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A dança como componente curricular na licenciatura em educação física: desafios e possibilidades

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. LARISSA AUREA TEREZANI. A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: Desafios e Possibilidades.. São Paulo - SP 2017. 1.

(2) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. LARISSA AUREA TEREZANI. A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NA LICENCIATURA EM EDUCAÇO FÌSICA: Desafios e Possibilidades.. Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Educação da UNINOVE, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Educação. Orientador: Prof. Dr. Marcos Antônio Lorieri.. São Paulo –SP 2017 2.

(3) Terezani, Larissa Aurea. A dança como componente curricular na licenciatura em educação física: Desafios e Possibilidades. / Larissa Aurea Terezani. 2017.. 171 f. Tese (Doutorado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2017. Orientador (a): Prof. Dr. Marcos Antônio Lorieri.. 1. Licenciatura em educação física. 2. Dança e formação humana. 3. Dança e educação. 4. Dança e educação física I. Lorieri, Marcos Antônio.. II. Titulo.. CDU 37. 3.

(4) BANCA EXAMINADORA. _______________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Marcos Antônio Lorieri – UNINOVE/SP. ________________________________________________________ Prof.ª Dra. Ana Maria Haddad Baptista - UNINOVE/SP. _____________________________________ Prof.ª Dra. Mônica de Avila Todaro – UFSJ/MG. _____________________________________________________ Prof.ª Dra. Elaine T. Dal Mas Dias – UNINOVE/SP. ____________________________________________________ Prof. Dr. Roberto Gimenez – UNICID/SP. __________________________________________________ Prof.ª Dra. Branca Jurema Ponce – PUCSP – (Suplente). _____________________________________________ Prof. Dr. Maurício Pedro da Silva – UNINOVE/SP. São Paulo, agosto de 2017.. ___________________________________________ Professor: Dr. José Eustáquio Romão Diretor do PPGE – UNINOVE/SP 4.

(5) RESUMO Esta tese resultou do projeto de pesquisa que teve como objeto a presença do componente Dança nas propostas curriculares dos cursos de Licenciatura em Educação Física e a identificação dos objetivos e conteúdos que têm sido trabalhados neste componente curricular com vistas à formação do (a) professor (a) de Educação Física que atuará na escola. Como recorte deste objeto, trabalhou-se com o seguinte problema de pesquisa: qual é a presença do componente Dança nas propostas curriculares dos cursos de Licenciatura em Educação Física da Cidade de São Paulo e de alguns desses cursos na Região Metropolitana de São Paulo e quais objetivos e conteúdos têm sido trabalhados neste componente curricular com vistas à formação de professores (as) de Educação Física que atuará na escola? Como desdobramento deste problema, algumas questões foram levantadas e que serviram como guia na busca e na análise dos dados. Foram elas: Como entender a Dança e sua relação com a educação? Como é vista a Dança, nos documentos oficiais brasileiros, como conteúdo curricular na Educação Física? Com que objetivos e conteúdos este componente curricular é trabalhado nos cursos identificados? Os objetivos e conteúdos das disciplinas de Dança, mencionados nestes cursos, podem responder ou corresponder ao que é considerado desejável na literatura pesquisada e nas indicações da legislação oficial brasileira com relação à mesma? A hipótese inicial era de que, em poucos Cursos de Licenciatura em Educação Física seria encontrada a presença da disciplina Dança e que, nesses poucos cursos, a oferta da disciplina estaria bem distante das orientações legais e da produção acadêmica a ela relativa. Como objetivos buscou-se constatar a presença da oferta da disciplina Dança nos Cursos de Licenciatura em Educação Física das Instituições de Ensino Superior da Cidade de São Paulo e informações a respeito dos conteúdos trabalhados nesta disciplina e se estes conteúdos estavam afinados com as orientações legais a respeito e com, ao menos, parte da bibliografia da área. Foi desenvolvida pesquisa bibliográfica e documental. A hipótese de que, na minoria dos Cursos de Licenciatura em Educação Física seria encontrada a presença da disciplina Dança e que, nesses cursos, a oferta da disciplina estaria bem distante das orientações legais e da produção acadêmica a ela relativa, não foi confirmada. Foi, por certo, uma grata não confirmação, apesar do pequeno número de IES pesquisadas. Julgamos ter atingido satisfatoriamente os objetivos propostos. Palavras-chave: Ensino Superior; Formação de Professores (as) de Educação Física; Dança e Educação.. 5.

(6) ABSTRACT This thesis resulted from the research project that had as its object the presence of the Dance in the curricular proposals of the Degree courses in Physical Education and the identification of the objectives and contents that have been worked in this curricular component with a view to the formation of the Physical Education Teacher related to his/her preparation for the action with the contents of Dance in Basic Education. As a cut-off from this object, we worked with the following research problem: what position does Dance take in the curricular proposals of the degree courses in Physical Education of the City of São Paulo and of some of these courses in the Metropolitan Region of São Paulo and What objectives and contents have been worked on in this curricular component with a view to the training of Dance teachers for Basic Education? As a result of this problem, some questions were raised and served as a guide in the search and analysis of the data. They were: How to understand Dance and its relationship with education? How is Dance seen in Brazilian official documents as a curricular content in Basic Education? With what objectives and contents does this curricular component work in the courses identified? Can the objectives and contents of Dance as a discipline mentioned in these courses respond to or correspond to what is considered desirable in the researched literature and in the indications of the official Brazilian legislation in relation to it? The initial hypothesis was that, in very few Physical Education Degree Courses, the presence of Dance as a discipline would be found and that, in these few courses, the offer of the discipline would be far from the legal guidelines and related academic production. The objective was to verify the level of presence of the offer of Dance in the Physical Education Degree Courses of the Institutions of Higher Education of the City of São Paulo and information about the contents worked in this discipline and if these contents were in tune with the orientations And with at least part of the bibliography of the area. We developed bibliographical, documentary and field research. The hypothesis that, in very few Physical Education Degree Courses, the presence of Dance as a discipline would be found and that, in these courses, the offer of the discipline would be far from the legal guidelines and the academic production related to it, was not confirmed. It was, of course, a welcome non-confirmation, despite the small number of HEIs surveyed. We believe that we have achieved satisfactorily the proposed objectives. Key words: Higher Education; Training of Physical Education Teachers; Dance and Education.. 6.

(7) RESUMÉE Cette thèse résulte du projet de recherche qui a eu comme objet la composante de Danse présente dans les propositions de programmes de cours de Diplôme en Éducation Physique et l'identification des objectifs et des contenus qui ont été travaillées dans ce volet curriculaire en vue de la formation du Maître d'Éducation Physique en ce qui concerne sa préparation à la performance avec le contenu de la Danse dans l'éducation de base. Pour couper cet objet, on a travaillé avec le problème de la recherche suivante: quelle est la présence de la composante de la Danse dans les propositions de programmes de cours de diplôme en éducation physique de la ville de São Paulo et certains de ces cours dans la région métropolitaine de São Paulo et dont les objectifs et le contenu ont été travaillé dans ce volet de programme destiné aux enseignants de formation (comme) la danse pour l'éducation de base? En conséquence de ce problème, des questions ont été soulevées et qui ont servies de guide dans l'analyse de la recherche et des données. Ells étaient: Comment comprendre la Danse et sa relation avec l'éducation? Comment afficher la Danse, les documents officiels brésiliens tels que le contenu des programmes dans l'éducation de base? Avec quels objectifs et le contenu de cette composante éducative travaille dans les cours identifiés? Les objectifs et le contenu des cours de Danse, mentionné dans ces cours, peut répondre ou correspondre à ce qui est considéré comme souhaitable dans la littérature et des directives des règlements officiels du Brésil concernant les mêmes? L'hypothèse de départ était que on trouverait très peu de cours de diplôme en éducation physique avec la présence de la discipline de la Danse et que, dans ces quelques cours, l'offre de la discipline serait bien loin des directives juridiques et la recherche universitaire qui s'y rapportent. Comme objectifs on a cherché à voir le degré de représentation de la discipline de la danse dans des cours de diplôme en Éducation Physique des établissements d'enseignement supérieur de la ville de São Paulo et des informations sur le contenu travaillé dans cette discipline et ces contenus sont en phase avec les directives juridiques et au moins une partie de la littérature. On a fait une recherche bibliographique, documentaire et sur le terrain. L'hypothèse, pas confirmée, était que dans très peu de cours de diplôme en Éducation Physique on trouverait la présence de la discipline de la Danse et que dans ces cours, l'offre de la discipline serait bien loin des directives juridiques et la recherche universitaire concernant. Il était certainement pas une confirmation agréable, malgré le petit nombre d'IES interrogés. Nous pensons que nous avons atteint les objectifs de manière satisfaisante. Mots-clés: Enseignement supérieur; Formation d'enseignants en éducation physique; Danse et éducation.. 7.

