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Avaliação da qualidade de sono em mulheres que tiveram sintomas da Tríade da Mulher Atleta UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CAMPUS BAIXADA SANTISTA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CAMPUS BAIXADA SANTISTA

AMANDA DA SILVA FIGUEIREDO

Avaliação da qualidade de sono em mulheres que tiveram sintomas da Tríade da Mulher Atleta

Santos 2021

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AMANDA DA SILVA FIGUEIREDO

Avaliação da qualidade de sono em mulheres que tiveram sintomas da Tríade da Mulher Atleta

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de São Paulo como parte dos requisitos curriculares para obtenção do título de bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Vagner Thomatieli dos Santos

Santos 2021

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Ficha catalográfica elaborada por sistema automatizado com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecária Daianny Seoni de Oliveira - CRB 8/7469

Figueiredo, Amanda.

F475a Avaliação da qualidade de sono em mulheres que tiveram sintomas da Tríade da Mulher Atleta. / Amanda Figueiredo; Orientador Ronaldo Santos; Coorientador . -- Santos, 2021.

28 p. ; 30cm

TCC (Graduação - Educação Física) -- Instituto Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, 2021.

1. Tríade da mulher atleta. 2. Sono. 3. Mulheres.

4. Exercício físico. 5. Humor. I. Santos, Ronaldo, Orient. II. Título.

CDD 613.7

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Agradecimentos

Agradeço ao meu pai Oxalá, por me proporcionar perseverança durante toda a minha vida, por sempre me mostrar o caminho certo, sua luz me indicou o caminho para o sucesso e sem ele nada disso seria possível

Agradeço ao meu orientador Ronaldo, por ter aguentando minhas crises durante o processo de criação desse trabalho de conclusão de curso, por aceitar conduzir este trabalho tão magistralmente, dedicando inúmeras horas para sanar as minhas questões e me colocar na direção correta, com certeza fizeram uma enorme diferença ao final.

Agradeço também à todas as pessoas que de alguma forma participaram e contribuíram para o andamento da pesquisa;

Agradeço a todos os mestres, que contribuíram com a minha formação acadêmica e profissional durante a minha vida, em especial aos professores da Unifesp.

Agradeço aos funcionários da Unifesp – Campus Baixada Santista pelos serviços prestados;

Agradeço a Camila e ao Edgar, doutorandos do professor Ronaldo que me ajudaram na finalização dos resultados desse projeto quando eu não sabia como começar, sempre dispostos a me ajudar.

Agradeço aos meus pais por sempre estarem ao meu lado me incentivando e fazendo o que eu amo.

Agradeço aos meus amigos, por não me deixarem surtar quando achei que seria impossível finalizar e por sempre estarem ao meu lado nos melhores e nos piores momentos.

Agradeço a cidade de Santos, por me acolher e me mostrar o quanto eu evoluí como pessoa e por sempre me mostrar que a beleza se encontra nas coisas mais simples da vida, como tomar uma água de coco vendo o pôr do sol.

E por fim, agradeço a mim mesma, pelo esforço e dedicação para fazer com que isso se tornasse real.

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Resumo

Sabe-se que o exercício físico é um grande aliado na melhora de diversas doenças e da qualidade de vida. Hoje em dia sabemos dos inúmeros prejuízos da qualidade de sono e com o exercício sabemos que essa qualidade pode ser melhorada. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade do sono de mulheres que tiveram sintomas da tríade da mulher atleta. A amostra foi composta por 57 mulheres que treinam a pelo menos 1 ano e tenha entre 18 e 40 anos. A coleta de dados foi feita pela aplicação de questionários online, os quais avaliaram:

ansiedade traço-estado, sono (Escala de Sonolência de Epworth), além de questões relacionadas à incidência e conhecimento da tríade. Para verificar o efeito do grupo sobre uma variável dependente foi considerado o pré-requisito de normalidade, sendo determinado pelo teste de Shapiro-Wilk. Para os dados com distribuição normal foi aplicado o teste T independente e para os com distribuição não paramétrica o teste de Mann-Whitney U. Para rejeição da hipótese nula o nível de significância adotado foi de 5%. concluir que que 17% das mulheres investigadas tinham sinais da tríade em algum momento da vida, porém não houve impacto da Tríade da mulher atleta sobre a qualidade do sono

Palavras-chave: Hábitos do Sono. Exercício Físico. Mulher. Treinadas. Humor.

