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A Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a Psicologia

 A Psicologia Social...

 Deve ser compreendida em sua perspectiva histórica, quando na década de 50 se iniciam sistematizações em termos de psicologia social, dentro de duas tendências predominantes:

1) Perspectiva Pragmática; 2) Perspectiva Fenomenológica.  Perspectiva Pragmática...

 Origem nos Estados Unidos;  Raízes no Behaviorismo;

 Busca intervir nos grupos para harmonizá-los e garantir a produtividade do grupo;

 Visa minimizar os conflitos, tornando os homens “felizes” reconstrutores da humanidade que acabava de sair da destruição de uma II Guerra Mundial.

 Perspectiva Fenomenológica...  Origem na Europa;

 Raízes na Fenomenologia e Gestalt;

 Busca conhecimentos que evitem novas catástrofes mundiais, segue a tradição filosófica européia;

 Procura modelos totalizantes, como Lewin e sua teoria de Campo.  Crise da Psicologia Social...

 Após a euforia dos anos 50 e 60;

 Crise do conhecimento que não conseguia intervir nem explicar, muito menos prever comportamentos sociais.

 Começa-se a questionar:  sua eficácia;

 seu caráter ideológico das práticas;  sua dicotomia entre o eu e a sociedade.

Na França, a tradição psicanalista é retomada com toda a veemência após o movimento de 68, e sob sua ótica é feita uma crítica à Psicologia Social norte-americana como uma ciência ideológica,

reprodutora dos interesses da classe dominante, e produto de condições históricas específicas.

Na América Latina, Terceiro Mundo, dependente econômica e culturalmente, a Psicologia Social oscila entre o pragmatismo norte americano e a visão abrangente de um homem que só era compreendido filosófica ou sociologicamente, ou seja, um homem abstrato.

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Psicólogos brasileiros faziam críticas, procurando novos rumos para uma Psicologia Social que atendesse à nossa realidade. Esses movimentos culminam em 1979 com propostas concretas de uma Psicologia Social em bases materialista-históricas e voltadas para trabalhos comunitários, agora com participação de psicólogos peruanos, mexicanos e outros.

Superação da Crise...

O primeiro passo para a superação da crise foi a constatação da tradição biológica da Psicologia; em que o indivíduo era considerado um organismo que interage no meio físico, sendo que os processos

psicológicos ( o que ocorre “dentro” dele) são assumidos como causa, ou uma das causas que explicam o seu comportamento.

.

Porém o homem fala, pensa, aprende e ensina, transforma a natureza;

Homem é cultura, é história, é produto de sua condição social, e também produtor.

O seu organismo é uma infra-estrutura que permite o desenvolvimento de uma superestrutura que é social e, portanto, histórica.

Esta desconsideração da Psicologia em geral, do ser humano é que a torna, uma ciência que reproduziu a ideologia dominante de uma sociedade, quando descreve comportamentos baseada em frequências tira conclusões sobre relações causais pela descrição pura e simples de comportamentos ocorrendo em situações dadas.

É indiscutível a validade das leis da aprendizagem, que o reforço aumenta a probabilidade do

comportamento, assim como a punição o extingue. Mas porque objetos são considerados reforçadores e outros punidores?

Um outro ponto de desafio para a Psicologia Social

Sabíamos das determinações sociais e culturais de seu comportamento, porém onde fica a criatividade, o poder de transformação da sociedade por ele construída?

A ideologia nas ciências humanas

O positivismo, com sua descrição de comportamentos e na procura da objetividade dos fatos, perdera o ser humano agente de mudança, sujeito da história.

E formulou-se então a pergunta:

O homem era um ser biológico, ou seja, a causa de si mesmo ou socialmente determinado? A psicanálise enfatizava a história, a Sociologia recuperava através do materialismo histórico, a especificidade de uma totalidade concreta na análise de cada sociedade.

Logo caberia a Psicologia Social, estudar o indivíduo na intersecção de sua história com a história de sua sociedade.

Na medida em que o conhecimento positivista descrevia comportamentos restritos no espaço e no tempo, sem considerar a inter-relação infra e superestrutural, estes comportamentos, mediados pelas instituições sociais, reproduziam a ideologia dominante, em termos de frequência observada, levando a considerá-los como “naturais” e muitas vezes, universais.

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Deste modo, quando as ciências humanas se atêm apenas na descrição, seja macro ou microssocial, das relações entre os homens e das instituições sociais, sem considerar a sociedade como produto histórico-dialético, elas não conseguem captar a mediação ideológica e a reproduzem como fatos inerentes à natureza do homem.

E a Psicologia não foi exceção, principalmente dada a sua origem biológica naturalista, onde o

comportamento humano decorre de um organismo fisiológico, que responde a estímulos. Nesta tradição e no entusiasmo de descrever um sistema nervoso complexo que o permitia dominar e transformar a natureza, os psicólogos se esqueceram de que este homem junto com outros, ao transformar a natureza, se transforma ao longo da história.

Como exemplo, podemos citar Skinner, que causou uma revolução na Psicologia, mas as condições histórico-sociais que o cercam, impediram-no de dar um outro salto qualitativo. Ao superar o esquema S-R, chamando atenção para a relação homem-ambiente, para o controle que este ambiente exerce sobre o comportamento; criticando o reducionismo biológico, permitiu a Skinner ver o homem como produto das suas relações sociais, porém não chega a ver estas relações como produzidas a partir da condição histórica de uma sociedade.

Não podemos negar os avanços da Psicobiologia, da Neuroanatomia, mas elas pouco contribuem para entendermos o pensamento humano, o homem criativo.

Se a Psicologia apenas descrever , o que é observado ou enfocar o indivíduo como causa e efeito de sua individualidade ela terá uma ação conservadora, estatizante, ideológica, quaisquer que sejam as práticas decorrentes.

A Psicologia Social e o materialismo histórico

Se o positivismo, ao enfrentar a contradição entre objetividade e subjetividade, perdeu o ser humano, produto e produtor da História, se tornou necessário recuperar o subjetivismo enquanto materialidade psicológica. Tornou-se necessária uma nova dimensão espaço temporal para se apreender o indivíduo como um ser concreto, manifestação de uma totalidade histórico-social- daí a procura de uma Psicologia Social que partisse da materialidade histórica produzida por e produtora de homens.

A partir de críticas à Psicologia Social “tradicional”, pudemos perceber dois fatos fundamentais para o conhecimento do indivíduo:

a) O homem não sobrevive a não ser em relação com outros homens, portanto a dicotomia indivíduo x grupo é falsa, pois desde o seu nascimento o homem está inserido num grupo social.

b) A sua participação, as suas ações, por estar em grupo, dependem fundamentalmente da aquisição da linguagem que preexiste ao indivíduo como código produzido historicamente pela sua sociedade, mas que ele apreende na sua relação com outros indivíduos.

O resgate destes dois fatos empíricos permite ao psicólogo social se aprofundar nas relações grupais, linguagem, pensamento e ações (atividades ) que junto com outros indivíduos satisfazem uma necessidade comum.

Toda Psicologia é social?

Aula 3 Linguagem, pensamento e representações sociais

Silvia Tatiana Maurer Lane

Skinner define o comportamento verbal como todo aquele mediado por outra pessoa, e inclui no mesmo:gestos, sinais, ritos e a linguagem.

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Cita a frase: “ Os homens agem sobre o mundo e o transformam, e são, por sua vez, transformados pelas consequências de suas ações”.

O homem ao falar transforma o outro e, por sua vez é transformado pelas consequências de sua fala. Porém é necessário para uma compreensão mais profunda do comportamento verbal, analisá-lo em um contexto mais amplo considerando-se o ser humano como manifestação de uma totalidade histórico-social, produto e produtor de história.

Deste modo partimos do pressuposto que a linguagem se originou na espécie humana como

consequência da necessidade de transformar a natureza, através da cooperação entre os homens, por meio de atividades produtivas que garantissem a sobrevivência do grupo social.

O trabalho cooperativo exigindo planejamento, divisão de trabalho, exigiu também um desenvolvimento da linguagem que permitisse ao homem agir, ampliando as dimensões de espaço e tempo.

A linguagem, como produto de uma coletividade, reproduz através dos significados das palavras

articuladas em frases os conhecimentos, falsos ou verdadeiros, e os valores associados a práticas sociais que se cristalizam; ou seja, a linguagem reproduz uma visão de mundo, produto das relações que se desenvolveram a partir do trabalho produtivo para a sobrevivência do grupo social.