(8) RESUMEN Esta tesis resultó del proyecto de investigación que tuvo como objeto la presencia del componente Danza en las propuestas curriculares de los cursos de Licenciatura en Educación Física y la identificación de los objetivos y contenidos que se han trabajado en este componente curricular con vistas a la formación del Profesor (a) de Educación Física relativa a su preparación para la actuación con los contenidos de Danza en la Educación Básica. Como recorte de este objeto, se trabajó con el siguiente problema de investigación: cuál es la presencia del componente Danza en las propuestas curriculares de los cursos de Licenciatura en Educación Física de la Ciudad de São Paulo y de algunos de esos cursos en la Región de la Metropolitana de São Paulo y ¿Qué objetivos y contenidos se han trabajado en este componente curricular con vistas a la formación de profesores de Danza para la Educación Básica? Como desdoblamiento de este problema, algunas cuestiones fueron planteadas y que sirvieron como guía en la búsqueda y el análisis de los datos. Fueron ellas: ¿Cómo entender la Danza y su relación con la educación? ¿Cómo es vista la Danza, en los documentos oficiales brasileños, como contenido curricular en la Educación Básica? ¿Con qué objetivos y contenidos este componente curricular se trabaja en los cursos identificados? Los objetivos y contenidos de la disciplina Danza, mencionados en estos cursos, pueden responder o corresponder a lo que es considerado deseable en la literatura investigada y en las indicaciones de la legislación oficial brasileña con relación a la misma? La hipótesis inicial era que en muy pocos Cursos de Licenciatura en Educación Física se encontraría la presencia de la disciplina Danza y que en esos pocos cursos la oferta de la disciplina estaría muy lejos de las orientaciones legales y de la producción académica a ella relativa. Como objetivos se buscó constatar el nivel de presencia de la oferta de la disciplina Danza en los Cursos de Licenciatura en Educación Física de las Instituciones de Enseñanza Superior de la Ciudad de São Paulo e informaciones acerca de los contenidos trabajados en esta disciplina y si estos contenidos estaban afinados con las orientaciones Legales al respecto y con, al menos, parte de la bibliografía del área. Se desarrolló una investigación bibliográfica, documental y de campo. La hipótesis de que en muy pocos Cursos de Licenciatura en Educación Física se encontraría la presencia de la disciplina Danza y que en esos cursos la oferta de la disciplina estaría muy alejada de las orientaciones legales y de la producción académica a ella relativa, no fue confirmada. Fue, por cierto, una grata no confirmación, a pesar del pequeño número de IES investigadas. Juzgamos haber alcanzado satisfactoriamente los objetivos propuestos. Palabras clave: Enseñanza Superior; Formación de Profesores (as) de Educación. Física; Danza y Educación.. 8.

(9) DEDICATÓRIA Dedico a todos (a) que, por algum motivo, tiveram interesse em ler esta tese. Aos (as) bailarinos (as), dançarinos (as); coreógrafos (as), professores (as), alunos (as), pesquisadores (as) e apreciadores (as) das artes em geral e, especialmente, da Dança. Aos (as) defensores (as) do corpo em movimento, da Dança na Escola, da Dança Educação, da Dança na Educação Física, e da Dança como um canal de acesso ao conhecimento. Aos (as) que lutam por justiça nos meios educacionais e pela liberdade de expressão. Aos discentes, docentes, colegas e familiares que instigaram o meu desejo de investigar a Dança, o Corpo, a Formação Humana, e a Educação Física. Às energias superiores pelas orientações recebidas ao longo desse caminho.. Fonte: Disponível em https://cispladancas.wordpress.com/page/4/ Acesso em 24 de jun. de 2017.. 9.

(10) AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof. Dr. Marcos Antônio Lorieri meu ilustre orientador que jamais desistiu de ler o que escrevi e por quem criei admiração e respeito. Aquele que aceitou a dançar junto comigo. À Prof.ª Dra. Ana Maria Haddad Baptista com quem iniciei as aulas no programa de doutorado em educação e que me incentivou a desenvolver meu projeto. Ao Prof. Dr. Manuel Tavares Gomes com quem comecei as orientações a respeito da pesquisa. À Prof.ª Mônica de Avila Todaro a qual sempre me recebeu de braços abertos e pela criação de uma eterna amizade. À Prof.ª Dra. Roberta Gaio, ao meu pai e Professor Oswaldo Luiz Terezani, à minha mãe Letícia Helena Sarcedo Terezani os quais são responsáveis por eu conhecer a Ginástica Rítmica, pela escolha em cursar Educação Física e, agora, por estudar a Dança. Ao meu irmão Denis Roberto Terezani que sempre foi um incentivador da minha vida. À amiga/irmã/mãe Renata Barbosa da Silva e à amiga/irmã Bárbara Megda Magrin as quais estenderam a mão para me ajudar nas horas que meu corpo cansava e todos os irmãos e irmãs que nasceram dessa relação. Ao meu marido André De Filippis pela companhia e amor de toda vida, que impediu de desistir. Aos coordenadores do curso de Educação Física da Universidade Nove de Julho – UNINOVE que me abriram as portas para atuar como docente. À Universidade Nove de Julho – UNINOVE por conceder esta oportunidade com a isenção das taxas. Ao diretor da educação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE Prof. Dr. José Carlos de Freitas Batista e à Professora e amiga Claudia Nolla de Freitas Batista com quem tudo começou, ainda, quando residíamos em Piracicaba e agora em São Paulo. Aos funcionários da Secretaria do PPGE da UNINOVE pela atenção sempre dispensada a todos nós. Aos coordenadores dos programas de mestrado e doutorado em educação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, Prof. Dr. José Eustáquio Romão, Prof. Dr. Jason Ferreira Mafra; e ao corpo docente desses programas, formado por um grupo de excelência, pessoas com quem tive a oportunidade de conviver e com quem tenho muito que aprender. A todas as amizades construídas ao longo desses quatro anos. Recebam aqui o meu abraço e a minha eterna gratidão. Pois, sem vocês deixaria de acreditar que a Dança é uma manifestação humana que transforma pessoas; ela me transformou e pode transformar você: “A Dança utiliza o que se pode chamar de linguagens sonora, visual e tátil. E como, ao dançar, entra-se em contato com essas matérias, pode-se dizer que esse tipo de atividade física é também uma atividade de expressão. Sendo assim, pode-se dizer que se movimenta o corpo e expressa-se a alma” Arquivo pessoal da autora.. Mônica de Ávila Todaro (2001, p. 80). 10.

