no mercado, elas precisam aumentar suas riquezas e não focarem apenas em aumentar lucros. Em alguns casos as empresas obtiveram lucros altos, mas não significa que geraram aumento de riqueza. A criação de riqueza é boa para as empresas, para os proprietários, para a sociedade em geral, e principalmente, para o acionista, aquele que financia a maior parte da empresa.

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.200), “o conceito mais harmonioso de lucro contábil é a diferença entre receitas e despesas, todos os ganhos e perdas”. A clara definição de lucro líquido está contida na demonstração do resultado do exercício. Completam, ainda, que o conceito de lucro mais apropriado para a divulgação financeira das atividades de uma empresa é determinado, em grande parte, pelos objetivos dos destinatários visados, dos dados contábeis sintetizados e pelo conteúdo interativo do valor informado.

Já para Assaf Neto (2003, p.´30), “a existência de lucro não garante a remuneração do capital aplicado e, consequentemente, a atratividade econômica de um empreendimento”. A sustentação de uma empresa no futuro somente se dará se ela for capaz de criar valor para os seus proprietários através da concepção inteligente de um negócio.

O valor econômico de uma empresa representa a soma dos ativos tangíveis e intangíveis. Por essa definição, as empresas investem muito nesses ativos, mas em especial no ativo intangível, por ser um diferencial e peculiar dentro de cada empresa. Se tiverem recursos, todas as organizações concorrentes do mesmo setor poderão ter igualmente: fábricas, equipamentos e máquinas, ou seja, ativo tangível. Já o ativo intangível, não é algo que a empresa compra, é necessário que este seja desenvolvido.

1 Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Pará de Minas - FAPAM.

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Em um cenário onde as competições entre as empresas por clientes e recursos são acirradas, estas empresas são obrigadas a procurar se diferenciarem de seus concorrentes. O ativo intangível pode ser esse diferencial, por isso existe um interesse crescente tanto no mundo acadêmico quanto no ambiente financeiro sobre o fato, sendo que esse ativo é complexo e está ligado a algumas combinações.

Muitos administradores se dedicam simplesmente em aumentar o lucro líquido da empresa, pelo motivo de sua remuneração estar relacionado a esse indicador, levando a investir em ativos tangíveis que possuem liquidez em curto prazo. Contudo, isso não aumenta a distribuição de riqueza, o que seria ideal para os proprietários e acionistas, gerando um conflito denominado teoria da agência.

Para Hendriksen e Breda (1999, p.139) “a Teoria da Agência é um modelo de tomada de decisão para mais de um indivíduo, que tem um enfoque prescritivo, embasado num modelo normativo que envolve a teoria da utilidade”. Neste modelo, onde um dos indivíduos é o agente e o outro é o principal, o primeiro cumpre certas tarefas para o segundo, o qual se compromete a remunerá-lo. O principal é o avaliador das informações e o responsável pela escolha do sistema de informação, e o agente assume o papel de tomador de decisão, optando pelas melhores alternativas de decisão do ponto de vista do proprietário e das informações que a eles estarão disponíveis.

Carvalho (2002), afirma que os problemas de assimetria de informações existentes entre empreendedores e investidores podem inviabilizar o financiamento de projetos altamente produtivos, o que ocasiona o direcionamento destes recursos para projetos menos produtivos.

Na abordagem da gestão baseada em valor, os gestores internos das empresas assumem um novo papel; suas ações e atitudes passam a ser orientadas tendo como objetivo o desejo dos acionistas, que é a maximização do valor do empreendimento. Nessa linha de raciocínio, COPELAND, KOLLER E MURRIN (2000, p.26) esclarecem que:

Tornar-se um administrador de valor [...] é um processo que exige uma perspectiva daquela adotada por muitos administradores. Seu objetivo principal passa a ser o retorno em termos de fluxo de caixa a longo prazo, e não o crescimento trimestral no lucro por ação. Além disso, requer uma visão fria das atividades da empresa que perceba os negócios pelo que eles realmente são – investimentos em capacidade produtiva que podem ou não gerar retornos acima do seu custo de oportunidade. A perspectiva o administrador de valor caracteriza-se pela capacidade de analisar uma empresa como alguém que está fora dela e pela disposição para agir sobre as oportunidades de criar valor.