Qualquer análise de linguagem implica considerá-la como produto histórico de uma coletividade. Desta forma a aprendizagem da língua materna insere a criança na história de sua sociedade, fazendo com que ela reproduza em poucos anos o processo de "hominização" pelo qual a humanidade se produziu, tornando-a produto e produtora da história de seu grupo social

Vygotski sintetiza todo este processo ao afirmar que: "Uma palavra é um microcosmo da consciência humana". Dai a importância fundamental que tem a aquisição materna para a compreensão de qualquer comportamento do ser humano — e esta só pode ser analisada numa abordagem inter- disciplinar. O que não significa que a Psicologia deixe de ter a sua especificidade na contribuição do conhecimento deste processo

Seja Skinner, Piaget, Vygotski, Malrieu ou Leontiev, todos são concordes em afirmar que a função primária da linguagem é a comunicação e o intercâmbio social, através da qual a criança representa o mundo que a cerca e que influenciará seu pensamento e suas ações no seu processo de

desenvolvimento e de hominização”.

A análise que Leontiev faz da aprendizagem da língua materna aponta para dois processos que se interligam necessariamente: se, por um lado, os significados atribuídos às palavras são produzidos pela coletividade, no seu processar histórico e no desenvolvimento de sua consciência social, e como tal, se subordinam às leis histórico-sociais, por outro, os significados se processam e se transformam através de atividades e pensamentos de indivíduos concretos e assim se individualizam, se "subjetivam", na medida em que "retomam" para a objetividade sensorial do mundo que os cerca, através das ações que eles desenvolvem concretamente.

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Desta forma os significados produzidos historicamente pelo grupo social adquirem, no âmbito do indivíduo, um "sentido pessoal", ou seja, a palavra se relaciona com a realidade, com a própria vida e com os motivos de cada indivíduo.

Creio ser oportuno, a esta altura, retomar uma análise feita por Terwilliger quando afirma ser a palavra uma arma de poder, demonstrando o quanto a imposição de um significado único e absoluto à palavra é uma forma de dominação do indivíduo, como ocorre em situações de hipnose, de comando militar e de lavagem cerebral.

Esta arma de poder só é dominada pelo confronto que o indivíduo possa fazer entre diferentes significados possíveis e a realidade que o cerca aliás, este è o princípio proposto e defendido por Paulo Freire condição para um pensamento crítico, para o desenvolvimento da consciência social e,

conseqüentemente, para a criatividade que transforma as relações entre os homens.

Esta análise nos permite apontar para uma função da linguagem que é a mediação ideológica inerente nos significados das palavras, produzidas por uma classe dominante que detém o poder de pensar e "conhecer" a realidade, explicando-a através de "verdades" inquestionáveis e atribuindo valores absolutos de tal forma que as contradições geradas pela dominação e vividas no cotidiano dos homens são camufladas e escamoteadas por explicações tidas como verdades "universais" ou "naturais", ou. simplesmente, como "imperativos categóricos" em termos de “é assim que deve ser".

Voltando para a aprendizagem da língua materna, a criança ao falar reproduz a visão de mundo de seu grupo social, assim como a ideologia que permeia e mantém as relações sociais desse grupo, e é levada a agir de forma a não perturbar a "ordem vigente", caso contrário ela será considerada um "anormal", um "marginal", e como tal afastada do convívio social.

E quando os estudos apontam para a família desestruturada como responsável pela marginalização da criança, podemos supor que ela aprendeu significados contraditórios, concepções de mundo

incompatíveis e, incapaz ainda de um pensamento crítico e de atividades significativas, desempenha comportamentos inaceitáveis pelo seu grupo social.

Por outro lado, observações de crianças em famílias bem estruturadas "nos mostraram que o papel de filho é, desde os primeiros anos de vida, inculcado em termos de "obediente, bem-comportado, respeitador dos mais velhos", a ponto de, quando questionada sobre um fato ocorrido no dia anterior, que fora relatado pela mãe como desobediência e birra da criança, este é descrito por ela apenas considerando o final do episódio, isto é. ela obedeceu a mãe, como convém a um bom filho.

Essas observações foram feitas a partir de uma indagação de como a criança sentia e reagia às punições de seus pais, e, depois, não entendemos como e por que as crianças se submetem ás violências do adulto....

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Este fato mostra o quanto a autoridade é cercada de valores e de emoções que a tornam inquestionável e absoluta, reproduzindo relações sociais esperadas pelo grupo.

Todo este processo de reprodução das relações sociais está baseado em como a criança ao falar constrói suas representações sociais, entendidas como uma rede de relações que ela estabelece, a partir de sua situação social, entre significados e situações que lhe interessam para sua sobrevivência.

Segundo Malrieu, "a representação social se constrói no processo de comunicação, no qual o sujeito põe à prova, através de suas ações, o valor , vantagens e desvantagens do posicionamento dos que se comunicam com ele, objetivando e selecionando seus comportamentos e coordenando-os em função de uma procura de personalização". Desta forma, a representação social se estrutura tanto pelos objetivos da ação do sujeito social como pelos dados que concordam ou que se opõem a eles.

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Uma análise concreta das representações que um indivíduo tem do mundo que o rodeia, só é possível se as considerarmos inseridas num discurso bastante amplo, onde as lacunas, as contradições e

conseqüentemente, a ideologia possam ser detectadas. Este discurso amplo, para muitos autores, seria a visão de mundo que o indivíduo tem, porém permanece a questão do que vem a ser, no plano

individual, esta visão de mundo.

O autor conclui mostrando as formas como a linguagem participa na elaboração das representações, ou seja, como tomada de consciência de uma realidade através de comunicações com adultos que levam a práticas e a diálogos sobre elas, as quais vão se estruturando.

Por outro lado, as práticas, as percepções, os conhecimentos se transformam quando são falados e a própria representação de si mesmo só ocorre através da linguagem interiorizada das recordações e dos projetos.

Uma análise concreta das representações que um indivíduo tem do mundo que o rodeia, só é possível se as considerarmos inseridas num discurso bastante amplo, onde as lacunas, as contradições e

conseqüentemente, a ideologia possam ser detectadas. Este discurso amplo, para muitos autores, seria a visão de mundo que o indivíduo tem, porém permanece a questão do que vem a ser, no plano

individual, esta visão de mundo.

Concluindo: para conhecermos as representações sociais de um indivíduo é necessário, definirmos o lugar que ele ocupa em relação aos outros e através do discurso como seu espaço se constitui nesta relação, enquanto realidade subjetiva que se insere no real, socialmente representado e reproduzido em termos de "todo mundo”.

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• Trecho da Carta: • Em Warda

“Querido amigo

Amigos têm me pedido com veemência que eu lhe escreva para o bem da humanidade. Mas eu tenho resistido a esse pedido, pois eu sinto que qualquer carta minha para você seria

impertinente. Algo me diz que eu não devo hesitar sobre isso e devo fazer meu apelo, que pode valer a pena.

Está bem claro agora que você é o único homem no mundo que pode impedir uma guerra que poderá levar a humanidade ao estado selvagem. Você deve pagar esse preço por algo, por valioso que lhe pareça? Você vai ouvir o apelo de alguém que deliberadamente deixou de lado métodos de guerra e obteve considerável sucesso? De qualquer forma, antecipo minhas desculpas, caso tenha errado em escrever para você.”

Eu permaneço seu sincero amigo M. K. Ghandi

• Gandhi, foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha como um meio de revolução.

• Ele descreveu o termo Satyagraha como:

“Tenho também a chamado de força do amor ou força da alma. Eu descobri o satyagraha pela primeira vez no inicio da minha busca pela verdade que não admitia o uso da violência contra um adversário, pois o mesmo deve ser desarmado dos seus erros com paciência e compaixão.

Sendo o que parece ser verdade para um e um erro para o outro. E paciência significa auto-sofrimento. Assim, a doutrina passou a significar reivindicação de verdade, e não pela inflição de sofrimento sobre o adversário, mas sobre si mesmo”.

• O termo Satyagraha, designa o princípio da não-agressão, uma forma não-violenta de protesto, é uma forma de ativismo que muitas vezes implica a desobediência civil, valendo se desse princípio a fundação do moderno Estado Indiano.

