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ÍNDICE 1. Apresentação Breve História da Saúde Pública

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Academic year: 2021

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ÍNDICE

1. Apresentação--- 03

2. Breve História da Saúde Pública no Brasil e a Criação do SUS--- 04

3. Constituição Federal (Art. 196 ao 200)---05

4. Lei orgânica 8.080/90--- 14

5. Lei orgânica 8.142/90--- 61

6. Pacto pela Saúde 2006--- 68

7. Decreto de Lei 7.508/11---137

8. Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória--- 156

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Apresentação

É com grande satisfação que apresento a Apostila SUS para Concursos 2016: um jeito diferente de estudar legislação.

Após um ano e meio esse projeto saiu do papel e valeu muito a pena, pois foi pensando em você estudante e profissional da saúde que desenvolvi a Apostila SUS para Concursos. A Nova Versão 2016 está totalmente revisada e atualizada. Tudo para facilitar a vida de vocês quando o assunto é Legislação do SUS.

O conhecimento da legislação do SUS sempre foi muito cobrado nos concursos públicos, porém muitos candidatos não estão familiarizados com esse assunto, que não é muito abordado no período de graduação, apresentando dificuldades tanto para estudar quanto para realizar a prova.

Lembro-me do meu primeiro concurso público, tinha que estudar legislação do SUS, as mais variadas leis, decretos e normas, simplesmente me vi perdido sem saber por onde começar. Então depois de fazer alguns concursos acabei desenvolvendo um método para estudar

legislação, o qual consistia em não somente ler a lei seca do SUS, mas tentar compreender, para isso resolvia muitas questões e procurava resumir alguns pontos mais importantes das leis que eu lia. Após começar a estudar dessa maneira, meu desempenho nessa matéria aumentou muito e consequentemente passei a obter melhores resultados nos concursos que prestava.

Já no meu primeiro concurso gabaritei a matéria de legislação do SUS e passei em primeiro lugar. Alcancei meu objetivo: obter um cargo público em minha área de atuação.

Resolvi então desenvolver esta Apostila em PDF atendendo alguns pedidos de colegas. O propósito dessa Apostila é descomplicar esse assunto tão temido pelos candidatos da área da saúde, deixando o estudo mais leve e dinâmico, ele é um aliado para aqueles que desejam obter o sonhado cargo público.

Aqui as principais leis serão comentadas para poder facilitar a compreensão dos candidatos que se preparam para as mais variadas provas, você não irá apenas ler toda a

legislação de saúde pública que o edital solicitou, mas terá a possibilidade de realmente entender todo o processo de funcionamento do sistema de saúde público brasileiro.

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A Apostila traz ainda exercícios resolvidos de concursos anteriores abordando os principais assuntos de cada lei e, no final, um simuladão com

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exercícios complementares para o candidato por a prova o conteúdo aprendido.

“Cada fracasso ensina ao homem algo que ele precisava aprender.”

Charles Dickens

Breve História Sobre a Saúde Pública no Brasil

O surgim ent o do SUS não se deu da n oit e para o dia. Levou t em po para que chegássem os ao sist em a de saúde pública que t em os hoj e. Algum as dat as foram m arcos para a saúde pública brasileira, ent re elas o ano de 1953 é m uit o im port ant e. Nessa dat a foi criado o Minist ério da Saúde.

I nicialm ent e as ações r ealizadas pelo MS eram oferecidas aos indigent es, ou sej a, aqueles que não eram t rabalhadores form ais e que, port an t o, não eram acobert ados pelo I nst it ut o Nacional de Assist ência Médica da Previdência Social ( I NAMPS) . As ações do MS eram basicam ent e; de prom oção ( Educação em Saúd e) , de prevenção de doenças

( ex.: Vacinação) e, em poucos casos, pr est ava assist ência m édico- hospit alar.

O I NAMPS foi criado em 1974 pelo regim e m ilit ar part indo do ant igo I nst it ut o Nacional de Previdência Social ( I NPS) que o hoj e é o I NSS. O I NAMPS prest ava at endim ent o m édico aos t rabalhadores de cart eira assinada, ou sej a, aos que cont ribuíam com a previdência e funcionava em conj unt o com o I NPS. A m aior part e dos ser viços pr est ados pelo I NAMPS era ofert ada pela iniciat iva privada. Nessa época os m édicos passam a gan har m uit o devido ao aum ent o da dem anda e ao perfil dos serviços v olt ados apenas para a cura das doenças, o cuidar da doença e não da saúde. Com o os serv iços eram p rest ados pelas inst it uições privadas e eles ganhavam por procedim ent os, quant o m ais doença, m elhor.

No início dos anos 70 ocorre o m ovim ent o de reform a sanit ária, pela oposição ao regim e m ilit ar. Já no fim dos anos 70 a previdência social ent ra em crise, período t am bém que se observa um enfraquecim ent o do regim e m ilit ar. I sso t udo leva o govern o a realizar

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abert uras para que hou vesse um a discussão sobre propost as de m udanças no sist em a de saúde da época.

Em bora houvesse t ido essa abert ura polít ica, foi som ent e quando o regim e m ilit ar “ caiu” que realm ent e t ivem os m udanças significat ivas na saúde pública. Já em 1986, um ano após a queda do regim e, ocorreu a VI I I Conferência Nacional de Saúde e essa se configura de grande im port ância nessa cronologia da saúde, sendo considerado um “ divisor de águas” , pois nesse m om ent o é que surge a ideia de um sist em a único de saúde, pelo m enos com eçou a part ir daí a t er essa ideia de um sist em a que fosse universal, descent ralizado e que fosse dev er do est ado adm inist rar o m esm o. A VI I I conferência ainda foi de grande im port ância pelo fat o de form ar bases para a seção “ da saúde” na Const it uição Federal que em 1988 cria o Sist em a Único de Saúde – SUS.

