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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. André Signor

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ André Signor

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)

CURITIBA 2010

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André Signor

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da

Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial

para obtenção de grau de Médico Veterinário.

Orientador Acadêmico: Prof. Welington Hartmann

Orientador Profissional: Carlos Alberto da Matta

CURITIBA 2010

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Prof.ª Carmem Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Prof. João Henrique Faryniuk

Pró-Reitor de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão

Prof. Roberval Eloy Pereira

Secretário Geral

Prof. Bruno Carneiro Diniz

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

Ana Laura Angeli

Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina veterinária

Ana Laura Angeli

CAMPUS BARIGUI

Rua Sidnei A. Rangel Santos, 238- Santo Inácio CEP: 82010-330 – Curitiba - PR

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TERMO DE APROVAÇÃO André Signor

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de título de Médico Veterinário por uma banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 24 de novembro de 2010.

Orientador:

Prof. Welington Hartmann Universidade Tuiuti do Paraná

Profª. Elza Maria Galvão Ciffoni Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Uriel Vinícius Cotarelli de Andrade Universidades Tuiuti do Paraná

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, pelo universitário André Signor, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário é composto de Relatório de Estágio, no qual estão descritas as atividades na área médica, cirúrgica e assistência reprodutiva de bovinos, manejo de pastagens e biotecnologias da reprodução realizadas durante o período de 06 de agosto a 08 de outubro de 2010. O estágio foi realizado em acompanhamento ao Dr. Carlos Alberto da Matta em diversas propriedades da região do cone sul de Rondônia, cumprindo estágio curricular correspondente a 360 horas de atividades. Nesse trabalho foram descritas as atividades realizadas durante o estágio, dando ênfase em Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

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Dedico este trabalho a Deus e a minha família que em todos os momentos, me ensinaram, incentivaram e acreditaram que eu poderia ser capaz de alcançar meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu forças para enfrentar as dificuldades encontradas ao longo da vida.

Aos meus pais Cladir José Signor e Inês Fátima Bagatini Signor, a minha irmã Diana Signor que nunca mediram esforços nas suas vidas para que

eu pudesse realizar meus sonhos, e sempre dando o apoio e incentivo necessário em todos os momentos em que precisei obrigado pelo amor, carinho e confiança em mim depositados.

Ao médico veterinário orientador e amigo Carlos Alberto da Matta (Carlão), o meu muito obrigado por sempre ter me passado seus conhecimentos e estando sempre disponível em todos os momentos em que precisei.

Aos grandes amigos conquistados durante estes 5 anos de faculdade, que sempre estavam dispostos a me ajudar nas horas em que precisei, as provas, os churrascos, as baladas, os bares, os momentos de risadas, as mentiras do Belga, as conversas sérias, as brigas e discussões, os porres e com certeza ficaram registrados em minha memória, obrigado a todos: Pablo Martinez (Pablão), Elder (Vô), Alex (Veio), Emilie (Mime), Raquel (Gorda), Carlos Eduardo (Dudu), Gabi (Polaka), Carol (Kaká Hansen), Rodrigo (Rodrigão), Marcelo (Caçarola), Miguel (Miguelito), Fabrício (Belga), Rúbia (Ru), Franciely (Fran), Cida (Cidóka) e a muitos outros companheiros que com certeza marcaram minha vida. Obrigado a todos vocês.

Aos professores Elza Maria Galvão Ciffoni, Ricardo Maia e Welington Hartmann, obrigado pela amizade, incentivos e ensinamentos durante todo o curso.

A família Portes Pablo, Filipe e tia Diair, por terem me acolhido como filho durante o todo o tempo em que precisei e não sabiam o que fazer para me deixar mais a vontade em sua casa, meu muito obrigado a todos vocês.

A todos os que freqüentaram a república Recanto das Poedeiras, outro período de minha vida que certamente, jamais será esquecido, momentos de risadas, festas e muito mais que ficarão guardados para sempre. Obrigado a todos.

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“Nos momentos em que o homem

cumpre com a palavra empenhada,

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SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS... 4 LISTA DE TABELAS... 5 LISTA DE FIGURAS... 6 RESUMO... 8 1 INTRODUÇÃO... 9 2 ATIVIDADES REALIZADAS... 12

3 INSEMINAÇÃO ARTIFIAL EM TEMPO FIXO... 13

3.1 HIPOTÁLAMO... 13

3.2 HIPÓFISE... 14

3.2.1 FSH e LH... 15

3.2.2 Prolactina... 16

3.3 GONADOTROFINA CORIONICA EQUINA (eCG)... 17

3.4 OVÁRIOS...18

3.4.1 Folículos...19

3.4.2 Corpo Lúteo... 23

3.5 HORMÔNIOS ESTERÓIDES GONADAIS... 24

3.5.1 Estradiol... 25

3.5.2 Inibina, activina e foliculostatina... 25

3.5.3 Relaxina... 26

3.5.4 Progesterona... 26

3.6 ÚTERO... 27

3.6.1 Prostaglandina... 27

(10)

3.8 ATIVIDADE OVARIANA PÓS-PARTO... 34

3.9 INFLUÊNCIA DO ECC SOBRE AS TAXAS DE NÃO RETORNO...34

3.10 INFLUENCIA DA AMAMENTAÇÃO... 38

3.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO – IATF... 39

3.11.1 Vantagens da IATF... 39

3.11.2 Limitações da IATF... 40

3.12 CONTROLE FARMACOLÓGICO DO CICLO ESTRAL...40

3.12.1 Tratamento com Prostaglandina para Sincronização do Cio... 40

3.13 CONTROLE DA DINÂMICA FOLICULAR PARA IATF...43

3.13.1 Requisitos Básicos para a Manipulação Hormonal da Dinâmica Folicular e Luteínica para IATF... 43

3.14 CONTROLE DA FASE LUTEÍNICA PARA REALIZAÇÃO DA IATF... 47

3.14.1 Estrógenos... 47

3.14.2 PGF2α no Protocolo de Sincronização da Ovulação... 47

3.14.3 Progesterona... 48

3.15 INDUÇÃO SINCRONIZADA DA OVULAÇÃO... 48

3.15.1 Sincronização com GnRH/PGF2α/GnRH... 49

3.15.2 Sincronização com P4, Benzoato de Estradiol (BE) e PGF2α... 50

3.16 REUTILIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROGESTERONA... 52

3.16.1 Higienização dos Dispositivos... 53

3.17 ALTERNATIVAS DE MANEJO COM IATF... 54

3.17.1 Emprego da IATF seguida de Monta Natural... 54

3.17.2 IATF - IA convencional - Monta Natural... 56

(11)

4 DESCRIÇÃO DAS FAZENDAS... 58

4.1 PASTAGENS, MANEJO E CALENDÁRIO SANITÁRIO... 60

4.2 PROTOCOLOS... 62

4.3 RESULTADOS...64

5 DISCUSSAO... 66

6 CONCLUSÃO... 68

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS

BE Benzoato de Estradiol CL Corpo Lúteo

ECC Escore de Condição Corporal eCG Gonadotrofina Coriônica Equina EM Estação de Monta

E2 Estrógeno

FD Folículo Dominante

FSH Hormônio Folículo Estimulante GH Hormônio do Crescimento

GnRH Hormônio Secretor de Gonadotrofinas IA Inseminação Artificial

IATF Inseminação Artificial em Tempo Fixo LH Hormônio Luteinizante

MN Monta Natural PGF2α Prostaglandina F2α P4 Progesterona

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Descrição das atividades realizadas durante o estágio obrigatório 12

TABELA 2 Escore de condição corporal de bovinos 37

TABELA 3 Taxas de prenhez em femêas bos indicus acompanhadas durante o estágio curricular

64

TABELA 4 Taxas de prenhez de fêmeas bos indicus abtidas atravez da realização de iatf no período de fevereiro a julho de 2010, realizadas pelo orientador profissional Carlos Alberto da Matta

(14)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Representação esquemática do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal 14