A disputa das organizações por um porcentual a mais de participação no mercado resulta em uma intensa concorrência entre as mesmas, e assim estreitando margens, exigindo qualidade e forçando as empresas a se diferenciarem de seus concorrentes. Nesse contexto enquadra o ativo intangível com: as marcas de comércio, marcas de produtos, as patentes, os direitos autorais, software, goodwill, franquias, licenças, capitais intelectuais. Esses são ativos singulares onde possuem características únicas, que permitem a diferenciação entre as empresas.

Nesse contexto será analisada a seguinte indagação: O aumento do grau de intangibilidade tem relação direta com uma das unidades utilizada para desempenho econômico que é a geração de valor ao acionista (GVA)?

O objetivo desta pesquisa é analisar o impacto do ativo intangível na composição total da empresa e se isso tem reflexo no desempenho econômico, que será analisado por meio da geração de valor aos acionistas e assim podendo provar ou refutar.

A realização deste trabalho de pesquisa justifica-se pela existência de várias dúvidas e questionamentos sobre o tema na atualidade. Por mais que já tenha sido debatida a importância

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do ativo intangível por muitos da área, sabe-se que o mesmo é primordial para a criação de valor.

Desta forma, a pesquisa auxiliará em um melhor entendimento para os discentes, sobre a importância do ativo intangível e sua contribuição para o aumento de riqueza, mesmo com as frequentes dúvidas como: capacidade de usar ou vender o ativo, mensuração, manutenção do valor e disponibilidade financeira para completar o desenvolvimento do ativo, sendo que estas mesmas dificuldades se aplicam as empresas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Definição e Características do ativo intangível

De acordo com Schmitdt e Santos (2011, p.4), “o ativo compreende os recursos controlados pela empresa, capazes de gerar fluxos futuros de caixa, que são representados por bens e direitos”. Os componentes do ativo são classificados de acordo com a destinação específica do item (bem ou direito), que varia segundo os fins da entidade.

Já Lev (2001) define ativo intangível como um direito a benefícios futuros que não possui corpo físico ou financeiro, que é criado pela inovação, por práticas organizacionais e pelos recursos humanos. Ainda segundo o autor, os ativos intangíveis interagem com os ativos tangíveis na criação de valor corporativo e no crescimento econômico.

De acordo Hendriksen e Van Breda (2012, p.388), “os ativos intangíveis, ou ativos invisíveis ou intelectuais formam uma das áreas mais complexas da contabilidade”. E essa complexidade deve-se às dificuldades de definição e identificação desses ativos, e podendo afirmar que certamente os maiores empecilhos estão nas incertezas quanto à sua estimação de suas vidas úteis e mensuração de seus valores.

Segundo Iudicibus (2000, p.142), “a característica fundamental [dos ativos] é a sua capacidade de prestar serviços futuros à entidade que os controla individual ou conjuntamente com outros ativos e fatores de produção, capazes de se transformar, direta ou indiretamente, em fluxos líquidos de entrada de caixa”. Todo ativo representa, mediata ou imediatamente, direta ou indiretamente, uma promessa futura de caixa.

Conforme a definição de ativo intangível apresentada por Hendriksen e Van Breda (2012, p.388), “para que um item possa ser reconhecido como ativo, ele deve preencher todos os requisitos de reconhecimento de qualquer ativo”. Dessa forma, apenas deverá ser reconhecido como ativo quando:

i) corresponder à definição apropriada,

ii) ser mensurável (existência de um atributo de mensuração confiável), iii) ser relevante e

iv) ser preciso (a informação é verificável e neutra).