(11) LISTA DE QUADROS. Quadro 1. Instituições de Ensino Superior da Região Metropolitana de São. p.75. Paulo que têm Licenciatura em Educação Física. Quadro 2. Instituições de Ensino Superior da Cidade de São Paulo que têm. p.79. Licenciatura em Educação Física. Quadro 3. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 1.. p.81. Quadro 4. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 2.. p.83. Quadro 5. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 3.. p.84. Quadro 6. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 4.. p.86. Quadro 7. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 5.. p.89. Quadro 8. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 6.. p.91. Quadro 9. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 7.. p.92. Quadro 10. Matriz Curricular do Curso de Educação Física – Licenciatura IES 8.. p.94. Quadro 11. Diferenças de Nomenclaturas das Disciplinas que Contemplam os. p.96. Blocos de Conteúdo das Atividades Rítmicas e Expressivas nos Cursos de Ensino Superior de Licenciatura em Educação Física entre as IES de São Paulo. Quadro 12. Semestres das Disciplinas de Atividades Rítmicas e Dança dos. p.96. Cursos de Ensino Superior de Licenciatura em Educação Física. Quadro 13. Carga Horária das Disciplinas de Atividades Rítmicas e Dança dos. p.97. Cursos de Ensino Superior de Licenciatura em Educação Física. Quadro 14. Ementas das Disciplinas por I.E.S.. p.97. Quadro 15. Objetivos das Disciplinas por I.E.S.. p.99. Quadro 16. IES Que Desenvolvem os Mesmos Objetivos em Dança.. p.103. Quadro 17. Conteúdos das Disciplinas por I.E.S.. p.104. Quadro 18. IES Que Desenvolvem os Mesmos Conteúdos em Dança.. p.107. Quadro 19. Relação das obras utilizadas nas Referências Básicas.. p.109. Quadro 20. Relação das obras utilizadas nas Referências Complementares.. p.111. 11.

(12) LISTA DAS ILUSTRAÇÕES.. Figura 1. Linguagem do movimento Rudolf Laban.. p.24. Figura 2. Representação de figuras encontradas nas cavernas.. p.32. Figura 3. Figuras de corpos nas cavernas.. p.34. Figura 4. Pintura rupestre de Lérida, Espanha, uma das mais antigas encontradas, cerca de 8300 mil anos a. C., representa uma Dança num ritual de fertilidade.. p.34. Figura 5. Imagem Manuscrito Bíblico Medieval com a Dança de Miriam.. p.36. Figura 6. Dança da Música do Tempo.. p.40. Figura 7. Ballet da Corte.. p.42. Figura 8. Jean- George Noverre.. p.44. Figura 9. Dança Educação.. p.57. Figura 10. Dança na Educação Física.. p.71. Figura 11. Dança na Educação Física 1.. p.116. Figura 12. Michael Jackson.. p.136. Figura 13. Mundo da Dança.. p.143. Figura 14. Dança na Educação Física 2.. p.151. 12.

(13) SUMÁRIO INTRODUÇÃO. 15. CAPÍTULO 1. DANÇA, CORPO E SOCIEDADE: ASPECTOS HISTÓRICOS. 24. 1.1. A Dança e suas representações: apontamentos iniciais.. 25. 1.2. Panorama Histórico da Dança.. 32. 1.2.1. Corpo-Dança na Pré-História.. 32. 1.2.2. Corpo-Dança na Idade Antiga.. 35. 1.2.3. Corpo-Dança na Idade Média.. 39. 1.2.4. Corpo-Dança no Renascimento.. 41. 1.2.5. Corpo-Dança na Idade Moderna.. 43. 1.2.6. Corpo-Dança na Época Contemporânea.. 50. CAPÍTULO 2. DANÇA E EDUCAÇÃO E DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA.. 57. 2.1. Dança, Corpo e Educação.. 58. 2.2. Dança-Educação e Dança na Educação Física.. 62. CAPÍTULO 3. A DANÇA COMO CONTEÚDO FORMATIVO PARA A LICENCIATURA EM. 71. EDUCAÇÃO FÍSICA. 3.1. A Dança na Matriz Curricular para os Cursos de Educação Física.. 72. 3.2. Dança e/ou Atividades Rítmicas como componente da Matriz Curricular das. 73. Licenciaturas em Educação Física das IES investigadas. 3.3 Informações das IES analisadas.. 80. 3.4. Dança e/ou atividades rítmicas nos Planos de Ensino das Licenciaturas em. 96. Educação Física investigadas.. CAPÍTULO 4.. ANÁLISE DOS PLANOS DE ENSINO DE DANÇA DOS CURSOS DE. 116. ENSINO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA. 4.1. Análises dos Conteúdos dos Planos de Ensino de Dança dos Cursos de Licenciatura em Educação Física pesquisados.. 120. 4.2. Análises das Ementas e Objetivos dos Planos de Ensino de Dança de Licenciatura em Educação Física.. 124. CONSIDERAÇÕES FINAIS.. 136. REFERÊNCIAS.. 143. ANEXOS.. 151. 13.

(14) O Dançar: Dançar é poder se apaixonar em cada amanhã e em cada anoitecer. Dançar pode ser movimento e movimento pode ser Dança. Dançar pode ser ritmo e ritmo pode ser Dança. Dançar pode ser música e música pode ser Dança. Dançar pode ser poesia e poesia pode ser Dança. Dançar pode ser arte e arte pode ser Dança. Dançar pode ser política e política pode ser Dança. Dançar pode ser filosofia e filosofia pode ser Dança. Dançar pode ser religião e religião pode ser Dança. Dançar pode ser cultura e cultura pode ser Dança. Dançar pode ser expressão e expressão pode ser Dança. Dançar pode ser linguagem e linguagem pode ser Dança. Dançar pode ser tempo e tempo pode ser Dança. Dançar pode ser espaço e espaço pode ser Dança. Dançar pode ser parábola e parábola pode ser Dança. Dançar pode ser fábula e fábula pode ser Dança. Dançar pode ser conto e conto pode ser Dança. Dançar pode ser tradição e tradição pode ser Dança. Dançar pode ser liberdade e liberdade pode ser Dança. Dançar pode ser fantasia e fantasia pode ser Dança. Dançar pode ser brincadeira e brincadeira pode ser Dança. Dançar pode ser jogo e jogo pode ser Dança. Dançar pode ser educação e educação pode ser Dança. Dançar pode ser Educação Física e Educação Física pode ser Dança. Dançar pode ser vida e vida pode ser Dança. Dançar é poder perder as rédeas da vida para almejar a felicidade plena.. (Larissa Terezani). Arquivo pessoal da autora.. 14.

(15) INTRODUÇÃO. Julgo importante, inicialmente, colocar algumas informações de minha vida, em especial meu percurso acadêmico, pelo fato de o mesmo poder auxiliar no entendimento de minha escolha do tema de pesquisa no doutorado. Nasci em Piracicaba, Estado de São Paulo. O corpo sempre foi e ainda é um tema que me chama muito à atenção, mesmo porque muito cedo fui estimulada ao movimento pelo meu pai e minha mãe que também são professores (as) de Educação Física. Desde cedo me colocaram para praticar natação e, também, me encantei pela Ginástica Rítmica, tendo-me envolvido em um Projeto de Ginástica Rítmica Popular, desenvolvido na cidade, por uma parceria entre a Prefeitura e uma Universidade. No Ensino Médio havia a “Semana Cultural”, da qual faziam parte atividades de teatro, Danças e ginásticas que traziam motivação e prazer. Eu participava delas. Na universidade, escolhi cursar Educação Física área na qual acreditava poder contribuir futuramente com a educação do corpo, pois esse já era um ideal presente em mim. Este ideal me levou a participar em uma equipe de treinamento de Ginástica Rítmica do município de Piracicaba, uma vez que, essa ginástica em 2005, passou a integrar os Jogos Regionais e Abertos do Interior de São Paulo e houve a necessidade de se construir uma equipe na qual permaneci durante cinco anos como técnica. Hoje, esta equipe ainda é mantida por outros (as) profissionais, sendo Piracicaba consagrada com muitos títulos nessa modalidade. Ao participar das competições, observei uma quantidade sempre muito grande de meninas, mulheres, alunas, professoras, técnicas, atletas, ou seja, um espaço dominado pelo gênero feminino. Esta predominância permaneceu por muitos anos e é, ainda grade a presença feminina nestas atividades. A partir destas observações, discuti na minha dissertação de mestrado em Educação Física, o seguinte tema: “O (Des) Encontro de Gênero na Ginástica Rítmica: um estudo sobre Formação Profissional em Educação Física”; sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Roberta Gaio que foi, também, a idealizadora do. 15.