FIGURA 2 Estruturas presentes no ovário 19

FIGURA 3 Emergência, desvio e dominância folicular 22

FIGURA 4 Representação esquemática do ciclo estral de fêmeas bovinas 32 FIGURA 5 Representação esquemática das fases do ciclo estral 32 FIGURA 6 Representação esquemática de animal com 2 ondas de

crescimento folicular

33

FIGURA 7 Representação esquemática de animal com 3 ondas de crescimento folicular

33

FIGURA 8 Efeito do escore de condição corporal na taxa de concepção de fêmeas boinas lactantes (Bos indicus) inseminadas em tempo fixo

35

FIGURA 9 Escore corporal 1,5 36

FIGURA 10 Escore corporal 3,0 36

FIGURA 11 Escore corporal 2,5 36

FIGURA 12 Escore corporal 4,5 36

FIGURA 13 Dispersão da ovulação no tratamento com PGF2α 43

FIGURA 14 Tempo de ação dos diferentes estrógenos 46

FIGURA 15 Intervalo entre o tratamento e ovulação conforme o indutor utilizado 49

FIGURA 16 Dinâmica folicular “OVSYNCH” 50

FIGURA 17 Dinâmica folicular na formação do folículo persistente 51 FIGURA 18 Dinâmica folicular no protocolo com dispositivo de progesterona 52

(15)

FIGURA 19 Representação esquemática da estação de monta com IATF seguida de monta natural

55

FIGURA 20 Representação esquemática da estação de monta com IATF, observação de cio para a IA convencional posterior monta natural

56

FIGURA 21 Representação esquemática da estação de monta com 2 IATF´s seguida de monta natural

57

FIGURA 22 Época da seca na região norte do país 59

FIGURA 23 Época das chuvas na região norte do país 59

FIGURA 24 Diagnóstico de gestação através de palpação retal 61

FIGURA 25 Produtos da IATF em vacas nelore 61

FIGURA 26 Embalagem cronipres 62

FIGURA 27 Implante de P4 62

FIGURA 28 Aplicador do dispositivo cronipres 62

FIGURA 29 Implantação do dispositivo intravaginal de P4 62

FIGURA 30 Cronibest (benzoato de estradiol) 63

FIGURA 31 Croniben (prostaglandina) 63

FIGURA 32 Lote 1 acompanhado durante o estágio curricular 65 FIGURA 33 Lote 3 acompanhado durante o estágio curricular 65 FIGURA 34 Lote 2 acompanhado durante o estágio curricular 65

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RESUMO

A pecuária de corte no estado de Rondônia tem apresentado significativos avanços, particularmente a partir da última década, quando novas práticas de manejo foram adotadas pelos criadores, sobretudo com relação à nutrição dos rebanhos e aos novos métodos das biotecnologias da reprodução. O aumento da produtividade traz desafios para a classe veterinária, fazendo com que o profissional acompanhe as evoluções tecnológicas desenvolvidas pelas universidades e centros de referência em pesquisa. Durante o estágio curricular obrigatório André Signor acompanhou 802 atendimentos de clínica médica, 10 de clínica cirúrgica, 5.567 relacionados a biotecnologias da reprodução, dos quais a inseminação artificial em tempo fixo foram 1.311, sob orientção acadêmica do professor Wlington Hartmann e orientação profissional do médico veterinário Carlos Alberto da Matta, durante o período de 06 de agosto a 08 de outubro de 2010.

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1 INTRODUÇÃO

A atual situação econômica da pecuária mundial exige dos produtores máxima ação para garantia de satisfatório retorno econômico. Desta forma, elevados índices de produção, associados à alta eficiência reprodutiva, devem ser metas que norteiam técnicos e criadores a alcançarem maior produtividade. Neste contexto, a otimização da eficiência reprodutiva é um dos principais fatores que contribuem para melhora da performance produtiva e da lucratividade dos rebanhos bovinos (BIOGENESIS, 2004).

O atual rebanho bovino brasileiro é composto por aproximadamente 211 milhões de cabeças. Desse rebanho, ao redor de 16,6 milhões são novilhas de dois a três anos de idade, o que representa 7,9% (ANULPEC, 2008). A eficiência econômica da pecuária de corte está vinculada à produção de bezerros, sendo estes destinados à produção de carne ou reposição do rebanho. Neste contexto, a eficiência reprodutiva em novilhas demonstra-se como de grande importância, principalmente no ponto de vista da concentração da ocorrência das gestações em determinados momentos durante a estação reprodutiva bem como o de promover o melhoramento genético do rebanho (SÁ FILHO et al., 2008).

A inseminação artificial (IA) consagrou-se mundialmente e provou ser viável, técnica e economicamente, para acelerar o ganho genético e o retorno econômico da pecuária. Ainda, em países de clima tropical, a IA permite a utilização de sêmen de touros Bos taurus para cruzamento industrial, os quais não possuem condições de adaptação ao clima e ao manejo das propriedades. Entretanto, para obtenção de elevados índices reprodutivos com o uso da IA é necessário compreender as limitações do emprego desta biotecnologia. Em todo o mundo existem relatos que

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indicam baixa taxa de serviço em bovinos, principalmente devido a comprometimentos na eficiência da detecção de cio. Este comprometimento é maior em rebanhos Bos indicus devido a particularidades do comportamento reprodutivo (estro de curta duração com elevado percentual de manifestações noturnas). Desta forma, programas que visam empregar a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), sem a necessidade de detecção do estro, colaboram sobremaneira para o aumento do emprego desta biotecnologia. Dentre os programas existentes, pode-se se destacar protocolos para sincronização da ovulação com o uso de LH, ECG e prostraglandinas e/ou progesterona e estrógenos, visando a inseminação artificial em tempo fixo (BIOGENESIS, 2004).

O objetivo do presente trabalho foi descrever as principais atividades realizadas durante o estágio curricular obrigatório realizadas no cone sul do estado de Rondônia, as quais destacaram-se: Fisiopatologia e biotecnologias da reprodução de bovinos onde se acompanhou trabalhos com IATF (inseminação artificial em tempo fixo) que se constituiu na principal atividade do estágio, clínica médica e cirúrgica de bovinos, manejo de pastagens, avaliação reprodutiva, monitoramento de estação de monta, inseminação artificial convencional, controle sanitário, entre outros. O estágio curricular supervisionado foi realizado no período de 06 de agosto até 08 de outubro de 2010 com o médico veterinário Carlos Alberto da Matta. Graduado pela Universidade Federal Fluminense no ano de 1982 com mais de 20 anos de experiência na área de bovinos de corte.

Existem vários procedimentos que antecedem e procedem a cada uma destas técnicas, avaliação de vacas e novilhas, palpação antes e depois da IATF,

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implantação do protocolo e todo o apoio técnico necessário relacionado a reprodução.

A região abrangida foi a do Cone Sul do estado de Rondônia, envolvendo as cidades de Vilhena, Pimenteiras D’Oeste, Cabixi, Chupinguaia e Cerejeiras, todas situadas a uma distancia média de 700 km da capital Porto Velho.

Para melhorar a eficiência reprodutiva é importante ressaltar que o nível de manejo da propriedade é fator imprescindível, uma vez que as características reprodutivas são de baixa herdabilidade genética, e consequentemente são muito mais influenciadas pelo meio ambiente (BARUSELLI et al., 2003). Assim, deve-se assegurar que o manejo geral da propriedade esteja adequado às necessidades de cada biotecnologia a ser empregada. Entretanto, a adequação do manejo nem sempre é fácil de ser otimizado em países produtores de carne e leite a pasto, principalmente no Brasil, que apresenta uma grande extensão territorial e grande variação climática com particularidades regionais de produção pecuária.

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2 ATIVIDADES REALIZADAS

Durante a realização do estágio obrigatório, foram acompanhados um total de 6.383 animais, dos quais na área de clínica médica foram 802 casos (13%), em clínica cirúrgica foram 14 (0,22%) e em reprodução foram 5.567 animais, sendo destes 304 protocolados para a IATF e 1.007 animais com diagnóstico de gestação à IATF, representando 87% das atividades realizadas no estágio. As atividades serão descritas melhor na tabela 1.

