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Direito Empresarial. Os Critérios de Convergência da Moeda Única

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Direito Empresarial

Os Critérios de Convergência

da Moeda Única

Curso: Comunicação Empresarial Docente: Professor Luís Marinho Discente: Alexandre Tarrafa Nº7935

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Introdução

À unificação económica europeia anteriormente existente – Comunidade Económica Europeia -, foi acrescentada a vertente política, resultante de um Tratado assinado em Maastricht em 7 de Fevereiro de 1992, ficando convencionado designar-se por União Europeia. Reuniu os requisitos legais, no âmbito do Direito Comunitário, para vigorar apenas a partir de 1 de Novembro de 1993.

Assim, a par do mercado único europeu há uma união monetária na Europa – União Económica e Monetária - UEM (com antecedentes embrionários com o Plano Werner, em 1971); nasce, previsivelmente e em consonância, uma Europa politicamente unificada.

Resulta deste pacto económico a obediência, por parte dos Estados membros, a uma disciplina financeira e orçamental, onde passa a haver uma vigilante coordenação político-económica entre si. A economia de mercado passa a imperar e a estabilidade da moeda – o Euro, passa a ser o objectivo primordial da União.

Foi previsto no Tratado a criação e implementação da moeda única através, num primeiro estádio, da livre circulação de capitais; seguindo-se uma convergência das políticas económicas dos estados europeus e por último criou-se a moeda única. Este processo decorre de 1 de Janeiro de 1990 a 1 de Janeiro de 1999.

Há então o estabelecimento do Banco Central Europeu e dos Bancos Centrais Nacionais integrados no Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), o Eurossistema, a que ficaram alheados, por protocolo, o Reino Unido e a Dinamarca.

1.ª Etapa - Da livre circulação de capitais

Presidida por Jacques Delors, a Comissão Europeia aprovou o Acto Único Europeu em Fevereiro de 1986, com o objectivo de afastar as barreiras institucionais e económicas entre os Estados Membros da Comunidade e estabelecer o mercado comum europeu

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Sistema Monetário Europeu (SME) – 1979 - Liga as moedas e evita grandes

flutuações entre os seus valores.

Mecanismo Europeu das Taxas de Câmbio (MET) - A partir de um valor de

referência (acordado a partir das moedas participantes) é aplicado com ligeiras flutuações (aproximadamente 2,25%) determinado montante às taxas cambiais de cada estado membro, resultante de uma ponderação diferenciada em correspondência directa com o peso da economia de cada um.

1980 - Mercado Único Europeu – deu-se a partir do avanço progressivo dos mercados respectivos de cada Estado europeu.

Não sendo desejável voltar atrás na possibilidade de os capitais circularem livremente entre os países, tendo estando a ser um êxito o mercado único, a especulação entre as moedas europeias só poderia ser evitada com a moeda única, contribuindo aliás simultaneamente para uma indispensável maior estabilidade a nível mundial, só se evitando ou atenuando-se os movimentos especulativos com as demais moedas.

1989 - Foram traçados planos para concretizar em três fases a UEM.

1990 - Abolição do controlo sobre as taxas de câmbio, libertando assim os movimentos de capitais no interior da Comunidade Económica Europeia.

1992 - As três fases previstas pela Comissão Delors ficaram formalizadas no Tratado de Maastricht (incluindo-se neste Tratado o critério de convergência económica para adopção da moeda comum).

A União Europeia (EU) resulta de um processo de 3 fases, a partir da Comunidade Económica Europeia.

Critérios de adesão à EU - Adopção do euro - 3 documentos

1992 - Tratado de Maastricht - 1 de Novembro de 1993 entra em vigor.

1993 - “Critérios de Copenhaga” – criado em Copenhaga pelo Conselho Europeu clarificação dos objectivos gerais do Tratado de Maastricht.

Contrato-Quadro – Contrato de negociação para cada adesão à EU; cada Pais negoceia a sua entrada na UE.

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As deliberações da Justiça Europeia e a legislação comunitária ao longo dos anos foram alterando e aperfeiçoando estes contratos.

2.ª Etapa - Cimeira de Madrid

1995 - A Alemanha faz aprovar a mudança de nome do ECU para “euro”. Fixação de um período de transição para a introdução contabilística do euro e, posteriormente do euro como moeda circulante

Criação do Instituto Monetário Europeu (IME) que antecede e preconiza o Banco Central Europeu (BCE).

1997 - o Conselho Europeu de Amesterdão aprova o Pacto de Estabilidade e Crescimento

Cria o MET II, sucessor do Sistema Monetário Europeu e do MET após o lançamento do euro.

1998 - Conselho Europeu de Bruxelas,

Selecção de 11 Países para adoptarem o euro em 1999

Surge o BCE que:

 administra a política monetária da União

 fiscaliza as actividades do Sistema Europeu de Bancos Centrais – que é o conjunto de bancos nacionais que, por sua vez, implementam as decisões do Banco Central Europeu, imprimem notas e cunham moedas e dão apoio aos primeiros países do euro a cumprirem os critérios de convergência.

3.ª Etapa - 3 anos do período de transição fixado em Madrid – termina em 2002

„Zona Euro‟ – Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal. O euro era a sua moeda virtual. Já introduzido na Contabilidade. As transacções faziam-se já em euros (sendo as taxas de câmbio entre as respectivas divisas, fixas). As populações foram sendo habituadas com a correspondência a par do valor da moeda nacional “traduzidos” em euros.