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Abstract

It is known that physical exercise is a great ally in improving various diseases and quality of life. Nowadays we know of the countless damages of the quality of sleep and with the exercise we know that this quality can be improved. In this sense, the objective of the work was to evaluate the quality of sleep of women who had symptoms of the triad of the female athlete.

The sample consisted of 57 women who train for at least 1 year and are between 18 and 40 years old. Data collection was performed by applying online questionnaires, which assessed:

trait-state anxiety, sleep (Epworth Sleepiness Scale), in addition to issues related to the incidence and knowledge of the triad. To check the effect of the group on a dependent variable, the normality prerequisite was considered, being determined by the Shapiro-Wilk test. For data with normal distribution, the independent T test was applied and for those with non-parametric distribution, the Mann-Whitney U test. For rejection of the null hypothesis, the level of significance adopted was 5%. conclude that 17% of the investigated women had signs of the triad at some point in their lives, but there was no impact of athlete woman triade on sleep quality

Keywords: Sleep. Physical exercise. Athlete Woman Triad. Training. Humor.

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Sumário

1-Introdução 7

2- Objetivo e hipótese 8

3- Método 9

4- Resultados: 11

7- Referências 18

8- Anexos: 21

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1-Introdução

A tríade da atleta é uma síndrome que ocorre em adolescentes e mulheres fisicamente ativas, a pressão à qual adolescentes e mulheres jovens são submetidas para atingir ou manter um peso corporal irrealmente baixo está por trás dessa síndrome. Possuem maior risco as adolescentes e mulheres que praticam esportes nos quais um baixo peso corporal é importante para o desempenho ou por razões estéticas. As jovens e mulheres que apresentarem um dos componentes da tríade devem ser investigadas para os outros. A Tríade da Mulher Atleta consiste de um quadro dinâmico de alterações crônicas e multifatorial, sendo assim de difícil identificação de valores de prevalência. (COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA DO ESPORTE, 2010)

A tríade é composta por três sintomas, são eles: Amenorreia, Transtornos Alimentares (Bulimia e Anorexia) e Osteoporose. Não é necessário que todos os componentes da tríade da mulher atleta estejam presentes, para que ocorra consequências negativas na saúde das atletas.

(SOUZA e WILLIANS, 2004).

Os Transtornos Alimentares, como a bulimia e anorexia nervosa acometem atletas femininas, principalmente na adolescência quando estão iniciando a vida esportiva.

A prevalência de irregularidades menstruais, desordens alimentares e baixa densidade mineral óssea varia na população em geral e na comunidade atlética. Em mulheres que participam de esportes que enfatizam a estética ou a magreza, como balé ou corrida, a prevalência de amenorreia secundária pode chegar a 69%, em comparação com 2% a 5% da população geral. (Nazem e Ackerman (2012)

A osteoporose é uma doença caracterizada por uma massa óssea reduzida e uma deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, o que leva a uma maior fragilidade esquelética e um maior risco de fraturas, a mesma pode ser classificada em duas categorias a primária que é diagnosticada na ausência de doenças; e a secundária leva diminuição de massa óssea por outra doença. (GALLI, Junior,2001)

Questões endócrinas e de saúde mental em decorrência da tríade podem ter outros desfechos tais como alterações psicobiológicas, porém pouco se sabe como é o sono das pessoas que já tiveram tríade.

Sabe-se que o sono é um estado vital e complexo caracterizado por processos ativos e altamente organizados, que pode ser distribuído em distintos estágios: sono NREM (Movimentos Não Rápido de Olhos) e sono REM (Rápido Movimento de Olhos).

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Pessoas saudáveis que se exercitam dormem com mais facilidade e aproveitam melhor o sono, um programa de exercícios leves (como caminhar de 30 a 40 minutos por dia ou praticar ginástica aeróbica de baixo impacto quatro vezes por semana), comprovadamente melhora a qualidade e duração do sono e ajuda o praticante a adormecer com mais facilidade. O efeito dos exercícios no sono é explicado pelo maior relaxamento muscular e a redução da tensão nervosa decorrentes da atividade física. (VIEIRA, 1996).

O exercício físico também pode melhorar o ciclo sono-vigília através do seu efeito sincronizador indireto do relógio biológico, ou seja, pode desencadear um sono de melhor qualidade sincronizando os horários de sono no melhor momento do dia (Youngstedt, et al., 1999; Marchant e Mistlberger, 1996).

É importante salientar que a intensidade e o volume de exercícios físicos devem ser ajustados para que o sono do indivíduo tenha uma função restauradora para que o nosso organismo funcione de maneira correta e para evitar o aumento da latência do sono.