TABELA 1: DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO OBRIGATÓRIO. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES N° DE CASOS PARTICIPAÇÃO %

CLÍNICA MÉDICA

Exame de Brucelose (AAT) 706 11,06%

Cólica 1 0,02%

Parto Distócico 1 0,02%

Necropsia 1 0,02%

Hipocalcemia 1 0,02%

Coleta de sangue  Exame de AIE 20 0,31%

Casqueamento de Ovinos 30 0,48%

Vacinação Aftosa, clostridiose

e vermífugo 42 0,66% SUB TOTAL 802 13% CLÍNICA CIRURGICA Orquiectomia 4 0,06% Rufião 10 0,16% SUB TOTAL 14 0,22% REPRODUÇÃO

Diagnóstico de Gestação IATF 1007 15,78% Diagnóstico de Gestação MN 4256 66,68% Animais Protocolados para IATF 304 4,76%

SUB TOTAL 5567 87%

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3 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO

Para a compreensão das atividades hormonais relacionadas à fisiologia da reprodução, um detalhamento sobre os organismos reguladores, glândulas e as funções específicas dos hormônios se faz necessário.

3.1 HIPOTÁLAMO

O hipotálamo ocupa apenas uma porção do cérebro. Ele consiste da região do terceiro ventrículo, estendendo-se do quiasma óptico aos corpos mamilares. Existem conexões vasculares entre o hipotálamo e a adeno-hipófise (hipófise anterior). O sangue arterial ganha a hipófise através da artéria hipofisária superior e inferior. A artéria hipofisária superior forma capilares no nível da eminência média. Destes capilares, o sangue flui para o sistema porta hipotálamo-hipofisário (FIGURA 1), o qual começa e termina em capilares sem passagem pelo coração. Parte do fluxo venoso que sai da hipófise anterior (adeno-hipófise) se da através de um fluxo retrógrado, que expõe o hipotálamo a altas concentrações dos hormônios da adeno-hipófise. Tal fluxo sanguíneo possibilita ao mecanismo hipofisário a retroalimentação negativa de regulação das funções hipotalâmicas. Este tipo de retroalimentação é conhecido como retroalimentação de alça curta (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

Os hormônios do hipotálamo que regulam a reprodução são o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e o fator inibidor e liberador de prolactina (PRH e PIF respectivamente). O GnRH é secretado pelas extremidades dos axônios que fazem sinapses com os capilares da eminência média do hipotálamo. O sangue flui para o sistema porta hipotálamo-hipofisário, desta forma o GnRH produzido no hipotálamo é transportado até a

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hipófise para estimular a produção hormonal dos gonadotrofos (BIOGENESIS, 2004).

FIGURA 1: REPRESENTÇÃO ESQUEMÁTICA DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL

FONTE: BARUSELLI et al., 2000

3.2 HIPÓFISE

A hipófise é formada por uma parte anterior, denominada adeno-hipófise, e uma posterior, a neuro-hipófise. Essa glândula está localizada na sela túrcica, uma depressão óssea localizada na base do cérebro. A adeno-hipófise é a parte da hipófise responsável pela secreção de prolactina (PRL), FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que têm papel fundamental no crescimento folicular, na ovulação e na formação do corpo lúteo (CL). O GnRH secretado pelo hipotálamo liga-se aos receptores das células da hipófise que contém o FSH e o LH (gonadotrofos), os quais são secretados em padrões pulsáteis para

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atuarem nos ovários. A hipófise posterior não secreta, mas armazena ou libera a ocitocina e a vasopressina (ADH) (ALBUQUERQUE, BARROS & VIANA, 2004).

O FSH é o hormônio responsável pelo crescimento dos pequenos folículos, enquanto o LH atua na maturação final do folículo dominante e na ovulação (MIHM & AUSTIN, 2002).

Tanto a liberação do FSH quanto a de LH são estimuladas pela pulsatilidade de GnRH, sendo que a frequência e a amplitude dos pulsos de GnRH determinará qual gonadotrofina será secretada em determinado momento. O GnRH secretado em maior frequência e menor amplitude leva à secreção de LH e em menor frequência e maior amplitude, de FSH (WILTBANCK & HAUGHIAN, 2003).

3.2.1 FSH e LH

O LH e o FSH são hormônios glicoprotéicos com peso molecular de aproximadamente 32.000 dáltons. Gonadotrofos da hipófise anterior secretam ambos os hormônios. Cada hormônio consiste de duas subunidades diferentes chamadas alfa e beta. A subunidade ou cadeia alfa é comum a ambos, FSH e LH, entre as espécies, enquanto a subunidade beta é diferente e confere especificidade a cada gonadotrofina. As subunidades alfa e beta de qualquer um desses hormônios não possuem atividade biológica de modo separado (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

Tanto o GnRH como os esteróides gonadais regulam a secreção das gonadotrofinas. Além disso, peptídeos gonadais regulam a secreção de FSH. Tais peptídeos podem estimular (ativinas) ou inibir (inibinas, folistatina) a secreção de FSH (MARTINEZ et al., 1999).

O hormônio folículo estimulante (FSH), estimula o crescimento e a maturação do folículo de Graaf. O FSH por si só não causa a secreção de estrógenos no ovário;

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ao contrario, ele necessita da presença do LH para estimular a produção estrogênica. O hormônio luteinizante (LH) é uma glicoproteína composta de uma subunidade alfa e uma beta com peso molecular de 30.000 dáltons e meia vida biológica de 30 minutos (HAFEZ & HAFEZ, 2004). Níveis basais ou tônicos de LH agem juntamente com o FSH para induzir a secreção de estrógenos no folículo de Graaf; a onda pré-ovulatória de LH induz uma série de alterações no folículo, que culminam com a ruptura do folículo e expulsão do óvulo do seu interior (ovulação). Tem ação e estimula as células do corpo lúteo a produzirem progesterona (ALBUQUERQUE et al., 2004).

3.2.2 Prolactina

A prolactina é um hormônio polipeptídeo secretado pela adeno-hipófise. Não é uma glicoproteína como as outras gonadotrofinas. A prolactina ovina é uma proteína com 198 aminoácidos e peso molecular de 24.000 dáltons. A molécula da prolactina tem uma estrutura similar ao hormônio do crescimento (GH), em algumas espécies estes hormônios têm propriedades biológicas semelhantes (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

Um hormônio inibitório denominado fator inibitório da prolactina (PIF), regula a secreção da prolactina. O PIF, é provavelmente, a catecolamina, dopamina, uma amina de baixo peso molecular sintetizada a partir da L-tirosina. Ela é secretada dos terminais nervosos, predominantemente no núcleo arqueado localizado na eminência média, e transportada pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário, até a adeno-hipófise (GORDON, 1996).

A prolactina mantém a lactação. É conhecida como um hormônio gonadotrófico por causa das suas propriedades luteotróficas (manutenção do corpo

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lúteo) em roedores. Entretanto, em animais domesticos, o LH é o principal hormônio luteotrófico, sendo que a prolactina desempenha um papel menos importante no complexo luteotrófico (FINDLAY et al.,1992).

3.3 GONADOTROFINA CORIONICA EQUINA (eCG)

A eCG, antigamente chamada de PMSG (pregnant mare serum

gonadotrophin) é uma glicoproteína com duas subunidades, alfa e beta,

semelhantes ao FSH e LH, com maior conteúdo de carboidrato (ácido siálico), de efeitos biológicos prolongados (mais de 7 dias) devido a meia-vida longa. Liga-se aos receptores foliculares de FSH e LH, e de LH do corpo lúteo. A eCG estimula o desenvolvimento folicular ovariano e tem ação de FSH e LH, sendo essencialmente estimulante. Produzida nos cálices endometriais da égua, é isolada do soro de égua gestante entre 50 e 150 dias de gestação. O alto conteúdo de ácido siálico protege o hormônio da rápida degradação enzimática, prolongando sua vida média circulatória mais do que FSH purificado. É utilizado em programas de manipulação do ciclo estral e em programas de transferência de embriões (ALBUQUERQUE et al., 2004).

