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Administração da Faculdade de Educação São Luís como sendo:

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Academic year: 2021

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VIVÊNCIA COMO UMA FERRAMENTA CONTEMPORÂNEA: SUAS CONTRIBUIÇÕES SOB A PERSPECTIVA DOS ALUNOS PARA O PROCESSO

DE APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR

Karine Ribeiro de Assunção Faculdade de São Luís de Jaboticabal

Resumo: O presente estudo propõe aprofundar em uma técnica de estratégia de aprendizagem contemporânea como recurso consensual entre as necessidades programáticas da universidade e de repercussão no processo de aprendizagem dos alunos. Portanto, o objetivo deste artigo é avaliar sob a perspectiva do aluno quais as contribuições que a técnica “vivência” traz para o seu aprendizado. Este estudo contou com a participação de 88 alunos do curso de bacharel em administração de uma faculdade particular do interior do estado de São Paulo que executaram a técnica “vivência” de admissão e demissão em uma organização, e em seguida foram coletadas as impressões, por meio de um questionário com duas questões, sobre a repercussão da vivência em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Para análise, optou-se por uma pesquisa qualitativa usando de um questionário aberto e os dados foram analisados sob a técnica análise de conteúdo proposta por Bardin (1995) articulado com o referencial teórico da psicologia cognitiva e recentes publicações da área educacional. Nas discussões foi possível entender que alunos identificam as potencialidades intrapessoal e interpessoal, associam a complexidade gradativa dos conteúdos e sua assimilação com as exigências do mercado profissional. E como considerações dessa técnica para o ensino superior percebe-se que os futuros profissionais da área de gestão de pessoas estarão mais preparados para protagonizar situações do dia a dia das organizações, bem como para nas resoluções de conflitos.

Palavras-chave: Processo ensino-aprendizagem. Vivência. Ensino Superior.

Introdução

Este artigo se refere a um estudo realizado em um curso de Bacharel em Administração de uma Faculdade particular no interior do Estado de São Paulo, em uma das ofertas da disciplina de Administração em Recursos Humanos (do 5º período, possuindo 72 horas), durante o 1º bimestre de 2014. Podemos definir a missão básica do curso de Administração da Faculdade de Educação São Luís como sendo:

“Transformar alunos em administradores por meio de processos pedagógicos teóricos e práticos capazes de desenvolver habilidades e competências necessárias a gestão eficiente e eficaz das organizações, respeitando valores éticos e morais”.

Durante a disciplina, dentro do plano de ensino, foi destinado textos sobre o processo de agregar pessoas (Recrutamento & Seleção) em uma organização para nortear estudos dirigidos e debates que dariam sustentação para a elaboração da técnica de aprendizagem “Vivência”. Segundo Del Prette e Del Prette, (2004, p.106).

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Vivência pode ser entendida, então, como uma atividade, estruturada de modo análogo ou simbólico a situações cotidianas de interação social dos participantes, que mobiliza sentimentos, pensamentos e ações, com o objetivo de suprir déficits e maximizar habilidades sociais.

Na atualidade, investigar estratégias de aprendizagem é preciso considerar a repercussão da nova realidade que o ensino superior tem vivido, pois, se de um lado, estudantes possuem maior facilidade e novas formas de acesso à informação, no outro os professores tem a dificuldade de trazer essas informações nos moldes “tradicionais” estabelecidos pelas instituições de ensino superior, (LÉVY, 1993; JOHNSON et al., 2014). Assim, na relação professor e estudante não se deve privilegiar apenas a transmissão de informações, pois um dos problemas do ensino superior, diz respeito à atitude passiva dos alunos diante as estratégias utilizadas pelos professores conforme aponta alguns estudos. (GALVAO, CAMARA, JORDAO, 2012).