A ansiedade tem sido descrita como uma das mais importantes consequências da privação de sono. Esse efeito foi primeiramente relatado por Dement (1960), no experimento pioneiro sobre privação de sono REM (movimento rápido dos olhos, do inglês rapid eye movements) em seres humanos.

Nesse estudo, observou-se, em indivíduos privados de sono REM, o aparecimento de uma tríade de comorbidades neurocomportamentais, composta pelo aumento da ansiedade associada a déficit de atenção e à agressividade. Atualmente, diversas pesquisas permitem concluir que a ansiedade, sobretudo na forma de transtorno de ansiedade generalizada, é uma importante consequência da privação de sono, tanto de forma total quanto restrita ao sono REM (LABBATE et al. 1998)

2- Objetivo e hipótese

O objetivo deste trabalho é avaliar o sono de mulheres que tiveram sintomas da tríade da mulher atleta.

Acredita-se que, as mulheres que tiveram sintomas da tríade da mulher atleta em algum momento da vida tem o sono piorado.

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3- Método 3.1- Aspectos éticos

O estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo/ Hospital São Paulo sob o parecer 4.453.100 e respeitou as normas exigidas pela Legislação Brasileira do Conselho Nacional de Saúde. Para participar do estudo todas as voluntárias assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual continha as informações completas sobre os procedimentos.

3.2- Amostra

A amostra foi composta por 57 mulheres que treinam a pelo menos 1 ano e têm entre 18 e 40 anos. Foram excluídas as mulheres que não treinavam e que fizeram uso de medicamentos tais como anti-inflamatórios, antibióticos e remédios que alteram o sono até 15 dias antes dos testes, que consumiam álcool acima de 3 vezes por semana, usavam drogas de abuso.

3.3- Desenho Experimental

A seleção dos participantes foi realizada via internet e redes sociais usando o “sistema de bola de neve", ou seja, as pessoas podem responder e repassar para outras pessoas sem direcionamento dos pesquisadores. Inicialmente, as mulheres que se interessaram em participar da pesquisa receberam todas as informações referentes ao procedimento do trabalho e estando, de acordo, assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e responderam ao questionário online. Neste mesmo dia, para a obtenção das informações a respeito do perfil dos participantes foram aplicados questionários específicos.

3.4- Caracterização da amostra

Idade, peso e altura foram avaliados a partir do autorrelato das participantes. Sobre a tríade foram realizadas duas perguntas, uma era se as mulheres já tinham ouvido falar sobre a tríade e a outra era se elas já tinham a tríade e quais sintomas elas tiveram.

3.5- Questionários Ansiedade-estado

Foram verificadas separadamente através do inventário de ansiedade traço-estado (IDATE), ambos compostos por 20 questões afirmativas que devem ser concordadas em uma

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escala de intensidade gradativa (1 a 4), porém com perguntas diferente vezes s, criado por Spielberger, Gorsuch e Lushene em 1970 e, traduzido e adaptado para o Brasil por Biaggio &

Natalício em 1979. A ansiedade estado se refere em como o sujeito se sente no momento presente, já a ansiedade traço é referente aos traços de personalidade da pessoa.

Questionário do Sono:

O sono foi verificado por meio da “Escala de Sonolência de Epworth” (ESE) e validada para a população brasileira por Bertolazi e colaboradores em 2009 e 2011, respectivamente, a ESE é uma escala onde o indivíduo avalia a probabilidade de adormecer em oito situações do dia a dia.

3.6- Análise estatística:

A análise estatística dos dados foi realizada no software estatístico Jamovi® (Version 1.2). Os dados foram descritos como média ± desvio padrão. Para verificar o efeito do grupo sobre uma variável dependente foi considerado o pré-requisito de normalidade, sendo determinado pelo teste de Shapiro-Wilk. Para os dados com distribuição normal foi aplicado o teste t independente e para os com distribuição não paramétrica o teste de Mann-Whitney U.

Para verificar a associação entre duas variáveis categóricas foi aplicado o teste Qui-quadrado e para correlações entre as variáveis contínuas foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Para rejeição da hipótese nula o nível de significância adotado foi de 5%.

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4- Resultados:

A tabela 1 expõe dados referentes à caracterização dos voluntários. Não foram encontradas diferenças significativas em nenhuma das variáveis.

Tabela 1. Caracterização da amostra.