A secreção da eCG na égua estimula o desenvolvimento de folículos ovarianos. Alguns folículos ovulam, mas a maioria transforma-se em folículos luteinizados devido a sua ação semelhante ao LH. Tais corpos lúteos acessórios produzem progesterona, o que mantém a prenhez na égua (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

A eCG cria condições de crescimento folicular e de ovulação, e seu uso tem-se mostrado compensador em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade, em animais recém paridos (período pós-parto inferior a 2 meses) e em animais com condição corporal comprometida (BÓ e BARUSELLI, 2002).

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3.4 OVÁRIOS

Os ovários são 2 órgãos simétricos localizados na cavidade abdominal e responsáveis pela gametogênese e pelo controle endócrino das funções reprodutivas. Esta gônada apresenta estruturas em sua superfície folículo ou corpo lúteo (Figura 2), que permite identificar a fase do ciclo estral em que o animal se encontra. Os ovários exercem uma função exócrina que consiste na produção de gametas (os oócitos) e uma função endócrina, que consiste na produção de hormônios, tais como, o estrógeno e a progesterona (HAFEZ & HAFEZ, 2004). Durante a fase de maturação dos folículos, verifica-se um aumento na produção de estrógeno, que age no sistema nervoso central (SNC), estimulando o comportamento de cio, e no útero, vagina, vulva, oviduto, provocando alterações importantes para transporte e maturação de gametas. Após a ovulação forma-se uma estrutura chamada corpo lúteo, a qual será responsável pela produção de progesterona (P4). Este hormônio é responsável pelo preparo do endométrio uterino para a futura gestação, e pela manutenção da mesma por um determinado período (BIOGENESIS, 2004).

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FIGURA 2: ESTRUTURAS PRESENTES NO OVÁRIO (FOLÍCULO E CORPO LÚTEO)

FONTE: BIOGESIS, 2004

3.4.1 Folículos

3.4.1.1 Folículo Primordial e Primário

Pouco antes do nascimento, o córtex ovariano contém o número definitivo de vários milhões de folículos primordiais que progressivamente vai reduzindo ao longo da vida reprodutiva. Estima-se que o número médio de folículos na vaca, no momento do nascimento, seja 150.000, reduzindo para 60.000 na vaca adulta chegando a 1.000 folículos nas vacas velhas. Cada folículo dentro do estroma cortical é composto por um oócito de primeira ordem (oócito I), medindo cerca de 20 a 30 µm de diâmetro, circundado por uma camada de células foliculares planas cobertas por uma membrana basal e circundado por tecido intersticial. O folículo

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primordial se transforma em folículo primário quando as células foliculares planas se transformam em células cúbicas.

3.4.1.2 Folículo Secundário

Este folículo é chamado de secundário logo que a multiplicação das células foliculares forma a segunda camada em torno do oócito. O diâmetro do folículo aumenta progressivamente até 180 µm. As células foliculares, agora com aparência irregular poliédrica, se multiplicam e irão constituir as células da camada da granulosa. O oócito de primeira ordem inicia seu crescimento e seu diâmetro aumenta cerca de 40 até 60 µm e a zona pelúcida será formada. O folículo secundário provido com a teca interna também pode ser chamado de folículo pré-antral.

3.4.1.3 Folículo Terciário

Também chamado folículo cavitário ou folículo antral. Principais características: 1) antro folicular – uma cavidade com líquido folicular formado devido à secreção de fluídos pelas células da granulosa que irão provocar a dissociação desta camada; 2) oócito – circundado pela zona pelúcida. Até o estágio pré-ovulatório da evolução do folículo, o oócito, abrigado no cumulus, é um oócito de primeira ordem, bloqueado no final da prófase da primeira divisão meiótica (estágio de diacinese). O crescimento citoplasmático continua até o oócito atingir cerca de 80 a 120 µm de diâmetro; 3) corona radiata – uma massa sólida de células foliculares radiais localizada em torno da zona pelúcida; 4) cumulus oophorus – massa de células da camada da granulosa, em torno do oócito que se projeta para dentro da cavidade folicular; 5) membrana de Slavjanski – membrana que circunda a camada

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da granulosa, fazendo com que exista um compartimento interno do folículo isolado das demais camadas do folículo. Esta membrana é avascularizada e impede a entrada de capilares sanguíneos na câmara interna do folículo; 6) teca interna – é constituída de numerosos grupos de células epitelióides. A microscopia eletrônica revela que estas células têm a características de células esteróides idênticas àquelas observadas na células de Leydig (testículos); 7) teca externa é constituída de uma espessa camada de fibras colágenas atravessadas por um grande número de capilares sanguíneos contendo miofibroblastos diferenciados do fibroblasto do estroma.

Nesta fase, o folículo aumenta consideravelmente o seu volume por causa da rápida multiplicação das células foliculares. Ao final do seu desenvolvimento o folículo, com aproximadamente 1,5 a 2 cm de diâmetro, torna-se um folículo dominante pré ovulatório, ou folículo maduro ou folículo de Graaf. Durante a dominância ocorre a queda das concentrações de FSH e aumento da secreção de LH, quando, a partir deste momento o folículo selecionado passa a ser LH dependente (Figura 2). Tais folículos apresentam função endócrina esteroidogênica.

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FIGURA 3: EMERGENCIA, DESVIO E DOMINÂNCIA FOLICULAR

Onda de Crescimento Folicular

2 6 10 14 Dia 3 Dia 0 mm 16

FSH

LH Recrutamento Divergência Dominância FD = 8,5mm (Bos taurus) FD = 6mm (Bos indicus) FSH DEPENDENTE LH DEPENDENTE Rec. LH Ovulação FONTE: BIOGENESIS, 2004 3.4.1.4 Folículo pré-ovulatório

Ao final do seu crescimento, o folículo maduro reage a uma descarga de hormônios gonadotróficos por meio de uma grande transformação em que termina com a ruptura do folículo (a ovulação).

1) dissociação por meio das células do cumulus – devido à secreção, por estas células, de grande quantidade de ácido hilurônico. Como conseqüência, o oócito circundado por certa quantidade de células foliculares é liberado para dentro do líquido folicular; 2) formação do estigma – a região apical do estroma ovariano é o local onde ocorrerá a vaso constrição que resultará em isquemia e necrose do estroma e da parede folicular; 3) edema da teca – devido à liberação de histamina e bradicinina. Ao mesmo tempo, a secreção de ativador do plasminogênio que ativará as colagenases que dissociarão a teca externa. Esta ação é reforçada pela liberação

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de prostaglandinas; 4) dissociação do apex (estigma) – conseqüência da liberação das hidrolases lisossomais que induzem a autólise das células do epitélio ovariano na região apical. 5) término da meiose – o oócito completa sua maturação citoplasmática e nuclear, os grânulos corticais migram para a periferia e fixam-se na membrana plasmática. A meiose é reiniciada, sendo novamente bloqueada na metáfase da segunda divisão (metáfase II).

3.4.1.5 Folículo Atrésico

Aqueles folículos que não ovularam entram em processo de involução, constituindo os chamados folículos atrésicos. Este processo tem seu início na vida fetal e dura até o fim da vida reprodutiva. A maioria dos folículos sofre involução e somente algumas centenas de folículos alcançarão a fase pré- ovulatória.