Ant es da criação do SUS, porém , t ivem os em 1987 a criação do SUDS – Sist em a Un ificado e Descent ralizado de Saúde, e que t eve princípios nort eadores m uit o próxim os do qu e

encont ram os post eriorm ent e na lei 8080 de 1990 , que é a lei orgânica da saúde e regulam ent ou a criação do SUS. Vale ressalt ar que por m ais próxim o qu e sej am os princípios dos SUDS e do SUS eles diferem em alguns aspect os.

Por fim , em 19 88, nasce o Sist em a Único de Saúde – SUS que f oi criado pela Const it uição Federal e post eriorm ent e, em 1990, regulam ent ado pela Lei Orgânica da Saúde 8.080 e pela Lei 8.142 que deram as bases para o funcionam ent o desse novo sist em a. Levou algum t em po, porém , para que o SUS ent rasse em fu ncionam ent o com plet o, essa t ransição para esse novo m odelo de saú de pública t eve fim som ent e em 1993 quando I NAMPS foi

com plet am ent e ext int o.

Constituição Federal de 1988 (Artigos 196 ao 200)

A Constituição Federal e seus artigos 196 ao 200 está presente em praticamente todos os concursos da saúde que cobram Legislação do SUS, isso porque, como vimos anteriormente, foi a partir da CF de 1988 que surgiu o Sistema Único da Saúde – SUS, sendo este regulamentado pelas leis 8.080/90 e 8.142/90 que também são muito cobradas nos concursos e serão estudadas ao longo da Apostila.

O ano de 2015 foi importante para boa parte da Legislação do SUS, pois várias mudanças e atualizações foram observadas. A CF de 88 não escapou, e abaixo você terá todas as atualizações que ocorreram nesse ano.

Iremos estudar aqui artigo por artigo, mas o que tem caído mais nas provas referente à CF são os artigos 196, que simplesmente “cria” o SUS, e o 198 que apresenta algumas diretrizes desse novo sistema.

Já lei 8080 e 8142 irão explicitar melhor o que está fundamentado nesses 5 artigos da CF, essas leis irão trazer sobre a organização, funcionamento, princípios e diretrizes, papéis de cada ente federativo e muito mais. Não podemos esquecer também do

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Pacto pela Saúde, que traz algumas mudanças, e do Decreto de lei 7508, que regulamenta a Lei 8080 e é de muita importância para a Saúde, além de ser a nova vedete dos concursos.

Todos esses temas, e mais alguns, serão vistos no decorrer da Apostila SUS para Concursos.

Bons estudos!

Seção II DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O artigo 196 como citado anteriormente cria enfim o SUS, que vinha sendo proposto desde a VIII conferência da saúde de 1986.

O estado de bem-estar social ou “Welfare state” foi um modelo político-econômico que surgiu basicamente após a segunda guerra mundial principalmente na Europa. Esse conceito determinava que o estado fosse o responsável por garantir o direito à população de educação, saúde, habitação, renda e etc. Foi baseado nesse conceito que observamos o disposto no artigo 196 que define como dever do estado de garantir as ações e serviços de saúde de forma universal e igualitária.

Devemos lembrar, porém, que o dever do estado não exclui o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

O artigo ainda determina que esse direito à saúde seja garantido mediante as políticas sociais e econômicas, que o acesso as ações e serviços seja Universal (para todos) e Igualitário (igual para todos, sem discriminação ou privilégios) e ainda que essas ações e serviços seja Integral (passando pelos vários níveis de complexidade, desde a promoção até a recuperação da saúde do usuário).

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

O poder público é conjunto dos órgãos que têm autoridade para realizar o trabalho do estado como, por exemplo, a Defensoria Pública ou o Ministério Público.

São de relevância pública as atividades consideradas essenciais ou prioritárias à comunidade, e a saúde é uma delas. Esse artigo, portanto, basicamente define que

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cabe ao Estado, através dos poderes públicos, regular, fiscalizar e controlar as ações e os serviços de saúde sejam eles públicos ou privados (através de terceiros), pois ambos são considerados de relevância pública.

Resumindo, cabe ao estado regular, fiscalizar e controlar as ações e os serviços de saúde para que seja assegurado o Direito à Saúde que é determinado no art. 196.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

O artigo 198 da CF apresenta para gente 3 diretrizes que irão organizar o SUS, esse artigo, e seus três incisos, costuma cair bastante nas provas de concursos da saúde e confunde um pouco os candidatos, isso porque na lei 8080 que iremos estudar em seguida, temos em seu Art. 7o, os princípios e diretrizes do SUS que englobam as diretrizes que estão presentes no Art. 198. Porém não podemos confundir o que está disposto na lei 8080 com o que está disposto na CF.

Você deve prestar atenção no enunciado da questão, se a mesma se referir à CF, então você logo saberá que estamos falando de apenas 3 diretrizes do SUS (Descentralização, Atendimento integral e Participação da Comunidade). Já a lei 8080 traz além dessas 3, outras diretrizes e princípios do SUS, os quais

estudaremos mais tarde.

A Descentralização é entendida como uma redistribuição das responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os níveis de governo. Não ficando somente a União, através do Ministério da Saúde (direção única da União), responsável por garantir a saúde a todos.

Há uma redistribuição dessa responsabilidade para os Estados, Distrito Federal e Municípios, através das secretarias estaduais de saúde (direção única dos Estados e DF) e secretarias municipais de saúde (direção única do município).

O Atendimento Integral é uma diretriz que determina que o SUS deve garantir a integralidade das ações e serviços de saúde ( promoção, proteção e recuperação). O inciso II do art.198 completa ainda dizendo que se deve ter uma maior prioridade para as ações preventivas (promoção) sem prejuízo das ações assistenciais

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Por último, a Participação da Comunidade é outra diretriz apresentada pela CF em seu art.198 e que será mais bem estudada na lei 8142.