TRÍADE (n = 10) SAUDÁVEL (n = 47) TOTAL (n = 57)

Idade (anos) 22,1 ± 2,69 23,4 ± 3,44 23,2 ± 3,34

Peso (kg) 60,8 ± 6,87 62,8 ± 9,35 62,4 ± 8,94

Altura (m) 1,67 ± 0,06 1,63 ± 0,05 1,64 ± 0,06

IMC (kg/m2) 21,9 ± 2,15 23,6 ± 3,38 23,3 ± 3,24

Dados descritos como média ± desvio padrão. A comparação entre grupos foi realizada pelo teste de Mann-Whitney U. Legenda: TRIADE = mulheres que já apresentaram um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta; CONTROLE = mulheres que não apresentaram um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta e IMC = Índice de Massa Corporal. P < 0,05

A tabela 2 expõe os resultados sobre as mulheres que tiveram os sintomas da Tríade da mulher atleta e 10 mulheres apresentaram sintomas, e sobre conhecer a tríade 15 mulheres já ouviram falar sobre a tríade os quais representam 17,5 e 26,3% da amostra total respectivamente.

Tabela 2. Frequência dos participantes que já tiveram um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta e frequência dos participantes que ouviram falar da tríade da mulher atleta.

Sim Não Total

N (absoluto) de participantes que tiveram um ou mais sintomas da Tríade

10 47 57

% do total de participantes que tiveram um ou mais sintomas da Tríade

17,5 % 82,5 % 100%

N (absoluto) de participantes que ouviram falar da Tríade

15 42 57

% do total de participantes que ouviram falar da Tríade

26,3 % 73,7 % 100%

Legenda: Resultados demonstrados em número absoluto de mulheres e em %.

A tabela 3 expõe os resultados sobre a escala de sonolência. No grupo de mulheres que já tiveram sinais da tríade 6 mulheres responderam ter sono normal (60%), 3 mulheres afirmaram ter sonolência média (30%) e 1 mulher afirmou ter sonolência anormal (10%). No grupo saudável, 11 mulheres responderam ter sono normal (23.4%), 11 mulheres afirmaram ter sonolência média (23,4%) e 25 mulheres afirmaram ter sonolência anormal (53,2%).

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Tabela 3. Frequência das categorias da escala de sonolência de Epworth nos grupos TRIADE e SAUDÁVEL.

Escala de sonolência de

Epworth TRÍADE (n = 10) SAUDÁVEL (n = 47) TOTAL (n = 57) Sono normal

(número de participantes)

6 11 17

Sono normal

(%) 60 % 23,4 % 29,8 %

Sonolência média (número de participantes)

3 11 14

Sonolência média

(%) 30 % 23,4 % 24,5 %

Sonolência anormal (número de participantes)

1 25 26

Sonolência anormal

(%) 10 % 53,2 % 45,6 %

Legenda: TRIADE Grupo que já apresentou um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta; SAUDÁVEL = Grupo que não apresentou um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta. Resultados demonstrados em número absoluto de mulheres e em %.

A tabela 4 expõe os resultados sobre a ansiedade-estado. No grupo de mulheres que já tiveram sinais da tríade 2 mulheres responderam ter nível baixo de ansiedade estado (20%), 4 mulheres afirmaram ter nível médio de ansiedade (40%) e 4 mulheres afirmaram ter nível de sonolência elevado (40%). No grupo de mulheres saudáveis 3 mulheres responderam ter nível baixo de ansiedade estado (6,3 %), 27 mulheres afirmaram ter nível médio de ansiedade (57,4

%) e 17 mulheres afirmaram ter nível de sonolência elevado (36,1%).

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Tabela 4. Frequência dos níveis de ansiedade.

Ansiedade-Estado TRÍADE (n = 10) SAUDÁVEL (n = 47) TOTAL (n=57) Nível baixo

(número absoluto de participantes)

2 3 5

Nível baixo

(%) 40,0 % 60,0% 100 %

Nível médio

(número absoluto de participantes)

4 27 31

Nível médio

(%) 12,9 % 87,1 % 100 %

Nível alto

(número absoluto de participantes)

4 17 21

Nível alto

(%) 19,0 % 81,0 % 100 %

A tabela 5 expõe resultados sobre a pontuação para o nível de ansiedade em mulheres que tiveram os sintomas da tríade e em mulheres que não tiveram, não existiu diferença estatística entre os grupos.

Tabela 5. Pontuação para o nível de Ansiedade.