Dessa forma, é necessário que o ativo intangível possua todas as características conceituais de um ativo, que, efetivamente, faça diferença no julgamento de um usuário externo e, também, que seja possível descrevê-lo detalhadamente, de forma que a informação reportada seja confiável e represente fielmente esse ativo; caso contrário, esse elemento não pode ser reconhecido e registrado contabilmente.

A diferença entre o valor de uma empresa no mercado acionário e o valor contábil da mesma representa os ativos intangíveis como afirmado por Lev (2001); o fato este que aponta uma possível associação entre os ativos intangíveis e o retorno sobre o investimento das empresas do mercado acionário.

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Quadro 1 - Ativos Intangíveis

Goodwill

Representa um agregado de benefícios econômicos futuros, um conjunto de intangíveis não identificáveis no processo de aquisição, para os quais objetivamente não é possível proceder-se a uma contabilização em separado.

Marcas Símbolo, termo ou nome que identifica um produto ou empreendimento

comercialmente.

Patentes É uma invenção que causa desenvolvimento tecnológico.

Direitos autorais É o direito concedido ao autor sobre suas criações artísticas.

Direitos contratuais (franquias, licenças e concessões)

É o direito concedido a terceiros, para o uso comercial de produtos e serviços ou exploração de recursos naturais ou públicos.

Software Sistemas lógicos

programadas.

que processam dados de acordo com instruções

Pesquisa e desenvolvimento

Gastos efetuados para a geração de novos conhecimentos, produtos ou serviços.

Fonte: Adaptado de Ritta, Ensslin, Ronchi (2010, p. 65). 2.2 Mensuração e amortização do ativo intangível

Segundo Hendriksen e Van Breda (2012, p.389), “pode ser extremamente difícil medir um ativo intangível. Esse é particularmente o caso quando não são identificáveis ou separáveis”. Por definição, esses intangíveis são associados a outros ativos, resultando no que se denomina um problema de custos conjuntos. A solução usual é tratar o intangível como resíduo. Assim, calcula-se algum valor para os ativos tangíveis e atribui-se a diferença entre esse valor e o valor total do ativo como um todo ao intangível.

O CPC 04 (R1) determina que, após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser mensurado com base no custo, deduzido da amortização acumulada e de possíveis perdas estimadas por redução do valor recuperável. O pronunciamento ainda considera a possibilidade de o intangível ser mensurado com base em seu valor reavaliado, se isso for permitido legalmente. Atualmente a reavaliação de bens tangíveis ou intangíveis não é permitida, de acordo com as novas disposições da lei n° 6.404/76.

Os ativos intangíveis com vida útil definida, embora sejam objeto de amortização periódica em resultado para reconhecimento de sua realização contábil, estão sujeitos, como todo e qualquer ativo, à avaliação do seu valor de recuperação; não há, conceitualmente, como se manter um ativo registrado por um valor que exceda sua substância econômica.

2.3 Grau de intangibilidade

O grau de intangibilidade trata-se de uma medida relativa e considera-se que quanto maior o grau de intangibilidade, maior a participação relativa de ativos intangíveis na estrutura da empresa como estabelecido por Kayo (2002).

Porém, segundo Nascimento (2012, p.37), “as empresas com alto grau de intangibilidade possuem uma preocupação peculiar”. O autor afirma que só é possível o reconhecimento do ativo intangível caso existam evidências que permitam que eles sejam mensurados, registrados e evidenciados. Contudo, ainda que não preencham os requisitos necessários para serem reconhecidos, por vezes o mercado considera a existência de possíveis ativos intangíveis não reconhecidos no balanço para influenciar o marketvalue. De acordo com os autores, essa situação pode gerar bolhas econômicas, gerando crises econômicas mundiais, como visto no setor imobiliário dos Estados Unidos, onde para se obter o grau de intangibilidade das empresas, será necessário o valor de mercado das ações e o patrimônio líquido contábil.

