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LABORATÓRIO PORTÁTIL PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO PARA AUXILIAR NO TRABALHO DO PROFESSOR

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Academic year: 2021

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LABORATÓRIO PORTÁTIL PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA:

UMA PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO PARA AUXILIAR NO

TRABALHO DO PROFESSOR

Kelson Araújo Lima

1

Universidade Federal do Tocantins

kelsonaraujolima@gmail.com Claudenice Cardoso Brito2

Universidade Federal do Tocantins

claudenicecardosobrito@gmail.com

Resumo:

O uso de materiais concretos nas aulas de matemática tem sido muito discutido nos contextos de formação docente nas universidades, contudo, um dos obstáculos a serem suplantados é o uso destes apenas como meros instrumentos, por isso é preciso discutir sobre seu uso, de como o professor pode utilizá-lo com base numa teoria que o auxilie nas suas aulas? E na falta de um Laboratório de Ensino de Matemática, seria possível confeccionar um Laboratório Portátil? A partir desses questionamentos, expomos um sobre o trabalho de TCC desenvolvido a partir de nossa experiência no Programa de Iniciação a Docência (Pibid). A proposta de confecção de um LAPEM proporcionou a suplantação de um problema encontrado nas escolas onde funciona o Pibid, de forma que pudemos além de produzir nosso material de apoio, também pudemos compreender como articular a Teoria Histórico-Cultural na prática docente.

Palavras-chave: LAPEM. Formação Docente Inicial. Materiais Concretos.

Introdução

A graduação de professores em Matemática precisa abranger um vasto campo de formação, possibilitando ao graduando adquirir conhecimentos relacionados aos aspectos formalistas do conhecimento da área de formação, bem como dos relacionados aos aspectos didático-pedagógicos. Neste aspecto, isso requer que o graduando compreenda desde os conteúdos com altos níveis de abstração, às demonstrações e conteúdos repletos de rigor

1 Licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Tocantins – UFT (2018).

2 Professora do Curso de Licenciatura plena em Matemática junto a Universidade Federal do Tocantins –

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técnico até o conhecimento sobre as teorias da educação. Portanto, o objetivo dos cursos de licenciatura tem como fulcro a formação docente, munindo o licenciando com conhecimentos específicos da área em questão e também da realidade da educação e dos documentos oficiais da educação, é focado neste objetivo que o curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins busca cumprir essa finalidade. Embasados nos aspectos supracitados apresentamos neste artigo nosso trabalho desenvolvido durante a escrita do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), na perspectiva da Educação Matemática, no trabalho desenvolvido, apresentamos uma proposta de material didático que visa facilitar o acesso dos professores à materiais manipuláveis e jogos, tendo em vista que as escolas muitas vezes não refletem a realidade da instituição formadora, ao não apresentar o Laboratório de Ensino de Matemática em suas repartições. A proposta apresentada é o Laboratório Portátil Para o Ensino de Matemática – LAPEM, desenvolvido pelas equipes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência – PIBID de Matemática entre os anos de 2015 a 2017, sob a coordenação do programa na responsabilidade do professor Freud Romão.

O laboratório de ensino de matemática: a ideia de confecção do LAPEM

No contexto da graduação, somos apresentados as mais diversas maneiras de ensinar matemática, dentre as quais, destacamos a que nos permite fazer uso de materiais concretos; estamos nos referindo ao Laboratório de Ensino de Matemática – LEM, onde os alunos são levados a aprender propriedades matemáticas dos objetos de estudo da área, com o auxílio de materiais concretos que no contexto da aula, podem incorporar tais propriedades, Antônio e Andrade argumentam que:

Estudos antigos e recentes nos mostram que a manipulação de materiais e o uso de jogos, quando bem planejada se caracteriza uma indispensável estratégia para o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização. Por meio dos jogos os alunos compreendem melhor e utilizam regras que serão usadas no processo ensino-aprendizagem (ANTÔNIO; ANDRADE, 2009, p.3).