• Gandhi iniciou uma campanha de âmbito nacional de não cooperação com o governo britânico para figurar a indepêndencia da India, que para o camponês significou o não pagamento de impostos e nenhuma compra de produtos importados, especialmente os produzidos na Inglaterra.

• Aliada a esta estratégia estava sua proposta de que todos os indianos deveriam vestir o khadi – vestimentas caseiras – ao invés de comprar os produtos têxteis britânicos.

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• Uma de suas mais eficientes ações foi a marcha do sal, 1930, quando Gandhi levou milhares de pessoas ao mar a fim de coletarem seu próprio sal ao invés de pagar a taxa prevista sobre o sal comprado.

• A cultura indiana é baseada em não “ter”, quase tudo na India é espiritualidade, mas na verdade o grande propósito da cultura indiana é o conhecimento, e toda essa importância dada às religiões se deve ao princípio de que o propósito da vida na terra é sair da ignorância e chegar ao conhecimento.

• Acontece que a carta foi interceptada pelo governo britânico e nunca chegou às mãos de Hitler e em setembro de 1939 Hitler invadiu a Polônia, dando origem ao expansionismo territorial da Alemanha e o marco da Segunda Guerra Mundial.

• Consciência/Alienação: A ideologia no nível individual

• Ideologia: Conjunto de ideias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos. A ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.

• Filme introdutório do tema: Tempos Modernos • Vídeo: Alienação e Trabalho

• O indivíduo sujeito da história é constituído de suas relações sociais e é, ao mesmo tempo, passivo e ativo (determinado e determinante). Ser mais ou menos atuante como sujeito da história depende do grau de autonomia e de iniciativa que ele alcança.

• Assim ele é história na medida em que se insere e se define no conjunto de suas relações sociais, desempenhando atividades transformadoras destas relações; o que implica, necessariamente, atividade prática e inteligência, tão inseparáveis quanto, no nível da sociedade, são inseparáveis a infra e a superestrutura, e cuja unidade é estabelecida por um processo cujo agente exclusivo é a atividade humana em suas diferentes formas.

• Marx chama de infra-estrutura a estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida. A superestrutura corresponde à estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica. A posição do marxismo, é que a infra-estrutura determina a superestrutura, mas ao tomar conhecimento das contradições, o homem pode agir ativamente sobre aquilo que o determina.

• As manifestações da superestrutura passam a ser determinadas pelas alterações da infra-estrutura decorrentes da passagem econômica do sistema feudal para o capitalista. O

movimento dialético da história se faz por um motor, que é a luta de classes. Essa luta acontece porque as classes tem interesses antagônicos. No modo de produção capitalista essa relação de antagonismo se dá porque o capitalista detém o capital e o operário não possui nada, tendo que vender a sua força de trabalho.

• A partir desse ponto, Marx formula uma de suas conceitos mais conhecidos que é a mais-valia. Esse mais-valia é concebida quando o trabalhador vende ao capitalista a sua força de trabalho por um valor estipulado num contrato.

• Acontece que ele produz mais do que esperado, e como ele fica com tempo disponível dentro da empresa ele produz um excedente que é a mais-valia. Essa mais-valia não é dividido com o

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trabalhador e fica nas mãos do capitalista que vai acumulando o capital. A mais-valia é portanto o valor que o trabalhador cria além de sua força de trabalho e é apropriado pelo capitalista. • Outro conceito que Marx constrói é o da alienação. O trabalhador quando vende a sua força

de trabalho se torna estranho ao produto que concebeu. Essa perda do produto causa outras perdas para o trabalhador, como a separação da concepção e execução do trabalho, e ainda com o avanço tecnológico, ele fica sujeito ao ritmo da linha de montagem, não tendo controle sobre o seu ritmo normal de trabalho

• Para que o trabalhador não se revolte, o capitalismo usa de mecanismos de introdução de ideologia na cabeça das pessoas, para que estas se conformem com a situação de desigualdade. • É dentro deste contexto que devemos analisar como a ideologia, presente em atividades

superestruturais da sociedade, se reproduz a nível individual, levando-o a se relacionar

socialmente de forma orgânica e reprodutora das condições de vida, e também como, no plano da ideologia, o indivíduo se toma consciente dos conflitos existentes no plano da produção de sua vida material

• Desta forma a análise da ideologia deve, necessariamente, considerar tanto o discurso onde são articuladas as representações, como as atividades desenvolvidas pelo indivíduo. A análise ideológica é fundamental para o conhecimento psicossocial pelo fato de ela determinar e ser determinada pelos comportamentos sociais do indivíduo e pela rede de relações sociais que, por sua vez, constituem o próprio indivíduo.

• A alienação se caracteriza, ontologicamente, pela atribuição de "naturalidade" aos fatos sociais; esta inversão do humano, do social, do histórico, como manifestação da natureza, faz com que todo conhecimento seja avaliado em termos de verdadeiro ou falso e de universal; neste processo a "consciência" é reificada, negando-se como processo, ou seja, mantendo a alienação em relação ao que ele é como pessoa e, conseqüentemente, ao que ele é socialmente.

• Neste ponto se torna necessário distinguir, em termos de níveis, consciência social, de

consciência de classe; esta última é um processo essencialmente grupal e se manifesta quando indivíduos conscientes de si se percebem sujeitos das mesmas determinações históricas que os tornaram membros de um mesmo grupo, inseridos nas relações de produção que caracterizam a sociedade num dado momento.

• Nesta perspectiva, o pertencer a um grupo cujas ações expressam uma consciência de classe pode ser condição para que um indivíduo desencadeie um processo de conscientização de si e social. Desta forma, consciência de classe é uma categoria basicamente sociológica, enquanto consciência de ser social é uma categoria psicológica. Porém elas são intersociáveis no plano da ação, tanto individual como grupal.

• A questão da alienação-consciência só poderá ser analisada, no plano individual, enquanto processo que envolve, necessariamente, pensamento e ação, mediados pela linguagem produto e produtora da história de uma sociedade.

• O pensar uma ação pode simplesmente reproduzir essa ideologia, na medida em que se submete ou a reproduz através de explicações do tipo "é assim que deve ser, é assim que se faz“. Ex: preconceitos diversos.

• Porém, o pensar uma ação pode ser um confronto das possíveis conseqüências tanto imediatas como mediatas. Este pensar recupera experiências anteriores, quando ações transformaram o ambiente e outras, omitidas, mantiveram o status quo, apesar de ter havido uma necessidade que gerou a contradição entre fazer/ não fazer.

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• Refletir sobre estas contradições e suas conseqüências fará com que a ação decorrente seja um avanço no processo de conscientização. Se esta reflexão não ocorre, o pensar a ação se caracterizará por uma resposta pronta, tida como "verdadeira", já elaborada pelo grupo, reproduzindo a ideologia e mantendo o indivíduo alienado.

• Desta forma o pensar ação/não-ação — agir/não-agir e repensar o feito/não-feito traz em si contradições que podem ser resolvidas através de uma explicação, de uma justificativa que encerra o processo com uma elaboração ideológica. Porém se a contradição é enfrentada, é analisada criticamente e é questionada no confronto com a realidade, o processo tem continuidade, onde cada ação é renovada e repensada, ampliando o âmbito de análise e da própria ação, e tem como conseqüência a conscientização do indivíduo.

• .

• Em contraposição, as respostas a ações habituais são exatamente aquelas que se reproduzem sem que ocorra o pensar, tanto antes como depois. Na medida em que estas ações implicam valores e relações sociais, elas estarão, obrigatoriamente, reproduzindo a ideologia dominante, mantendo as condições sociais, ou seja, elas não transformam nem as relações sociais do indivíduo nem a ele mesmo: é a persistência da alienação.

• (Nesse sentido pode-se entender como, não só o trabalho repetitivo e mecânico de um operário, mas também qualquer atividade rotineira contribui para a alienação do ser humano.)

• Concluindo...

• Temos como decorrência metodológica desta análise, a necessidade de pesquisar as representações (linguagem- pensamento) juntamente com as ações de um indivíduo, este definido pelo conjunto de suas relações sociais, para se chegar ao conhecimento de seu nível de consciência/alienação num dado momento.

Inicio da Idade Adulta Desenvolvimento cognitivo

Ocorrem muitas mudanças nos processos de raciocínio. (rapidez e eficiência).