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O VMA, ou valor de mercado das ações é calculado pela multiplicação das cotações ordinárias e preferenciais na data do último pregão do ano pelas respectivas quantidades de cada uma das ações emitidas pela companhia; e o PLC, patrimônio líquido contábil que é a diferença ente o ativo e o passivo, calculado na data do balanço patrimonial.

2.4 Geração de valor ao acionista

Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223) entendem que “a geração de valor ao acionista (GVA) seja do ponto de vista do investidor, um indicador quase perfeito, pois ele considera as distribuições de lucro ocorridas durante um determinado período e também a valorização do investimento durante esse mesmo período”.

Copeland, Koller e Murrin (2000,p.30) salientam a necessidade de dois componentes estarem presentes na empresa para que ela possa se tornar plenamente voltada para a criação de valor. O primeiro, consiste em determinar o valor intríseco da companhia, e o segundo se constitui na institucionalização de sistemas de gestão voltados à criação de valor,que consiste estabelecer prioridades baseadas nesta criação.Isso significa “fazer com que o planejamento, a mensuração de desempenho e os sistemas de renumeração sejam orietados para a geração de valor ao acionista”.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa possui um caráter exploratório, com a realização de um levantamento bibliográfico sobre o tema com o intuito de se ter uma visão mais ampla da questão a ser discutida, uma vez que aplicação do ativo intangível ainda é um estudo recente.

Como foco principal da pesquisa tem-se um estudo descritivo com objetivos bem definidos que será trabalhar com seis empresas, observando, registrando e tentando descobrir se há relação entre o grau de intangibilidade (GI) e a criação de valor aos acionistas (GVA).

A pesquisa terá uma abordagem quantitativa fundamentada em dados empíricos, onde haverá coleta de dados junto à BM&FBOVESPA do período 2011 a 2015 de empresas de capital aberto de dois setores de atuações: de telecomunicação, representada pela TIM S.A., TELEFÔNICA BRASIL S.A. e OI S.A. e do setor de tecidos de vestuários e calçados, representado por AREZZO S.A., LOJAS RENNER, LOJAS MARISA S.A.

A partir do referencial teórico busca-se evidenciar se o aumento de riqueza dos acionistas das empresas pesquisadas tem relação com aumento do grau de intangibilidade.

Para calcular o grau de intangibilidade das empresas, a fórmula de valor de mercado sobre valor contábil será empregada. A fórmula do grau de intangibilidade é, de acordo com Kayo (2002), apresentada na equação.

GI = VMA, onde: PLC

GI= grau de intangibilidade. VMA= valor de mercado de ações. PLC= patrimônio líquido contábil.

GVA = Dividendos + (valor de mercado do PL final-PL inicial)

Onde, dividendos é a parcela do lucro distribuído aos acionistas, que se refere à remuneração do capital integralizado pelo investidor (acionista ou sócio, conforme o tipo societário adotado) na sociedade. Quer ele trabalhe ou não na empresa, o recebimento desse

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valor é a forma de o empreendedor ser compensado por ter seu capital empatado na firma e por ter assumido os riscos do empreendimento.

Dividindo-se o valor do índice GVA pelo valor de mercado das ações, tem-se uma taxa de rentabilidade muito mais próxima da realidade econômica da entidade.

4 ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados obtidos se deram através da coleta de dados junto à Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA), onde os dados foram extraídos das demonstrações contábeis consolidadas e relatórios da administração. Para chegar ao valor de mercado das ações, foi necessário utilizar o último pregão de cada ano e deles extrair os valores das ações ordinárias, preferenciais e suas respectivas quantidades, multiplicando e encontrando os valores de mercado das empresas pesquisadas. Já no caso do patrimônio líquido contábil, foram retirados os valores diretamente do Balanço Patrimonial das empresas, os dividendos distribuídos foram retirados diretamente das Demonstrações dos Resultados ou Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido das empresas pesquisadas, e com todas essas informações e juntamente com as notas explicativas se obteve o necessário e suficiente para formulação de tabelas e gráficos para serem analisados a seguir.