Outro ponto que devemos prestar atenção em relação ao Art. 198 e em relação a muitos outros artigos presentes na matéria de legislação do SUS, é o fato das bancas organizadoras gostarem de trocar alguns termos presente em tal artigo, com o intuito de confundir o candidato. No art. 198, por exemplo, é comum

encontrarmos questões que trocam os termos “descentralização” “direção única”, “atividades preventivas” e “serviços assistenciais”. Estes são apenas exemplos do que você pode encontrar nas provas, porém a banca pode trocar outros termos, mudando o sentido do artigo e/ou incisos tornando-os errados.

Exercício resolvido

1 - Analise as afirmativas abaixo e depois marque a alternativa correta. No art. 198 da Constituição Federal de 1988 foram estabelecidos os

princípios básicos para criação e organização do Sistema Único de Saúde (SUS), determinando diretrizes constituídas pelos seguintes itens:

I - atendimento integral, com prioridade para as atividades dos serviços assistenciais;

II - participação da comunidade ao nível complementar;

III - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; IV - atendimento especializado e participativo.

a) Apenas a I está correta. b) A I e IV estão corretas. c) Apenas a III está correta. d) A II e IV estão corretas. e) A I e III estão corretas.

Resolução: Com base na leitura do art. 198 e seus respectivos incisos,

concluímos que a única proposição correta da questão acima é a III, pois está de acordo com o exposto no inciso I desse mesmo artigo –“descentralização, com direção única em cada esfera de governo;”. As demais proposições estão

incorretas, pois na proposição I - as prioridades são para as atividades preventivas e não “dos serviços assistenciais”. Na proposição II – a participação da

comunidade não é somente “ao nível complementar”e a proposição IV nãoestá presente no art. 198. Gabarito:C.

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§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 29, de 2000)

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Esses 3 (três ) parágrafos tratam de um assunto muito importante para a saúde pública, que é o financiamento do SUS. Os parágrafos como podem observar, foram incluídos pela Emenda Constitucional (EC) nº 29 e, mais recentemente, pela Emenda Constitucional (EC) nº 86 de 2015.

A EC29 foi uma importante conquista da sociedade para a consolidação do SUS, ao passo que, ela estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas de governo para um processo de financiamento mais estável. Estabeleceu ainda os percentuais mínimos que devem ser aplicados na saúde por cada esfera de

governo, embora a participação da união ainda estivesse confusa. Com a Emenda Constitucional nº 86 porém, essa participação por parte da união ficou mais clara ao se determinar um percentual não inferior a 15% de investimento na saúde. A EC 29 foi regulamentada posteriormente pela Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012. Essa LC regulamentou o § 3º do art. 198 da CF e teve como objetivos; definir o que são gastos com saúde, esclarecendo quais as ações e serviços que podem e não podem ser financiadas com os recursos da saúde, dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além de outras providências.

Para entender melhor sobre a Lei Complementar 141, leia os dois artigos abaixo que estão disponíveis no Blog SUS para Concursos:

A Lei Complementar 141: Um ano depois – Por Lenir Santos

Questão Comentada de Legislação do SUS – Lei Complementar 141/12

Ou ainda, se preferir, baixe o documento (Lei Complementar 141) que também está disponível para download no Blog SUS para Concursos. Clique AQUI para ser direcionado a página de downloads do Blog, onde você encontra além da Versão Grátis da Apostila SUS para Concursos, outros documentos para download.

Exercício resolvido

2 - O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma responsabilidade comum dos seguintes setores:

a) Da iniciativa privada, da União e dos Estados.

b) Da iniciativa privada, dos Municípios, da União e dos Estados. c) Dos Municípios, da União, dos Estados e do Distrito Federal.

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d) Apenas dos Estados e da União. e) Apenas da União e do Distrito Federal.

Resolução: O artigo da CF que trata do financiamento do SUS é o art. 198 e, observando o seu § 2º, temos como responsabilidade dos Municípios, Estados, Distrito Federal e União à aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde.Gabarito: C

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas

atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

Já os §§ 4º, 5º e 6º do art. 198 foram acrescentados pela Emenda Constitucional nº 51 de 2006 e 63 de 2010, e, basicamente regulariza os vínculos de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate às Endemias (ACE). A Emenda Constitucional 51 de 2006 sofria muitas críticas por “tirar” a autonomia dos entes federativos no momento que impõe aos gestores locais do sistema único de saúde a admissão de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público e determina em seu § 5º o regime jurídico e a regulamentação das atividades desses profissionais. Porém, com a Lei nº 11.350 de 05 de outubro de 2006 e a Emenda Constitucional 63 de 2010, a atividade dessa classe profissional foi regulamentada, definindo melhor sobre o que a Lei disporá e quais as competências de cada entes federativos.

O ministério da saúde (união) era, anteriormente, o único responsável pelo financiamento dessa política, ou seja, o responsável pelo pagamento desses dois profissionais. Porém, alteração recente de 2014, definiu que a união prestará assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do piso salarial dessa classe social, e, o valor da

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assistência financeira complementar da União foi em 95% (noventa e cinco por cento) do piso salarial.

O parágrafo 6º ainda determina que o servidor que exercer as funções que são desses agentes poderá perder o cargo. O MS ainda determina que caso os agentes não cumprirem suas funções, como determinado em lei, perderá o cargo por justa causa.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

A iniciativa privada pode participar de forma complementar do SUS, seja ela composta por instituições com fins lucrativos ou não. São exemplos de instituições privadas: Santa Casa, hospitais particulares, clínicas, laboratórios e etc. As instituições privadas filantrópicas e sem fins lucrativos (ex.: as santas casas de misericórdia) terão preferência para participar do SUS.

A participação da iniciativa privada que trata o art. 199 e seu § 1º, obedecerá às diretrizes do SUS e ocorrerá mediante contratos (geralmente firmados com instituições privadas com fins lucrativos) e convênios (firmados com instituições filantrópicas e sem fins lucrativos).