Algumas habilidades se aprimoram, outras enfraquecem e algumas mantém se estáveis.Fatores que interferem: procurar e manter um emprego, orientar uma criança ou um amigo,

tomar decisões como comprar um carro ou não).

• Raciocínio Pós-formal

Nova ordenação de operações, formada com certa subjetividade

Os adolescentes querem encontrar verdades universais ( resolver os problemas do mundo)O adulto é mais pessoal e mais prático- menos jogos do pensamento.Não querem passar a

noite discutindo para levar “o melhor” na conversa.

A maioria aceita a contradição da vida diária. Percebe que a vida é temporária.Os aspectos subjetivos vêm da experiência pessoal e das percepções do individuo. • O adolescente é mais preconceituoso e emocional.

• Nesta fase estimula-se mais o pensamento objetivo, o que permite ao adolescente classificar as experiências de maneira mais estável/confiável; mas é pouco útil para tratar das complexidades e dos compromissos do mundo adulto.

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Um pensamento maduro integra as duas formas de pensamento(objetivo e subjetivo). • Flexibilidade Cognitiva

O conhecimento não é absoluto, nem fixo.

Abordagem para a solução de problemas- múltiplas perspectivas.Nos mais jovens os níveis de raciocínio são mais baixos.(emoção).

No melhor dos casos atinge-se o raciocínio dialético, que é o nível mais avançado de cognição.

O Pensamento cognitivo

A flexibilidade cognitiva no melhor dos casos chega ao nível do pensamento dialético. Toda a verdade tem seu oposto( tese x antítese)+ síntese- integra os dois.

Leva a novas sínteses e isto é um processo continuo. Não deve paralisar.

Se você acha que uma coisa é verdadeira, então é verdadeira para você. Muitos pontos de vista podem se válidos e proporcionam uma base melhor de decisão mais cuidadosa.

Você pode achar que a honestidade é o melhor, mais as vezes pode ferir.Isto é relativo,ou seja somente em algumas circunstâncias. Depende se trata-se de um adulto ou de uma criança. Se a pessoa é incentivada por criticas.

Por exemplo: Um relacionamento amoroso em declínio.Somente um é o culpado.

No raciocínio dialético consideramos que as pessoas mudam e que as coisas também mudam(quais?). Pode ser uma oportunidade de crescimento.

Este tipo de raciocínio nem sempre é alcançável.A moral do adulto

Os adultos geralmente conseguem um estágio mais elevado, principalmente nas Universidades- ética profissional.

Para Lawrence Kohlberg - para ser capaz de ter um “verdadeiro raciocínio ético a pessoa deve ter a experiência de uma duradoura responsabilidade pelo bem estar dos outros e a experiência de opções morais irreversíveis que são marcas da experiência pessoal adulta”.(1973).

As opções de vida, os desafios, dilemas e as responsabilidades podem estimular diferentes qualidades de raciocínio moral.

• Os homens preocupam-se mais com a justiça. As mulheres com relações interpessoais.

• Todos percebem que existem coisas em comum.Não posso pretender satisfazer apenas minhas necessidades.

• É difícil termos certezas de que estamos fazendo as “coisas certas”. Cada opção é encarada como a melhor para determinado momento.

• Com o curso superior podemos aprender novas habilidades para obter melhor emprego. • Prática + teoria= dialética(descoberta de outras idéias).

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Outros fatores que influenciam: a situação financeira e a situação familiar.

Como adultos nos tornamos mais tolerantes e flexíveis ( o que não implica na mudança de atitude). Este processo não termina com o fim da faculdade.

Atualmente temos muitas mulheres na Universidade(57%) e pessoas mais velhas. Maior diversidade étnica.

Pessoas de mais baixa renda(trabalhadores). Deixou de ser um privilégio da elite.

Problema- preparo anterior.

Palestras e trabalhos estimulam um raciocínio de nível mais alto. • Inicio da Idade Adulta- desenvolvimento psicossocial • Tarefas da Idade Adulta

• Necessidades básicas: afiliação e realização

• O adulto saudável é aquele capaz de amar e de trabalhar( Freud,1935) • Maslow- necessidade de sucesso e de auto- estima

• Erikson- intimidade x isolamento(associação, parcerias • ( sacrifício e compromisso)

• Generatividade(produção) x estagnação. • Idades e estágios

• Antigamente os estágios pareciam inevitáveis

• Aos 20 anos casar e até 30 anos ter filhos.Trabalho(dona de casa)

• Hoje a intimidade e a generatividade assumem várias formas na vida adulta.(menos metódica) • (independência financeira também)

Relógio Social- afeta o desenvolvimento do adulto. Normas determinam qual é a melhor idade para... Idade legal para dirigir, votar, beber ou casar-se. Hoje é aceitável aos 30 anos uma mulher ter um filho. Os mais pobres atingem os marcos antes.

• INTIMIDADE

• Necessidade de associação, afeição, comunhão, pertencimento e amor. • Desde a atração inicial ao compromisso permanente.

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• Duas formas de satisfação - amizade e parceria amorosa. Amizade- homens e mulheres têm padrões diferentes.

As mulheres trocam segredos e os homens conservam certa distância emocional. • Amor e casamento

• Procuram um parceiro constante. • Viver juntos- hoje é mais comum. • Independentes dos ais , mas não casados. • São mais felizes dos que os que vivem sós.

• O casamento já não é o que era. Único caminho aceitável de expressão sexual, por toda vida. • Mães solteiras.

• Apenas 10% virgens. • Divórcio-50%

• Taxa de casamentos- vêm diminuindo.

• Um fator que ajuda a manutenção do casamento é a maturidade dos parceiros. Primeiro é necessário firmar-se a identidade de cada um.

• Equidade- os dois fazem tudo hoje. Sentimento de equilíbrio e não de igualdade total. • divórcio

• Influência do contexto social e familiar.

• Hoje espera-se mais dos parceiros ( antigamente existia uma dependência de ambos devido a definição dos papéis)

• Antigamente- papéis fixos.

• Quanto mais tempos juntos, maior o sofrimento. • Os padrões variam de caso a caso.

As crianças sofrem(pensão, guarda, partilha de bens). Mais exigentes,desrespeitoso ou deprimidos.Os que ficam com a guarda têm menos tempo livre.Os a perdem tb perdem a intimidade do dia-a-dia.

• Dificuldade de aceitar outros parceiros dos pais.

• Dificuldade em manter os mesmos vínculos.(solidão, depressão,desequilibro, sono, alimentação).Menor renda.

• Mesmo assim são mais felizes do que os que nunca casaram-se. • Generatividade= a importância do trabalho

Remuneração, interação humana e status. Criatividade e produtividade –

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Mudanças- da agricultura para a industria (regiões mais pobres) . Informações e serviços Certas categorias aparecem e desaparecem.

Os conhecimentos podem tornar-se obsoletos. Aprender novas habilidades- cada vez mais.

• Diversidade no local de trabalho

• Hoje metade da mão de obra é feminina:

• Bombeiros e enfermeiras-90% Hoje diminuiu esta diferença. • Imigrantes -nova força de trabalho.

• Tempo médio no emprego 3 anos e meio.

• Quase todos passaram algum tempo desempregado. • Diferenças culturais- O que se espera da mulher. • Portadores de deficiência.

• Hoje- habilidade nas relações humanas. • Dupla renda

• Não há evidencias de que as mães sempre estejam sobrecarregadas e as crianças negligenciadas.

• Quando as mães trabalham há um aumento do tempo das crianças com os pais. • Os que atuam nos dois papéis- mais tarde sentem-se mais felizes, mais realizados. • Quando perguntam: O que você faz?

• Ter filho e criá-lo auxilia no desenvolvimento do progenitor.  Idade adulta intermediária

 Dos 35 aos 64 anos

 Podem escrever uma nova história.

 Os efeitos do envelhecimento tornam-se mais visíveis.  O envelhecimento é inevitável, mas nem sempre ruim.  Modificações normais na terceira idade

 Cabelos grisalhos e mais ralos.  Pele mais seca e enrugada.  Músculos enfraquecem.  Bolsas de gordura(abdome).  Ficam mais baixos.

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 Perda da auto- estima.  0s sentidos

 Audição

 Os homens perdem a audição mais rapidamente que as mulheres.  Por volta dos 50 anos pedem que se repita o que foi dito.