Assim, dentre as várias abordagens de aprendizagem, estilos de aprendizagem, estratégias de aprendizagem, métodos, técnicas contemporâneas que os pesquisadores da área psicologia cognitiva e educacional vêm apresentando (DUARTE, 2002; PAQUAY et al., 2001) assume-se aqui a predição pelo conceito de que estratégias de aprendizagem é um conjunto de técnicas, métodos, atividades ou procedimentos integrados em que os estudantes usando de seus recursos cognitivos e metacognitivos utilizam para facilitar a aquisição e utilização da informação ou se confrontar com alguma situação de aprendizagem. (SANTOS, BORUCHIVITCH, 2001; POZO, 1998). Partindo desse princípio, a técnica “vivência” baseada na proposta de Del Prette e Del Prette (2004) tem a intenção de propiciar a construção de competências e experiências interpessoais que possam estar articuladas com demandas cognitivas/conteúdo programáticos e comportamentais criando oportunidade de observação, descrição e feedback por parte do professor e também pelo próprio aluno.

Também, acredita-se na utilização da técnica de vivencias para busca de quebra de paradigmas na atuação docente, suscita o raciocínio crítico e a reflexão sistemática, para as novas tendências que contribuem sobremaneira para a consolidação da autonomia intelectual, aspecto fundamental do desempenho novas competências.

Metodologia

Para desenvolver este estudo dentro do plano de ensino da disciplina desenhou-se uma técnica de aprendizagem baseada nos estudos de Del Prette (2004) denominada vivência, a qual consistia em moldes estruturais de uma encenação. Para tanto, foi

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fornecido aos alunos um enredo sobre um processo de admissão e demissão de um funcionário em uma organização. Para o entendimento do enredo, este foi dividido em cenas menores, totalizando 13 cenas, as quais foram distribuídas e organizadas entre os alunos, no total de 13 grupos, sendo que cada um dos grupos seria responsável por protagonizar uma cena, e ter conhecimento do roteiro da cena anterior para que não perdessem de vista o que estava sendo construído, bem como o entendimento do enredo por completo. Na construção dessa técnica contou-se com a participação de duas turmas do quinto período do curso de Bacharel em Administração, sendo no total de 88 alunos. Sendo estes também profissionais atuantes no mercado de trabalho, com faixa etária de 22 a 40.

Após a vivência foi realizada uma avaliação de acordo com os moldes curriculares da instituição, na qual foram incluídas duas questões abertas e reflexivas sobre a técnica utilizada, acompanhada do termo de consentimento livre e esclarecido precedendo as questões éticas deste estudo. As questões fora as seguintes: quais as aprendizagens desta vivência para a aquisição de competências necessárias para a realização de um processo seletivo de funcionários e para a sua vida pessoal? Quais as limitações e sugestões desta estratégia de aprendizagem? Inicialmente para este estudo se limitou apenas a primeira questão.

Os dados coletados foram tratados a partir de fundamentos metodológicos no campo da abordagem qualitativa de pesquisa (Mazzotti e Gewndsznajder, 2001). Especificamente utilizamos o método “análise de conteúdo”, proposta por Bardin, (1995), onde as respostas dos alunos foram dividas em categorias, respeitando os eventos coincidentes: “reflexão de novas formas de atuação”; “estruturação diferenciada da atividade”; “analogia entre teoria e prática”; “aprendizagem pessoal”, e para transitar entre o que a teoria informa e o que emerge dos dados coletados, o estudo foi apoiado no referencial teórico da psicologia cognitiva e educacional.

Análise dos Resultados

Durante o processo de construção da cena os relatos dos alunos eram no sentido de demonstrar que a vivência os ajudou a refletir sobre novas formas de atuação em situações que vivenciaram no trabalho ou na sala de aula. Como exemplo desse grupo de alunos, tem-se o relato: “a vivencia proporciona ao aluno a exigência do conhecimento, do conteúdo a ser abordado, além do dinamismo e a comunicação por parte dos ensinadores.” (resposta da aluna Fábia).

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Ao analisar a resposta da aluna podemos perceber a importância no processo de aprendizagem da reflexão teórica e prática, por meio das ativas relações entre os participantes, professores, educandos, com o intuito de transformar a realidade. Isto foi possível pela atuação da docente ao instigar os alunos com perguntas que estimulassem a reflexão das cenas, com situações pessoais e situações que foram ou poderão ser vivenciadas em suas atuações profissionais ou pessoais.