(16) projeto piracicabano intitulado “Ginástica Rítmica Popular” que, em 2015, comemorou 25 anos de existência. Nessas minhas participações, sinto desconfortos ao ver a Ginástica Rítmica competitiva presa ao perfil do corpo padronizado, o qual deve repetir os movimentos até a exaustão para buscar premiações e vitórias. Essas atitudes, até hoje, me incomodam e me impulsionaram a atuar diretamente com a formação dos (as) futuros (as) docentes em Educação Física para ensinar a essência dessa sabedoria que é ser professor (a), ou seja, compartilhar com os outros corpos as experiências afetivas, sociais, culturais, acadêmicas. Hoje sou docente de ensino superior no curso de Licenciatura em Educação Física, em São Paulo no qual tive e tenho a oportunidade de ministrar as disciplinas de ginástica, atividades rítmicas e Dança, as quais talvez sejam as que mais se preocupam com o corpo na sua totalidade, com a corporeidade do (a) discente e a liberdade de expressão. Essas áreas também são aquelas em que ocorrem minhas pesquisas, como projetos de iniciação científica e extensão. Foi a partir deste meu histórico que surgiu o desejo de fazer o doutorado e ampliar meus conhecimentos. Encontrei na mesma universidade na qual atuo como docente o doutorado em educação. Não é um doutorado específico em Educação Física, mas é em Educação e, a Educação Física faz parte da Educação, caso contrário, não seria denominada assim. Minha intenção inicial era aprofundar-me nos estudos sobre a corporeidade e sobre as relações destes estudos com a educação, pois a mesma parece que sempre negligenciou este tema. Por conta, porém, de diversas circunstâncias, acabei me dirigindo ao tema Dança e educação e, dentro dele ao recorte trabalhado nesta pesquisa. Em 2012 e 2013 cursei algumas disciplinas como aluna especial no PPGE da UNINOVE e, em 2014 ingressei como aluna regular, inicialmente com a orientação do Prof. Dr. Manuel Tavares e co-orientação da Prof.ª Dr.ª Mônica de Ávila Todaro. Ao conhecer o grupo de pesquisa “Pedagogia do Corpo” idealizado pela professora Dr.ª Mônica de Ávila Todaro e minha segunda orientadora, devido às coincidências de meus interesses com as propostas do grupo de pesquisa, abracei a causa de continuar estudando o corpo, e a corporeidade, na universidade, mas com novos olhares voltados à valorização da cultura popular nos currículos de Dança. Tendo esta minha 16.

(17) orientadora deixado a UNINOVE, passei a ser orientada pelo Prof. Dr. Marcos Antônio Lorieri. A esta altura, com todas as mudanças havidas, chegamos a um consenso em relação ao meu projeto de pesquisa, sem abandonar de todo, as preocupações centrais de meus interesses, ou seja, os estudos relativos aos movimentos do corpo e suas relações com a educação. Resolvemos, então, dadas as limitações de tempo, àquela altura, e dadas as minhas preocupações com o ensino de Dança nos Cursos de Licenciatura em Educação Física (ensino que desenvolvo), reelaborar meu projeto de pesquisa centrando-o no tema e problema que, aqui, é apresentado. O desenvolvimento desta pesquisa deve-se ao meu interesse pela Dança de modo geral e, mais especificamente pela minha preocupação com a presença da Dança nas escolas como elemento importante na formação das novas gerações. A formação humana não se esgota, nem na formação para o desempenho de atividades produtivas (ainda que importante e necessária), nem, também, no seu importante e igualmente necessário desenvolvimento intelectual que inclui o aprendizado de conhecimentos e o aprendizado de produção deles e, nem mesmo, pode ser vista apenas como preparação para a boa convivência e participação social. Há mais e igualmente importantes aspectos que devem fazer parte dos processos formativos das pessoas. Dentre eles os aspectos relacionados à sua sensibilidade (aspectos estéticos) e às suas manifestações, incluindo, aí, as manifestações artísticas. Com relação a estas últimas, a formação humana deve contemplar não apenas o seu conhecimento, mas, também, a possibilidade de aprendizagens relativas ao domínio de suas manifestações: se não todas, ao menos algumas delas. É importante, para a realização do ser humano, que ele possa se expressar cantando, ou tocando, ou desenhando, ou pintando, ou como ator (a), ou como escultor (a), ou como produtor (a) de textos literários incluindo aí, poesias e, também, podendo se expressar dançando. Assim como é importante e necessário que ele possa fruir dessas manifestações artísticas. Para tudo isso é preciso aprender: aprender a criar e aprender a fruir as produções próprias e de outros (as). Quando da minha formação no Curso de Educação Física, deparei-me com algo que me chamou a atenção: a possibilidade de, como professora da área, trabalhar conteúdos de atividades rítmicas e de Dança. Esta possibilidade 17.

(18) é aberta pela legislação que indica, inclusive, que os Cursos de Licenciatura em Educação Física devem oferecer preparo para este professor (a) poder trabalhar com Dança na Escola. A Dança sempre me interessou. Ela é o olhar para si e para o (a) outro (a) em profundidade; é o toque mais sensível do humano que possibilita transcender limites impostos ao corpo por conta de certos entendimentos culturais que, aos poucos foram sendo rompidos e superados. A Dança é o encontro com as nuances da sonoridade do ser e do universo. Pode-se dizer que, em geral, a Dança é a arte de expressar o corpo ritmicamente ao som de música e sem ela também. Outra maneira de se dizer sobre a Dança é afirmar ser ela uma forma de arte que consiste no movimento expressivo do corpo. Nem sempre ao som de música (e isso, já é outra discussão). Movimentos que têm valor estético e simbólico. Estético por manifestar, por meio dos movimentos corporais ritmados, sensibilidades humanas em relação à realidade e ao próprio ser humano e suas vivências. Simbólico pelo forte conteúdo significativo que manifesta. Além destes dois aspectos, a Dança pode ser uma forma de divertimento para os (as) que a praticam e dela usufruem, comemoram, fazem cerimônias ou rituais. Trata-se de uma manifestação do ser humano que o complementa, juntamente com outras suas manifestações. Todas juntas o completam. Faltando alguma, ele fica incompleto e, isso, não se pode querer. Meu interesse pela Dança cresceu ainda mais quando me tornei professora da disciplina Dança no curso de Licenciatura em Educação Física da UNINOVE e, este fato, além de vir ao encontro de meus gostos e interesses, despertou o desejo de saber a respeito do que se pensa sobre a Dança na educação, sobre a presença desta disciplina nos cursos de Licenciatura em Educação Física que preparam, também, os (as) professores (as) de Educação Física para o trabalho com Dança em suas aulas e sobre como é vista a disciplina Dança nestes cursos. O interesse no tema da formação do (a) docente de Educação Física foi objeto de minha dissertação de mestrado defendida em 2007 na UNIMEP com o seguinte título: “(DES) ENCONTRO DE GÊNEROS NA GINÁSTICA RÍTMICA: um estudo sobre Formação Profissional em Educação Física”. Como 18.