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Esse parágrafo nada mais diz que a instituição privada que possui fins lucrativos e que participa de forma complementar ao SUS, NÃO pode receber recursos públicos de forma direta, em outras palavras, essa instituição NÃO pode receber recursos antes de efetuar um procedimento. Ela somente receberá o pagamento após efetuar o procedimento, enviando uma espécie de “conta” para o SUS que então paga a instituição privada pelo serviço prestado.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

Alguns casos previstos em lei são apresentados na recente inclusão pela Lei 13.097 de 2015 de uma nova redação para o Art. 23 da Lei 8080. Esse artigo lista algumas situações em que a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros é permitida na assistência à saúde no País. (Vide Art. 23 da Lei 8080 –

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Comentado)

Exercício resolvido

3 - Segundo a Constituição Federal de 1988 (seção referente à saúde), a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos é:

a) permitida de forma irrestrita; b) permitida de forma restrita;

c) permitida, desde que a instituição comprovadamente necessite do auxilio Ou da subvenção para prestar seus serviços;

d) proibida;

e) permitida, desde que o Poder legislativo solicite.

Resolução: Em uma análise do art. 199 e seus §§ encontramos no § 2º que “É vedada (Proibida) a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.” Gabarito: D

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

O parágrafo § 4º da CF não costuma ser cobrado nas provas de concursos da área da saúde. Todavia conhecimento nunca é demais, portanto se quiser se aprofundar

melhor no assunto tratado pelo § 4º, recomendo a leitura da lei que regulamentou esse §, a Lei no10.205, de 21 de Março de 2001.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

O artigo 200 trata de um assunto que iremos rever na lei 8080 (as atribuições do SUS), mesmo que aqui as atribuições sejam um pouco diferentes das que

encontraremos na lei 8080. Como eu disse anteriormente, a lei 8080 irá detalhar/ explicitar melhor o que está contido nos art. 196 ao 200 da constituição. No inciso II desse art. 200, por exemplo, encontramos como atribuição do SUS a execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, além das ações de saúde do trabalhador. No art. 6o encontramos novamente como atribuição do SUS a

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são) dessas ações.

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

Como podemos perceber o SUS é responsável pela produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos (vacinas), hemoderivados (tudo que é relacionado ao sangue) e outros insumos (outras substâncias que são importantes para a produção desses medicamentos).

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

O inciso II como disse acima, apenas traz para gente que é atribuído ao SUS à execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, além das ações de saúde do trabalhador. Somente na lei 8080 é que iremos encontrar

detalhadamente o que são essas ações.

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

Esse inciso nada mais diz que o SUS deverá exigir que o profissional que atua no sistema deve ter formação na área que está atuando, seja habilitado e passe por um processo seletivo para que possa trabalhar no SUS.

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

Compete ao SUS participar, portanto, na execução das ações de saneamento básico, que se refere aos serviços de água e esgotos, coleta de lixo, controle de pragas enfim, todas as ações que

envolvem o saneamento básico cabem ao SUS (formulação e execução dessas ações).

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a INOVAÇÃO; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

A área de pesquisa em saúde, de desenvolvimento tecnológico é muito importante para o SUS e o sistema atuará dessa forma,

baseado nos resultados dessas pesquisas agregando melhorias nos serviços prestados. Atenção ao novo termo adicionado pela Emenda Constitucional 85 – “a inovação”.

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VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

A vigilância nutricional e sanitária são atribuições dadas aos SUS e irão atuar também na inspeção e fiscalização de alimentos e bebidas (todo tipo de bebida, seja água, leite ou até mesmo bebida alcoólica). Por exemplo, nesses casos recentes de adulteração do leite, cabe aos órgãos de vigilância sanitária inspecionar esses alimentos.

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

Produtos psicoativos (medicamentos controlados), substâncias tóxicas e radioativas (substâncias que precisam de certo controle quanto à utilização, ao manuseio, transporte e produção, pois podem causar danos para os envolvidos nesse processo).

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. A proteção do meio ambiente e a saúde do trabalhador serão mais bem estudadas na lei 8080 que explicita melhor esse assunto.

Exercício resolvido

4 - Conforme o dispositivo da nova Constituição Federativa do Brasil - Art. 200 - qual das alternativas abaixo NÃO é competência do Sistema Único de saúde?

a) Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador.

b) Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.

c) Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde.

d) Estimular e garantir exclusividade à participação de iniciativa privada na assistência à saúde.

e) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Resolução: Ao analisarmos o art. 200 da CF, encontramos em seus incisos II, III, V e VIII os expostos nas respectivas alternativas – A, B, C e E, logo, a alternativa D – “Estimular e garantir exclusividade à participação de iniciativa privada na

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assistência à saúde” – não só está errada como também se apresenta como um “absurdo”, uma vez que quando falamos do SUS, falamos de serviço público de saúde e a participação da iniciativa privada ocorrerá sempre de forma

complementar, nunca exclusiva. Gabarito:D

Lei nº 8.080

de 19 de Setembro de 1990.

Essa é a lei campeã de provas. Pode ter certeza que na sua irá cair sobre a lei orgânica da saúde nº 8080, isso porque essa lei regulamenta o SUS, criado na Constituição Federal de 88, como vimos anteriormente.

Alguns artigos que são mais cobrados nos concursos serão destacados em amarelo. Porém deixo claro que toda a lei; seus artigos, incisos e parágrafos devem ser estudados.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Disposição Preliminar

Art. 1º - Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

Como disse acima, a lei 8080 regulamenta o Sistema Único de Saúde. E nesse art. 1º podemos observar a regulamentação em todo o território nacional das ações e serviços de saúde que serão executados pelo SUS.

