CASTRO, Gabriela Rainha 1 NUNES, Mainy Marchiori Passamani 2 SILVA FILHO, Gilson3
INTRODUÇÃO
Na sociedade atual, quando se fala na educação da criança e seus cuidados, involuntariamente, se estabelece uma relação com o brincar e com o lúdico, porém na antiguidade a criança era vista como um adulto em miniatura e tinha participação ativa na sociedade. Segundo Ariès (1981), a participação da comunidade nas brincadeiras e divertimentos era uma forma de estreitar os laços comunitários para se sentirem unidos, no entanto essas brincadeiras foram recriminadas pelos moralistas e pela igreja, pois eram vistas como prazeres carnais, contudo esses comportamentos foram se modificando ao longo do século XVII.
Assim, os humanistas do renascimento perceberam que os jogos era uma possibilidade educacional e passou a utiliza-lo. Logo após, os Estados Nacionais viram a necessidade da elaboração de propostas e métodos mais qualificados que atendia a realidade da criança de acordo com sua faixa etária. Com isso a brincadeira ganhou valor e passou a ser conhecida como a maneira da criança estar inserida na sociedade.
De acordo com Ariès (1981), a proposta de trabalho de Comenius, Rousseau e Pestalozzi, que era focada em uma educação voltada para os sentidos da criança, na utilização de brinquedos e pautada na recreação, foi o que estimulou a criação de métodos voltados apenas para a educação infantil. Os conceitos que são atribuídos à educação infantil vêm sendo pautados nas ideias propostas por esses teóricos a fim de instruir a criança para que seja um adulto que contribua para a sociedade.
Como define o autor “Brincar é a mais alta fase do desenvolvimento infantil – do desenvolvimento humano neste período” (FROEBEL, 1896), ou seja, o brincar contribui para o desenvolvimento da criança e é de extrema importância, pois é a partir da brincadeira que ela expressa o que vive e o que sente, é a forma de manifestar os medos, angustias, problemas entre outras coisas. Ao brincar a criança
1 Graduando do Curso de Pedagogia, CUSC-ES, Bolsista de Iniciação a Docência PIBID – grainhac@gmail.com;
2 Graduando do Curso de Pedagogia, CUSC-ES, Bolsista de Iniciação a Docência PIBID – mainy.m.p.nunes@hotmail.com;
3 Professor Orientador: Doutor em Ecologia e Recursos Naturais-UENF – silva.filho.gilson@gmail.com.
desenvolve sua criatividade, imaginação, no qual pode suprir as pressões que enfrentam no seu cotidiano.
O objetivo dessa pesquisa é demonstrar que o brincar na educação infantil é importante, pois aumenta o potencial do educando, e tal método, trás o lúdico como uma forma prazerosa de aprender, ampliando a imaginação, criação, desenvolvimento do cognitivo e oportunidades de interação, criando afetividade com os colegas.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi uma pesquisa exploratória, com uma breve revisão de Literatura, considerando os estudos e as discussões dentro de sala de aula e as experiencias vivenciadas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência-PIBID.
Na revisão de Literatura apresentam-se os autores Comenius (1593), Rousseau (1712), Froebel (1896), entre outros renomados autores, além de consulta em livros e periódicos indexados na base de dados do Google Acadêmico e Scielo, a fim de trazer fundamentação científica às discussões realizadas sobre o tema central.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As crianças exploram o ambiente ao seu redor e fazem isso através da ludicidade, por meio das brincadeiras. O brincar é a fase de maior significância no desenvolvimento da criança.
De acordo com Vygotsky (1988)
Brincar é a atividade mais pura, mais espiritual do homem neste estágio, e, ao mesmo tempo, típico da vida humana como um todo – a vida natural interna escondida no homem e em todas as coisas. Ele dá, assim, alegria, liberdade, contentamento interno e descanso externo, paz com o mundo. Ele assegura as fontes de tudo que é bom. Uma criança que brinca por toda parte, com determinação auto- ativa, perseverando até esquecer a fadiga física, poderá seguramente ser um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção deste bem-estar de si e de outros. Não é a mais
bela expressão da vida da criança neste tempo o brincar infantil? A criança que está absorvida em seu brincar? A criança que desfalece adormecida de tão absorvida? (...) brincar neste tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação.
O desenvolvimento infantil esta ligado ao ato de brincar, visto que é a linguagem da criança, na qual o adulto irá perceber suas emoções e seu desenvolvimento, além disso, proporciona a assimilação da cultura, o desenvolvimento cognitivo, motor e a socialização do sujeito.
Segundo Velasco (1996, p. 78)
brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso.
O brincar é fundamental, pois é uma forma lúdica, não apenas de divertimento, é um meio em que a criança pode experimentar para amadurecer emocionalmente e aprender a conviver em grupos.
Piaget (1971) diz que "Quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois a sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”, ou seja, é brincando que a criança conhece novos espaços e a realidade na qual esta inserida.
A criança que brinca promove seu crescimento e tende a ser mais sadia.
Winnicott (1982) afirma que
Brincar facilita o crescimento e, em consequência, promove a saúde.
O não-brincar em uma criança pode significar que ela esteja com algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O mesmo pode-se dizer de adultos quando não brincam ou quando proíbem ou inibem a brincadeira nas crianças, privando-as de momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos também. (WINNICOTT, 1982)