Logo, nota-se que é necessário que o professor possa ter acesso a materiais manipuláveis e jogos para incorporar ao planejamento de suas aulas sempre que julgar necessário, entretanto, como já mencionado anteriormente, nem todas as escolas refletem a realidade da instituição formadora do professor, isso ocorre frequentemente quando a escola

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não possui um LEM à disposição para que seja buscado nele os materiais que dariam suporte às aulas.

Na busca por uma alternativa que possa auxiliar o professor quando o mesmo não tem acesso a um LEM, as equipes do PIBID de Matemática sob a orientação do professor Freud Romão, então subcoordenador do programa; foram apresentadas por ele à proposta de confecção de um laboratório portátil que pudesse substituir o LEM, claro, em menor escala. Assim surgiram os primeiros protótipos, sendo desenvolvidos em escolas de Ensino Fundamental 1e 2 e Ensino Médio; por equipes do PIBID destinadas a essas escolas.

Entretanto, o que se busca neste escrito é abordar sobre uma fundamentação teórica que permita o uso do LAPEM pelo professor com vistas a contribuir para a sua atuação, de forma que o uso do LAPEM não apenas da ordem instrumental. Por este motivo, trazemos como aporte teórico a Teoria Histórico Cultural, esta foi desenvolvida por Lev Semenovich Vygotsky e seus colaboradores na escola russa do séc. XX. Esta teoria argumenta que, segundo seu idealizador principal, o homem se relaciona com o mundo não de forma direta, mas que esta relação é mediada por meios de ferramentas auxiliares. (VYGOTSKY apud REGO 2009). Nessa perspectiva, abordamos o LAPEM como uma unidade de apoio que contém as ferramentas auxiliares a serem utilizadas pelo professor para mediar a relação dos alunos com os objetos do mundo, tendo a linguagem um papel importante na compreensão dos signos.

Fazem parte das características humanas o diálogo, como já fora citado antes, a relação homem-natureza e consequentemente a relação do homem consigo mesmo ocorre por meio da linguagem, portanto a linguagem constitui uma poderosa ferramenta de mediação e como sabemos, o ensino (seja ele qual for) ocorre por meio desta. (LIMA 2018, p:22).

Assim, atenta-se que o planejamento do professor esteja voltado para aulas de exposição de conteúdos, entretanto, isso dificulta a aprendizagem dos alunos uma vez que torna-se lento o processo de estruturação dos signos por parte dos mesmos, signos por sua vez são as representações mentais com as quais a criança desenvolve a sua aprendizagem, como a linguajem dado que “as características tipicamente humanas não estão presentes desde o nascimento, nem são mero resultado das pressões do meio externo. Elas resultam da interação

dialética do homem e seu meio sociocultural.” (REGO, 2009, p. 41, grifo da autora). Portanto, argumentamos que a interação dialética do homem com o seu meio seja mediada, no contexto das aulas de Matemática, tanto pela linguagem quanto pelos instrumentos técnicos presentes no LAPEM.

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As contribuições do LAPEM para as aulas de matemática

O uso do laboratório portátil no planejamento do professor e sua aplicação a sala de aula contribuem para um melhor desempenho docente, pois o LAPEM se constitui de jogos e materiais concretos com propriedades matemáticas que podem ser abordados nas aulas, facilitando a atuação docente, não obstante, a aprendizagem dos alunos também é beneficiada, uma vez que “o jogo não é um exercício; é desenvolvimento. Nele aparece o novo, ele é o caminho para o estabelecimento de novas formas de organização da conduta, formas necessárias em virtude da complexidade crescente das condições de vida”, ELKONIN (2009, p. 109). Com isso, concluímos que o LAPEM pode ser utilizado nas aulas de matemática estando fundamentado na Teoria Histórico Cultural.

Ao aplicar o LAPEM nas aulas de matemática, o professor poderá abordar conteúdos matemáticos de diversas maneiras, uma vez que estiver com materiais manipuláveis diante dos alunos, os mesmo irão envolver-se com mais afinco nas aulas e assim concentrarão mais atenção ao que está sendo ensinado. Outro fator a considerar é que os jogos presentes no LAPEM podem favorecer a criação de Zonas de Desenvolvimento Proximal, que na THC, “aquilo que uma criança não é capaz de fazer sozinha poderá desempenhá-lo com a ajuda de um adulto (ou de alguém mais adiantado do que ela)” (MOYSÉS apud LIMA 2018, p:24). Por fim, o uso do laboratório portátil também é respaldado por ele ser de fácil transporte, pode ser confeccionado com materiais reciclados e outros materiais que estão disponíveis na escola, como papelão, isopor, papel EVA; as peças danificadas podem ser facilmente substituídas, sua confecção pode acontecer por meio de uma parceria do professor com os alunos. Logo, este material se caracteriza por promover um processo de ensino e aprendizagem ativo, colocando tanto o professor quanto os alunos em ação.