Tabela 1 - Tim S.A

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 12.956.737 13.832.870 14.594.640 15.322.034 16.933.044

Valor de Mercado 22.774.093 19.075.116 28.963.231 28.035.550 16.172.493

Grau de intangibilidade 1,7577% 1,3790% 1,9845% 1,8300% 0,9600%

Geração de Valor ao Acionista

0,2905% 0,2905% 0,0180% 0,3537% 0,0131%

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Gráfico 1 - Tim S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017. 0,0000% 0,5000% 1,0000% 1,5000% 2,0000% 2,5000% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista TIM S.A

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Analisando a empresa TIM S.A, pode-se notar a relação direta ente o grau de intangibilidade e a geração de valor aos acionistas, mostrando que se o grau de intangibilidade aumenta, a geração de valor aos acionistas também aumenta. Também no caso, a diminuição do primeiro indicador será seguida pelo segundo, ficando evidenciado a relação. Analisando as demonstrações contábeis pode-se constatar que as variações no grau de intangibilidade da empresa são explicadas por causa de novas licenças de software, cancelamentos e novas autorizações da agência nacional de telecomunicação (ANATEL).

Tabela 2 - TELEFÔNICA BRASIL S.A.

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 43.330.785 44.682.120 42.894.442 44.950.095 68.567.242

Valor de Mercado 53.077.753 48.594.201 45.272.158 45.866.573 76.285.312

Grau de intangibilidade 1.2249% 1,0876% 1,0554% 1,0200% 1,1126%

Geração de Valor ao Acionista

0,7003% 0,0231% 0,0165% 0,0130% 0,4000%

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Gráfico 2 - TELEFÔNICA BRASIL S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Os dados analisados da TELEFÔNICA BRASIL demonstram uma relação do grau de intangibilidade com a geração de valor aos acionistas, sendo que o aumento de um resultará no aumento do outro, e o contrário também no caso de diminuição. Sua variação no grau de intangibilidade foi quase nula, pelo motivo de amortização do ativo intangível.

0,0000% 0,2000% 0,4000% 0,6000% 0,8000% 1,0000% 1,2000% 1,4000% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista

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Tabela 3 - OI S.A.

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 10.589.172 11.316.554 11.524.138 19.311.489 14.406.211

Valor de Mercado 4.534.850 13.250.504 64.635.224 7.545.967 1.910.848

Grau de intangibilidade 0,4283% 1,1709% 5,6087% 0,3908% 0,1326%

Geração de Valor ao Acionista

0,0554% 0,6892% 0,7950% 0 0

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Gráfico 3 - OI S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor

Mesmo não tendo em sua composição uma satisfatória presença do ativo intangível, a OI demonstrou que independente da quantidade investida, a geração de valor aos acionistas tem uma relação direta com grau de intangibilidade. No caso do ano de 2013, esse aumento excepcional no grau de intangibilidade é explicado pela valorização não muito comum de suas ações na bolsa de valores, ou seja, especulações positivas que ao longo do tempo não se confirmaram.

Então analisando as empresas do ramo de telecomunicação, todas comprovaram a tese da questão de pesquisa em que o grau de intangibilidade tem uma relação direta com a geração de valor aos acionistas, tanto quando aumenta ou quando diminui. Ficaram evidenciadas que as empresas que investem no ativo intangível tendem se consolidar no mercado. A TIM e a TELEFÔNICA BRASIL geraram riqueza própria para os acionistas e para a sociedade em geral. No caso da empresa OI, seu investimento em ativo intangível é baixo em relação ao capital total, ou não conseguiram transformar esse ativo em retorno para si, nesse momento encontra-se em recuperação judicial e se declarou em falência, mostrando não ser uma empresa solida que se perpetua.

0,0000% 1,0000% 2,0000% 3,0000% 4,0000% 5,0000% 6,0000% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista OI S.A

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Tabela 4 - AREZZO S.A.