(19) se vê, dentro deste tema já, me interessava problemas relacionados à formação superior, às atividades rítmicas, nas quais se inserem a Dança. Daí surgiu meu projeto de pesquisa, um recorte dentro de meus interesses mais amplos, que tem como objeto a presença do componente Dança nas propostas curriculares dos cursos de Licenciatura em Educação Física e a identificação dos objetivos e conteúdos que têm sido trabalhados neste componente curricular com vistas ao preparo do (a) professor (a) de Educação Física para o trabalho com Dança em suas aulas. No âmbito deste objeto, o problema de pesquisa posto foi o seguinte: qual é a presença do componente Dança nas propostas curriculares dos cursos de Licenciatura em Educação Física da Cidade de São Paulo e de alguns desses cursos na Região Metropolitana de São Paulo e quais objetivos e conteúdos têm sido desenvolvidos neste componente curricular com vistas à formação de professores (as) de Educação Física que atuarão, também com a Dança, na Escola? Como desdobramento deste problema, algumas questões foram levantadas e que serviram como guia na busca e na análise dos dados. Foram elas: Como entender a Dança e sua relação com a educação? Como é vista a Dança, nos documentos oficiais brasileiros, como conteúdo curricular na Escola? Com que objetivos e conteúdos este componente curricular está presente nos cursos identificados? Os objetivos e conteúdos das disciplinas de Dança, mencionados nestes cursos, podem responder ou corresponder ao que é considerado desejável na literatura pesquisada e nas indicações da legislação oficial brasileira com relação à mesma? A hipótese era de que, em poucos Cursos de Licenciatura em Educação Física seria encontrada a presença da disciplina Dança e que, nesses poucos cursos, a oferta da disciplina estaria bem distante das orientações legais e da produção acadêmica a ela relativa. Os objetivos da pesquisa eram e foram o de buscar constatar o nível de presença da oferta da disciplina Dança nos Cursos de Licenciatura em Educação Física das Instituições de Ensino Superior da Cidade de São Paulo e o de buscar informações a respeito dos conteúdos trabalhados nesta disciplina, nestes cursos, em especial se estes conteúdos estavam afinados com as orientações legais a respeito e com, ao menos parte da bibliografia da área. 19.

(20) Além disso, outro objetivo foi o de buscar subsídios para as discussões a respeito da formação do (a) professor (a) de Educação Física relativa ao seu preparo para o trabalho com os conteúdos de Dança na Escola. Trata-se de pesquisa qualiquantitativa, com combinação de pesquisas bibliográfica e documental. Em um primeiro momento foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, seguida de busca de dados relativos aos Cursos de Licenciatura em Educação Física, em especial em São Paulo, com vistas a identificar a presença da disciplina Dança em suas propostas pedagógicas. A pesquisa de campo analisou Planos de Ensino de Dança de Licenciatura em Educação Física de seis IES da Cidade de São Paulo e mais duas da Região Metropolitana. Foi realizada uma revisão da literatura para verificar o que foi produzido, nos últimos cinco anos, a respeito do tema ou a respeito de temas correlatos ao da pesquisa contemplam algo relativo ao preparo dos (as) professores (as) de Educação Física para o trabalho com a Dança na escola. Esta busca foi feita nos sites das bibliotecas digitais de teses e dissertações da CAPES e de algumas Universidades nas quais há a Licenciatura em Educação Física. Foram encontradas as seguintes teses e dissertações, apresentadas pela ordem do ano em que foram defendidas:. RENGEL, Lenira Peral. Dicionário Laban. Campinas: UNICAMP, 2001. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.. PÉREZ GALLARDO, Jorge S. Discussões preliminares sobre os objetivos de formação humana e de capacitação para a Educação Física escolar, do berçário até a quarta série do Ensino Fundamental. Campinas: UNICAMP, 2002. Tese (Livre Docência) - Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.. EHRENBERG, Mônica Caldas. A Dança como conhecimento a ser tratado pela Educação Física Escolar: aproximações entre Formação e Atuação Profissional. Campinas: UNICAMP, 2003. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003. 20.

(21) GOMES, Antônio Sérgio Milani. Uma análise fenomenológica do Dançar nos discursos dos formandos em Educação Física. São Paulo: São Judas Tadeu, 2007. (Dissertação) Mestrado – Programa de pós-graduação stricto sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2007.. ALVARENGA, Arnaldo Leite de. Klauss Vianna e o Ensino de Dança: uma Experiência Educativa em Movimento (1948 – 1990). Belo Horizonte: UFMG, 2009. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Educação e Inclusão social da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.. LAMBERT,. Marisa. Martins.. Expressividade. Cênica. pelo. Fluxo. Percepção/Ação: O Sistema Laban/Bartenieff no desenvolvimento somático e na criação em Dança. Campinas: UNICAMP, 2010. Dissertação (Doutorado) Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.. MIYABARA, Renata Aparecida. Papel do conteúdo curricular Dança na formação do licenciado em Educação Física. São Paulo: São Judas Tadeu, 2011. (Dissertação) Mestrado – Programa de pós-graduação stricto sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.. LEITE, Flávia Regina. Melhoria do ensino de Dança na Educação Física nas escolas municipais de Anápolis, Goiás, e nas universidades formadoras de professores diante das dificuldades que enfrentam na atualidade. Asunción: Universidade Americana, 2013. Dissertação (mestrado em educação) – Faculdade Educacion Universidade Americana, Asunción, 2013.. Foram identificadas, ainda as seguintes publicações que tratam da temática da Dança nos cursos de Licenciatura em Educação Física, o que mostra o interesse pelo tema no âmbito dos estudos de Educação Física:. 21.

(22) MUGLIA-RODRIGUES, Barbara; CORREIA, Roberto. Produção acadêmica sobre Dança nos periódicos nacionais de Educação Física. Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Jan-Mar; 27(1): 91-99.. PACHECO, Ana Julia Pinto. A Dança nos textos de Educação Física: análise de uma produção. Anais do III EnFEFE - Encontro Fluminense de Educação Física Escolar, 1999.. DUARTE, Dosmary de A. Fogaça. A evolução das atividades rítmicas e de Dança no currículo do curso de educação física da Universidade Federal do Paraná, 1943-1995. In: Coletânea do III Encontro Nacional de História do Esporte, Lazer e Educação Física. Curitiba: DEF/UFPR, 1995, p.289-299.. KUNZ, Maria do Carmo Saraiva. Ensinando a Dança através da improvisação. In: Motrivivência, ano 4, n. 5, 6 e 7, dez, 1994, p.167-169.. LEITÃO, Fátima C. do Valle & SOUSA, Iracema Soares de. O homem Dança ... In: Motrivivência, ano 7, n. 8, 1995, p.250-259.. MIRANDA, Maria Luiza de Jesus. A Dança como conteúdo específico nos cursos de educação física e como área de estudo no ensino superior. Revista Paulista de Educação Física, v.8, n. 2, jul./dez, 1994, p.3-13.. NANNI, Dionísia. Dança...educação. Sprint, ano 14, n. 81, nov./dez, 1995, p.413. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. A Dança no contexto da sociedade e da escola. v. 2, n. 1, 1988, p.45-47.. SILVA, Monique Costa de Carvalho; ALCÂNTARA, Andressa Sheyene Moreira de; LIBERALI, Rafaela; NETTO, Maria Ines Artaxo; MUTARELLI, Maria Cristina. A importância da Dança nas aulas de Educação Física – revisão sistemática. In: Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – v. 11, n. 2, São Paulo, 2012, p. 38-54.. 22.