3.4.2 Corpo Lúteo

A ovulação inicia-se com a ruptura do tecido necrosado do apex. O líquido folicular viscoso começa a fluir. O decréscimo na pressão do líquido folicular induz a uma série de contrações ritmadas dos miofibroblastos da teca externa e de todo estroma cortical que levam à expulsão do líquido folicular e do oócito circundado por células do cumulus. Após a expulsão do oócito, o folículo apresenta-se com um aspecto pregueado. É então chamado de folículo deiscente. A membrana de Savjanski desaparece completamente e os capilares sanguíneos da teca invadem rapidamente a granulosa, provocando, dessa forma, a transformação destas células para constituição do corpo lúteo. Os vasos sanguíneos atravessam completamente a granulosa e se abrem na cavidade folicular, formando rapidamente um coágulo circunscrito que recebe a denominação de corpo hemorrágico. Este coágulo serve

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como veio para a proliferação das células da camada da granulosa e teca interna. As células da granulosa são transformadas em grandes células luteínicas, com aproximadamente 40 µm de diâmetro, cuja estrutura é a mesma das células estereidogênicas. As células da teca interna (fortemente modificadas) constituem as pequenas células situadas na periferia do corpo lúteo formando cordões que penetram mais ou menos profundamente para dentro da camada das grandes células. Se a gestação se estabelece, este corpo lúteo continua a se desenvolver e recebe a denominação de corpo lúteo verdadeiro ou gestacional. Caso contrário, é então denominado corpo lúteo falso ou cíclico, sendo destinado ao desaparecimento precoce. A lise do corpo lúteo ou luteólise, acontece frequentemente na forma de uma degeneração fibrosa ou fibro-hialina com células lisadas e síntese de grande quantidade de fibras de colágeno que terminam com a formação de uma área de fibrose na superfície dos ovários denominado de corpos albicans. Na vaca, os folículos maduros medem cerca de 1-2 cm de diâmetro, enquanto que o CL mede de 2-3 cm de diâmetro, podendo ocupar ¾ partes do ovário, chegando, inclusive, a se projetar para fora do ovário. Seu peso pode variar de 3-9 g (ALBUQUERQUE, BARROS & VIANA, 2004).

3.5 HORMÔNIOS ESTERÓIDES GONADAIS

Os hormônios esteróides gonadais são produzidos primariamente nos ovários e nos testículos. Órgãos não-gonadais, tais como as adrenais e a placenta, também secretam certa quantidade de hormônios esteróides. Tais hormônios podem ser de 4 tipos: andrógenos, estrógenos, progestágenos e relaxina. Os três primeiros tipos são esteróides enquanto o quarto é uma proteína. Os ovários produzem dois hormônios

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esteróides (estradiol e progesterona) e um protéico (relaxina) (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

3.5.1 Estradiol

O estradiol é o estrógeno biologicamente ativo produzido pelo ovário, com quantidades menores de estrona. O estrógeno mais produzido pelo folículo de Graaf é o 17β estradiol (ALBUQUERQUE, BARROS & VIANA, 2004).

São carregados pela corrente circulatória por meio de proteínas ligadoras. Segundo Hafez & Hafez (2004), de todos os esteróides, os estrógenos têm a mais ampla gama de funções fisiológicas.

Algumas dessas funções são:

- Atuam no SNC induzindo comportamento de cio na fêmea; entretanto, pequenas quantidades de progesterona, juntamente com o estrógeno, são necessárias para indução do cio em algumas espécies, tal como a vaca.

- Atuam no útero aumentando tanto a amplitude quanto a frequência das contrações, potencializando os efeitos da ocitocina e da prostaglandina.

- Desenvolvimento das características físicas sexuais femininas.

- Estimulam o crescimento dos ductos e desenvolvem as glândulas mamárias. - Exercem efeitos de retroalimentação positiva e negativa no controle da liberação de LH e FSH através do hipotálamo. O efeito negativo se dá no centro tônico do hipotálamo e o positivo, no centro pré-ovulatório.

3.5.2 Inibina, activina e foliculostatina

Tratam-se de glicoproteínas produzidas pelas células da camada da granulosa do folículo ovariano. Tem por função regular a liberação do FSH

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hipofisário, sem alterar o LH. Os mecanismos que controlam sua liberação são ainda desconhecidos. O papel fisiológico da inibina, activina e foliculostatina é o de retroagir na hipófise, influenciar os níveis de FSH e modular (regulação final do eixo hiptalâmico-hipófise-ovário) os eventos FSH – dependentes das gônadas (ALBUQUERQUE, BARROS & VIANA, 2004).

3.5.3 Relaxina

A relaxina é um hormônio polipeptídico que consiste de uma subunidade alfa e outra beta, conectados por uma ponte dissulfídicas e possui peso molecular de 5.700 dáltons. Segundo Hafez & Hafez (2004), a relaxina é secretada primariamente pelo corpo lúteo durante a gestação. Em algumas espécies a placenta e o útero também secretam relaxina. Ela também inibe as contrações uterinas e causa crescimento das glândulas mamárias quando administrada junto com o estradiol.

3.5.4 Progesterona

A progesterona é o progestágeno natural de maior prevalência, sendo secretada pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela placenta e pelas glândulas adrenais. A progesterona assim como os estrógenos e os andrógenos, é transportada pela corrente circulatória por uma proteína de ligação. Sua secreção é estimulada primariamente pelo LH (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

Segundo Albuquerque, Barros & Viana (2004), a progesterona desempenha as seguintes funções:

- Prepara o endométrio para a implantação e manutenção da prenhez, aumentando a atividade secretora das glândulas do endométrio e inibindo a atividade do miométrio.

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- Atua sinergisticamente com os estrógenos na indução do comportamento do cio.

- Auxilia no desenvolvimento do tecido da glândula mamária.

- Provoca a inibição do cio e do pico pré-ovulatório de LH quando em níveis elevados. Portanto, a progesterona desempenha papel fundamental na regulação hormonal do ciclo estral.

- Inibe a motilidade uterina.

3.6 ÚTERO

O útero é o órgão que recebe o embrião e oferece condições de desenvolvimento e manutenção do feto até o parto. É o órgão responsável pela produção de prostaglandina (PGF2α), a qual regula a duração do ciclo estral pelo seu efeito luteolítico (BIOGENESIS, 2004).

3.6.1 Prostaglandina

Todas as prostaglandinas são ácidos graxos hidroxilados insaturados com 20 átomos de carbono e um anel ciclo/pentano. O ácido araquidônico, um ácido graxo essencial, é precursor da maioria das prostaglandinas mais intimamente associadas à reprodução, principalmente a PGF2α (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

São transportadas pela corrente circulatória para atuar no tecido alvo. A PGF2α é o agente luteolítico naturalmente associado ao final da fase luteínica do ciclo estral, permitindo assim, o inicio de um novo ciclo quando da ausência da fertilização. Ela é particularmente potente na interrupção da prenhez em sua fase inicial (RATHBONE et al., 2001).

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Segundo Gonçalves et al. (2002) regressão do corpo lúteo (CL), ou a luteólise, é um fenômeno que ocorre pela ação da PGF2 α (prostaglandina F2α), produzida pelo endométrio e liberada de forma pulsátil durante todo o ciclo estral, observando-se um padrão de três a quatro pulsos por dia no inicio do processo, sendo necessários cinco pulsos diários para sua completa regressão.

Duas formas de atividade luteolítica são atribuídas a PGF2 α. A primeira envolve o mecanismo de vasoconstrição da artéria ovariana após sua transferência contracorrente da veia uterovariana atuando localmente e evitando sua metabolização pulmonar, promovendo assim a involução do CL. Trabalhos de pesquisa apontam outras formas de atividade luteolítica, estando relacionadas a distúrbios nas vias de síntese celulares após ligação da PGF2 α em receptores de membrana plasmática das células luteais, bem como através do processo de apoptose, morte celular programada (BARUSELLI , BO & MARQUES, 2004).

Segundo Hafez & Hafez (2004), as prostaglandinas podem ser consideradas hormônios que regulam diversos fenômenos fisiológicos e farmacológicos, tais como a contração da musculatura lisa do útero e do trato gastrointestinal, a ereção, a ejaculação, o transporte espermático, a ovulação, a luteólise, o parto e a ejeção do leite.

3.7 CICLO ESTRAL

O ciclo estral em bovinos apresenta duração média de 21 dias (17 a 25 dias) (SIROIS & FORTUNE, 1988) e é regido por interações e antagonismos endocrinológicos de hormônios secretados pelo hipotálamo, hipófise, gônadas e útero (MACMILLAN & BURKE, 1996).

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Segundo Macmillan & Burke (1996), o ciclo estral pode ser dividido em duas fases distintas: a fase folicular ou estrogênica, que se estende do proestro ao estro culminando na ovulação, e a fase luteínica ou progesterônica, que compreende o metaestro e o diestro terminando com a luteólise. A fase folicular consiste no período em que ocorre o crescimento folicular sob baixas concentrações plasmáticas de progesterona e alta pulsatilidade de LH (após o fenômeno da luteólise) culminando na ovulação. A fase luteínica consiste no crescimento folicular sob maiores concentrações plasmáticas de progesterona (P4) secretada pelo corpo lúteo, levando ao crescimento e atresia dos folículos (onda de crescimento folicular), devido à diminuição da pulsatilidade e ausência do pico de LH.