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 384.047.000 453.889.000 514.542.000 576.293.000 617.905.000

Valor de Mercado 2.025.920 3.446.920 2.574.904 2.319.034 1.803.095

Grau de intangibilidade 0,0053% 0,0076% 0,0050% 0,0040% 0,0029%

Geração de Valor ao Acionista

0,0030% 0,4202% 0 0 0

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Gráfico 4 - AREZZO S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor

Na empresa AREZZO, observa-se uma relação direta entre o grau de intangibilidade e a geração de valor aos acionistas, não tão perceptivo no gráfico pela razão da composição de seu capital, onde o ativo intangível tem pouca participação e com difícil mensuração. Já o ano de 2012 observa-se uma geração de valor aos acionistas acima do normal, justificada pela valorização de suas ações. No período do ano de 2012, a economia do Brasil estava dentre as maiores do mundo, onde as classes menores subiriam de patamar, consumindo produtos de luxo como os da AREZZO e supervalorizando as ações da mesma, porém, não se sustentaram nos anos seguintes.

Tabela 5 – LOJAS RENNER S.A.

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 1.154.998 1.305.683 1.493.253 1.855.268 2.310.896

Valor de Mercado 5.760.304 9.629.383 7.518.449 1.891.815 10.720.686

Grau de intangibilidade 4,9873% 7,3750% 5,0349% 1,0197% 4,6392%

Geração de Valor ao Acionista

0,0275% 0,4191% 0,0140% 0,0616% 0,8346%

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 0,0000% 0,0500% 0,1000% 0,1500% 0,2000% 0,2500% 0,3000% 0,3500% 0,4000% 0,4500% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista AREZZO S.A

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Gráfico 5 - LOJAS RENNER S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando os dados das LOJAS RENNER comprova-se empiricamente a relação do grau de intangibilidade com geração de valor aos acionistas, ou seja, o aumento do primeiro terá o mesmo efeito no segundo e o mesmo acontece na diminuição. A queda do grau de intangibilidade é justificada pela queda das vendas reduzindo sua carteira de clientes.

Tabela 6 - LOJAS MARISA

Em mil reais

Período 2011 2012 2013 2014 2015

Valor líquido contábil 857.765 1.039.049 1.107.738 1.155.878 1.118.845

Valor de Mercado 3.111.597 6.008.547 3.424.939 2.434.192 989.817

Grau de intangibilidade 3,6275% 5,7827% 3,0918% 2,1059% 0,8847%

Geração de Valor ao Acionista

0,4512% 0,4842% 0,4120% 0,0050% 0

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017. 0,0000% 1,0000% 2,0000% 3,0000% 4,0000% 5,0000% 6,0000% 7,0000% 8,0000% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista

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Gráfico 6 - LOJAS MARISA

Fonte: Elaborado pelo autor

As LOJAS MARISA também comprovaram a questão de pesquisa proposta, onde o grau de intangibilidade teve uma relação direta com a geração de valor aos acionistas tanto aumentando como diminuindo. O decréscimo do grau de intangibilidade ocorreu-se pela crise econômica vivida pelo Brasil após 2013, com isso reduzindo sua carteira de clientes que é um dos principais pontos de seu ativo intangível.

Analisado as empresas do ramo de tecidos, vestuários e calçados pode-se constatar que todas as empresas pesquisadas tiveram uma relação direta com grau de intangibilidade e a geração de valor aos acionistas, e a composição do capital das mesmas apresenta pouca participação do ativo intangível, sendo uma característica do ramo de atuação. Os ativos intangíveis mais comuns entre elas são; goodwill, marca e carteira de clientes. Com a grande recessão que país passa há algum tempo, foram reduzidos os investimentos e perdas de clientes e assim reduzindo o grau de intangibilidade das empresas.

Após a coleta de dados e a aplicação dos testes econômicos e de desempenho pelas métricas estipuladas, os resultados obtidos foram demonstrados nas tabelas e gráficos numerados de 1 a 6. Assim, os resultados expostos das grandes empresas que compõem as áreas de telecomunicação, tecidos, vestuários e calçados foram analisados e utilizando-se do valor mercado de ações do teste do grau de intangibilidade (GI) e da geração valor ao acionista (GVA).