 São conseqüência de exposição constante ao barulho.  Aparelhos.

 Visão

 Maior probabilidade de precisarem lentes corretivas.  Aos 20 anos maior dificuldade de enxergar à distância.  Mais ou menos aos 50 aos há um relaxamento da córnea.

 Redução da percepção de profundidade-mais sujeitas a tropeçar– nas escadas.  Glaucoma- grave -enrijecimento do globo ocular - pode levar à cegueira.  Sistemas corporais vitais

 Redução da reserva orgânica do coração, dos pulmões e do sistema digestivo.Mais vulneráveis à doenças crônicas.

 Sistema imunológico mais forte contra gripes por exemplo.  Mas a recuperação ( até das cirurgias) leva mais tempo.  Hábitos de saúde diminuíram taxa de mortalidade nesta faixa.

 Nos paises mais carentes ( Camboja, Quênia) as pessoas morrem geralmente antes dos 60 anos.  Hábitos saudáveis

 Moderar o consumo de álcool, consumo de gorduras e de drogas ilícitas.Adiamento do declínio fisiológico.

 Nos últimos 40 anos- desestimulo ao hábito de fumar.

 Álcool- até duas doses por dia, prolongam.Redução de doenças coronarianas.Mesmo assim têm riscos.

 Riscos- não beber com moderação.  Nutrição

 Evitar a gordura e ingerir alimentos ricos em fibras.

 Gordura animal é rica em colesterol.(doenças coronarianas e vários tipos de câncer).  Obesidade

 acima do peso –IMC de 25 a 30  Obesidade – acima de 30

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 Entre 30 e 50 anos o metabolismo diminui, o consumo eficiente do oxigênio também, dificuldade de recuperação após o esforço físico.

 Exercícios

 Queimam calorias

 Reduzem a incidência de doenças graves e taxas de óbito.( caminhada ativa de 30 minutos por dia, nadar, correr, pedalar – aumentam a capacidade pulmonar)

 Diminuem o colesterol, os açucare,a pressão e o peso  Reduz a depressão

 Melhor funcionamento cognitivo – melhor circulação sanguínea do cérebro  Variações na saúde

 Os mais instruídos, melhor condições financeiras, residentes dos grandes centros urbano- vivem mais e têm menos doenças crônicas.

 Diferenças Do Norte e do Sul Genética

 Saúde e doença

 A) Mortalidade e morbidade

 Taxa de mortalidade- baseiam-se nas certidões de óbito.

 Morbidade ou incidência de doenças.Enfermidade aguda ou crônica  B)Qualidade de vida satisfatória-

1)Invalidez-incapacidade duradoura de agir de maneira esperada. Limitação das funções normais. 2)Vitalidade- quanto saudável uma pessoa se sente.Alegria de viver, interesse e energia.

 Diferenças sexuais e Saúde

 Homens mais propensos a morrer de problemas cardíacos.  As mulheres tem mais doenças crônicas e invalidez.  A biologia não dá conta de explicar estas diferenças.  Homens mais inclinados a fumar, beber e a serem obesos.  Reprimem mais suas emoções.

 As mulheres procuram mais a assistência médica.  O sistema reprodutor

 Reações mais lentas para ambos os sexos e a reprodução é menos provável. Diferenças biológicas

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Sintomas- ciclos menstruais mais curtos, ondas de calor, suar frio, osteoporose. Terapia de reposição hormonal

Mudanças na expressão sexual

A estimulação é mais demorada que na juventude.

• A idade adulta intermediária- desenvolvimento cognitivo • Inteligência geral - Fator G

• As oito inteligências de Gardner • Lingüística • Lógico-matemática • Musical • Espacial • Cinestésica – corporal • Naturalista • Compreensão Social • Compreensão Pessoal

• As aptidões seguem rumos diferentes.Pode mudar de grau inclusive na idade adulta.Depende muito do seu uso.

• Cada indivíduo é único e suas experiências são únicas.

• A maioria dos indivíduos sofrem uma diminuição das capacidades mentais por volta dos 40 anos, outros são tão capazes aos 70 anos como quando eram jovens.

• Dependem: das mudanças de responsabilidades familiares e da carreira. • “ninho vazio”

• Nível de instrução, renda, saúde, personalidade e estado civil Tb contribuem. • Mudanças nas estratégias de ensino- tabuada.

• A idade adulta intermediária- desenvolvimento psicossocial • A meia idade começa por volta dos 35 anos.

• É o período mais longo- até 65 anos.

• Mudanças – o relógio social avisa do envelhecimento. • Sentimentos e perda pessoal e da própria morte. • Ajustes nem sempre fáceis, como:

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• Quando adultos distanciam-se no primeiro momento. • É a época de reexaminar suas escolhas.

• Equilíbrio entre trabalho e família

• Ultima chance para a separação e um novo casamento. • Geração sanduíche.

• Benefícios e desafios.

• Variedade entre pessoas de mesma idade. Como reagem depende do histórico pessoal, mais do que do calendário.

• Espera-se uma certa estabilidade de personalidade nesta fase. Traços estáveis: Neurotismo, extroversão, abertura, amabilidade, conscientização.( de 1 a 5)

• Mudanças no desenvolvimento da Personalidade

• Podem ocorrer mudanças de valores motivadas pelo divorcio, morte do cônjuge,novo casamento, nova carreira, abandono de um vicio antigo, transferência de país,conversão religiosa,medicação e terapia.As vezes uma mudança leva a outra.Ex. mulheres divorciadas que voltam a estudar.

• Mudanças com a idade - aprimoramento- maior produtividade.Avós mais pacientes do que quando eram mães.

Características valorizadas pela cultura.

As mulheres de meia idade geralmente são mais auto-confiantes, e homens de meia idade- expressam mais suas emoções.

Yung- todos têm um lado masculino e um feminino. • A dinâmica da família nesta fase.

• As famílias cuidam das crianças, tratam dos doentes, proporcionam recursos para seus membros e criam uma cultura familiar( aspirações).Mas nem todas as famílias desempenham esta tarefas e de modo satisfatório.

• Antigamente todas as famílias moravam sob mesmo teto.Hoje mantém contato ( mesmo por telefone) oferecendo conselhos, empréstimos, cuidando dos bebês, fazendo reparos caseiros e assistência médica.

Pais Idosos

• Hoje a maioria dos idosos são saudáveis e independentes. Preferem não morar com os filhos. A liberdade e a privacidade gera melhora nos relacionamentos.

Filhos Adultos

Ajudam-se mutuamente. Os pais tem orgulho de seus filhos bem sucedidos. Netos- primeiro neto- orgulho e encantamento.

Avós distantes- mesmo distantes são referencia na manutenção dos valores familiares.Avós envolvidos – são ativos na vida diária de seus netos.

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• Parceiros

• Relacionamento intimo durante a idade adulta é geralmente fonte de felicidade. Casamento- felicidade, saúde. Mas, as pessoas solteira também podem ser felizes. O dinheiro geralmente é o fator de tensão conjugal.Quando os filhos casam isto diminui. Separação e novo casamento- na meia idade costuma ser mais difícil.Novos laços. Muitos agüentam por motivo religiosos. Ou de personalidade.

• Trabalho

• Para muitos da meia idade o trabalho é um fator importante.(amizade, status,estima e salário). • Os viciados em trabalho (Workaholics) Exigências do mercado( noite e fins de semana).. • Redução do esforço- Procuram equilibrar o trabalho com outros interesses.Redução-

dedicam-se menos ao emprego.

• Idade Adulta Avançada - Dos 65 anos até a morte

• A discriminação contra a idade –a pessoa “típica” é tida como desintegrada, conservatória e rígida. É cansada e mal humorada, passiva e sem energia.Dependente.

• Tudo isto é falso. É como qualquer outro preconceito.

• Esta imagem esta mudando por causa da gerontologia e pelas mudanças demográficas importantes.

• A população com mais idade cresceu. Os idosos que estão em casas geriátricas são 5%. Dependência e independência

• Taxa de natalidade- mais idosos • Mais assistência médica • Adaptação ao envelhecimento • Ótimo/normal ou difícil.

• Alguns idosos mantém somente uma atividade básica. • Cirurgia – o quanto antes.

• Menos vitimas de crime- mais cautelosos.