Segundo Palhano (2008), diversos pesquisadores relatam a existência, ao nível de hipotálamo de núcleos de liberação tônica (basal) e núcleos de liberação pré-ovulatória do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Da mesma forma ocorre a liberação tônica (basal) e pré-ovulatória dos hormônios LH e FSH pela hipófise, sendo o controle realizado por hormônios esteróides gonadais, através de um mecanismo de feedback (positivo em determinados momentos e negativo em outros). Esses hormônios gonadais também atuam no hipotálamo, estimulando núcleos de secreção tônica e bloqueando núcleos de liberação pré-ovulatória e vice-versa. Considera-se o início do ciclo estral o momento da ovulação. Porém, para melhor compreensão das fases do ciclo associado ao padrão de secreção hormonal, devemos iniciar pela fase do estro, que nos bovinos tem duração de aproximadamente 12 a 18 horas. O início do estro é caracterizado por um aumento da secreção hipotalâmica de GnRH que via sistema porta hipotalâmico-hipofisário estimulará a secreção hipofisária de FSH e LH (secreção pré-ovulatória). O FSH

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secretado pelas células basófilas da adeno-hipófise atua ao nível ovariano, promovendo o desenvolvimento folicular com a formação de receptores para FSH e LH, e também de estimular a síntese estrogênica. As altas concentrações de 17β -estradiol determinam os sinais psíquicos/comportamentais (receptividade sexual) e clínicos (vulva hiperêmica, secreção de muco cristalino, etc.) do estro. Sobre o endométrio, promove o desenvolvimento glandular e aumento do fluxo sanguíneo, podendo-se sentir um aumento do tônus uterino à palpação retal durante o cio. Ao atingir determinada concentração plasmática, o estradiol atua nos núcleos hipotalâmicos de liberação pré-ovulatória de GnRH, determinando a secreção deste hormônio que, ao chegar à adeno-hipófise, irá sensibilizá-la para a sua ação estimular a secreção pré ovulatória de LH, culminando com a ovulação aproximadamente 12 horas após.

Após a ovulação ocorrerá a luteinização do folículo, dando origem ao corpo lúteo (CL), que inicia a produção de P4 (progesterona), iniciando-se assim o período de metaestro, tendo duração média de 3 dias. Com pleno funcionamento do CL e níveis crescente de P4, ocorre bloqueio da secreção hipotalâmica e hipofisária de GnRH e LH, respectivamente, por feedback negativo. A fêmea encontra-se neste momento no período de diestro, sendo o hormônio LH encontrado no sangue periférico em níveis basais (liberação tônica) (PALHANO, 2008).

Caso tenha ocorrido a concepção, o embrião implantado no endométrio irá estimular a síntese de interferon, sendo este o sinal antiluteiníco para a manutenção do corpo lúteo durante a gestação. A produção desta substância inicia-se entre o 15° e o 17° dia de gestação, mantendo-se elevado até o 22° dia, aproximadamente, garantindo assim a manutenção do CL por todo o período gestacional. Caso não

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exista a concepção na época do estro, ocorrerá a secreção de prostaglandina (PGF2α), com conseqüente luteólise e queda nos níveis plasmáticos de progesterona (P4), proporcionando condições favoráveis para o crescimento folicular e ovulação. A PGF2α é secretada em pulsos pelo endométrio uterino. Paralelamente se desfaz o bloqueio do eixo hipotalâmico-hipofisário, podendo-se observar um aumento gradativo das concentrações de FSH e LH, dando início ao período de pró-estro que dura em torno de três dias, terminando com o estabelecimento de um novo estro (PALHANO, 2008).

Durante o ciclo estral são encontradas uma, duas ou três ondas não ovulatórias e uma ovulatória, de acordo com o número de ondas por ciclo estral. As interações hormonais (LH, FSH, inibina, folistatina, estradiol, progesterona e PGF2α) têm papel fundamental na atresia ou na ovulação do folículo dominante de uma onda de crescimento folicular (MIHM et al., 2002).

Townson et al. (2002) compararam a fertilidade de vacas Holandesas submetidas à inseminação artificial, que apresentaram duas ou três ondas foliculares (Figura 6 e 7 respectivamente). Animais que apresentavam três ondas durante o ciclo obtiveram maior taxa de concepção que animais com duas ondas (81,2 vs. 62,5%, P<0,05). Estes achados também foram verificados em vacas de corte (AHMAD et al., 1997), apesar de não apresentar diferença estatisticamente significativa. Essa diferença pode ser explicada pelo menor tempo de crescimento do folículo ovulatório em animais com 3 ondas de crescimento folicular, melhorando a qualidade do oócito e, consequentemente a taxa de concepção (TOWNSON et al., 2002).

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FIGURA 4: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO ESTRAL DE FÊMEAS BOVINAS

FONTE: BIOGENESIS, 2004

FIGURA 5: REPRESENTAÇÃO EQUEMÁTICA DAS FASES DO CICLO ESTRAL

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FIGURA 6: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE ANIMAL COM 2 ONDAS DE CRESCIMENTO FOLICULAR

Onda de crescimento folicular

durante o ciclo estral

2 6 10 14 Dia 20 Dia 0 mm ↑↑↑↑P4; ↓↓↓↓LH ↓↓↓↓P4; ↑↑↑↑E2; ↑↑↑↑LH Dia 10 FONTE: BIOGENESIS, 2004

FIGURA 7: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE ANIMAL COM 3 ONDAS DE CRESCIMENTO FOLICULAR

Onda de crescimento folicular

durante o ciclo estral

2 6 10 14 Dia 23 Dia 0 mm ↑↑↑↑P4; ↓↓↓↓LH ↓↓↓↓P4; ↑↑↑↑E2; ↑↑↑↑LH Dia 08 ↑↑↑↑ ↑↑↑↑P4; ↓↓↓↓ ↓↓↓↓LH Dia 16 FONTE: BIOGENESIS, 2004

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3.8 ATIVIDADE OVARIANA PÓS-PARTO

Durante o final da gestação o eixo hipotálamo-hipofisário está sob a ação da retroalimentação negativa dos esteróides placentários e ovarianos, suprimindo a liberação de FSH, com acúmulo deste hormônio na hipófise anterior e depleção dos estoques de LH. Após o parto ocorre a imediata liberação de FSH (2 a 7 dias), seguida da emergência da primeira onda de crescimento folicular. A dominância folicular é constatada de 10 a 21 dias após o parto. No entanto, os primeiros folículos dominantes não têm capacidade ovulatória e tornam-se atrésicos, levando ao crescimento de subseqüentes ondas de crescimento folicular. Desta forma conclui-se que o FSH não é o limitante para o reinício da ciclicidade ovariana pós-parto é a diminuição da sensibilidade do hipotálamo ao estradiol produzido pelo folículo dominante. O folículo cresce até atingir tamanho suficiente para que ocorra a ovulação, no entanto, o hipotálamo esta dessensibilizado ao estradiol e não libera picos de GnRH para que ocorra a liberação de picos de LH pela hipófise. Após restabelecidos os estoques de LH (15 a 30 dias pós-parto) e reativada a sensibilidade do hipotálamo ao estradiol, as diferentes condições de nutrição e amamentação passam a ser os principais responsáveis pelo atraso na primeira ovulação (BIOGENESIS, 2004).

3.9 INFLUÊNCIA DO ECC SOBRE AS TAXAS DE NÃO RETORNO

Segundo Baruselli, Bo e Marques (2004), a baixa nutrição é a principal causa da reduzida fertilidade de vacas criadas em áreas tropicais e subtropicais. Estudos demonstram que os escores de condição corporal (ECC) indicam, com elevada acurácia, o nível de armazenamento de energia do animal, o que está relacionado diretamente com o reinicio da atividade ovariana pós-parto.