Observa-se que as empresas com maior porte ou capital são as que investem mais no ativo intangível, comprovado em valores monetários; também em termos de porcentagem, a participação do ativo intangível nessas organizações é maior do que naquelas de pequeno e médio porte. O que acaba evidenciando que, apesar de uma vantagem e um diferencial competitivo, o custo do ativo intangível é alto, e recurso e tempo são necessários para o seu desenvolvimento.

Percebe-se também que as empresas que possuem muito investimento em ativos intangíveis são as que conseguem alcançar maior valor de mercado, sendo uma estratégia de mercado, uma vez que conseguem captar mais recursos no mercado acionário pelo motivo de suas ações serem mais valorizadas.

Os dados demonstram que tem uma relação direta entre o grau de intangibilidade com á geração de valor aos acionistas mostrado nas figuras e gráficos 1 até 6.

0,0000% 1,0000% 2,0000% 3,0000% 4,0000% 5,0000% 6,0000% 7,0000% 2011 2012 2013 2014 2015 Grau de intangibilidade Geração de Valor ao Acionista

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs analisar o impacto do ativo intangível na composição total da empresa e se isso tem reflexo no desempenho econômico da mesma, que será analisado por meio da geração de valor aos acionistas

Para a realização da pesquisa tornou-se necessária a coleta de dados junto à BM&FBOVESPA e métricas de desempenho como grau de intangibilidade e geração de valor aos acionistas, além de um estudo bibliográfico.

A limitação da pesquisa se deu pelo fato de que o tema é um estudo recente e, por isso, com escassa bibliografia.

O objetivo principal deste estudo foi demonstrar a relação do grau de intangibilidade com a geração de valor ao acionista investigando seis empresas do mercado acionário de dois grupos distintos, algumas com maior, outras com menor grau de ativo intangível em sua estrutura. Assim, após testar a hipótese fundamentada é que se chega às considerações finais da investigação.

Empiricamente, fica evidenciada uma relação direta entre o grau de intangibilidade (GI) e a geração de valor aos acionistas (GVA) mostrada por meio das tabelas e gráficos numerados de 1 a 6; quanto maior o grau de intangibilidade maior será a geração de valor ao acionista e, a relação é continua tanto na questão de decréscimo e crescimento.

Conclui-se que a pesquisa alcançou os objetivos, demonstrando a relação do ativo intangível com geração de riqueza aos acionistas, confirmando as bases teóricas.

Os ativos intangíveis são muito importantes no desempenho econômico da empresa como demonstrado pelos resultados da pesquisa, mas, sua maior dificuldade está na mensuração e reconhecimento. Por isso, seria importante um critério mais claro e rigoroso antes de fazer parte do balanço patrimonial. Algumas vezes, esses ativos não espelham a realidade do que é proposto, e assim cria-se uma informação falsa para todos os usuários, podendo levar ao colapso um mercado acionário.

THE INCREASING OF THE INTANGIBILITY DEGREE CONCERNING TO THE WEALTH GENERATION OF THE SHAREHOLDERS

ABSTRACT

The intangible assets of the companies stand out for being resources for value creation, in this context the research has the objective of verifying the relation of the degree of intangibility and the creation of value to the shareholders in the public companies listed on BM& F Bovespa. For the exposed, the data collection of the samples, that gathers six companies, comprised the period from 2011 to 2015. The research is descriptive with quantitative approach of data, using the degree of intangibility and the generation of value to the shareholders. The data analysis revealed that when there is an increase in the degree of intangibility there is also the value creation to the shareholders, and when the opposite happens, the decrease in the degree of intangibility, there is also a decrease in value creation. This shows the tendency to associate the degree of intangibility with the generation of value to shareholders. And it was verified that the companies with the largest share of intangible assets in their total of assets are the ones that generated greatest riches to their shareholders.

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