TRÍADE (n = 10) SAUDÁVEL (n = 47) TOTAL (n = 57)

Ansiedade 43,2 ± 12,4 46,3 ± 12,0 45,7 ± 12,0

Dados descritos como média ± desvio padrão. A comparação entre grupos foi realizada pelo teste de Mann-Whitney U. *diferença significativa entre os grupos (p ≤ 0.05). Legenda: TRIADE = mulheres que já apresentaram um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta; CONTROLE = mulheres que não apresentaram um ou mais sintomas da tríade da mulher atleta. P < 0,05.

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5- Discussão

Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade do sono de mulheres que já tiveram sinais da tríade da mulher atleta. Nosso principal achado foi que 17% das mulheres investigadas tiveram sinais da tríade em algum momento da vida, porém não houve impacto sobre a qualidade do sono. Até o nosso conhecimento, esse foi um dos primeiros estudos que avaliaram essa temática.

Não se sabe ao certo o impacto que a tríade pode ter no sono, mesmo depois da recuperação e alta médica. Questões endócrinas como a alteração de hormônios sexuais femininos e de composição corporal podem ser responsáveis por influenciar o sono.

Na tabela 1 é apresentado a caracterização da amostra, em nenhuma das variáveis como:

peso, altura, IMC, idade e foi diferente entre os grupos, com relação à caracterização da amostra quando comparamos o grupo de mulheres que já tiveram a tríade em algum momento da vida com as saudáveis, não existiu nenhuma diferença no momento em que a coleta foi realizada entre as variáveis apresentadas, isso sugere que as mulheres que tiveram algum sintoma da tríade já estejam recuperadas, pois uma das questões mais relevantes para a tríade é a composição corporal, para que o baixo peso seja mantido, porém como não houve diferença entre peso e IMC, podemos afirmar que essa questão já foi superada pelas mulheres que apresentaram a tríade. Além disso, os dados mostram uma homogeneidade entre os dois grupos.

A prevalência da Tríade é controversa. Em diferentes modalidades esportivas variam de 0 a 1,36%. Já os componentes isolados, desordens alimentares, disfunções menstruais e redução da densidade mineral óssea variam de 16,8% a 60%, 9,8% a 40% e 0 a 21,8%, respectivamente (BEALS, et al. 2006).

Das 57 mulheres que fizeram parte desse estudo, 10 mulheres ou 17,5% disseram ter tido sintomas da tríade ao longo da vida esportiva. Este resultado está de acordo com estudos prévios que indicam que a incidência da tríade varia de 30 a 65% quando encontrada a existência de pelo menos um dos três sintomas da tríade. Porém 17,5% é um percentual maior do que os descritos pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte para a detecção das 3 doenças simultaneamente, que está em torno de 5,5% da população de esportistas ((COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA DO ESPORTE, 2010)

O motivo da discrepância não é sabido, mas a instalação da tríade depende da intensidade e volume dos treinamentos, do descanso, da nutrição e saúde mental. As participantes do

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presente estudo são amadoras portanto não tem a sobrecarga de treino como as avaliadas nos estudos citados pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte, por outro lado não tem o mesmo apoio da equipe, que eu muitos casos é um staff multidisciplinar.

Com relação ao conhecimento da tríade, 26,3% das mulheres avaliadas disseram ter ouvido falar dela, comparando o número de mulheres que tiveram sinais da tríade com as que sabiam da sua existência fica claro que 5 mulheres sabem da doença mesmo sem ter tido. Apesar de salutar que haja mulheres que saibam da doença, o nível de conhecimento ainda é pequeno.

Com relação ao sono normal, 64,7 % das mulheres saudáveis tem o sono normal, enquanto apenas 35,3% das mulheres que tiveram a tríade tem o sono normal, esses valores sugerem que as mulheres que apresentaram a tríade mesmo que em um passado, apresentaram uma qualidade de sono inferior quando comparadas às mulheres saudáveis.

É importante salientar que a tabela 3 mostra que 82,5% das mulheres não apresentaram a tríade da mulher atleta enquanto 17,5% das mulheres apresentaram algum sintoma da tríade, um estudo realizado por Vardar et al. (2005) investigou a Tríade e incluiu 224 atletas de diferentes modalidades esportivas, incluindo a natação (n=25), pertencentes a cidade de Edirne (Turquia). As atletas foram avaliadas quanto ao comportamento alimentar (Eating Attitudes Test) e 20 disfunções menstruais. As participantes com positividade para desordens alimentares e amenorréia foram encaminhadas para realizar a avaliação da densidade mineral óssea (DEXA). As desordens alimentares e a amenorréia foram verificadas em 16,8% e 9,8% da amostra, respectivamente. Quanto a presença da tríade, 1,36% das atletas apresentaram todos os 3 critérios.