Outro grupo de relatos, diz respeito à convicção do conceito de vivência, pois acreditam que a elaboração de tarefas estruturadas a partir de situações cotidianas, mobilizará repertórios atitudinais que fomentará o aparecimento de novas competências, consequentemente diminuirá a defasagem do conhecimento. “Percebo a facilidade na adesão dos conhecimentos a serem adquiridos de forma melhor do que na forma tradicional.” (Relato da aluna Paula).

O fato docente buscar pela estruturação de várias cenas para esta vivência pode ser entendida como um recurso para evitar a “estereotipia natural quando da aprendizagem de novos comportamentos. Pode ser considerada, também uma estratégia para facilitar a generalização das habilidades aprendidas no treinamento.” (DEL PRETTE, 2004, p. 52) Um terceiro fator importante na vivência está retratado na seguinte fala de um grupo de relatos coincidentes:

A riqueza dos detalhes apresentados o conhecimento e a praticidade desta técnica de aprendizagem desenvolvem nos graduandos e exige o desenvolvimento de algumas competências, tais como comunicação, aprendizagem dos textos apresentados (teoria e prática) e dinamismo que são aplicados principalmente em situações reais, o que é no meu ponto de vista o maior déficit do ensino superior, pois a apresentação na prática ativa o entendimento desperta mais atenção dos alunos, do que apenas as apresentações da teoria. (Resposta da aluna Joana)

Aqui se identifica que os alunos tem consciência que uma situação análoga ao cotidiano para o desempenho de papéis pode propiciar o desenvolvimento do sujeito em termos de habilidades inter e intrapessoais para a aquisição dos conhecimentos da disciplina de forma gradativa.

E como última análise tem-se o grupo de relato representado pela fala da Marta:

Iniciei um processo seletivo em que todas as etapas que eu passei foram iguais as que a senhora apresentou. E eu pesquisei sobre a empresa para ficar mais tranquila nas perguntas que poderiam surgir, e só pensei nisso porque foi assunto abordado na vivência. E agora tive a boa notícia que fui efetivada na vaga.

Pelas falas das alunas percebe-se que a vivência trabalhada em sala de aula conseguiu extrapolar os objetivos estabelecidos na ementa da disciplina, ao possibilitar o uso das

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competências ensinadas trazendo ganhos efetivos na vida profissional e pessoal. E que os alunos conseguem ter a dimensão daquilo que é exigido enquanto profissional da área de gestão de pessoas, bem como são capazes de se colocar no lugar do empregador e pensar no processo seletivo de forma sistêmica.

Consideração Final

Com a realização deste estudo foi possível identificar que a estratégia de ensino vivencial contribui para a identificação de potencialidades intrapessoal e interpessoal. Pela análise dos resultados identificamos as contribuições de associação da relação entre teoria e prática, reflexão da atuação, a partir de uma estruturação da vivência com forte similaridade entre a complexidade das elaborações dos conteúdos, sua assimilação gradativa com as exigências do mercado de trabalho. Como resultado pela análise dos dados identifica-se que os futuros profissionais da área de gestão de pessoas estarão mais preparados para situações do dia a dia das organizações, bem como para resolução de problemas.

Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70,1995.

DEL PRETTE, A.; Psicologia das relações interpessoais: Vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

DUARTE, A. M. (2002): Aprendizagem, ensino e aconselhamento educacional: Uma perspectiva cognitivo-motivacional. Porto: Porto Editora, 2002.

GALVAO, A.; CAMARA, J.; JORDAO, M. Estratégias de aprendizagem: reflexões sobre universitários. Rev. Bras. Estud. Pedagog., Brasília, v. 93, n. 235, Dez. 2012 . JOHNSON et al. NMC Horizon Report: 2014. Higher Education Edition. Austin: The New Media Consortium, 2014.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34; 1993.

MAZZOTTI, A. J.; GEWNDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 2001.

PAQUAY, L. et al. (Orgs.). Formando professores profissionais. Quais estratégias? Quais competências? Porto Alegre: Artmed, 2001.

POZO, J. I. (1998). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed.

SANTOS, O. J. X.; BORUCHOVITCH, E. Estratégias de aprendizagem e aprender a aprender: concepções e conhecimento de professores. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 31, n. 2, 2011

Referências

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