• As famílias podem ajudar- visitas dos netos – não muito longas.

• SONO

• Todos com uma privação de mais de 24 horas tornam-se irritados e/ou confusos. • Os adultos dormem em média 7 horas por dia

• Nos mais velhos a queixa de insônia é freqüente.

• Os remédios mascaram seus motivos(apnéia, hipertrofia da próstata). • Todos devem dormir como um Bebê?

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• Acordam cedo e cochilam durante o dia. • Envelhecimento secundário

• Envelhecimento e doenças não são sinônimos.

• Este depende da genética, dos estilos de vida, da personalidade e do apoio social. • Os riscos são cumulativos (se em alguma época bebeu, fumou ou foi obeso). • Uma pneumonia com a idade pode causar morte, até uma gripe.

• Muitos têm doenças crônicas e tomam medicação diária. • Artrite e deficiência auditiva são as mais comuns. • Morte lenta/ rápida

• Hoje existe uma redução da morbidade- redução dos dias/meses em que as pessoas ficam sofrendo dores.

• Uma pessoa saudável fisicamente é também intelectual e socialmente mais alerta.Convive com os mais jovens.

• Causas do envelhecimento

• A noção de “usar até estragar” é errônea. Substituir as partes desgastadas( próteses e implantes).

• Muitas vezes o próprio organismo faz reparos.

• Conseqüências- se os idosos viverem muito além da vida ativa teremos a necessidade de mais fundos públicos e de mais assistência médica.

• Todavia são eles que votam mais, obedecem mais as leis, participam de grupos e ajudam financeiramente os outros.

• Envelhecimento Primário

• Mudanças irreversíveis ao longo do tempo. Envelhecimento secundário

São as doenças e estas podem ser evitadas e revertidas. • Modificações na aparência

• São universais e a maioria tenta protelar. • Pele seca,rugas,bolsas de gordura. • Cabelos mais finos e grisalhos. • Diminuição da acuidade auditiva. • Diminuição da capacidade vital.

• A altura perde cerca de 2,5cm pela falta de cálcio- curvam-se. • Músculos menos flexíveis.

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• Embotamento dos sentidos • Problemas da visão:

• Catarata- é um espessamento do cristalino( visão turva) Lentes mais cedo e cirurgia mais tarde. • Glaucoma- danos no nervo óptico – colírios.

Audição:

• Presbiacusia - Mais de 40% com mais de 60 anos.Aparelhos. • Zumbido- retirada do cerume.

• Como são tratados.

• Idade Adulta- Desenvolvimento Cognitivo • As aptidões tendem ao declínio.

• A s experiências e o conhecimento acumulado podem ajudar. • A inteligência é multidirecional e mais complexa.

• PROCESSO NORMAL

• A partir dos 60 anos sofre um decréscimo, mas alguns idosos são mais inteligentes que as pessoas mais jovens.

• REGISTRO SENSORIAL

Memória- armazena informações que chegam.Nesta fase geralmente ocorre um declínio na sensibilidade e no poder de capacidade de registro.

O declínio fisiológico pode ser superado por táticas (Olhar por mais tempo por exemplo).

Para descobrirmos quanto um individuo envelheceu devemos verificar o quanto ele perdeu de visão e de audição.

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

Depois que a informação é compreendida deve ir para a memória de curto prazo que é um deposito temporário de informações

Por ter uma capacidade reduzida muitas informações são esquecidas antes de chegarem na memória de longo prazo.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Tem entradas e saídas.

• É onde situa-se a base do conhecimento. É o depósito de todas as informações. • A memória seletiva e a atenção seletiva fazem-nos esquecer de parte deste material. • Algumas coisas são mal lembradas. Detalhes importantes são esquecidos ou ficam confusos. • As duas memórias geralmente reduzem-se.

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Outros Aspectos da cognição

A memória é um trampolim para a cognição. A demonstração de inteligência depende da memória de longo prazo. PROCESSOS DECONTROLE 1. Mecanismos de armazenamento. 2. Estratégias de recuperação. 3. Atenção seletiva 4. Análise lógica

O fenômeno “ na ponta da língua” é muito comum. Motivos das mudanças

A- Estereotipia

Aos 50 a 70 anos superestimam das habilidades da memória ( preocupam-se em perdê-la).

A auto-avaliação nem sempre é exata. Subestimar traz insegurança. Muitos não têm consciência de que estão prejudicando a si mesmos.

Guardam mai palavras com aspectos positivos (saudável, inteligente).

Pesquisas demonstram que o desempenho da memória pode ser melhorado com a velhice.

Ex. Os chineses supervalorizam os idosos o que faz com que os mesmos aumentem sua auto-imagem positiva.

B -Modificações no cérebro

O preconceito é injusto. Pensa-se que os mais velhos têm menos memória e reações mais lentas. O cérebro fica menor do que no inicio da idade adulta

( perde de 5 a 10% do peso total).

Os neurônios morrem e isto é quase impossível reverter.Isto não é mais levado em consideração. O envelhecimento pode ser atribuído às falhas nos neurotransmissores ou à falta de rapidez do fluxo sanguíneo cerebral para a ativação de diversas partes do córtex.

Muitas vezes os acontecimentos são rápidos demais para compreendê-los.

A rapidez é associada ao brilhantismo.Não toleram o excesso de informações. “ Não falem todos ao mesmo tempo”.

Quando o raciocino e a percepção ficam mais lentos tudo é entendido de forma mais superficial, porque informações importantes são perdida.

Os velhos necessitam de mais tempo para compreender e para memorizar.

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A atividade intelectual não está relacionada com o tamanho do cérebro. ( exceto nos casos de lesões extremas).

Quando algumas células cerebrais morrem, outras assumem suas funções.

As células tronco do cérebro podem criar novos neurônios. Põe por terra a idéia que o cérebro do idoso só envelhece.

O adulto mais velho só precisa de mais tempo para recuperar os dados da memória. Mas esta compensação também é limitada.

Existem perdas da memória na vida cotidiana.

Os idosos preocupam-se mais com os lapsos de memória.

Somente 3% acham que têm problemas graves de memória. Como os mais jovens têm excessiva confiança na memória então esquecem mais.

Estes quase não usam dispositivos para ativar a memória.

Os mais velhos usam lembretes ou estruturam seu ambiente para lembrar. D – DESACELERANDO

Os mais velhos resistem às técnicas mais novas. Começam uma busca ativa em busca da saúde física. Exercícios melhoram o fluxo sanguíneo do cérebro. Novos aprendizados= novos neurônios.

Menos gordura reduz a arteriosclerose. E- Doenças

a)Demência

Refere-se a senilidade ou perda da aptidão intelectual das pessoas mais idosas.

Demência senil – é usada como sinônimo do mal de Alzheimer. Pode acontecer tanto aos 40 como aos 80 anos.

É a perda do raciocínio/memória e da capacidade de solução de problemas. Mais de 70 doenças podem causar demência.

b) Doença de Alzheimer

Cerca de 50% dos casos de demência.

Seu diagnóstico é baseado em sintomas ( testes cognitivos, exames de sangue e de imagens). É em parte genética.

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Não há cura mas, podemos adiá-la ou a desacelerá-la. Derrames e múltiplos enfartes podem causar demência.

Os sintomas são semelhantes nos casos de abuso do álcool e de medicamentos. Isto também pode acontecer nos casos de depressão.

F- Mudanças nos interesses

Para Erick Erickson os mais velhos são mais interessados em artes, crianças e em experiências humanas. São mais conscientes da interdependência entre gerações.

Para Maslow são mais propensos a alcançar níveis mais altos da auto-realização. Fazem uma revisão na vida- realizações e fracassos.

Têm uma maior ligação com a natureza, com a humanidade e com a vida. São mais sociais do que solitários (gostam de contar historias para alguém). As vezes Têm uma forma de nostalgia (mais entediante).

Tem mais sabedoria, embora sua definição seja um pouco subjetiva. Os benefícios da velhice dependem do contexto.

• Idade adulta avançada – desenvolvimento psicossocial • Pessoas de 70 e 80 anos ainda participam de maratonas. • Outros nem conseguem se movimentar.

• Alguns escrevem poemas e outros não conseguem raciocinar. • Teorias da Idade Adulta Avançada.

A- Teoria do self – parte da premissa de que os adultos fazem opções.