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Com o apoio dos Bancos Centrais dos Estados Membros o BCE principiou o estabelecimento de uma política monetária correspondente a uma moeda única.

1999 (Janeiro) – O euro é adoptado (em forma não material), com as taxas de câmbio, das moedas de 11 dos 15 Estados membros, fixadas, respectivamente, no valor do último dia de 1998.

O Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio (MET) deu lugar ao MET-II.

2000 – A Comissão Europeia anuncia que a Grécia podia entrar formalmente na terceira fase da moeda única a partir 1.1.2001.

1.1.2002 - Adopção da nova moeda

Nas vésperas de 1 de Janeiro de 2002 foram impressas mais de 14 biliões de notas e 52 biliões de moedas foram cunhadas. As máquinas dos bancos começaram a fornecer a nova moeda e 1 minuto depois das 24h e os cidadãos, poucos dias depois, estavam a gastar euros.

Requisitos que cada Estado tem que cumprir para a

convergência

“Critérios de Convergência” estabelecidos pelo Tratado de Maastricht Estabilidade dos preços

Situação das finanças públicas

Taxas de câmbio

Taxas de juro a longo prazo.

As divisas têm que se manter nos limites fixados pelo MET pelo menos durante dois anos; as taxas de juro a longo termo não podem superar mais de dois pontos percentuais relativamente às dos três Estados Membros com melhor desempenho; a inflação deve ser inferior a um valor de referência (num período até 3 anos os preços não podem ser superiores a 1,5% dos do Estado melhor posicionado) e a dívida pública deve ser inferior a 60% do produto interno bruto e o défice orçamental inferior a 3%.

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Nota: Relatórios de convergência - Em conformidade com o n.º 2 do artigo 122.º do Tratado, a Comissão e o Banco Central Europeu devem apresentar ao Conselho, pelo menos de 2 em 2 anos, ou a pedido de um Estado-Membro, um relatório sobre os progressos efectuados pelos Estados-Membros no cumprimento das suas obrigações.

DO TRATADO - Requisitos de convergência

✰ "a realização de um elevado grau de estabilidade dos preços (…)

expresso por uma taxa de inflação que esteja próxima da taxa, no máximo, dos três Estados-Membros com melhores resultados em termos de estabilidade dos preços". Concretamente, a taxa de inflação de um Estado-Membro não deve exceder em mais de 1,5% a dos três Estados-Membros que apresentam os melhores resultados relativamente à estabilidade dos preços observados no ano anterior ao exame da situação do Estado-Membro.

✰ "a sustentabilidade das suas finanças públicas, que será traduzida pelo

facto de ter alcançado uma situação orçamental sem défice excessivo […]." Na prática, a Comissão examina, quando da elaboração da sua recomendação anual ao Conselho de Ministros das Finanças, se a disciplina orçamental foi respeitada, baseando-se em dois valores de referência: O défice público anual: A relação entre o défice público anual e o produto interno bruto (PIB) não deve exceder 3% no fim do exercício orçamental anterior. Se tal não se verificar, essa relação deve ter diminuído de forma substancial e constante e ter atingido um nível próximo de 3% (interpretação de acordo com a tendência segundo o n.º 2 do artigo 104.º) ou, em alternativa, manter-se próxima de 3%, excedendo esta percentagem apenas a título excepcional e temporário. A dívida pública: A relação entre a dívida pública bruta e o PIB não deve exceder 60 % no fim do exercício orçamental anterior. Se tal não se verificar, essa relação deve ter diminuído o suficiente e aproximar-se de 60% a um ritmo satisfatório (interpretação de acordo com a tendência segundo o n.º 2 do artigo 104.º).

✰ "a observância, durante pelo menos dois anos, das margens normais de

flutuação previstas no mecanismo de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu, sem ter procedido a uma desvalorização em relação à moeda de qualquer outro Estado-Membro." O Estado-Membro deve ter participado no mecanismo da taxa de câmbio do Sistema Monetário Europeu ininterruptamente durante os dois anos anteriores ao exame da sua situação

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sem ter conhecido tensões graves. Além disso, durante o mesmo período, não deve ter desvalorizado por sua própria iniciativa a sua moeda (ou seja, a taxa central bilateral da sua moeda em relação à de um outro Estado-Membro). Após a passagem à terceira fase da UEM, o Sistema Monetário Europeu foi substituído pelo novo mecanismo de câmbio (MTC II).

✰ "o carácter duradouro da convergência alcançada pelo Estado-Membro [...]

deve igualmente reflectir-se nos níveis das taxas de juro a longo prazo". Na prática, as taxas de juros nominais a longo prazo não devem exceder mais de 2% da taxa, no máximo, dos três Estados-Membros que apresentam os melhores resultados relativamente à estabilidade dos preços (ou seja, os mesmos que para o critério da estabilidade dos preços). O período tomado em consideração é o ano anterior ao exame da situação do Estado-Membro.

A introdução do euro condicionada

A esta 3.ª etapa da União Europeia Monetária, podem aderir os Estados que respeitaram os critérios sobre referenciados (transcritos do Protocolo referido no artigo 121.º do Tratado da Comunidade).

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Bibliografia

 http://europa.eu/legislation_summaries/economic_and_monetary_affairs/i

ntroducing_euro_practical_aspects/l25007_pt.htm

 http://www.eu4journalists.eu/index.php/dossiers/portuguese/C23

 Sebenta da unidade curricular “ Direito Empresarial” 2009-2010, Dr. Luís

Referências

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