(23) Não foram encontrados trabalhos de pesquisa e publicações específicas sobre o tema e o problema desta tese, a qual está organizada, além desta Introdução, nos seguintes capítulos:. Capítulo 1, com o título: Dança, Corpo e Sociedade: Aspectos Históricos, no qual são apresentadas algumas noções a respeito da Dança e um breve histórico de sua presença na história da humanidade.. Capítulo 2, com o título: Dança e Educação, busca trazer contribuições de pensadores (as) que se dedicaram a investigações a respeito da relação da Dança com a educação. Esta pesquisa tem como foco a presença do componente curricular Dança nos cursos de Licenciatura em Educação Física que se destinam a formar professores (as) para a Escola. Daí a necessidade de se analisar esta presença à luz de considerações teóricas a respeito do reconhecimento da Dança na educação, em especial na Escola.. Capitulo 3, com o título: Dança nos cursos de Educação Física, traz inicialmente informações a respeito do que diz a legislação educacional brasileira a respeito da presença deste componente curricular nos referidos cursos e, em seguida, os dados colhidos relativos à presença do mesmo nos Cursos pesquisados.. Capítulo 4, com o título: Análise dos dados, no qual constam as análises dos dados informados no capítulo anterior. Esta análise será feita a partir de categorias originadas especialmente no que foi apresentado no capítulo 2 e, também no que indicam as diretrizes para os cursos de Licenciatura em Educação Física, conforme apontado no capítulo 3.. Por fim, as Considerações finais, referências bibliográficas, e anexos.. 23.

(24) CAPÍTULO 1 DANÇA, CORPO E SOCIEDADE: ASPECTOS HISTÓRICOS.. Figura 1. Linguagem do Movimento de Rudolf Laban Fonte: Disponível em http://www.photographersdirect.com/buyers/stockphoto.asp?imageid=535443 Acesso em 24 de jun. de 2017.. 24.

(25) 1.1 A Dança e suas representações: Apontamentos Iniciais. A Dança é o respirar mais puro; é o sabor mais doce; reflete o que ouve, principalmente das músicas, sejam elas eletrizantes ou suaves como a natureza; é ver além dos olhos; é o tocar nas esferas mais profundas do humano; é o sentir mais profundo; é um vendaval de emoções; é desvincular das regras e ironias para expressar suas verdadeiras emoções; é usar todos os sentidos para dizer algo. A Dança é o encontro com a identidade rítmica buscando as nuances da sonoridade do ser e do universo, é a arte de expressar o corpo ritmicamente ao som de música. Entretanto, não há pontual obrigatoriedade para se ter um acompanhamento musical. A arte de dançar consiste em selecionar os movimentos expressivos do corpo, tangenciado por valores estéticos e simbólicos. Estético por manifestar os movimentos corporais ritmados, sensibilidades humanas em relação à realidade e ao próprio ser humano e suas vivências. Simbólico pelo forte conteúdo significativo que manifesta. Além destes dois aspectos, a Dança pode ser uma forma de divertimento para os que dela usufruem, comemoram, celebram cerimônias ou rituais. Trata-se de uma manifestação cultural do ser humano, podendo ser considerada uma das mais antigas expressões artísticas. A Dança depende majoritariamente do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função, expressar sentimentos e experiências subjetivas. Garaudy (1980, p. 13) sumariamente consubstancia os significados da Dança:. A Dança é um modo de existir. Não apenas jogo, mas celebração, participação e não espetáculo, a Dança está presa à magia e à religião, ao trabalho e à festa, ao amor e à morte. Os homens dançaram todos os momentos solenes de sua existência: a guerra e a paz, o casamento e os funerais, a semeadura e a colheita.. Antes de ser arte e espetáculo, a Dança celebra a existência do ser que convive com a natureza, a sociedade e seus deuses, engendrando mistérios de origem humana e divina, assim:. 25.

(26) Em tempos remotos, por meio da Dança o homem identificavase com os ritmos da natureza. Reconhecia e imitava os movimentos e as forças nela presentes. Mais do que apenas expressão e celebração da íntima relação entre homem e natureza, a Dança evoca nas suas origens um caráter comunitário, ligado a todos os aspectos da sobrevivência do grupo, seja no trabalho, seja no culto explícito aos deuses (OSTETTO, 2006, p. 70).. Scarpato (1999) caracteriza a Dança, especialmente nas sociedades atuais, como uma das expressões mais significativas da humanidade. Portanto, ao estar presente nos desdobramentos das sociedades, a Dança sempre exprimiu significados e diante dos diferentes contextos históricos, se ressignificou como ritual, expressão popular, profissão, arte e espetáculo, cultura, lazer e entretenimento. Pellegrini (2007, p. 1), por sua vez, considera a Dança como parte da linguagem. humana,. suas. manifestações. acompanham. a. cultura. das. civilizações pelos séculos, ou seja, são inúmeros e de variadas formatos os relatos simbólicos registrados pelos diferentes povos, entretanto, a autora ressalta que: “Sua história na cultura ocidental é objeto de significativas pesquisas, apesar do caráter recente do interesse institucional sobre essa temática”. O significado da Dança vai além da mera repetição de movimentos técnicos, podendo ser compreendida, apreciada e vivenciada como meio para adquirir conhecimentos, opção de lazer, fonte de prazer, desenvolvimento da criatividade, linguagem e importante forma de comunicação. Paviani (2011, p. 2), sobre os dizeres de Platão a respeito da Dança, assim se refere:. A Dança é muito mais do que a arte do movimento físico. Sendo gesto, linguagem corporal, expressão artística, manifestação social, mais do que pôr o corpo humano em movimento, a Dança é o próprio movimento que nasce do corpo. Assim, no sentido originário, o corpo é a origem da Dança, do canto, da música. Ele é o prolongamento da consciência no mundo. A impressão comum de que o corpo é motivado por apelos musicais externos é simplesmente ilusória. Na realidade, só pensamos desse modo porque perdemos a compreensão original das relações entre a mente, o corpo e o mundo, e nos deixamos iludir por essa percepção externa ao fenômeno que separa corpo, consciência e Dança.. 26.

(27) Além disso, a Dança nunca é apenas Dança no sentido trivial e comum do termo. Desde sua gênese, ela é corporeidade, movimento, expressão, canto, música, poesia e, portanto, também forma de culto, manifestação social e religiosa, forma artística e comunicação universal. Por isso, a Dança, quando entendida como expressão radical do ser humano, devolve-nos os sentidos da presença humana no mundo, nas relações com os outros e com as coisas.. Corpo e Dança são inseparáveis, sendo assim, torna-se impossível abordar a Dança sem mencionar o corpo, pois desde os tempos primitivos os corpos já dançavam, interagiam e se expressavam. Essa relação corpo-Dança tem sido estudada, sob diversas perspectivas, como, por exemplo, a filosófica, a sociológica, a antropológica, educacional, entre outras. Sob o viés filosófico, a Dança é compreendida como uma das expressões da sensibilidade humana, assim como a música, as artes plásticas, a literatura, as artes cênicas. Como expressão da sensibilidade humana, as abordagens filosóficas situam-se especialmente no campo da Estética. Este é o campo ou a área da investigação filosófica que busca entendimentos e significações para o fato de os seres humanos serem sensibilizados, de alguma maneira, pelo que existe ou ocorre na realidade de que fazem parte. Os seres humanos são afetados pelas coisas, pelos seres, por suas manifestações, pelas demais pessoas, pelas relações que estabelecem com a natureza e com seus semelhantes e, ainda, pelas próprias manifestações da sensibilidade humana, assim, são influenciados pelo estímulo e, portanto, sensibilizam-se pelas mais diversas manifestações artísticas, sendo a Dança uma dessas. A Dança expressa aspectos da sensibilidade humana e, ao fazê-lo, comunica aos outros seres humanos esta sensibilidade. Torna-se, então, uma forma de linguagem. No tocante à estética, recorremos as proposições de Severino (2001), ao estabelecer um diálogo capaz de abrigar dentro da mesma esfera as vivências prazerosas provocadas pelo corpo, ou seja, é factível constatar que o estético se refere a sensibilização do ser humano, seja ele tocado pelo prazer ou desprazer. O desprazer é algo que afeta o ser humano e que pode ser expresso por diversas artes. Vejam-se as pinturas que expressam algum tipo de sofrimento 27.