• Para Maslow as pessoas tendem a se auto-realizar ( encontrar todo o seu potencial). • Integridade x desespero – Aos 90 anos Erickson ainda escrevia o 8º estágio de sua teoria. Muitos desenvolvem orgulho e contentamento por sua vida passada e presente e também um sentido de compartilhamento dentro de uma comunidade.

Outros experienciam o desespero “sentimento de que agora o tempo é curto demais para iniciar outra vida” Caminhos alternativos para recomeçar.

• O futuro parece incerto e é assustador. • A morte é inevitável. Desconhecida.

• Sua nova visão de sobrevivência podem ser os filhos, os netos e a comunidade como um todo. B – Teoria da Identidade

Esta origina-se no 5º estágio de desenvolvimento de Erickson. – Identidade x confusão de papéis. O individuo procura por sua identidade durante toda a sua vida.

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Assimilação x acomodação- a identidade permanece como sempre foi e novas experiências são assimiladas

( acomodadas). Piaget.

O individuo assimilador pode recusar-se a reconhecer suas fragilidades. O auto-conceito e as aptidões têm uma parte genética.

• Nunca se afirmou que algo fosse inteiramente genético. • Mais ou menos 1/3 das características são genéticas. C- Teorias da estratificação

Forças sociais limitam as escolhas individualmente e direcionam a vida em estágios. 1) Estratificação pela idade

A sociedade tende a segregar os mais velhos. São induzidos/compelidos a se aposentarem(preconceito). A aposentadoria significa um estreitamento da esfera social.

Muitos amigos morrem ou mudam para longe. Os filhos já têm sua própria família.

Para os gerontólogos os mais velhos precisam e desejam encontrar novos envolvimentos e amigos para substituir os anteriores.

Precisam manter-se ativos em várias esferas sociais. O afastamento é feito a contragosto.

2) Estratificação por gênero e por raça.

As mulheres nos Estados Unidos representam 2/3 dos idosos.

A maioria das estruturas políticas e sociais foram estabelecidas por homens- e as mulheres são desvalorizadas( muitas idosas tornaram-se pobres).

Os homens casam-se com mulheres mais novas e morrem mais cedo Existem muitas viúvas.

Quanto a raça- a maioria dos idosos de hoje nasceram antes de 1950 quando o mundo era governado por europeus e americanos.

Os negros e os indígenas têm menos acesso aos centros de idosos, as casa geriátricas e outros serviços sociais. Recebem mais atenção da família.

C- Teoria da continuidade.

É uma teoria dinâmica que diz que toda mudança é adaptativa.

As atitudes com relação a tudo têm uma continuidade, mesmo quando os elementos da vida se modificam.

Mantendo a atividade

A aposentadoria muitas vezes tem relação com a diminuição dos vínculos sociais, mas muitos adultos idosos que não trabalham encontram outros meios de continuarem ativos.

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Muitos paises estão postergando a idade(pagamento de pensões).E as pessoas estão se aposentando cada vez mais jovens.

Os dois grandes problemas dos aposentados:saúde e dinheiro.A doença é muitas vezes a causa da aposentadoria. A inflação e a assistência médica estão cada vez mais caras.

Quando jovens subestimam a quantidade de dinheiro que irão precisar na velhice.( quem já está com 65 anos provavelmente viverá até 84 anos).

A maioria encontra meios de suplementar a aposentadoria(autônomo, tempo parcial, etc. Educação continuada- é uma oportunidade de dar prosseguimento aos interesses educacionais(desenvolvimento pessoal e social.Faculdade da 3ª idade- notas excelentes( motivação+experiência).

• Trabalho voluntário

Compromisso com a comunidade- assistência aos mais jovens, muito mais velhos ou doentes.(paciência e experiência).

Também se beneficiam do voluntariado. Atividade= saúde/ sentir-se necessário. • Envolvimento político

São mais ativos.Têm maior conhecimento dos problemas nacionais e locais. Escrevem mais para os políticos que ajudaram a eleger.

Poder- organizações ou grupos de ação política. Lar doce lar –cuidar da casa e do quintal.

Para a minoria – ir para um lugar mais ensolarado. A maioria prefere ficar no mesmo lugar. Ficar mais perto dos membros da família(filhos).

Muitos preferem viver sozinhos,mas comunicam-se com freqüência com a família. • Convivência social

1) Casamento duradouro- para muitos o cônjuge é a maior proteção para os potenciais problemas da velhice.Os casados tendem a ser mais saudáveis, mais ricos e mais felizes.Diminuem com o tempo: conflitos, atividade sexual, intensidade emocional.

Os homens geralmente voltam a se casar e as mulheres sentem-se livres das tarefas domesticas.

Os idosos que foram sempre solteiros mostram-se satisfeitos com sua independência.Têm amplos grupos sociais e as vezes são homossexuais com companheiros.

Quando do divorcio acontece em idade avançada – desorganizam-se os padrões e os hábitos antigos. Também sua auto-estima.Algumas mulheres perdem a identidade.Mas é raro na idade avançada.

2) Viuvez

É geralmente o maior sofrimento que os adultos passam.Mulheres vivem em media 6 anos mais e são mais ou menos 3 anos mais novas- 9 anos na viuvez.

Menos status e renda menor. Circulo social e rotinas diárias quebradas.Viver sem o cônjuge é mais fácil para as mulheres. Tem amigas e vizinhas- muitas viúvas para se apoiarem. Pensam mais no futuro, os homens fazem seguros para elas não dependem dos outros para tarefas básicas do lar.

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• Amigos

Os idosos têm geralmente grande quantidade e qualidade de amigos.Os homens consideram os parentes como amigos.Os não casados têm mais amigos(seguro e proteção).

Gerações mais novas – hoje os idosos têm múltiplas gerações, com poucos membros em cada geração.O relacionamento com os mais jovens pode gerar conflitos( sempre será meu bebê).

O relacionamento entre pais e filhos pode ser intenso mas pode gerar conflitos.

A família é um apoio, mas a maioria dos idosos é capaz de cuidar de si mesmo. Em geral são eles que cuidam dos filhos.

Crianças –só a convite e pro algumas horas. O idoso frágil

Fisicamente enfermos, muito doentes e os cognitivamente prejudicados.

Incapazes de realizar com segurança e de maneira apropriada diferentes cuidados de si mesmo.Atividades do dia a dia.

Os idosos frágeis são minoria(menos de 1/5).

Motivos: Número maior de pessoas que atingem esta idade, AM prolonga a vida, cuidados com a saúde. • Idade e auto-eficácia

A auto-eficácia depende das condições pessoais, familiares, comunitárias e culturais, Impulso para a autonomia e para a independência.

Na incapacidade o individuo pode tentar superá-la ou compensá-la, conviver ou acomodar-se a ela (morar no primeiro andar por exemplo).

O conhecimento da vida cotidiana: Base necessária à prática social

Maria do Carmo Falcão

Até um passado recente, poucos pensadores se detinham a estudar a vida cotidiana: ela era

especialmente apresentada por romancistas ou ainda por historiadores enquanto registro de uma dada época histórica.

Já em Marx, a busca do conhecimento sobre a vida cotidiana aparece como preocupação filosófica, pois nele a filosofia toma explicitamente nova direção: "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo diferentemente, cabe transformá-lo" (Marx, 1978, P. 53).

A vida cotidiana, esta vida de todos os dias e de todos os homens, é percebida e apresentada diversamente nas suas múltiplas cores e faces:

 A vida dos gestos, relações e atividades rotineiras de todos os dias;

 Um mundo de alienação;

 Um espaço do banal, da rotina e da mediocridade;

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 Um modo de existência social fictício/real, abstrato/concreto, hete-ogêneo/homogêneo, fragmentário/ hierárquico;

 A possibilidade ilimitada de consumismo sempre renovável;

 O micromundo social que contém ameaças e, portanto, carente de controle e programação política e econômica;

 Um espaço de resistência e possibilidade transformadora.

 A vida cotidiana é também vista como um espaço onde o acaso, o inesperado, o prazer profundo de repente descoberto num dia qualquer, eleva os homens dessa cotidianidade, retornando a ela de forma modificada.

É um palco possível de insurreição, já que nele atravessam informações, buscas, trocas, que fermentam sua transformação.