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Pesquisas demonstram efeito significativo do ECC sobre taxas de prenhez (Figura 8) em animais submetidos à inseminação artificial em tempo fixo (IATF) (BARUSELLI et al., 2003).

FIGURA 8: EFEITO DO ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL NA TAXA DE CONCEPÇÃO DE FÊMEAS BOVINAS LACTANTES (Bos indicus) INSEMINADAS EM TEMPO FIXO. (N=992) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 2 2,5 3 3,5 4 ECC % d e a n im a is p re n h e s

FONTE: BARUSELLI et al., 2003

Existem inúmeros sistemas para a avaliação do ECC dos bovinos. O sistema utilizado por alguns grupos de pesquisa seguem a escala de 1 a 5, com variações de 0,5 ponto (Tabela 2). Onde 1 corresponde a extremamente magra, 2 é magra, 3 é bom, 4 é gorda, e 5 é obesa. Desta forma, escore 1 a 2,5 se refere a vacas magras com baixas condições de manter uma gestação e 4,5 a 5 a vacas gordas e até obesas o que não é aconselhável para um programa de IATF. Nas Figuras 9 a 12 estão demonstradas algumas diferentes condições corporais de vacas Bos indicus, bem como sua correlação com o sistema de pontuação.

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FIGURA 9: FÊMEA BOVINA (Bos Indicus) APRESENTANDO ECC 1,5

FONTE: BARUSELLI, BO & MARQUES., 2004.

FIGURA 11: FÊMEA BOVINA (Bos Indicus) APRESENTANDO ECC 2,5

FONTE: BARUSELLI, BO E MARQUES, 2004

FIGURA 10: FÊMEA BOVINA (Bos Indicus) APRESENTANDO ECC 3,0

FONTE: BARUSELLI, BO & MARQUES, 2004

FIGURA 12: FÊMEA BOVINA (Bos Indicus) APRESENTANDO ECC 4,5

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Na Tabela 2 estão demonstradas as características físicas que são observadas na avaliação do escore de condição corporal de cada animal conforme pontuação.

TABELA 2: ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL DE BOVINOS

Condição Corporal % Gordura Corporal Descrição

1 5,5 Severamente magra. Costelas e estrutura óssea facilmente visível. Fisicamente fraca.

1,5 9,4 Similar a 1, mas não enfraquecida. Pouco tecido muscular visível.

2 13,7 Muito magra, sem gordura nas costelas ou peito. Algum músculo visível. Ossos do dorso e lombo facilmente visíveis.

2,5 18,1 Magra, com costelas facilmente visíveis, nas paletas e quartos traseiros com quantidade moderada de músculo. Ossos do dorso e lombo visíveis.

3 22,5 Moderada a magra. Últimas duas a três costelas podem ser vistas, pouca incidência de gordura no peito, sobre as costelas ou ao redor da inserção da cauda.

3,5 26,9 Boa aparência geral, lisa e homogênea. Alguma deposição de gordura no peito e na inserção da cauda. Costelas bem cobertas e dorso arredondado.

4 31,2 Muito boa. Peito cheio, inserção da cauda com acumulação de gordura. Costelas lisas

4,5 35,6 Obesa, dorso e lombo quadrado em volta da acumulação excessiva de gordura em volta da inserção da cauda. A matriz tem aparência quadrada devido ao excesso de gordura. Pescoço grosso e curto.

5 40 Muito obesa. Raramente vista. Descrição da 4,5 em excesso. Deposição pesada de gordura no úbere. FONTE: PIEKARSKI e HARTMANN , 2004

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3.10 INFLUENCIA DA AMAMENTAÇÃO

Depois de restabelecidos os estoques de LH na hipófise anterior, a interação entre a vaca e o bezerro passa a ser um dos fatores mais importantes no anestro pós-parto, devido ao seu efeito negativo sobre a liberação de LH, afetando a maturação final e a ovulação do folículo dominante. A amamentação não é o único fator responsável pelos efeitos descritos, mas a olfação, visão, audição e tato entre a vaca e o bezerro também levam aos efeitos de anestro. De acordo com o aumento do período pós-parto, os efeitos da amamentação tornam-se menos intensos e os animais começam a ciclar (PALHANO, 2008; CUBBAS et al. 2004)

A amamentação controlada ou a remoção do bezerro aumenta a frequência dos pulsos de LH, estimulando o crescimento folicular e a ovulação em vacas com mais de 30 dias pós-parto (BARUSELLI et al., 2003).

O uso do desmame temporário (CHANG) associados a programas de IATF tem sido estudado por pesquisadores de todo o mundo com o intuito de aumentar a eficiência reprodutiva dos protocolos de IATF (BIOGENESIS, 2004).

Com o objetivo de aumentar a taxa de concepção de vacas Nelore no período pós-parto submetidas à IATF, Penteado et al. (2004) trataram os animais com implante auricular de norgestomet e verificaram os efeitos da administração de eCG (no momento da retirada do implante) e do CHANG (desde a retirada do implante até a IATF = 54 horas após a retirada). Analisando-se os efeitos principais, verificou-se aumento na taxa de concepção, tanto pelo desmame temporário (52,9% vs. 44,8) quanto pelo eCG (55,6% vs 42,2%).

Estes resultados sugerem efeitos positivos da utilização do CHANG entre a retirada do dispositivo de progesterona e a IATF sobre a taxa de concepção.

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Em contra partida para sua realização a propriedade necessita de uma estrutura diferenciada para o manejo dos bezerros (BIOGENESIS, 2004).

3.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO – IATF

Considerando as dificuldades existentes para detecção de cio, atualmente pesquisadores de todo o mundo vêm desenvolvendo protocolos que sincronizam a ovulação e possibilitam o emprego da IATF, independentemente da manifestação do cio. Tais protocolos possibilitam inseminar um grande número de animais em dia pré-determinado com satisfatórias taxas de prenhez, sem a necessidade de se implantar programas intensivos de detecção de cio, como a IA (Inseminação Artificial) convencional.

3.11.1 Vantagens da IATF

- Elimina a necessidade da observação de cio;

- Evita inseminações de vacas fora do momento correto, diminuindo o desperdício de sêmen, material e mão-de-obra;

- Induz a ovulação e a ciclicidade das vacas em anestro transicional, permitindo a inseminação destas fêmeas e consequentemente diminui o intervalo entre parto-concepção;

- Possibilita altas taxas de prenhez no início da estação de monta;

- Diminui o intervalo entre partos, aumentando o número de bezerros nascidos;

- Possibilita a programação das inseminações concentrando-as em um curto período;

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- Concentra o retorno do cio em fêmeas que não se tornaram gestantes na primeira IATF, facilitando a detecção de cio no repasse (17 a 25 dias após a IATF);

- Diminui o descarte e o custo de reposição das matrizes do rebanho; - Diminui o investimento com touros;

- Concentra a mão-de-obra, diminuindo o número de horas extras com inseminadores;

- Melhora a qualidade de vida do homem do campo, que não mais necessita detectar cios todos os dias, pelo menos duas vezes ao dia, como vinha sendo feito, das 6:00h às 7:00h e das 18:00h às 19:00h.

3.11.2 Limitações da IATF

- Exige mão de obra especializada.

- Exige estrutura adequada para realizar o trabalho.

- Para que se obtenha sucesso na IATF os animais devem estar com um ECC de 3,0 acima e no máximo de 4,0.

3.12 CONTROLE FARMACOLÓGICO DO CICLO ESTRAL

3.12.1 Tratamento com Prostaglandina para Sincronização do Cio

A partir de sua descoberta na década de 70, a PGF2α e seus análogos têm sido os agentes farmacológicos mais usados nos tratamentos para a sincronização do estro em fêmeas bovinas. O sucesso da sincronização do estro com PGF2α depende da presença de um corpo lúteo, já que a ação da luteolisina é provocar a regressão morfológica e funcional desta estrutura e a queda dos níveis endógenos de progesterona (RATHBONE et al., 2001).