(28) ou algum fato histórico doloroso, como é o caso da famosa pintura de Picasso, Guernica, das grandes composições musicais como as de Mozart, de Verdi, ou até mesmo das missas de Réquiem. Severino (2014) nos alerta para o fato de que a Filosofia não é restrita apenas à dimensão cognitiva do ser humano, pois busca entendimentos sobre os aspectos valorativos e, dentre esses, não apenas os relativos à moral ou à ética, mas, também, os relativos aos valores estéticos. O autor considera que:. Delineia-se assim uma expansão do território da nossa subjetividade, que tem um amplo espectro de modos de nos colocar em relação com o mundo que nos envolve. Nós conhecemos os objetos que constituem o mundo pela mediação dos conceitos, construídos pela nossa consciência cognitiva; mas nós também avaliamos todos os objetos, todas as situações, mediante nossa consciência valorativa. Os valores estéticos são aqueles que vivenciamos ligados a nossa sensibilidade integrada, corpórea e mental, eles expressam qualidades vinculadas aos nossos sentimentos nascidos da própria vivência de nossa condição corporal. Vivenciamos esses valores naquelas experiências que têm nos sentidos do corpo uma mediação mais intensa, experiências estas que chamamos de estéticas, justamente por nascerem da sensibilidade (SEVERINO, 2014, p. 298).. Vivenciamos essas experiências, diz ele, mas também, as manifestamos por meio de diversas formas. Uma delas é a forma da Dança. Com relação à Dança, Paviani, ao comentar textos de Platão do seu Diálogo Leis (leis é um diálogo do livro), diz o seguinte:. É próprio do ser humano, da cultura e da sociedade que cada geração crie novas formas de expressão e de comunicação, respeitando e recriando as formas tradicionais. Também é próprio da educação buscar o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas. Tendo em vista esses princípios, a educação estética da sensibilidade e a educação da corporeidade, a Dança, desde os primórdios da civilização e das culturas primitivas são momentos significativos da civilização e meios expressivos do ser humano. A Dança é muito mais do que a arte do movimento físico. Sendo gesto, linguagem corporal, expressão artística, manifestação social, mais do que pôr o corpo humano em movimento, a Dança é o próprio movimento que nasce do corpo. Assim, no sentido originário, o corpo é a origem da Dança, do canto, da música. Ele é o prolongamento da consciência no mundo. A impressão 28.

(29) comum de que o corpo é motivado por apelos musicais externos é simplesmente ilusória. Na realidade, só pensamos desse modo porque perdemos a compreensão original das relações entre a mente, o corpo e o mundo, e nos deixamos iludir por essa percepção externa ao fenômeno que separa corpo, consciência e Dança (PAVIANI, 2011, p. 2).. Vivenciamos. as. experiências. estéticas. com. o. corpo,. que. simultaneamente é consciência. Por sua vez, essas experiências podem se expressar em forma de Dança, pois quem Dança é o corpo-consciência, vindo a romper com os paradigmas das fragmentações, polarizações e dualidades impostas ao longo dos séculos entre a mente pensante e o corpo sujeito. Ao se entender o ser humano de maneira dual como corpo e mente, corpo e alma, ou ainda como corpo e espírito, e mesmo ao considerar que estas duas dimensões são responsáveis por constituir tão intimamente o ser humano, ainda assim a dimensão da mente, espírito ou da alma é compreendida como superior, ao privilegiar as manifestações do intelecto ou do espírito em detrimento das manifestações do corpo, subjugando-o como inferior ou mero executor de tarefas. Será com a filosofia moderna, a partir do Século XIX, em especial com Nietzsche e, posteriormente, já no Século XX, com Merleau-Ponty, que reflexões começarão a emergir sobre a consideração e a primazia do corpo. Melani (2012, p. 72) atribui enorme significado ao corpo, ao tratá-lo como sendo capaz de agregar multiplicidade de fontes de produção e de expressões. Nas suas palavras: “O corpo é uma razão em ponto grande. (...) Instrumento do seu corpo é também a sua razão pequena, a que você denomina espírito: um instrumentozinho e um brinquedinho de sua grande razão”. Nos ensaios produzidos por Merleau-Ponty, há um vasto conjunto de questionamentos sobre o corpo. Uma de suas principais obras “Fenomenologia da Percepção”, publicada em 1945, vem despertando a atenção de inúmeros pesquisadores (as), até os dias atuais, produzindo análises interessantes como as de Nóbrega (2008, p. 142) que constam no artigo “Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty” do qual foi retirado este comentário a respeito de uma citação do autor:. 29.

(30) A experiência perceptiva é uma experiência corporal. De acordo com Merleau-Ponty (1945/1994) o movimento e o sentir são os elementos chaves da percepção, desse modo: A percepção sinestésica é a regra, e, se não percebemos isso, é porque o saber científico desloca a experiência e porque desaprendemos a ver, a ouvir e, em geral, a sentir, para deduzir de nossa organização corporal e do mundo tal como concebe o físico aquilo que devemos ver, ouvir e sentir. Desaprendemos a conviver com a realidade corpórea, com a experiência dos sentidos, pois privilegiamos uma razão sem corpo. No entanto, a percepção, compreendida como um acontecimento da existência, pode resgatar este saber corpóreo.. A chamada de atenção, aqui, é sobre o que ocorreu na tradição ocidental que desaprendeu a ver, a ouvir e a sentir. Houve um desaprender do saber corpóreo. Este saber deve ser recuperado e, com ele, a recuperação do prestígio do corpo e de suas múltiplas possibilidades, inclusive as expressivas. Dentre elas a expressividade do corpo por meio da Dança. No fundo, o que este filósofo indica é que o corpo é o grande veículo para as manifestações do humano. Não apenas veículo, mas a fonte original de toda a expressão humana. Diz ele, apontando uma crítica à tradição que identificava o originário das expressões humanas no pensamento ou na alma e insistindo em que este originário é o próprio corpo, ou a corporeidade:. Observou-se sempre que o gesto ou a palavra transfiguravam o corpo, mas todos se limitavam a dizer que ambos desenvolviam ou manifestavam outra força, pensamento ou alma. Não se via que, para poder exprimi-lo, o corpo deve, em última análise, tornar-se o pensamento ou a intenção que significa para nós. É ele que mostra, ele que fala eis o que aprendemos neste capítulo (MERLEAU-PONTY, 1971, p. 207).. Estas palavras estão no final do Capítulo VI da obra “Fenomenologia da Percepção” que tem como título: “O corpo como expressão e a fala”. Chama à atenção a afirmação de que o corpo deve tornar-se a intenção, pois é ele que fala, é ele que mostra. São palavras que veem a calhar com muitas das novas ideias que voltam à cena no Século XX relativas à Dança as quais apontam ser esta arte fundamentalmente uma arte de manifestação no corpo, nos seus movimentos, do que os seres humanos querem e precisam dizer. Dizer, nesta linguagem gestual/corporal. Na verdade, as manifestações nas várias línguas faladas são 30.