Por fim, a composição do laboratório portátil deve se constituir de materiais manipuláveis que possibilitem a exploração matemática de objetos matemáticos, este também deve ser construído para atender as mais diversas séries de ensino, o que torna este instrumento um recurso de organização temporal, se adequando aos conteúdos e classes em que vai ser utilizado.

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Como visto anteriormente, a formação acadêmica deve preparar o futuro professor para diversas dificuldades que eventualmente podem surgir no ato de sua atuação. Por este motivo, conhecer dos conteúdos matemáticos e diferentes maneiras de abordá-lo é uma característica importante que deve se fazer presente na personalidade profissional do professor. Para tal, conhecer bem o LEM e usá-lo no período de graduação lhe permite aprimorar mais os domínios sobre os objetos matemáticos. Entretanto, quando a escola em que o professor se encontra não refletir a realidade da instituição formadora, este deverá optar entre buscar soluções viváveis para auxiliar o seu trabalho ou limitar seu desempenho às barreiras encontradas.

Para os professores que optarem por pesquisar formas de contornar a ausência do LEM, o LAPEM pode ser apresentado como a alternativa mais viável para lhe auxiliar nas aulas. Este laboratório portátil pode ser um instrumento de apoio que propiciará ao professor a oportunidade se manter em ação de pesquisa, refinando sua didática e desenvolvendo cada vez mais o domínio dele para com os conhecimentos matemáticos. O LAPEM também pode possibilitar mudanças significativas no processo metodológico de ensino da Matemática, resultando em um modelo que permite ao aluno ter acesso a materiais que podem facilitar o desenvolvimento de sua aprendizagem de forma significativa.

Por fim, outro fator a se considerar é o de que este instrumento é mais viável a ser trabalhado pelos professores nas escolas da zona rural, onde o acesso ao LEM por vezes é restrito, por outras é inexistente. Para tal, sugerimos que o LAPEM seja apresentado aos professores pelas instituições responsáveis pelas formações continuadas, possibilitando a proliferação da ideia de maneira subsidiada pela gestão do governo, elaborando materiais didáticos pedagógicos nesta perspectiva que possam abranger a realidade das escolas, tornando possível que se ensine matemática tendo como recurso pedagógico a exploração de propriedades matemáticas por meio de materiais manipuláveis.

Referências

ANTONIO, Fátima de Carvalho; ANDRADE, Susimeire Vivien R. de. O Lem Como Facilitador do Ensino Aprendizagem de Matemática de Ensino Fundamental. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1952-8>. Acesso em: 02 Out. 2018.

BOTAS, Dilaila; MOREIRA, Darlinda. A utilização dos materiais didáticos nas aulas de Matemática: Um estudo no 1º Ciclo. Revista Portuguesa de Educação, Portugal, v. 26, n. 1, p.253-286, 2013. Semestral.

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: Mec/sef, 1997. 142 p.

OTTONI, Terezinha de Paula Machado Esteves; SFORNI, Marta Sueli de Faria. Vigotski, Leontiev e Elkonin: Subsídios Teóricos Para a Educação Infantil. 2012. Disponível em: <http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/acer vo/docs/2404d.pdf> . Acesso em: 02 Outubro de 2018.

LIMA, Kelson Araújo. Laboratório portátil para o ensino de matemática: Um instrumento de apoio ao trabalho do professor. 2018. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, 2018.

MORE: Mecanismo online para referências, versão 2.0. Florianópolis: UFSC Rexlab, 2013. Disponível em: <http://www.more.ufsc.br/> . Acesso em: 08 de Outubro de 2017

REGO, Tereza Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

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