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A resposta ao tratamento com PGF2α é influenciada pela maturidade do CL. Tratamentos realizados até o 5° dia do ciclo estral não induzem efetivamente a luteólise. O CL maduro possui um sistema de retroalimentação positiva que resulta na produção intraluteínica de PGF2α, possibilitando a continuidade do processo luteolítico iniciado por uma única aplicação de PGF2α. Após a luteólise o estro e a ovulação são distribuídos ao longo de 6 dias e são influenciados, não apenas pela responsividade do corpo lúteo, mas também pelo estágio de desenvolvimento do folículo dominante (BARUSELLI et al., 2004).

Segundo Biogenesis (2004), quando o tratamento com prostaglandina é realizado no dia 5 do ciclo estral – momento em que o folículo dominante da primeira onda ainda está em fase de crescimento – o intervalo entre a aplicação e a ovulação é de 3 dias. Se o tratamento for realizado no dia 12 do ciclo estral quando o folículo dominante da segunda onda encontra-se no início da fase de crescimento a ovulação ocorre 4,5 dias após a aplicação. Bovinos tratados no dia 8 do ciclo estral frequentemente apresentam ovulação do folículo dominante da primeira onda folicular 2 dias após a aplicação de prostaglandina. No entanto ocasionalmente pode ocorrer a ovulação do segundo folículo dominante 6 dias após o tratamento (Figura 13).

Para melhorar a eficiência da sincronização do cio com PGF2α, foram desenvolvidos protocolos com duas aplicações sequenciais, intervaladas de 11 a 14 dias (JACKSON et al., 2000).

Outro sistema proposto é a observação do cio por 5 dias, com a aplicação da PGF2α no dia 6, para evitar tratar animais com CL não responsivo ao tratamento (OBS. A aplicação será realizada somente nos animais que apresentaram cio).

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Essas informações demonstram que o sucesso da aplicação de PGF2α depende da presença do corpo lúteo funcional em fase específica do ciclo estral (diestro). Observa-se também que o estro e a ovulação não são precisamente sincronizados devido à variação do estágio de desenvolvimento folicular no momento da regressão do CL, pois alguns animais apresentam atraso no desenvolvimento e na maturação do folículo ovulatório. Em função dessa variação, faz-se necessária a detecção do cio após a administração de PGF2α para a realização da IA (JACKSON et al., 2000).

A alta variabilidade das respostas ao tratamento com PGF2α e o fato de animais criados a pasto em condições tropicais apresentarem alta incidência de anestro (ausência de CL) tem comprometido a sua eficiência ao tratamento. Assim torna-se necessário o emprego de métodos que controlem o desenvolvimento luteínico e folicular para sincronizar o crescimento dos folículos e a sincronização da ovulação, permitindo o emprego da IATF sem a detecção de cio (BIOGENESIS, 2004).

(51)

FIGURA 13: DISPERSÃO DA OVULAÇÃO NO TRATAMENTO COM PGF2α

Momento de ovulação após PGF

2

αααα

PGF

2αααα 2 4 6 8 0

P

4

,

n

g

/m

l

P

4 Dia 2 Dia 6 Variação da ovulação Dia 0 FONTE: BIOGENESIS, 2004

3.13 CONTROLE DA DINÂMICA FOLICULAR PARA IATF

3.13.1 Requisitos Básicos para a Manipulação Hormonal da Dinâmica Folicular e Luteínica para IATF

- Sincronizar a emergência de uma nova onda folicular pela indução da ovulação ou da atresia folicular;

- Controlar a duração da fase progesterônica usando luteolíticos, ou simulando uma fase progesterônica fornecendo progesterona exógena por meio de dispositivos de liberação lenta.

- Induzir a ovulação sincronizada do folículo dominante ao final do tratamento com GnRH, LH, ECG ou estrógeno.

(52)

Os programas de sincronização da ovulação para IATF procuram induzir a emergência de uma onda de crescimento folicular sincronizada, controlar a duração do crescimento folicular e da fase luteínica até o estágio pré-ovulatório, sincronizar a retirada da progesterona exógena e endógena (tratamento com PGF2α) e induzir a ovulação sincronizada em todos os animais tratados.

3.13.1.1 Sincronização da emergência de nova onda de crescimento folicular

O princípio básico dessa premissa é anular os efeitos do folículo dominante sobre a inibição e secreção de FSH e de LH e induzir o crescimento sincrônico de uma nova onda de crescimento folicular. Diversos métodos foram propostos para a indução da emergência sincronizada de uma onda visando o controle do crescimento folicular e ovulação.

3.13.1.1.1 Emergência de uma nova onda folicular causada por métodos mecânicos A cauterização do folículo dominante ou a sua ablação guiada por ultra-sonografia anula os efeitos de dominância, levando a uma descarga de FSH, o que induz a emergência de uma nova onda de crescimento folicular aproximadamente dois dias (MARTINEZ et al., 2000).

3.13.1.1.2 Emergência de uma nova onda folicular causada pela atresia folicular Os estrógenos quando administrados na presença de progesterona endógena (CL) ou exógena, causam a diminuição dos níveis circulantes de FSH e LH provocando assim a regressão dos folículos gonadotrófico-dependentes. Após a metabolização e a diminuição das concentrações plasmáticas de estradiol, verifica-se o surgimento de um pico de FSH e a emergência de uma nova onda de crescimento folicular (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

(53)

O tratamento com progesterona exógena bloqueia o pico de LH, evitando assim a ovulação do folículo dominante em animais tratados com estrógeno que estejam na fase estrogênica do ciclo estral (MARTINEZ et al., 2000). Existem diferentes ésteres de estrógenos (17β Estradiol, Benzoato, Cipionato e Valerato). O Valerato e o Cipionato de Estradiol na presença de progesterona causam a regressão dos folículos antrais presentes no ovário, no entanto a meia vida longa destes ésteres de estradiol (FIGURA 14), pela baixa solubilidade em água, leva a um atraso e a uma alta dispersão do dia da emergência da onda de crescimento folicular. O Benzoato de Estradiol e o 17β Estradiol apresentam meia vida curta, induzindo eficazmente a emergência sincronizada de uma nova onda folicular em um grupo de animais tratados (SÁ FILHO et al., 2004).

Segundo Baruselli et al. (2004), a inclusão da progesterona injetável no tratamento com estrógeno e dispositivo de progesterona, causa a melhoria na sincronização da emergência de nova onda de crescimento folicular. Desta forma teorizava-se melhores resultados de prenhez a campo de protocolos para a IATF que associassem estrógeno e progesterona injetável no início do tratamento. No entanto este efeito não foi observado em trabalhos subsequentes. Sá Filho et al. (2004), demonstraram que a adição de progesterona injetável associada ao Benzoato de Estradiol no início do tratamento com dispositivo intravaginal de progesterona não diferiu do tratamento com Benzoato de Estradiol e dispositivo intravaginal de progesterona.

Este efeito é provavelmente devido à progesterona do dispositivo elevar-se a níveis satisfatórios na corrente sanguínea em poucas horas, que somando-se aos elevados níveis de estradiol do tratamento, suprimem a liberação das gonadotrofinas

(54)

e provocam a atresia folicular com a sincronização da emergência de uma nova onda de crescimento folicular. Desta forma, torna-se apenas necessária a administração do estrógeno para sincronizar a emergência de uma nova onda quando os animais são tratados com dispositivos de progesterona para IATF (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

FIGURA 14: TEMPO DE AÇÃO DOS DIFERENTE ESTRÓGENOS

17

ββββ

estradiol 17

ββββ

estradiol Benzoato de estradiol Benzoato de estradiol Valerato de estradiol Valerato de estradiol Cipionato de estradiol Cipionato de estradiol

Dias após tratamento

Dias após tratamento

1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9

FONTE: BIOGENESIS, 2004

3.13.1.1.3 Emergência de uma nova onda folicular causada pela indução da ovulação do folículo dominante

A ovulação do folículo dominante e a emergência de uma nova onda de crescimento folicular estão estreitamente relacionadas. A ovulação pode ser induzida diretamente, administrando fármacos que se ligam aos receptores de LH do folículo (eCG ou LH) ou pela indução da secreção pulsátil do hormônio luteinizante com a administração de GnRH ou estrógeno (o estrógeno age como indutor da

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