Nos Estados Unidos, Nichols et al. (2006) realizaram estudos com 170 jovens atletas, de 8 modalidades esportivas, incluindo a natação. As desordens alimentares e o ciclo menstrual foram avaliados por questionários aplicados por entrevistadores e a densidade mineral óssea do quadril, coluna (L1-L4) e corpo inteiro foi medida por DEXA. Dentre as atletas, 18,2%, 23,5%

e 21,8% preencheram critérios para desordens alimentares, irregularidades menstruais e baixa densidade mineral óssea, respectivamente. A tríade esteve presente em 1,2% da amostra e 5,9%

preencheram 2 componentes da tríade.

Sabe-se que o sono é extremamente importante para a restauração do desgaste energético durante o dia, restauração da memória e de aspectos cognitivos e psicológicos, o sono é dividido em algumas fases, sendo elas: n1, n2, n3 e sono REM. Até o momento não se sabe de estudos que avaliaram a qualidade do sono e mulheres que tiveram a tríade da mulher atleta em algum momento da sua vida, portanto essa pesquisa pode ser considerada pioneira nesse quesito.

Existem poucos trabalhos na literatura que avaliaram a qualidade de sono em exclusivamente

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em mulheres treinadas e saudáveis, e quando avaliadas a literatura cita que mulheres treinadas apresentam um sono melhor, porém essa questão ainda é um pouco controversa.

Os resultados do presente estudo sugerem que não houve impacto negativo da tríade sobre o sono. Essa afirmação se justifica pois 60% das mulheres que disseram ter tido algum sintoma da tríade afirmaram ter sono normal, enquanto 30% disseram ter sonolência média e somente 10% ter sonolência anormal. Esses resultados contrastam com os achados no grupo de mulheres saudáveis já que nesse grupo 53,4% afirmaram ter sonolência anormal.

Diversas questões podem influenciar o sono, incluindo o nível de treinamento, o horário do dia em que os exercícios são realizados, a alimentação e no caso das mulheres ainda o ciclo menstrual. Aspectos psicobiológicos tais como humor e ansiedade podem também influenciar o sono.

Todavia nesse estudo os resultados devem ser vistos com cautela e o nível de ansiedade não consegue explicar totalmente os resultados de sono encontrados. No grupo de mulheres com tríade 80% das mulheres afirmaram ter nível de ansiedade médio ou alto o que contrasta com o pequeno número de mulheres com sonolência excessiva, ou seja, sono não restaurador.

Ademais, não houve diferença no nível de ansiedade entre os grupos como indicado na tabela 5.

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6- Conclusão

Os resultados encontrados permitem concluir que 17% das mulheres investigadas tinham sinais da tríade em algum momento da vida, porém não houve impacto da tríade da mulher atleta sobre a qualidade do sono. Até o nosso conhecimento, esse foi um dos primeiros estudos que avaliaram essa temática e mostram que a qualidade do sono encontrada nas mulheres com a tríade não pode ser totalmente justificada pelo nível de ansiedade das mulheres. Esses resultados, apesar de serem pioneiros e animadores, devem ser vistos com cautela. O número de mulheres que tiveram tríade é reduzido, não avaliamos em qual momento da vida elas tiveram sintomas da tríade. Além disso, a avaliação da tríade é retroativa enquanto a avaliação da sonolência e do humor representam o momento atual.

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7- Referências

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<https://www.scielo.br/pdf/rbme/v14n1/a10v14n1.pdf.> Acesso em: 22 set. 2020.

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4, p. 302-311, 2012. Disponível em:

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CRUZ, Juliano et al. Benefícios da endorfina através da atividade física no combate a depressão e ansiedade. 2013. Disponível em:

<https://www.efdeportes.com/efd179/beneficios-da-endorfina-atraves-da-atividade- fisica.htm>. Acesso em:16 fev.2021

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LOPES, Breno. Caracterização do cronotipo de praticantes amadores de corrida de rua.2018. 24f.Dissertação. (Mestrado em Educação Física) -Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Minas Gerais.

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(22)

8- Anexos:

8.1- Parecer Consubstanciado do CEP:

(23)
(24)
(25)
(26)

8.2- Questionário Ansiedade-Estado:

(27)

8.3- Questionário Escala de Sonolência-Epworth

(28)

Referências

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