TÍTUL O I

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Das Disposições Gerais

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

Esse artigo, principalmente em seu parágrafo 1o, basicamente reproduz o disposto no artigo 196 da Constituição de 88, onde é determinado o dever do estado perante a população brasileira: garantir a saúde a todos de forma universal e igualitária (todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, religião, raça, local de moradia, situação de emprego ou renda). É possível observar também que as ações e os serviços, ofertados pelo SUS, devem ser voltados ao mesmo tempo para a prevenção e a cura (promoção, proteção e recuperação), respeitando o princípio da integralidade.

Já o § 2º, diz que o dever do estado em executar as ações e serviços em saúde não exclui a responsabilidade das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Se há uma campanha de vacinação, contra o H1N1, por exemplo, o estado é o responsável por garantir a vacinação para mim e para toda sociedade e EU sou o responsável por ir até o posto de saúde que está disponibilizando essa vacina e tomá-la. Eu sou responsável pela minha saúde também, assim como a família, as empresas e toda a sociedade.

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.(Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)

Parágrafo Único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem- estar físico, mental e social.

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Como o próprio nome já diz, fatores determinantes e condicionantes são os fatores que irão determinar e condicionar a saúde da população (São fatores que determinam os níveis de saúde e dão condições para que haja saúde). Logo, os fatores como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, e os demais fatores do art. 3º irão ser base para podermos avaliar em que condição está à saúde dessa população. Se uma população possui todos esses fatores determinantes e condicionantes, então essa população terá um nível de saúde maior e consequentemente, como traz o artigo, isso representará uma organização social e econômica mais elevada.

O parágrafo único desse artigo reafirma a nova definição de saúde feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS): “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.

Obs.: Esse é um artigo que cai muito nos concursos da saúde e quase sempre observamos alterações de alguns termos desse artigo. Estude, portanto, todos os fatores determinantes e condicionantes que estão presentes nele, pois é muito comum a banca retirar algum desses fatores ou até mesmo “inventar um novo”.

Exercício resolvido

5. De acordo com a Lei nº 8080/90, analise as proposições abaixo.

I- a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.

II- o dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e assistencialistas que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso da população carente às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

III- Não é permitida a participação da iniciativa privada no SUS.

É correto o que se afirma em:

a) I e II apenas b) II apenas c) I apenas d) III apenas e) I, II e III

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Resolução: O § 1º do art. 2º da lei nº 8080/90 diz que é dever do estado garantir a saúde através da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos (...) e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação... etc.

(o termo correto, portanto, seria “sociais” e não “assistencialistas” e o acesso às ações e aos serviços é “universal e igualitário” e não assegurado exclusivamente a “população carente” como traz a proposição II). O § 2º do art. 4º afirma que a iniciativa privada poderá participar do sistema único de saúde - SUS, em caráter complementar, logo a propoposição III está incorreta, pois afirma o inverso do que está contido na lei. Gabarito: C. TÍTULO II Do Sistema Único de Saúde Disposição Preliminar

Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por orgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde-SUS.

§ 1º - Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para a saúde.

§ 2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde-SUS, em caráter complementar.

Os orgãos e instituições que trata o art. 4º são: Unidades básicas de saúde, hospitais públicos, ambulatórios, fundações e institutos, ou seja, são todos aqueles órgãos da administração direta e indireta responsáveis por garantir a oferta das ações e serviços em saúde.

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O Instituto Butantã é um exemplo de fundação mantida pelo poder público, de que trata o artigo.

Iniciativa privada: Uma clínica privada de odontologia, fisioterapia ou qualquer outro prestador de serviços na área da saúde, por exemplo, pode participar do SUS de forma complementar, atendendo seus pacientes através do sistema. É também setor privado as entidades filantrópicas (Ex.: Santas Casas de Misericórdia), as quais têm prioridade de participação complementar no SUS.

Atenção: O § 2º do art. 4º é muito explorado pelas bancas examinadoras e geralmente é apresentado com sentido inverso numa tentativa de confundir o candidato, como visto na questão resolvida acima.

Obs.: O texto do § 2º é o mesmo que podemos encontrar no Art. 199 da Constituição Federal, que também traz sobre a participação complementar da iniciativa privada no SUS.

CAPÍTUL O I

Dos Objetivos e Atribuições

Art. 5º - Dos objetivos do Sistema Único de Saúde-SUS :

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;

Os fatores condicionantes e determinantes da saúde são aqueles que vimos no Art. 3oda presente lei (a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho e etc.) e é objetivo do SUS identificá-los e divulgá-los utilizando dos meios necessários para que isso ocorra.

II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no §1º do artigo 2º desta Lei;

Essas políticas de saúde são, por exemplo, as políticas de saúde da mulher, saúde do trabalhador, saúde do idoso, além de muitas outras, e é objetivo do SUS a formulação dessas políticas para que haja de fato essas ações, cumprindo com o

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disposto no §1º do artigo 2º.

III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

O inciso III desse artigo se refere à Integralidade. A Integralidade é um objetivo do SUS.

Integralidade é também um dos princípios dos SUS, o qual diz que: o indivíduo deve ser visto como um ser humano integral e, portanto é direito dele ter um atendimento integrado das ações e serviços de saúde (promoção, proteção e recuperação) da saúde.

Atenção: As bancas de concursos podem algumas vezes trazer o termo integralidade no inciso III, no lugar de “promoção, proteção e recuperação da saúde”. Isso está correto, ou seja, pode haver sim essa troca dos termos, uma vez que, como vimos, as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde definem o conceito de Integralidade.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-SUS: I - a execução de ações:

a) de vigilância sanitária;

b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e

d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

Se você reparar, o art. 6o dessa lei é muito parecido ao art. 200 da Constituição, que estudamos anteriormente. E ainda se você se recorda, eu disse no art. 200 da CF que no art. 6o da lei 8080 estudariamos o conceito das ações de vigilância sanitária,

epidemiológica e de saúde do trabalhador, e é exatamente isso que difere os dois artigos. Aqui no art. 6o, encontraremos três parágrafos que irão explicitar/conceituar melhor essas ações. O resto que está contido nesse artigo é exatamente o que vimos no art. 200 da CF, portanto, não irei me atentar muito a esses incisos.