Todos os estudos sobre a vida cotidiana indicam a complexidade, contraditoriedade e ambigüidade de seu conteúdo. E o que é mais importante, a vida de todos os dias não pode ser recusada ou negada como fonte de conhecimento e prática social.

Vida Cotidiana: o Centro de Atenção de Hoje

Antes, parecia que somente os poetas, pintores, teatrólogos e romancistas buscavam captar, expressar ou denunciar a vida cotidiana; ou, então, jornalistas interessados em relatar algumas das banalidades, tragicidades ou situações cômicas (quando vistas do exterior) que atravessam a cotidianidade. Mas não é verdade.

A vida cotidiana, faz algum tempo, é sobretudo o centro de atenção do Estado e da produção capitalista de bens de consumo.

Conforme Henri Lefebvre (1981: 126), o Estado moderno gere o cotidiano seja direta ou indiretamente. Diretamente pelos regulamentos e leis, pelas proibições ou intervenções múltiplas, pela fiscalização, pelos aparelhos da Justiça, pela orientação da mídia, pelo controle das informações etc...

"O que é que escapa ao Estado? O insignificante, as minúsculas decisões nas quais se encontra e experimenta a liberdade (..,). Se é verdadeiro que o Estado deixa fora apenas o insignificante, é igualmente verdadeiro que o edifício político- burocrático sempre em fissuras, vãos e intervalos. De um lado, a atividade administrativa se dedica a tapar esses buracos, deixando cada vez menos esperança e possibilidades ao que podemos chamar de liberdade. De outro lado, o indivíduo procura alargar estas fissuras e passar pelos vãos" (Lefebvre, 98), 111: 126-7).

Para a produção capitalista de bens de consumo, também o cotidiano é um centro de atenção, uma base de rentabilidade econômica inesgotável.

Técnicas publicitárias, as mais sofisticadas, introdu- zem na vida cotidiana o fabuloso progresso das máquinas e utensílios domésticos, capazes de transformar radicalmente a paisagem da vida cotidiana, seja dos ricos, seja dos pobres.

Através dos meios de comunicação, tais máquinas e utensílios (a televisão, o aparelho de som, o forno de microondas, o videocassete, o microcomputador, o automóvel, os cremes de beleza, os

supercongelados, etc...) se apresentam como sedução permanente ao prático, ao pragmático, ao mágico, ilusório.

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Consumi-los, torna-se imperativo da era tecnológica moderna e condicionante ao chamado homem atual.

As máquinas adentram também os espaços coletivos (praças, estações de metrô, instituições, empresas, etc...), substituindo os pequenos vendedores de sanduíche, café, cigarro, chocolate, etc. . .

A máquina vende estes e outros produtos, eliminando não só a mão-de-obra humana, mas igualmente muitas das rotineiras relações humanas face a face, de todos os dias.

.

A sedução agressiva dos meios publicitários (e o crédito colocado à disposição...) quebram todos os obstáculos ao mais consumir, o que permite introduzir "estes fantásticos e ilusórios bens de consumo" a qualquer indivíduo de qualquer classe social em qualquer condição.

"(...) um grande número de casais trabalhadores tem uma máquina de lavar, uma televisão, um carro. Mas os interessados têm geralmente sacrificado outra coisa a este equipamento, por exemplo: a vinda de uma criança (...)" (Lefebvre, I, 1961: 16).

Não só se introduziram utensílios e máquinas de uso cotidiano, mas também os conselhos e receitas, como mercadorias altamente lucrativas. Estas vão desde a arte de limpar e decorar o lar, cozinhar, medicar até o nível da manipulação dos sonhos e das fantasias.

O corpo, por exemplo, a partir de sua mais refinada exploração comercial, é seduzido por uma rede de produtos altamente sofisticados, desde os estéticos até os sensuais e eróticos, acompanhados sempre de receitas, experiências e valores capazes de atender todas as buscas de satisfação e insatisfação no cotidiano.

Vista sob um certo ângulo, a vida cotidiana é em si o espaço modelado (pelo Estado e pela produção capitalista) para erigir o homem em robô: um robô capaz de consumismo dócil e voraz, de eficiência produtiva e que abdicou de sua condição de sujeito, cidadão.

É assim que a vida cotidiana é, para o Estado e para as forças capitalistas, fonte de exploração e espaço a ser controlado, organizado e programado.

Nesse processo gerenciador e controlador, as classes médias foram instituídas como ponto de apoio e mediação.

No mundo moderno, elas são o veículo através do qual se expande e se homogeneiza um modo de vida cotidiano.

A moda que elas trazem, intitulada muitas vezes como revolução cultural, nada mais é, na maioria das vezes, que um reformismo carregado de ilusão e reforçador do consumismo alienante.

Foi nas últimas décadas que filósofos e cientistas sociais passaram a tomar a vida cotidiana como objeto importante de investigação e reflexão.

A partir dos estudos de Lefebvre é possível inferir que, para apreender a vida cotidiana, três perspectivas convergentes devem ser consideradas.

A primeira delas diz respeito à busca do real e da realidade. Nessa busca, é preciso ter claro que a vida cotidiana compreende o dado sensível e prático, o vivido, a subjetividade fugitiva, as emoções, os afetos, hábitos e comportamentos, e o dado abstrato, isto é, as representações e imagens que fazem parte do real cotidiano, sem, no entanto, perder-se no imaginário (Lefebvre, 1981, III: 11).

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A segunda perspectiva diz respeito à totalidade. Conforme Lukács, somente no contexto "que integra os diferentes fatos da vida social (enquanto elementos do devir histórico) numa totalidade, se torna possível o conhecimento dos fatos como conhecimento da realidade". As partes encontram no todo o seu conceito e a sua verdade. O todo não é a soma das partes (Lukács, 1974: 23-4).

É preciso também lembrar que a totalidade está sempre em processo de estruturação e

desestruturação. Ela é histórica. Assim, é preciso captar o seu movimento e a sua direção enquanto devir histórico.

Como diz Lefebvre, o conceito de cotidiano é global, "ele se refere e questiona a totalidade no curso de seu desenvolvimento".

A terceira perspectiva diz respeito às possibilidades da vida cotidiana enquanto motora de

transformações globais. A vida cotidiana tem se insinuado como um dos centros motores das atuais possibilidades de transformação da sociedade.

A raiz desta intuição está no fato de que não são as relações sociais de produção, mas sim as relações sociais de dominação e poder que têm sua primazia na modernidade.

O que é a Vida Cotidiana?

A vida cotidiana é aquela vida dos mesmos gestos, ritos e ritmos de todos os dias: é levantar nas horas certas, dar conta das atividades caseiras, ir para o trabalho, para a escola, para a igreja, cuidar das crianças, fazer o café da manhã, fumar o cigarro, almoçar, jantar, tomar a cerveja, a pinga ou o vinho, ver televisão, praticar um esporte de sempre, ler o jornal, sair para um "papo" de sempre, etc.

Nessas atividades, é mais o gesto mecânico e automatizado que as dirige que a consciência.

Mesmo os sonhos e desejos construídos dia a dia, no silêncio e no devaneio, não representam um ato de consciência.

O jogo dos sonhos e atividades rotineiras produz insatisfações, angústias, opressão, mas também segurança.

Raras são as pessoas que não se deixam intoxicar por esse cotidiano. Raras são as pessoas que o rompem ou o suspendem, concentrando todas as suas forças em

atividades que as elevem deste mesmo cotidiano e lhes permitam a sensação e a consciência do ser homem total, em plena relação com o humano e a humanidade de seu tempo.

Para explicitar o cotidiano, vamos trazer aqui o pensamento de Agnes Heller.

O cotidiano é a vida de todos os dias e de todos os homens em qualquer época histórica que possamos analisar.

Não existe vida humana sem o cotidiano e a cotidianidade. O cotidiano está presente em todas as esferas de vida do indivíduo, seja no trabalho, na vida familiar, nas suas relações sociais, lazer, etc. . . O cotidiano e a cotidianidade existem, penetram eternamente em todas as esferas da vida do homem. A história e o progresso transformam continuamente sua paisagem, mas não o exterminam.

Em cada época histórica os ritmos e as regularida- des da vida cotidiana se distinguem, se tornam dife- renciáveis. A vivência e experiência da cotidianidade também é diferenciável segundo os grupos ou classes sociais a que os indivíduos pertencem e em cada modelo societário existente.

"A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade.

Referências

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