(31) feitas,. também,. no. corpo.. Estamos. evitando. aqui. dizer. que. estas. manifestações se fazem “por meio” do corpo como forma de evitar dizer que ele é apenas um instrumento de algo além dele, seja o espírito ou a alma. As manifestações fazem-se no corpo, até porque, o espírito ou o que se denomina alma é, fundamentalmente corpo para esta visão. A Dança, nesta perspectiva, deve ser vista como uma linguagem artística do corpo, tão necessária como qualquer outra forma de linguagem. Todas as linguagens são importantes e “todas elas devem ser consideradas”, conforme diz Baptista (2005, p. 27) que também recorre, neste livro, a MerleauPonty e a outros (as) pensadores (as) como Jorge Luis Borges, do qual cita uma entrevista. A partir de uma resposta à pergunta sobre por que viajava tanto, se ficara cego, Baptista reafirma o que disse sobre as linguagens assim: “O que devemos aprender com Borges? Que todas as linguagens são igualmente importantes”. (Idem, p. 17). No âmbito da Sociologia, mais recentemente, algumas abordagens interessantes sobre a Dança têm ampliado esta compreensão a respeito da Dança, como é o caso de Medina e outros autores que dizem o seguinte: “A Dança, portanto, pode ser entendida como uma forma de movimento elaborado, que fornece elementos ou representações da cultura dos povos, sendo considerada uma manifestação dos hábitos e costumes de uma determinada sociedade” (MEDINA et al, 2008, p. 100). Os (as) mesmos (as) autores (as) ampliam esse olhar sobre a Dança da seguinte maneira:. Durante décadas, a humanidade estabeleceu um contato direto entre sua Dança e as representações na sociedade, traduzindo necessidades, anseios e transformações, como também a forma de manifestação das suas crenças, suas religiosidades e tradições. O homem, como ser social, utiliza-se dessa forma de expressão para representar uma cultura, porém, esse processo não necessariamente inclui, em sua reflexão, mecanismos integrantes necessários para a formação das instituições sociais nas quais está inserido (MEDINA et al, 2008, p. 100).. Estas ideias a respeito do corpo e sobre uma de suas manifestações, a Dança, não são aceitas tranquilamente nem mesmo após Nietzsche, MerleauPonty e outros (as) pensadores (as), artistas ou não, que chamaram a atenção devida. 31.

(32) Estas considerações iniciais tiveram como objetivo situar um pouco o universo de compreensão a respeito da Dança como uma forma relevante de expressão do ser humano que se faz por meio do seu corpo em determinados movimentos. A seguir, algumas informações que mostram a fortíssima presença da Dança nas maneiras de ser dos seres humanos ao longo da história indicando ser esta arte antiquíssima e expressiva, intrinsecamente ligada às suas vidas.. 1.2. Panorama Histórico da Dança. Não se pode desvincular a Dança do corpo e vice-versa. Como foi. afirmado, “a Dança é o próprio movimento que nasce do corpo”, na citação de Paviani, feita anteriormente. Daí se optar por registar nos subtítulos, a seguir, a expressão “corpo-Dança”.. 1.2.1. Corpo-Dança na Pré-História. Há estudos que mostram a presença da Dança em épocas primitivas, assim como há registros pictóricos de corpos dançando, como os da imagem abaixo, encontrados em várias cavernas.. Figura 2. Representação de figuras encontradas nas cavernas. Fonte: Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT15519315224-155193-3934,00.html Acesso em 5 de out. de 2016.. 32.

(33) “(...) os primeiros registros de movimentos do corpo – de expressões corporais – datam de 14.000 anos atrás” (MAGALHÃES, 2005, p. 1). Expressões corporais sempre ligadas às vivências humanas, como no caso dos povos primitivos que Dançam representando as ou referindo-se às suas experiências com a caça, por exemplo, como diz Magalhães (2005, p. 1):. O homem pré-histórico, da era Paleolítica, era predador. A sua subsistência era mantida através de caça, pesca e coleta. O homem era lançado ao destino, os animais, objetos de sua caça e difíceis de serem vencidos, condicionavam a sua sobrevivência fornecendo o alimento, a pele para sua roupa e os chifres para a manufatura de instrumentos. O homem Paleolítico vivia em função dos animais e, portanto, a sua Dança se referia a eles.. Além disso, as Danças refletiam crenças em seres superiores e em espíritos que presidiam a natureza e a eles as Danças também se referiam: “... a Dança leva e eleva os homens a um plano superior a si mesmo. Através de giros em torno de si entram em êxtase e acreditam se comunicar com os espíritos” (MAGALHÃES, 2005, p. 2). Nestes casos, a Dança expressa busca de relações para além da natureza, atingindo o céu, o sagrado. Aqui as Danças se encontram no centro dos rituais e das consagrações à busca por novos horizontes. Muitas vezes ela é indicativa de compromissos assumidos, seja os de um matrimônio, os do fim de uma guerra, ou ainda indicam a celebração do sucesso em uma caça ou em uma vitória na guerra. Inscrições em cavernas são registros que mostram a existência de expressões corporais na forma de Dança, nas sociedades primitivas, como o mostra Magalhães (2005, p. 2);. (...) na gruta de Trois-Frères, que se encontra próxima a Montes quiou - Avantes, também na França, apesar de se encontrar isolada de outras representações, nos mostra além dos movimentos, vestimentas que nos sugerem o caráter da Dança que não difere do caráter sagrado que ela tem nos dias de hoje.. 33.

(34) Figura 3. Figuras de corpos nas cavernas.. Cristina Charão (2002, p. 1) no seu artigo publicado na revista Galileu comenta que “A mais antiga imagem da Dança, datada de 8300 a. C., foi encontrada em pinturas de uma caverna na província de Lérida, na Espanha. Mostra nove mulheres em torno de um homem despido, indicando ritual de fertilidade”.. Figura 4. “Pintura rupestre de Lérida, Espanha, uma das mais antigas encontradas, cerca de 8300 mil anos a. C., representa uma Dança num ritual de fertilidade”. (Cristina Charão, 2002, p. 1).. 34.

(35) As. histórias. da. Dança. e. do. corpo. se. complementam. e. estão. significativamente representadas nas pinturas pré-históricas, mostrando que esses locais eram habitados e, ao se constituírem enquanto grupos registraram seus próprios corpos durante os rituais, com movimentos expressivos que podem ser interpretados como Danças primitivas.. 1.2.2. Corpo-Dança na Idade Antiga. A denominada Idade Antiga abrange, de acordo com certa classificação, o período histórico que envolve, além de outras, as civilizações gregas e romanas. Há registros, por exemplo, na tradição hebraica (anterior, portanto, às civilizações gregas e romanas). Dentre estes registros foram selecionados os que seguem. São registros constantes na Bíblia, vista aqui, como um documento histórico. No livro do Êxodo (15-16, c 15, v 19, 20 e 21) encontra-se a seguinte passagem:. Quando a cavalaria do Faraó entrou no mar com seus carros e cavaleiros, Javé fez voltar sobre eles às águas do mar, enquanto os filhos de Israel caminharam a pé enxutos pelo meio do mar. A profetisa Maria, irmã de Aarão, pegou tamborim, e todas as mulheres a seguiram com tamborins, formando coros de Dança. E Maria entoava: Cantem a Javé, pois sua vitória é sublime: ele atirou no mar carros e cavalos.. No mesmo livro da Bíblia, outra passagem:. Quando se aproximou do acampamento e viu o bezerro e as Danças, Moisés ficou enfurecido, jogou as tábuas e as quebrou no pé da montanha. Pegou o bezerro que haviam feito, o queimou e moeu até reduzi-lo em pó. Depois espalhou o pó na água e fez os filhos de Israel beberem (BÍBLIA, s./d., ÊXODO 32, c 32, v 19 e 20).. No Livro Samuel (c 6, v 14, 15, 16, 20 e 21), outra passagem sugestiva que revela a presença forte da Dança:. Davi Dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido comum éfode de linho. O rei e todos os israelitas conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, Filha de Saul, olhando pela janela, viu o rei Davi 35.

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