II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;

III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

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IV - a vigilância nutricional e orientação alimentar;

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano;

IX - participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. Exercício resolvido

6. De acordo com a Lei nº. 8080/90 são objetivos do Sistema Único de Saúde I. execução de ações de merenda escolar e do Programa Bolsa Família.

II. identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde. III. execução de ações de vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador; assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

A) I, II B) II, III C) III D) I E) I, III

Resolução: Apenas as proposições II e III estão corretas de acordo com o inciso I art. 5º e o inciso I do art. 6º. A proposição I está incorreta pois não é objetivo do SUS a “execução de ações de merenda escolar e do Programa Bolsa Família.” Gabarito: B.

Exercicio resolvido

7. Acerca dos objetivos e atribuições do SUS, de acordo com a Lei nº8.080/90, analise.

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I. Identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde. II. E xecutar ações de assistência terapêutica integral.

III. Fiscalizar e inspecionar alimentos e bebidas para consumo humano. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

A) I B) II C) I, II D) II, III E) I, II,

III

Resolução:Todas as proposições apresentadas estão corretas como pode-se

observar no inciso I do art. 5º (I), no inciso I do art. 6º (II) e no inciso VIII do art. 6º (III) desta lei. Gabarito: E.

§ 1º - Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.

O § 1º traz a conceituação das ações de vigilância sanitária (O que é Vigilância Sanitária?). Esse parágrafo explicita o que é essa vigilância, que, como vimos, é uma atribuição do SUS.

Agora, o que você precisa prestar mais atenção em relação aos conceitos de vigilância sanitária e epidemiológica são em algumas palavras “chaves”, alguns termos que as bancas gostam muito de trocar ou retirar do texto desses parágrafos. Comumente o que temos observado é que a banca transcreve o § 1º, no caso da vigilância sanitária, ou o § 2º, no caso da vigilância epidemiológica e retira algum termo ou troca por outro termo, ou ainda pede para completar o texto do parágrafo, como podemos perceber na questão abaixo.

Exercício resolvido

8. “Entende-se por um conjunto de ações capaz de ,

diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de

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interesse da saúde.” (Lei nº 8.080/90 – art. 6º, 1º§) Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

A) assistência à saúde / analisar / sanitários

B) vigilância epidemiológica / controlar / agravados C) vigilância sanitária / eliminar / sanitários

D) vigilância sanitária / controlar / imunobiológicos E) vigilância epidemiológica / eliminar / sociais

Resolução: Conforme o § 1º do art. 6º os termos que completam a afirmativa do enunciado são: “vigilância sanitaria”, “eliminar” e “sanitários”. Gabarito: C.

Portanto deixo aqui as 5 palavras que você deve gravar quando o assunto é vigilância sanitária, pois são as que mais sofrem alterações nas questões: “eliminar”,

“diminuir”, “prevenir”, “intervir” e “sanitários”.

§ 2º - Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

Em relação ao conceito de vigilância epidemiológica, seguimos o mesmo raciocínio, você deve ler e entender esse conceito expresso no § 2º, mas assim como no § 1º (da vigilância sanitária), aqui temos algumas palavras “chaves” que você deve guardar quando falamos de Vigilância Epidemiológica, quais são: “conhecimento”, “detecção”, “prevenção”, “individual” e “coletiva”.

Atenção: Vale lembrar também que as bancas às vezes misturam ou colocam palavras que conceituam a vigilância sanitária no lugar do texto da vigilância epidemiológica e vice-versa.

§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:

A saúde do trabalhador não é um tema muito explorado pelas bancas, isso vai depender, é claro, da especialidade para que você vá concorrer. Existem muitos concursos para especialistas em saúde no trabalho e nesses concursos com certeza

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será cobrado mais esse assunto. Porém de um modo geral, os concursos da saúde não cobram muito.

O que você deve focar aqui é em algumas palavras, que, como nos § 1º e § 2º (da vigilância sanitária e epidemiológica), são palavras “chaves” e costumam ser alvo das bancas organizadoras, seja para alterar ou mesmo tirar palavras do texto da lei. As palavras que você precisa ter em mente são: “promoção”, “proteção”, “recuperação” (Integralidade) e também mais uma palavra nova que entra no contexto de saúde do trabalhador que é a “reabilitação”.

Resumindo, a saúde do trabalhador compreende todas as ações que competem ao SUS, não excluindo a responsabilidade das empresas, dos sindicatos e dos próprios trabalhadores, e que envolvem desde ações de prevenção (promoção e proteção da saúde do trabalhador) como as ações assistencialistas/curativas (recuperação e reabilitação). Todo ambiente de trabalho apresenta riscos à saúde do trabalhador, alguns mais outros menos, os incisos abaixo compreendem todas as ações que visam, como disse acima, “prevenir e curar” os trabalhadores que estão submetidos a esses riscos e agravos advindos das condições de trabalho e necessita de uma atuação não somente do SUS.

I - assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde-SUS, em estudos, pesquisas, III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS,

da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração,

armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam á saúde;

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;

VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração, a colaboração das entidades sindicais; e

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VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

Exercício resolvido

9. Analise as alternativas abaixo que discorrem sobre a abrangência da saúde do trabalhador nos termos da Lei 8080/1990:

I. Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de

doença profissional e do trabalho.

II. Participação, no âmbito da competência do SUS, em estudos, pesquisas,

avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho.

III. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo

de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais.

IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde. Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

A) I e II B) III e IV C) I, III e IV D) I, II, III e IV E) II, III e IV

Resolução:Todas as proposições estão corretas, como se pode observar nos incisos I, II, IV e VII do art. 6º, § 3º. Gabarito: D.

CAPÍTUL O II

Dos Princípios e Diretrizes

O artigo 7º trata de um assunto muito cobrado nos concursos da área da saúde. Eu sempre digo que o candidato deve estudar toda a legislação, mas sabemos também

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que alguns artigos são mais cobrados do que outros e esse é o caso do art. 7º que é disparado o artigo mais cobrado da lei 8080. Ele irá tratar dos princípios e diretrizes que regem o SUS. Vale lembrar, assim como o próprio artigo define, que estão incluídas aqui as diretrizes previstas no artigo 198 da CF.

Vamos a ele!

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

Entende-se por universalidade o princípio de que todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, religião, raça, local de moradia, situação de emprego ou renda e em todos os níveis de assistência, os quais compreendem as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde (da menor à maior complexidade).

II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

O conceito de integralidade como vimos anteriormente é um dos princípios dos SUS no qual o indivíduo deve ser visto como um ser humano integral e, portanto, é direito dele ter um atendimento integrado, ou seja, as ações que visam à promoção, proteção e recuperação de sua saúde são indivisíveis.

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

O inciso III na mais é do que a garantia do SUS à autonomia do usuário sobre sua saúde. Ele tem o direito, por exemplo, de recusar um procedimento cirúrgico uma vez que o SUS não pode tirar essa autonomia do usuário em responder pela sua integridade física e moral.

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

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mercado formal de trabalho e que, portanto, não usufruíam dos mesmos direitos de assistência. Depois da constituição federal de 1988, deixa de existir essa desigualdade e todos passam a ter os mesmos direitos em relação à assistência à saúde. Sem preconceitos ou privilégios.

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

Todo usuário do SUS tem o direito de informação a respeito de sua saúde. E essa informação usualmente está contida em prontuários das instituições, esse prontuário pertence ao usuário mais deve ficar na instituição de saúde. Estudaremos também no Pacto pela Saúde esse direito do cidadão à informação.

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;

O inciso VI determina que o SUS deve informar os serviços que estão disponíveis aos usuários. O usuário tem o direito de saber quais serviços são ofertados a ele em determinado posto de saúde ou quaisquer instituição ligada ao SUS.

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;

A importância da vigilância epidemiológica é destacada no inciso VII o qual determina que o SUS utilize as informações obtidas pela epidemiologia para ordenar as ações e serviços, estabelecer prioridades e ainda definir onde é necessário maior investimento para que tais ações ocorram.

VIII - participação da comunidade;

É também um princípio muito cobrado pelas bancas e será mais explorado na lei 8.142/90 que aborda melhor o assunto. Por ora é importante saber que é um princípio organizativo, assim como a descentralização, regionalização, hierarquização etc.

IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;

b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

A descentralização é também um princípio, porém diz respeito à organização do sitema e, é entendida como uma redistibuição das responsabilidades às ações e

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serviços de saúde entre os níveis de governo, aquilo que cabe ao município (atenção básica) será executado por ele, porém as ações e serviços de média e alta complexidade já não são responsabilidades do município, que descentraliza essas ações para o estado, o qual é o responsável pela média e alta complexidade.

Há também uma redefinição das atribuições dos níveis de governo, com um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde – a este processo dá-se o nome de municipalização (mais próximo do cidadão - melhor efetividade). Além dessa ênfase na descentralização dos serviços para os municípios, estes devem atuar de forma regionalizada e hierarquizada.

Regionalização e a hierarquização também são princípios organizativos que estão, portanto, ligados ao funcionamento/organização do sistema único de sáude.

A regionalização é entendida como uma articulação e mobilização municipal que leva em consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta de serviços e, acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se consorciar ou estabelecer qualquer outra relação de caráter cooperativo (NOB93), favorecendo as ações de vigilância sanitária, epidemiológica, além de outras ações em todos os níveis de complexidade.

A hierarquização diz respeito aos níveis de atenção. O acesso da população à rede se dá através do nível primário de atenção, que resolve 80% dos problemas (unidade básica de saúde – responsabilidade dos Municípios), os problemas que não forem resolvidos neste nível deverão ser referenciados (descentralizados) para os serviços de maior complexidade. O nível secundário (responsabilidade dos Estados) são os Centros de Especialidades e resolvem 15% dos problemas de saúde e por ultimo no nível terciário estão os hospitais de referência e resolvem os 5% restantes dos problemas de saúde.

X - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

Essa integração é importante uma vez que, como vimos, a saúde possui diversos fatores determinantes e condicionantes e entre eles estão às ações de meio ambiente e saneamento básico, que devem estar, portanto, integrada a essas ações em saúde. XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

O inciso XI apenas reafirma a responsabilidade por parte das 3 esferas de governo na prestação de serviços de assistência à saúde, cabendo a todos eles a

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responsabilidade pelos recursos necessários (financeiros, tecnológicos...) para que possa haver a prestação adequada.

XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

Os incisos XII e XIII tratam do princípio organizativo referente resolubilidade, o qual está muito ligado à questão da qualidade de serviços que o sistema oferece. A resolubilidade é o serviço de saúde ter a capacidade de resolver os problemas de saúde da população. Cada ente (municípios, estados e união) com a sua responsabilidade deve ter a capacidade resolutiva dos serviços que oferece. Já em relação à duplicidade de meios para fins idênticos nada mais é do que evitar gastos sem a real necessidade. Por exemplo, contratar mais profissionais do que é necessário em um determinado setor sendo que em outro há falta. Ou seja, há uma duplicidade das ações em serviços sem que haja necessidade, e isso deve ser evitado pelo sistema.

Exercício resolvido

10.Analise alguns princípios do SUS estabelecidos em Lei Federal:

I. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência. II. Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.

III. Igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.

IV. Participação da comunidade. Estão corretos apenas os itens:

A) I, II, III B) II, III, IV C) I, II, III, IV D) I, III, IV

Resolução: Todas as proposições estão corretas, como se pode observar nos incisos I,II,IV e VIII do art. 7º.

É importante ressaltar que os princípios aqui abordados são também diretrizes, ao contrário do que vemos na constituição federal que apresenta apenas 3 diretrizes do sistema. Portanto fique atento e analise o que a banca está cobrando, se estiver

pedindo a CF, então você deve lembrar-se das 3 diretrizes que o art. 198 da CF apresenta: Descentralização, integralidade e participação da comunidade. Porém se a banca cobrar o art. 7º da lei 8080 então você deve ter em mente os 13

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CAPÍTUL O III

Da Organização, da Direção e da Gestão

Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde-SUS, seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

O art. 8º deixa claro que tanto o sistema público de saúde como a INICIATIVA PRIVADA devem oferecer as ações e serviços de saúde organizados de forma regionalizada e hierarquizada em todos os níveis de assistência e de forma

crescente.

Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde-SUS é única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes orgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;

II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão equivalente; e

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou órgão equivalente.

O art 9º da lei 8080 faz menção ao art 198 da CF, que, como vimos em seu inciso I, define como diretriz do sistema a “descentralização com direção única em cada esfera de governo”.

Como traz o art 9º dessa lei, no âmbito da união quem dirige o SUS é o Ministério da Saúde, no âmbito dos estados e DF são as respectivas secretarias de saúde e no âmbito dos municípios as secretarias (municipais) de saúde.

Art. 10º - Os Municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.

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§ 1º - Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

§ 2º - No nível municipal, o Sistema Único de Saúde-SUS poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Essa articulação por parte dos municípios constituindo consórcios e organizando-se em distritos é para que haja o cumprimento do princípio de integralidade das ações, uma vez que, ao firmar essas “parcerias” entre os municípios o usuário passa a ter maior cobertura das ações e serviços de saúde e assim esses distritos cumprem com a integralidade de assistência.

O consórcio que é firmado entre os municípios tem a participação do estado onde estão localizados esses municípios constituindo-se os distritos que basicamente caracteriza por uma região de municípios que ofertam serviços para as populações visinhas além da sua própria população (serviços de média e alta complexidade, que são responsabilidades do estado e que alguns municípios não conseguem ofertar). Essa articulação entre os municípios se dá quando um determinado município A presta um serviço que o município B não presta e, portanto, atende os usuários do município B, porém o município B presta um serviço que o município A, por sua vez, não presta e acaba então atendendo os pacientes do município A para esse serviço. Essa troca de serviços entre os municípios é o que constituem os distritos. O estado participa destinando os recursos necessários para que esses consórcios e distritos funcionem e haja assim cobertura total para os usuários.

Esse conceito é muito semelhante ao que veremos no Decreto de lei 7508 que trata das Regiões de Saúde, com a diferença de que as regiões de saúde podem ser constituídas entre estados também, o que não é observado aqui, pois fica bem claro no art. 10º da lei 8080 que a articulação é somente entre os municípios.

Portanto se falamos da lei 8080 temos articulações intermunicipais e se falamos do decreto 7508 temos articulações intermunicipais e interestaduais.

Exercícios resolvido

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a) O SUS, no nível municipal, poderá organizar-se em distritos para integrar e articular recursos visando à cobertura total.

b) A direção do SUS, no âmbito da União, será exercida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego.

c) A direção do SUS, na esfera estadual, de acordo com a Constituição Federal será exercida pela Secretaria Estadual de Saúde, excluindo-se o Distrito Federal.

d) As comissões intersetoriais integradas por entidades representativas da sociedade civil serão criadas no nível estadual.

e) As ações executadas pelo SUS serão organizadas de forma regionalizada, em níveis de complexidade decrescente.

Resolução: Conforme § 2º do art. 10º: o sistema único de saúde, no nível municipal, poderá organizer-se em distritos de forma a integrar e articular

recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde. Gabarito: A

12. “Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da _______________ e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.” (§1º artigo 10, Lei nº.8080/1990)

Para completar o parágrafo citado de acordo com a Lei Federal nº. 8080/1990, deve-se marcar como correta a alternativa:

A) isonomia B) direção conjunta C) direção única D) hierarquia E) assistência

Resolução: De acordo com o §1º desta lei, o termo que completa a afirmação é “direção única”.

Gabarito: C.

Art.11º(VETADO )

Art. 12º - Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.

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políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS.

O artigo 12º cria então as comissões intersetoriais que responde ao CNS – Ministério da saúde e tem por principal papel de articular e ajudar na implementação de políticas e programas que são de interesse a saúde e que ainda não estão sendo ofertados pelo SUS em determinada região.

Art. 13º - A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:

I - alimentação e nutrição;

II - saneamento e meio ambiente; III - Vigilância Sanitária e

farmacoepidemiologia; IV - recursos humanos;

V - ciência e tecnologia; e VI - saúde do trabalhador.

As comissões intersetoriais devem verificar se os municípios oferecem essas

políticas e programas presentes nos incisos do art. 13o, caso não ofereçam então as comissões irão juntamente com o município implementar. Lembrando que as

comissões intersetoriais devem responder ao Conselho Nacional de Saúde. Essa é uma maneira para que haja controle/fiscalização por parte do Ministério da Saúde no que está sendo realmente ofertado pelos municípios.

Exercício resolvido

13. Nos termos da lei 8.080/90 - a articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades, entre outras, EXCETO:

a) alimentação e nutrição

b) saneamento e meio ambiente c) cuidados com a família

d) saúde do trabalhador

Resolução: De acordo com o art. 13º “cuidados com a família” não faz parte das atividades a cargo das comissões intersetoriais. Gabarito: C.

Referências

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